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Dr. Vyles Vunroe


CIDADÃOS DO REINO
Traduzido do original em inglês The Principle And Power Of Kingdom Citizenship
© Copyright 2016 by Myles
Munroe Chara Editora © 2016

Publicado no Brasil por Chara Editora com a devida autorização de DESTINY IMAGE® PUBLISHERS,
INC. P.O. Box 310, Shippensburg, PA 17257-0310.

1ª edição em português © 2016 Chara Editora — fevereiro de 2016. Todos os direitos em língua
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nos versículos que se referem ao Pai, Filho e Espírito Santo, e podem ser diferentes dos estilos de
algumas editoras.

Coordenação editorial: JB Carvalho


Tradução: Idiomas & Cia/Maria Lucia Godde Cortez
Copidesque e revisão: Idiomas & Cia/Daiane Rosa, Ana Lacerda e Daniele Ferreira
Diagramação: Julio Fado
Dados da Catalogação Internacional na Publicação (CIP)

M968c Munroe, Myles


Cidadãos do reino: chaves para experimentar o céu na terra / Myles Munroe; tradução de
Idiomas & Cia / Maria Lucia Godde Cortez.
Brasília: Chara Editora, 2016.
2200Kb, ePub.
Título original: The principle and power of kingdom citizenship.
ISBN: 978-85-61860-29-5
1. Reino de Deus. 2. Orientação espiritual. I.
Título. CDD: 212.1 CDU: 231.11

Chara Editora
Sia Sul trecho 2, Lote 390/400 - Brasília –
DF Contato: (61) 3346-2121
www.editorachara.com.br
“A maior tragédia da vida não é a
morte... mas a vida sem uma razão.”
— Dr. Myles Munroe

Para um reconhecido líder cristão e revolucionário do Reino,


que perseguiu um propósito com todo o seu ser, estamos
honrados em apresentar Cidadãos do Reino, o último livro
escrito pelo DR. MYLES MUNROE.
INTRODUÇÃO

CONVITE À CIDADANIA DO REINO

A maioria de nós acredita que somos do planeta Terra. E por que não?
Com certeza não somos de Marte ou Vênus ou de algum outro
planeta.
Nós e bilhões de outras pessoas vivemos em centenas de países
diferentes, pequenos e grandes, que cobrem a face da Terra. Ordenamos
nossas vidas de acordo com os governos e culturas desses países. Comemos a
comida que a terra fornece e criamos nossas famílias. É tudo o que sempre
soubemos e é tudo o que nossos pais e avós e bisavós sempre souberam.
Acreditamos que estamos presos ao que a Terra tem a oferecer. Limitamos
toda a nossa vida ao que está no planeta porque é assim que todos têm vivido
há milhares de anos.
Entretanto, perdemos o contato com a realidade.
Até aqueles de nós que afirmam conhecer o Rei supremo (Deus) não
entendem que também pertencemos a um país que se sobrepõe a qualquer dos
países humanos que conhecemos. Pensamos no “Reino de Deus” como um
termo que tem sido acrescentado às orações e sermões como um aditivo. Não
o consideramos nosso país natal nem pensamos nele como algo diferente de
Marte. Pensamos que o Reino de Deus e o Céu compreendem alguma espécie
de destino futuro invisível acima das nuvens.
É difícil transmitir às pessoas a verdade sobre o Reino..Sempre me sinto
como se estivesse lutando contra 1.800 anos de bloqueio mental. Temos sido
tão condicionados a pensar em “religião” que Deus tem dificuldade de nos
transmitir a verdadeira mensagem que Ele nos entregou através de Jesus
Cristo, que é sobre o Seu Reino e sobre o quanto Ele quer que sejamos plenos
cidadãos dele, mesmo enquanto ainda estamos vivendo neste globo.
A mensagem de Cristo é pessoal. Qualquer pessoa que o invoca como
Salvador se torna um cidadão do Reino de Deus, mas muitas pessoas deixam
a sua cidadania na prateleira. Elas consideram que a sua fé é religião e não
cidadania, e não entendem que ela deveria estar fazendo a diferença em cada
detalhe de sua vida pessoal na Terra.
Você não pode ver a cidadania; precisa experimentá-la. Do mesmo modo,
você.não pode ver o Reino de Deus;.precisa experimentá-lo.
Este livro é um guia de treinamento para os cidadãos do Reino. Ele o
ajudará a aprender sobre o seu novo país. Quero que você não apenas entenda
tudo o que puder sobre o seu novo país, mas também que você aceite a ideia
de que está vivendo nele agora, assim como você aceitou a ideia de que o Céu
é um lugar real para onde você poderá ir depois de morrer. Como vocês
sabem, o Reino de Deus e o Reino dos Céus são a mesma coisa.
Deus, o Rei, estabeleceu o Seu Reino para que ele seja composto de
postos avançados terrenos, ou colônias, habitadas pelos cidadãos dele. Mas a
história dessas colônias não tem sido uma história fácil. Quando Adão e Eva
declararam independência do Céu, eles tiveram de estabelecer o seu próprio
governo. O Espírito Santo de Deus não era mais o “governador” deles, porque
eles não quiseram que Ele o fosse. Assim, o Céu começou a parecer algum
lugar distante. Perdemos o idioma, a cultura, os valores, o padrão de conduta,
as convicções e o estilo de vida que deveria ter sido o padrão para qualquer
colônia do Reino. Nós nos tornamos seres de outro planeta em relação a
Deus. E porque Ele deseja mudar isso, Deus enviou o Seu Filho Jesus
para garantir que conhecêssemos sobre o Reino outra vez. Quando
descobrimos como nos encaixamos no Reino de Deus, todas as coisas são
revertidas. Começamos a nos sentir como alienígenas no planeta Terra.
Começamos a sentir que pertencemos a outro lugar. Também começamos a
redescobrir os
benefícios a receber aqui, nestes dias, que vêm com a nossa cidadania
celestial.
Você não pode ver o Reino de Deus; precisa experimentá-lo.
É a.minha grande paixão apresentar as pessoas à plenitude de sua
cidadania nesse Reino celestial. Ao ler este livro você verá que o Reino de
Deus não tem quase nada a ver com religião. Em vez disso, ele tem tudo a ver
com o próprio Rei — com imitar o Seu caráter e reproduzir a Sua vontade na
Terra. Amadurecendo em sua cidadania, os cidadãos do Reino crescem para
refletir a cultura, os valores, a ética, a natureza e o estilo de vida do seu Rei.
O “Reino” não é uma ideia minha — é ideia de Deus. Não sei por que
ignoramos o óbvio. Quase todo livro da Bíblia faz alguma referência ao
Reino. Jesus falava sobre o Reino de Seu Pai o tempo todo. Mas nós não
falamos. Em vez disso, falamos sobre a Igreja e o Cristianismo. Tenho um
problema sério com pessoas que definem o Reino de Deus de forma estreita
demais, em termos de uma denominação ou de uma única expressão étnica de
fé em Cristo. Mas tenho um problema igualmente sério com pessoas que o
definem em termos sentimentais, como se quase todos os que vivem na Terra
fossem cidadãos do Reino sem sequer pensar sobre isso.
Assim como as pessoas que estão retratadas no capítulo 11 da carta aos
Hebreus, deveríamos estar procurando instintivamente por um país melhor.
Ele se chama Céu, mas a maioria de nós não consegue entender o que está
perdendo. Estou lhe dizendo que você está perdendo o país que é a nossa
moradia. Perdemos o estilo de vida de paz, amor e alegria. Perdemos o lugar
onde as ruas são pavimentadas de ouro e ninguém irá tentar roubá-lo.
Perdemos o lugar onde o ar cristalino é cheio de cantos de alegria em vez de
fumaça e violência de gangues. Perdemos o nosso Pai celestial e o nosso
Irmão mais velho, sem mencionar todos os nossos outros irmãos e irmãs que
pertencem ao Rei. Perdemos tudo isso, e de algum modo pensamos que
precisamos esperar muitos anos antes que possamos ir para lá.
O Reino de Deus é um lugar que está no presente do indicativo. É um
lugar empolgante para se chamar de lar. Temos muito a aprender sobre ele.
Vamos começar a explorá-lo juntos!
CAPÍTULO 1

ENTENDENDO O CONCEITO DE REINOS

A busca pelo poder é uma das motivações mais significativas do coração


humano. O desejo apaixonado de administrar nossas circunstâncias e
nosso ambiente parece estar embutido em toda a raça humana.
Da melhor maneira possível, as pessoas trabalham duro para controlar e
melhorar aquilo que as cerca. Dentro de qualquer cultura, as pessoas
aprendem as “regras do jogo” para que possam segui-las — ou transgredi-las.
Até os atos de rebelião ou agressão, quer sejam isolados em um único
indivíduo ou iniciados por um exército organizado de soldados, se analisados
em sua origem acabam por revelar esse desejo de controlar e dominar.
Os filhos pequenos choram e brigam para conseguir as coisas que
precisam e querem. Quando um menino sobe em sua primeira árvore, ele está
procurando conquistar um território novo. Quando uma menina colhe um
buquê de flores, ela está tentando criar algo belo. À medida que os filhos
amadurecem, eles adquirem conhecimento sobre o mundo que os cerca, e
colocam esse conhecimento em prática, esforçando-se não apenas para
sobreviver, mas para ter sucesso.
Esse ímpeto inato de administrar as circunstâncias predominantes faz com
que as pessoas se reúnam para realizar coisas. Começando com as unidades
familiares, as pessoas se organizam em aldeias, cidades, regiões geográficas e
nações. Elas se identificam como residentes e cidadãos dos lugares onde
vivem e trabalham. Juntas, elas compartilham recursos, enfrentam desafios e
treinam seus filhos para fazer o mesmo.

Em um reino de verdade, cada coisa se torna


parte da propriedade pessoal do rei.

De onde veio essa busca pelo poder? Por que essa característica se
manifesta tão consistentemente ao longo dos séculos, independentemente da
cor da pele de uma pessoa, do seu gênero, idade e maturidade, nível
educacional, habilidades, situação econômica ou família de origem?
Estou convencido de que é porque toda a raça humana, individualmente e
coletivamente, foi criada para exercer o gerenciamento das circunstâncias
predominantes. E para entendermos melhor a nós mesmos e identificar como
nos encaixamos no quadro maior, precisamos primeiro entender o conceito de
reinos e como esses reinos funcionam.
TODOS OS REIS POSSUEM UM TERRITÓRIO — E O EXPANDEM

Qualquer coisa chamada reino é um lugar onde alguém chamado rei tem
domínio sobre alguma coisa. Nenhum rei pode ter domínio a não ser que ele
possa reivindicar a propriedade sobre um território. Durante séculos, os reis
competiram por territórios por toda a Europa. Eles podiam ser chamados de
reis ou lordes porque possuíam vastas extensões de terra, e tudo o que
estivesse na terra se tornava propriedade deles (seu reino). Cada campo de
cevada, estrada e rio, cada raposa, árvore e rato pertencia a eles.
Sempre que um rei se tornava forte o suficiente para invadir a propriedade
de outro rei, ele podia estender as suas propriedades. A grandeza do seu reino
era medida pela quantidade de terra que ele possuía. Os reis formavam
exércitos de soldados para proteger o seu território e para invadir as regiões
vizinhas. Os exércitos eram financiados pelos recursos do rei, e do mesmo
modo os agricultores que trabalhavam na terra dependiam dos donativos dele,
já que entregavam a maior parte de suas colheitas e gados para o rei.
Nada na experiência dos governos modernos nos prepara para entender
isso. O presidente dos Estados Unidos não possui todo o país. O primeiro
ministro da Inglaterra não possui o país que governa, nem a Rainha. Mas em
um reino de verdade, cada coisa se torna parte da propriedade pessoal do rei;
cada montanha, todas as estradas, os animais e as plantas, a comida e a água.
Nenhum rei pode reivindicar o governo a não ser que ele possua algum
território, o que torna todos os reis um produto de sua propriedade.
A glória de um reino é determinada pelo tamanho do território do rei. É
por isso que os reis amam expandir seus reinos.
A história dos reinos é uma história de expansão. Um rei precisa ter
território. Ele precisa ter alguma coisa para governar. Ele precisa ser rico,
forte e decidido. E ele precisa desejar ser o rei. Nenhum rei “de meio-
expediente” ou relutante quando a essa escolha deve se candidatar ao cargo.
O rei representa a essência do seu reino. O reino emana dele. Sua
permanência instila confiança. Posso dizer que o seu presidente ou primeiro
ministro não representa o seu país, porque eles não são permanentes o
bastante. Na verdade, eles têm um emprego de meio-expediente. Isso mesmo.
Uma democracia ou república não é a mesma coisa que um reino. Se você
está em busca de estabilidade e consistência, você não quer colocar a sua fé
em alguém que estará no comando apenas por mais ou menos quatro anos. O
financiamento da sua casa vai durar trinta ou trinta e cinco anos. Você não
gostaria que alguém estivesse no comando pelo menos por mais tempo que a
duração do seu financiamento?
O rei é o centro de um reino. Ele é o seu coração. As pessoas têm de
obedecer ao rei. Ele é o soberano, e você não discute com ele nem vota para
que ele seja retirado do cargo. Sabemos como é discordar das nossas
autoridades eleitas. Na verdade, tendemos a discordar em tom bastante alto, e
transmitimos isso no noticiário. Mas discordar de um rei coloca você em
perigo de vida. Você não precisa gostar do que ele diz, mas tem de obedecer
se espera ficar mais um tempo por ali.
Um reino pode ser bom, ruim ou, na maior parte do tempo, um pouco dos
dois. Por que o modelo de reino passou a ser uma forma tão típica de
governo?
REDESCOBRINDO O PRIMEIRO PAÍS

As coisas que vemos e experimentamos passam a ser a evidência de


influências governantes invisíveis, porém mal sabemos nós com que estamos
lidando. Vemos tanto a beleza quanto a feiura, a alegria e o sofrimento, a
harmonia e o conflito. “Isso é a vida”, dizemos. Na verdade, temos dois
mundos em um planeta. A Terra é o nome do planeta, e os dois mundos que
contendem um contra o outro na verdade são reinos — o reino das trevas e o
reino da luz.
O reino das trevas tem um governante, e ele está em oposição ao
governante do reino da luz. Satanás é um dos nomes que as pessoas deram ao
príncipe das trevas. A palavra “príncipe” significa simplesmente governante,
primeiro governante ou governante fundamental. Por outro lado, as pessoas
chamam o Filho de Deus de “a luz do mundo”, ou o regente do governo
celestial.
Você sabia que em hebraico a palavra para “trevas” é a mesma palavra
para “ignorância”? Semelhantemente, a palavra para “conhecimento” em
hebraico e grego é a mesma palavra para “luz”. Assim, quando falamos sobre
o mundo ou o reino das trevas e o mundo da luz ou o Reino de Deus, não
estamos falando sobre lâmpadas ligadas ou desligadas. Estamos falando de
ignorância e conhecimento. O príncipe das trevas é o príncipe da ignorância.
Ele governa pela sua ignorância. Onde quer que você seja ignorante, ele
conquistará uma base de apoio. Por causa desses dois reinos invisíveis,
vivemos em um mundo que está sempre em tensão, com progressivos
conflitos territoriais de interesses.

Vivemos em um mundo que está sempre em


tensão, com progressivos conflitos territoriais de
interesses.

Particularmente, vejo essa questão da seguinte maneira: o regente do


reino da luz criou o lugar físico chamado Terra para estender o Reino do Céu.
Ele o criou para que as pessoas que estava prestes a criar tivessem algo para
governar em Seu nome. Creio que a Terra foi formada para que os seres
humanos pudessem exercer a co-regência, para que eles pudessem se tornar
regentes para o Rei no Céu. Também creio que o Céu é um lugar real, e que
ele é o primeiro país real, o país original, e que todos os outros reinos desde o
princípio dos tempos foram meras sombras do Reino (que distingo com um R
maiúsculo porque ele pertence a Deus).
De muitas maneiras, podemos dizer que Deus estava estabelecendo uma
colônia na Terra, do mesmo modo que os países fortes e ricos colonizaram
outras terras. Sei muito sobre fazer parte de uma colônia, porque sou nativo
das Bahamas, que foi uma colônia da Grã Bretanha até 1973. Nasci sob um
governo colonial. (Falaremos mais sobre colonização no próximo capítulo.)
Mas esse esforço de colonização celestial ainda é um trabalho em
andamento. A maior parte do que vemos ao nosso redor é a evidência de
inúmeros conflitos entre a colônia do reino da luz e o reino das trevas.
Aprenderemos como isso funciona nos capítulos deste livro.
REINOS SUBSTITUTOS

Quando você serve a um rei em um reino, você tem o poder para dominar o
seu território e para administrar a sua missão. O que acontece se você perder
a sua posição? Por natureza, você ainda é um administrador. Agora, você foi
privado do que você estava administrando. Você não tem mais propósito.
Quando isso acontece — e isso acontece o tempo todo — as pessoas se
agarram ao que quer que as faça sentirem-se confortáveis e pelo menos
parcialmente no comando dos desafios que as cercam.
Um dos maiores retrocessos é — você acertou — a religião. Se você não
pode mudar a sua situação e está tentando com todas as suas forças
reconciliar-se com ela, a religião faz um ótimo trabalho de ajuda. Ela deixa
você feliz na sua pobreza, contente na sua doença, satisfeito na sua depressão
e quase em paz na sua frustração. Ela funciona porque lhe diz que em breve
tudo vai ficar bem. Não se preocupe, sua vida irá melhorar mais tarde. A
religião lhe diz que o Céu é o seu destino, e tudo o que você precisa fazer é
resistir até morrer. A religião adia a sua realidade, lançando todas as suas
esperanças para o futuro. Ela se torna muito atraente porque o ajuda a aceitar
as coisas como elas são, quando você sente que perdeu o controle sobre as
circunstâncias que o cercam.
Estou mencionando a religião porque não quero que você entenda
equivocadamente a noção de Reino. Religião não é o mesmo que o Reino de
que estou falando. Ela é um substituto. Sei que tanto “Reino de Deus” quanto
“Reino dos Céus” parecem expressões religiosas, mas o Reino é algo superior
a qualquer religião do mundo.
Se o Reino de Deus não é o mesmo que religião, o que ele é? Vamos
reunir o que já sabemos e ver até onde chegamos. Já entendemos que um
reino tem a ver com um rei ter domínio sobre um território real, e que o
território original
ou o primeiro país do Reino de Deus é o Céu. Assim, um reino é um governo,
e o Reino de Deus é o governo de Deus.
A isso acrescentei o fato de que as decisões de um rei afetam o seu
território e os seus cidadãos. Um rei é soberano. Ele não precisa consultar
ninguém ou obter o voto de ninguém. Em outras palavras, a sua vontade pode
se tornar lei. Se ele for um rei mau e egoísta, sua vontade expressa pode
significar o sofrimento dos cidadãos. Pense simplesmente no que acontecia
quando as pessoas não obedeciam à vontade expressa dos reis dos tempos
passados. Em um instante eles podiam estar distribuindo uma fortuna a elas e
no instante seguinte podiam dizer “Cortem a cabeça delas!”
Então, para o melhor ou para o pior, as decisões e os decretos de um rei
geram a qualidade de vida dos seus súditos. Com o tempo, as declarações do
rei produzem uma cultura para os cidadãos do reino. Ela pode ser uma cultura
de medo e pobreza ou pode ser uma cultura de liberdade e paz.
O QUE É UM REINO?

Por definição básica, portanto, qualquer reino pode ser definido do seguinte
modo:

Um reino é a influência governante de um rei sobre um


território, impactando esse território com a sua vontade, o
seu propósito e a sua intenção, gerando uma cultura e um
padrão moral para os seus cidadãos.

Um reino é definitivamente um sistema governamental, mas um reino não


é uma democracia ou uma república. A palavra do rei é lei, e ele não precisa
compartilhar o seu poder com outros ramos de governo. Ele é o governo. Ele
é a única e definitiva autoridade. Ele é a lei, o tribunal, o juiz, o gabinete, o
congresso e o parlamento. Ele é o chefe de estado, o presidente e o primeiro
ministro. E ele não tem de se preocupar com limites de mandato. Ninguém
vota contra ou a favor dele, porque em um reino, ninguém vota. Não se ouve
falar em plebiscitos em um reino.

Com base na nossa cultura nacional assim como


na nossa cultura religiosa, às vezes temos a
noção de que podemos exercer o nosso voto a
favor ou contra uma das leis ou decisões do Rei.
Mas as coisas não funcionam assim!

O rei tem influência sobre o seu território e ele governa sobre ele. Isso
significa que ele governa sobre as pessoas que habitam ali, aquelas que são os
cidadãos do seu território. Ele cuida delas. Ele as organiza para viverem
como uma sociedade.
Agora, a maioria de vocês que estarão lendo este livro foi criada em
países que são considerados democracias ou repúblicas. Até em países com
um rei ou rainha, como a Inglaterra, o poder e a autoridade governante não
residem unicamente naquela única pessoa. Pode ser muito difícil para a
maioria de nós entender o conceito de viver como um cidadão de um reino.
Nossa ideia do conceito de reino é insuficiente, para dizer o mínimo. Com
base em nossa cultura geral assim como em nossa cultura religiosa, às vezes
temos a noção de que podemos exercer o nosso voto a favor ou contra uma
das leis ou decisões do Reino. Mas as coisas não funcionam assim! Mesmo
quando líderes religiosos altamente respeitados votam, por exemplo, para
promover um homossexual praticante a uma posição de alta autoridade, eles
não podem mudar o padrão moral do Rei ou do Seu verdadeiro Reino. O Rei
do país original (o Céu) é Deus, e Ele é o Rei mais elevado de todos eles.
CARACTERÍSTICAS DE UM REINO

Todos os reinos compartilham de características específicas. Ao ler esta lista,


você se verá acenando com a cabeça em concordância: “Sim, eu sabia
disso...” Parece muito óbvio quando você vê os fatos. Como podemos ter
deixado de captar isso por tanto tempo? Abordaremos a maioria destes
detalhes nos capítulos deste livro. Eis as características de um reino — de
qualquer reino, seja ele terreno ou o reino celestial:

• Todos os reinos têm um rei. Os reis nascem por


parentesco, não são nomeados ou eleitos.
• Todos os reinos têm um lorde, que significa um
proprietário. Lorde e rei são a mesma coisa.
• Em um verdadeiro reino, o poder do rei é absoluto.
• Todos os reinos têm autoridade. O rei precisa ter um
domínio.
• O rei é o dono de tudo que está em seus domínios.
• O rei nunca é votado para deixar o poder em um reino.
• Todos os reinos são um país, uma nação, e eles são
diferentes uns dos outros.
• Todos os reinos têm uma constituição, uma aliança que o
rei faz com os seus próprios cidadãos.
• Todos os reinos consistem de um grupo de pessoas que se
identificam com um soberano.
• Todos os reinos têm leis. As leis são os princípios estritos
pelos quais os cidadãos devem viver.
• Todos os reinos têm cidadãos. A cidadania confere certas
responsabilidades e concede direitos e privilégios
específicos.
• Todos os reinos têm privilégios reais aos quais os cidadãos
podem ter acesso através do favor real.
• Todos os reinos têm um princípio de favor real.
• Todos os reinos têm um código de ética.
• Todos os reinos têm riqueza em comum, que é a razão pela
qual eles muitas vezes são chamados de nação; os cidadãos
têm acesso ao mesmo suprimento de riquezas.
• Desse mesmo ponto de vista, todos os reinos desencorajam
a propriedade privada.
• Todos os reinos têm uma cultura. Isso tem a ver com o
estilo de vida, as roupas, os valores e a ética, a comida e até
com a maneira como as pessoas reagem aos problemas.
• Todos os reinos têm uma economia.
• Todos os reinos têm um sistema de taxação.
• Todos os reinos têm um princípio de dar ao rei. Os
cidadãos nunca comparecem perante o rei de mãos vazias.
• Todos os reinos possuem um exército. (Os soldados não
são cidadãos civis ou comuns. No Reino de Deus, você não
pode ver o exército porque ele consiste de anjos).
• A presença do rei é o mesmo que a autoridade do rei. O
nome do rei é a essência da sua autoridade.
• Todos os reinos possuem autoridade delegada.
• Um rei personifica o governo do seu reino. O governo não
está dividido em ramificações ou departamentos.
• Todos os reinos possuem um sistema educacional.
• Todos os reinos possuem administração e organização.
• Todos os reinos têm um princípio de glória, relacionado ao
rei soberano. O conjunto de cidadãos representa a glória do
seu rei.
• Do mesmo modo, todos os reinos têm um princípio de
adoração, dirigido ao rei, mas benéfico aos adoradores.
• Todos os reinos têm princípios de reputação e provisão.
(Isso significa que, em nome da sua reputação, o rei precisa
suprir as necessidades dos seus cidadãos).
• Todos os reinos têm um princípio no qual se baseiam os
decretos. (Os reis não precisam debater as leis propostas, e
seus decretos não podem ser mudados.)
• Os reis podem escolher seus próprios cidadãos.

Quando não temos conhecimento do quadro


maior, a maioria de nós se envolve em todos os
nossos rituais diários, esquecendo-nos do nosso
relacionamento com o nosso Criador. Pensamos
que tudo começa e termina em nós.

As pessoas estão procurando qualidades como essas. Elas gostariam de


uma nova economia. Elas gostariam de viver sob leis diferentes. Elas querem
experimentar o favor e os privilégios reais. Esse é o tipo de reino que todos
estamos buscando. Embora todos nós tenhamos de permanecer sujeitos às
restrições do país e da municipalidade aos quais pertencemos enquanto
vivermos no planeta Terra, conservamos uma paixão instintiva por algo
maior e melhor, uma espécie de reino de luz e bondade.
O QUADRO MAIOR

Se você não entende o quadro maior do que Deus pretendeu para a Terra e
para os seus cidadãos, você não pode entender a sua pequena parte em toda a
história. O que Deus realmente quis realizar quando criou incontáveis
sistemas solares, milhões de planetas e bilhões de estrelas? Em que Ele estava
pensando quando criou um desses sistemas solares com nove planetas (ou
oito, se não podemos mais contar Plutão)? Qual era a Sua intenção quando
Ele escolheu o terceiro planeta desse sistema solar e colocou vida nesse
planeta? E em que estava pensando quando decidiu colocar um pedaço de Si
mesmo dentro de um pedaço de barro neste planeta, criando algo chamado
homem? Em que Ele estava pensando? O que estava buscando?
Enquanto isso, aqui na Terra, qual é o sentido de continuar vivo?
Nascemos apenas para ganhar a vida, nos reproduzirmos tendo um filho ou
dois e finalmente morrermos? Quando não temos conhecimento do quadro
maior, a maioria de nós se envolve em todos os nossos rituais diários,
esquecendo-nos do nosso relacionamento com o nosso Criador. Pensamos
que tudo começa e termina em nós. Estamos sempre escalando para alcançar
o topo. Nossas vidas nunca parecem ter muito significado.
Se, entretanto, você entende que o universo criado se origina em um
universo paralelo chamado Céu, e que o Criador é um Rei que está sempre
expandindo o Seu território, você pode começar a reconhecer que faz parte de
um negócio familiar. Na verdade, fazer parte desse negócio familiar é o que
dá significado à sua vida.
O Reino é um negócio familiar e nosso Pai quer expandir o Seu negócio
para territórios estrangeiros. Ele quer que Seus filhos, como você e eu,
dirijam o Departamento Terra para Ele.
Todos os seres humanos estão em busca de algum tipo de significado, e
essa busca se manifesta de muitas maneiras. Todas as religiões tentam
responder às perguntas sobre o que é o Quadro Maior. Todos os conflitos
entre as religiões vêm de buscas que competem entre si. Não apenas os
budistas, os hindus, os muçulmanos, os cristãos e as outras religiões maiores
ou menores; até os agnósticos e os ateus fazem parte da mesma busca.
A busca não é má em si mesma, mas como sabemos muito bem, ela
muitas vezes se torna a sua própria resposta. Paramos de buscar e fazemos
dos meios o próprio fim. Ficamos na defensiva acerca da nossa própria
versão da busca e nos tornamos protetores dos nossos rituais particulares.
Nós nos separamos como membros do nosso próprio grupo particular.
Ignoramos o fato de que existe mais.
Somos os filhos do Rei. O Rei tem nos convidado a entender que somos
Seus filhos e a nos tornarmos cidadãos plenos do Reino maior, mais rico e
mais glorioso que podemos imaginar, mas não temos ouvido o Seu convite.
Em vez disso, temos perdido tempo como moleques de rua em algum terreno
baldio, tentando transformá-lo em um playground.
O Reino é um negócio familiar e o nosso Pai quer expandir o Seu negócio
para territórios estrangeiros. Ele quer que Seus filhos, como você e eu, façam
com que o Departamento Terra se pareça muito como a Sede. Ele quer
expandir a Sua experiência do mundo invisível para o mundo visível através
dos membros da Sua família. Ele quer que o Seu Reino venha e a Sua vontade
seja feita na Terra assim como ela é feita no Céu.
Este livro lhe dirá o que você deseja saber para se tornar parte do negócio
familiar mais importante de todos os tempos.
CAPÍTULO 2

A COLÔNIA

S ou um cidadão da comunidade das Bahamas. As Bahamas são uma


nação localizada em uma ilha no mar do Caribe, que foi uma colônia
da Grã
Bretanha. Todas as nações das ilhas do Caribe têm a colonização como parte
de sua história: Bahamas, Jamaica, Barbados, São Cristóvão e Nevis, São
Tomé, Santa Lucia, São Vicente, Granada, até Trinidad e Tobago, tantas ilhas
que é quase impossível contar. Muitas dessas ilhas são antigas colônias da
Grã Bretanha, e algumas delas ainda são territórios britânicos hoje.
O fato de eu ter nascido e crescido sob o governo colonial significa que
estou intimamente familiarizado com o que significa ser uma colônia bem-
sucedida de outra nação.
O que é uma colônia? Uma colônia é um território que está sob o controle
direto de um governo central imperialista. O governo, que no nosso caso era a
Inglaterra, considera a colônia como um posto avançado da autoridade central
distante. A Grã Bretanha está do outro lado do Oceano Atlântico, a sete mil
quilômetros de distância, mas aqueles de nós que viviam no território deles
das Bahamas éramos considerados cidadãos britânicos.
Por que falamos Inglês nas Bahamas e não algum outro idioma? Por
causa dos britânicos. Por que usamos o “inglês do rei” e não o inglês
americano, embora os Estados Unidos estejam muito mais próximos da nossa
costa? Por causa da nossa condição como colônia britânica por duzentos
anos. Gerações
de bahamianos foram educadas com base nesse tipo particular de inglês, e
todos os nossos negócios são efetuados nesse idioma. Apesar do fato de que
mais de 90% da nossa população é de descendência africana, com nossos
ancestrais tendo sido trazidos para as ilhas como escravos para trabalhar nas
plantações, poucos de nós conhecemos sequer alguma palavra no idioma
nativo de nossos ancestrais ou os costumes deles. Você pode notar que meus
ancestrais vieram da África, mas eu não conheço quase nada sobre a história
africana. Em vez disso, aprendi na escola sobre Sir Francis Drake, Sir Walter
Raleigh e Oliver Cromwell. Aprendi os nomes de toda a longa sucessão de
reis e rainhas ingleses. Li todas as peças de Shakespeare.
A Grã Bretanha também deu aos bahamianos outras características que os
distinguem. Eles nos deram suas meias compridas e calças curtas; nos
ensinaram a usar gravatas; eles nos deram a preferência pelos cabelos
arrumados; eles nos deram facas e garfos; eles nos deram o chá. Quando você
dirige um carro nas Bahamas, precisa dirigir do lado esquerdo da estrada
como faria na Inglaterra, e na maior parte do tempo você estará dirigindo em
estradas estreitas que se cruzam com contornos no estilo britânico. A
influência colonial é muito evidente nas Bahamas.
Você pode encontrar influências coloniais por onde quer que você vá, em
todas as partes do mundo. Na primeira vez que fui ao Suriname, que não fica
muito longe das Bahamas, na parte norte da América do Sul, pensei ter
aterrissado na Holanda. Quis falar com um homem negro no aeroporto, mas
ele não conseguia se comunicar porque só entendia o holandês. Ele só era
fluente no idioma do antigo monarca de sua nação, e eu também, e nossos
dois idiomas não eram semelhantes.

Um reino não é apenas um bem imóvel. Ele


possui uma cultura. Tem princípios morais e
padrões. Ele possui valores. E eles são
exportados para as colônias desse reino em
particular.
PADRÕES ESTABELECIDOS

Um reino é uma nação sob o governo de um rei, o que significa que o próprio
rei estabelece os padrões para o país e suas colônias. Minha esposa e eu
vimos uma boa ilustração disso quando fomos à França. Enquanto estávamos
ali, fizemos um passeio pelo Palácio de Versalhes, o grande castelo do Rei
Luís XIV. Contaram-nos sobre como o rei decretou que o comprimento de
seu pé real seria conhecido, daí por diante, como o padrão para um pé — 12
polegadas. Os pés de outras pessoas eram menores ou mais largos que o dele,
mas o pé dele se tornou a regra.
Hoje os franceses usam o sistema métrico, mas quando o Rei Luís XIV
estava no trono, eles não o usavam. O rei estabelecia os padrões, e todos eram
obrigados a segui-los. Até hoje, as crianças na escola usam uma vara reta de
medir de um comprimento específico, chamada “régua”, que em inglês é
“ruler” (regente). Eles a usam para medir coisas e para desenhar linhas retas.
Eles não discutem ou mudam o padrão. Eles só precisam se ajustar a ele.
Para reiterar a definição que usei no primeiro capítulo, um reino é a
influência governante de um rei sobre um território, impactando esse
território com a sua vontade, o seu propósito e a sua intenção, produzindo
uma cultura e um padrão moral para seus cidadãos. Em outras palavras, um
reino não é apenas um bem imóvel. Ele possui uma cultura. Tem princípios
morais e padrões. Ele possui valores. E eles são exportados para as colônias
desse reino em particular. Por definição, uma colônia é um grupo de cidadãos
estabelecidos em um território estrangeiro para influenciar esse domínio com
relação ao seu governo de origem.
Falando do Reino de Deus, poderíamos dizer que quando você entra para
o Reino, você muda de colônia. Mas pode levar muito tempo para perder a
sua velha maneira de pensar e de se comportar, assim como acontece conosco
nas Bahamas, onde a nossa cultura até hoje está cheia de costumes
britânicos,
apesar dos anos de independência que já trilhamos como nação soberana.
Quando você entra para o Reino, sua vida pessoal carregará muitos dos seus
antigos costumes enquanto você aprende a pensar e a se comportar de modo
diferente, a fim de se tornar compatível com a sua nova afiliação.
Não importa onde vivemos no globo, aqueles de nós que agora somos
cidadãos do Reino dos Céus, éramos colonos do reino das trevas quando
nascemos. Mas em algum momento ao longo do caminho nós trocamos a
nossa lealdade, unindo nossas forças aos colonos do Reino da luz. Quando
trocamos de reino, começamos a largar os nossos velhos hábitos e a nossa
velha visão de mundo, juntamente com a nossa velha maneira de pensar e as
nossas velhas expectativas. Com o tempo, devemos começar não apenas a
representar o nosso novo Rei, como também a nos parecer com Ele.

Quando as pessoas se tornam colonos do Reino


de Deus, elas se inscrevem para um treinamento
de aprendizado intenso, mas que vale a pena.
Você pode ou não saber do que estou falando
por experiência própria. A verdade é que se não
aprendermos o que significa ser um cidadão
dessa terra-colônia do Reino dos Céus,
estaremos deixando de fora todos os benefícios
que vêm com a nossa condição colonial.
“OCUPEM”

O que estou tentando explicar é como a colonização descreve tanto a


expansão do território de um reino como a expressão da personalidade do seu
rei. A colonização significa que um reino foi expandido para um território
distante, e depois de um tempo pode-se esperar que a colônia manifeste a
cultura do reino, embora seus cidadãos tenham possuído uma cultura
diferente no passado.
Quando as pessoas se tornam colonos do Reino de Deus, elas se
inscrevem para um treinamento de aprendizado intenso, mas que vale a pena.
A colonização nem sempre dá certo. Eis uma parábola de 2.000 anos
sobre algumas das dificuldades da colonização do Reino. Ela começa assim:

Certo homem de nobre nascimento partiu para uma terra


longínqua, com o objetivo de ser coroado rei de um
determinado reino e regressar. Convocou dez dos seus
servos, a cada um confiou uma moeda de ouro e orientando
a todos lhes disse: ocupem o lugar até que eu volte.
— Lucas 19:12-13, tradução livre da versão New King
James

A “terra longínqua” é uma nova colônia. O homem foi para aquele


território porque ele deveria reinar ali. Ele deixou dez dos seus servos para
trás, dando-lhes recursos e dizendo a eles para efetuarem negócios até que ele
voltasse. “Ocupar” é uma palavra que implica não apenas ficar para trás para
representar o proprietário, mas conduzir os negócios ativamente. O nobre
queria que os seus servos administrassem e assumissem o controle dos
negócios no lugar, e disse a eles que voltaria para verificar o trabalho deles.
Ao ler o restante da parábola, desenrola-se uma história infeliz que se
parece com a história da humanidade na Terra. O rei nobre é rejeitado pelos
cidadãos do novo país — e ao mesmo tempo aqueles a quem ele confiou seus
negócios o decepcionam gravemente. É verdade que alguns dos servos
tiveram êxito na realização dos negócios em graus variados, mas pelo menos
um deles se recusou a fazer qualquer coisa com o dinheiro que o seu senhor
deixou com ele; preferiu escondê-lo dentro de um pedaço de pano e deixou-o
ali o tempo todo em que seu senhor esteve fora. Será que o rei gostou disso?
Nem um pouco. Ele exerceu rapidamente o seu poder soberano para punir
tanto o servo indigno quanto os colonos rebeldes.
As coisas não tinham de acontecer assim, mas os cidadãos e os servos
optaram por repudiar os desejos de seu senhor. Quando ele veio para
reivindicar o seu reinado, eles o expulsaram do território da colônia.
Disseram a ele que não o queriam. Não foi exatamente isso que fizemos em
muitos dos nossos países nos nossos dias? Tiramos Deus das nossas escolas,
universidades e do nosso governo. Nas Bahamas não decidimos fazer uma
separação legal entre Deus e o governo, e espero que nunca o façamos, mas
em muitos outros países, essa é a lei.
Os servos na parábola foram instruídos a “ocupar” a terra porque o
território deles não foi criado para ser governado sem o rei. Mas eles não
fizeram isso. Quiseram resolver o assunto sozinhos, e o resultado foi a ruína.
Os administradores na história colocam a culpa de seus atos nas
circunstâncias, e até no próprio senhor. “Tive receio de Ti, porquanto és um
homem muito severo. Tiras o que não puseste e colhes o que não semeaste”
(Lucas 19:21). Isso parece muito com o que o Rei Deus encontra quando Ele
vai verificar como estão as pessoas que deixou para ocupar o planeta para
Ele. Dizemos isto a Deus: “Achamos que o Senhor é duro demais. Não
podemos confiar no Senhor, e preferimos fazer as coisas do nosso jeito”.

O Rei continua expandindo o Reino, um colono


de cada vez.
Como a colônia da Terra se saiu nessa tarefa? Olhe ao seu redor. A Terra
se parece com o Céu? Olhe para as grades nas nossas janelas e as armas em
nossas casas. Todos os dias há um assassinato. Temos medo de correr ao ar
livre, então compramos uma esteira rolante. Temos medo de deixar nossos
filhos visitarem certos membros da família, com medo de sofrerem abuso.
Não conseguimos ser bem-sucedidos no casamento, então os divórcios estão
em alta. Não temos nada para mostrar ao Rei a não ser vidas quebradas,
doença, depressão, conflito, divergências religiosas, guerras, frustração,
falência, tiranos e ditadores, lares partidos e nações partidas.
É tarde demais para nós? Creio que não. O Rei continua expandindo o
Reino, um colono de cada vez. Mas a única maneira de ocuparmos a terra até
que Ele volte é mudando. Precisamos que o Rei nos salve de nós mesmos.
Precisamos de um Salvador para nos salvar, para salvar a colônia. Ele está
vindo para trazer um novo governo — se nós o aceitarmos. A esta altura,
precisamos entender que nenhum dos governos que os seres humanos criaram
está funcionando: democracia, socialismo democrático, comunismo...
nenhum deles. Isso porque todos eles pertencem ao reino das trevas, ao qual
as pessoas se afiliaram desde que os nossos primeiros ancestrais declararam
independência do Rei original.
Voltando a me referir à parábola, precisamos entender que o Rei nos
pedirá para prestarmos contas a Ele. O Rei não se importará com o que o seu
pastor fez ou com o que o seu chefe fez. Ele vai querer saber o que você fez
com os recursos que lhe deu para supervisionar. Ele tem perguntas para você.
“Quero saber o que você tem feito”, Ele diz. “O que você fez para representar
o Meu Reino? Como você explicou e expandiu o Meu Reino para as pessoas
que estão no ambiente que o cerca? Você foi um bom pai ou mãe, filho ou
amigo? Você tornou as coisas melhores em sua esfera de influência? Qual foi
a sua atitude? Você está fazendo investimentos com o que Eu lhe dei? Que
tipo de trabalho você está fazendo?”
O fato é que aqueles de nós que somos conhecidos como colonos do
Reino não somos terráqueos; somos “céuzaqueos” ou “céunianos”, se é que
tais palavras existem. Somos cidadãos do Reino dos Céus. Muitos de nós
aprendemos uma oração que inclui estas palavras: “Venha o Teu Reino. Seja
feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). Quando a
oramos, nossa expectativa é que a vontade do Pai seja feita na nossa colônia,
assim como ela é feita no Céu. Estamos agindo motivados pela nossa
identidade como verdadeiros colonos que se veem como cidadãos completos
do Céu e representantes do Rei.
CIDADANIA versus MEMBRESIA

A maioria dos grupos organizados dentro das sociedades, inclusive as


religiões, funciona com base na membresia. Entretanto, os países, nações,
reinos — e suas colônias — são diferentes, porque eles funcionam com base
na cidadania. Essa é uma distinção importante a se fazer, porque do contrário
poderíamos supor que fazer parte de uma colônia significa fazer parte de
algum tipo de cidadania de segunda classe, algo mais semelhante a ser
membro de um clube.
Você precisa saber que é um cidadão completo da nação que reivindicar o
seu território como colônia. Isso se aplica até mesmo ao Céu e à Terra. O Céu
é o território do Rei chamado Deus, embora ele permaneça em grande parte
invisível aos olhos humanos. O Céu é o país de Deus, se você quiser chama-
lo assim. O Céu é um lugar real. Às vezes as pessoas que o visitaram nos dão
um vislumbre de como ele é, relatando experiências incríveis. O Céu é o
quartel general de Deus. O Seu trono está ali. (A palavra “trono” não significa
apenas uma cadeira sofisticada. Significa também uma “sede de poder” ou
uma cidadela.)
Você ouvirá dois termos usados alternadamente: o Reino de Deus e o
Reino dos Céus. Ambos significam a mesma coisa; a diferença é que o
primeiro se refere Àquele que possui o Reino e o outro se refere ao território.
É daí que extraímos alguns dos termos com os quais descrevemos Deus.
As pessoas o chamam de Rei da glória, Rei da Criação, Rei do Universo. Ele
é o Rei de tudo que é visto, assim como de tudo que é invisível. Ele possui
tudo e governa tudo a partir do Seu território original, o Céu.
Muitas vezes, aqueles de nós que habitam no planeta chamado Terra não
entendem essa configuração. Vemos o planeta físico que nos cerca, e o
achamos ao mesmo tempo agradável e assustador. Podemos reconhecer a
existência de um mundo fora da nossa experiência imediata, mas não
entendemos a sua importância. Reconhecemos que somos cidadãos de
alguma nação, mas não percebemos que todos nós possuímos dupla
cidadania: somos cidadãos de uma colônia ou país físico e também de um
país invisível.

O fato é que, aqueles de nós que somos


conhecidos como colonos do Reino, não somos
terráqueos; somos “céuzaqueos”.

Uma vez que o Reino de Deus é um país, um lugar de verdade chamado


Céu, e uma vez que os países concedem a cidadania às pessoas que habitam
ali, é a cidadania (e não a membresia) que tem sido concedida aos
“céuzaqueos” que habitam na colônia chamada Terra. A cidadania concede
mais garantias e privilégios que a membresia, juntamente com
responsabilidades específicas.
Você pode se tornar membro de uma comunidade dentro da sua colônia
ou país, mas a sua cidadania é o que o liga à comunidade em primeiro lugar.
Do mesmo modo, você pode se tornar membro de uma religião ou de um
ramo de uma religião, mas a sua cidadania no reino da luz (ou, infelizmente,
no reino das trevas) assumirá a prioridade sobre a sua membresia àquela
religião em particular.
A meta é a cidadania naturalizada, e não a simples membresia, quer você
viva no país original ou em uma de suas colônias. Você precisa buscar a
cidadania total do Reino dos Céus como se sua vida dependesse disso, porque
ela realmente depende. Como cidadão, você passará a refletir a cultura do
país que, por sua vez, reflete o regente do país. Sua vida será radicalmente
transformada e aperfeiçoada em consequência disso.
A cidadania é uma posição legal. A membresia é uma acomodação. Você
pode se candidatar à membresia no albergue local ou no Rotary Club e eles
podem decidir se irão aceitá-lo ou não. Eles também podem decidir a eliminá-
lo como membro, fazendo de você um não-membro. Mas quando você é um
cidadão, ninguém pode retirar a sua cidadania só porque não gosta de você,
nem mesmo o governo. (Você pode ler sobre como isso se aplica a um
cidadão do Reino dos Céus em João 10:28-29).
Ter cidadania legal lhe confere certos direitos, e esses direitos não
dependem de sentimentos ou emoções; eles dependem de coisas muito mais
poderosas: posição e lei. Você pode trocar de afiliação religiosa ou de outras
membresias sem perder sua cidadania no Reino, e as pessoas fazem isso. Elas
ficam com os sentimentos feridos ou ofendem alguém, então elas mudam de
lugar. Elas mudam de ideia sobre o que querem fazer, então encontram um
novo lugar que acomode seu ponto de vista.
A DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA

Por outro lado, embora um país não remova seu nome dos registros de
cidadãos, um cidadão pode remover o seu próprio nome se ele assim desejar.
Em qualquer tipo de reino, isso se chama rebelião, e acontece o tempo todo.
Quando os colonos norte-americanos escreveram sua Declaração de
Independência, eles estavam anunciando sua intenção de renunciar à
cidadania inglesa, de quebrar os vínculos legais com aquele país, de
estabelecer sua própria nação independente.

Quando você é um cidadão, ninguém pode


retirar sua cidadania só porque não gosta de
você, nem mesmo o governo.

Independência e propriedade privada são conceitos abomináveis dentro


de uma colônia. Eles não podem coexistir com a mentalidade de reino. Até
hoje, o “espírito norte-americano” é um espírito de independência, e essa
forte tendência ao individualismo e à propriedade privada resultou no
crescimento do capitalismo e nos conflitos inerentes a ele.
Quando o primeiro homem declarou independência do seu governo no
Jardim, ele renunciou à sua cidadania trocando-a pelo reino das trevas.
(Lembre-se do que escrevi no capítulo 1 — trevas é sinônimo de ignorância.
Adão ignorava a importância da obediência ao único regulamento legal do
seu governo, bem como ignorava os objetivos do seu governo.)
Uma declaração de independência resulta na perda da cidadania. Talvez
você nem saiba o que está fazendo, mas o resultado final é o mesmo. Se você
mudar de ideia, pode decidir buscar a cidadania novamente, e pode
eventualmente ser repatriado. Mas não será fácil recuperar a cidadania uma
vez que você a tenha perdido.
Quero fazer apenas uma observação aqui sobre o que a raça humana
perdeu quando o primeiro ser humano declarou independência de seu Rei
original. Afinal, precisamos saber o que estamos procurando se esperamos
recuperá-lo. A raça humana não perdeu a residência no Céu. O primeiro
humano foi criado na Terra e da terra. Sua residência era na Terra. Ele nunca
residiu no Céu e ele não caiu do Céu. Ele era o colono original, e a ele havia
sido concedida a total cidadania no Reino dos Céus quando ele ainda habitava
na Terra. O que ele repudiou foi sua missão, que era a de exercer domínio
sobre a Terra em obediência ao Rei. Quando ele se recusou a seguir as
instruções de Deus para o cumprimento de sua missão, aquele primeiro
homem perdeu o domínio e a cidadania ao mesmo tempo.
Conforme sabemos, a esposa de Adão, Eva, foi persuadida por uma
serpente falante, conhecida como o diabo, a comer um fruto de aparência
deliciosa de uma das árvores do jardim deles no paraíso. O problema foi que
aquela era a única coisa que o seu Rei-Criador, Deus, os havia instruído a não
fazer. Eles só tinham uma única regra a cumprir, e eles a quebraram. Então
eles foram expulsos do seu jardim, e todos os filhos, netos e descendentes
deles nasceram fora do território colonial — o que significa que nenhum
deles nasceu com a cidadania do Reino dos Céus.
Por causa daquilo que o primeiro homem fez, cada um dos 7,3 bilhões de
pessoas da Terra e as 259 mil que nasceram na noite passada estão famintas
pelo Reino de Deus. Não se trata de ir para o Céu um dia (embora a maioria
dos religiosos pense assim); trata-se de ser repatriado no Reino que o nosso
antepassado há muito tempo perdeu. Trata-se de retomar o exercício do
domínio sobre o planeta, expandindo a colônia original até que ela cubra todo
o globo.
No Jardim, o primeiro homem tinha tudo. Ele tinha toda a provisão e
todos os privilégios que acompanham a missão da mordomia e
administração. O
Jardim foi o primeiro assentamento da colônia do Céu, e a Queda mudou
tudo isso. Chamamos isso de “a Queda” e, no entanto, na verdade não
pensamos muito sobre de onde aqueles primeiros humanos caíram. Da
inocência? Da bondade? Da obediência? Sim, mas o mais importante foi que
eles caíram do domínio. Eles caíram dessa função, quebrando a única regra
ou lei que lhes havia sido dada. Por duas mordidas em uma fruta, eles
perderam sua cidadania na colônia do Reino dos Céus. Através da Queda, a
Terra foi desconectada do Céu. Adão não se submeteria mais à direção de
Deus.

Trata-se de retomar o exercício do domínio


sobre o planeta, expandindo a colônia original
até que ela cubra todo o globo.

Quando você corta o relacionamento com o seu reino, precisa estabelecer


o seu próprio governo. E viver de modo independende pode ser bem difícil.
Desde que declaramos a nossa independência nas Bahamas, não consultamos
mais a Inglaterra para tomar decisões governamentais. Tivemos de começar a
governar o nosso próprio país. Encontramos problemas intermináveis com os
quais nunca havíamos nos deparado antes, e tivemos de resolver sozinhos o
que fazer.
ALTA TRAIÇÃO

A decisão do primeiro homem de desconsiderar a proibição de Deus e comer


o fruto da árvore parece algo não tão importante. Mas Deus considerou isso
alta traição. A traição envolve engano e corrupção. A mais alta forma de
confiança havia sido quebrada. Adão não apenas desobedeceu à única regra
que lhe havia sido dada, como ele mentiu sobre ela depois.
Se um embaixador de um país vendesse os segredos do seu país para
outro, isso seria traição. Em todos os países do mundo, a traição é passível de
morte. É por isso que Deus, quando deu a Adão o mundo inteiro para
governar, confiou todo ele à sua mordomia, mas deu-lhe uma única
proibição: “Mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal,
porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (Gênesis 2:17,
NVI).
O pronunciamento da punição de morte revelou a gravidade do pecado. A
palavra pecado significa rebelião contra a autoridade. Agora Adão e todos os
indivíduos que o seguiram encontrariam a morte inevitável. Ele havia
cometido traição. O próprio homem não podia desfazer a punição. Um novo
Adão teria de vir do Céu para fazer isso, e Ele o fez. Ele veio para restaurar o
que Adão perdeu — tudo.
O GOVERNADOR DA COLÔNIA

Quando as Bahamas ainda eram uma colônia, a Rainha quase nunca ia lá. Em
toda a minha vida, creio que ela nos visitou duas vezes.
E, mesmo assim, ela era a nossa regente. Isso mostra como um soberano
não precisa ir ao território para reivindicá-lo ou retê-lo. O que ela fez foi
enviar um homem chamado “governador” para viver ali. Enquanto ele estava
no território, a rainha estava sendo representada ali. Uma sucessão de
governadores viveu na grande mansão rosa conhecida como a Casa do
Governo, na Duke Street, em Nassau.
Naturalmente, quando uma colônia declara independência do país de
origem, o governador indicado precisa partir. Em meu país, isso aconteceu
pacificamente, mas em outras colônias acontece com violência. Então o novo
governo independente precisa estabelecer a sua própria estrutura e as suas
próprias regras. À medida que o novo país se ajusta à condição de soberano,
muitos cidadãos podem ansiar pelos “velhos tempos” quando estavam sob o
governo colonial. Outros ficarão perfeitamente felizes enquanto estruturam
uma existência independente e criam uma cultura distinta.

Um novo Adão teria de vir do Céu para fazer


isso, e Ele o fez. Ele veio para restaurar o que
Adão perdeu — tudo.

Como o exercício governamental se transfere para o Reino dos Céus e


para a sua colônia em expansão na Terra? Em primeiro lugar, a população
nativa não pode assumir o papel do exercício governamental colonial, embora
eles possam ser cidadãos leais. Esse papel está reservado a um representante
especial, divino, vindo do país celestial e conhecido como o Espírito Santo.
Nunca se pretendeu que a colônia-Terra funcionasse sem o seu governador
celestial, mas quando a humanidade declarou independência, Ele teve de
partir. Os cidadãos perderam sua conexão legal com o seu primeiro país, o
Céu. Eles jogaram fora a sua constituição, o seu governo e a sua cultura.
O resultado foi que herdamos um caos. O nosso mundo hoje é uma
cultura de morte. Nós nos tornamos cidadãos de um país (toda a Terra) que,
sem a influência estabilizadora do Céu, ficou completamente descontrolado.
Lutando dentro de nossas casas e fazendo guerras no exterior, continuamos
tentando controlar a situação descontrolada em que nos encontramos, mas
não conseguimos entrar em um acordo sobre como fazer isso. Será que
podemos ter o nosso primeiro governador de volta?
Você conhece a resposta para o nosso dilema? Vamos explorá-la um
pouco mais juntos.
CAPÍTULO 3

O QUE É CIDADANIA?

V isitei mais de setenta países, por isso meu passaporte realmente se


movimenta. Às vezes, embora eu tenha toda a documentação correta,
passo por dificuldades com os oficiais da alfândega. Suponho que eles
estejam apenas fazendo o trabalho deles, mas creio que às vezes eles vão
além de sua função. As interrogações parecem intermináveis. Quando isso
acontece, tenho vontade de perguntar ao meu interrogador: “Veja, eu venho
das Bahamas, e você está me fazendo querer voltar para casa. Você tem ideia
de como as Bahamas são um lugar maravilhoso? O cidadão bahamiano tem
tudo. Temos tudo em meu país, amigo. Não precisa se preocupar comigo”.
Momentos como esses me fazem dar valor aos benefícios da minha cidadania.
Voltando a falar sobre as Bahamas, temos pessoas de outras nações
caribenhas, como o Haiti, clamando por cidadania. Essas pessoas querem se
juntar ao nosso governo ou ao governo de nações como os Estados Unidos;
elas estão procurando alguma jurisdição próxima que seja melhor que a delas.
Embora o Haiti seja a república negra mais antiga do mundo e a segunda
república mais antiga do hemisfério ocidental depois dos Estados Unidos, o
país ainda passa por dificuldades econômicas. Os cidadãos comuns enfrentam
uma enormidade de problemas. São pessoas boas, mas o sistema
governamental delas parece estar defeituoso. Como é o caso de outros países
com problemas, você encontrará um grupo muito pequeno de pessoas que são
ricas e uma grande maioria que é muito pobre. Para o cidadão haitiano
comum, os benefícios da cidadania são realmente limitados. Por essa razão,
eles estão dispostos a desarraigar suas famílias de sua terra natal e começar de
novo em outro lugar. Segundo algumas estimativas, 40 mil haitianos estão
vivendo agora nas Bahamas, e uma grande proporção desse número pode ser
de imigrantes ilegais. Eles sabem que a condição de cidadão legal pode ser
difícil de conseguir e que as pessoas precisam querer isso com muita vontade
para se esforçarem nesse sentido. Sabem que a cidadania bahamiana lhes
daria oportunidades que não poderiam ter de qualquer outra maneira.
Por definição, um “cidadão” é alguém que deve lealdade a um governo e
que, portanto, tem o direito de receber proteção contra maus tratos e também
de desfrutar os direitos e privilégios especiais que acompanham a cidadania.
Um cidadão está automaticamente ligado à sede de poder do seu governo. É
por isso que as pessoas querem se tornar cidadãs de nações bem-sucedidas e
ricas; quando você é um cidadão, pode esperar que a sua vida melhore. Por
que outra razão você iria querer passar por todos esses problemas?
DIREITOS E BENEFÍCIOS DA CIDADANIA

A cidadania é o bem mais valioso de uma nação. Por causa do seu poder, ela
não é concedida ou obtida facilmente, e os cidadãos atuais de uma nação não
querem imediatamente compartilhar a cidadania com os de fora. Estamos
vendo isso acontecer em muitos países da Europa Ocidental atualmente,
devido ao contínuo fluxo de imigrantes de países muçulmanos. Uma
transferência de população tão grande tem o potencial de transformar toda a
formação religiosa, social e cultural da Europa. Semanalmente, ouvimos falar
sobre badernas sectárias e relacionadas a conflitos de poder legal. Os
imigrantes muçulmanos não estariam se mudando para esses países se eles
não oferecessem a esperança de um padrão de vida mais elevado.

Os benefícios da cidadania em um país com um


sistema de governo de reino podem superar em
muito os benefícios da cidadania até mesmo de
nações ricas, mas que não possuem formas de
governo de reino.

Dos Estados Unidos, ouvimos relatos de desafios com a imigração


mexicana. Apesar dos postos de controle e de uma cerca real na fronteira
entre Estados Unidos e México, os imigrantes ilegais fluem para os estados
do sudoeste e se dirigem para o norte. Alguns legisladores querem colocar
todos os estrangeiros ilegais em uma trilha rápida para a cidadania norte-
americana. Outros querem detê-los e deportá-los.
A cidadania é uma condição tão valiosa que as pessoas estão dispostas a
fazer coisas más para obtê-la. Elas falsificam documentos ou se casam com
pessoas que nem sequer conhecem, simplesmente para conseguir as
vantagens da cidadania. Todos os imigrantes, legais ou não, estão em busca
dos privilégios e benefícios do país anfitrião. Eles querem empregos, salários
mais altos, melhor assistência médica, melhores oportunidades educacionais e
uma qualidade de vida geral melhor do que a que eles têm como cidadãos de
seus países de origem. A melhor maneira de obter melhores benefícios e
direitos é tornando-se cidadãos de uma nação bem-sucedida e próspera.
Um cidadão faz parte de um grupo de elite, um grupo privilegiado, mas as
pessoas que nasceram com sua cidadania não dão valor a essa condição tanto
quanto deveriam. A cidadania é fácil de conseguir se você nasceu com ela,
mas se você precisa buscar a cidadania naturalizada, logo descobrirá que esse
pode ser um processo árduo. A condição de cidadão é preciosa demais para
os governos a distribuírem indiscriminadamente, como se fosse um folheto.
Você precisa saber que os benefícios da cidadania em um país com um
sistema de governo do reino podem superar em muito os benefícios da
cidadania até mesmo de nações ricas, mas que não possuem formas de
governo do reino. Isso porque, idealmente, a riqueza do rei será distribuída
amplamente a seus cidadãos, ao passo que em um país democrático no qual o
capitalismo prevalece, nem todos podem ganhar sobre os recursos no mesmo
nível. (Na verdade, a pobreza é necessária para que o capitalismo funcione,
porque é preciso que haja pessoas que “não possuem” às quais se possa
vender os produtos e serviços).
O PRINCÍPIO DA “COMMONWEALTH”[1]

A palavra “commonwealth” só existe nos reinos. Quando as Bahamas faziam


parte da Commonwealth Britânica, os britânicos construíam as nossas
estradas e nos forneciam água potável. Eles nos traziam eletricidade e outros
serviços de aprimoramento. Eles tinham os seus navios de guerra ancorados
no porto de Nassau para poder proteger os pobres bahamianos.

O cidadão de um reino que está em posição


correta com o rei tem mais do que o suficiente
de tudo.

Quando decidimos declarar a nossa independência, todos esses tipos de


assistência cessaram. Independência significa que você precisa dirigir os seus
próprios negócios, pagar as suas próprias contas, providenciar a sua própria
água potável e manter o seu próprio sistema de estradas. (Assim, as nossas
estradas hoje são famosas por serem esburacadas. Não fazemos mais parte de
uma Commonwealth que paga pelas melhorias.)
Por causa do princípio do “commonwealth”, o conjunto de cidadãos de
um reino começa a refletir as qualidades do seu rei, inclusive a sua riqueza.
Em exemplos extremos, você vê algo como o Palácio de Versalhes, que é tão
grande que levaria três dias para percorrer todos os quartos, com ouro por
toda parte. É o maior palácio real do mundo. E isso é apenas a casa. O Rei
Luís XIV também tinha estábulos para seus cavalos que eram tão extensos
que cobririam a metade das Bahamas. Até hoje, esses estábulos são mais
bonitos que a casa onde moro.
Três mil pessoas moravam no Palácio de Versalhes em qualquer época.
Elas queriam morar ali, é claro, porque tudo lhes era fornecido. Os aposentos
dos criados tinham chão de mármore. Alojamento gratuito. Comida gratuita.
Roupas gratuitas. Tudo gratuito. E quando o rei se mudava para a sua casa de
inverno — porque o Palácio de Versalhes era apenas a sua casa de verão —
tudo ia com ele, todas as três mil pessoas, seis mil cavalos, o ouro — todo o
governo tinha de se mudar.
O cidadão de um reino que está em posição correta com o rei tem mais do
que o suficiente de tudo. O rei define os padrões — e ele possibilita que os
seus cidadãos os atinjam. Lembre-se da nossa definição de reino: um reino é a
influência governante de um rei sobre um território, impactando esse
território com a sua vontade, o seu propósito e a sua intenção, produzindo
uma cultura e um padrão moral para seus cidadãos. Observe que esses
benefícios pertencem somente aos seus cidadãos. A cidadania tem um grande
valor. O bem-estar de um indivíduo depende dela.
O PODER DA CIDADANIA

A cidadania dá poder a um indivíduo; a cidadania dá acesso legítimo a todos


os direitos e privilégios de uma constituição e de um país. Tornar-se um
cidadão, principalmente um cidadão de um reino como o Reino de Deus,
significa que você se torna poderoso. A sua cidadania é a fonte da sua
autoridade pessoal no que se refere a esses direitos. Você tem o poder para
exigir as coisas. Através do poder da sua cidadania, você pode reivindicar
privilégios e promessas constitucionais. A constituição é mais poderosa que
os cidadãos, assim como a lei é mais poderosa que o advogado ou o juiz que a
exerce e sem dúvida mais poderosa que os políticos que falam sobre ela. Os
bons cidadãos têm acesso à plena proteção e vantagem da lei.
Lembre-se do que aprendemos no capítulo 2 sobre cidadania versus
membresia. Os países não possuem membros. Você não pode ser um membro
dos Estados Unidos da América. Você não pode ser um membro da Jamaica.
Você pode sem dúvida ser um membro de um grupo religioso ou de uma
organização, mas você jamais diria que é membro de um país porque a
membresia não lhe confere toda a série de direitos da cidadania. Os cidadãos
têm direitos, e eles não precisam pagar mensalidades de membresia para
mantê-los. A cidadania é permanente, se você quiser que ela seja. Quer as
pessoas que o cercam gostem de você ou não, você não pode ser privado dos
seus direitos constitucionais por um consenso ou pelo capricho de alguém.
Uma vez que você seja um cidadão, não é mais um mero membro; você é
uma criatura legal, o que significa que a lei o protege. Você poderia até dizer
que a cidadania é perigosa.
A lei significa que você remove as emoções e os relacionamentos da
equação. Não importa de quem você gosta ou não gosta, ou quem gosta de
você. Você é um cidadão, independente disso.
Os cidadãos têm direitos, e eles não precisam
pagar mensalidades de membresia para mantê-
los. A cidadania é permanente, se você quiser
que ela seja. A cidadania é o presente mais
poderoso que um governo pode dar a um
indivíduo.

Você pode aprender o idioma de um país e mesmo assim não ter a


cidadania dele. Você pode obter um visto de trabalho e ganhar dinheiro em
um país e continuar sendo um estrangeiro. Você pode viver por décadas em
um lugar e nunca se tornar um cidadão. Apenas passando por todo o processo
de iniciação da cidadania é que você pode se tornar um cidadão. Da sua parte
como cidadão, você precisa se submeter às regras e regulamentos do seu
governo. Da parte do governo, ele concorda em receber você e em lhe dar
direitos poderosos. Você só pode se tornar um cidadão quando o governo
optar por fazer um acordo com você.
Atrás da cidadania está uma aliança — um contrato legal ou um acordo
solene — entre o governo e cada cidadão individual. Os cidadãos, em outras
palavras, têm um contrato com o governo deles.
Essa aliança de cidadania lhe confere tanto poder que você pode até
atacar o governo. Os governos sabem disso, e essa é uma das razões pelas
quais eles não dão a cidadania a todos os que passam pelo serviço de
imigração. A cidadania é o presente mais poderoso, para usar o termo de
forma ampla, que um governo pode dar a um indivíduo. A constituição do
governo garante certos direitos valiosos a seus cidadãos, e cada cidadão tem
acesso aos mesmos direitos.
Os cidadãos precisam manter o seu acesso a esses direitos cumprindo com
um conjunto de leis comuns. Quando você se muda para outro país, não leva
as suas próprias leis com você. Você precisa se submeter às leis desse país
todos os dias se espera executar a sua parte do acordo. Todas as alianças ou
contratos têm duas partes, e o contrato de cidadania não é exceção. A parte do
cidadão do acordo é cumprir com a lei da terra.
Esses direitos estão garantidos a você. Você não precisa implorar por eles.
Não precisa subornar ninguém para manipular favor. Quando você se torna
um cidadão de um país, você é responsável perante o governo por seguir as
leis. O governo é responsável por proteger os seus direitos, mas você sempre
permanece responsável pelo seu comportamento. Se transgredir a lei, você
poderá se ver privado de alguns dos seus direitos por algum tempo. Quando
as pessoas vão para a prisão, a cidadania delas não é revogada, mas alguns
dos direitos e privilégios sim — porque elas não cumpriram a parte delas do
contrato como cidadãos cumpridores da lei.

Um governo poderia lhe dar uma propriedade, e


isso não seria tão seguro quanto a cidadania,
porque eles poderiam tomá-la de volta e
expulsá-lo.

De uma maneira muito real, a cidadania é o compartilhamento de poder.


Um cidadão compartilha o poder do governo. Na essência, um cidadão se
torna um com o governo. (Um exemplo negativo desse poder seria quando
um governo eleito de repente estende a cidadania a um grupo de pessoas que
então votará para que eles retornem ao poder).
Não pode ser concedida a um indivíduo honra maior que a de torná-lo um
cidadão. Um governo poderia lhe dar uma propriedade, e isso não seria tão
seguro quanto a cidadania, porque eles poderiam tomá-la de volta e expulsá-
lo. Eles poderiam lhe dar um visto para viver no país por seis meses, mas ao
fim desse período, você teria de partir. Eles poderiam lhe dar uma licença de
trabalho de cinco anos e, no entanto, você não poderia exercer os direitos de
cidadania — e a qualquer momento durante esses cinco anos, eles poderiam
mudar de ideia, redigir uma nova lei e dizer a você para voltar para casa
imediatamente.
A cidadania é um privilégio, no fim das contas. Você não pode tê-la sem
esforço. A cidadania não é um direito, mas um privilégio que lhe concede
direitos. Você não pode exigi-la e não pode apressá-la. Conversei com
pessoas que viveram nas Bahamas por anos e que se candidataram à
cidadania, mas ainda estão esperando. A política nacional varia de um lugar
para outro, mas a única maneira rápida de se tornar um cidadão é nascer no
lugar, ou nascer dentro dos limites do país em particular, ou nascer em outro
lugar, mas de pais que são cidadãos legais. Algumas pessoas pensam que isso
é apenas um pedaço de papel que foi carimbado pelo serviço de imigração. É
muito mais que isso. É um pedaço do país.
A cidadania é conferir uma nação a um indivíduo. Eles pegam todo o país
e o colocam sobre você. Você entra sem nada e sai com tudo.
Eis a minha melhor definição de cidadania:

Cidadania são os direitos e privilégios constitucionais concedidos a um


indivíduo, garantindo-lhe uma condição legal que é protegida pelas leis do
país.
CIDADÃO E PORTADOR DE UM PASSAPORTE

Quando você é um cidadão, pode obter um passaporte que diz isso, e as


pessoas terão de respeitar a sua cidadania onde quer que você vá porque você
tem todo o poder do seu governo por trás de você. Na verdade, o seu
passaporte pertence ao governo, e não a você pessoalmente. É um crime
destruí-lo e você tem de entregá-lo se o governo lhe disser para fazer isso.
Quando um oficial lhe pede para ver o seu passaporte, é a única confirmação
da sua cidadania que ele quer ver. Ele não quer a sua certidão de nascimento
ou a sua carteira de motorista. O seu passaporte diz a ele que você é um
cidadão. Na maioria dos casos, ele lhe fará algumas perguntas sobre o que
você pretende fazer no país dele, e depois o carimbará e o fará passar. Esse
passaporte significa que ele precisa tratar você corretamente.
No meu passaporte, posso ler algo assim: “Permita que o portador deste
documento passe livremente sem obstáculos ou impedimentos e conceda ao
portador a assistência e proteção que venha a ser necessárias”. Quando
retorno ao país da minha cidadania, o meu passaporte me permitirá entrar
novamente sem qualquer problema, também.
A minha cidadania vai comigo para onde eu for. Não preciso ir ao meu
país ou permanecer nele para ser um cidadão.

Você não poderá dirigir um carro ou votar em


uma eleição até atingir certa idade, mas será
considerado um cidadão desde o primeiro dia de
sua vida.
ENTRANDO NA CIDADANIA

Você e eu nascemos com uma cidadania, e essa é a cidadania com a qual


tivemos de começar, quer quiséssemos ou não. Nascemos sendo filhos (ou
filhas) e cidadãos legais ao mesmo tempo. Obviamente, o nascimento físico é
a principal maneira de se tornar um cidadão de um país. Você não poderá
dirigir um carro ou votar em uma eleição até atingir certa idade, mas você
será considerado um cidadão desde o primeiro dia da sua vida.
Logo depois que aprende a falar, você aprende o seu sobrenome e o nome
do seu país. Logo você poderá completar a frase: “Sou um cidadão do
”. Talvez você não saiba ainda o que isso significa, mas está
vivendo nele.
Você não precisa praticar ou ensaiar para ser um cidadão. Eu nunca tive
de treinar para ser um bahamiano. (“Hoje, vou ser um bahamiamo. Vou
pensar muito nisso o dia inteiro...”.) Você também não precisa praticar certos
rituais como parte da sua cidadania. Eu me tornei um cidadão bahamiano
simplesmente em virtude do meu nascimento em Bain Town, um lugarzinho
humilde próximo a Freeport, na extremidade ocidental da ilha da Grand
Bahama. Essa é a minha identidade, e ela é permanente, a não ser que eu
decida passar por muitos problemas para mudá-la.
Muito do que significa ser um cidadão será uma parte natural da sua vida.
Mas às vezes você pode valorizar e se apropriar mais dos benefícios da sua
cidadania pensando sobre o que significa entrar nela. Eis algumas maneiras
pela quais você pode entrar mais plenamente na cidadania plena que já
possui:

Experimente-a agora. Você não precisa esperar até que seja


mais velho nem precisa visitar a capital. Se você é um
cidadão que está vivendo em uma colônia, não precisa
esperar até poder viajar para o país que colonizou a sua
região. Você pode experimentar a sua cidadania exatamente
onde está.
Explore a sua cidadania. Apenas tornar-se um cidadão não
significa que você sabe tudo sobre o seu país ou sobre as
suas liberdades e restrições. Se você é um cidadão dos
Estados Unidos, você tem cinquenta estados e o Distrito de
Columbia para explorar. Você tem 300 mil pessoas para
conhecer, diferentes idiomas para aprender, diferentes
comidas para provar. Você poderia passar o resto de sua
vida explorando o seu país.
Aplique os seus direitos. Tome posse dos benefícios e peça
as proteções. Desfrute o que lhe pertence. Ser um cidadão
que não conhece os seus direitos é como não ser um
cidadão.
Viva na cultura da qual você é um cidadão. Abrace mais
dela. Viva um estilo de vida compatível com um cidadão do
seu país.
Submeta-se às leis constitucionais e aos códigos de conduta
da sua nação. Você não apenas ficará livre de problemas,
como reforçará a sua reivindicação pelos direitos e
benefícios que são seus em virtude da sua condição de
cidadão.

Como parte da sua entrada mais plena na sua preciosa cidadania, você
pode decidir dar uma olhada em uma cópia da constituição do seu país,
apesar do fato de que a terminologia legal pode ser de difícil compreensão. A
maioria das pessoas nunca faz isso. Muitas pessoas nem sequer pensam no
fato de que a cidadania delas é controlada por um documento chamado
“constituição”.
Se você é um cidadão que vive em uma colônia,
não precisa esperar até poder viajar para o país
que colonizou a sua região. Você pode
experimentar a sua cidadania exatamente onde
está.

Agora, é verdade que as pessoas podem interpretar a mesma constituição


de maneiras diferentes, mas isso não a torna destituída de poder. É também
verdade que a constituição do seu país foi escrita por legisladores que
provavelmente são muito idosos, se já não estiverem mortos, de modo que
ninguém pode consultá-los para ter a palavra final sobre o que eles
pretendiam quando escolheram aquelas palavras. Não obstante, ela é a única
constituição que você tem, a não ser que você reivindique uma dupla
cidadania.
Mantenha a palavra “constituição” em mente enquanto continua a ler este
livro, porque quero defender outro ponto importante sobre isso mais tarde.
Este é um livro sobre o tipo de cidadania mais especial que você pode
possuir, e os atributos da sua cidadania nacional podem ajudar você a
entender a sua cidadania no Reino.
CAPÍTULO 4

O PRINCÍPIO DA DUPLA CIDADANIA

M ais de quarenta nações estão representadas na minha igreja, em


Nassau. É um lugar muito internacional. Quando nos reunimos em
um
domingo de manhã, posso olhar em volta pela grande sala e apontar muitas
delas — uma família das Filipinas, outra do Haiti, diversas pessoas da
Jamaica, um bom número de vários estados dos Estados Unidos, e algumas
que vieram visitar ou viver aqui vindas de países africanos. Cada um desses
cidadãos de outro governo chegou às Bahamas como hóspede. Alguns deles
pretendiam ficar e pedir a cidadania bahamiana, trocando-a pela cidadania
com a qual iniciaram suas vidas, ao passo que outros manterão a sua
cidadania original mesmo adotando uma nova. Eles serão detentores de uma
dupla cidadania.
Um dos nossos membros trabalha na Flórida, que não fica muito distante
das Bahamas. Ele me disse há pouco tempo: “Pastor Myles, acabo de obter a
minha cidadania norte-americana”. Perguntei a ele se iria abrir mão da sua
cidadania bahamiana. “Não!” disse ele. “Quero ter os benefícios de ambos os
países. As Bahamas não são um país pobre. Se alguma coisa acontecer com o
meu emprego nos Estados Unidos, voltarei para cá”.
Outro jovem que visitava a minha congregação veio do Haiti e também
conseguiu a cidadania norte-americana. Felicitei-o, e perguntei se ele
manteria a sua cidadania haitiana. “Não”, ele sorriu. “Sou um norte-
americano agora”.
Ele não viu necessidade de explicar por que não queria manter as duas
cidadanias.
Em ambos os casos, esses homens estavam seguindo a promessa de uma
vida melhor. Eles se mudaram para um país onde a economia era mais forte e
as oportunidades de progresso eram mais numerosas. No novo país, eles
tinham acesso a um serviço de saúde melhor e a uma educação melhor para
seus filhos, e eles até gostavam do clima. Um homem havia deixado uma
situação bastante promissora por outra ainda mais promissora, e o outro
homem decidiu que a sua antiga situação não lhe prometia absolutamente
nada. Na verdade, ele não se importava mais em ser identificado com o seu
antigo país, de modo que ele deixou de usar o seu passaporte haitiano. Ele
não estava muito tentado a voltar.
Um dos pastores da nossa equipe nasceu nos Estados Unidos. Sua mãe é
norte-americana e seu pai é bahamiano. Assim, ele nasceu com a sua
cidadania norte-americana, mas quando cresceu ele decidiu também requerer
a sua cidadania bahamiana por causa de seu pai, e mudou-se para viver aqui.
Ele optou por ter dupla cidadania. Agora ele tem “uma perna” em cada país, e
se alguma coisa ruim acontecer em um país, ele pode se voltar para o outro.

A cidadania não é apenas um pedaço de papel.


Sua cidadania representa todo o país.
JOGANDO A SUA ÂNCORA

A nossa cidadania deveria ser uma fonte de segurança, e todos nós


precisamos estar ancorados em algum lugar. Se você não tem uma âncora,
ficará à deriva indo para onde a corrente o levar e nunca conseguirá muita
coisa.
Lembre-se: a cidadania não é apenas um pedaço de papel. Sua cidadania
representa todo o país. Afinal, como você se chama como cidadão? Você se
chama segundo o país, não é mesmo? Sou um cidadão das Bahamas, então
sou um bahamiano. Um cidadão dos Estados Unidos da América é um norte-
americano. Um cidadão da Nigéria é um nigeriano. Alguém da Bulgária é um
búlgaro. De certa forma, você não é mais uma pessoa apenas, você é um país!
Isso significa que, como mencionei no capítulo 2, um cidadão do Reino
dos Céus poderia ser chamado de “céuzaqueo” ou de “céuniano”, embora não
tenhamos uma palavra para isso. Há dois mil anos, quando as pessoas
perguntavam a Jesus: “De onde você veio?”, Ele respondia que viera do Céu.
O que Jesus queria dizer era que Ele não era da Terra, como eles eram. Ele
por acaso estava vivendo no planeta Terra, mas a Sua cidadania era de outro
país, o Céu.
Quando Jesus começou a explicar sobre o que estava falando, as pessoas
começaram a entender que Ele as estava convidando para reivindicar a
cidadania celestial também. Na verdade, se elas concordassem em se tornar
“colonos”, como descrevi, obteriam aquela cidadania celestial
automaticamente. E a única coisa prática a fazer para receber aquela
cidadania seria viver de acordo com ela, mesmo enquanto ainda estavam
dentro de um país ou reino na Terra, porque era ali que elas viviam,
trabalhavam e geravam seus filhos. Assim elas precisariam ter dupla
cidadania pelo restante de suas vidas terrenas.
Esse convite ainda está de pé. Você e eu podemos ter muito claro em
nossas mentes a qual país pertencemos, mas à medida que aprendemos sobre
o
Reino celestial (e como o recebemos juntamente com a nossa filiação
celestial, sobre a qual aprenderemos mais neste livro nos próximos capítulos),
nós também teremos dupla cidadania — e talvez até tripla cidadania, como
no caso dos meus amigos que já possuem duas cidadanias terrenas em seu
nome. Você se adaptará a viver com duas culturas sobrepostas, mas jogará a
sua âncora e se firmará no lugar onde vê que há mais promessas.
PARE DE FAZER DA TERRA A SUA PRIMEIRA REFERÊNCIA

Um homem chamado Paulo foi um dos expositores que mais falou sobre as
promessas do Reino de Deus. Nos anos que se seguiram à crucificação de
Jesus, ele viajou de um lado a outro do Mar Mediterrâneo explicando o que
era o Reino de Deus. Certa vez, Paulo escreveu uma carta a um grupo de
crentes em uma região que faz parte do norte da Grécia hoje. Ele estava
tentando ajudá-los a lidar com a perseguição por parte de seus regentes
romanos.
A coisa mais útil que ele podia dizer a eles era que se lembrassem de que
eles não precisavam enfrentar a perseguição usando os mesmos pontos de
referência (em outras palavras, os conflitos entre os direitos dos cidadãos da
terra), porque na verdade “a nossa cidadania é no céu” (Filipenses 3:20).

A economia do Reino nunca é afetada por nada,


e todo o poder do Céu está operando em nosso
favor. O seu futuro está seguro — e o seu
presente também.

Assim como qualquer cidadania terrena, a cidadania celestial está


protegida. Mesmo que os seus concidadãos não gostem de você, eles não
podem destituí-lo dela. Quando está debaixo da cobertura de sua cidadania
celestial, você pode evitar o espírito de contenda que vem do reino das trevas
e se manter longe dos maus conselhos, que somente levam a soluções que são
um beco sem saída. Quando aprende a fazer da sua cidadania do Reino uma
prioridade, você sempre estará em uma situação benéfica, em todos os
aspectos.
A dupla cidadania é particularmente poderosa por ser tanto terrena quanto
divina. O esforço de colonização do Reino de Deus destina-se a trazer aos
cidadãos do Reino a vantagem da dupla cidadania, porque a cidadania terrena
com a qual começamos nossa vida não pode nos proteger.
Seria muito melhor se aprendêssemos a parar de fazer da cidadania
terrena a nossa primeira referência! A economia do Reino nunca é afetada por
nada, e todo o poder do Céu opera em nosso favor. O seu futuro está seguro
— e o seu presente também. Nada nele depende do que acontece neste
mundo, seja bom ou mau, apenas do que acontece no Céu. E no Céu, tudo
está sempre bem.
Lembre-se do que eu disse, no capítulo 1, sobre o reino das trevas e o
Reino da luz. A razão pela qual eu quis trazer a ideia da dupla cidadania é
porque se você escolher se tornar um cidadão do Reino dos Céus,
inevitavelmente terá dupla cidadania, quer você reconheça ou não o fato.
Todos os cidadãos terrenos, até aqueles que desfrutam de excelentes
benefícios e proteções, são prejudicados pelo reino das trevas. Como poderia
ser diferente? Mas quando você tem dupla cidadania, pode dar preferência ao
Reino da luz, e eu garanto que você não se arrependerá disso.
A maioria dos cristãos não está no Reino. Sei que essa é uma afirmação
chocante. Os membros de outras religiões também não estão. Isso porque a
maioria das pessoas que se identificam como membros de uma igreja cristã
continuam sendo cidadãs do mesmo reino das trevas que as pessoas que as
cercam. E como tais, elas só podem ser influenciadas pelo nível da jurisdição
sob a qual vivem. O estilo de vida delas não muda. Elas podem frequentar
reuniões em uma igreja, mas não “nasceram de novo” como podem pensar
que nasceram. Veja bem: elas cantam no domingo e amaldiçoam na segunda.
É assim que a coisa funciona.
Elas não têm dupla cidadania. Não podem dar preferência a uma
cidadania superior, porque não sabem nada sobre isso e não procuraram por
isso. Elas não refletem a cultura do Reino, que é uma cultura de luz,
libertação de conflitos e muito mais.
É HORA DE PAGAR SUAS DÍVIDAS

A cidadania do reino submerge você em uma cultura, não em uma série de


rituais. Isso é algo difícil de fazer o outro entender, porque nascemos dentro
de uma série de rituais. Todas as religiões organizadas, até as mais simples,
possuem rituais. Elas têm reuniões, procedimentos, programas, costumes e
taxas; tudo está calculado. Todos os fins de semana, os religiosos seguem os
seus rituais. (A maioria dos cristãos realiza suas reuniões aos domingos. Os
adventistas do Sétimo Dia e os judeus realizam as deles aos sábados. Os
muçulmanos realizam as deles às sextas-feiras. Todos têm os seus dias
especiais).

A cidadania do reino submerge você em uma


cultura, não em uma série de rituais.

Mencionei no capítulo 3 que você não pode “praticar” a cidadania. A


palavra tem duplo significado. Você não apenas não pode treinar e ensaiar
para a cidadania, como não pode reivindicar a cidadania simplesmente
porque pratica e realiza vários rituais. Você pode praticar desempenhar bem
uma religião, mas nunca a cidadania.
Você não pode “fazer” um país, como você faz um ritual. Pense nisso.
Quantas vezes você é um cidadão? A que horas do dia? Por quanto tempo?
Somente no final de semana por uma hora? Somente quando você está
usando uma determinada linguagem ou comendo certas comidas?
Você simplesmente é um cidadão, não é? Se todas as luzes se apagarem,
você ainda é um cidadão. Se você não pagar os seus impostos ou os seus
dízimos, você ainda é um cidadão. Você pode ser um cidadão irresponsável,
mas ainda é um cidadão, onde quer que vá. E se você é um cidadão do reino
em boa posição com o seu rei, você irá longe.
O REINO ESTÁ DENTRO DE VOCÊ

Descobri que a Bíblia explica todas as coisas muito melhor do que eu poderia
explicar. Este é um bom momento para apresentar alguns textos a fim de
explicar como a cultura da cidadania do Reino é completamente diferente de
qualquer outra cultura:

Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de


Deus, Jesus lhes respondeu: “Não vem o reino de Deus com
visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está!
Porque o reino de Deus está dentro de vós”.
— Lucas 17:20-21

O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes
donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido
do Espírito.
— João 3:8

Quando estão falando sobre o Reino, as pessoas não dizem: “Veja, ali
está ele!” Elas não podem dizer isso, porque como qualquer cidadania, ele é
invisível, embora faça uma diferença notável em seus cidadãos. Ele está
incorporado dentro dos seus cidadãos.

O Reino de Deus não usa um cartaz para indicar


sua localização.
As pessoas podem detectar a essência da presença do Reino, mas percebê-
lo é quase como perceber a maneira como o vento balança uma folha. A um
novo cidadão do Reino, podem dizer: “Ei, tem alguma coisa diferente em
você! Você não frequenta mais o clube conosco até tarde da noite. Você se
comporta de um modo diferente. Você até dirige diferente. O que aconteceu
com você?” Mas eles não viram nada acontecer. O que você pode dizer?
“Bem, eu tive um encontro com outro país e as minhas prioridades
mudaram”. Esse Reino faz você “reorganizar os móveis” dentro de você, e
você não quer voltar a colocá-los da maneira que estavam antes. É quase
como se você fosse um país dentro de outro país — um duplo cidadão, de
fato.
Todas as vezes que vou a Los Angeles, sempre peço ao meu anfitrião para
me levar a Chinatown, porque gosto de comida chinesa. Você entra em
Chinatown através de um portão incrível com a imagem de um dragão.
Quando você passa de carro por esse portão, é como se você estivesse na
China. Os cartazes são em chinês. As pessoas são chinesas. As conversas são
em chinês. Você nunca iria ali para comer pizza, e você não pediria
informações sobre como chegar ao McDonald’s mais próximo. Quando você
vai a Chinatown, você sabe o que esperar, e não espera que seja igual ao
restante da cidade norte-americana que fica do lado de fora do portão.
Como um cidadão do Reino, você deve se diferenciar ao se comportar de
maneira semelhante. Você começa a se esquecer da forma de falar do país do
qual costumava fazer parte. É por isso que o seus antigos amigos sabem que
não podem mais usar palavras sujas perto de você ou fazer fofoca, nem
persuadi-lo a contar uma mentira. Algo mudou, e foi a sua cidadania. Depois
de um tempo, as pessoas ao seu redor aprendem o que esperar de você.

Quando nos tornamos cidadãos do Reino dos


Céus, temos de aprender um pouco — e
desaprender um pouco. Estivemos longe de casa
por tanto tempo que pensamos que somos
terráqueos e que temos uma cultura terrena.

Outra maneira de dizer as palavras anteriores seria: “O Reino de Deus não


usa um cartaz para indicar sua localização”. O mesmo acontece com a
cidadania. Como as pessoas sabem que sou bahamiano? Como elas sabem
que você é um sul-africano? Não usamos camisetas que dizem isso, não é?
Não usamos bonés de basquete o tempo todo com o nosso emblema nacional
nem usamos etiquetas que anunciam “cidadão norte-americano”. A cidadania
não é facilmente observável. Ela pode ser difícil de detectar. Às vezes as
pessoas não sabem até você abrir a sua boca, e muitas vezes elas não
conseguem saber isso nem mesmo pelo seu idioma ou sotaque.
RECEBENDO A CULTURA DE VOLTA

Quando estamos longe de casa por muito tempo, vivendo em outro país,
adotamos a cultura local. Quando voltamos para casa, as pessoas conseguem
ver que estivemos em outro lugar. Adotamos o vocabulário que não tínhamos
antes, e a nossa rotina diária mudou.
O mesmo acontece quando você entra para o exército ou para qualquer
das forças armadas. Enquanto você faz parte das forças armadas, não é
considerado um civil. Você precisa seguir um conjunto de regras estritas, até
mesmo com relação a que tipo de cinto ou sapatos você usa. Se o seu oficial
superior diz “Pule!” você pula. As pessoas que voltam para a vida civil
depois de um longo período na área militar às vezes têm problemas para se
ajustar. Do lado de fora, tudo é diferente. Interiormente, elas ainda se sentem
como se estivessem vivendo dentro dos portões do complexo militar.
Quando nos tornamos cidadãos do Reino dos Céus, temos de aprender um
pouco — e desaprender um pouco. Estivemos longe de Casa por tanto tempo
que pensamos que somos terráqueos, e assim adotamos uma cultura terrena.
Essa é uma das maiores razões pelas quais os cidadãos do Reino precisam
orar “Venha o Teu Reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no
Céu”, para terem a sua própria cultura de volta. Os cidadãos do Reino
precisam se reeducar para pensar como cidadãos celestiais, porque eles quase
se esqueceram de como é isso.
Na verdade, um cidadão do Reino é um dos representantes do Céu, e ele
precisa representar esse país em todos os lugares. A cidadania do Reino foi
conferida a eles. O Filho do Rei explicou isto assim: “E Eu lhes designo um
Reino, assim como meu Pai o designou a Mim” (Lucas 22:29, NVI). Como
um cidadão do Reino, você não apenas representa a cultura, mas carrega com
você a autoridade do Rei. Isso faz uma grande diferença na maneira como
você se conduz. Um país inteiro lhe foi conferido.
Isso significa que quando você vai trabalhar de manhã, o Céu vai com
você. O Céu dirige o seu carro pela estrada. O Céu para no posto de gasolina
para comprar combustível. Como o Céu age sob pressão? Se alguém lhe dá
uma cortada no trânsito, como o Céu reage?
Essas são as questões reais da cidadania, e você lidará com elas todos os
dias. Você representa o seu país adequadamente? Representar o seu país faz
parte da sua responsabilidade coletiva. As pessoas estarão observando você,
e por sua causa, elas decidirão o que pensam sobre o Rei e o Seu Reino. Você
deve se certificar de que não esteve longe de casa por tanto tempo a ponto de
ter adotado a cultura local.
As pessoas que são da Terra têm a mente nas coisas da Terra. (Esse fato
se nota em Filipenses 3:19.) A mente delas reflete a cultura que as cerca, e
elas não podem evitar isso. Elas tentam resolver seus problemas do ponto de
vista das pessoas e da cultura que as cercam. Elas não têm a vantagem de
invocar a sabedoria, a estabilidade e a riqueza do Reino dos Céus. Elas nem
sequer sabem que existe essa opção.

Representar o seu país faz parte da sua


responsabilidade coletiva. As pessoas estarão
observando você, e por sua causa, elas decidirão
o que pensam sobre o Rei e o Seu Reino.

Representar o seu país faz parte da sua responsabilidade coletiva. As


pessoas estarão observando você, e por sua causa, elas decidirão o que
pensam sobre o Rei e o Seu Reino.
QUAL É O SEU PLANO B?

Eu lhe falei sobre meus amigos que possuem dupla cidadania. Com dupla
cidadania, eles têm um plano b. Se as coisas não derem certo em um país,
eles podem se mudar para o outro país.
Você não quer viver como se tivesse declarado independência do Céu. Ao
contrário, você deseja manter firmemente a dupla cidadania, dando
preferência a ela independentemente de em que continente ou ilha você possa
estar vivendo. A moeda do Reino dos Céus pode ser usada em qualquer país
na face da terra, porque ela se chama amor. Seu sistema educacional mantém
você no topo das coisas em todo o tempo, porque você nunca para de
aprender. O sistema de serviço social do Céu é tão bom que está além de
qualquer descrição.
Eu fiz da minha cidadania nesse Reino a minha primeira opção há muito
tempo, e espero que você faça o mesmo. Eu lhe garanto que você nunca
encontrará uma melhor cidadania em lugar algum. Continue lendo para
descobrir como se tornar um cidadão do Reino dos Céus, se você ainda não é
um, e como desfrutar plenamente dos privilégios e vantagens dessa cidadania
onde quer que você vá nesta Terra.
CAPÍTULO 5

A SINGULARIDADE DA CIDADANIA DO REINO

T odos no mundo sabem o que Jesus fez há dois mil anos, até os pagãos.
Os ateus sabem o que Ele fez. Os muçulmanos e os hindus sabem
também, quer eles acreditem ou não. Quando Jesus morreu crucificado
naquela cruz romana sangrenta, fora da cidade de Jerusalém, Sua morte
sacudiu os fundamentos da cultura humana tão profundamente, que eles
permanecem abalados até hoje.
A morte de Jesus é tão famosa porque Ele não ficou morto por muito
tempo. Você não pode matar o Rei do Céu, como as pessoas descobriram
quando Jesus ressuscitou dos mortos depois de apenas três dias no túmulo. Na
verdade, esse Rei é o rei mais singular da história humana, porque Ele ainda
vive, e o Seu Reino também.
EXAMINANDO A EVIDÊNCIA

Embora todos saibam o que Jesus fez, relativamente poucas pessoas — e


isso inclui os cristãos, aqueles que mais falam sobre Jesus — sabem o que Ele
defende. Eles não perceberam o fato de que quando Jesus estava trabalhando
e ensinando em Jerusalém e nas cidades por todo o país, Sua mensagem
principal era sobre o Reino dos Céus, que era o Seu país natal. Ele falava
sobre o Reino o tempo todo, usando essa mesma expressão.
Alguém contou quantas vezes a palavra “reino” é mencionada no Novo
Testamento da Bíblia (a parte que foi escrita depois que Jesus nasceu), e
descobriu-se que ela aparece cerca de 160 vezes, dependendo da versão. Na
maioria dessas vezes, “reino” está se referindo ao Reino de Deus.
Os quatro livros escritos pelos discípulos de Jesus, Mateus, Marcos,
Lucas e João, são conhecidos como os Evangelhos, e eles contêm os relatos
em primeira mão dos eventos da vida de Jesus.
O Evangelho de Mateus usa a expressão “Reino dos Céus”.
Os autores dos outros três Evangelhos preferem “Reino de Deus”. As duas
expressões significam a mesma coisa.

Quando Jesus estava trabalhando e ensinando


em Jerusalém e nas cidades por todo o país, Sua
mensagem principal era sobre o Reino dos Céus,
que era o Seu país natal.

Assim, em todas as pregações registradas de Jesus, a palavra “reino”


aparece com muito mais frequência que as outras palavras que você poderia
esperar ver, como “vida eterna”, “nascido de novo”, “perdão” ou “amor”.
Jesus falava sobre o Reino o tempo todo. Na verdade, você estaria totalmente
certo se dissesse que o propósito pleno de Jesus em vir à Terra era o de
reapresentar o Reino dos Céus a um mundo que havia perdido completamente
de vista a verdade sobre ele.
FILHO DO REI, FILHO DO HOMEM

Poderíamos dizer que Jesus Cristo é a pessoa mais incompreendida da Terra,


porque até os Seus seguidores mais próximos, os cristãos (as pessoas que
levam o Seu nome), interpretaram mal a Sua mensagem. Eu iria ainda mais
longe, e chamaria de tragédia o fato de termos produzido uma religião
chamada Cristianismo. Jesus Cristo não inventou o Cristianismo. Até mesmo
nas histórias bíblicas sobre Ele e sobre os atos de Seus discípulos, a palavra
“cristão” é usada apenas duas vezes, e uma delas em sentido depreciativo.
É hora de colocarmos as coisas em seu devido lugar. Jesus não veio para
estabelecer uma religião. Ele veio para estabelecer um posto avançado do
Reino dos Céus.
Jesus não exerceu o Seu direito de se tornar um mestre até os trinta anos.
Então, durante os três anos seguintes, Ele percorreu a região como um rabino
itinerante, ensinando a todos que quisessem ouvir como era o Reino e
demonstrando o poder libertador desse Reino com sinais milagrosos.
Uma boa parte da Sua mensagem era “arrependa-se” — mude a sua
maneira de pensar. Mudar a sua maneira de pensar para o quê? Para a
mentalidade do Reino, para o reconhecimento do senhorio celestial. Eis o que
Ele disse nas primeiras palavras registradas de Seus ensinamentos:

Daí por diante, [imediatamente após o Seu batismo e


quarenta dias no deserto] passou Jesus a pregar e a dizer:
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”.
— Mateus 4:17, grifo do autor

Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se,


pois o Reino dos céus está próximo”.
— Mateus 4:17, NVI
O Reino se aproximava, e Jesus estava anunciando a sua vinda. Na
verdade, Ele o estava inaugurando.
Jesus não deu às pessoas mais leis e rituais religiosos para aprenderem.
Elas já tinham o suficiente disso. Ele queria dizer às pessoas o que fazer com
suas vidas, como se tornarem cidadãos naturalizados (talvez eu devesse dizer
“sobrenaturalizados”) do Reino dos Céus.
Jesus não veio para estabelecer uma religião. Ele veio para estabelecer um
posto avançado do Reino dos Céus.
Depois de passar três anos ensinando, pregando e demonstrando como era
o Reino, algumas pessoas se opuseram tanto às ideias de Jesus que
planejaram Sua morte. Poderíamos pensar que isso teria resolvido o
problema, afinal, mortos não podem pregar contra a religião que você
valoriza, assim como um homem em um túmulo não pode mais afirmar estar
abrindo o caminho para esse suposto Reino. Seus oponentes não gostavam
principalmente do fato de que Jesus parecia estar reivindicando algum tipo de
reino.
Porém, como sabemos agora, até a Sua crucificação sangrenta falhou em
derrotar o Reino. Na verdade, a morte de Jesus e Sua subsequente
ressurreição completou o propósito da Sua missão na Terra: reestabelecer um
posto avançado do Reino entre as pessoas que viviam sob as jurisdições
humanas do mundo, para reivindicar o território da Terra para o Reino dos
Céus.
UM POSTO AVANÇADO DO REINO DOS CÉUS

Originalmente, o Reino dos Céus havia estabelecido um posto avançado em


um lugar que as pessoas conhecem como o Jardim do Éden. É assim que o
primeiro livro da Bíblia o descreve:

Também disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem,


conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os
peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais
domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra”. Criou Deus, pois, o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou.
— Gênesis 1:26-27

“Tenha ele domínio”, disse Deus. A palavra usada no original em


hebraico é mamlakah. Ocorre que essa palavra mamlakah é a mesma palavra
que é traduzida para o inglês como “reino”. Ela também é traduzida como
“reinado”, “soberania” e “domínio”. Assim, domínio é o mesmo que reino.
Você pode ver a sílaba “dom” em “kingdom” (reino em inglês), porque
“domínio” e “reino” estão intimamente relacionados.
Todas essas palavras indicam que alguém está no comando de alguma
coisa. Ter domínio significa ter autoridade sobre. Significa liderar,
administrar, reger. De acordo com o relato em Gênesis, os seres humanos
foram criados para administrar o restante da Criação. Podemos ver isso
através da continuação do relato sobre o primeiro homem e a primeira
mulher, e através de toda a história humana até os dias atuais.
“Tenha ele domínio”. O Rei estava concedendo o domínio às pessoas que
havia criado. Sobre o que as pessoas deveriam ter domínio? A missão delas
era administrar a terra que Ele havia criado como uma extensão do Seu
governo no Céu. Primeiro Deus criou a Terra e todas as coisas vivas que a
enchem, e depois o Rei trouxe o Céu para a Terra e estabeleceu o Seu
governo, o Seu sistema de administração.
Deus criou os seres humanos com a intenção de que eles representassem a
Sua autoridade no planeta que Ele havia criado.
FALHA NA ADMINISTRAÇÃO

Chamamos o primeiro homem e a primeira mulher de Adão e Eva. Como eles


se saíram em sua missão? Não muito bem. Eis a parte deles da história:

Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no


jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o Senhor Deus
lhe deu esta ordem: “De toda árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal
não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás”.
— Gênesis 2:15-17

Como administradores do posto avançado do Reino dos Céus, eles só


tinham uma restrição: não comer o fruto daquela árvore específica. Essa
única regra evidentemente era muito importante para Deus, porque Ele disse
a eles que quebrá-la significaria a morte. Mas uma serpente astuta veio e
contradisse o que Deus havia dito. A mulher de Adão, Eva, acreditou na
mentira da serpente e deu uma mordida no fruto, oferecendo um pouco a seu
marido.
E Deus os confrontou:

E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e


comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita
é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento
durante os dias de tua vida.
Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva
do campo.
No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra,
pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás...
O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a
fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulso o
homem...
— Gênesis 3:17-19; 23-24

O Reino dos Céus não podia mais afirmar que tinha um posto avançado
na Terra. Deus havia criado os seres humanos com a intenção de que eles
representassem a Sua autoridade no planeta que Ele criara. O Senhor queria
que eles exercessem o domínio em nome dele, mas o homem e a mulher
fracassaram. Chamamos isso de Queda. Essa é a declaração de independência
sobre que descrevi no segundo capítulo deste livro. Os colonos haviam
rompido relações com o seu Rei, e eles não podiam reparar isso. A única
maneira de a colônia ser restabelecida teria de envolver o Filho do Rei.
A maioria das pessoas não entende que Jesus torna possível elas entrarem
novamente no plano original de Deus. Elas não sabem quase nada sobre
tornar-se cidadãos do Reino e muito pouco sobre retomar o seu papel como
representantes de Deus no território chamado Terra.
O FILHO DO REI

O nome do Filho do Rei, é claro, era Jesus. Passou muito tempo até que Ele
viesse à Terra. Muitas gerações de pessoas viveram e morreram nesse meio
tempo. Algumas delas começaram a esperar que Ele viesse algum dia. As
pessoas religiosas falavam sobre isso. Em toda a região, não muito distante de
onde o primeiro homem havia fracassado em administrar a primeira colônia
do Reino, profetas tentavam descrever o que Deus ia fazer. Alguns deles
foram muito específicos:

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o


governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz. Para que se aumente o seu governo, e venha
paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para
o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde
agora e para sempre...
— Isaías 9:6-7

Esse Menino de que o profeta Isaías fala viria para restabelecer o governo
do Céu na Terra. Ele não vinha para fundar uma religião melhor, porque
Adão não havia perdido uma religião; ele havia perdido o domínio.
Quando o Filho finalmente chegou, a maioria das pessoas não sabia quem
Ele era; pensaram que Ele fosse o primogênito de um simples carpinteiro e de
sua esposa. Somente mais tarde entenderam que Ele era o tão esperado Filho
de Deus, o “Segundo Adão”, cuja vida, morte e ressurreição desfariam o juízo
que havia sido proferido sobre Adão há tanto tempo. Até hoje, apesar de
séculos da religião chamada Cristianismo, a maioria das pessoas não entende
que Jesus tornou possível a elas entrarem novamente no plano original de
Deus. Elas não sabem quase nada sobre se tornarem cidadãos do Reino de
que
Jesus tanto falou, e muito pouco sobre retomar o seu papel como
representantes de Deus no território chamado Terra.
COMO JESUS FALAVA SOBRE O REINO

O Novo Testamento documenta a mensagem de Jesus sobre esse Reino tão


singular. Eis algumas das muitas vezes em que Ele falou sobre o Reino.
Muitas dessas passagens podem lhe ser familiares. As aspas indicam que
Jesus está falando. Enfatizei a palavra “reino” em todas elas:

“A Lei e os Profetas profetizaram até João. Desse tempo em


diante estão sendo pregadas as boas novas do reino de Deus,
e todos tentam forçar sua entrada nele.”
— Lucas 16:16, NVI

Disse Jesus: “O meu reino não é deste mundo. Se fosse, os


meus servos lutariam para impedir que os judeus me
prendessem. Mas agora o meu reino não é daqui”.
— João 18:36, NVI

Por isso, vos digo: “não andeis ansiosos pela vossa vida,
quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso
corpo, quanto ao que haveis de vestir... buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas”.
— Mateus 6:25, 33

Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas,


pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de
doenças e enfermidades entre o povo.
— Mateus 4:23

Ao romper do dia, Jesus foi para um lugar solitário. As


multidões o procuravam, e, quando chegaram até onde ele
estava, insistiram que não as deixasse. Mas ele disse: “É
necessário que eu pregue as boas novas do reino de Deus
noutras cidades também, porque para isso fui enviado”.
— Lucas 4:42-23, NVI

A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes


instruções... “e, à medida que seguirdes, pregai que está
próximo o reino dos céus”.
— Mateus 10:5, 7
“Eu lhe darei as chaves do reino dos céus; o que você ligar
na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na
terra terá sido desligado nos céus.”
— Mateus 16:19, NVI

“Garanto-lhes que alguns dos que aqui se acham não


experimentarão a morte antes de verem o Filho do homem
vindo em seu reino.”
— Mateus 16:28, NVI

Portanto, vós orareis assim: “Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua
vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada
dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como
nós
temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair
em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o
poder e a glória para sempre]. Amém”.
— Mateus 6:9-13

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo


como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
— Mateus 24:14, NVI

“Quando alguém ouve a mensagem do reino e não a entende,


o Maligno vem e arranca o que foi semeado em seu coração.”
— Mateus 13:19,
NVI

Outra parábola lhes propôs, dizendo: “O reino dos céus é


semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e
plantou no seu campo; o qual é, na verdade, a menor de
todas as sementes, e, crescida, é maior do que as hortaliças,
e se faz árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar-se
nos seus ramos”.
— Mateus 13:31-32
Disse-lhes outra parábola: “O reino dos céus é semelhante
ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três
medidas de farinha, até ficar tudo levedado”.
— Mateus 13:33
“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no
campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E,
transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra
aquele campo.”
— Mateus 13:44

“O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e


procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande
valor, vende tudo o que possui e a compra.”
— Mateus 13:45-46

“O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que,


lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já
está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e,
assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins
deitam fora”.
— Mateus 13:47-48

Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se


assentasse, aproximaram-se os seus discípulos; e ele passou
a ensiná-los, dizendo: “Bem-aventurados os humildes de
espírito, porque deles é o reino dos céus... Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino
dos céus”.
— Mateus 5:1-3, 10
Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre
quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: “O reino de
Deus não vem de modo visível, nem se dirá: ‘Aqui está ele’,
ou ‘Lá está’; porque o reino de Deus está entre vocês”.
— Lucas 17:20-21, NVI
Jesus continuou falando sobre o Reino até mesmo depois de
ressuscitar do túmulo:

Depois do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-


lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo.
Apareceu-lhes por um período de quarenta dias falando-lhes
acerca do reino de Deus.
— Atos 1:3, NVI

Jesus nunca deixou de falar sobre o Reino. Ele tomou cuidado em referir-
se a si mesmo como o Rei, no entanto, Seus discípulos puderam ver que Ele
era Aquele que os profetas, de Josué a Malaquias, falaram quando
anunciaram a vinda de um futuro Messias. Alguns dos livros do Antigo
Testamento haviam dado detalhes sobre a Sua linhagem (como o livro de
Rute, por exemplo). Outros proclamaram a futura vinda de um rei sem nome,
magnifico, que cuidaria de todas as injustiças que devastavam a nação de
Israel. Os salmistas, como o rei Davi, deram detalhes maravilhosos sobre Ele
(ver os Salmos 22 e 45). O profeta Miquéias incluiu o nome da aldeia onde
Maria a mãe de Jesus daria à luz o Salvador:

E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo


de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em
Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os
dias da eternidade.
— Miquéias 5:2

No princípio de tudo, o Pai havia dito: “Façamos o homem à nossa


própria imagem e tenha ele o domínio sobre a terra”, e nunca mudou de ideia.
Deus criou você como um ser humano para ter domínio sobre a terra, para ser
o mordomo dos recursos dela, para se permitir ser dirigido pela vontade dele.
Cada um de nós caiu, porém, porque Adão e Eva caíram, e precisávamos ser
restaurados à posição que Deus planejara para nós de governo e domínio no
contexto de um Reino celestial. Jamais poderíamos nos restaurar à cidadania
do Reino novamente sozinhos, porque a situação estava além da nossa
capacidade. Então o Pai enviou o Seu Filho Jesus para restaurar o governo do
Céu e para reparar o que Adão havia destruído. Como esse primeiro homem
havia perdido a missão celestial para toda a raça, o “Segundo Adão”, Jesus,
restaurou-a para todos nós. Agora o que todos nós temos a fazer é reconhecer
o que Ele fez e subir a bordo.

Jesus nunca deixou de falar sobre o Reino.


COMO OS OUTROS FALAVAM SOBRE O REINO VINDOURO DE JESUS

Jesus não era o único que falava incessantemente sobre o Reino, mas os Seus
discípulos e outros também o fizeram. João (o que chamamos de João
Batista, porque ele batizou muitas pessoas, inclusive Jesus) era primo de
Jesus. Ele começou a falar sobre o Reino antes de Jesus ficar conhecido pelo
público. Sua voz era uma voz profética e ele é considerado um “precursor” de
Jesus.

Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da


Judéia. Ele dizia: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus
está próximo”.
Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: “Voz do
que clama no deserto: ‘Preparem o caminho para o Senhor,
façam veredas retas para ele’”.
— Mateus 3:1-3 (NVI), grifo do autor

Jesus enviou os Seus doze primeiros discípulos para falarem sobre o que
significa ser cidadão no Seu Reino, e eles por sua vez comissionaram todos
os Seus demais seguidores a fazerem o mesmo, onde quer que seus caminhos
os levassem. Não temos um registro escrito do que a maioria deles disse, mas
eis alguns exemplos, novamente com a palavra-chave destacada:

Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava


a respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam
sendo batizados, assim homens como mulheres.
— Atos 8:12

E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos


discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia,
fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a
permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas
tribulações, nos importa entrar no reino de Deus. E,
promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros,
depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em
quem haviam crido.
— Atos 14:21-23

Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para


o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do
reino que ele prometeu aos que o amam?
— Tiago 2:5

Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o


chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma,
jamais tropeçarão, e assim vocês estarão ricamente providos
quando entrarem no reino eterno de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo.
— 2 Pedro 1:10-12

Paulo estava tão determinado a falar sobre o


Reino que ele certa vez suspendeu suas viagens
por mais de dois anos para falar sobre isso.
Paulo viajou mais do que todos eles, e ele falava sobre o Reino quando
escrevia cartas aos crentes em todo o mundo Mediterrâneo:

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas


justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
— Romanos 14:17, grifo do autor

Alguns de vocês se tornaram arrogantes, como se eu não


fosse mais visitá-los. Mas irei muito em breve, se o Senhor
permitir; então saberei não apenas o que estão falando esses
arrogantes, mas que poder eles têm. Pois o reino de Deus
não consiste de palavras, mas de poder.
— 1 Coríntios 4:18-20 (NVI), grifo do autor

A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos


ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
— Filipenses 3:20 (NVI), grifo do autor

Na verdade, Paulo estava tão decidido a falar sobre o Reino que ele certa
vez suspendeu suas viagens por mais de dois anos a fim de falar sobre isso.
Ele estava em Éfeso na época:

Paulo entrou na sinagoga e ali falou com liberdade durante


três meses, argumentando convincentemente acerca do
Reino de Deus. Mas alguns deles se endureceram e se
recusaram a crer, e começaram a falar mal do Caminho
diante da multidão. Paulo, então, afastou-se deles. Tomando
consigo os discípulos, passou a ensinar diariamente na
escola de Tirano. Isso continuou por dois anos...
— Atos 19:8-10, NVI

Antes disso, Paulo sempre se mudava para uma nova cidade. Ele
realmente parou de viajar por dois anos, a fim de permanecer na mesma
cidade e colocar o Reino no coração e na mente do povo. Lembre-se de que o
Reino é um país. Você não pode explicar tudo sobre ele em trinta minutos, do
mesmo jeito que não pode explicar tudo sobre o país onde vive nesse espaço
de tempo. Paulo não podia ensinar o suficiente sobre o Reino de uma vez. Ele
falou sobre isso por diversas horas, todos os dias, por dois anos! Ele estava
descrevendo o país do Céu e como ele afeta as pessoas na Terra. Ele falou
sobre colonizar o mundo conhecido, sobre importar a constituição do Reino e
todas as suas leis, juntamente com as complexidades das relações sociais e
das expressões culturais do Céu.

Precisamos aprender sobre o Reino, e


precisamos nos tornar cidadãos o mais rápido
que pudermos.

No fim de sua vida, Paulo reafirmou o fato de que ele, assim como Jesus,
havia pregado sobre um tema — o Reino de Deus:

Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o


reino, não vereis mais o meu rosto.
— Atos 20:25

Paulo foi levado a Roma como prisioneiro. Muito tempo se passou antes
de seu julgamento. O que ele fez com esse tempo? Paulo ensinou sobre o
Reino, é claro:
Havendo-lhe eles marcado um dia, vieram em grande
número ao encontro de Paulo na sua própria residência.
Então, desde a manhã até à tarde, lhes fez uma exposição em
testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a
respeito de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos
profetas.
— Atos 28:23

Por dois anos, permaneceu Paulo na sua própria casa, que


alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o
reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento
algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo.
— Atos 28:30-31

Qualquer assunto na Bíblia que domine de tal forma a pregação e o


ensino deve ser digno de toda a nossa atenção. Precisamos aprender sobre o
Reino, e precisamos nos tornar cidadãos o mais rápido que pudermos.
A IMPORTÂNCIA DE SE TORNAR UM CIDADÃO DO REINO

Vou lhe dizer: o Reino é o segredo da vida. O segredo para uma vida plena e
realizada é a descoberta, o entendimento e a aplicação do Reino dos Céus na
Terra. Você precisa aprender como o Reino funciona, e em seguida aplicar o
que aprendeu todos os dias.
A religião fará você continuar adiando a chegada ao Reino até o futuro,
mais tarde, quando você morrer. É hora de começar a viver no Reino aqui e
agora. O capítulo 9 descreverá como se tornar um cidadão desse reino (ou
como saber se você já é um).
O Reino de Deus é agora. Você precisa entrar na cidadania enquanto
ainda está aqui na Terra. Você não pode se apropriar do que continua
adiando. Nunca poderá experimentar o que você continua deixando para
depois. Você nunca poderá desfrutar o que acredita que ainda não está aqui.
Viver no Reino é uma atividade diária, agora. Hoje, vivo a vida do Reino.
Hoje sou um cidadão, e experimento os plenos direitos e responsabilidades
dessa cidadania.

O Reino de Deus é agora. Você precisa entrar na


cidadania enquanto ainda está na Terra.

Nenhuma religião ou ritual pode substituir o Reino. O Reino é o que você


está procurando. Sua religião não é o suficiente. O Reino dos Céus é como
aquela “pérola de grande valor” ou o tesouro escondido no campo de que
Jesus falou — algo tão precioso que aquele que o encontra corre para vender
tudo o que possui a fim de comprá-lo.
O homem que encontrou o tesouro e o homem que encontrou a pérola
venderam tudo. Do mesmo modo, precisamos vender tudo a fim de nos
dedicarmos totalmente ao Reino. Precisamos vender todo o nosso antigo
sistema de crenças e as nossas opiniões anteriores. Alguns entre nós precisam
vender suas graduações teológicas pelo Reino. Outros precisam vender a
denominação de sua avó, na qual nasceram. Alguns precisam vender a sua
lealdade ao pastor que tanto amam, mas que não está pregando sobre o Reino.
Tudo o que você valorizou precisa ser deixado, porque tudo isso perde o valor
em comparação com a pérola valiosa do Reino.
Como cristão, você pode pensar que já conseguiu encontrá-la — até
encontrar a pérola verdadeira. Os humanos estão colecionando todo tipo de
pérolas, procurando a melhor. Alguns escolhem o Islã; ele é uma pérola.
Alguns escolhem o Budismo; ele é uma pérola. Alguns escolhem o
Mormonismo. Alguns escolhem a ioga. Alguns escolhem o Unitarismo.
Alguns escolhem o ateísmo. Todos eles são pérolas. E no instante em que
uma pessoa descobre o Reino, que não é uma religião, embora leve o nome
de Jesus Cristo, ela sabe que encontrou tudo o que sempre quis. Então ela
pode abrir mão de todas as outras pérolas.
Como cristão, você talvez ainda se preocupe com o amanhã e se angustie
com o presente. Mas como cidadão do Reino, você pode contar com os
recursos ilimitados do seu Pai celestial. Você talvez precise aprender algumas
coisas sobre ser um cidadão do Reino antes de poder desfrutar desses
recursos, mas eles serão seus quando você pedir. “... vosso Pai se agradou em
dar-vos o seu reino” (Lucas 12:32).
A BÍBLIA COMO A CONSTITUIÇÃO DO REINO

A vontade, o propósito e a intenção de um rei são expressos na forma de leis.


Qualquer país possui leis, e o Reino dos Céus não é exceção. A Bíblia está
cheia das leis de Deus, e isso significa que podemos chamá-la de “a
constituição do Reino de Deus”.
Quando você lê a Bíblia, fica com uma forte impressão de que “Seja feita
a Tua vontade” é um princípio de grande importância. Chamamos a parte
mais antiga da Bíblia de “Antigo Testamento” e a parte mais recente de
“Novo Testamento”. Um testamento é simplesmente uma vontade
documentada, a vontade de Deus nesse caso. (A “última vontade e
testamento” de alguém é a sua declaração documentada de como deseja
distribuir seus bens por ocasião de sua morte.) A coleção de livros aos quais
chamamos de Bíblia está cheia das ideias e promessas do Rei sobre o Seu
próprio país e sobre o que Ele deseja para os Seus próprios cidadãos. Ela é o
testamento de Deus.

A Bíblia está cheia dos pensamentos de Deus e


é a constituição do Reino. Ela não está sujeita a
mudanças.

Em uma democracia, a constituição vem do povo. De fato, nos Estados


Unidos da América, as primeiras palavras da constituição são: “Nós, o
povo...”. A constituição das Bahamas começa de forma semelhante. Mas
quando uma constituição vem de “nós, o povo”, ela pode ser alterada pelo
povo.
Em um reino, por outro lado, a constituição vem direto da mente do rei.
Seus pensamentos se tornam a constituição. A Bíblia, cheia dos pensamentos
de Deus, é a constituição do Reino. Ela não está sujeita a mudanças.
A Bíblia não é apenas a constituição do Reino, ela é o testamento de Deus
— ela nos mostra em que consiste a nossa herança. Uma das coisas mais
singulares sobre o Reino dos Céus é que os cidadãos desse Reino herdam
tudo o que há nele. Isso não acontece com outros países. Como um
bahamiano, eu não possuo toda a terra do país e não possuo todo o dinheiro
do tesouro nacional. Mas nesse Reino, é diferente. A riqueza é
verdadeiramente um bem comum. Os cidadãos do Reino de Deus herdaram
esse Reino e ele pertence a eles. Cada pessoa pode tomar posse de tudo o que
necessita, sempre que precisar. As chaves do tesouro já estão em suas mãos.

O Reino de Deus não é uma religião, mas uma


estrutura de autoridade. Ele é um país com um
governo, e vivemos em um posto avançado
dele, uma colônia.
“EU SOU DO PAÍS DO REINO”

Quero reiterar o fato de que o Reino de Deus não é uma religião, mas uma
estrutura de autoridade. Ele é um país, e um país com um governo. Pode ser
invisível aos nossos olhos humanos, mas ele é um país mesmo assim, e
vivemos em um posto avançado dele, uma colônia. Quando as pessoas lhe
perguntarem “De que país você é?” você pode responder “Sou do país do
Reino”. Você pode reivindicar a dupla cidadania, como falamos no capítulo
4, mas você vai querer dar ao país do Reino a prioridade sobre o outro país do
qual você é cidadão.
O Reino de Deus é o reino mais singular de todos. Assim como Paulo e
os outros cujas palavras estão registradas na Bíblia, é sobre ele que quero
falar, e nada mais. Continue lendo para conhecê-lo mais um pouco comigo.
CAPÍTULO 6

A NECESSIDADE DE ORIENTAR OS CIDADÃOS

T endo acabado de apresentar a ideia de que a Bíblia é a constituição do


Reino de Deus, quero citar algumas afirmações dessa constituição, com
o intuito de orientá-lo de acordo com ela e ajudá-lo a estar alinhado com o
modo de fazer as coisas no Reino. Essas afirmações conduzirão você a um
processo de renovação mental. Quanto mais você ler a constituição do Reino
com um “filtro do Reino” em sua mente, mais a luz do entendimento
começará a raiar sobre você. (Usarei o estilo dos documentos legais, com
“seções” e “artigos” em vez de capítulos e versículos):

Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas


concidadãos dos santos, e sois da família de Deus.
(Seção Efésios, subseção 2, artigo 19)
Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos,
não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de
pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e
entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do
Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa
obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; sendo
fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória,
em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,
dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos
cabe da herança dos santos na luz.
(Seção Colossenses, subseção 1, artigos 9 a 12)
Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também
aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo...
(Seção Filipenses, subseção 3, artigo 20).

Essas palavras da constituição do Reino foram


escritas aos cidadãos do Reino no tempo verbal
do presente do indicativo. Significa que esses
direitos, privilégios e deveres pertencem a
todos os cidadãos.

Essas palavras da constituição do Reino foram escritas aos cidadãos do


Reino no tempo verbal do presente do indicativo. Elas explicam alguns dos
atuais direitos, privilégios e deveres que acompanham a cidadania do Reino.
Isso significa que esses direitos, privilégios e deveres pertencem a todos os
cidadãos, inclusive a você, ainda que você seja um novo cidadão. Você não
pode adquiri-los ou melhorá-los, mas pode permanecer ignorante acerca deles
e ignorá-los. É por isso que é tão importante falar sobre o Reino e continuar
lendo a sua constituição em profundidade a fim de entendê-la.
Muitas seções da constituição do Reino foram escritas por um cidadão
chamado Paulo. Paulo passou a maior parte de sua vida adulta pregando,
ensinando e escrevendo cartas aos cidadãos do Reino, ajudando-os a se
ajustarem ao estilo de vida do Reino. Algumas vezes ele tinha de corrigir
interpretações erradas sobre as ideias teológicas. Mas ele nunca inventava
nada novo nem criava um novo evangelho. Ele estava sempre tratando das
questões do Reino.
Ele fazia isso porque os cidadãos estavam sempre tendo problemas para
se ajustarem. Eles tinham problemas sociais, problemas culturais, problemas
de relacionamento, problemas com dinheiro — toda espécie de problema que
você possa imaginar. Paulo explicou-lhes: “Vejam bem, para viver neste
Reino existem algumas coisas que vocês precisam fazer, e algumas outras
coisas que vocês precisam parar de fazer, e aqui estão elas”.
Você e eu temos problemas para nos ajustarmos também. Fico feliz por
Paulo ter escrito tantas coisas, porque hoje podemos ter acesso a toda a ajuda
necessária. Precisamos entender mais sobre a nossa cidadania no Reino.

Volte os seus pensamentos para o Criador que o


criou. Deixe que Ele reoriente o seu modo de
pensar. Ele é o seu Rei, e Ele já é o dono de
tudo, de qualquer jeito.
TRANSFORMAÇÃO MENTAL

A maioria dos nossos problemas começa nas nossas cabeças. Portanto,


precisamos de uma transformação mental se quisermos nos tornar cidadãos
do Reino. Precisamos descobrir os nossos conceitos errados e como nos livrar
deles, principalmente daqueles conceitos religiosos que ouvimos por toda a
vida. Você e eu queremos ser cidadãos do Reino, livres de rótulos e
suposições. Não quero ser mais batista, metodista, episcopal, católico,
adventista do sétimo dia, assembleiano, carismático ou pentecostal. Não
quero pensar em mim mesmo como um homem de negócios, um pastor, um
conselheiro ou qualquer outro tipo de profissional. Quero que os conceitos
errados sejam continuamente e cuidadosamente retirados de mim, para que eu
possa começar de novo. Quero começar de novo como um cidadão do Reino
de Deus, e quero que você seja capaz de começar de novo também,
procurando a próxima missão que Ele vai lhe dar.
Volte os seus pensamentos para o Criador que o criou. Deixe que Ele
reoriente o seu modo de pensar. Entregue tudo que você possui a Ele. Ele é o
seu Rei, e Ele já é o dono de tudo de qualquer jeito. Deixe que Ele lhe mostre
como redistribuir tudo que você pensou que possuía.

Se você edificar toda a sua vida sobre uma


determinada ideia, ela irá se tornar uma teoria
para você, depois uma filosofia, depois uma
doutrina, em seguida um sistema de crenças e
finalmente um modo de vida e uma
mentalidade, e você não saberá que construiu
sua vida sobre uma mentira.
CONCEITOS CORRETOS

Qualquer pessoa que estudou comunicação sabe o que quero dizer quando
digo “ruído”. Um remetente envia uma mensagem a um pretenso receptor, e
ruído é o que acontece durante a transmissão, entre o momento em que a
mensagem sai do emissor e é recebida pelo receptor. O ruído pode ser muito
complicado de entender porque ele inclui a sua cultura, o seu nível de
instrução, a sua criação social, a sua história religiosa, os seus valores, a sua
condição moral e a sua atual situação de vida.
Embora seja chamada de “ruído”, grande parte dessa interferência na
comunicação é bastante oculta e silenciosa. A parte mais importante do ruído
é o que chamo de conceitos. Um conceito é uma ideia, um pensamento que
foi concebido como uma imagem mental. Pensamentos são muito poderosos,
até mesmo aqueles que nunca são expressos em palavras. (Uma palavra é um
pensamento exposto, mas a maior parte dos pensamentos nunca é expressa.)
Pensamos primeiro, depois falamos ou escrevemos. Tentamos expressar
nossos pensamentos e queremos que os outros os entendam — mas os
próprios pensamentos daqueles que nos ouvem em geral alteram a
compreensão deles, resultando em conceitos errados ou mal entendidos.
Nada é tão perigoso quanto um conceito errado. Casamentos podem ser
rompidos por causa deles. Um marido e uma esposa podem realmente se
amar, mas os conceitos errados surgem e então eles entram em conflito.
Governos e igrejas quebram por causa de conceitos errados também. Se você
edificar toda a sua vida sobre uma determinada ideia, ela irá se tornar uma
teoria para você, depois uma filosofia, depois uma doutrina, em seguida um
sistema de crenças e finalmente um modo de vida e uma mentalidade, e você
não saberá que construiu sua vida sobre uma mentira. Para você, não é uma
mentira; é a verdade, e você a defenderá firmemente, mesmo que seja um
conceito errado.
No que se refere à verdade sobre você e Deus, muito provavelmente boa
parte do que você acredita foi contaminado. As pessoas interpretam palavras
sobre Deus através dos seus conceitos preexistentes. Isso inclui as palavras
da Bíblia. Sua formação no seminário pode estar contaminada pela ignorância
dos verdadeiros conceitos sobre Deus. Você, seu pastor e seus amigos da
igreja podem ter partes da verdade, mas nenhum de vocês pediu ao
Remetente original para limpar a sua mente dos conceitos contaminados para
que vocês possam receber a mensagem corretamente.
O Rei previu esse problema. É por isso que Ele forneceu um Conselheiro
especializado para nós — o Espírito Santo — que pode ajudá-lo
pessoalmente a captar os conceitos corretos que vêm até você vindos da
mente de Deus. “Ele os guiará a toda a verdade”, disse Jesus no Evangelho de
João (João 16:13).
Os conceitos corretos sobre Deus incluem a verdade sobre o Reino de
Deus. Quando você redescobre a verdade sobre a sua cidadania no Reino,
redescobre algo que havia se perdido ao longo dos anos. As pessoas que
vivem no mundo ocidental não possuem entendimento real acerca das
palavras que Jesus usou. Então, sobrepomos os nossos conceitos às palavras
dele, conceitos que vêm da nossa cultura e do nosso ambiente. Edificamos
nossas vidas sobre as nossas próprias conclusões e criamos um sistema de
crenças chamado religião.
Em vez de lermos a Bíblia para extrair dela o conhecimento, nós lemos a
Bíblia inserindo nela nossos próprios conceitos. E perdemos o entendimento
sobre o Reino por causa do “ruído” presente em nossas mentes.
HUMILDE E ENSINÁVEL

Jesus tinha o remédio perfeito para o ruído. Ele colocou uma criança diante
dos Seus discípulos e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se
convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus”
(Mateus 18:3, NVI). Entrar no Reino requer que você troque a sua teologia, a
sua doutrina, a sua velha religião e a sua autossuficiência e independência por
algo novo.
A não ser que você mude, não poderá entrar.
As crianças são como páginas em branco. Elas não sabem nada. Tornar-se
como uma criança significa que você precisa deixar de ser um adulto. Os
adultos pensam que sabem muito. Eles precisam desaprender tudo e começar
de novo. A não ser que você mude, nunca entrará no Reino.

Em vez de lermos a Bíblia extraindo


conhecimento dela, nós lemos a Bíblia
inserindo nela nossos próprios conceitos. E
perdemos o entendimento sobre o Reino por
causa do ruído presente em nossas mentes.

Quando um jovem rico perguntou a Jesus como ele podia ter certeza de
que iria para o Reino dos Céus, Jesus respondeu: Obedeça às leis do país do
Céu (ver Mateus 19:16-30). Mas o jovem era rico de bens materiais. Ele
havia obedecido à letra da Lei, mas não era humilde em seu coração. Então
Jesus comentou: “Digo-lhes a verdade: Dificilmente um rico entrará no Reino
dos céus” (Mateus 19:23, NVI). O jovem estava tão acostumado em viver à
sua
própria maneira que iria achar difícil parar de cuidar de si mesmo e deixar o
Rei fazer isso. Ele havia sido forjado na autossuficiência, e era difícil para ele
acreditar que Deus poderia suprir as suas necessidades. A sua vida boa era um
obstáculo à vida do Reino.
De certa forma, somos como aquele jovem rico. A nossa teologia e os
nossos conceitos ocupam nossas mentes e corações. Dizemos que queremos
entrar no Reino, mas adiamos essa decisão. Não apenas precisamos ouvir
Jesus quando Ele diz que devemos nos tornar como crianças, como
precisamos nos lembrar das primeiras palavras do Seu ministério público:
“Arrependei- vos porque está próximo o Reino de Deus” (Mateus 4:17).
O Reino chegou. Ele já está aqui. Se não mudar o seu modo de pensar a
tempo, você o perderá.
BUSQUE O REINO EM PRIMEIRO LUGAR

Se você buscar o Reino dos Céus e o seu Rei, não terá de se preo-cupar com
nada mais — riqueza ou pobreza, doença ou saúde, vida ou morte. Ao buscar
o Reino, você também está buscando — e encontrará — a provisão do Rei
para cada necessidade da vida.

Portanto, não vos inquieteis, dizendo: “Que comeremos?


Que beberemos?” Ou: “Com que nos vestiremos?” Porque
os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai
celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas.
— Mateus 6:31-33

Em outra ocasião, Jesus deixou claro que qualquer um que busca a justiça
com certeza a encontrará: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6). Quando você encontra o Reino,
encontra justiça também. Seus amigos religiosos podem não entender a
mudança que aconteceu. Ainda assim você terá descoberto o que estava
procurando, e irá querer se agarrar a isso.
Na minha experiência, quando as pessoas realmente conhecem o
verdadeiro Reino de Deus e veem alguém ser um modelo dele, elas querem
fazer parte dele. A cidadania do Reino é um atrativo poderoso. A maioria dos
pastores não entende o Reino, por isso não o pregam nem ensinam sobre ele.
Consequentemente, a maioria das pessoas nas igrejas não entrou no Reino, e
não pode ser um modelo dele. Por que deveria ser uma surpresa o fato de
ninguém querer entrar para a igreja delas? O surpreendente é que alguém
queira!
Ao buscar o Reino, você também está buscando
— e encontrará — a provisão do Rei para cada
necessidade da vida.
TORNANDO-SE UM CIDADÃO NATURALIZADO

Buscar o Reino significa buscar a cidadania naturalizada no Reino da luz.


Essa é uma orientação completamente nova para a maioria de nós. Quando
conquistarmos a cidadania, outros irão querer se juntar a nós como
imigrantes, deixando para trás o reino das trevas.
Como em qualquer outro país, podemos entrar na cidadania do Reino
através do nascimento — o “novo nascimento”. Muitas pessoas chamam a
isso de ser salvo, mas em termos da orientação do Reino, creio que é mais útil
pensar nisso como um nascimento. Chamamos a isso de nascer de novo, e é o
mesmo que mudar a sua mente da rebelião para a submissão ao governo de
Deus. Por meio do novo nascimento, nos tornamos cidadãos naturalizados do
Reino. O novo nascimento também nos naturaliza, no sentido de que ele
parece nos devolver ao nosso estado original e natural de exercício de
autoridade e domínio sobre a Terra.
Quando procuramos nos tornar cidadãos do Reino de Deus, nos
alinhamos voluntariamente com um novo governo e um novo país. Adotamos
o seu idioma, os seus ideais e os seus valores.
O estilo de vida do Reino é tipificado ao mesmo tempo pela humildade e
pela prosperidade, que é uma combinação atraente para os não-cidadãos que
nos cercam.
E como qualquer filho, nascemos dentro da linhagem de herança que o
nosso Pai estabeleceu. Tudo no Reino só é herdado quando você nasce. A
partir do instante em que você entra no Reino, é como se tivesse um cheque
em branco em sua mão o tempo todo. Você não pode viajar para uma bela
ilha e se aposentar dos assuntos da vida normal, mas dentro da sua mente e
das suas emoções, você se sentirá assim, porque o seu Rei começará a cuidar
das suas necessidades. Isso inclui a sua necessidade de ter uma vida realizada
e significativa, pois Ele lhe dará atribuições.
O novo nascimento também nos naturaliza, no
sentido de que ele parece nos devolver ao nosso
estado original e natural de exercício de
autoridade e domínio sobre a Terra.

No Reino, você não terá mais de proteger nada. Quando acumula suas
próprias coisas, você sempre precisa se preocupar em armazená-las e sente a
necessidade de ter um sistema de segurança. Você precisa tomar cuidado.
Mas o Reino traz liberdade. Mudar a sua mente e entregar tudo ao Rei leva
você a um lugar inteiramente novo. É por isso que Jesus disse:

Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a


traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e
roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde
traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem
roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o
teu coração.
— Mateus 6:19-21

O crime é impossível no Céu, onde não existe propriedade privada.


Ninguém mais pode roubar você. A inflação e a destruição também não
podem alcançar os tesouros que você acumulou no Céu. Sua vida está livre de
estresse. Sempre que lhe faltar algo em sua vida, o Rei dos Céus providencia
para você.
Você pode viver na Terra em uma colônia do
Reino dos Céus, mas continua sendo um pleno
cidadão do Céu.
A CIDADANIA ADÂMICA RESTAURADA

Sabemos que o primeiro reino a existir foi o Reino dos Céus. Não havia reino
antes desse.
O primeiro cidadão da colônia do Reino dos Céus na Terra foi o primeiro
homem, Adão. Deus pegou um pouco de terra e formou o corpo de Adão, em
seguida soprou o espírito dentro do corpo. Cada um de nós é como o primeiro
homem, Adão; temos um corpo que vem da terra e um espírito que vem de
Deus.
Deus nunca pretendeu que Adão, ou qualquer de nós, fosse considerado
cidadão da Terra, ou mesmo um residente permanente. Quando falo sobre a
cidadania adâmica, estou me referindo a uma continuação do plano original.
Em que país está a nossa cidadania? No Céu. Esperamos adquirir essa
condição de cidadãos somente ao chegarmos ao Céu, após a nossa morte? Ela
é como uma aposentadoria? Ou podemos experimentar a cidadania celestial
agora mesmo? Você sabe a resposta. Não importa aonde você vá, sua
cidadania permanece a mesma. Você pode viver na Terra em uma colônia do
Reino dos Céus, mas continua sendo um pleno cidadão celestial.
Mas você também sabe qual é o seu problema; ficamos tão acostumados
com a Terra que pensamos que somos daqui e de nenhum outro lugar. E
ficamos com um pouco de medo exatamente daquilo que devemos governar.
Jesus nunca se intimidou com nada, quer fosse uma tempestade ou demônios,
ou um forte vento ou a peste. Ele sabia que estava acima de tudo isso.
Não seria desrespeitoso dizer que Jesus é como o Super-Homem. Ele veio
de outro planeta, podemos dizer assim, e quando chegou aqui, Ele tinha
superpoderes. Na verdade, a história do Super-Homem é provavelmente a
história mais próxima para explicar quem você é. Você, também, é de outro
“planeta”, o Céu. Quando você chegou aqui, os seus poderes foram ativados,
porque o seu único domínio é na Terra. Quando você voltar para o Céu, não
precisará mais dos seus poderes. A obediência protege você da kriptonita. É
simples assim.
Adão foi o primeiro cidadão do Céu na Terra, tendo recebido todos os
direitos, privilégios e toda a autoridade do reino celestial, a fim de que ele
pudesse exercer o domínio sobre a Terra. Deus lhe deu autoridade sobre os
peixes do mar, as aves do céu, o gado do campo, as criaturas que rastejam
sobre a terra — sobre toda a Terra.
Devemos fazer parte dessa mesma organização. Somos do Céu e vivemos
na Terra, tendo trazido toda a autoridade do Céu conosco. Para a maioria de
nós, lembrar que somos realmente cidadãos do Céu exige uma grande
reorientação. Na próxima vez que você entrar em uma reunião, envolver-se
em algum tipo de negociação ou for a uma entrevista de emprego, fixe sua
mente na sua verdadeira cidadania. “Eu não sou daqui”, você pode dizer a si
mesmo. “Estas pessoas estão sendo usadas pelo meu governo para me
aperfeiçoar. Quando eu entro nesta sala, o meu Rei entra também. Através de
mim, Ele está no comando aqui”.
ACORDE

Quando você despertar para o fato de que foi criado para ser um cidadão do
Reino, as luzes se acenderão em sua mente. Você deixará para trás as coisas
que costumavam deixá-lo estressado e descontente, e passará a procurar por
oportunidades de trazer o Reino ao mundo que o cerca. Paulo disse isso da
seguinte maneira:

Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes,


exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em
oculto, até mencionar é vergonhoso. Mas, tudo o que é
exposto pela luz torna-se visível, pois a luz torna visíveis
todas as coisas. Por isso é que foi dito:
“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e
Cristo resplandecerá sobre ti”.
Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não
seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao
máximo cada oportunidade, porque os dias são maus.
Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender
qual é a vontade do Senhor.
— Efésios 5:11-17, NVI

Somos do Céu e vivemos na Terra, tendo trazido


toda a autoridade do Céu conosco.
Quando você despertar e se reorientar como um cidadão renascido do
Reino da Luz, o Rei brilhará sobre você e a Sua luz exporá cada último
resquício de trevas em seu interior. Ele exporá as suas más decisões, o seu
comportamento irresponsável. Ele lhe mostrará onde você esteve andando
com más companhias e como desperdiçou dinheiro. Ele não apenas lhe
mostrará o que está errado em sua vida, como também seguirá em frente e lhe
mostrará o que fazer a respeito disso. Ele o ajudará a reunir todo o
conhecimento e entendimento que você acumulou, e Ele lhe mostrará como
aplicá-lo.
Sabedoria significa conhecimento aplicado. Simplesmente ter
conhecimento e entendimento em si mesmos são apenas ter compreensão,
mas a sabedoria é a aplicação dessa informação.
O Reino é muito prático. Tudo que você aprendeu até agora, as teorias e
princípios, juntamente com essa grande revelação que você recebeu sobre o
Reino, se aplicarão às situações da vida real. É isso que Paulo quer dizer
quando diz “aproveitando ao máximo cada oportunidade”. O tempo é
limitado e o mal já levou vantagem por tempo demais. Continuando a buscar
o Reino com paixão, você descobrirá que o Rei pode redimir tudo o que você
perdeu com seus erros.
Finalmente você entenderá por que certas coisas tinham de acontecer.
Deus começará a lhe mostrar uma visão para a sua vida, o seu destino na
vida. Entretanto, Ele raramente o deixará ver os passos para chegar lá. Isso
porque parte do plano dele é o processo em si. Ele quer que você continue
exercendo os privilégios da sua cidadania e que continue confiando nele. José
jamais poderia ter imaginado que os aparentes reveses enfrentados por ele
seriam os passos que o levariam ao seu destino, mas Deus sabia o que estava
fazendo quando permitiu que ele fosse lançado em um poço — um poço que,
por acaso, estava situado bem ao longo da rota dos mercadores de escravos
que o tirariam dali e o levariam ao Egito. Leia o livro de Gênesis (capítulos
37 a 50) para rever toda a história. Ela é um excelente exemplo de alguém
cuja vida pertencia a Deus.
O ponto que quero enfatizar é este: tudo que você tem a fazer é despertar
para o Reino, e continuar desperto nele. O Rei cuidará dos detalhes.

Continuando a buscar o Reino com paixão, você


descobrirá que o Rei pode redimir tudo o que
você perdeu através dos seus erros.
ADMINISTRANDO O PLANETA

A vontade de Deus para a humanidade é a administração de todas as coisas,


assim como era originalmente para Adão. A vontade dele não é, como muitos
de nós acreditamos, que cantemos, batamos palmas e vamos à igreja. Na
verdade, a vontade dele é que administremos a Terra. É que façamos uso da
nossa autoridade. É que assumamos a responsabilidade pelas coisas que nos
cercam e que tragamos o Reino para elas.
Como eu já disse, todos os problemas do planeta hoje são resultado de má
administração. Adão recebeu o contrato original de gerenciamento da Terra, e
o que fez com ele? Ele pegou o contrato e o entregou a um querubim
desempregado chamado Lúcifer, agora mais conhecido como diabo. Adão
pegou a autoridade e o território que lhe havia sido dado e os entregou a outra
pessoa.
O diabo “gerenciou” o mundo levando-o às trevas, porque ele não tinha
nenhuma luz do Céu. Adão teve de lutar por tudo, e pelo resto de sua vida,
ele enfrentou um problema atrás do outro. Os seres humanos têm seguido o
exemplo de Adão desde então.
Quando Adão administrou mal a sua missão, Deus a tirou dele. O mesmo
acontece com cada um de nós. Seja o que for que administremos mal, nós
perdemos. Seja o que for que administremos com a ajuda de Deus, nós
aperfeiçoamos. Administrar o planeta não significa que nos tornamos super-
heróis ou cavaleiros de armadura brilhante que eliminam a oposição e
conquistam o mundo. Nossa administração ocorre na nossa própria casa e
vizinhança, nos nossos empregos. Gerenciamos o nosso próprio corpo
comendo os alimentos certos e dormindo o suficiente. Gerenciamos nossos
casamentos dedicando tempo para cultivá-los. Gerenciamos nossos empregos
e nossos salários indo trabalhar pontualmente e trabalhando com diligência
até a hora de partir. Graças à orientação do Rei, nossos passos nos levam
aos
lugares corretos, na hora certa. E, de vez em quando, sabemos como é receber
uma missão maior.
Adão perdeu o bem que lhe havia sido dado para administrar. Nós
recebemos uma segunda chance. Agora que Jesus veio como o Segundo
Adão, nossa autoridade foi restaurada. O reinado de Deus tem uma
oportunidade de prevalecer.

Quando Adão administrou mal a sua missão,


Deus a tirou dele. O mesmo acontece com cada
um de nós. Seja o que for que administremos
mal, nós perdemos.

Lemos na constituição do Reino que a terra é do Senhor (ver Êxodo 9:29


e Salmos 24:1). Deus nunca deu a propriedade dela a Adão, apenas a sua
administração. Diante do que aconteceu depois, concluímos que essa foi uma
boa atitude. Deus foi sábio em não dar aos seres humanos a propriedade. Sem
dúvida, quando o primeiro homem fracassou nos seus deveres de
administração, Deus desenvolveu outro plano. Ele não havia perdido
completamente o planeta. Se você administra os apartamentos de alguém, o
senhorio ainda os possui. Se você administrar mal a propriedade, o
proprietário simplesmente o despedirá. Ele retém a posse e pode dar a
administração a quem quiser. Ele procurará alguém que tenha um bom
histórico.
Espero que você entenda que Deus não lhe entrega dons do Seu depósito
só porque você se chama de cristão ou mesmo porque você é justo. Ele lhe dá
o que você precisa para a sua missão administrativa. Deus permitirá que você
continue administrando o que pertence a Ele enquanto você o administrar
bem. Se você lidar bem com o seu dinheiro e com outros bens, Ele lhe dará
mais
para administrar. Esse é o modo de pensar do Reino, e quanto mais pensarmos
assim, melhor estaremos.

O Reino já veio. O Reino está aqui, agora. Ele


está presente e em funcionamento no planeta
Terra.
O REINO É AGORA

As igrejas estão cheias de pessoas que dizem que o Reino ainda está por vir.
Elas acreditam que elas estarão no Reino... algum dia. Elas pensam que as
pessoas que creem em Jesus serão cidadãs quando chegarem ao Céu, e que
devem adiar sua alegria até chegarem lá. “Venha o Teu Reino” significa que
devemos orar para que ele venha, mas ele não está aqui, elas dizem.
Essas pessoas estão erradas. O Reino já veio. O Reino está aqui, agora.
Ele está presente e em funcionamento no planeta Terra, e quando você nasceu
de novo, você foi naturalizado como um cidadão do Reino. “Venha o Teu
Reino, seja feita a Tua vontade assim na Terra como no Céu” significa que o
Reino está vivo e em movimento, e somos participantes dele, trazendo a
vontade de Deus à Terra.
Por favor, desperte para o fato de que o Reino está aqui e que você tem
um trabalho a fazer. Não feche a porta para aqueles que querem entrar
dizendo a eles que ainda não é tempo. Oriente-se com base na ideia da sua
cidadania do Reino. Busque o Reino e a sua justiça com paixão, e a sua vida
transbordará da presença do Céu.
CAPÍTULO 7

O PODER DO CONHECIMENTO DOS CIDADÃOS

V ocê pode ter um PhD em cada matéria da vida, e ainda ser estúpido.
Não basta aprender informações e entendê-las. Você precisa saber
como aplicar o que aprendeu se quiser chegar ao nível mais alto, que é o da
sabedoria.
Em outras palavras, o segredo para uma vida plena não é simplesmente
ter mais conhecimento dos fatos. As pessoas pensam que podem ter
felicidade se puderem aprender o suficiente sobre a verdade. A Bíblia tem o
seguinte a dizer sobre essas pessoas: “... aprendem sempre e jamais podem
chegar ao conhecimento da verdade” (2 Timóteo 3:7). O conhecimento em si,
mesmo quando a informação não é falsa, mas verdadeira, é apenas o primeiro
passo a caminho da sabedoria.
Entretanto, o conhecimento é importante, porque ele precisa vir primeiro.
Você precisa de conhecimento para adquirir entendimento e compreensão.
Finalmente, depois de ter crescido tanto no conhecimento quanto no
entendimento, você está pronto para a sabedoria.
A sabedoria não apenas é superior, como ela nos leva diretamente à sala
do trono do Reino de Deus. Outro versículo da Bíblia diz o seguinte sobre
esse princípio: “É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus,
o qual se tornou sabedoria de Deus para nós...” (1 Coríntios 1:30, NVI).
Observe que a Bíblia não diz que Jesus Cristo se tornou conhecimento para
nós, porque o conhecimento é apenas o passo número 1. Jesus Cristo se
tornou para nós sabedoria, porque a Sua presença nos leva à plena aplicação
da verdade e da justiça, nas quais o nosso conhecimento pode entrar em ação.

Então nós nos contentamos com muito menos do


que tudo o que o Reino oferece.
O CONHECIMENTO VEM PRIMEIRO

A importância fundamental do conhecimento pode ser ilustrada por uma


história muito conhecida. Eis a minha versão dela:

Um casal idoso ganhou o primeiro prêmio em um sorteio:


um cruzeiro grátis por dez dias. Eles nunca haviam ido a um
cruzeiro antes. Na verdade, eles nunca haviam ido a lugar
algum, portanto não sabiam nada sobre viagens. Eles
moravam na mesma pequena casa suja há décadas e sempre
viveram contando moedas.
Quando descobriram que tinham sido sorteados, eles ficaram
muito constrangidos. Não sabiam o que fazer. Mesmo assim,
colocaram na mala um monte de roupas em mau estado,
foram até o cais, e embarcaram no navio do cruzeiro. Eles
mostraram seus bilhetes e o bilheteiro os mandou embarcar.
O homem e sua esposa perambularam pelos decks do navio,
apreciando tudo aquilo. Eles nunca haviam visto tanta
beleza. Jamais haviam visto pessoas tão bem vestidas. Eles
nunca haviam visto tanta atividade. Nunca haviam usado um
elevador antes.
Eles foram conduzidos à sua cabine, que ficava em um dos
decks mais altos, o segundo de cima para baixo. Quando
chegaram ao quarto, eles tocaram na cama. Tocaram no
chão. Eles passaram a mão pela parede. Olharam pela janela
e ficaram ali maravilhados. Aquilo era como o céu.
Depois de se instalarem, eles retiraram de sua mala algumas
bolachas, pedaços de queijo e saquinhos de Ki-Suco. Eles
prepararam seu refresco e ficaram sentados na cama,
olhando
pela janela enquanto comiam. Eles estavam muito
empolgados por estarem no navio.
Dia após dia, a rotina era sempre a mesma coisa. Eles
olhavam pela porta para espiar todos os passageiros bem
vestidos que passavam por eles, fechavam a porta
novamente e diziam: “U-huuu! Isto é maravilhoso”. Eles
olhavam pela janela, viam o oceano e diziam: “Oh, isto é
como o céu”. E então comiam algumas bolachas e queijo,
bebiam um pouco de Ki-Suco no café da manhã, no almoço
e no jantar, três vezes por dia.
Depois de cinco dias de viagem, o capitão ficou preo-
cupado. Passaram-se mais dois dias e ele nunca os via no
restaurante. Ninguém os havia visto nas boates, nos shows
ou em qualquer lugar nos decks. O que havia acontecido
com aquelas duas pessoas? Ele pensou que eles
provavelmente tivessem morrido ali dentro.
No nono dia, o capitão ficou tão inquieto que mandou um de
seus assistentes verificar o que havia acontecido com o
casal. Ele bateu à porta.
— Entre! — disseram o senhor e a senhora.
Ali estavam eles, sentados no chão, em um lençol da cama,
fazendo um piquenique. Migalhas de bolachas e queijo
estavam espalhadas por todo o chão. Eles sorriram para ele.
— Estamos tão maravilhados por estar neste navio.
Obrigado a todos vocês, senhor, por nos demonstrar a sua
hospitalidade.
O assistente ficou parado na porta, chocado. Ele não sabia o
que dizer quando percebeu que aquelas pessoas não saíram
da cabine durante nove dias. Finalmente, ele engoliu em seco
e disse:
— Perdoem-me, madame e senhor, vocês estavam nesta
cabine o tempo todo?
— Sim, estamos muito felizes. Muito obrigado por nos
permitir ter este quarto. Tem sido maravilhoso.
Ele respirou fundo e perguntou:
— Vocês nunca desceram para tomar café da manhã,
almoçar ou jantar?
— Ah, não, sabe, nós não poderíamos pagar por isso.
Estamos satisfeitos apenas por estar a bordo.
Ele disse:
— Vocês nunca saíram do quarto para desfrutar a diversão e
todas as coisas extras?
— Ah, não! Nós também não podemos pagar por isso.
Percebendo que havia algo errado, o homem pediu para ver
os bilhetes deles.
— Sim, senhor — disse a mulher enquanto pegava sua
bolsa, tirava o seu bilhete e o entregava a ele.
Ele olhou o bilhete, olhou para cima e disse:
— A senhora não leu o seu bilhete? Não percebeu que o seu
bilhete lhe dava acesso a tudo no navio; a toda a comida que
pudesse comer, a todos os clubes, a todos os jogos, a todas
as piscinas, a todas as jacuzzis, a todos os spas, a todas as
saunas? Vocês poderiam desfrutar de tudo isso
gratuitamente...
Mas quando ele terminou de falar, o navio atracou no cais.
Era tarde demais. Eles não souberam a tempo.

Quantas pessoas passam a vida inteira sem


entender seu país, o céu?

Quando ouvi essa história pela primeira vez, ela me lembrou do grito de
Deus pela humanidade no livro de Oseias: “O meu povo está sendo destruído
porque lhe falta o conhecimento” (Oseias 4:6). Pensei no Reino de Deus,
porque a mesma coisa acontece com a maioria de nós, no que se refere ao
Reino. Não sabemos quase nada sobre ele, até mesmo aqueles de nós que
temos um bilhete gratuito. Então nós nos contentamos com muito menos do
que tudo aquilo que o Reino oferece. Não prestamos atenção às palavras da
Bíblia que explicam as muitas maneiras como o Reino funciona. Somos tão
ignorantes quanto bebês acerca da cidadania na qual acabamos de nascer.
Ora, quando você e eu éramos bebês de verdade, sem dúvida não
sabíamos nada sobre a nossa cidadania. Eu nasci em Bain Town, nas
Bahamas, mas eu não soube nada sobre as Bahamas por muito tempo. Eu era
apenas um bebê. Depois de algum tempo, comecei a aprender as coisas. À
medida que o tempo passou, comecei a entender o que significava ser um
cidadão das Bahamas. E levei muito tempo para entender a minha cidadania
no Reino.
Quantas pessoas passam toda a vida sem entender o país delas, o céu?
Muitas nem sequer sabem que existe algo a saber sobre ele. Elas poderiam
desfrutar da sua plena cidadania, mas não sabem nada sobre como ela
funciona, que direitos e privilégios ela traz, nada sobre as leis do céu.
Permanecem ignorantes por toda a vida, vivendo a algo equivalente a
“bolachas com queijo e refresco”.
Meu desejo é que todos joguem suas bolachas com queijo para fora do
navio, e andem até o restaurante principal, para poderem desfrutar tanto da
jornada quanto do destino. Todo o Reino está à sua disposição, você sabia?
O CUMPRIMENTO DA LEI E DOS PROFETAS

Todo o conhecimento contido nas páginas do Antigo Testamento não poderia


cumprir as promessas de Deus de restauração do Reino — até que Jesus veio.
Assim que Ele respirou pela primeira vez como um ser humano, esse
conhecimento — muito do qual era pres-ciência profética — começou a
crescer e a se tornar sabedoria plena.
Jesus explicou: “A Lei e os Profetas profetizaram até João. Desse tempo
em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus, e todos
tentam forçar sua entrada nele” (Lucas 16:16, NVI).
A Lei e os Profetas não foram substituídos quando o Rei chegou ao
planeta; eles foram cumpridos nele. Eles representavam o conhecimento
sobre o Reino, e Jesus trouxe a aplicação desse conhecimento.
Se você folhear os diversos livros do Antigo Testamento, entenderá o que
estou dizendo aqui. Comece com os “cinco grandes” livros, que são
conhecidos como Pentateuco (que significa “cinco livros”): Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números, Deuteronômio. Nesses livros, as leis cerimoniais que
Deus deu a Moisés são expostas em grande detalhe. Em seguida, chegamos
ao livro de Josué, que descreve o período de vida do povo de Israel depois de
terem entrado na Terra Prometida. O trabalho de Josué era estabelecer o povo
e ensinar-lhe os caminhos do Reino de Deus. À medida que avançamos nos
Livros do Antigo Testamento, a história do Reino se desenrola.
Todos os profetas, todos os juízes e todos os reis citados na Bíblia tinham
algo a ver com preparar o caminho para a vinda do Rei. Os juízes e reis (a
Lei) representavam a justiça e os direitos divinamente humanos do Reino. Os
profetas vislumbravam o futuro e pronunciavam que um Messias viria.
Juntos, eles representavam a Lei e os Profetas. Quem eram algumas dessas
pessoas?
Depois do livro de Josué, o livro de Juízes nos fornece ilustrações sobre
os juízes de Israel, homens e mulheres como Débora, que assumiram o
comando de um exército e expulsaram o inimigo invasor para proteger o
povo que estava sob ataque. Todos os juízes de Israel exerceram seu poder
para confirmar e estabelecer os direitos dos cidadãos de Israel. O curto livro
de Rute aparece em seguida, porque ele descreve a linhagem do Messias,
citando Seus ancestrais terrenos. Os livros de 1 e 2 Reis nos apresentam a um
dos maiores profetas de todos os tempos, Elias, e seu discípulo Eliseu.
Ambos demonstraram o extremo poder do Reino de Deus, mais que os outros
profetas. Na verdade, Elias veio para representar o próprio termo “profeta”
melhor que qualquer outro, assim como Moisés representava o termo “lei”.
Em 1 e 2 Samuel temos uma visão da época em que o povo de Israel
começou a pedir o seu primeiro rei. Deus queria que eles esperassem, porque
Ele seria o Rei deles, mas eles não quiseram esperar. Eles queriam ter um rei
terreno, assim como as outras nações. O profeta Samuel ungiu Saul para ser
rei, mas Saul não levou a coroa com honra. Em seguida veio o rei Davi, que
agradou a Deus e governou por muito tempo, nos dando muitas ilustrações do
Reino de Deus. Os salmos que Davi escreveu são todos sobre a vida no Reino
(Salmos são canções que nos mostram o quanto Deus, o Rei, é glorioso. O
livro de Salmos é um livro sobre um Rei, escrito por um rei). Além de
estabelecer um reino que se tornaria o modelo para entendermos o Reino dos
Céus, o próprio Davi fez parte da linhagem do Messias.
Até os dois livros de Crônicas, que relatam a história das atividades
políticas e militares ao longo dos anos, nos dão algumas percepções do
Reino. Quando lemos 1 e 2 Crônicas, aprendemos sobre reis bons e reis
maus, reis que se saíram bem e reis que se saíram mal, reis que agradaram a
Deus e reis que deixaram de agradá-lo, reis que construíram cidades e reis
que as destruíram. Os reis se tornaram tão corruptos que Deus começou a
enviar uma série de profetas. Começando com o livro do profeta Esdras,
ouvimos um tema comum, que é mais ou menos assim: “Embora os seus reis
e os seus países estejam um caos, há outro Rei vindo. Ele endireitará as
coisas”.
Todo o Reino está à sua disposição.

Em meio a todos os reis e profetas, temos o livro de Neemias, que é um


livro de restauração e esperança. Neemias não era nem um rei nem um
profeta, mas ele foi um líder forte que cumpriu a visão de reconstruir a cidade
de Deus, Jerusalém. Suas realizações nunca foram igualadas.
Não vemos apenas reis nos livros do Antigo Testamento, também vemos
rainhas. A rainha Ester foi uma das maiores líderes da história, quer do sexo
masculino ou feminino, e ela exerceu sua autoridade muito bem para
preservar a semente do Messias. Ele viria através da nação de Israel, e Ester
preservou o povo, que era minoria na época, da aniquilação total.
O livro de Jó é um livro inusitado. Em termos do Reino, Jó nos ensina
que não importa o que Deus, o Rei, faça: Ele está sempre certo. O Seu Reino
não pode ser paralisado por condições adversas ou pela obstinação humana.
Jó nos mostra que o Reino de Deus é durável.
O livro de Jó é seguido pelo livro de Salmos do rei Davi, após o qual
encontramos o livro de Provérbios, cuja maior parte foi escrita pelo rei
Salomão, filho do rei Davi. Ele escreveu o livro de Provérbios para mostrar
aos leitores como a vida do Reino deve ser.
A tradição nos diz que ele também escreveu o livro de Eclesiastes, que
ridiculariza a maneira como as pessoas tentam viver sem Deus. O resumo
desse livro diria algo assim: “Tudo é uma perda de tempo sem sentido, exceto
a obediência a Deus. Viva do jeito de Deus e você terá vida longa”. O
terceiro livro escrito por Salomão chama-se Cântico dos Cânticos, ou
Cantares de Salomão, e é um longo poema sobre o amor entre um homem e
uma mulher. Paradoxalmente, o rei Salomão não seguiu o seu próprio
conselho, embora ele tenha sido preservado para nós na Bíblia. Ele perdeu
seu reino por causa do
próprio pecado. No entanto, essa perda não contradiz o conhecimento e a
sabedoria dos livros que Salomão escreveu para nós. Ela apenas enfatiza a
realidade de que o Reino de Deus está fundamentado na justiça, porque se
você decidir ignorar as instruções do Rei, perderá o que Ele lhe deu.
Depois de Salomão, Deus parou de usar reis para explicar o Seu Reino;
daquele momento em diante, Ele usou exclusivamente os profetas para
falarem ao povo sobre Si mesmo. Temos dezessete livros de profecias, a
maioria dos quais receberam o nome dos profetas cujas palavras estão no
livro: Isaías, Jeremias, Lamentações (também escrito por Jeremias), Ezequiel,
Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Esses profetas demonstraram o poder
do Rei enquanto previam a vinda do Messias.
O livro do profeta Malaquias é o último livro do Antigo Testamento, e ele
termina com um anúncio:

Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe


prescrevi em Horebe para todo o Israel, Eis que Eu vos
enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível
Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e
o coração dos filhos a seus pais, para que Eu não venha e
fira a terra com maldição.
— Malaquias 4:4-6

Deus estava encerrando todos os séculos de profecias dizendo: “Há


alguém vindo antes de Mim para me apresentar a todos”. Ele estava se
referindo a João Batista, que anunciaria o Messias, Jesus, e que viria na
tradição do grande Elias.
É assim que todos os livros do Antigo Testamento, de Josué a Malaquias,
tratam do anúncio do Rei que estava por vir. Eles viram antecipadamente o
futuro e anunciaram o Reino.
Tudo que vem antes de João são apenas notas de
referência.

Depois que Jesus veio, viveu e trabalhou na Terra por trinta e três anos,
sofreu a crucificação e ressuscitou do túmulo, Ele estava andando em uma
estrada com alguns de Seus velhos amigos. A princípio, eles não o
reconheceram, porque naturalmente eles pensaram que Jesus estava morto. À
medida que caminhavam, Jesus lhes expôs as Escrituras, explicando,
provavelmente em maiores detalhes do que eu fiz aqui, como todos os
escritos anteriores tinham a ver com o Messias que viria. Quando Jesus
terminou, os olhos deles foram abertos, e eles perceberam que era Ele quem
estava falando com eles. (Essa história pode ser encontrada em Lucas 24:13-
34.)
AS LEIS, OS PROFETAS E O REINO

Jesus havia estabelecido essas linhas de conexão muito antes daquela época.
Sempre me interessei muito por algo que aconteceu no que hoje chamamos
de Monte da Transfiguração. (A mesma história é contada em três dos
Evangelhos: Mateus 17, Marcos 9 e Lucas 9.) Jesus levou três dos Seus
discípulos para o cume de uma montanha. Enquanto eles estavam com Ele lá
em cima, quem aparece do nada, senão Moisés e Elias, que estavam mortos
há muito tempo!
Por que esses dois? Porque são aqueles que melhor representam a Lei e os
Profetas. Jesus não levou os Seus discípulos para o alto daquela montanha
para fazer uma exibição do Seu poder. Ele os levou para que tivessem um
encontro com a geração anterior, para pegarem o bastão. Ele os levou para
encerrar dois livros, a fim de que pudesse abrir outro. Como Jesus disse em
Lucas 16:16, a Lei e os Profetas foram pregados desde os tempos de Moisés
até o tempo do precursor de Jesus, João Batista. Essas são as duas únicas
coisas que poderiam ter sido pregadas. Mas elas apontavam para o Reino, que
entrou em cena com o Filho de Deus, Jesus.
Em outras palavras, tudo antes de João eram notas de referência. Quando
Jesus veio, a Lei e os Profetas se cumpriram nele. Jesus não estava destruindo
a Lei e os Profetas. Ele os estava cumprindo. Os que deram a lei, os que
cumpriram a lei e os profetas, todos eles haviam cumprido o seu dever. Eles
haviam completado suas missões. A Lei e os Profetas são essencialmente
importantes, porque eles levam a algo maior, o próprio Filho de Deus. Jesus
disse:

Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim


para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos
digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til
jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele,
pois, que
violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e
assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no
reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar,
esse será considerado grande no reino dos céus. Porque vos
digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos
escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
— Mateus 5:17-20

Jesus veio para trazer sabedoria divina para onde


antes havia apenas conhecimento e
entendimento.
A APLICAÇÃO DA LEI E DOS PROFETAS

Jesus veio à Terra para colocar seus moradores de volta na rota trazendo o
Seu Reino, para cumprir todas as previsões e prenúncios que haviam sido
feitos desde o tempo de Adão. Os profetas haviam falado sobre um Rei que
viria. Todos os primeiros juízes e reis terrenos o haviam retratado, até certo
ponto. De repente, Ele estava aqui, e reconquistou homens e mulheres em
todos os lugares, convidando-os a se tornarem Seus irmãos, cidadãos do
Reino no sentido mais amplo.
Longe de ser tão limitada em alcance e poder quanto uma nova religião
seria, Sua missão era muito maior: restaurar o Céu à Terra. Ele veio para
conferir a aplicação da Lei e dos Profetas, para trazer sabedoria divina para
onde antes havia somente conhecimento e entendimento. Aqui, relacionada
para você, está uma lista do que a vinda de Jesus significa para nós. Jesus
veio à Terra:

• Para restaurar o governo de Deus. “Porque um menino nos


nasceu... o governo está sobre os seus ombros... para que se
aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono
de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar
mediante o juízo e a justiça” (Isaías 9:6-7).
• Para trazer de volta à Terra as leis desse governo. Todo
país é edificado sobre leis. O Reino é edificado sobre a Lei
de Deus conforme dada a Moisés.
• Para trazer os valores do Céu. Toda colônia reflete os
valores e a cultura de seu governo de origem, e o Reino de
Deus não é exceção.
• Para trazer a cidadania do Céu. Quando você obtém a
cidadania, você recebe todos os outros benefícios, e quando
recebe todos os outros benefícios, você tem a cidadania.

Assim, quando Jesus disse ao povo: “Arrependei-vos porque está


próximo o Reino dos Céus” (Mateus 4:17), Ele estava dizendo: “Mudem o
seu modo de pensar, porque outro país voltou à Terra. Ele estava aqui quando
Adão estava vivo, mas Adão se livrou dele. Os profetas têm lhes dito que Eu
voltaria, e agora Eu vim. O motivo pelo qual Eu vim foi para trazer esse país
de volta. Esse país se chama o Reino dos Céus”.
A PERDA DE ADÃO, O GANHO DE JESUS

Em razão do que Adão fez, os seres humanos perderam o contato com o estilo
de vida do Céu. Em vez de viver a vida superior, eles começaram a viver a
vida inferior. Em vez de viver uma vida livre de doenças, eles se tornaram
propensos a doenças. Em vez de viver uma vida acima da depressão, as
pessoas viveram sob o jugo dela. Os humanos perderam o estilo de vida que
Adão e Eva haviam desfrutado no Jardim.
Estou convencido de que Adão nunca se preocupava. Provavelmente ele
costumava falar com as árvores, andar sobre as águas e conversar com os
peixes. Por que não? Ele tinha domínio sobre eles. E quando o Segundo Adão
veio, trazendo de volta o governo original de Deus, Ele também falou com as
árvores, andou sobre as águas e deu ordens aos peixes.
Quando Adão pecou, Deus o relegou, e também a seus filhos e aos filhos
deles, ao trabalho e às dificuldades:

E a Adão disse:
“Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da
árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por
tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias
de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu
comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu
pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque
tu és pó e ao pó tornarás”.
— Gênesis 3:17-19

Jesus mudou isso. Ele foi o modelo de uma vida livre de estresse (livre de
suor). Ele nos mostrou que no estilo de vida do Reino não há pressão alguma,
nada para deixar com pressão alta. Quando os homens pescaram a noite
inteira
e não pegaram nada, Ele colocou peixes nas redes deles apenas com o poder
da Sua vontade (ver Lucas 5). Quando Ele quis se livrar de uma árvore
improdutiva, Jesus não teve de suar e usar um machado para cortá-la. Ele
apenas disse a ela: “Você morrerá” e a árvore secou da noite para o dia (ver
Mateus 21:18-22). Quando Seus homens estavam em um barco que começou
a afundar durante uma tempestade, Ele andou sobre as águas para salvá-los
(ver Mateus 14:22-33, Marcos 6:45-52 e João 6:16-21). Ele tinha domínio
completo sobre os peixes e as árvores e sobre as tempestades e sobre tudo o
mais. E isso é apenas parte do que significa ter o domínio do Reino.

A Bíblia é como um contrato ou uma aliança


entre o Rei e Seus cidadãos, e ela nos diz como
manter a nossa condição legal como tais.
CONHECENDO OS SEUS DIREITOS CONSTITUCIONAIS

Antes que você possa entrar nos domínios do Rei, precisa conhecer os
caminhos do Reino. O primeiro tipo de conhecimento que você precisa é um
conhecimento dos seus direitos constitucionais nesse novo país. Quais
direitos lhe foram garantidos sob esse governo? Como você pode esperar que
a sua vida seja? Como você deve se comportar; que leis você precisa
conhecer?
Pelo fato de a Bíblia ser como a constituição do Reino de Deus, é a ela
que precisamos recorrer para descobrir os nossos direitos constitucionais. A
Bíblia é como um contrato ou uma aliança entre o Rei e Seus cidadãos, e ela
nos diz como manter a nossa condição legal como tais. É claro que não
podemos seguir as suas diretrizes se não soubermos o que ela diz.
Isso pode ser um problema em qualquer país. Você já leu a constituição
do seu país? As pessoas geralmente nunca fazem isso. Não temos ideia do
que é nosso por direito, de modo que não podemos sequer discutir em prol
dos nossos direitos de um ponto de vista legal. Nem sequer sabemos quando
fomos privados de alguma coisa que nos pertence por lei. (Você já percebeu
que a maioria dos políticos são advogados? Eles sabem algo que o restante de
nós não sabe, e podem usar isso em vantagem própria.)
Uma pessoa que conhece a lei não pode ser manipulada, e isso se aplica
ao Reino de Deus tanto quanto se aplica a outros países. O maior exemplo
desse princípio ocorreu quando o diabo testou Jesus no deserto. Como Jesus
venceu? Ele citou a Palavra de Deus (ver Mateus 4:1-11, Marcos 1:12-13 e
Lucas 4:1-13). Ele não repreendeu o diabo nem o amarrou ou expulsou. Ele
apenas disse algumas palavras do livro de Deuteronômio e derrotou o
tentador.
A dependência é a chave
da nossa prosperidade.
O motivo pelo qual Jesus sabia o que dizer é porque Ele havia
mergulhado na Palavra de Deus escrita, e o Espírito trouxe as palavras certas
à Sua mente quando Ele precisou delas, assim como o Espírito pode fazer
conosco se nós também lermos a Bíblia com frequência e com entendimento.
Ler a Bíblia lhe dá poder legal.
PROSPERIDADE GARANTIDA

Saber o que a Bíblia diz o impedirá de tentar resolver as coisas por si mesmo.
Isso o ajudará a confiar que o Rei cuidará de você.
A maioria de nós foi criado em uma sociedade que nos ensina a não
depender de ninguém a não ser de nós mesmos. Aprendemos a nos proteger e
a nos agarrar ao que possuímos. Achamos difícil nos submeter a qualquer
pessoa, e não queremos que ninguém governe nossas vidas. Quando entramos
para o Reino de Deus, precisamos mudar a nossa mente e o nosso coração ou
Jesus não poderá nos ajudar muito. Sim, nós oramos e pedimos ajuda a Ele,
mas geralmente depois disso procuramos uma maneira de ajudar a nós
mesmos. Os nossos “planos B” são a prova do poder do espírito de
independência. Oramos e depois respondemos às nossas próprias orações.
Essa é a nossa velha cultura.
Mas a dependência é a chave para a nossa prosperidade. Lembre-se de
como Jesus condenou o homem da parábola que disse: “Eu me fiz rico!
Preciso construir mais celeiros para guardar a minha riqueza” (ver Lucas
12:16-21). Saber o que a Bíblia realmente diz é a chave para a nossa
dependência.
Quando digo isso, não estou defendendo a doutrina da prosperidade que
algumas pessoas pregam. Você não pode apenas “declarar e reivindicar”
porque você quer algo de bom. Não existe na Bíblia a doutrina da
prosperidade. Jesus nunca pregou sobre prosperidade. Ele nunca precisou
fazer isso porque, no Reino, isso é irrelevante.
No Reino, a prosperidade é um subproduto. Quando buscamos o Reino
em primeiro lugar, todas as coisas que necessitamos para prosperar e ter
sucesso nos são supridas. Entrar no Reino vem em primeiro lugar, e isso
coloca você em uma posição de dependência completa.
Nas culturas de mentalidade independente, os
milagres não acontecem com tanta frequência,
porque as pessoas têm os seus

próprios planos no bolso de trás, caso a oração não funcione. Quando o


seu nível de confiança é baixo, a sua vida no Reino será quase zero.
Isso incomoda as pessoas, principalmente os norte-americanos, que veem
a dependência em Deus como uma desculpa. (Os norte-americanos
chamariam isso de maneira fácil de viver. Outros diriam que é uma maneira
fraca.) Eles não apreciam o valor da dependência. Eles não entendem que
quanto mais você se abaixa diante de um rei, mais alto ele o eleva. Quanto
mais baixo você for, mais ele o exalta. Deus é o Rei do universo. Ele o
possui. Quanto mais você se humilhar diante do Proprietário, mais você pode
esperar ser exaltado. Jesus disse: “Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar
será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”
(Mateus 23:12, NVI).
Você sabe por que acontecem mais milagres nos países em que o espírito
de independência não é forte? Porque nesses países, as pessoas não têm um
remédio alternativo para tomar. Quando você tem uma dor de cabeça em uma
aldeia remota da África, você precisa de Deus. Você não pode conseguir
ajuda médica. Mas nas culturas de mentalidade independente, os milagres não
acontecem com tanta frequência, porque as pessoas têm os seus próprios
planos no seu bolso de trás, caso a oração não funcione. Quando o seu nível
de confiança é baixo, a sua vida no Reino será quase zero.
ESTABILIDADE GARANTIDA

Aqueles de nós que vivem no Caribe sabem o que acontece quando os


furacões chegam. A única árvore que não cai é a palmeira. Enquanto os
ventos arrancam todas as outras árvores do chão pelas raízes, a palmeira
simplesmente se dobra, até tocar o chão, e volta a se levantar como uma tira
de elástico.
Do mesmo modo, os cidadãos do Reino — as pessoas que foram
plantadas no solo do Reino — florescerão em qualquer espécie de
circunstância difícil. Elas são “os justos”, aqueles que conhecem a maneira
certa de viver, o modo do Reino:

O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro


no Líbano. Plantados na Casa do Senhor, florescerão nos
átrios do nosso Deus.
— Salmos 92:12-13

Quando você se coloca sob o governo do Reino e entende o que isso


significa, passa a viver sob um poder que não pode ser abalado nem pelos
ventos mais potentes.
Quando os problemas econômicos surgem e destroem todos os demais, o
cidadão do Reino se levantará novamente. Os cidadãos do Reino estão sob
um sistema de governo diferente, um governo que trabalha a favor deles. Os
cidadãos do Reino são como os hebreus quando Deus os tirou da escravidão
no Egito (ver Êxodo 7-11). Deus fez as pragas atacarem todas as pessoas que
não eram o Seu povo escolhido. Ele pode fazer isso porque Ele é o dono de
tudo. Ele pode dizer a um gafanhoto para comer somente as colheitas dos
egípcios e não as colheitas dos escravos. A eles, assim como a nós, Deus diz:
“Se vocês Me obedecerem, Eu serei o seu Deus”:
“Se vocês derem atenção ao Senhor, o seu Deus, e fizerem o
que ele aprova, se derem ouvidos aos seus mandamentos e
obedecerem a todos os seus decretos, não trarei sobre vocês
nenhuma das doenças que eu trouxe sobre os egípcios, pois
eu sou o Senhor que os cura”.
— Êxodo 15:26, NVI
O PODER DO CONHECIMENTO DO REINO

Um dos salmos diz: “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu
não serás atingido” (Salmos 91:7). Isso significa que todos os que o cercam
podem ser despedidos durante um período de recessão, mas isso não precisa
tocar você. Você pode ir se deitar à noite sem ansiedade. A empresa para a
qual você trabalha pode decidir reduzir o quadro de funcionários, corrigir esse
número ou decretar falência, mas você ainda pode dormir à noite com
confiança de que o seu Rei está cuidando de você.
Quando você se coloca sob o governo do Reino e entende o que isso
significa, passa a viver sob um poder que não pode ser abalado nem pelos
ventos mais potentes. Você estará protegido e será ajudado em tudo o que
fizer. Aprendi o valor poderoso de conhecer os meus direitos como
cidadão quando iniciei meu ministério em 1980, e dentro de alguns anos
quisemos iniciar uma transmissão via rádio. Quando fomos à estação para
indagar, eles disseram: “Tudo bem, sem problemas. Se vocês podem pagar,
vocês podem ter o programa — durante o turno do ‘cemitério’, entre meia-
noite e seis da manhã”. Eles nos disseram que esse era o único horário do
dia em que eles
transmitiam programas religiosos.
Eu disse a eles que queríamos um programa que fosse transmitido durante
o horário principal, no fim da tarde, por volta das cinco horas. Eles disseram
que isso era impossível em nosso país. Não importava se tínhamos o dinheiro
para pagar pelo horário e se éramos cidadãos legítimos.
Não desisti. Busquei um escalão mais alto. Mas até mesmo os que
ocupavam posições mais elevadas na empresa disseram: “Não, não podemos
fazer isso”. Então fui mais alto ainda. Marquei uma hora com o ministro do
governo que administrava as transmissões nas Bahamas.
Um pouco de conhecimento constitucional pode
ser perigoso!

Eu disse: “Senhor, é isto que queremos fazer e a empresa diz que não
podemos”. Mostrei a ele o nosso plano. Ele disse não. Disse que era
impossível porque não era costume nas Bahamas ter transmissões religiosas
durante os horários diurnos. Então tive de ser mais firme. Eu disse: “Olhe,
sou um cidadão. Eu tenho um produto. Eu tenho o dinheiro. Eu posso pagar
pelo horário, e é meu direito fazer isso. Na verdade, eu não me incomodo de
levar o governo aos tribunais...”. Isso chamou a atenção dele. Continuei: “Se
eu levar o governo aos tribunais, vou vencer porque a constituição diz...” e
comecei a citar a constituição das Bahamas.
Ninguém nunca havia feito isso com ele antes. Ele prometeu levar o
assunto à próxima reunião do parlamento, e assim fez. Depois de três
semanas, eles me chamaram. “Nunca fizemos isto antes, mas vamos deixar
você fazer isso”. Foi assim que nos tornamos o primeiro grupo da história das
Bahamas a tocar música cristã na rádio. Nosso programa era transmitido
todas as quintas- feiras à tarde, entre 17h e 18h. Ele se chamava “Música para
Crer”
Então decidimos que era hora de termos um programa de televisão.
Tivemos de passar novamente pela mesma luta. De volta ao parlamento, mais
objeções. É claro que, no fim, pudemos exercer nosso direito de comprar um
horário durante o dia. O nosso programa se chamava “Escolhas”, e era
transmitido todos os sábados à tarde, às 18h.
Em ambos os casos, nós lutamos com base nos direitos básicos que são
garantidos a todos os cidadãos pela Constituição das Bahamas. Isso mostra
como um pouco de conhecimento constitucional pode ser perigoso!
A AUTORIDADE DO REINO

Jesus prometeu que quando uma pessoa se torna um cidadão do Céu e,


portanto, um membro da Sua família, Ele daria autoridade a essa pessoa: “Eis
aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o
poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano” (Lucas 10:19).
Essa autoridade não se destina apenas a vencer serpentes e escorpiões — ela
abrange “todos os poderes do inimigo”. Por causa dessa autoridade, nada
destruirá uma pessoa que a possui. Que acordo!
Isso significa que podemos ter autoridade para pisarmos todo poder
demoníaco, toda resistência social, toda avalanche econômica, toda doença,
todo tormento. Podemos nos tornar imunes a qualquer coisa que tente nos
fazer mal.
A autoridade do Reino refere-se aos seus direitos pessoais de exercer seu
poder através do alinhamento com a lei constitucional. Considero esse um
segredo muito importante do Reino. Você não pode ter esse tipo de
autoridade se não for um cidadão. Os filhos de um homem chamado Seva
tentaram fazer isso uma vez, e as coisas não saíram muito bem:

E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar o


nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos
malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo
prega. Os que faziam isto eram sete filhos de um judeu
chamado Ceva, sumo sacerdote.
Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e
sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?
E o possesso do espírito maligno saltou sobre eles,
subjugando a todos, e, de tal modo prevaleceu contra eles,
que, desnudos e feridos, fugiram daquela casa.
— Atos 19:13-16

Quantas vezes nos levantamos no que pensamos ser a autoridade de Deus,


e descobrimos que não era? Ficamos confusos. Confundimos poder com
autoridade, porque vemos poder e influência o tempo todo, mas vemos a
autoridade em ação com menos fre-
quência. Um traficante de drogas é uma pessoa poderosa que controla
uma rede considerável de outras pessoas e bens. Mas, na verdade, tudo o que
ele tem é muita influência. “As autoridades” — a polícia e as autoridades
superiores — têm autoridade legal sobre as atividades dele, e elas podem
vencê-lo.

Quanto mais você souber sobre o Reino dos


Céus e quanto mais se levantar com base nesse
conhecimento, melhor a sua vida será.

Quando a polícia combate a atividade criminal, ela usa algum símbolo da


sua autoridade, tal como um uniforme ou um distintivo. Até mesmo para
impor simples leis de trânsito, a presença da autoridade é indicada por esses
símbolos. Se você tentasse parar o trânsito em uma autoestrada movimentada,
você poderia ficar ali com suas roupas civis e levantar a mão, mas não creio
que os caminhões de oito rodas parariam para você. Isso me parece uma
receita para a autodestruição. Porém, se você parasse ali vestido de oficial de
trânsito, as coisas seriam diferentes. Sua autoridade para parar o trânsito
estaria evidente.
Os reinos possuem símbolos de autoridade, tais como a coroa. O símbolo
de autoridade mais importante é o cetro. A rainha Ester sabia disso. Ela podia
ser a rainha daquela terra, mas tinha de seguir o protocolo ao pé da letra se
quisesse salvar o grupo minoritário do qual sua família fazia parte. A não ser
que seu esposo, o rei, estendesse o seu cetro de ouro para ela quando ela
entrasse na sala do trono, Ester seria morta por ter se aproximado com
tamanha ousadia sem permissão.
Ela arriscou, e o seu povo foi salvo. (O livro de Ester no Antigo
Testamento conta a história.) Podemos arriscar também, porque podemos
comparecer perante o nosso Rei como se tivéssemos vestido as vestes de
justiça do Seu Filho Jesus, que entra conosco. A ordem de morte é cancelada,
e podemos fazer o nosso pedido. A autoridade do Rei vai conosco para
realizar aquilo que pedimos.
Tudo se resume a Quem você conhece e ao que você sabe sobre o Seu
Reino. Posso lhe garantir que quanto mais você souber sobre o Reino dos
Céus e quanto mais se levantar com base nesse conhecimento, melhor a sua
vida será.
CAPÍTULO 8

ENTENDENDO A IMIGRAÇÃO E A MIGRAÇÃO

Q uando olho em redor para o meu país, as Bahamas, vejo uma nação
que está sendo invadida por estrangeiros que vêm para cá de uma
entre
duas maneiras: legal ou ilegalmente, porque o sistema governamental do país
de origem deles não está dando certo. É claro que isso não está acontecendo
somente nas Bahamas. Todas as semanas as pessoas estão saindo e mudando
de país, procurando melhorar de vida. Se as coisas dão certo para elas no
novo país, elas permanecem ali, e nós as chamamos de imigrantes.
Essas pessoas estão dispostas a deixar para trás seus pais, suas tias, seus
tios, seus primos e seus amigos; elas fazem muitos sacrifícios para
desarraigarem seus filhos e se ajustarem a uma nova cultura e idioma.
Emigrar não lhes dá nenhuma garantia de segurança ou permanência, mas
elas correm o risco mesmo assim.
Embora o meu país seja atraente para muitas dessas pessoas, o sistema
aqui nas Bahamas está falhando para muitas famílias. Elas vivem à margem
da sobrevivência, ansiosas e desanimadas com relação ao futuro. Recebo
telefonemas assim: “Tenho três filhos, perdi o emprego e estou procurando
um emprego há seis meses. Meus filhos estão famintos. Estamos vivendo do
auxílio da Cruz Vermelha”. Em uma ilha, as famílias que não podem se dar o
luxo de pagar suas contas de eletricidade estão levando seus filhos até à praia
para dormir à noite, onde a brisa é mais fresca. Sem eletricidade, suas
pequenas casas ficam quentes demais para se dormir.
Às vezes, penso que Deus está rindo das autoridades governantes
enquanto elas se esforçam para melhorar situações impossíveis.
Até mesmo as melhores formas de governo que as pessoas desenvolveram
não estão funcionando tão bem. Os mesmos países que estão atraindo mais
imigrantes têm muitos problemas. Por exemplo, os países edificados na
ideologia da livre empresa e do capitalismo produziram um dos extremos
mais elevados entre pessoas ricas e pobres, juntamente com outros problemas,
tais como o crime, resultante de toda essa disparidade de riquezas.
Creio que o nosso sistema de governo é um dos melhores, mas as nossas
redes de segurança têm muitas falhas. Quase todos estão vivendo com
dinheiro emprestado, e estão fazendo malabarismos na tentativa de pagar
esses empréstimos. Parte do motivo é porque a democracia em si é construída
com base na desconfiança. É por isso que temos a “separação de poderes” nos
ramos do governo e é por isso que quase tudo se transforma em uma luta de
poder.
A maioria das novas leis ou melhorias tem um lado negativo.
O DESEJO POR UM PAÍS MELHOR

Às vezes, penso que Deus está rindo das autoridades governantes enquanto
elas se esforçam para melhorar situações impossíveis. Na verdade, sei que
Ele está. Veja este salmo:

Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas


vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram...
Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na
sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os
confundirá. “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu
santo monte Sião”.
— Salmos 2:1-2, 4-6

Embutido na natureza humana está o desejo de um país melhor. Mas


nenhum país que já tivemos no mundo pode se equiparar ao país do Rei.
Essa busca por um país melhor será em vão se você limitar sua busca aos
países da face da Terra. Na verdade, a situação nacional entre um país e outro
é tão volátil nestes dias que, quanto mais cedo você mudar a sua lealdade
para o único país que nunca falhará com você, melhor será. Precisamos
seguir o nosso desejo por um país melhor até encontrarmos o Reino dos
Céus. A dupla cidadania é uma bênção, porque é essa direção que você e eu
vamos ter de tomar enquanto vivermos neste planeta.
Enquanto a sua cidadania for apenas da Terra, você só pode estar seguro
na medida em que o país ao qual você pertence lhe dá segurança. Mudar sua
condição de imigração e adotar a cidadania do Reino, juntamente com a sua
cidadania terrena, é a única maneira de realmente melhorar a sua sorte. “E o
meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus,
cada uma de vossas necessidades” (Filipenses 4:19), escreveu o apóstolo
Paulo. O Rei é o mais rico dos ricos, e as pessoas que entram debaixo do
Seu reinado
não podem esperar nada a não ser a melhor e mais consistente provisão, a
começar imediatamente.
ESTRANGEIROS

Os imigrantes são alienígenas. Não alienígenas do espaço, mas sim pessoas


que vieram para o país anfitrião como estrangeiros, em geral sozinhas e
muitas vezes sem muitos recursos.

Enquanto a sua cidadania for apenas da Terra,


você só pode estar seguro na medida em que o
país ao qual você pertence lhe dá segurança.

A Bíblia diz que Abraão se considerava um estrangeiro. Moisés também.


Juntamente com ele, Josué e Calebe nutriam o mesmo sentimento. Séculos
depois, Ester foi uma estrangeira na nação onde era rainha. Débora era uma
estrangeira. Isaías era um estrangeiro. Tudo se resume ao fato de que somos
todos estrangeiros. Nenhum de nós veio daqui; fomos enviados para cá de
outro lugar.
Na carta aos Hebreus, encontramos um parágrafo que volta atrás na
história. Ele fala de fé, mas também de estrangeiros. Veja o que ele diz:

Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas;


vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando
que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os
que falam desse modo manifestam estar procurando uma
pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde
saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, aspiram a
uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus
não se
envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes
preparou uma cidade.
— Hebreus 11:13-16

Você e eu somos como eles — cidadãos de um país celestial, mas


estrangeiros do ponto de vista da Terra. Somos pessoas que, por acaso, por
enquanto estão localizadas na Terra. Houve uma época em que estivemos
“sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às
alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo. Mas agora, em
Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o
sangue de Cristo” (Efésios 2:12-13, NVI).
Não importa em que país você viva; nenhum deles será melhor do que seu
país principal, que é o Céu. Então, embora você possa ser um cidadão em boa
posição no lugar onde vive, você também é um estrangeiro ali.
Precisamos reconhecer esse fato antes de termos de descobri-lo da
maneira mais difícil, migrando de um lugar para outro em busca do lugar
certo. Você sabe tanto quanto eu que às vezes a migração não resolve nada.
Uma das maiores histórias de fracasso da Bíblia é a história do filho pródigo,
contada no capítulo 15 de Lucas.
É uma história sobre uma migração voluntária, corações partidos,
remorso e arrependimento. Como todas as parábolas de Jesus, no fim das
contas, ela é uma história sobre o Reino. Eis como ela se passa.

Você e eu somos como eles — cidadãos de um


país celestial, mas estrangeiros do ponto de
vista da Terra. Somos pessoas que, por acaso,
por enquanto estão localizadas na Terra.
Um viúvo tinha dois filhos jovens. O mais jovem exigiu a sua metade dos
bens de seu pai e partiu para outro país, esperando encontrar uma vida melhor
ali. Ao chegar, ele desperdiçou seu dinheiro tolamente e ficou arruinado. Não
apenas isso, mas o país onde ele estava vivendo começou a passar por um
período de fome. Ele ficou desesperado, então aquele rapaz judeu foi
trabalhar para um fazendeiro de porcos local, que o fazia carregar comida de
porcos o dia inteiro. Ele estava faminto, e isso o deixava ainda mais
desesperado. Finalmente, ele recobrou a razão e percebeu que teria de engolir
o seu orgulho e voltar para seu pai, de onde ele havia fugido.
Isso se parece muito com a condição humana, não acha? Começando com
Adão, nós voluntariamente saímos da casa do nosso Pai, embora o país
terreno onde estejamos esteja passando por fome, por assim dizer. O melhor
que o mundo pode nos dar é comida de porcos, e ainda assim de modo
insuficiente. Não podemos confiar nos empregos que temos ou no suprimento
de recursos. Não importa o quanto o mundo pareça rico superficialmente, ele
está falido.
O jovem dispôs-se a voltar para casa, ensaiando consigo mesmo o que
diria quando encontrasse seu pai novamente. “Dir-lhe-ei: ‘Pai, pequei contra
o céu e contra ti, não sou mais digno de ser chamado teu filho. Faz-me como
um dos teus empregados’” (Lucas 15:18-19).
Mas ele nem conseguiu terminar seu pequeno discurso, porque seu pai
ficou muito feliz em tê-lo de volta. O pai ordenou rapidamente que
trouxessem a melhor roupa e novas sandálias para seus pés, e colocou um
anel em seu dedo. Ele disse aos servos para matarem o bezerro que eles
estavam engordando e deu uma grande festa para dar as boas-vindas ao filho.
O pai restaurou seu filho mais novo à plena condição de filho, apesar de tudo
o que ele havia feito.
Se você conhece a história, sabe que o filho mais velho não gostou nada
disso. Na verdade, ele ficou zangado com tudo aquilo. É semelhante ao que
acontece nas nossas igrejas, às vezes, quando os membros leais e que
trabalham duro na igreja não se sentem recompensados por todos os seus
esforços e se recusam a celebrar quando alguém que eles encaram como um
preguiçoso recebe atenção demais. Esse irmão mais velho era legalista e
julgador. Ele sempre havia tentado fazer tudo que seu pai lhe mandava fazer,
mas nunca esperou ganhar nenhuma festa — e em seu ciúme, ele estava
decidido a não participar da festa de boas-vindas de seu irmão “não
merecedor”. Aquele jovem não entendeu que ele era tão tolo quanto seu
irmão mais novo, mas de uma maneira menos óbvia. Ele não sabia que Deus
não se impressiona com o trabalho árduo de toda uma vida, ainda que ele seja
feito em nome de Deus (ou de seu pai).
É claro que a maioria de nós não quer se identificar com o irmão mais
velho, mas no fim das contas somos muito semelhantes a ele. Como isso se
aplica ao Reino de Deus? Nosso Pai, o Rei, está sempre dando as boas-vindas
aos Seus filhos que retornam, e precisamos nos acostumar a isso. Melhor
ainda, precisamos nos tornar mais cientes da nossa própria condição de filhos
no Reino, para não termos de fugir na tentativa de descobrir que deixamos
algo bom, e assim possamos viver ao máximo como cidadãos do Reino aqui e
agora.
UM DIA VOCÊ ESTEVE LONGE

Você e eu somos estrangeiros, de uma maneira ou outra. Mas eu sei que tipo
de estrangeiro quero ser. E você? Quero ser um estrangeiro no meu país
terreno por causa da minha cidadania no Reino, e não o contrário. Essa é uma
escolha muito real e a Bíblia fala sobre ela de muitas maneiras.

Em nosso estado original, não éramos pessoas


cheias de preocupação. As pessoas no Reino
vivem por discernimento e fé, e não com base
em seus cinco sentidos humanos e suas
faculdades mentais.

Assim que você e eu recebemos os nossos documentos de cidadania de


Jesus Cristo, somos restaurados de volta à nossa condição de cidadãos
celestiais. Daí em diante, passamos a ser estrangeiros e alienígenas em nosso
país terreno, mas não nos importamos com isso.
Nosso objetivo agora é aprender uma nova maneira de viver. Fomos
restaurados não apenas no sentido legal à plena cidadania, mas também,
como o filho pródigo na história, à plena condição familiar. É preciso algum
tempo para desaprender uma cultura familiar e aprender uma nova. No nosso
caso, precisamos aprender a viver pela fé em vez de vivermos pelo que
vemos. Durante toda a nossa vida, fomos condicionados a viver pelo que
vemos. Quando surgem os problemas, procuramos soluções e nos
preocupamos por medo de não encontrá-las. Perdemos nossos empregos e
entramos em pânico. Recebemos um diagnóstico médico assustador e
entramos em desespero.
Podemos levar anos para aprender uma nova maneira de pensar — que é a
maneira de pensar para a qual fomos criados desde o começo.
Em nosso estado original, não éramos pessoas cheias de preocupação. As
pessoas no Reino vivem por discernimento e fé, e não com base em seus
cinco sentidos humanos e suas faculdades mentais. Voltamos para a nossa
família. Nós não apenas obtivemos novos direitos constitucionais, como
temos toda a Trindade — Pai, Filho e Espírito — nos recebendo de braços
abertos, independentemente do lugar de onde viemos, cuidando de nós.
Os trapos que usávamos na pocilga são trocados por vestes novas, e —
presumindo que decidamos permanecer no Reino e obedecer às regras desta
vez — podemos ter tudo o que precisamos, para sempre. Obtivemos não
apenas os nossos direitos legais de cidadania, como muito mais, porque
estamos em um relacionamento com o nosso Pai.
Quando você volta ao Reino, não tem mais de se preocupar com nada.
Cada problema será resolvido pelo governo de seu Pai. Toda a riqueza é
comum. Ele é um país incrível. Ah, e devo mencionar que a moeda do seu
novo país é o amor. Tudo é pago pelo amor.
A fé opera pelo amor no país do Reino (ver Gálatas 5:6).
IMIGRANTES ILEGAIS NA IGREJA

Agora, para contrabalançar essa boa notícia, tenho algumas notícias sérias
para você: nem todos que parecem ser cidadãos do Reino o são. Pode ser um
grande choque descobrir que o único lugar que você pensou que os cidadãos
do Reino não se sentiriam como estrangeiros, a igreja, não é muito diferente
de todos os demais lugares. Na verdade, a igreja está cheia de imigrantes
ilegais, pessoas que nem sequer sabem que estão apenas fingindo ser cidadãos
do Reino. Elas carregam Bíblias, vestem belas roupas e agem de forma
bondosa. Mas são ilegais, porque não possuem passaportes do Reino.
O maior imigrante ilegal que Jesus conheceu foi Nicodemos, o fariseu
(ver João 3:1-21). Você deve se lembrar de que os fariseus eram especialistas
religiosos. Eles se vestiam corretamente para o trabalho; oravam muitas vezes
ao dia e organizavam cultos. Mas quando Nicodemos encontrou-se com
Jesus, ele tinha uma pergunta: “Como eu entro no Seu país?” Ele sabia que
estava perdendo alguma coisa.
Jesus falou-lhe sobre nascer de novo, e vamos falar mais sobre isso no
próximo capítulo. Mas, por ora, quero apenas ressaltar quantos Nicodemos
temos em nossas igrejas! Eles executam seus deveres religiosos bem, mas
não têm relacionamento com o Pai. Podem convencer por suas palavras, mas
não trocaram a sua cidadania pela cidadania do Reino.

O Rei não fica sentado ociosamente, enquanto


os imigrantes ilegais corroem a integridade do
Seu Reino.
Eles são semelhantes às pessoas que vêm às Bahamas e tentam agir como
bahamianos para se encaixarem. Eles andam pela Bay Street diante dos
prédios governamentais. Compram alguma coisa em uma loja. Comem
comida bahamiana. Eles tentam falar como um bahamiano, mas nada disso faz
com que eles cheguem, nem de longe, a ser cidadãos bahamianos.
Algumas dessas pessoas da igreja são religiosas há muito tempo, mas elas
ainda não mudaram de reino. Outras podem ter nascido de novo em algum
momento, mas não passaram a pensar como cidadãos do seu novo país. Elas
precisam investigar o que significa se tornar imigrantes legais no Reino dos
Céus. Nunca é tarde demais, mas quanto mais cedo fizerem isso, melhor.
O REI QUER VOCÊ

O Rei não fica sentado ociosamente, enquanto os imigrantes ilegais corroem


a integridade do Seu Reino. Na verdade, Ele não hesita em demonstrar o
poder do Seu Reino quando necessário.
O apóstolo Paulo, cujo nome era Saulo, era um “imigrante ilegal” a
princípio, alguém que era zeloso ao extremo pela sua religião, mas que não
entendia que estava lutando contra o Reino de Deus. Tendo sido aluno do
rabino Gamaliel, que era considerado um dos principais eruditos farisaicos da
época, Saulo era bem educado e motivado a fazer com que seus
companheiros judeus seguissem cada uma das leis hebraicas. Como nativo de
Tarso, que não era uma cidade judaica, ele parece ter sido mais determinado
que outros a ser o melhor judeu possível, e ele também era um cidadão
romano.
Saulo podia citar poetas gregos e romanos. Ele havia sido exposto a uma
cultura mais ampla que muitos outros fariseus, mas tinha a mente muito
estreita no que se referia aos seguidores do “Caminho”, o nome pelo qual os
primeiros cristãos eram conhecidos. Na verdade, ele detestava o Caminho
com fervor. Saulo achava que seus seguidores estavam distorcendo e
pervertendo o judaísmo, e estava determinado a defender a sua fé do que ele
considerava uma seita perigosa.
Usando sua influência nos altos círculos, ele obteve permissão para caçar
os seguidores do Caminho. Ele queria destruí-los antes que eles se tornassem
influentes demais. Saulo sabia que precisava se apressar. O bando original de
onze homens havia crescido para cento e vinte pessoas no cenáculo, que
afirmavam ter tido um encontro com aquele suposto Messias, Jesus, depois
que Ele ressuscitou dos mortos. Depois o grupo havia crescido para cinco mil,
e estava se espalhando mais depressa do que todos esperavam. O “culto”
estava se infiltrando nas sinagogas e as pessoas falavam sobre milagres.
Alguém tinha de pará-los, e Saulo queria fazer parte desse esforço.
Ele uniu forças com outros que estavam perseguindo o Caminho, e
mataram alguns dos seguidores de Jesus. Eles expulsaram outros seguidores
de Jerusalém e das cidades vizinhas e os espalharam pelo Império Romano.
Para caçá-los, Saulo foi ao sumo sacerdote, “enquanto... ainda respirava
ameaças de morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1, NVI), a fim de
obter uma carta de permissão para viajar até a grande cidade comercial de
Damasco, ao nordeste de Jerusalém.

Fomos chamados para nos tornarmos imigrantes


do Reino.

Ele e seus companheiros chegaram à cidade, mas não como esperavam.


Antes de chegarem, eis o que aconteceu com Saulo:

Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco,


subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo
por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por
que me persegues?”
Ele perguntou: “Quem és tu, Senhor?”
E a resposta foi: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas
levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém
fazer. Os seus companheiros de viagem pararam
emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém”.
Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada
podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para
Damasco. Esteve três dias sem ver, durante os quais nada
comeu, nem bebeu.
— Atos 9:3-9

Enquanto Saulo estava ali, Deus falou com um dos discípulos que viviam
na cidade, um homem comum chamado Ananias. Deus lhe disse para ir a
certa rua e perguntar por Saulo de Tarso, que estaria esperando por ele.
Ananias estava plenamente ciente do quanto Saulo era perigoso, mas
obedeceu:

Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as


mãos, dizendo: “Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber,
o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas,
para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”.
Imediatamente, lhe caíram dos olhos como que umas
escamas, e tornou a ver. A seguir, levantou-se e foi batizado.
— Atos 9:17-18

O batismo de Saulo marcou sua mudança para o Reino de Deus. Sua


conversão milagrosa transformou-o de um fariseu legalista, irado e defensivo,
em um evangelista incansável em favor do Caminho. Agora, ele tinha uma
missão a cumprir para o Rei. Ele tornou-se humilde e contrito com relação ao
seu passado. Logo ele começou a ser conhecido por um nome diferente,
Paulo, que significa “pequeno”.
Ele nunca olhou para trás, para sua antiga condição como líder dos
judeus. Ele havia se tornado um pleno cidadão do Reino, tanto quanto
aqueles que haviam andado com o Senhor Jesus pessoalmente antes da Sua
crucificação.
SUA PRÓPRIA IMIGRAÇÃO

Embora você e eu provavelmente não experimentemos uma conversão tão


dramática, não somos menos chamados do que Paulo a uma missão no Reino.
Assim como ele, fomos chamados a nos tornar imigrantes do Reino.
Oro para que todo leitor deste livro seja capaz de capturar o espírito do
Reino e entender sua cultura e seus benefícios mais do que nunca. Que nada o
impeça em sua busca pela plena cidadania. Que você possa estar cheio de
paixão por deixar para trás suas velhas lealdades e buscar a adoção do único
país que pode garantir tanto o seu presente quanto o seu futuro.
Que nada fique no caminho desse impacto que irá transformar a sua vida.
Que você possa atrair outros a ele. (Quando as pessoas perguntarem por que
você é diferente, você terá de confessar que é de um país diferente, porque
isso estará aparente nos seus atos e no seu estilo de vida.) Que as suas
pressões e as suas lutas sejam consumidas pelo Reino, e que o Senhor possa
lhe dar um estilo de vida que seja tão elevado e tão único, que as pessoas
queiram se unir a você na cidadania do seu novo país. Que elas possam lhe
perguntar como entrar — o que é o tema do nosso próximo capítulo.
CAPÍTULO 9

COMO TORNAR-SE UM CIDADÃO

D eus tem sido nosso Pai desde antes do nosso nascimento. Jesus é o
Seu primogênito, e o restante de nós estamos destinados a ser os
irmãos e
irmãs mais novos de Jesus. “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito
de toda a criação” (Colossenses 1:15). Você não fala de um “primogênito”, a
não ser que outros filhos nasçam depois dele.
Outro nome para Jesus é a Palavra: “No princípio era o Verbo, e o Verbo
era com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no começo com Deus” (João
1:12). Esse Verbo é Aquele que fala palavras de vida dentro de cada um que
Ele chama para o Seu Reino.
Espero que você saiba que não pode conquistar seu caminho para as boas
graças de Deus. A cidadania do Reino não é como ser membro de um clube,
no qual as boas obras contam como pontos para ser aceito. Muitas pessoas
cometem o erro de pensar que a cidadania no Reino pode ser obtida por meio
de boas obras. Elas visitam os enfermos e enviam dinheiro para o Haiti.
Frequentam a igreja por cinquenta anos, sem interrupção. Elas participam da
ceia no domingo de manhã e fazem parte do coral. Mas nada disso as faz
entrar no Reino. Fazer essas coisas nem sequer abre uma pequena fresta da
porta.
Você não pode se tornar um cidadão ou um membro da família de Deus
pelas boas obras ou pela associação com os membros da família dele, ou
mesmo pela quantidade de anos frequentando a igreja. Você pode tentar por
noventa anos, e ainda será um imigrante ilegal quando morrer. A única
maneira de entrar no Reino é respondendo a um convite. Com os ouvidos do
seu espírito você ouve: “Venha”, e responde a ele deixando para trás as suas
velhas maneiras de fazer as coisas e indo para Casa.

A cidadania do Reino não é como ser membro


de um clube, no qual as boas obras contam
como pontos para ser aceito.

É como o nascimento físico; você deixa para trás os limites da sua velha
existência e entra nas possibilidades infinitas de uma nova vida. A diferença é
que este nascimento é o nascimento do seu espírito. Nas palavras de Jesus:
“O que nasce da carne é carne, e o que nasce do Espírito é espírito” (João
3:6).
O ponto principal é este: você precisa nascer no Reino se quiser se tornar
parte da família do Primogênito.
FINALMENTE LIVRES DO PODER DA MORTE

O renascimento significa libertar-se do poder da morte de uma vez por todas.


Lembre-se de que no Jardim, a princípio, não havia morte. Mas quando Adão
pecou, a morte entrou em cena. É por isso que a Bíblia diz: “o salário do
pecado é a morte” (Romanos 6:23). O mundo está cheio de morte. A morte é
a punição final. Não queremos pensar nela.
Mas, de volta ao Jardim, o Pai já havia posto em funcionamento um plano
para resgatar do próprio pecado as pessoas que Ele havia criado. Mas para
realizar o plano, alguém teria de morrer. Ele pediu ao Seu Filho primogênito
sem pecado para fazer isso. Então todos os que aceitassem a substituição
poderiam escapar da punição da morte.
Em outras palavras, Deus decidiu aplicar a penalidade do pecado e da
morte a Si mesmo. No tribunal de Deus, você e eu fomos condenados à
morte. Mas o Juiz disse ao Seu Filho: “A sentença sobre esses filhos é a
morte. Quero que você vá para a cadeia por eles e seja executado no lugar
deles”.
Jesus disse: “Eu irei à cadeia por eles. Mas existe alguma outra maneira
de fazer isso?”
O Pai disse: “Não, Filho. É você ou eles”. E o Filho concordou em fazer
isso.
O Filho, que era tanto Deus quanto Seu Pai, veio à Terra como homem.
Ele fez isso para que pessoas como você e eu fossem livres da ordem de
execução. A justiça universal de Deus seria satisfeita. É como se você fosse
condenado à cadeira elétrica e estivesse quase na hora de acionarem o
interruptor, quando alguém entra e diz: “Você pode se levantar e sair daqui.
Vá em frente. Eu vou sofrer essa sentença por você”. E ele se senta no seu
lugar.
Você já pensou nisso desse modo? Já percebeu que Jesus nunca teria
morrido, até hoje, dois mil anos depois, se Ele não tivesse levado o nosso
pecado para a cruz quando morreu? É o pecado que traz a morte, e Jesus não
tinha nenhum pecado, nenhum. Ele era perfeito. Ele era Deus.

Deus decidiu aplicar a penalidade do pecado e


da morte a Si mesmo.

Mas Ele foi para a cruz carregando os nossos pecados. Por causa do Seu
amor avassalador, Ele carregou nos ombros a punição não apenas pelos seus
pecados individuais, mas por cada ato pecaminoso que já aconteceu. O
profeta Isaías escreveu que o Seu corpo ficou tão desfigurado que era difícil
reconhecê-lo como um homem (ver Isaías 53:14). O pecado fez isso com Ele.
Jesus estava carregando todos os nossos pensamentos maus, nossos corações
partidos, nossas enfermidades, nossas injúrias, nossa maldade. Ele fez isso
para restaurar os filhos e filhas de Seu Pai de volta à Sua família e à cidadania
no Seu Reino.
Todo o Antigo Testamento nos leva ao tempo em que Jesus veio para
fazer isso. As pessoas não gostam de ler certas partes dele, porque tudo se
resume a sacrifícios de sangue. Até mesmo voltando ao Jardim, a primeira
coisa que Deus fez por Adão e Eva foi matar um animal, para que eles
pudessem ter roupas feitas com a pele dele (ver Gênesis 3:21). Eles haviam se
coberto com folhas de parreira. Mas as folhas não são uma boa cobertura; as
folhas não têm sangue.
Daquele dia em diante, as pessoas começaram a oferecer criaturas vivas a
Deus como um sacrifício pelos seus pecados. Ao longo de todo o Antigo
Testamento, elas continuaram oferecendo bodes, ovelhas, novilhos, pombas e
muito mais. Os filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, tentaram organizar o
sistema sacrificial. Caim levou uma oferta de frutos vegetais dos seus
campos, mas Abel levou um cordeiro (ver Gênesis 4:3-7). A Bíblia diz que
Deus não
se agradou da oferta de Caim, mas recebeu a oferta de Abel. Isso não faz
nenhum sentido para nós, a não ser que entendamos como Deus vê esses atos.
Em Seu sistema perfeito de justiça, o sangue (a morte) compensa o pecado,
porque o pecado é punível com a morte. Os frutos de Caim não tinham
sangue algum neles.
Entretanto, matar um animal inocente como um sacrifício não é o mesmo
que matar um homem inocente. A penalidade pelo pecado estava pesando
sobre os humanos, de modo que Deus precisava de um sacrifício humano sem
pecado para servir como pagamento definitivo pelo pecado. Jesus foi esse
sacrifício. E agora, se aceitarmos o que Jesus fez, as seguintes palavras
podem se aplicar às nossas próprias vidas:

Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do


batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado
dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos
uma vida nova. Se dessa forma fomos unidos a ele na
semelhança da sua morte, certamente o seremos também na
semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o nosso
velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do
pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do
pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado. Ora, se
morremos com Cristo, cremos que também com ele
viveremos.
— Romanos 6:4-8, NVI

Em outras palavras, a partir do momento em que Ele morreu, ninguém


mais precisaria morrer. A morte de Jesus pagou por todo aquele pecado. Na
verdade, é como se Ele tivesse tornado possível para nós nascermos de novo.
Agora podemos viver para sempre, como se nunca tivéssemos pecado uma
única vez.
Essa é a história da salvação. Se você quer fazer dela a sua própria
história, precisa renascer. Assim como tanto a água quanto o sangue estão
envolvidos no nascimento natural, tanto a água quanto o sangue fazem parte
da morte de Cristo (ver João 19:34), e eles significam uma nova vida:

Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta


é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que
vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de
Deus? Este é aquele que veio por meio de água e sangue,
Jesus Cristo; não somente com água, mas também com a
água e com o sangue. E o Espírito é o que dá testemunho,
porque o Espírito é a verdade. Pois há três que dão
testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e
estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o
Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só
propósito.
— 1 João 5:4-8
NASCIDO DENTRO DA CIDADANIA

Você sabe que não pode nascer pelos seus filhos e que você não pode
renascer por eles também. Só porque os pais estão no Reino de Deus, isso
não coloca os filhos automaticamente dentro dele.

Você não pode se tornar um cidadão legal do


Reino simplesmente porque o Rei gosta de
você.
Você precisa nascer de novo em seu espírito
pelo poder do Espírito Santo.

Um líder religioso que conversou com Jesus nasceu dentro da


comunidade religiosa. Ele estava no comando da sinagoga e estou certo de
que ele conhecia os livros da Torá de memória. Mas quando se encontrou
com Jesus, ele soube que precisava de algo mais.
“Jesus”, disse ele, “eu gostaria de entrar no Reino. O que devo fazer?”

A isto, respondeu Jesus: “Em verdade, em verdade te digo


que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus”. Perguntou-lhe Nicodemos: “Como pode um homem
nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre
materno e nascer segunda vez?” Respondeu Jesus: “Em
verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do
Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido
da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.
O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes
donde
vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do
Espírito”. Então, lhe perguntou Nicodemos: “Como pode
suceder isto?” Acudiu Jesus: “Tu és mestre em Israel e não
compreendes estas coisas?”
— João 3:3-10

Jesus disse a Nicodemos que a única maneira de entrar no país do Reino é


a mesma maneira pela qual ele entrou na nação de Israel: através do
nascimento. Não é necessário preencher nenhuma papelada. Não há fila de
espera. É claro que isso confundiu Nicodemos. Isso não fazia sentido para
sua mente teológica.
Então Jesus explicou a Nicodemos que o seu corpo não era ele. O
verdadeiro Nicodemos era o seu espírito. O corpo era apenas uma casa para o
espírito. O corpo de Nicodemos já havia nascido; agora era a vez do espírito.
E assim, como um governante dos judeus altamente instruído, ele já deveria
saber que o melhor caminho para a cidadania natural é através do nascimento,
e também devia saber que a maneira de entrar em um reino espiritual é
através do nascimento espiritual.
Ninguém pode trabalhar para obter a cidadania do Reino. Você não
precisa passar em um teste ou residir em um determinado lugar por um
determinado período. Você não precisa observar rituais, manter tradições ou
seguir regras. Você não pode se tornar um cidadão legal do Reino
simplesmente porque o Rei gosta de você. Você precisa nascer de novo no
seu espírito pelo poder do Espírito Santo.
A palavra que Jesus usou é “ver”. Ele disse que a não ser que Nicodemos
nascesse de novo, ele não poderia ver o Reino. O significado em grego é
“experimentar”. Em outras palavras, até que ele nascesse de novo,
Nicodemos não poderia experimentar o Reino pessoalmente. Ninguém pode
entender um país a não ser que tenha estado no país, e ninguém pode entrar
no país do Reino para experimentá-lo a não ser que nasça de novo.
Ora, Jesus não está dizendo que nascer de novo é o que poderíamos
chamar de uma “experiência religiosa”, mas trata-se de um processo, um
caminho. Na verdade, essa é a única vez na Bíblia que Jesus mencionou o
novo nascimento. Na maior parte do tempo, Ele simplesmente prega que o
Reino está aqui, agora; o Reino chegou. O novo nascimento é a avenida para
a cidadania nesse Reino.
Nicodemos não estava zombando da ideia quando perguntou sobre entrar
pela segunda vez no ventre de sua mãe. Ele estava levando Jesus a sério. Ele
estava disposto a tentar o impossível se tão somente pudesse entrar no Reino.
Nicodemos sabia que ninguém seria capaz de interferir em sua cidadania se
ela viesse através do nascimento, porque o nascimento espiritual não pode ser
revertido, assim como o nascimento físico não pode ser revertido. Como
Pedro, o discípulo de Jesus, escreveu: “Vocês foram regenerados, não de uma
semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e
permanente” (1 Pedro 1:23, NVI).
Como Nicodemos saberia que era necessário que ele nascesse de novo?
Da mesma maneira que você e eu sabemos — porque temos o Espírito de
Jesus dentro do nosso espírito. O discípulo de Jesus, João, respondeu a essa
pergunta assim:

Sabemos que permanecemos nele, e ele em nós, porque ele


nos deu do seu Espírito. E vimos e testemunhamos que o Pai
enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo. Se alguém
confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus
permanece nele, e ele em Deus.
— 1 João 4:13-15, NVI

Quando você se torna um cidadão da colônia do Reino dos Céus na Terra,


o Rei envia o Seu Governador (o Espírito) para vir viver em você. O seu
corpo é como a mansão do governador.
O renascimento não se dá com trovões, relâmpagos e terremotos. Talvez
você não sinta nada nem ouça nada. Pode ser que nenhum anjo lhe apareça.
Mas isso não significa que ele não aconteceu.
O Espírito Santo vem e ninguém o vê. Então você entra na sua casa e de
repente todos os pecados que você costumava desfrutar fazem você se sentir
culpado. Você mudou. O Reino de Deus entrou. Agora você não gosta mais
das mesmas coisas.
Sua cidadania no Reino não lhe dá um sinal físico, mas ela muda a sua
disposição. Um estilo de vida celestial a acompanha. Ela começa bem no
meio de onde quer que você viva agora. Você não precisa esperar pelo Céu.
(O Céu não é a intenção primordial do Rei para a sua vida, ou creio que Ele
nos mataria imediatamente depois que nascemos de novo para podermos ir
direto para o Céu.)
Uma vez, alguns fariseus perguntaram a Jesus quando o Reino de Deus
viria, e Ele respondeu: “Não vem o reino de Deus com visível aparência.
Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de
vós” (Lucas 17:20-21). Quando você nasce como um cidadão, ninguém vê
isso acontecer. Quando você é um cidadão você não anuncia isso com
cartazes; você anuncia isso com a sua vida e com a sua cultura. Você não
precisa dizer às pessoas que é um cristão, porque elas deveriam poder dizer
isso apenas estando perto de você. Você foi renascido do Espírito de Deus.

Deus não deixa a seu cargo escolher em um


bufê de crenças e doutrinas. A maneira de Deus
fazer a coisas é clara. Sim, somos estreitos — e
estreito é o caminho que leva à vida!
OBEDIÊNCIA À LEI — A CHAVE PARA OS PRIVILÉGIOS

Depois que renasce, você aprende a ser um cidadão do Reino obedecendo às


leis desse território. Como já deixamos claro, a Bíblia é como a constituição
do país, e o Espírito ajuda você a entender o que ela diz e aplicá-la. O
Espírito Santo também o ajudará a entender como o Reino funciona.
Com Ele vivendo dentro de você, você poderá saber a diferença entre os
verdadeiros cidadãos e aqueles que estão fingindo ser cidadãos do Reino.
Muitas pessoas acreditam que Jesus foi um homem bom e um profeta
famoso. Mas elas acreditam que Ele era o Filho do Deus vivo? Não um filho,
mas o Filho? Elas se submetem às Suas ordens?
A obediência às ordens do Senhor é impossível sem a ajuda do Espírito
Santo. Apenas experimente seguir a seguinte ordenança, por exemplo, sem o
amor de Deus dentro de você:

Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos


que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai
celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e
vir chuvas sobre justos e injustos.
— Mateus 5:44-45
Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai,
sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e
sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com
os ingratos e maus.
— Lucas 6:35

Deus não deixa a seu cargo escolher o que fazer, como se você estivesse
escolhendo em um “bufê” de crenças e doutrinas. A maneira de Deus fazer as
coisas é clara. Às vezes as pessoas criticam os cidadãos do Reino. Elas dizem
que a nossa mente é muito estreita. Sim, somos estreitos — e estreito é o
caminho que leva à vida! (ver Mateus 7:13 e Lucas 13:24).

Agora, você foi adotado como membro da


família real, e não precisa mais viver como
um órfão.

Como é essa vida? Cheia de alegria, livre de estresse e muito mais. Ela
inclui muito mais do que uma apólice de seguro que o levará ao Céu depois
que você terminar a sua vida na Terra. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza
em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”
(Filipenses 4:19). Quero esperar até o capítulo 11 para fazer uma abordagem
mais longa sobre as recompensas, os privilégios e os benefícios que
acompanham o fato de sermos cidadãos do Reino, que cumprem a lei.
Os cidadãos do Reino celestial obedecem ao Rei divino, assim como os
cidadãos de qualquer reino terreno devem obedecer ao seu rei. Aqueles de
nós que vivem em democracias não compreendem isso. Estamos
acostumados a criticar nossos líderes enquanto nos preparamos para votar e
decidir se eles devem ser retirados de seus cargos. Estamos acostumados a
negociar e a cooperar, porque em uma democracia você não obedece a uma
autoridade; você coopera com ela.
Contudo, você não negocia com alguém que é seu dono e é dono de tudo
que o cerca. Você muda. Ele não.
DANDO MEIA VOLTA

Quando você declara que Jesus Cristo é o Filho de Deus, seu Senhor e
Salvador, você vira as costas para os seus “senhores” anteriores, sejam eles
quem forem ou o que for que você costumava seguir. Agora, você foi adotado
como um membro da família real, e não precisa mais viver como um órfão.
Essa mudança de direção se chama arrependimento. Jesus considerava-o
a única opção quando uma pessoa é confrontada com o Reino de Deus.
Repetidamente, Ele disse: “Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos
Céus” (Mateus 4:17).
Agora, ainda que você tenha sido considerado rico aos olhos do mundo,
espero que você fique feliz em trocar as suas supostas riquezas pelo tesouro
de valor inestimável da casa real. Um jovem rico não quis fazer isso:

Eis que alguém se aproximou de Jesus e lhe perguntou:


“Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?”
Respondeu-lhe Jesus: “Por que você me pergunta sobre o
que é bom? Há somente um que é bom. Se você quer entrar
na vida, obedeça aos mandamentos...” Disse-lhe o jovem:
“A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?” Jesus
respondeu: “Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus
bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos
céus. Depois, venha e siga-me”. Ouvindo isso, o jovem
afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas. Então Jesus
disse aos discípulos: Digo-lhes a verdade: Dificilmente um
rico entrará no Reino dos céus.
— Mateus 19:16-17, 20-23, NVI

Esse homem sabia que precisava de alguma coisa, embora tivesse tudo
que o mundo podia oferecer: dinheiro, uma posição poderosa, juventude e
um
corpo saudável, bons princípios morais e religião. O problema era que ele não
podia abrir mão da sua riqueza. Se tão somente ele tivesse sido capaz de
entender que, na verdade, aquela riqueza não pertencia a ele! Se ele a tivesse
entregado ao governo do Reino, ele estaria apenas devolvendo ao governo as
coisas que são dele.
É impossível uma pessoa chamar Jesus de Senhor e possuir alguma coisa.
Se Ele é o seu Senhor, Ele possui você e tudo o que você possui. Não existe
propriedade particular. Então você não pode vir a Ele e dizer: “Quero me
submeter ao Teu governo. Quero que Tu sejas o meu Rei e Senhor” — e
ainda se agarrar ao seu dinheiro, à sua terra e ao seu negócio. Quando Deus
pediu ao jovem rico para abrir mão de seus bens, não era porque Ele
precisava desse dinheiro. Você não pode dar a Deus algo que Ele já possui.
Ele estava testando o homem para ver se ele pensava que possuía tudo aquilo.
Aparentemente, ele pensava assim.
O homem não entendia a riqueza nos termos do Reino. A riqueza no
Reino não é medida pelo acúmulo; ela é medida pelo acesso ao que você
precisa e quando você precisa. A riqueza no Reino é para distribuição. Os
cidadãos do Reino são canais, e não reservatórios. Em vez de colecionar e
guardar tudo, eles dão a outros. Quando eles dão, mais vem às mãos deles.
Pedro, depois de ouvir essa conversa entre o jovem rico e Jesus, disse:

Então Pedro lhe respondeu: “Nós deixamos tudo para seguir-


te! Que será de nós?” Jesus lhes disse: “... todos os que
tiverem deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou
campos, por minha causa, receberão cem vezes mais e
herdarão a vida eterna”.
— Mateus 19:27-29

A riqueza no Reino é a riqueza da família, e todos os membros da família


herdam toda ela. Poderíamos dizer que a cidadania do Reino é inerente —
porque o cidadão herda tudo no Reino.
O jovem rico se agarrou ao seu dinheiro e aos seus bens porque pensava
que era rico. Ele era pobre, se comparado ao Mestre descalço com quem
estava falando.
DE MEMBRESIA A CIDADANIA

Quando o rebelde Filho Pródigo voltou para o pai depois de gastar sua
herança, esse regresso marcou sua restituição à família. (Contei o restante da
história no capítulo 8; ela é uma das minhas parábolas favoritas de Jesus). Ele
entrou no campo de visão da propriedade da família, e avistou seu pai
correndo para ele. Seu pai pendurou-se em seu pescoço, beijando-o, cheio de
alegria por vê-lo novamente depois de ter presumido que ele estivesse morto.
O filho havia pensado no que diria:

O filho lhe disse: “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não
sou mais digno de ser chamado teu filho”. Mas o pai disse
aos seus servos: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam
nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus
pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma
festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou
à vida; estava perdido e foi achado”.
— Lucas 15:21-24

O filho estaria contente em trabalhar para seu pai como um empregado.


Ele estava tão envergonhado e quebrantado que ficaria satisfeito em ter
permissão para ser um membro da casa de seu pai, alimentado e abrigado
com os servos trabalhadores. Um servo não é um membro da família.
Mas o pai não quis ouvir sobre isso. Seu filho havia voltado para casa!
Aquele que havia se rebelado e que havia ido embora havia voltado. Ele lhe
deu as boas-vindas novamente ao seio da família e lhe deu certas peças de
roupa para provar isso.
“Tragam a melhor roupa”, disse ele. E ele cobriu a roupa suja e
desgastada dele com as vestes mais ricas da casa. Ele colocou novas sandálias
nos pés dele. E lhe trouxe um anel.
Somos todos como o Filho Pródigo. Nascemos com privilégios, mas
quisemos ser donos da nossa própria vida.
O anel é significativo. Quando um rei quer dar poder de governo a
alguém, ele dá a essa pessoa um anel. O anel representa o poder e a
autoridade do governo. Esse anel era o símbolo da autoridade da família, da
autoridade real. Colocando-o no dedo dele, o pai estava declarando que ele
agora era muito melhor que um membro da casa. Ele estava sendo restaurado
à plena condição de filho. Como um cidadão-filho, ele agora podia usar o
nome da família novamente — ele agora tinha todos os direitos da família,
pleno acesso a tudo o que a família possuía.
REIVINDICANDO A CIDADANIA

Assim que o filho rebelde começou sua jornada de volta para casa,
arrependido, foi como se ele tivesse renascido. Ele havia nascido com
privilégios, mas havia repudiado isso. Ele não valorizou o que tinha. O
resultado foi que ele teve de percorrer o caminho longo e difícil antes de
poder voltar. Você pode ter certeza de que, desta vez, ele ficou em casa.
De muitas maneiras, somos todos como o Filho Pródigo. Desperdiçamos
os recursos que o nosso Pai generoso nos dá. Pensamos que podemos fazer
um trabalho melhor administrando nossas vidas se nos afastarmos dele.
Nascemos com privilégios, mas quisemos ser donos da nossa própria vida.
Sempre digo que um pecador é na verdade um santo que não sabe que é
um santo. E se ninguém tivesse nos dito que podíamos voltar para casa, para
o nosso Pai celestial? Seria como se o Príncipe William tivesse sido separado
de seus pais e tivesse sido retirado da Inglaterra ao nascer, sendo raptado.
Digamos que alguém o tivesse trazido para as Bahamas, e ele tivesse vivido
em uma das nossas ilhas com um homem e uma mulher que afirmavam ser
seus pais. Sendo um bebê, ele não saberia a verdade.
Ele cresceria desfrutando das coisas que sua aldeia desfrutava, achando
isso maravilhoso. Ele acharia que a vida era ótima — pescar, comer cocos,
correr pela praia para cima e para baixo. Ele não saberia que era um membro
da realeza. Ele não saberia que tipo de riqueza poderia ter à sua disposição. A
não ser que alguém viesse lhe contar.

Nenhum de nós pode se esforçar para abrir


caminho e entrar na posição que o Filho nos
oferece tão gratuitamente. Tudo o que podemos
fazer é nos render à oferta.

Digamos que seu pai verdadeiro, o Príncipe Charles, descobrisse onde ele
estava vivendo e enviasse o único filho que lhe restava, o Príncipe Harry,
para buscá-lo. Podemos perceber um paralelo aqui — o seu Pai verdadeiro no
Céu enviou o Seu único Filho para buscar você de volta para o Seu Reino,
quando você não sabia que era membro da realeza e que tinha um lugar
esperando por você no Reino.
O Príncipe Harry sofre todas as dificuldades da viagem. Ele vai passando
pelos solavancos das estradas esburacadas, suporta as moscas e os mosquitos,
dorme ao relento sob as palmeiras. Finalmente, ele chega à aldeia onde seu
irmão mora e localiza o jovem. Você pode imaginar o Príncipe Harry
tentando explicar quem é e por que veio?
— Seu pai me mandou buscar você.
— Meu pai? Meu pai está ali, debaixo do coqueiro.
— Não, aquele é seu padrasto...
Imagine tentar convencer aquele jovem de que ele é multibilionário. Isso
poderia levar muito tempo. Mas se ele pudesse convencê-lo a deixar para trás
a aldeia onde cresceu, ele poderia entrar na herança que estava esperando por
ele durante todos aqueles anos. Ele poderia reivindicar a sua posição na
família real e passar o restante de sua vida fazendo o que foi criado para
fazer.
Nenhum de nós pode se esforçar para abrir caminho para entrar na
posição que o Filho nos oferece tão gratuitamente. Tudo o que podemos fazer
é nos render à oferta. “Sim, eu irei com Você. Apenas diga-me o que fazer. O
seu Pai é o meu Pai. Eu digo sim”.
Você já disse sim? Nunca é tarde demais para fazer isso.
CAPÍTULO 10

A RESPONSABILIDADE DO GOVERNO

É muito comum vermos um antagonismo em relação ao conceito de


reino, e não acho isso difícil de entender. Pense simplesmente nos reis
tiranos
ao longo da história humana. A qualidade de um reino depende do caráter do
rei, e se o rei é corrupto, seu reino também será.
Algumas partes do Antigo Testamento parecem livros de história, com
listas de reis e relatos de suas guerras, contando o que aconteceu com eles. De
vez em quando, aparecia um rei bom que reinava por um período de paz e
harmonia, mas esses governantes eram raros. Na maior parte do tempo, as
pessoas viviam em meio a revoltas e turbulências, tudo por causa de seus reis
maus.
Mais de uma vez, Deus falou por intermédio dos Seus profetas para
corrigir os abusos reais. E, em geral, Ele tendia a incluir as seguintes
instruções:

• Um rei deve temer a Deus.


• Um rei não deve acumular riqueza para si.
• Em vez disso, um rei deve usar sua riqueza para cuidar dos
pobres.
• Em outras palavras, um rei deve ser benevolente para com
o seu povo, e até amoroso.
É claro que a maioria dos reis ignorou o conselho do Rei dos reis,
executando os próprios planos e cometendo os mesmos erros vez após vez.
Mas o fracasso deles não muda o fato de que o amor é o fundamento de um
trono firme. Os requisitos para um bom reinado dependem da disposição do
rei, do seu caráter e da sua integridade.

A qualidade de um reino depende do caráter do


rei.

Os reis injustos, por outro lado, oprimem o povo. É por isso que temos
provérbios como este: “Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra,
quando, porém, domina o perverso, o povo suspira” (Provérbios 29:2). A
qualidade de um reino se resume a uma questão de autoridade e de como ela
é exercida.
AUTORIDADE
Um líder poderoso obriga as pessoas a fazerem o que ele quer.
O poder opressor controla as pessoas, restringe-as e as domina através do
medo da punição. O povo geme. A autoridade, especialmente a autoridade
divina, não é a mesma coisa que o poder bruto. A autoridade é poderosa, mas
não é ditatorial. A verdadeira autoridade tem origem no próprio Deus.
Posso pensar em sete qualidades da verdadeira autoridade, e cada uma
delas se aplica a um bom rei que exerce bem suas responsabilidades
governantes:

1. Uma pessoa de autoridade teme a Deus e se submete a


Ele.
A submissão pessoal de um líder a Deus garante que essa
autoridade não será exercida de forma abusiva. Por exemplo,
um pastor que teme a Deus e se submete a Ele nunca se
aproveitará de uma mulher ou de uma criança sexualmente,
embora seja mais forte e mais poderoso que eles. Ele teme
Alguém que é maior que ele, por isso se submete aos Seus
mandamentos.
2. Uma pessoa de autoridade tem altos princípios morais e
disciplina pessoal. O temor de Deus leva a um estilo de vida
moralmente reto e organizado.
3. As pessoas imitam uma pessoa de autoridade. As pessoas
admiram e querem imitar esse tipo de estilo de vida. Isso
torna a liderança mais fácil. Um bom exemplo desse uso da
autoridade são os pais. O modelo de bom comportamento
dos pais se torna um padrão para o comportamento da
criança.
4. Uma pessoa de autoridade não procura se beneficiar do
sucesso de outra pessoa. Ele ou ela se alegrará com o
sucesso de alguém, mas a pessoa de autoridade não
transgredirá esse sucesso em busca de lucro pessoal.
5. Uma pessoa de autoridade não usa as outras pessoas para
se promover. Do mesmo modo, a figura de autoridade não
tentará ficar na “aba” ou na barra da saia do sucesso de
alguém, usando-o para melhorar a percepção pública da sua
eficácia.
6. Uma pessoa de autoridade não espera nada dos outros,
exceto o sucesso deles. As pessoas não têm de sustentar um
líder financeiramente ou em qualquer outro aspecto.
7. Uma pessoa de autoridade deseja que as pessoas que estão
abaixo dela cresçam. Ela quer que as pessoas alcancem mais
do que ele alcançou. O próprio Jesus disse: “Em verdade, em
verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as
obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para
junto do Pai” (João 14:12).

Quando os cidadãos do Reino estão sob ataque,


o Rei se levanta para defendê-los.

Quando a pessoa de autoridade é um rei, todos os seus cidadãos se


beneficiam. As pessoas do seu reino não precisam perder tempo ou esforços
se defendendo de seus abusos e explorações. As pessoas são felizes em servir
ao governo. Toda a nação se alegra e prospera.
OS GOVERNOS PROTEGEM SEUS CIDADÃOS

É um fato da cidadania que todos os governos respeitáveis, quer sejam reinos


ou alguma outra forma de governo, protegem seus cidadãos do mal. Mesmo
quando as pessoas não estão dentro das fronteiras do país, o governo assume
a responsabilidade pelo bem-estar delas.
Quando dois missionários norte-americanos foram detidos em um país
asiático, a Marinha norte-americana enviou navios ao porto mais próximo.
Helicópteros militares foram mobilizados. Mensagens diplomáticas voavam
de um lado para o outro. O fato tornou-se uma questão de urgência
internacional, até um potencial motivo de guerra — simplesmente porque eles
eram cidadãos norte-americanos e estavam com dificuldades em uma terra
estranha. Quando um jovem soldado israelense foi capturado pelos palestinos,
o “incidente” atraiu a preocupação mundial enquanto agravava a tensão entre
os dois governos. O governo de Israel, preo-
cupado com o bem-estar do soldado, negociou durante cinco longos anos
antes que pudessem conseguir a libertação dele, a um grande custo e a um
risco crescente.
Se isso é verdade com relação aos governos em geral, quanto mais no
todo poderoso Reino de Deus, motivado pelo amor! Quando os cidadãos do
Reino estão sob ataque, o Rei se levanta para defendê-los. Por que outro
motivo, por exemplo, Ele teria dito a Saulo no caminho para Damasco:
“Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 9:4). Saulo não sabia que estava
perseguindo o Senhor. Ele estava perseguindo cristãos individuais, não
imaginando que o Rei deles se levantaria em sua defesa. Mas o Rei levou as
coisas para o lado pessoal.
UM REI É RESPONSÁVEL PELO BEM-ESTAR DOS CIDADÃOS

Um bom rei é pessoalmente responsável pelo bem-estar de cada cidadão. Mas


não é isso que acontece em uma democracia. Em uma democracia, os líderes
— o presidente ou primeiro-ministro, os congressistas, o governador estadual
ou municipal, o prefeito ou os conselhos distritais — nenhum deles perde o
sono se algum de seus cidadãos não puder pagar a conta de luz. Quando a
companhia de eletricidade corta a energia da casa dessas pessoas, o
presidente ainda vai dormir à noite em sua bela cama sem se preocupar com
esses cidadãos. É cada um por si, para melhor ou para pior.
Isso não pode acontecer em um reino, porque a reputação do rei está
ligada ao bem-estar do seu povo. Ele fica pessoalmente constrangido quando
algum de seus cidadãos está sem dinheiro. Ele não quer que eles tenham de
pedir pão e água, porque isso faz com que ele pareça negligente. É como se
eles estivessem dizendo ao mundo que ele fracassou com as suas
responsabilidades, que ele se esqueceu das suas promessas e que, acima de
tudo, ele não tem os recursos para provê-los.
O Rei considera o seu bem-estar uma responsabilidade dele.
Você já se perguntou sobre o famoso ensinamento de Jesus, de não se
preocupar com a sua provisão? Leia isto tendo o Reino em mente:

Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida,
quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso
corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do
que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai
as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em
celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura,
não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por
ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da
sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário?
Considerai como crescem os lírios do campo: eles não
trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem
Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer
deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje
existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós
outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis,
dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que
nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas
estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de
todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a
sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
— Mateus 6:25-33

No Reino, o Rei é obrigado pelas Suas próprias


leis a cuidar dos seus cidadãos.

Veja, Jesus quase não podia acreditar que alguém no Seu Reino se
preocupasse com essas coisas. Ele precisa lembrar às pessoas que Ele é mais
do que capaz de suprir tudo o que elas precisam. A aflição delas transmite a
mensagem de que elas não acreditam que Ele quer fazer isso. Elas não
deviam ficar tão preocupadas, porque são cidadãs do Reino.
Ele convida todos a terem o benefício mais importante da sua cidadania
no Reino:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e


sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de
coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o
meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
— Mateus 11:28-30

O Rei considera o seu bem-estar responsabilidade dele. No Reino, o Rei


tem interesse pessoal no pagamento da sua hipoteca. Não sei como ele faz
isso, mas Ele se preocupa com cada cidadão, pessoalmente. Ele visita cada
um de nós e vive conosco, providenciando todas as provisões que
necessitamos. Ele sabe o que cada um de nos está sentindo. Ele pode
descobrir quais são as nossas maiores necessidades. Ele está fazendo isso
agora mesmo, e faz isso dia e noite.
No Reino, o Rei é obrigado pelas Suas próprias leis a cuidar dos seus
cidadãos. Quantas vezes na Bíblia lemos algo assim? “Eis o que Eu vou
fazer, porque Eu prometi cuidar de vocês”. Mesmo quando Seu povo o
aborrece, Ele os alimenta e os guia como um pastor guia as suas ovelhas.
Abraão sabia disso quando tentou persuadir Deus a não destruir Sodoma e
Gomorra porque seu sobrinho Ló morava ali. Ele sabia que a constituição do
Reino (a Bíblia) dizia que Deus nunca destruiria o justo com o ímpio. Então
ele se volta a Deus: “Se puderes encontrar cinquenta justos na cidade, não
podes destruí-la... quarenta... trinta...” Ele reduziu a quantidade para dez, mas
mesmo esse pequeno número de justos não pôde ser encontrado. Pelo menos
ele ganhou tempo suficiente para tirar Ló e sua esposa e filhas do caminho do
mal, antes que o restante da cidade ímpia fosse destruído por uma tempestade
de fogo (ver Gênesis 18:22-33; 19:1-29).
Eu me pergunto quantas pessoas em cada uma de nossas famílias
poderiam ser salvas se conhecêssemos os nossos direitos constitucionais. A
Bíblia diz que “a semente dos justos será liberada” (Provérbios 11:21, ACF).
Isso significa que podemos reivindicar nossos filhos para o Reino, mesmo se
no momento eles estiverem perambulando, afastados de Deus como o Filho
Pródigo.
Você tem a total proteção do Céu
independentemente do que acontece ao seu
redor. Você pode sempre ter a certeza de que
seu governo e seu Rei estão cuidando da sua
segurança e de cada uma das suas necessidades.
PROTEÇÃO EM SOLO ESTRANGEIRO

Defendi meu ponto de vista no capítulo 3, descrevendo o poder de um


passaporte. Um cidadão que é portador de um passaporte tem imunidade de
toda espécie de problema quando está longe de casa.
Com um passaporte, você tem a autorização de “passar o porto”. Um
porto se refere não apenas ao lugar onde os navios atracam, mas também ao
aeroporto, à cabine da alfândega localizada na fronteira ou, no caso de um
cidadão do Reino, ao “porto” do Céu. Seu passaporte lhe permite passar de
uma jurisdição a outra com liberdade.
Pelo fato de o passaporte ser, na verdade, propriedade do governo do
cidadão, todo o poder desse governo está à disposição do detentor do
passaporte. Na maior parte do tempo, as pessoas consideram seus passaportes
uma coisa banal. Mas quando elas têm um problema em solo estrangeiro, de
repente elas não pensam mais assim.
Para um cidadão do Reino, isso significa que você tem a total proteção do
Céu independentemente do que aconteça ao seu redor. Você pode sempre ter
certeza de que seu governo e seu Rei estão cuidando da sua segurança e de
cada uma das suas necessidades.
Eis um exemplo simples da minha própria experiência recente. Eu estava
em Tulsa, Oklahoma, para uma reunião, e devia voar para casa, para as
Bahamas, naquele mesmo dia. Entretanto, a companhia aérea cancelou o meu
voo por causa de uma tempestade de neve. Isso poderia ter sido angustiante,
porque eu queria ir para casa, mas sabia que, de algum modo, Deus tinha um
plano para aquela situação. Telefonei para minha esposa e para meu escritório
e disse a eles que teria de passar pelo menos mais um dia nos Estados Unidos.
Desci até o saguão do hotel e um sujeito veio até mim. Ele é um cantor
famoso e me reconheceu de uma ocasião em que eu estava no Tennessee, o
estado onde ele mora.
“Ei, cara, tenho procurado por você há muito tempo!” ele disse. “Eu
deveria estar cantando em um show aqui, mas eles cancelaram o evento.
Agora estou preso aqui. Podemos almoçar?” Fomos almoçar juntos no hotel.
Conversamos enquanto comíamos, e no final da nossa refeição, ele me deu
uma doação de cinco mil dólares. Eu não esperava aquilo! (Companhia aérea,
você pode continuar cancelando meus voos, se é isso que acontece quando
fico preso em algum lugar!)

Quando você pensa que está sozinho, preso no


trânsito, com todos os outros motoristas agindo
como loucos, na verdade você tem todo o Céu
observando para ter certeza de que você está
bem.

O Reino cuida dos seus aqui e agora, e não apenas no futuro, mais tarde.
Sim, a cidadania do Reino carrega consigo uma garantia do Céu, mas
enquanto isso você tem a escolta de segurança pessoal do Rei e de Seus
anjos.
Você tem cidadania, portanto você tem um passaporte que enumera todas
as promessas e provisões do seu governo. Você não precisa ir para casa, para
o seu país (o Céu) para ser abençoado. Você nem sequer precisa estar no Céu
para experimentar a libertação da pressão e dos problemas. Você pode ter isso
tudo agora mesmo.
Antes de conhecer o modo como o Reino funciona, eu nunca pude
entender o que Jesus quis dizer quando afirmou: “E quem fizer tropeçar a um
destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar” (Marcos 9:42).
Agora entendo que Jesus estava fazendo uma ameaça. Em outras
palavras, Ele estava dizendo: “Se vocês ousarem tocar em um dos Meus
cidadãos, é melhor cometerem suicídio antes que Eu chegue para tratar com
vocês”. Qualquer um que tente ferir um cidadão do Reino desperta a ira do
Rei.
Ao analisar profundamente a constituição do Reino, você pode encontrar
esta mensagem: “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a
terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele”
(2 Crônicas 16:9). Se o seu coração é reto perante o Senhor, Ele está
cuidando de você. Quando você pensa que está sozinho, preso no trânsito,
com todos os outros motoristas agindo como loucos, na verdade você tem
todo o Céu observando para ter certeza de que você está bem.
Você também pode contar com esta verdade do Reino: “Porque ele dará
ordens aos Seus anjos a teu respeito, para que te guardem em todos os teus
caminhos” (Salmos 91:11). Não se pergunte por que os cidadãos do Reino
podem ir a qualquer lugar com confiança e paz; é porque eles não precisam
se preocupar em cuidar de si mesmos.
O governo do Reino cuida dos seus cidadãos quando seus governos
terrenos se voltam contra eles. O governo terreno de Daniel colocou-o em
uma cova de leões, mas o governo de Deus pôs os leões para dormir (ver
Daniel 6). O governo terreno de Paulo trancou-o em uma prisão filipense,
mas o governo de Deus enviou um terremoto para libertá-lo (ver Atos 16). O
seu governo pode despedir você do seu emprego, mas o governo do Reino
pagará as suas contas enquanto você está desempregado. O governo do Céu
exerce poder divino em favor de seus cidadãos.

Construímos um sistema de crenças que tem


medo dos tempos difíceis. Queremos ter alívio
da pressão. Esquecemos que nós também fomos
enviados ao mundo; somos colonos do Reino,
enviados para subjugar e dominar o maligno,
uma vitória de cada vez.

Deus interrompe as atividades malignas o tempo todo. Você não se dá


conta disso, porque, afinal, nada de mau acontece com você; na verdade,
você nem sequer sabe que alguma coisa foi interrompida. Eu me pergunto se
aqueles cidadãos sabiam que haviam sido um alvo e depois preservados. Isso
é algo a se pensar.
“PAI, NÃO OS TIRE DO MUNDO...”

Ora, até uma criança sabe que não estamos vivendo no Céu ainda.
Independentemente de quantas vezes o Rei protege os Seus, os cidadãos do
Reino sofrem perseguição, contratempos, doenças, dificuldades financeiras,
fome, e muito mais.
Durante o primeiro século, os crentes em Jesus eram expulsos da cidade e
mortos. Eles tinham seus familiares tirados deles. Suas casas eram
incendiadas porque eles acreditavam em Jesus. À medida que o tempo
passava, o Império Romano entrava em conflito com o Reino vez após vez.
Os crentes eram brutalmente martirizados. Isso ainda está acontecendo em
alguns lugares por todo o mundo.
Não é de admirar que a Igreja primitiva orasse: “Vem depressa, Senhor
Jesus!” (ver Apocalipse 22:12, 20). Se você estivesse vivendo sob essas
condições, também iria querer que Cristo voltasse imediatamente.
Jesus orou ao Seu Pai em favor dos crentes, mas Ele não orou para que
eles escapassem das dificuldades. Em vez disso, Ele orou:

Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do


mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou.
Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim
como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao
mundo.
— João 17:15-18

Nos dias atuais, nós construímos um sistema de crenças que tem medo e
foge dos tempos difíceis. Queremos ter alívio da pressão. Nós esquecemos
que também fomos enviados ao mundo; somos colonos do Reino, enviados
para subjugar e dominar o maligno, uma vitória de cada vez. Em meio às
batalhas, deve ser possível se manter livre em nosso espírito das garras do
mal, ainda que possamos sofrer em nossos corpos, porque Jesus orou para
que nós fôssemos guardados do mal. Portanto, é possível viver até o fim da
vida, preservados do impacto e da influência do maligno. É possível expulsar
o medo do mal, porque sabemos que o nosso Rei é mais forte que qualquer
coisa que o maligno possa lançar contra nós.
Nosso Rei obrigou a Si mesmo a fornecer cobertura defensiva total aos
Seus cidadãos. Ele vence todas as vezes. Ele nunca nos deixa à mercê dos
nossos problemas, embora costumemos pensar que estamos por conta
própria. Lembre-se de que quando Jesus foi preso no Jardim do Getsêmani,
Seus discípulos estavam com Ele. Pedro agarrou uma espada porque pensou:
Deus precisa de ajuda! e ele cortou a orelha do servo do sumo sacerdote (ver
Mateus 26, Marcos 14, Lucas 22 e João 18). Mas Jesus parou e dedicou
tempo para curá-lo, para recolocar a orelha do servo. Pedro não devia ter feito
isso. Pouco depois, Jesus estava diante de Pilatos e explicou: “O meu Reino
não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os
judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui” (João 18:36,
NVI).
Jesus não chamou os Seus discípulos ou os anjos para livrá-lo, porque o
motivo pelo qual Ele havia vindo à Terra era para sofrer e morrer naquela
cruz. Jesus foi um Rei até o fim, exercendo Seu domínio real ao não interferir
no plano de Deus, e dando a gerações de crentes a coragem para enfrentar
qualquer adversidade que tivessem de enfrentar por amor ao Reino.

Ele dá aos Seus cidadãos autorização para


destruir as obras do maligno. Assim, o Rei
amplia o Seu Reino.
A AUTORIDADE DOS CIDADÃOS

A partir de tudo o que discutimos neste capítulo, podemos concluir que o


governo de Deus investe os seus cidadãos de autoridade divina. O Rei dá essa
autoridade a eles. Ele pega uma medida da Sua própria autoridade e a
concede às pessoas que vivem sobre a Sua autoridade.
A não ser que o Rei a conceda, a transferência não pode ocorrer. Ele
considera Sua responsabilidade partilhar a Sua poderosa autoridade com
aqueles a quem Ele deu atribuições. Esta autoridade traz consigo toda a força,
as estratégias, e a sabedoria necessárias para cumprir as missões do Reino.
A vinda de Jesus à Terra sinalizou um novo nível de transferência da
autoridade do Reino. Ele começou com os Seus doze discípulos: “Chamando
seus doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar espíritos imundos e
curar todas as doenças e enfermidades” (Mateus 10:1, NVI). Mais tarde,
Jesus falou sobre a autoridade que concedia a todos os crentes. Eis como a
versão da Bíblia A Mensagem traduz essa passagem:

Perceberam o que dei a vocês? É um salvo-conduto para


caminhar no meio de serpentes e escorpiões e uma proteção
contra qualquer ataque do inimigo. Ninguém pode por as
mãos em vocês, mas o grande trunfo não está na autoridade
de vocês sobre o mal, e sim na autoridade e na presença de
Deus em vocês.
— Lucas 10:19, A Mensagem

Ele dá aos Seus cidadãos autorização para destruir as obras do maligno.


Assim, o Rei amplia o Seu Reino. Ele estende o propósito para o qual veio à
Terra para os Seus cidadãos-colonos: “Para isto se manifestou o Filho de
Deus, para destruir as obras do diabo” (1 João 3:8). Desde o momento em
que nos tornamos cidadãos do Reino, essa é a nossa função também, e
precisamos
nos apropriar da autoridade divina para cumpri-la. Ele dá aos Seus cidadãos
autoridade para ir até à raiz dos problemas: o governante maligno deste
mundo.
Jesus deixaria a Terra por um período, porém, como disse aos Seus
discípulos, Ele não nos deixaria órfãos (ver João 14:18). Ele enviaria o Seu
Espírito para habitar neles, e subsequentemente em nós. Por meio do Seu
Espírito e em Seu nome cheio de autoridade, seríamos capazes de vencer o
mundo (ver João 16).
Essa autoridade celestial é o fundamento de todos os benefícios e
privilégios que acompanham a cidadania do Reino. O governo do Reino
assume a responsabilidade por concedê-la a seus cidadãos, e a chave para
retê-la é a justiça por parte dos cidadãos. Descrevemos o quanto é importante
permanecer em uma posição legal de retidão junto ao governo se você espera
ficar longe de problemas; as pessoas que transgridem a lei perdem certos
privilégios. Mas os cidadãos retos não precisam se preocupar com nada.
Muito naturalmente, eles podem desfrutar dos benefícios e privilégios que
acompanham sua cidadania, sem implorar ou barganhar por eles.
No próximo capítulo, descobriremos muito mais sobre como isso funciona.
CAPÍTULO 11

A RESPONSABILIDADE DOS CIDADÃOS

V ocê é um cidadão de um país na Terra, e espero que seja um cidadão


do Reino dos Céus. Lembre-se de que a sua cidadania não significa
apenas que o governo é responsável por cuidar de você, mas também que
você tem uma responsabilidade perante o governo. É uma via de mão dupla, e
o trânsito segue pelos dois lados. Assim como é para você como um cidadão
do seu país terreno, também no Reino de Deus você é considerado
responsável perante o governo através da sua constituição, neste caso, a
Bíblia. Você pode ser um cidadão muito mais feliz e produtivo quando
entende as suas responsabilidades.
É triste dizer, mas muitas pessoas não querem carregar as suas
responsabilidades. Elas estão felizes porque Deus as salvou, mas não
necessariamente querem obedecer-lhe. Elas não entendem que a obediência é
uma maneira de expressar o seu apreço. O próprio Jesus Cristo falou sobre
isso de forma concisa: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”
(João 14:15). Elas também não reconhecem que os direitos de que desfrutam
como cidadãs, embora não possam ser conquistados porque foram dados
como privilégios, precisam ser mantidos através da simples obediência às leis
da terra.

Lembre-se de que a sua cidadania não significa


apenas que o governo é responsável por cuidar
de você, mas também que você tem uma
responsabilidade perante o governo.
SUBMISSÃO À AUTORIDADE

Quando você se torna cidadão de um país, as leis desse país automaticamente


se tornam as suas leis. À medida que se submete a essas leis, você se submete
à autoridade do governo. Submetendo-se às leis, você está livre para
permanecer no país por muito tempo, para movimentar-se pelo país por
motivos de prazer ou negócios, e para desfrutar das proteções e privilégios da
cidadania.
Transgrida até mesmo uma dessas leis, porém, e as suas liberdades serão
abreviadas. Se você transgrediu de forma significativa, pode ser encarcerado
na prisão. Você pode ser privado do seu passaporte. Pode ser obrigado a
passar por um longo processo antes que possa ser reintegrado como um
cidadão livre. As cadeias estão cheias de cidadãos irresponsáveis que não
assumiram a responsabilidade em cumprir a lei.
A cidadania manifesta o contrato entre o governo e as pessoas.
A chave para desfrutar dos privilégios que acompanham a cidadania é a
obediência pessoal às leis do país.
Assim, se você faz parte do país chamado Reino dos Céus, precisa estar
atento a estes fatos: (1) Você é um cidadão com direitos legais de se
beneficiar da constituição de Deus. (2) Você tem direitos pessoais e
autoridade para exercer seu poder como cidadão por estar alinhado com a lei
constitucional. Essa última frase é o argumento decisivo. O segredo para
exercer autoridade no Reino é alinhar-se com as leis do país, em outras
palavras, a obediência. Você obedece a Deus por amor à sua vida aqui e
agora (e não apenas para chegar ao Céu quando morrer). Esse é o estilo de
vida do Reino, e mantê-lo é sua responsabilidade.
A autoridade é uma coisa boa, e você sempre precisará dela. Você pode
imaginar uma planta dizendo ao solo: “Chega. Você tem me prendido por
todos esses anos. Estou indo embora, e vou levar as minhas raízes comigo”.
O que
aconteceria se uma planta fizesse isso? Ela morreria, mais cedo ou mais
tarde. A ausência de autoridade gera autodestruição.
Os peixes foram criados para se submeterem à água. Se um peixe decide
sair de baixo dessa autoridade, você não precisa puni-lo, porque ele morrerá.
O lugar mais seguro para o peixe é estar submisso. Sem dúvida você já viu
um peixe fora d’água. Ele sufoca e se debate para todos os lados, tentando ao
máximo voltar para a água. Conheço pessoas assim. Elas tentam isso e aquilo,
e se perguntam por que nada está dando certo. Quando os jovens saem de
casa cedo demais, a vida pode ser muito dura por muito tempo. É o mesmo
princípio. É hora de voltar a se colocar debaixo da autoridade.
Parte do que envolve estar em submissão à autoridade é a paciência.
Quando voamos, às vezes ouço o piloto falar pelo rádio. Aquele homem
precisa estar completamente submisso à autoridade. Se a torre de controle diz
a ele que ele ainda não pode aterrissar, ele entra em um padrão de espera. Seu
plano de voo é muito específico. Ele não pode se desviar dele nem um pouco
em qualquer direção sem permissão. Ele não é capaz de ver qualquer outra
aeronave ao redor dele, mas as pessoas na torre podem ver todas elas, indo e
vindo.
Do mesmo modo, as autoridades sobre nós nos impedem de colidir uns
com os outros — se obedecermos às diretrizes delas. A liberdade tem limites,
sempre. No Reino, se o Rei diz: “Vocês são livres para comer de qualquer
outra árvore, mas não comam desta árvore”, Ele tem bons motivos para isso.
A desobediência não é a melhor maneira de descobrir quais são as
repercussões.

Os peixes foram criados para se submeterem à


água. Se um peixe decide sair de baixo dessa
autoridade, você não precisa puni-lo, porque ele
morrerá.
A AUTORIDADE TORNA O PODER LEGAL

Gostamos de estar perto de pessoas poderosas, mas precisamos perguntar a


nós mesmos: “O poder desta pessoa está debaixo de autoridade?” O poder
combina habilidade, energia e força, ao passo que a autoridade é o direito e a
permissão para usar esse poder. Autoridade é o direto de usar o poder com
eficácia, não porque você pode, mas porque você deve. A autoridade legaliza
o poder.
Portanto, a autoridade é mais importante que o poder. Os adolescentes
podem ter o poder de sair de casa, mas ainda não têm a autoridade para sair.
Uma pessoa pode ser muito agressiva e falar alto, mas se ela não tem
autoridade, as palavras dela não terão peso.
A submissão à autoridade é o que torna uma pessoa eficaz.
Certa vez, um oficial militar foi ver Jesus e pedir ajuda em favor do seu
servo que estava em casa deitado, paralítico e sofrendo. Jesus estava disposto
a acompanhá-lo até sua casa para curar o servo, mas para surpresa dele o
homem recusou a oferta:

Mas o centurião respondeu: “Senhor, não sou digno de que


entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra,
e o meu rapaz será curado. Pois também eu sou homem
sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo
a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu
servo: faze isto, e ele o faz”. Ouvindo isto, admirou-se Jesus
e disse aos que o seguiam: “Em verdade vos afirmo que nem
mesmo em Israel achei fé como esta”. Então, disse Jesus ao
centurião: “Vai-te, e seja feito conforme a tua fé”. E, naquela
mesma hora, o servo foi curado.
— Mateus 8:8-10, 13
Observe como o centurião se dirigiu a Jesus. Ele o chamou de “Senhor”,
o que indica que ele respeitava Sua autoridade.
“Senhor” é um termo legal, e não um termo religioso. Ele significa
“proprietário”. Naquela cultura, você usaria essa palavra para falar com um
rei.
Veja também como a experiência militar do centurião lhe deu uma
compreensão mais completa da maneira como a autoridade funciona. Ele era
completamente submisso ao imperador romano e a quaisquer outros
comandantes que estivessem acima dele. Ele tinha pelo menos cem soldados
que se reportavam diretamente a ele (o título “centurião” está relacionado à
palavra “centúria”, que indica cem). Ele provavelmente havia observado
Jesus enquanto trabalhava na aldeia. Ele pode tê-lo visto curando os
enfermos, ressuscitando mortos, expulsando demônios, e muito mais.
Obviamente, aquele homem Jesus tinha poder. Obviamente alguma
autoridade superior o estava guiando. Ele sabia que o desempenho de uma
pessoa depende de sua obediência às instruções que lhe são dadas.
Então, em determinado momento, ele passou da simples observação
natural para a fé — e Jesus ficou impressionado com isso, declarando que o
servo já estava sendo curado, e elogiando o centurião diante das pessoas que
os cercavam. Mesmo à distância, o servo paralítico levantou-se da sua maca,
curado e íntegro, sem Jesus nunca ter feito a viagem até sua casa.
Do mesmo modo, se algum de nós quiser experimentar o melhor de Deus
para as nossas vidas, precisamos nos posicionar adequadamente — em outras
palavras, debaixo da autoridade — e as nossas súplicas serão ouvidas e
atendidas.

Quando você se submete à autoridade de Deus,


Ele lhe mostra o que vem a seguir. Ele ajuda
você a mudar o seu comportamento.
A JUSTIÇA EXALTA AS NAÇÕES

Jesus disse: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e


todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Ele quer que
busquemos em primeiro lugar o Seu Reino e, juntamente com Ele, a Sua
justiça. “Justiça” é o mesmo que submissão à autoridade dentro do Reino de
Deus. Tornando-se justo, você detém a autoridade do Reino — que por sua
vez o sustentará.
“A justiça exalta as nações” (Provérbios 14:34). Isso não é nada
semelhante às outras religiões, onde “submeter-se” envolve tentar manter o
seu deus feliz. Você não está levando ofertas a um altar ou acendendo
incenso e cantando diante de uma estátua. Você não está contribuindo com
dinheiro ou passando por toda espécie de rituais para obrigar o seu rei a
cuidar de você. Você não está aplacando a ira das autoridades.
Quando você se submete à autoridade de Deus, Ele lhe mostra o que vem
a seguir. Ele o ajuda a mudar o seu comportamento. Ele até ajuda você a
buscar mais da Sua justiça. Permanecendo próximo a Deus, você garante que
a autoridade do governo do Reino será estendida — através de você — por
onde quer que você vá.
Quando você cumpre a lei, garante a autoridade que Deus lhe deu sobre o
reino das trevas. Evidentemente, o inferno fica de olho quando os cidadãos
do Reino cumprem as leis de Deus. Os demônios saberão quem você é se
você permanecer no Reino de maneira justa. Você está na lista deles. Isso
significa que você pode expulsá-los com facilidade, porque eles conhecem
você pela sua reputação no Reino.
As leis às quais você está se submetendo são leis celestiais, como: “Amai
os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos
maldizem, orai pelos que vos caluniam”
(Lucas 6:27-28). Assim, à medida que você utiliza o amor do Reino, que
é poderoso o bastante para extinguir os poderes das trevas ao seu redor, você
se mantém sob a proteção de Deus enquanto cumpre a sua missão.
Você sabe que o ódio extinguirá a sua fé, e os rituais cegos farão o
mesmo. (Em Gálatas 5:6, Paulo diz: “Porque, em Cristo Jesus, nem a
circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo
amor”.) Então você se submete ao Deus de amor ainda mais completamente,
para seu próprio benefício assim como em beneficio daqueles que o cercam.
Você não recebe as coisas de Deus apenas porque pede. Você recebe as
coisas do governo do Céu porque cumpre as leis do seu país. Não basta falar
sobre as leis na igreja no domingo ou no estudo bíblico na quarta-feira —
você precisa ler o livro da lei com tanta frequência quanto possível e seguir
essas leis fielmente. No instante em que para de fazer isso, você começa a
sair de debaixo da proteção e da ajuda do Rei.
Muitas pessoas pensam que podem cometer pecados e não sofrer as
consequências simplesmente porque ninguém está olhando. Isso é, no
mínimo, audacioso. Vamos até Deus e dizemos: “Deus, cura-me (mas vou
continuar tomando drogas)”. Ou dizemos “Vou dormir com aquela mulher
com quem não sou casado, mas quero que Tu abençoes o meu negócio e
pagues as minhas contas”. Exigimos coisas enquanto estamos em
desobediência.

Você será capaz de se submeter à autoridade de


alguém se for capaz de confiar e respeitar essa
pessoa.

Em vez de transgredir as leis e esperar não sofrer as consequências, por


que não começar a obedecer às leis e receber os benefícios da obediência?
Por exemplo, procure amar o seu irmão. Procure pagar o seu dízimo. Busque
perdoar alguém que o magoou ou faça intencionalmente um ato de bondade.
“Fofoque” sobre alguém que viveu com sua esposa por quarenta e dois anos
sem contendas; essa seria uma coisa maravilhosa para se fofocar. As leis
deste país são maravilhosas, cada uma delas. Faça o bem deliberadamente, o
tempo todo, e o Rei irá abençoá-lo.
COMO SE SUBMETER À AUTORIDADE

Submeter-se ao Rei dos reis muitas vezes acarreta a submissão àqueles que
Ele estabeleceu em posições de autoridade. Você não pode se submeter a
alguém com quem está se comparando ou com quem está competindo,
principalmente se você está interessado em ocupar a posição dessa pessoa.
Do mesmo modo, você não pode se submeter a alguém se sente ciúmes dessa
pessoa, ou se desconfia dela. Isso simplesmente não funciona.
Um bom rei está disposto a diminuir para que um de seus súditos possa
crescer. Em outras palavras, um bom rei está disposto a abrir caminho para
que um dos seus cidadãos exerça poder. Um cidadão pode ter essa
expectativa; não é preciso sentir a necessidade de empurrar e pisar em
ninguém para chamar a atenção do rei, nem abrir caminho com agressividade,
como alguém que acredita que tem direito a tudo.
Você achará impossível se submeter a alguém se acha que ele não é tão
inteligente quanto você, ainda que você diga a si mesmo que não é
influenciado por essas coisas. Naturalmente, a autoridade não se coaduna com
a inteligência, menos ainda com as realizações na área educacional. Mas o
orgulho se torna um obstáculo, e você não consegue se colocar em posição
inferior a uma pessoa a quem quer corrigir o tempo todo.
Inversamente, você poderá se submeter à autoridade de alguém se for
capaz de confiar e respeitar essa pessoa. Você indicará a sua submissão
abrindo mão dos próprios interesses em favor dos dela. Você não sentirá a
necessidade de ganhar uma discussão ou de negociar um resultado. Em vez
disso, você encontrará alegria em executar as tarefas designadas e em pedir
conselho.
Às vezes as pessoas dizem a uma figura de autoridade: “O Senhor me
enviou para trabalhar com você. Quero que você seja o meu mentor”. Isso
não é submissão. Essas pessoas só querem ganhar uma medida de respeito e
fama
aos olhos dos outros, para poderem levar consigo alguns de seus amigos e
seguidores. Elas já têm as suas segundas intenções totalmente definidas.
Você achará fácil se submeter a alguém que sabe em seu espírito que
Deus trouxe essa pessoa à sua vida. Seu discernimento lhe mostrará que a
pessoa não se aproveitará de você, e que ela quer o melhor de Deus para a sua
vida. Você será capaz de saber que a sua eficácia será aperfeiçoada se estiver
sob a autoridade dessa pessoa.
AS CHAVES DO REINO

As leis de Deus são as chaves para o Seu Reino. Cumprir com as Suas regras
justas libera o poder divino que você precisa para viver como um cidadão do
Céu plenamente investido de autoridade. Portanto, quanto mais você puder
aprender sobre as leis de Deus, melhor.
Essa é uma realidade espiritual com implicações muito práticas. Ela muda
o estilo de vida de uma pessoa e o transforma em um estilo de vida do Reino,
e esse estilo de vida possui um poder dominante. Veja a conexão:

Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra


terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá
sido desligado nos céus.
— Mateus 16:19

Você não deveria estar vivendo para ganhar a


vida.

Quando você usa as chaves do Reino para ligar e desligar, atar e desatar,
você deixa de ser responsável pelo exercício de poder ou pelos resultados.
Agindo assim, você se torna responsável, antes de tudo, por obter e usar essas
chaves. Submetendo-se às leis do Reino, você se rende à autoridade de Deus,
e isso o liberta do fardo de fazer as coisas acontecerem. O Céu o respaldará
quando você girar uma das chaves.
Os cidadãos do Reino têm a responsabilidade de aprender as palavras da
Bíblia. Precisamos lê-la com frequência, porque tendemos a nos esquecer do
que ela diz. Precisamos lê-la com mais frequência do que lemos o jornal.
Quando o diabo atacou Jesus no deserto, as respostas dele vieram direto da
Bíblia. Jesus disse: “Está escrito...” (ver Lucas 4:1-13). Essas palavras foram
como as chaves de Jesus para destravar o Reino e a vitória.
Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode
fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o
que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (João 5:19). Ele
exerceu as chaves da autoridade do Reino melhor do que qualquer outro antes
ou depois dele. Porém, sendo o verdadeiro Príncipe que é, Jesus não deseja
nada mais a não ser que os cidadãos do Seu Reino exercitem essas mesmas
chaves.
Você precisa fazer apenas duas coisas: (1) buscar o Reino a fim de entrar
na cidadania, e (2) buscar a justiça do Rei a fim de permanecer nela. Em
outras palavras, manter-se sempre alinhado com o Rei. Quando você fica
alinhado com o Rei e com o Seu governo, você o obriga a cuidar de você.
Todas as promessas da constituição permanecem acessíveis a você quando for
necessário. As coisas pelas quais normalmente você precisaria lutar virão até
você sem esforço. É por isso que a Bíblia diz: “Buscai em primeiro lugar o
reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas”.
Ter todas essas coisas acrescentadas significa que você terá muitas coisas
indesejadas subtraídas, coisas como problemas de saúde, estresse e
ansiedade.
Você não devia estar vivendo para ganhar a vida. Sua prioridade não
deveria ser trabalhar e viver apenas para ganhar dinheiro para pagar as suas
contas. Jesus tem outra perspectiva. Ele diz: “Não vos inquieteis com o dia de
amanhã” (Mateus 6:34). Em vez de se afligir com comida e roupas, e
acrescentar uma lista interminável de pedidos de oração, por que não seguir o
conselho de Jesus?
O PODER DE OBEDECER ÀS LEIS

Justiça significa obedecer às leis de Deus, por amor a Ele e com a ajuda dele.
A palavra “justiça” significa todas estas coisas: posicionamento correto
debaixo da autoridade, alinhamento com a autoridade, posição reta junto à
autoridade, comunhão com a autoridade, relacionamento com a autoridade,
posição correta junto aos regulamentos da autoridade e cumprimento das
exigências do rei. Na essência, a obediência às leis de qualquer nação é uma
forma de justiça, e essa obediência mantém você em boa posição dentro do
país.

Com as chaves do Reino em suas mãos, você


tem acesso ao depósito. Enquanto mantiver
essas chaves em suas mãos, você poderá entrar
e sair tantas vezes quanto desejar.

Você sabe como é transgredir uma lei ou uma regra, como isso faz o seu
coração bater mais rápido quando você vê a polícia ou outra figura de
autoridade chegando, mesmo que ninguém saiba o que você fez. Você tem
um juiz particular dentro de você que lhe faz se sentir culpado. Você sabe que
está desalinhado com relação à autoridade porque violou um regulamento.
A única solução é se comprometer novamente com a autoridade e voltar
para debaixo da sua proteção legal. Procure recuperar e manter o seu
alinhamento com as autoridades governantes, e você recuperará o acesso a
tudo o que está na constituição.
OS BENEFÍCIOS DE SER UM CIDADÃO QUE CUMPRE AS LEIS DO
REINO

A cidadania é a chave para o revestimento de poder, porque ela dá acesso


legítimo a todos os direitos e privilégios de um estado. Quando você se torna
um cidadão do Reino, sua cidadania é registrada no céu (ver Efésios 2:19).
Portanto, você obtém todos os direitos e privilégios do Céu. Com as chaves
do Reino em suas mãos, você tem acesso ao depósito. Enquanto você
mantiver essas chaves em suas mãos, você pode entrar e sair quantas vezes
quiser.
Isso coloca você em uma categoria particular de cidadãos, e ela é uma
categoria poderosa. Para você, como cidadão do Reino dos Céus, nada é
impossível. (Jesus disse isso; veja Mateus 17:20.) Você pode mover
montanhas.

A oração em si não resolve as coisas. Posicionar-


se em oração resolve as coisas.
OS BENEFÍCIOS DA ORAÇÃO

Jesus contou uma história sobre uma viúva que compareceu perante um juiz
iníquo (ver Lucas 18:1-8). Ele era o pior juiz das redondezas, um homem que
não temia a Deus e não respeitava as pessoas. Naqueles dias, as viúvas eram
pessoas desamparadas. Elas não tinham ninguém para cuidar dos seus direitos
ou do seu bem-estar. Elas eram muito vulneráveis. Essa viúva em particular
não era diferente das outras, exceto pelo fato de que ela conhecia os seus
direitos. Ela sabia que tinha o direito de reivindicar perante o juiz, por isso foi
irredutível e se apresentou diante dele.
Quando aquela pequena viúva compareceu perante aquele juiz, ela sabia o
que estava fazendo. O juiz disse: “Não”. Ela persistiu assim mesmo. O juiz
disse: “Vá embora”. Ela voltou. Ela não estava implorando ou chorando. Ela
estava fazendo uma solicitação, porque ela sabia quais eram seus direitos. Ela
sabia que o juiz era a pessoa que devia concedê-los a ela.
A maioria das pessoas pensa nas palavras “juiz” e “julgamento” de forma
negativa. Pensamos em sentenças julgadoras e em despachos para a prisão
(ou para o inferno). Mas quando a Bíblia fala que Jesus era um justo juiz, isso
significa que Ele é o Juiz que está sempre corretamente alinhado com as leis
de Deus — aquele que lhe concede os seus direitos. Treine a sua mente para
pensar nele como um juiz que é alguém que concede direitos. O trabalho dele
é dar a você o que é seu por direito. O advogado faz o apelo, mas o juiz
executa a justiça.
Quanto mais você sabe o que está escrito no livro da lei, a Bíblia, melhor
você saberá quais são os seus direitos. Eu a chamei aqui de constituição do
Reino, porque ela lhe diz quais são todos os seus direitos, privilégios,
expectativas, aspirações e esperanças — e também o que você precisa fazer
para obtê-los e alcançá-los. Se você sabe o que a Bíblia diz e segue esses
princípios, você será um cidadão que cumpre a lei e que não perderá os seus
direitos.
O Espírito Santo é o Advogado, Conselheiro ou principal defensor diante
do trono de Deus. Sabemos que a Bíblia foi escrita pela inspiração do
Espírito. Isso garante que o Espírito conhece esse documento legal de trás
para diante. E porque Ele habita dentro de nós depois que nos tornamos
cidadãos nascidos de novo, não temos de comparecer perante o Juiz sozinhos.

Não importa o quão alto você implore por


misericórdia e clame por ajuda; Deus não o
abençoa porque você grita; Ele o abençoa
porque você está qualificado.

O Espírito traz a lei à nossa memória, e faz o nosso apelo a Jesus, “que
vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Ele está orando por
nós, colocando-se entre o juízo dos Céus e o nosso pecado. Essa é uma
configuração para o sucesso total. Como você pode entrar nesse tribunal e
perder uma causa? E o que é ainda mais poderoso, esse intercessor é seu
irmão. Antes mesmo de você chegar à sala, Ele está orando por você. Ele está
oferecendo a Sua própria justiça em seu favor. Quando você entra, não
precisa dizer nada. O Espírito Santo olha para o Pai e diz: “De acordo com o
que Ele fez”, sinalizando para Jesus que cuidou do assunto na cruz, e o apelo
é finalizado. Seu Advogado não menciona o seu nome. Ele menciona o nome
do Rei que pagou o preço por você e que tem orado por você desde então.
Você tem todo o governo lhe respaldando.
A oração em si não resolve as situações. O posicionamento em oração é
que faz isso. A melhor preparação para a oração é a sua obediência às leis de
Deus. Muitas vezes, o motivo pelo qual Deus não pode ajudá-lo é porque
você
pede a Ele por último. Somente ficando alinhado com o Doador da Lei e Juiz,
através da obra do Espírito e do Filho, é que você pode prevalecer.
Você percebeu que se você acabou de pecar, não consegue encontrar
ousadia para orar? Quando você quebra a lei de Deus, isso paralisa sua vida
de oração. Você cancelou o seu direito de apelar. “Se eu acalentasse o pecado
no coração, o Senhor não me ouviria” (Salmos 66:18, NVI). O profeta Isaías
afirmou isso claramente: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre
vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que vos não ouça” (Isaías 59:2).
Não importa o quão alto você implore por misericórdia e clame por ajuda;
Deus não o abençoa porque você grita; Ele o abençoa porque você está
qualificado. Os crentes têm autoridade na oração enquanto fizerem a sua parte
na aliança com o Rei. A aliança é um acordo legal. Você não precisa
comparecer perante Ele com cenas teatrais ou de histeria, assim como um
advogado não precisa disso para comparecer perante um juiz. Você só precisa
ser um cidadão em boa posição, e o Juiz ouvirá a sua causa.
Isso lhe parece muito legalista? Você acha que a vinda de Jesus significou
o fim da Lei? Tenho novidades para você: a vinda de Jesus significou que a
Lei foi cumprida nele. “Porque o fim da Lei é Cristo, para a justificação de
todo o que crê” (Romanos 10:4, NVI).
Todos no Reino são iguais. O Rei não ouve grupos de interesse especial, e
ninguém precisa usar de regalias especiais do Reino para chamar a atenção
dele. Qualquer cidadão do Reino tem igual acesso ao Rei. Ele agirá em favor
de qualquer um assim que Ele vir que Jesus está de pé ali, em favor daquela
pessoa.
OS BENEFÍCIOS DO ACESSO

Digamos que eu seja um multibilionário e você seja meu filho ou filha. Você
me pede a sua herança antecipadamente. Eu sou generoso, então eu lhe dou
um bilhão de dólares, e ajudo você a abrir uma conta bancária para guardar
esse dinheiro. Isso é uma gota em um balde para mim, uma vez que eu possuo
mais de 30 bilhões nas minhas próprias contas bancárias.
Mas sua irmã, por outro lado, age diferente. Ela diz: “Papai, não quero a
minha própria conta bancária”, e eu fico feliz, porque prefiro dar a ela acesso
à minha conta. Essa é a melhor opção. Eu lhe darei acesso às minhas contas e
ela poderá fazer cheques sempre que precisar. Ela nunca ficará sem dinheiro,
não é mesmo? O mesmo acontece com a provisão de Deus para os Seus
cidadãos. Não é de admirar que Jesus tenha dito aos Seus discípulos para não
levar nenhuma bagagem quando fossem sair para pregar e curar os enfermos:
“E disse-lhes: Não levem nada pelo caminho: nem bordão, nem saco de
viagem, nem pão, nem dinheiro, nem túnica extra” (Lucas 9:3, NVI). Ele
enviará a Sua provisão ao longo do caminho, porque eles têm acesso à Sua
conta.
A justiça — estar na posição correta com relação ao governo dos Céus —
é o que garante o seu acesso. O filho que quis abrir a própria conta não pode
ir ao banco e exigir fundos da minha conta. Nem você pode ir à sala do trono
de Deus e começar a reivindicar coisas que você não está qualificado para
reivindicar. A cidadania e a posição correta lhe conferem direitos e justiça.

A justiça — estar na posição correta com


relação ao governo dos Céus — é o que garante
o seu acesso.
Muitas pessoas pensam que justiça significa ficar longe dos grandes
pecados (você sabe, não roube um banco nem assassine ninguém). Mas a
justiça abrange a obediência a cada pequena lei; ela também significa não
mentir ou enganar as pessoas, não ter ciúmes ou inveja, não criticar ou julgar,
não murmurar ou reclamar. Uma murmuração pode paralisar todo o seu
acesso ao governo.
Agora, a coisa mais tola que uma pessoa pode fazer é levantar-se na
presença do Rei e começar a perturbá-lo. Isso se chama rebelião. O único
remédio é o arrependimento e a submissão humilde. Não perca o seu acesso a
Deus. Ele ama você e lhe deu todo o Reino:

Os olhos do Senhor voltam-se para os justos e os seus


ouvidos estão atentos ao seu grito de socorro.
— Salmos 34:15, NVI
Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos
debaixo dos teus pés.
— Salmos 110:1
Reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele
endireitará as suas veredas.
— Provérbios 3:6, NVI
Se atentamente ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo
cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te
ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações
da terra. Se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, virão sobre ti
e te alcançarão todas estas bênçãos...
— Deuteronômio 28:1-2
VENHA COMO UMA CRIANÇA

Complicamos demais as nossas vidas. Jesus, por outro lado, simplifica as


coisas. Certa vez, Ele pegou uma criança que estava por perto e usou-a para
ilustrar o seu ponto de vista sobre como entrar no Reino e permanecer no
Reino:

E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E


disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e
não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis
no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como
esta criança, esse é o maior no reino dos céus.
— Mateus 18:2-4

Você está vendo? Nossa responsabilidade primordial como cidadãos do


Reino é permanecer como crianças. Permaneça perto de Deus. Faça o que Ele
diz. Confie nele. Pare de se preocupar; o seu Papai está cuidando de você.
Agora mesmo — de manhã, à tarde e à noite.
Você não nasceu para mendigar. Você nasceu para recolher, para ter
acesso a um suprimento inesgotável porque o seu Pai é o dono de tudo.
O inimigo da vida do Reino é ser adulto. Ser adulto vai matar você,
porque você tentará assumir todas as responsabilidades do universo, mas não
está equipado para fazer isso. Você é uma criança; acostume-se à ideia. Deus
é seu Pai e Jesus é o seu irmão mais velho. Você pensou que ser um cidadão
maduro significava assumir mais responsabilidades, mas no Reino, isso
significa assumir menos.
Os adultos precisam calcular, analisar e explicar tudo antes de agirem. Os
adultos não acreditam em alguma coisa até que a vejam. Os adultos precisam
de uma razão antes de acreditar em alguma coisa.
As crianças, por outro lado, são rápidas em acreditar, inocentes quanto ao
pensamento estratégico e maleáveis. As crianças confiam
inquestionavelmente naqueles que estão acima delas. Elas não se
impressionam nem um pouco com condição ou com dinheiro. Quando elas
conhecem um bilionário na rua, pensam que ele é apenas mais um
homem idoso, como o avô delas. As crianças não possuem muito, de
modo que não é difícil para elas dar as coisas. Você nunca ouve uma criança
se preocupando se tem dinheiro suficiente, porque alguém sempre vai
cuidar dela. Elas consideram as coisas como garantidas, e não há
problema nisso. Quando eu era criança, éramos onze irmãos em minha
casa, e meu pai não era rico. Meus irmãos e eu nunca nos preocupamos em
imaginar de onde viria a nossa próxima refeição. Ela
simplesmente acontecia.
Os cidadãos do Reino logo aprendem a confiar como uma criança. O Pai
supre as nossas necessidades das maneiras mais impressionantes. Quem, por
exemplo, pensaria que a caixa forte de Deus seria a boca de um peixe?
Quando os discípulos precisavam conseguir dinheiro para os impostos, Jesus
disse: “Vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro peixe que você pegar,
abra- lhe a boca, e você encontrará uma moeda de quatro dracmas. Pegue-a e
entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o seu” (Mateus 17:27, NVI).

Você não nasceu para mendigar. Você nasceu


para recolher, para ter acesso a um suprimento
inesgotável porque o seu Pai é o dono de tudo.
Você é membro da família, um membro da Sua
casa. Você também é um cidadão. Isso lhe dá a
condição de entrar em um relacionamento e
também a condição legal de cidadão. Sua
disposição para com Deus lhe dá posição junto a
Deus.

Quando você chega como uma criança ao limiar do Reino, é fácil entrar
pela porta. Deus criou você para ser um cidadão do Reino. Faça a sua parte e
você nunca lamentará. Todo cidadão precisa dar a sua própria resposta às
exigências da cidadania. Ninguém pode obedecer à lei por outra pessoa. Eu
não posso parar no sinal vermelho por você; você precisa fazer isso você
mesmo. Não posso pagar os seus impostos. Não posso me alinhar com as leis
do Reino em seu nome, por mais que eu deseje isso.
A obediência às leis do Reino é tanto uma prova quanto uma
demonstração de verdadeiro amor. O Rei está voltando um dia, e Ele decidirá
quem tem seguido os Seus caminhos. Ele não ficará impressionado com as
maiores igrejas ou com a mais longa lista de graduações acadêmicas. Ele
olhará para o coração dos seus cidadãos. “Você me amou? Você amou os
outros? Você ouviu e obedeceu à Minha Palavra?” Aqueles que puderem
responder “sim” habitarão no Reino por toda a eternidade:

Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os


anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e
todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele
separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos
as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à
esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:
“Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que
vos está preparado desde a fundação do mundo”.
— Mateus 25:31-34
Ovelhas ou bodes? Eu sei a que grupo quero pertencer, e espero encontrar
você lá.
CAPÍTULO 12

CIDADÃOS COMO EMBAIXADORES

T odos na Terra estão à procura de alguma coisa. Eles não sabem o que
estão procurando nem como descrevê-lo. Eles procuram em toda parte.
Tomam bebidas alcoólicas, fumam maconha, vão a festas e clubes. Mudam
de emprego, trocam de cônjuge ou voltam à escola para complementar sua
instrução. Leem livros e pesquisam na Internet para descobrir o que é que
lhes está faltando. O que pode satisfazer esse anseio?
Aqueles de nós que encontramos o Reino sabemos o que falta: é o Rei.
Quando você o encontra, sabe que encontrou o desejo que buscava há tanto
tempo, e desde o primeiro instante, você quer compartilhar as boas-novas
com outros. Ele está vivo! Ele nos ama! Podemos conhecê-lo! Quanto mais
aprendemos sobre Ele, melhor as coisas ficam. Queremos transmitir a todos
os outros que buscam como Ele é.
Esse Rei é tanto o nosso Deus quanto o nosso Pai; por isso, Ele nos atrai
para o Seu Reino e para o Seu círculo familiar ao mesmo tempo. A maioria
de nós permanece ali onde começamos, dentro das mesmas famílias humanas
e trabalhando com as mesmas pessoas. Mas não somos mais os mesmos.
Em primeiro lugar, nós nos tornamos embaixadores. De pessoas que
buscavam, nós nos tornamos, de alguma maneira imperceptível,
representantes do nosso novo Rei e do Seu governo, onde quer que possamos
residir. Podemos viajar de um lugar para outro, ou podemos ficar no mesmo
lugar por décadas. Onde quer que estejamos, levamos um pequeno pedaço do
Céu.
SER RELIGIOSO NÃO BASTA

A meta de Deus nunca foi a religião, mas sim algo que chamo de “domínio
através do relacionamento”. Descrevi o plano original de Deus de fazer com
que Adão e todas as pessoas que se seguiram a ele governassem e
administrassem o planeta, e a associação estreita entre as palavras “dominar”
e “reino”, que poderíamos chamar de domínio. Mas domínio apenas nunca foi
a meta de Deus, porque o domínio precisa estar fundamentado em um
relacionamento com Ele.
Entramos no Reino de Deus exclusivamente por meio do estabelecimento
de um relacionamento pessoal com o Rei e Seu Filho Jesus; não há outro
caminho. O Filho abriu o caminho para esse relacionamento quando Ele
próprio se tornou um homem. Quando o Seu Espírito vem viver dentro de
cada um de nós, iniciamos um processo que dura a vida inteira, de nos
tornarmos cada vez mais semelhantes a Ele.
Não apenas isso, começamos a carregar a fragrância do Céu por onde
quer que vamos. O apóstolo Paulo resumiu isso melhor quando escreveu:

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas


antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Ora, tudo
provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por
meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a
saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e
nos confiou a palavra da reconciliação.
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como
se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo,
pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que
não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que,
nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
— 2 Coríntios 5:17-21, grifo do autor

Aqueles de nós que encontramos o Reino


sabemos o que falta: é o Rei. Quanto mais
aprendemos sobre Ele, melhor as coisas ficam.
Queremos transmitir a todos os outros que
buscam como Ele é.

Não fomos salvos das nossas velhas vidas mundanas simplesmente para
podermos nos tornar belos acréscimos ao coral celestial. Também recebemos
uma tarefa para cumprir: espalhar o Reino pelo globo. Fomos comissionados
para mostrar ao mundo como é o Reino dos Céus. Nós nos tornamos
diplomatas do departamento do Céu que colonizou a Terra. Em suma, nós
nos tornamos embaixadores de Cristo Jesus.
Você não pode representar alguém a quem não conhece. Então é por isso
que ser religioso não basta. Você precisa ter um relacionamento progressivo
com Aquele em cujo nome você executa os seus deveres diários. Com o Seu
Espírito habitando no seu interior, isso não deveria ser difícil de executar,
mas parece que precisamos de lembretes. Livros como este ajudam as pessoas
a lembrarem: “Sim, sou um embaixador de Cristo, e sei o que isso significa”.
Um embaixador precisa estar conectado com aquele a quem representa.
Outras pessoas representam suas religiões (ou falta de religião) também,
mas elas não têm esse tipo de relacionamento. É por isso que recorrem a
rituais e a práticas secretas, a códigos morais e a regulamentos quanto às
vestimentas. É também por isso que, mais cedo ou mais tarde, elas admitem
que ainda estão buscando algo mais. Elas não estão conectadas com o Rei, e
Ele as criou para estarem conectadas a Ele.
MAIS QUE UM MENSAGEIRO

Nos círculos diplomáticos, embora os embaixadores geralmente vivam


em países estrangeiros, eles continuam em contato com o seu chefe de estado.
Quase sem exceção, eles conhecem bem essa pessoa.
Os embaixadores não podem legislar. Eles não criam novas políticas
governamentais nem declaram guerra. No entanto, ocupam uma posição
especial, de governo para governo. Suas palavras têm peso. Eles são
representantes veteranos que foram investidos de autoridade por sua
autoridade governante.
Na passagem bíblica citada anteriormente, a palavra grega traduzida
como embaixador é presbeuo, que significa alguém exatamente assim. Paulo
usa a mesma palavra novamente em sua carta à igreja que ficava na cidade de
Éfeso:

[Orem] também por mim; para que me seja dada, no abrir da


minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido
o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em
cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como
me cumpre fazê-lo.
— Efésios 6:19-20, grifo do autor

Imagine isso! Paulo estava trancafiado em uma prisão sem muita


esperança de ser liberto, mas ele ainda se considerava um embaixador de
Cristo. Embora sua liberdade de movimentos tivesse sido abreviada, ele era
capaz de escrever cartas como a que escreveu aos efésios, ele podia falar
com os visitantes e guardas, e podia permanecer conectado com o Rei através
da atenção ao Espírito dentro dele por meio da oração.
Os embaixadores do Reino carregam a
autoridade de todo o país. Suas palavras têm
peso, e eles sabem disso.
INVESTIDOS DE AUTORIDADE

Em outra parte do Novo Testamento, outra palavra grega para embaixador é


usada. A palavra é kerux e ela é comumente traduzida por “pregador”,
“arauto” ou “proclamador”. Essa espécie de mensageiro foi investida de
autoridade para transmitir as mensagens oficiais de reis, magistrados,
príncipes e comandantes militares a autoridades em outros lugares, e para
realizar deveres em nome do regente que o enviou. Ao longo do Novo
Testamento, os embaixadores kerux de Deus proclamam a Palavra divina.
Eles foram investidos de autoridade por Deus, o Rei, para entregar
mensagens e realizar deveres em Seu nome, por onde quer que vão. Isso não
parou depois dos tempos do Novo Testamento. Você e eu fomos investidos
da mesma autoridade. Jesus estava falando conosco quando disse: “E eu lhes
designo um Reino, assim como meu Pai o designou a mim” (Lucas 22:29,
NVI).
O que Ele quer dizer é claro — os mensageiros e embaixadores do Reino
carregam a autoridade de todo o país ao irem de um lugar para o outro. Eles
não carregam apenas um conjunto de rituais diplomáticos ou de regras
sociais. As palavras deles têm peso, e eles sabem disso.
Nunca pensei profundamente sobre a palavra “conferir”, até ela ser usada
para falar a meu respeito em uma cerimônia. Há alguns anos, recebi o OBE
(Oficial da Ordem Mais Excelente do Império Britânico) de um representante
da Rainha da Inglaterra. Na cerimônia, o governador prendeu alguma coisa
no paletó do meu terno, dizendo enquanto fazia isso: “Pela autoridade da
Rainha da Inglaterra, eu confiro a você o Império Britânico”. Ele conferiu
toda uma nação a mim. Agora, quando vou à Inglaterra e eles veem “OBE”
no meu passaporte, todos se alvoroçam. “Sim senhor, Dr. Munroe, há alguma
coisa que possamos fazer pelo senhor?” Essas simples iniciais carregam o
peso da autoridade.
A maneira como você age e reage representará a
sua cidadania. Lembre-se de que você foi
indicado como o embaixador local do Reino.

Todas as vezes que alguém se torna um embaixador oficial de um país, a


mesma frase é usada: “Eu confiro a você a Comunidade das Bahamas”,
usando o nome do país do embaixador. Assim, aquele indivíduo personifica
todo o país.
Somos embaixadores oficiais do Reino de Deus porque Jesus conferiu o
Reino a nós.
A FUNÇÃO DE EMBAIXADOR

Você nunca verá um embaixador em um clube ou em uma discoteca. Você


nunca ouvirá dizer que ele se embriagou e ficou andando em público vestido
de maneira inadequada ou que participou de algum escândalo. Esse
comportamento não condiz com a dignidade do ofício. Os embaixadores
escolhem as palavras cuidadosamente, e você nunca os verá explodir de raiva
em público. Seja o que for que um embaixador faça, a comunidade global o
imputará ao país que ele representa. O embaixador é o país.
Isso não deveria ser menos verdadeiro para os embaixadores do Reino.
Deveríamos estar nos perguntando: “Estou representando o Céu?”, enquanto
andamos pelo supermercado, vamos ao posto de gasolina ou atravessamos a
rua. Penso que uma razão pela qual não somos muito disciplinados em nossas
vidas é porque não entendemos que estamos carregando o peso do país do
Céu.
Jesus disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:9). Na essência, Ele
estava dizendo: “Se vocês me viram, vocês viram a minha fonte”. Você pode
dizer isso? Por que ou por que não? As pessoas têm ideia de como é o Céu
quando encontram você? Você pode ser o único cidadão do Reino em seu
local de trabalho. As pessoas que o cercam têm apenas uma fonte de
informação sobre o Céu; você pode ser o único “céuzáqueo” que elas
conhecem. A maneira como você age e reage representará a sua cidadania.
Lembre-se de que você foi indicado como o embaixador do Reino naquele
local de trabalho.
BENEFÍCIOS DA FUNÇÃO DE EMBAIXADOR

Se você fizer o raciocínio inverso, perceberá que, apesar das restrições,


quando representa outro país você está em uma excelente condição. Sim,
você precisará se portar com a dignidade condizente com o seu ofício, mas
também estará autorizado a desfrutar de todos os benefícios da sua cidadania,
com benefícios adicionais acrescentados.
Por exemplo, você já viu um embaixador dirigindo um calhambeque
velho com buracos na camisa? Não, porque o governo paga todas as contas
dele. Se precisar de alguma coisa, ele apenas pede. “Sem problemas, senhor.
O senhor é o embaixador”.

O estilo de vida do Reino — uma vida pura,


cheia de amor e verdadeiramente alegre — é
nosso onde quer que estejamos situados no
globo.

Há pouco tempo, visitei o Haiti com alguns acompanhantes.


O embaixador das Bahamas nos encontrou no aeroporto e dirigimos pelas
ruas em uma caminhonete com ar condicionado. Tudo ao nosso redor eram
escombros. As pessoas estavam dormindo nas ruas na sujeira, assim como
você viu em todas as fotografias da região. Nós simplesmente passamos por
tudo aquilo no conforto do ar-condicionado, tomando bebidas geladas. A
bandeira das Bahamas estava flutuando na frente daquele belo veículo. Estou
certo de que as pessoas pelas quais passávamos estavam se perguntando que
país aquela bandeira representava, pensando consigo mesmas:
De onde quer que aquela bandeira venha, quero ir para lá.
Chegamos à casa do embaixador nas colinas. Eu disse: “Espere um
pouco. Ainda estamos no mesmo país que sofreu o terremoto?” Sim, nós
estávamos. Entramos na casa e alguém nos serviu um farto café da manhã
com bacon, queijo e grãos de aveia, bem ali, no meio de toda aquela pobreza.
O embaixador levou-me até o meu quarto, e ele era tão grande quanto
uma casa. Ele disse: “Você pode dormir aqui esta noite”. Perguntei se ele se
referia a mim e ao irmão que estava comigo ou apenas a mim. “Ah, ele tem o
seu próprio quarto. Este é todo para você”. E ele abriu uma cortina e mostrou
a nós dois uma grande piscina cheia de água azul.
Eu perguntei:
— Excelência, o senhor não se sente culpado às
vezes? Ele respondeu:
— Não. Quando você entra no meu carro e passa pelo meu portão, você
entra nas Bahamas.
A propriedade de uma embaixada é a mesma do país que ela representa.
Ela sempre será tão rica quanto o país de onde o embaixador vem. Ela nunca
terá de ser pobre como o país onde a embaixada e a casa do embaixador estão
situadas.
Depois que nos sentamos para comer àquela mesa de café da manhã, o
embaixador perguntou se queríamos mais, e nós dissemos que sim. Então o
cozinheiro entrou com outro grande prato de comida. Poderíamos comer
ainda mais se pedíssemos. A comida não terminava, mesmo ali, no Haiti,
depois de um terremoto.
O embaixador não tinha de voar até às Bahamas para comer o seu bacon
com ovos. Ele os recebia todos os dias no Haiti. Ele não precisava voltar para
as Bahamas para desfrutar de uma bela casa com ar-condicionado e piscina.
Ele estava experimentando o estilo de vida bahamiano em um país distante
das Bahamas.
Sua missão pode parecer insignificante para
você, mas a maneira como você a cumpre é
muito importante.

O estilo de vida do Reino — uma vida pura, cheia de amor e


verdadeiramente alegre — nos pertence, onde quer que estejamos situados no
globo. O Rei está cuidando tão bem dos Seus cidadãos que eles estão vivendo
como o embaixador bahamiano, mesmo em um mundo arruinado. Ele está
operando dentro de nós, nos fazendo parecer cada vez mais com Ele. Sua
meta é nos levar a um lugar onde não teremos corrupção, doença, pressão ou
dificuldades. E Ele nos dá uma grande prova desse lugar agora mesmo.
Esta é uma cultura de plenitude, e ela faz as pessoas desejarem vir a Deus.
TODO CIDADÃO DO REINO É UM EMBAIXADOR

Quando você for trabalhar amanhã de manhã, ou parar para comprar alguma
coisa que precisa, lembre-se de que você é um cidadão do Céu e um
embaixador do Reino dos Céus. Isso é importante, porque você não pode ser
um bom embaixador do Rei se esquecer sua identidade. Ele lhe conferiu a
autoridade dele e lhe deu uma missão: representá-lo aonde quer que você vá e
espalhar a verdade sobre o Reino que você representa. Você pode fazer isso?
Oro para que você possa se conectar com o Rei diariamente, e que você
ouça o que Ele diz. Sua missão pode parecer insignificante para você, mas a
maneira como a cumpre é muito importante. Que a sua cidadania do Reino
equipe você para ser um verdadeiro embaixador, e que o Rei possa elogiá-lo
pelo seu serviço quando o tempo dele terminar. “Muito bem, servo bom e
fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da
alegria do seu Senhor!” (Mateus 25:21, NVI) Essas são as palavras que
espero que você ouça quando chegar ao país que é a sua casa, o Céu.
Notas

Capítulo 3 - O que é cidadania?

1. A Commonwealth of Nations (em português: Comunidade das Nações),


normalmente referida apenas como Commonwealth e anteriormente conhecida como
Commonwealth Britânica, é uma organização intergovernamental composta por 53
países membros independentes. Todas as nações membros da organização, com
exceção de Moçambique (antiga colônia do Império Português) e Ruanda, faziam parte
do Império Britânico, do qual se desenvolveram. Os Estados-membros cooperam num
quadro de valores e objetivos comuns. Estes incluem a promoção da democracia,
direitos humanos, boa governança, Estado de Direito, liberdade individual,
igualitarismo, livre comércio, multilateralismo e a paz mundial. A Commonwealth não
é uma união política, mas uma organização intergovernamental através da qual os
países com diversas origens sociais, políticas e econômicas são considerados como
iguais em status (Fonte: Wikipédia).[voltar]

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