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Myles Munroe Cidadãos Do Reino de Deus Word
Myles Munroe Cidadãos Do Reino de Deus Word
Publicado no Brasil por Chara Editora com a devida autorização de DESTINY IMAGE® PUBLISHERS,
INC. P.O. Box 310, Shippensburg, PA 17257-0310.
1ª edição em português © 2016 Chara Editora — fevereiro de 2016. Todos os direitos em língua
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Exceto em caso de indicação em contrário, as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada,
Almeida Revista e Atualizada, © 1994, Sociedade Bíblica do Brasil. Todas as ênfases dentro das citações
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“A maior tragédia da vida não é a
morte... mas a vida sem uma razão.”
— Dr. Myles Munroe
A maioria de nós acredita que somos do planeta Terra. E por que não?
Com certeza não somos de Marte ou Vênus ou de algum outro
planeta.
Nós e bilhões de outras pessoas vivemos em centenas de países
diferentes, pequenos e grandes, que cobrem a face da Terra. Ordenamos
nossas vidas de acordo com os governos e culturas desses países. Comemos a
comida que a terra fornece e criamos nossas famílias. É tudo o que sempre
soubemos e é tudo o que nossos pais e avós e bisavós sempre souberam.
Acreditamos que estamos presos ao que a Terra tem a oferecer. Limitamos
toda a nossa vida ao que está no planeta porque é assim que todos têm vivido
há milhares de anos.
Entretanto, perdemos o contato com a realidade.
Até aqueles de nós que afirmam conhecer o Rei supremo (Deus) não
entendem que também pertencemos a um país que se sobrepõe a qualquer dos
países humanos que conhecemos. Pensamos no “Reino de Deus” como um
termo que tem sido acrescentado às orações e sermões como um aditivo. Não
o consideramos nosso país natal nem pensamos nele como algo diferente de
Marte. Pensamos que o Reino de Deus e o Céu compreendem alguma espécie
de destino futuro invisível acima das nuvens.
É difícil transmitir às pessoas a verdade sobre o Reino..Sempre me sinto
como se estivesse lutando contra 1.800 anos de bloqueio mental. Temos sido
tão condicionados a pensar em “religião” que Deus tem dificuldade de nos
transmitir a verdadeira mensagem que Ele nos entregou através de Jesus
Cristo, que é sobre o Seu Reino e sobre o quanto Ele quer que sejamos plenos
cidadãos dele, mesmo enquanto ainda estamos vivendo neste globo.
A mensagem de Cristo é pessoal. Qualquer pessoa que o invoca como
Salvador se torna um cidadão do Reino de Deus, mas muitas pessoas deixam
a sua cidadania na prateleira. Elas consideram que a sua fé é religião e não
cidadania, e não entendem que ela deveria estar fazendo a diferença em cada
detalhe de sua vida pessoal na Terra.
Você não pode ver a cidadania; precisa experimentá-la. Do mesmo modo,
você.não pode ver o Reino de Deus;.precisa experimentá-lo.
Este livro é um guia de treinamento para os cidadãos do Reino. Ele o
ajudará a aprender sobre o seu novo país. Quero que você não apenas entenda
tudo o que puder sobre o seu novo país, mas também que você aceite a ideia
de que está vivendo nele agora, assim como você aceitou a ideia de que o Céu
é um lugar real para onde você poderá ir depois de morrer. Como vocês
sabem, o Reino de Deus e o Reino dos Céus são a mesma coisa.
Deus, o Rei, estabeleceu o Seu Reino para que ele seja composto de
postos avançados terrenos, ou colônias, habitadas pelos cidadãos dele. Mas a
história dessas colônias não tem sido uma história fácil. Quando Adão e Eva
declararam independência do Céu, eles tiveram de estabelecer o seu próprio
governo. O Espírito Santo de Deus não era mais o “governador” deles, porque
eles não quiseram que Ele o fosse. Assim, o Céu começou a parecer algum
lugar distante. Perdemos o idioma, a cultura, os valores, o padrão de conduta,
as convicções e o estilo de vida que deveria ter sido o padrão para qualquer
colônia do Reino. Nós nos tornamos seres de outro planeta em relação a
Deus. E porque Ele deseja mudar isso, Deus enviou o Seu Filho Jesus
para garantir que conhecêssemos sobre o Reino outra vez. Quando
descobrimos como nos encaixamos no Reino de Deus, todas as coisas são
revertidas. Começamos a nos sentir como alienígenas no planeta Terra.
Começamos a sentir que pertencemos a outro lugar. Também começamos a
redescobrir os
benefícios a receber aqui, nestes dias, que vêm com a nossa cidadania
celestial.
Você não pode ver o Reino de Deus; precisa experimentá-lo.
É a.minha grande paixão apresentar as pessoas à plenitude de sua
cidadania nesse Reino celestial. Ao ler este livro você verá que o Reino de
Deus não tem quase nada a ver com religião. Em vez disso, ele tem tudo a ver
com o próprio Rei — com imitar o Seu caráter e reproduzir a Sua vontade na
Terra. Amadurecendo em sua cidadania, os cidadãos do Reino crescem para
refletir a cultura, os valores, a ética, a natureza e o estilo de vida do seu Rei.
O “Reino” não é uma ideia minha — é ideia de Deus. Não sei por que
ignoramos o óbvio. Quase todo livro da Bíblia faz alguma referência ao
Reino. Jesus falava sobre o Reino de Seu Pai o tempo todo. Mas nós não
falamos. Em vez disso, falamos sobre a Igreja e o Cristianismo. Tenho um
problema sério com pessoas que definem o Reino de Deus de forma estreita
demais, em termos de uma denominação ou de uma única expressão étnica de
fé em Cristo. Mas tenho um problema igualmente sério com pessoas que o
definem em termos sentimentais, como se quase todos os que vivem na Terra
fossem cidadãos do Reino sem sequer pensar sobre isso.
Assim como as pessoas que estão retratadas no capítulo 11 da carta aos
Hebreus, deveríamos estar procurando instintivamente por um país melhor.
Ele se chama Céu, mas a maioria de nós não consegue entender o que está
perdendo. Estou lhe dizendo que você está perdendo o país que é a nossa
moradia. Perdemos o estilo de vida de paz, amor e alegria. Perdemos o lugar
onde as ruas são pavimentadas de ouro e ninguém irá tentar roubá-lo.
Perdemos o lugar onde o ar cristalino é cheio de cantos de alegria em vez de
fumaça e violência de gangues. Perdemos o nosso Pai celestial e o nosso
Irmão mais velho, sem mencionar todos os nossos outros irmãos e irmãs que
pertencem ao Rei. Perdemos tudo isso, e de algum modo pensamos que
precisamos esperar muitos anos antes que possamos ir para lá.
O Reino de Deus é um lugar que está no presente do indicativo. É um
lugar empolgante para se chamar de lar. Temos muito a aprender sobre ele.
Vamos começar a explorá-lo juntos!
CAPÍTULO 1
De onde veio essa busca pelo poder? Por que essa característica se
manifesta tão consistentemente ao longo dos séculos, independentemente da
cor da pele de uma pessoa, do seu gênero, idade e maturidade, nível
educacional, habilidades, situação econômica ou família de origem?
Estou convencido de que é porque toda a raça humana, individualmente e
coletivamente, foi criada para exercer o gerenciamento das circunstâncias
predominantes. E para entendermos melhor a nós mesmos e identificar como
nos encaixamos no quadro maior, precisamos primeiro entender o conceito de
reinos e como esses reinos funcionam.
TODOS OS REIS POSSUEM UM TERRITÓRIO — E O EXPANDEM
Qualquer coisa chamada reino é um lugar onde alguém chamado rei tem
domínio sobre alguma coisa. Nenhum rei pode ter domínio a não ser que ele
possa reivindicar a propriedade sobre um território. Durante séculos, os reis
competiram por territórios por toda a Europa. Eles podiam ser chamados de
reis ou lordes porque possuíam vastas extensões de terra, e tudo o que
estivesse na terra se tornava propriedade deles (seu reino). Cada campo de
cevada, estrada e rio, cada raposa, árvore e rato pertencia a eles.
Sempre que um rei se tornava forte o suficiente para invadir a propriedade
de outro rei, ele podia estender as suas propriedades. A grandeza do seu reino
era medida pela quantidade de terra que ele possuía. Os reis formavam
exércitos de soldados para proteger o seu território e para invadir as regiões
vizinhas. Os exércitos eram financiados pelos recursos do rei, e do mesmo
modo os agricultores que trabalhavam na terra dependiam dos donativos dele,
já que entregavam a maior parte de suas colheitas e gados para o rei.
Nada na experiência dos governos modernos nos prepara para entender
isso. O presidente dos Estados Unidos não possui todo o país. O primeiro
ministro da Inglaterra não possui o país que governa, nem a Rainha. Mas em
um reino de verdade, cada coisa se torna parte da propriedade pessoal do rei;
cada montanha, todas as estradas, os animais e as plantas, a comida e a água.
Nenhum rei pode reivindicar o governo a não ser que ele possua algum
território, o que torna todos os reis um produto de sua propriedade.
A glória de um reino é determinada pelo tamanho do território do rei. É
por isso que os reis amam expandir seus reinos.
A história dos reinos é uma história de expansão. Um rei precisa ter
território. Ele precisa ter alguma coisa para governar. Ele precisa ser rico,
forte e decidido. E ele precisa desejar ser o rei. Nenhum rei “de meio-
expediente” ou relutante quando a essa escolha deve se candidatar ao cargo.
O rei representa a essência do seu reino. O reino emana dele. Sua
permanência instila confiança. Posso dizer que o seu presidente ou primeiro
ministro não representa o seu país, porque eles não são permanentes o
bastante. Na verdade, eles têm um emprego de meio-expediente. Isso mesmo.
Uma democracia ou república não é a mesma coisa que um reino. Se você
está em busca de estabilidade e consistência, você não quer colocar a sua fé
em alguém que estará no comando apenas por mais ou menos quatro anos. O
financiamento da sua casa vai durar trinta ou trinta e cinco anos. Você não
gostaria que alguém estivesse no comando pelo menos por mais tempo que a
duração do seu financiamento?
O rei é o centro de um reino. Ele é o seu coração. As pessoas têm de
obedecer ao rei. Ele é o soberano, e você não discute com ele nem vota para
que ele seja retirado do cargo. Sabemos como é discordar das nossas
autoridades eleitas. Na verdade, tendemos a discordar em tom bastante alto, e
transmitimos isso no noticiário. Mas discordar de um rei coloca você em
perigo de vida. Você não precisa gostar do que ele diz, mas tem de obedecer
se espera ficar mais um tempo por ali.
Um reino pode ser bom, ruim ou, na maior parte do tempo, um pouco dos
dois. Por que o modelo de reino passou a ser uma forma tão típica de
governo?
REDESCOBRINDO O PRIMEIRO PAÍS
Quando você serve a um rei em um reino, você tem o poder para dominar o
seu território e para administrar a sua missão. O que acontece se você perder
a sua posição? Por natureza, você ainda é um administrador. Agora, você foi
privado do que você estava administrando. Você não tem mais propósito.
Quando isso acontece — e isso acontece o tempo todo — as pessoas se
agarram ao que quer que as faça sentirem-se confortáveis e pelo menos
parcialmente no comando dos desafios que as cercam.
Um dos maiores retrocessos é — você acertou — a religião. Se você não
pode mudar a sua situação e está tentando com todas as suas forças
reconciliar-se com ela, a religião faz um ótimo trabalho de ajuda. Ela deixa
você feliz na sua pobreza, contente na sua doença, satisfeito na sua depressão
e quase em paz na sua frustração. Ela funciona porque lhe diz que em breve
tudo vai ficar bem. Não se preocupe, sua vida irá melhorar mais tarde. A
religião lhe diz que o Céu é o seu destino, e tudo o que você precisa fazer é
resistir até morrer. A religião adia a sua realidade, lançando todas as suas
esperanças para o futuro. Ela se torna muito atraente porque o ajuda a aceitar
as coisas como elas são, quando você sente que perdeu o controle sobre as
circunstâncias que o cercam.
Estou mencionando a religião porque não quero que você entenda
equivocadamente a noção de Reino. Religião não é o mesmo que o Reino de
que estou falando. Ela é um substituto. Sei que tanto “Reino de Deus” quanto
“Reino dos Céus” parecem expressões religiosas, mas o Reino é algo superior
a qualquer religião do mundo.
Se o Reino de Deus não é o mesmo que religião, o que ele é? Vamos
reunir o que já sabemos e ver até onde chegamos. Já entendemos que um
reino tem a ver com um rei ter domínio sobre um território real, e que o
território original
ou o primeiro país do Reino de Deus é o Céu. Assim, um reino é um governo,
e o Reino de Deus é o governo de Deus.
A isso acrescentei o fato de que as decisões de um rei afetam o seu
território e os seus cidadãos. Um rei é soberano. Ele não precisa consultar
ninguém ou obter o voto de ninguém. Em outras palavras, a sua vontade pode
se tornar lei. Se ele for um rei mau e egoísta, sua vontade expressa pode
significar o sofrimento dos cidadãos. Pense simplesmente no que acontecia
quando as pessoas não obedeciam à vontade expressa dos reis dos tempos
passados. Em um instante eles podiam estar distribuindo uma fortuna a elas e
no instante seguinte podiam dizer “Cortem a cabeça delas!”
Então, para o melhor ou para o pior, as decisões e os decretos de um rei
geram a qualidade de vida dos seus súditos. Com o tempo, as declarações do
rei produzem uma cultura para os cidadãos do reino. Ela pode ser uma cultura
de medo e pobreza ou pode ser uma cultura de liberdade e paz.
O QUE É UM REINO?
Por definição básica, portanto, qualquer reino pode ser definido do seguinte
modo:
O rei tem influência sobre o seu território e ele governa sobre ele. Isso
significa que ele governa sobre as pessoas que habitam ali, aquelas que são os
cidadãos do seu território. Ele cuida delas. Ele as organiza para viverem
como uma sociedade.
Agora, a maioria de vocês que estarão lendo este livro foi criada em
países que são considerados democracias ou repúblicas. Até em países com
um rei ou rainha, como a Inglaterra, o poder e a autoridade governante não
residem unicamente naquela única pessoa. Pode ser muito difícil para a
maioria de nós entender o conceito de viver como um cidadão de um reino.
Nossa ideia do conceito de reino é insuficiente, para dizer o mínimo. Com
base em nossa cultura geral assim como em nossa cultura religiosa, às vezes
temos a noção de que podemos exercer o nosso voto a favor ou contra uma
das leis ou decisões do Reino. Mas as coisas não funcionam assim! Mesmo
quando líderes religiosos altamente respeitados votam, por exemplo, para
promover um homossexual praticante a uma posição de alta autoridade, eles
não podem mudar o padrão moral do Rei ou do Seu verdadeiro Reino. O Rei
do país original (o Céu) é Deus, e Ele é o Rei mais elevado de todos eles.
CARACTERÍSTICAS DE UM REINO
Se você não entende o quadro maior do que Deus pretendeu para a Terra e
para os seus cidadãos, você não pode entender a sua pequena parte em toda a
história. O que Deus realmente quis realizar quando criou incontáveis
sistemas solares, milhões de planetas e bilhões de estrelas? Em que Ele estava
pensando quando criou um desses sistemas solares com nove planetas (ou
oito, se não podemos mais contar Plutão)? Qual era a Sua intenção quando
Ele escolheu o terceiro planeta desse sistema solar e colocou vida nesse
planeta? E em que estava pensando quando decidiu colocar um pedaço de Si
mesmo dentro de um pedaço de barro neste planeta, criando algo chamado
homem? Em que Ele estava pensando? O que estava buscando?
Enquanto isso, aqui na Terra, qual é o sentido de continuar vivo?
Nascemos apenas para ganhar a vida, nos reproduzirmos tendo um filho ou
dois e finalmente morrermos? Quando não temos conhecimento do quadro
maior, a maioria de nós se envolve em todos os nossos rituais diários,
esquecendo-nos do nosso relacionamento com o nosso Criador. Pensamos
que tudo começa e termina em nós. Estamos sempre escalando para alcançar
o topo. Nossas vidas nunca parecem ter muito significado.
Se, entretanto, você entende que o universo criado se origina em um
universo paralelo chamado Céu, e que o Criador é um Rei que está sempre
expandindo o Seu território, você pode começar a reconhecer que faz parte de
um negócio familiar. Na verdade, fazer parte desse negócio familiar é o que
dá significado à sua vida.
O Reino é um negócio familiar e nosso Pai quer expandir o Seu negócio
para territórios estrangeiros. Ele quer que Seus filhos, como você e eu,
dirijam o Departamento Terra para Ele.
Todos os seres humanos estão em busca de algum tipo de significado, e
essa busca se manifesta de muitas maneiras. Todas as religiões tentam
responder às perguntas sobre o que é o Quadro Maior. Todos os conflitos
entre as religiões vêm de buscas que competem entre si. Não apenas os
budistas, os hindus, os muçulmanos, os cristãos e as outras religiões maiores
ou menores; até os agnósticos e os ateus fazem parte da mesma busca.
A busca não é má em si mesma, mas como sabemos muito bem, ela
muitas vezes se torna a sua própria resposta. Paramos de buscar e fazemos
dos meios o próprio fim. Ficamos na defensiva acerca da nossa própria
versão da busca e nos tornamos protetores dos nossos rituais particulares.
Nós nos separamos como membros do nosso próprio grupo particular.
Ignoramos o fato de que existe mais.
Somos os filhos do Rei. O Rei tem nos convidado a entender que somos
Seus filhos e a nos tornarmos cidadãos plenos do Reino maior, mais rico e
mais glorioso que podemos imaginar, mas não temos ouvido o Seu convite.
Em vez disso, temos perdido tempo como moleques de rua em algum terreno
baldio, tentando transformá-lo em um playground.
O Reino é um negócio familiar e o nosso Pai quer expandir o Seu negócio
para territórios estrangeiros. Ele quer que Seus filhos, como você e eu, façam
com que o Departamento Terra se pareça muito como a Sede. Ele quer
expandir a Sua experiência do mundo invisível para o mundo visível através
dos membros da Sua família. Ele quer que o Seu Reino venha e a Sua vontade
seja feita na Terra assim como ela é feita no Céu.
Este livro lhe dirá o que você deseja saber para se tornar parte do negócio
familiar mais importante de todos os tempos.
CAPÍTULO 2
A COLÔNIA
Um reino é uma nação sob o governo de um rei, o que significa que o próprio
rei estabelece os padrões para o país e suas colônias. Minha esposa e eu
vimos uma boa ilustração disso quando fomos à França. Enquanto estávamos
ali, fizemos um passeio pelo Palácio de Versalhes, o grande castelo do Rei
Luís XIV. Contaram-nos sobre como o rei decretou que o comprimento de
seu pé real seria conhecido, daí por diante, como o padrão para um pé — 12
polegadas. Os pés de outras pessoas eram menores ou mais largos que o dele,
mas o pé dele se tornou a regra.
Hoje os franceses usam o sistema métrico, mas quando o Rei Luís XIV
estava no trono, eles não o usavam. O rei estabelecia os padrões, e todos eram
obrigados a segui-los. Até hoje, as crianças na escola usam uma vara reta de
medir de um comprimento específico, chamada “régua”, que em inglês é
“ruler” (regente). Eles a usam para medir coisas e para desenhar linhas retas.
Eles não discutem ou mudam o padrão. Eles só precisam se ajustar a ele.
Para reiterar a definição que usei no primeiro capítulo, um reino é a
influência governante de um rei sobre um território, impactando esse
território com a sua vontade, o seu propósito e a sua intenção, produzindo
uma cultura e um padrão moral para seus cidadãos. Em outras palavras, um
reino não é apenas um bem imóvel. Ele possui uma cultura. Tem princípios
morais e padrões. Ele possui valores. E eles são exportados para as colônias
desse reino em particular. Por definição, uma colônia é um grupo de cidadãos
estabelecidos em um território estrangeiro para influenciar esse domínio com
relação ao seu governo de origem.
Falando do Reino de Deus, poderíamos dizer que quando você entra para
o Reino, você muda de colônia. Mas pode levar muito tempo para perder a
sua velha maneira de pensar e de se comportar, assim como acontece conosco
nas Bahamas, onde a nossa cultura até hoje está cheia de costumes
britânicos,
apesar dos anos de independência que já trilhamos como nação soberana.
Quando você entra para o Reino, sua vida pessoal carregará muitos dos seus
antigos costumes enquanto você aprende a pensar e a se comportar de modo
diferente, a fim de se tornar compatível com a sua nova afiliação.
Não importa onde vivemos no globo, aqueles de nós que agora somos
cidadãos do Reino dos Céus, éramos colonos do reino das trevas quando
nascemos. Mas em algum momento ao longo do caminho nós trocamos a
nossa lealdade, unindo nossas forças aos colonos do Reino da luz. Quando
trocamos de reino, começamos a largar os nossos velhos hábitos e a nossa
velha visão de mundo, juntamente com a nossa velha maneira de pensar e as
nossas velhas expectativas. Com o tempo, devemos começar não apenas a
representar o nosso novo Rei, como também a nos parecer com Ele.
Por outro lado, embora um país não remova seu nome dos registros de
cidadãos, um cidadão pode remover o seu próprio nome se ele assim desejar.
Em qualquer tipo de reino, isso se chama rebelião, e acontece o tempo todo.
Quando os colonos norte-americanos escreveram sua Declaração de
Independência, eles estavam anunciando sua intenção de renunciar à
cidadania inglesa, de quebrar os vínculos legais com aquele país, de
estabelecer sua própria nação independente.
Quando as Bahamas ainda eram uma colônia, a Rainha quase nunca ia lá. Em
toda a minha vida, creio que ela nos visitou duas vezes.
E, mesmo assim, ela era a nossa regente. Isso mostra como um soberano
não precisa ir ao território para reivindicá-lo ou retê-lo. O que ela fez foi
enviar um homem chamado “governador” para viver ali. Enquanto ele estava
no território, a rainha estava sendo representada ali. Uma sucessão de
governadores viveu na grande mansão rosa conhecida como a Casa do
Governo, na Duke Street, em Nassau.
Naturalmente, quando uma colônia declara independência do país de
origem, o governador indicado precisa partir. Em meu país, isso aconteceu
pacificamente, mas em outras colônias acontece com violência. Então o novo
governo independente precisa estabelecer a sua própria estrutura e as suas
próprias regras. À medida que o novo país se ajusta à condição de soberano,
muitos cidadãos podem ansiar pelos “velhos tempos” quando estavam sob o
governo colonial. Outros ficarão perfeitamente felizes enquanto estruturam
uma existência independente e criam uma cultura distinta.
O QUE É CIDADANIA?
A cidadania é o bem mais valioso de uma nação. Por causa do seu poder, ela
não é concedida ou obtida facilmente, e os cidadãos atuais de uma nação não
querem imediatamente compartilhar a cidadania com os de fora. Estamos
vendo isso acontecer em muitos países da Europa Ocidental atualmente,
devido ao contínuo fluxo de imigrantes de países muçulmanos. Uma
transferência de população tão grande tem o potencial de transformar toda a
formação religiosa, social e cultural da Europa. Semanalmente, ouvimos falar
sobre badernas sectárias e relacionadas a conflitos de poder legal. Os
imigrantes muçulmanos não estariam se mudando para esses países se eles
não oferecessem a esperança de um padrão de vida mais elevado.
Como parte da sua entrada mais plena na sua preciosa cidadania, você
pode decidir dar uma olhada em uma cópia da constituição do seu país,
apesar do fato de que a terminologia legal pode ser de difícil compreensão. A
maioria das pessoas nunca faz isso. Muitas pessoas nem sequer pensam no
fato de que a cidadania delas é controlada por um documento chamado
“constituição”.
Se você é um cidadão que vive em uma colônia,
não precisa esperar até poder viajar para o país
que colonizou a sua região. Você pode
experimentar a sua cidadania exatamente onde
está.
Um homem chamado Paulo foi um dos expositores que mais falou sobre as
promessas do Reino de Deus. Nos anos que se seguiram à crucificação de
Jesus, ele viajou de um lado a outro do Mar Mediterrâneo explicando o que
era o Reino de Deus. Certa vez, Paulo escreveu uma carta a um grupo de
crentes em uma região que faz parte do norte da Grécia hoje. Ele estava
tentando ajudá-los a lidar com a perseguição por parte de seus regentes
romanos.
A coisa mais útil que ele podia dizer a eles era que se lembrassem de que
eles não precisavam enfrentar a perseguição usando os mesmos pontos de
referência (em outras palavras, os conflitos entre os direitos dos cidadãos da
terra), porque na verdade “a nossa cidadania é no céu” (Filipenses 3:20).
Descobri que a Bíblia explica todas as coisas muito melhor do que eu poderia
explicar. Este é um bom momento para apresentar alguns textos a fim de
explicar como a cultura da cidadania do Reino é completamente diferente de
qualquer outra cultura:
O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes
donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido
do Espírito.
— João 3:8
Quando estão falando sobre o Reino, as pessoas não dizem: “Veja, ali
está ele!” Elas não podem dizer isso, porque como qualquer cidadania, ele é
invisível, embora faça uma diferença notável em seus cidadãos. Ele está
incorporado dentro dos seus cidadãos.
Quando estamos longe de casa por muito tempo, vivendo em outro país,
adotamos a cultura local. Quando voltamos para casa, as pessoas conseguem
ver que estivemos em outro lugar. Adotamos o vocabulário que não tínhamos
antes, e a nossa rotina diária mudou.
O mesmo acontece quando você entra para o exército ou para qualquer
das forças armadas. Enquanto você faz parte das forças armadas, não é
considerado um civil. Você precisa seguir um conjunto de regras estritas, até
mesmo com relação a que tipo de cinto ou sapatos você usa. Se o seu oficial
superior diz “Pule!” você pula. As pessoas que voltam para a vida civil
depois de um longo período na área militar às vezes têm problemas para se
ajustar. Do lado de fora, tudo é diferente. Interiormente, elas ainda se sentem
como se estivessem vivendo dentro dos portões do complexo militar.
Quando nos tornamos cidadãos do Reino dos Céus, temos de aprender um
pouco — e desaprender um pouco. Estivemos longe de Casa por tanto tempo
que pensamos que somos terráqueos, e assim adotamos uma cultura terrena.
Essa é uma das maiores razões pelas quais os cidadãos do Reino precisam
orar “Venha o Teu Reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no
Céu”, para terem a sua própria cultura de volta. Os cidadãos do Reino
precisam se reeducar para pensar como cidadãos celestiais, porque eles quase
se esqueceram de como é isso.
Na verdade, um cidadão do Reino é um dos representantes do Céu, e ele
precisa representar esse país em todos os lugares. A cidadania do Reino foi
conferida a eles. O Filho do Rei explicou isto assim: “E Eu lhes designo um
Reino, assim como meu Pai o designou a Mim” (Lucas 22:29, NVI). Como
um cidadão do Reino, você não apenas representa a cultura, mas carrega com
você a autoridade do Rei. Isso faz uma grande diferença na maneira como
você se conduz. Um país inteiro lhe foi conferido.
Isso significa que quando você vai trabalhar de manhã, o Céu vai com
você. O Céu dirige o seu carro pela estrada. O Céu para no posto de gasolina
para comprar combustível. Como o Céu age sob pressão? Se alguém lhe dá
uma cortada no trânsito, como o Céu reage?
Essas são as questões reais da cidadania, e você lidará com elas todos os
dias. Você representa o seu país adequadamente? Representar o seu país faz
parte da sua responsabilidade coletiva. As pessoas estarão observando você,
e por sua causa, elas decidirão o que pensam sobre o Rei e o Seu Reino. Você
deve se certificar de que não esteve longe de casa por tanto tempo a ponto de
ter adotado a cultura local.
As pessoas que são da Terra têm a mente nas coisas da Terra. (Esse fato
se nota em Filipenses 3:19.) A mente delas reflete a cultura que as cerca, e
elas não podem evitar isso. Elas tentam resolver seus problemas do ponto de
vista das pessoas e da cultura que as cercam. Elas não têm a vantagem de
invocar a sabedoria, a estabilidade e a riqueza do Reino dos Céus. Elas nem
sequer sabem que existe essa opção.
Eu lhe falei sobre meus amigos que possuem dupla cidadania. Com dupla
cidadania, eles têm um plano b. Se as coisas não derem certo em um país,
eles podem se mudar para o outro país.
Você não quer viver como se tivesse declarado independência do Céu. Ao
contrário, você deseja manter firmemente a dupla cidadania, dando
preferência a ela independentemente de em que continente ou ilha você possa
estar vivendo. A moeda do Reino dos Céus pode ser usada em qualquer país
na face da terra, porque ela se chama amor. Seu sistema educacional mantém
você no topo das coisas em todo o tempo, porque você nunca para de
aprender. O sistema de serviço social do Céu é tão bom que está além de
qualquer descrição.
Eu fiz da minha cidadania nesse Reino a minha primeira opção há muito
tempo, e espero que você faça o mesmo. Eu lhe garanto que você nunca
encontrará uma melhor cidadania em lugar algum. Continue lendo para
descobrir como se tornar um cidadão do Reino dos Céus, se você ainda não é
um, e como desfrutar plenamente dos privilégios e vantagens dessa cidadania
onde quer que você vá nesta Terra.
CAPÍTULO 5
T odos no mundo sabem o que Jesus fez há dois mil anos, até os pagãos.
Os ateus sabem o que Ele fez. Os muçulmanos e os hindus sabem
também, quer eles acreditem ou não. Quando Jesus morreu crucificado
naquela cruz romana sangrenta, fora da cidade de Jerusalém, Sua morte
sacudiu os fundamentos da cultura humana tão profundamente, que eles
permanecem abalados até hoje.
A morte de Jesus é tão famosa porque Ele não ficou morto por muito
tempo. Você não pode matar o Rei do Céu, como as pessoas descobriram
quando Jesus ressuscitou dos mortos depois de apenas três dias no túmulo. Na
verdade, esse Rei é o rei mais singular da história humana, porque Ele ainda
vive, e o Seu Reino também.
EXAMINANDO A EVIDÊNCIA
O Reino dos Céus não podia mais afirmar que tinha um posto avançado
na Terra. Deus havia criado os seres humanos com a intenção de que eles
representassem a Sua autoridade no planeta que Ele criara. O Senhor queria
que eles exercessem o domínio em nome dele, mas o homem e a mulher
fracassaram. Chamamos isso de Queda. Essa é a declaração de independência
sobre que descrevi no segundo capítulo deste livro. Os colonos haviam
rompido relações com o seu Rei, e eles não podiam reparar isso. A única
maneira de a colônia ser restabelecida teria de envolver o Filho do Rei.
A maioria das pessoas não entende que Jesus torna possível elas entrarem
novamente no plano original de Deus. Elas não sabem quase nada sobre
tornar-se cidadãos do Reino e muito pouco sobre retomar o seu papel como
representantes de Deus no território chamado Terra.
O FILHO DO REI
O nome do Filho do Rei, é claro, era Jesus. Passou muito tempo até que Ele
viesse à Terra. Muitas gerações de pessoas viveram e morreram nesse meio
tempo. Algumas delas começaram a esperar que Ele viesse algum dia. As
pessoas religiosas falavam sobre isso. Em toda a região, não muito distante de
onde o primeiro homem havia fracassado em administrar a primeira colônia
do Reino, profetas tentavam descrever o que Deus ia fazer. Alguns deles
foram muito específicos:
Esse Menino de que o profeta Isaías fala viria para restabelecer o governo
do Céu na Terra. Ele não vinha para fundar uma religião melhor, porque
Adão não havia perdido uma religião; ele havia perdido o domínio.
Quando o Filho finalmente chegou, a maioria das pessoas não sabia quem
Ele era; pensaram que Ele fosse o primogênito de um simples carpinteiro e de
sua esposa. Somente mais tarde entenderam que Ele era o tão esperado Filho
de Deus, o “Segundo Adão”, cuja vida, morte e ressurreição desfariam o juízo
que havia sido proferido sobre Adão há tanto tempo. Até hoje, apesar de
séculos da religião chamada Cristianismo, a maioria das pessoas não entende
que Jesus tornou possível a elas entrarem novamente no plano original de
Deus. Elas não sabem quase nada sobre se tornarem cidadãos do Reino de
que
Jesus tanto falou, e muito pouco sobre retomar o seu papel como
representantes de Deus no território chamado Terra.
COMO JESUS FALAVA SOBRE O REINO
Por isso, vos digo: “não andeis ansiosos pela vossa vida,
quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso
corpo, quanto ao que haveis de vestir... buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas”.
— Mateus 6:25, 33
Portanto, vós orareis assim: “Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua
vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada
dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como
nós
temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair
em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o
poder e a glória para sempre]. Amém”.
— Mateus 6:9-13
Jesus nunca deixou de falar sobre o Reino. Ele tomou cuidado em referir-
se a si mesmo como o Rei, no entanto, Seus discípulos puderam ver que Ele
era Aquele que os profetas, de Josué a Malaquias, falaram quando
anunciaram a vinda de um futuro Messias. Alguns dos livros do Antigo
Testamento haviam dado detalhes sobre a Sua linhagem (como o livro de
Rute, por exemplo). Outros proclamaram a futura vinda de um rei sem nome,
magnifico, que cuidaria de todas as injustiças que devastavam a nação de
Israel. Os salmistas, como o rei Davi, deram detalhes maravilhosos sobre Ele
(ver os Salmos 22 e 45). O profeta Miquéias incluiu o nome da aldeia onde
Maria a mãe de Jesus daria à luz o Salvador:
Jesus não era o único que falava incessantemente sobre o Reino, mas os Seus
discípulos e outros também o fizeram. João (o que chamamos de João
Batista, porque ele batizou muitas pessoas, inclusive Jesus) era primo de
Jesus. Ele começou a falar sobre o Reino antes de Jesus ficar conhecido pelo
público. Sua voz era uma voz profética e ele é considerado um “precursor” de
Jesus.
Jesus enviou os Seus doze primeiros discípulos para falarem sobre o que
significa ser cidadão no Seu Reino, e eles por sua vez comissionaram todos
os Seus demais seguidores a fazerem o mesmo, onde quer que seus caminhos
os levassem. Não temos um registro escrito do que a maioria deles disse, mas
eis alguns exemplos, novamente com a palavra-chave destacada:
Na verdade, Paulo estava tão decidido a falar sobre o Reino que ele certa
vez suspendeu suas viagens por mais de dois anos a fim de falar sobre isso.
Ele estava em Éfeso na época:
Antes disso, Paulo sempre se mudava para uma nova cidade. Ele
realmente parou de viajar por dois anos, a fim de permanecer na mesma
cidade e colocar o Reino no coração e na mente do povo. Lembre-se de que o
Reino é um país. Você não pode explicar tudo sobre ele em trinta minutos, do
mesmo jeito que não pode explicar tudo sobre o país onde vive nesse espaço
de tempo. Paulo não podia ensinar o suficiente sobre o Reino de uma vez. Ele
falou sobre isso por diversas horas, todos os dias, por dois anos! Ele estava
descrevendo o país do Céu e como ele afeta as pessoas na Terra. Ele falou
sobre colonizar o mundo conhecido, sobre importar a constituição do Reino e
todas as suas leis, juntamente com as complexidades das relações sociais e
das expressões culturais do Céu.
No fim de sua vida, Paulo reafirmou o fato de que ele, assim como Jesus,
havia pregado sobre um tema — o Reino de Deus:
Paulo foi levado a Roma como prisioneiro. Muito tempo se passou antes
de seu julgamento. O que ele fez com esse tempo? Paulo ensinou sobre o
Reino, é claro:
Havendo-lhe eles marcado um dia, vieram em grande
número ao encontro de Paulo na sua própria residência.
Então, desde a manhã até à tarde, lhes fez uma exposição em
testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a
respeito de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos
profetas.
— Atos 28:23
Vou lhe dizer: o Reino é o segredo da vida. O segredo para uma vida plena e
realizada é a descoberta, o entendimento e a aplicação do Reino dos Céus na
Terra. Você precisa aprender como o Reino funciona, e em seguida aplicar o
que aprendeu todos os dias.
A religião fará você continuar adiando a chegada ao Reino até o futuro,
mais tarde, quando você morrer. É hora de começar a viver no Reino aqui e
agora. O capítulo 9 descreverá como se tornar um cidadão desse reino (ou
como saber se você já é um).
O Reino de Deus é agora. Você precisa entrar na cidadania enquanto
ainda está aqui na Terra. Você não pode se apropriar do que continua
adiando. Nunca poderá experimentar o que você continua deixando para
depois. Você nunca poderá desfrutar o que acredita que ainda não está aqui.
Viver no Reino é uma atividade diária, agora. Hoje, vivo a vida do Reino.
Hoje sou um cidadão, e experimento os plenos direitos e responsabilidades
dessa cidadania.
Quero reiterar o fato de que o Reino de Deus não é uma religião, mas uma
estrutura de autoridade. Ele é um país, e um país com um governo. Pode ser
invisível aos nossos olhos humanos, mas ele é um país mesmo assim, e
vivemos em um posto avançado dele, uma colônia. Quando as pessoas lhe
perguntarem “De que país você é?” você pode responder “Sou do país do
Reino”. Você pode reivindicar a dupla cidadania, como falamos no capítulo
4, mas você vai querer dar ao país do Reino a prioridade sobre o outro país do
qual você é cidadão.
O Reino de Deus é o reino mais singular de todos. Assim como Paulo e
os outros cujas palavras estão registradas na Bíblia, é sobre ele que quero
falar, e nada mais. Continue lendo para conhecê-lo mais um pouco comigo.
CAPÍTULO 6
Qualquer pessoa que estudou comunicação sabe o que quero dizer quando
digo “ruído”. Um remetente envia uma mensagem a um pretenso receptor, e
ruído é o que acontece durante a transmissão, entre o momento em que a
mensagem sai do emissor e é recebida pelo receptor. O ruído pode ser muito
complicado de entender porque ele inclui a sua cultura, o seu nível de
instrução, a sua criação social, a sua história religiosa, os seus valores, a sua
condição moral e a sua atual situação de vida.
Embora seja chamada de “ruído”, grande parte dessa interferência na
comunicação é bastante oculta e silenciosa. A parte mais importante do ruído
é o que chamo de conceitos. Um conceito é uma ideia, um pensamento que
foi concebido como uma imagem mental. Pensamentos são muito poderosos,
até mesmo aqueles que nunca são expressos em palavras. (Uma palavra é um
pensamento exposto, mas a maior parte dos pensamentos nunca é expressa.)
Pensamos primeiro, depois falamos ou escrevemos. Tentamos expressar
nossos pensamentos e queremos que os outros os entendam — mas os
próprios pensamentos daqueles que nos ouvem em geral alteram a
compreensão deles, resultando em conceitos errados ou mal entendidos.
Nada é tão perigoso quanto um conceito errado. Casamentos podem ser
rompidos por causa deles. Um marido e uma esposa podem realmente se
amar, mas os conceitos errados surgem e então eles entram em conflito.
Governos e igrejas quebram por causa de conceitos errados também. Se você
edificar toda a sua vida sobre uma determinada ideia, ela irá se tornar uma
teoria para você, depois uma filosofia, depois uma doutrina, em seguida um
sistema de crenças e finalmente um modo de vida e uma mentalidade, e você
não saberá que construiu sua vida sobre uma mentira. Para você, não é uma
mentira; é a verdade, e você a defenderá firmemente, mesmo que seja um
conceito errado.
No que se refere à verdade sobre você e Deus, muito provavelmente boa
parte do que você acredita foi contaminado. As pessoas interpretam palavras
sobre Deus através dos seus conceitos preexistentes. Isso inclui as palavras
da Bíblia. Sua formação no seminário pode estar contaminada pela ignorância
dos verdadeiros conceitos sobre Deus. Você, seu pastor e seus amigos da
igreja podem ter partes da verdade, mas nenhum de vocês pediu ao
Remetente original para limpar a sua mente dos conceitos contaminados para
que vocês possam receber a mensagem corretamente.
O Rei previu esse problema. É por isso que Ele forneceu um Conselheiro
especializado para nós — o Espírito Santo — que pode ajudá-lo
pessoalmente a captar os conceitos corretos que vêm até você vindos da
mente de Deus. “Ele os guiará a toda a verdade”, disse Jesus no Evangelho de
João (João 16:13).
Os conceitos corretos sobre Deus incluem a verdade sobre o Reino de
Deus. Quando você redescobre a verdade sobre a sua cidadania no Reino,
redescobre algo que havia se perdido ao longo dos anos. As pessoas que
vivem no mundo ocidental não possuem entendimento real acerca das
palavras que Jesus usou. Então, sobrepomos os nossos conceitos às palavras
dele, conceitos que vêm da nossa cultura e do nosso ambiente. Edificamos
nossas vidas sobre as nossas próprias conclusões e criamos um sistema de
crenças chamado religião.
Em vez de lermos a Bíblia para extrair dela o conhecimento, nós lemos a
Bíblia inserindo nela nossos próprios conceitos. E perdemos o entendimento
sobre o Reino por causa do “ruído” presente em nossas mentes.
HUMILDE E ENSINÁVEL
Jesus tinha o remédio perfeito para o ruído. Ele colocou uma criança diante
dos Seus discípulos e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se
convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus”
(Mateus 18:3, NVI). Entrar no Reino requer que você troque a sua teologia, a
sua doutrina, a sua velha religião e a sua autossuficiência e independência por
algo novo.
A não ser que você mude, não poderá entrar.
As crianças são como páginas em branco. Elas não sabem nada. Tornar-se
como uma criança significa que você precisa deixar de ser um adulto. Os
adultos pensam que sabem muito. Eles precisam desaprender tudo e começar
de novo. A não ser que você mude, nunca entrará no Reino.
Quando um jovem rico perguntou a Jesus como ele podia ter certeza de
que iria para o Reino dos Céus, Jesus respondeu: Obedeça às leis do país do
Céu (ver Mateus 19:16-30). Mas o jovem era rico de bens materiais. Ele
havia obedecido à letra da Lei, mas não era humilde em seu coração. Então
Jesus comentou: “Digo-lhes a verdade: Dificilmente um rico entrará no Reino
dos céus” (Mateus 19:23, NVI). O jovem estava tão acostumado em viver à
sua
própria maneira que iria achar difícil parar de cuidar de si mesmo e deixar o
Rei fazer isso. Ele havia sido forjado na autossuficiência, e era difícil para ele
acreditar que Deus poderia suprir as suas necessidades. A sua vida boa era um
obstáculo à vida do Reino.
De certa forma, somos como aquele jovem rico. A nossa teologia e os
nossos conceitos ocupam nossas mentes e corações. Dizemos que queremos
entrar no Reino, mas adiamos essa decisão. Não apenas precisamos ouvir
Jesus quando Ele diz que devemos nos tornar como crianças, como
precisamos nos lembrar das primeiras palavras do Seu ministério público:
“Arrependei- vos porque está próximo o Reino de Deus” (Mateus 4:17).
O Reino chegou. Ele já está aqui. Se não mudar o seu modo de pensar a
tempo, você o perderá.
BUSQUE O REINO EM PRIMEIRO LUGAR
Se você buscar o Reino dos Céus e o seu Rei, não terá de se preo-cupar com
nada mais — riqueza ou pobreza, doença ou saúde, vida ou morte. Ao buscar
o Reino, você também está buscando — e encontrará — a provisão do Rei
para cada necessidade da vida.
Em outra ocasião, Jesus deixou claro que qualquer um que busca a justiça
com certeza a encontrará: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6). Quando você encontra o Reino,
encontra justiça também. Seus amigos religiosos podem não entender a
mudança que aconteceu. Ainda assim você terá descoberto o que estava
procurando, e irá querer se agarrar a isso.
Na minha experiência, quando as pessoas realmente conhecem o
verdadeiro Reino de Deus e veem alguém ser um modelo dele, elas querem
fazer parte dele. A cidadania do Reino é um atrativo poderoso. A maioria dos
pastores não entende o Reino, por isso não o pregam nem ensinam sobre ele.
Consequentemente, a maioria das pessoas nas igrejas não entrou no Reino, e
não pode ser um modelo dele. Por que deveria ser uma surpresa o fato de
ninguém querer entrar para a igreja delas? O surpreendente é que alguém
queira!
Ao buscar o Reino, você também está buscando
— e encontrará — a provisão do Rei para cada
necessidade da vida.
TORNANDO-SE UM CIDADÃO NATURALIZADO
No Reino, você não terá mais de proteger nada. Quando acumula suas
próprias coisas, você sempre precisa se preocupar em armazená-las e sente a
necessidade de ter um sistema de segurança. Você precisa tomar cuidado.
Mas o Reino traz liberdade. Mudar a sua mente e entregar tudo ao Rei leva
você a um lugar inteiramente novo. É por isso que Jesus disse:
Sabemos que o primeiro reino a existir foi o Reino dos Céus. Não havia reino
antes desse.
O primeiro cidadão da colônia do Reino dos Céus na Terra foi o primeiro
homem, Adão. Deus pegou um pouco de terra e formou o corpo de Adão, em
seguida soprou o espírito dentro do corpo. Cada um de nós é como o primeiro
homem, Adão; temos um corpo que vem da terra e um espírito que vem de
Deus.
Deus nunca pretendeu que Adão, ou qualquer de nós, fosse considerado
cidadão da Terra, ou mesmo um residente permanente. Quando falo sobre a
cidadania adâmica, estou me referindo a uma continuação do plano original.
Em que país está a nossa cidadania? No Céu. Esperamos adquirir essa
condição de cidadãos somente ao chegarmos ao Céu, após a nossa morte? Ela
é como uma aposentadoria? Ou podemos experimentar a cidadania celestial
agora mesmo? Você sabe a resposta. Não importa aonde você vá, sua
cidadania permanece a mesma. Você pode viver na Terra em uma colônia do
Reino dos Céus, mas continua sendo um pleno cidadão celestial.
Mas você também sabe qual é o seu problema; ficamos tão acostumados
com a Terra que pensamos que somos daqui e de nenhum outro lugar. E
ficamos com um pouco de medo exatamente daquilo que devemos governar.
Jesus nunca se intimidou com nada, quer fosse uma tempestade ou demônios,
ou um forte vento ou a peste. Ele sabia que estava acima de tudo isso.
Não seria desrespeitoso dizer que Jesus é como o Super-Homem. Ele veio
de outro planeta, podemos dizer assim, e quando chegou aqui, Ele tinha
superpoderes. Na verdade, a história do Super-Homem é provavelmente a
história mais próxima para explicar quem você é. Você, também, é de outro
“planeta”, o Céu. Quando você chegou aqui, os seus poderes foram ativados,
porque o seu único domínio é na Terra. Quando você voltar para o Céu, não
precisará mais dos seus poderes. A obediência protege você da kriptonita. É
simples assim.
Adão foi o primeiro cidadão do Céu na Terra, tendo recebido todos os
direitos, privilégios e toda a autoridade do reino celestial, a fim de que ele
pudesse exercer o domínio sobre a Terra. Deus lhe deu autoridade sobre os
peixes do mar, as aves do céu, o gado do campo, as criaturas que rastejam
sobre a terra — sobre toda a Terra.
Devemos fazer parte dessa mesma organização. Somos do Céu e vivemos
na Terra, tendo trazido toda a autoridade do Céu conosco. Para a maioria de
nós, lembrar que somos realmente cidadãos do Céu exige uma grande
reorientação. Na próxima vez que você entrar em uma reunião, envolver-se
em algum tipo de negociação ou for a uma entrevista de emprego, fixe sua
mente na sua verdadeira cidadania. “Eu não sou daqui”, você pode dizer a si
mesmo. “Estas pessoas estão sendo usadas pelo meu governo para me
aperfeiçoar. Quando eu entro nesta sala, o meu Rei entra também. Através de
mim, Ele está no comando aqui”.
ACORDE
Quando você despertar para o fato de que foi criado para ser um cidadão do
Reino, as luzes se acenderão em sua mente. Você deixará para trás as coisas
que costumavam deixá-lo estressado e descontente, e passará a procurar por
oportunidades de trazer o Reino ao mundo que o cerca. Paulo disse isso da
seguinte maneira:
As igrejas estão cheias de pessoas que dizem que o Reino ainda está por vir.
Elas acreditam que elas estarão no Reino... algum dia. Elas pensam que as
pessoas que creem em Jesus serão cidadãs quando chegarem ao Céu, e que
devem adiar sua alegria até chegarem lá. “Venha o Teu Reino” significa que
devemos orar para que ele venha, mas ele não está aqui, elas dizem.
Essas pessoas estão erradas. O Reino já veio. O Reino está aqui, agora.
Ele está presente e em funcionamento no planeta Terra, e quando você nasceu
de novo, você foi naturalizado como um cidadão do Reino. “Venha o Teu
Reino, seja feita a Tua vontade assim na Terra como no Céu” significa que o
Reino está vivo e em movimento, e somos participantes dele, trazendo a
vontade de Deus à Terra.
Por favor, desperte para o fato de que o Reino está aqui e que você tem
um trabalho a fazer. Não feche a porta para aqueles que querem entrar
dizendo a eles que ainda não é tempo. Oriente-se com base na ideia da sua
cidadania do Reino. Busque o Reino e a sua justiça com paixão, e a sua vida
transbordará da presença do Céu.
CAPÍTULO 7
V ocê pode ter um PhD em cada matéria da vida, e ainda ser estúpido.
Não basta aprender informações e entendê-las. Você precisa saber
como aplicar o que aprendeu se quiser chegar ao nível mais alto, que é o da
sabedoria.
Em outras palavras, o segredo para uma vida plena não é simplesmente
ter mais conhecimento dos fatos. As pessoas pensam que podem ter
felicidade se puderem aprender o suficiente sobre a verdade. A Bíblia tem o
seguinte a dizer sobre essas pessoas: “... aprendem sempre e jamais podem
chegar ao conhecimento da verdade” (2 Timóteo 3:7). O conhecimento em si,
mesmo quando a informação não é falsa, mas verdadeira, é apenas o primeiro
passo a caminho da sabedoria.
Entretanto, o conhecimento é importante, porque ele precisa vir primeiro.
Você precisa de conhecimento para adquirir entendimento e compreensão.
Finalmente, depois de ter crescido tanto no conhecimento quanto no
entendimento, você está pronto para a sabedoria.
A sabedoria não apenas é superior, como ela nos leva diretamente à sala
do trono do Reino de Deus. Outro versículo da Bíblia diz o seguinte sobre
esse princípio: “É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus,
o qual se tornou sabedoria de Deus para nós...” (1 Coríntios 1:30, NVI).
Observe que a Bíblia não diz que Jesus Cristo se tornou conhecimento para
nós, porque o conhecimento é apenas o passo número 1. Jesus Cristo se
tornou para nós sabedoria, porque a Sua presença nos leva à plena aplicação
da verdade e da justiça, nas quais o nosso conhecimento pode entrar em ação.
Quando ouvi essa história pela primeira vez, ela me lembrou do grito de
Deus pela humanidade no livro de Oseias: “O meu povo está sendo destruído
porque lhe falta o conhecimento” (Oseias 4:6). Pensei no Reino de Deus,
porque a mesma coisa acontece com a maioria de nós, no que se refere ao
Reino. Não sabemos quase nada sobre ele, até mesmo aqueles de nós que
temos um bilhete gratuito. Então nós nos contentamos com muito menos do
que tudo aquilo que o Reino oferece. Não prestamos atenção às palavras da
Bíblia que explicam as muitas maneiras como o Reino funciona. Somos tão
ignorantes quanto bebês acerca da cidadania na qual acabamos de nascer.
Ora, quando você e eu éramos bebês de verdade, sem dúvida não
sabíamos nada sobre a nossa cidadania. Eu nasci em Bain Town, nas
Bahamas, mas eu não soube nada sobre as Bahamas por muito tempo. Eu era
apenas um bebê. Depois de algum tempo, comecei a aprender as coisas. À
medida que o tempo passou, comecei a entender o que significava ser um
cidadão das Bahamas. E levei muito tempo para entender a minha cidadania
no Reino.
Quantas pessoas passam toda a vida sem entender o país delas, o céu?
Muitas nem sequer sabem que existe algo a saber sobre ele. Elas poderiam
desfrutar da sua plena cidadania, mas não sabem nada sobre como ela
funciona, que direitos e privilégios ela traz, nada sobre as leis do céu.
Permanecem ignorantes por toda a vida, vivendo a algo equivalente a
“bolachas com queijo e refresco”.
Meu desejo é que todos joguem suas bolachas com queijo para fora do
navio, e andem até o restaurante principal, para poderem desfrutar tanto da
jornada quanto do destino. Todo o Reino está à sua disposição, você sabia?
O CUMPRIMENTO DA LEI E DOS PROFETAS
Depois que Jesus veio, viveu e trabalhou na Terra por trinta e três anos,
sofreu a crucificação e ressuscitou do túmulo, Ele estava andando em uma
estrada com alguns de Seus velhos amigos. A princípio, eles não o
reconheceram, porque naturalmente eles pensaram que Jesus estava morto. À
medida que caminhavam, Jesus lhes expôs as Escrituras, explicando,
provavelmente em maiores detalhes do que eu fiz aqui, como todos os
escritos anteriores tinham a ver com o Messias que viria. Quando Jesus
terminou, os olhos deles foram abertos, e eles perceberam que era Ele quem
estava falando com eles. (Essa história pode ser encontrada em Lucas 24:13-
34.)
AS LEIS, OS PROFETAS E O REINO
Jesus havia estabelecido essas linhas de conexão muito antes daquela época.
Sempre me interessei muito por algo que aconteceu no que hoje chamamos
de Monte da Transfiguração. (A mesma história é contada em três dos
Evangelhos: Mateus 17, Marcos 9 e Lucas 9.) Jesus levou três dos Seus
discípulos para o cume de uma montanha. Enquanto eles estavam com Ele lá
em cima, quem aparece do nada, senão Moisés e Elias, que estavam mortos
há muito tempo!
Por que esses dois? Porque são aqueles que melhor representam a Lei e os
Profetas. Jesus não levou os Seus discípulos para o alto daquela montanha
para fazer uma exibição do Seu poder. Ele os levou para que tivessem um
encontro com a geração anterior, para pegarem o bastão. Ele os levou para
encerrar dois livros, a fim de que pudesse abrir outro. Como Jesus disse em
Lucas 16:16, a Lei e os Profetas foram pregados desde os tempos de Moisés
até o tempo do precursor de Jesus, João Batista. Essas são as duas únicas
coisas que poderiam ter sido pregadas. Mas elas apontavam para o Reino, que
entrou em cena com o Filho de Deus, Jesus.
Em outras palavras, tudo antes de João eram notas de referência. Quando
Jesus veio, a Lei e os Profetas se cumpriram nele. Jesus não estava destruindo
a Lei e os Profetas. Ele os estava cumprindo. Os que deram a lei, os que
cumpriram a lei e os profetas, todos eles haviam cumprido o seu dever. Eles
haviam completado suas missões. A Lei e os Profetas são essencialmente
importantes, porque eles levam a algo maior, o próprio Filho de Deus. Jesus
disse:
Jesus veio à Terra para colocar seus moradores de volta na rota trazendo o
Seu Reino, para cumprir todas as previsões e prenúncios que haviam sido
feitos desde o tempo de Adão. Os profetas haviam falado sobre um Rei que
viria. Todos os primeiros juízes e reis terrenos o haviam retratado, até certo
ponto. De repente, Ele estava aqui, e reconquistou homens e mulheres em
todos os lugares, convidando-os a se tornarem Seus irmãos, cidadãos do
Reino no sentido mais amplo.
Longe de ser tão limitada em alcance e poder quanto uma nova religião
seria, Sua missão era muito maior: restaurar o Céu à Terra. Ele veio para
conferir a aplicação da Lei e dos Profetas, para trazer sabedoria divina para
onde antes havia somente conhecimento e entendimento. Aqui, relacionada
para você, está uma lista do que a vinda de Jesus significa para nós. Jesus
veio à Terra:
Em razão do que Adão fez, os seres humanos perderam o contato com o estilo
de vida do Céu. Em vez de viver a vida superior, eles começaram a viver a
vida inferior. Em vez de viver uma vida livre de doenças, eles se tornaram
propensos a doenças. Em vez de viver uma vida acima da depressão, as
pessoas viveram sob o jugo dela. Os humanos perderam o estilo de vida que
Adão e Eva haviam desfrutado no Jardim.
Estou convencido de que Adão nunca se preocupava. Provavelmente ele
costumava falar com as árvores, andar sobre as águas e conversar com os
peixes. Por que não? Ele tinha domínio sobre eles. E quando o Segundo Adão
veio, trazendo de volta o governo original de Deus, Ele também falou com as
árvores, andou sobre as águas e deu ordens aos peixes.
Quando Adão pecou, Deus o relegou, e também a seus filhos e aos filhos
deles, ao trabalho e às dificuldades:
E a Adão disse:
“Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da
árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por
tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias
de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu
comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu
pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque
tu és pó e ao pó tornarás”.
— Gênesis 3:17-19
Jesus mudou isso. Ele foi o modelo de uma vida livre de estresse (livre de
suor). Ele nos mostrou que no estilo de vida do Reino não há pressão alguma,
nada para deixar com pressão alta. Quando os homens pescaram a noite
inteira
e não pegaram nada, Ele colocou peixes nas redes deles apenas com o poder
da Sua vontade (ver Lucas 5). Quando Ele quis se livrar de uma árvore
improdutiva, Jesus não teve de suar e usar um machado para cortá-la. Ele
apenas disse a ela: “Você morrerá” e a árvore secou da noite para o dia (ver
Mateus 21:18-22). Quando Seus homens estavam em um barco que começou
a afundar durante uma tempestade, Ele andou sobre as águas para salvá-los
(ver Mateus 14:22-33, Marcos 6:45-52 e João 6:16-21). Ele tinha domínio
completo sobre os peixes e as árvores e sobre as tempestades e sobre tudo o
mais. E isso é apenas parte do que significa ter o domínio do Reino.
Antes que você possa entrar nos domínios do Rei, precisa conhecer os
caminhos do Reino. O primeiro tipo de conhecimento que você precisa é um
conhecimento dos seus direitos constitucionais nesse novo país. Quais
direitos lhe foram garantidos sob esse governo? Como você pode esperar que
a sua vida seja? Como você deve se comportar; que leis você precisa
conhecer?
Pelo fato de a Bíblia ser como a constituição do Reino de Deus, é a ela
que precisamos recorrer para descobrir os nossos direitos constitucionais. A
Bíblia é como um contrato ou uma aliança entre o Rei e Seus cidadãos, e ela
nos diz como manter a nossa condição legal como tais. É claro que não
podemos seguir as suas diretrizes se não soubermos o que ela diz.
Isso pode ser um problema em qualquer país. Você já leu a constituição
do seu país? As pessoas geralmente nunca fazem isso. Não temos ideia do
que é nosso por direito, de modo que não podemos sequer discutir em prol
dos nossos direitos de um ponto de vista legal. Nem sequer sabemos quando
fomos privados de alguma coisa que nos pertence por lei. (Você já percebeu
que a maioria dos políticos são advogados? Eles sabem algo que o restante de
nós não sabe, e podem usar isso em vantagem própria.)
Uma pessoa que conhece a lei não pode ser manipulada, e isso se aplica
ao Reino de Deus tanto quanto se aplica a outros países. O maior exemplo
desse princípio ocorreu quando o diabo testou Jesus no deserto. Como Jesus
venceu? Ele citou a Palavra de Deus (ver Mateus 4:1-11, Marcos 1:12-13 e
Lucas 4:1-13). Ele não repreendeu o diabo nem o amarrou ou expulsou. Ele
apenas disse algumas palavras do livro de Deuteronômio e derrotou o
tentador.
A dependência é a chave
da nossa prosperidade.
O motivo pelo qual Jesus sabia o que dizer é porque Ele havia
mergulhado na Palavra de Deus escrita, e o Espírito trouxe as palavras certas
à Sua mente quando Ele precisou delas, assim como o Espírito pode fazer
conosco se nós também lermos a Bíblia com frequência e com entendimento.
Ler a Bíblia lhe dá poder legal.
PROSPERIDADE GARANTIDA
Saber o que a Bíblia diz o impedirá de tentar resolver as coisas por si mesmo.
Isso o ajudará a confiar que o Rei cuidará de você.
A maioria de nós foi criado em uma sociedade que nos ensina a não
depender de ninguém a não ser de nós mesmos. Aprendemos a nos proteger e
a nos agarrar ao que possuímos. Achamos difícil nos submeter a qualquer
pessoa, e não queremos que ninguém governe nossas vidas. Quando entramos
para o Reino de Deus, precisamos mudar a nossa mente e o nosso coração ou
Jesus não poderá nos ajudar muito. Sim, nós oramos e pedimos ajuda a Ele,
mas geralmente depois disso procuramos uma maneira de ajudar a nós
mesmos. Os nossos “planos B” são a prova do poder do espírito de
independência. Oramos e depois respondemos às nossas próprias orações.
Essa é a nossa velha cultura.
Mas a dependência é a chave para a nossa prosperidade. Lembre-se de
como Jesus condenou o homem da parábola que disse: “Eu me fiz rico!
Preciso construir mais celeiros para guardar a minha riqueza” (ver Lucas
12:16-21). Saber o que a Bíblia realmente diz é a chave para a nossa
dependência.
Quando digo isso, não estou defendendo a doutrina da prosperidade que
algumas pessoas pregam. Você não pode apenas “declarar e reivindicar”
porque você quer algo de bom. Não existe na Bíblia a doutrina da
prosperidade. Jesus nunca pregou sobre prosperidade. Ele nunca precisou
fazer isso porque, no Reino, isso é irrelevante.
No Reino, a prosperidade é um subproduto. Quando buscamos o Reino
em primeiro lugar, todas as coisas que necessitamos para prosperar e ter
sucesso nos são supridas. Entrar no Reino vem em primeiro lugar, e isso
coloca você em uma posição de dependência completa.
Nas culturas de mentalidade independente, os
milagres não acontecem com tanta frequência,
porque as pessoas têm os seus
Um dos salmos diz: “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu
não serás atingido” (Salmos 91:7). Isso significa que todos os que o cercam
podem ser despedidos durante um período de recessão, mas isso não precisa
tocar você. Você pode ir se deitar à noite sem ansiedade. A empresa para a
qual você trabalha pode decidir reduzir o quadro de funcionários, corrigir esse
número ou decretar falência, mas você ainda pode dormir à noite com
confiança de que o seu Rei está cuidando de você.
Quando você se coloca sob o governo do Reino e entende o que isso
significa, passa a viver sob um poder que não pode ser abalado nem pelos
ventos mais potentes. Você estará protegido e será ajudado em tudo o que
fizer. Aprendi o valor poderoso de conhecer os meus direitos como
cidadão quando iniciei meu ministério em 1980, e dentro de alguns anos
quisemos iniciar uma transmissão via rádio. Quando fomos à estação para
indagar, eles disseram: “Tudo bem, sem problemas. Se vocês podem pagar,
vocês podem ter o programa — durante o turno do ‘cemitério’, entre meia-
noite e seis da manhã”. Eles nos disseram que esse era o único horário do
dia em que eles
transmitiam programas religiosos.
Eu disse a eles que queríamos um programa que fosse transmitido durante
o horário principal, no fim da tarde, por volta das cinco horas. Eles disseram
que isso era impossível em nosso país. Não importava se tínhamos o dinheiro
para pagar pelo horário e se éramos cidadãos legítimos.
Não desisti. Busquei um escalão mais alto. Mas até mesmo os que
ocupavam posições mais elevadas na empresa disseram: “Não, não podemos
fazer isso”. Então fui mais alto ainda. Marquei uma hora com o ministro do
governo que administrava as transmissões nas Bahamas.
Um pouco de conhecimento constitucional pode
ser perigoso!
Eu disse: “Senhor, é isto que queremos fazer e a empresa diz que não
podemos”. Mostrei a ele o nosso plano. Ele disse não. Disse que era
impossível porque não era costume nas Bahamas ter transmissões religiosas
durante os horários diurnos. Então tive de ser mais firme. Eu disse: “Olhe,
sou um cidadão. Eu tenho um produto. Eu tenho o dinheiro. Eu posso pagar
pelo horário, e é meu direito fazer isso. Na verdade, eu não me incomodo de
levar o governo aos tribunais...”. Isso chamou a atenção dele. Continuei: “Se
eu levar o governo aos tribunais, vou vencer porque a constituição diz...” e
comecei a citar a constituição das Bahamas.
Ninguém nunca havia feito isso com ele antes. Ele prometeu levar o
assunto à próxima reunião do parlamento, e assim fez. Depois de três
semanas, eles me chamaram. “Nunca fizemos isto antes, mas vamos deixar
você fazer isso”. Foi assim que nos tornamos o primeiro grupo da história das
Bahamas a tocar música cristã na rádio. Nosso programa era transmitido
todas as quintas- feiras à tarde, entre 17h e 18h. Ele se chamava “Música para
Crer”
Então decidimos que era hora de termos um programa de televisão.
Tivemos de passar novamente pela mesma luta. De volta ao parlamento, mais
objeções. É claro que, no fim, pudemos exercer nosso direito de comprar um
horário durante o dia. O nosso programa se chamava “Escolhas”, e era
transmitido todos os sábados à tarde, às 18h.
Em ambos os casos, nós lutamos com base nos direitos básicos que são
garantidos a todos os cidadãos pela Constituição das Bahamas. Isso mostra
como um pouco de conhecimento constitucional pode ser perigoso!
A AUTORIDADE DO REINO
Q uando olho em redor para o meu país, as Bahamas, vejo uma nação
que está sendo invadida por estrangeiros que vêm para cá de uma
entre
duas maneiras: legal ou ilegalmente, porque o sistema governamental do país
de origem deles não está dando certo. É claro que isso não está acontecendo
somente nas Bahamas. Todas as semanas as pessoas estão saindo e mudando
de país, procurando melhorar de vida. Se as coisas dão certo para elas no
novo país, elas permanecem ali, e nós as chamamos de imigrantes.
Essas pessoas estão dispostas a deixar para trás seus pais, suas tias, seus
tios, seus primos e seus amigos; elas fazem muitos sacrifícios para
desarraigarem seus filhos e se ajustarem a uma nova cultura e idioma.
Emigrar não lhes dá nenhuma garantia de segurança ou permanência, mas
elas correm o risco mesmo assim.
Embora o meu país seja atraente para muitas dessas pessoas, o sistema
aqui nas Bahamas está falhando para muitas famílias. Elas vivem à margem
da sobrevivência, ansiosas e desanimadas com relação ao futuro. Recebo
telefonemas assim: “Tenho três filhos, perdi o emprego e estou procurando
um emprego há seis meses. Meus filhos estão famintos. Estamos vivendo do
auxílio da Cruz Vermelha”. Em uma ilha, as famílias que não podem se dar o
luxo de pagar suas contas de eletricidade estão levando seus filhos até à praia
para dormir à noite, onde a brisa é mais fresca. Sem eletricidade, suas
pequenas casas ficam quentes demais para se dormir.
Às vezes, penso que Deus está rindo das autoridades governantes
enquanto elas se esforçam para melhorar situações impossíveis.
Até mesmo as melhores formas de governo que as pessoas desenvolveram
não estão funcionando tão bem. Os mesmos países que estão atraindo mais
imigrantes têm muitos problemas. Por exemplo, os países edificados na
ideologia da livre empresa e do capitalismo produziram um dos extremos
mais elevados entre pessoas ricas e pobres, juntamente com outros problemas,
tais como o crime, resultante de toda essa disparidade de riquezas.
Creio que o nosso sistema de governo é um dos melhores, mas as nossas
redes de segurança têm muitas falhas. Quase todos estão vivendo com
dinheiro emprestado, e estão fazendo malabarismos na tentativa de pagar
esses empréstimos. Parte do motivo é porque a democracia em si é construída
com base na desconfiança. É por isso que temos a “separação de poderes” nos
ramos do governo e é por isso que quase tudo se transforma em uma luta de
poder.
A maioria das novas leis ou melhorias tem um lado negativo.
O DESEJO POR UM PAÍS MELHOR
Às vezes, penso que Deus está rindo das autoridades governantes enquanto
elas se esforçam para melhorar situações impossíveis. Na verdade, sei que
Ele está. Veja este salmo:
Você e eu somos estrangeiros, de uma maneira ou outra. Mas eu sei que tipo
de estrangeiro quero ser. E você? Quero ser um estrangeiro no meu país
terreno por causa da minha cidadania no Reino, e não o contrário. Essa é uma
escolha muito real e a Bíblia fala sobre ela de muitas maneiras.
Agora, para contrabalançar essa boa notícia, tenho algumas notícias sérias
para você: nem todos que parecem ser cidadãos do Reino o são. Pode ser um
grande choque descobrir que o único lugar que você pensou que os cidadãos
do Reino não se sentiriam como estrangeiros, a igreja, não é muito diferente
de todos os demais lugares. Na verdade, a igreja está cheia de imigrantes
ilegais, pessoas que nem sequer sabem que estão apenas fingindo ser cidadãos
do Reino. Elas carregam Bíblias, vestem belas roupas e agem de forma
bondosa. Mas são ilegais, porque não possuem passaportes do Reino.
O maior imigrante ilegal que Jesus conheceu foi Nicodemos, o fariseu
(ver João 3:1-21). Você deve se lembrar de que os fariseus eram especialistas
religiosos. Eles se vestiam corretamente para o trabalho; oravam muitas vezes
ao dia e organizavam cultos. Mas quando Nicodemos encontrou-se com
Jesus, ele tinha uma pergunta: “Como eu entro no Seu país?” Ele sabia que
estava perdendo alguma coisa.
Jesus falou-lhe sobre nascer de novo, e vamos falar mais sobre isso no
próximo capítulo. Mas, por ora, quero apenas ressaltar quantos Nicodemos
temos em nossas igrejas! Eles executam seus deveres religiosos bem, mas
não têm relacionamento com o Pai. Podem convencer por suas palavras, mas
não trocaram a sua cidadania pela cidadania do Reino.
Enquanto Saulo estava ali, Deus falou com um dos discípulos que viviam
na cidade, um homem comum chamado Ananias. Deus lhe disse para ir a
certa rua e perguntar por Saulo de Tarso, que estaria esperando por ele.
Ananias estava plenamente ciente do quanto Saulo era perigoso, mas
obedeceu:
D eus tem sido nosso Pai desde antes do nosso nascimento. Jesus é o
Seu primogênito, e o restante de nós estamos destinados a ser os
irmãos e
irmãs mais novos de Jesus. “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito
de toda a criação” (Colossenses 1:15). Você não fala de um “primogênito”, a
não ser que outros filhos nasçam depois dele.
Outro nome para Jesus é a Palavra: “No princípio era o Verbo, e o Verbo
era com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no começo com Deus” (João
1:12). Esse Verbo é Aquele que fala palavras de vida dentro de cada um que
Ele chama para o Seu Reino.
Espero que você saiba que não pode conquistar seu caminho para as boas
graças de Deus. A cidadania do Reino não é como ser membro de um clube,
no qual as boas obras contam como pontos para ser aceito. Muitas pessoas
cometem o erro de pensar que a cidadania no Reino pode ser obtida por meio
de boas obras. Elas visitam os enfermos e enviam dinheiro para o Haiti.
Frequentam a igreja por cinquenta anos, sem interrupção. Elas participam da
ceia no domingo de manhã e fazem parte do coral. Mas nada disso as faz
entrar no Reino. Fazer essas coisas nem sequer abre uma pequena fresta da
porta.
Você não pode se tornar um cidadão ou um membro da família de Deus
pelas boas obras ou pela associação com os membros da família dele, ou
mesmo pela quantidade de anos frequentando a igreja. Você pode tentar por
noventa anos, e ainda será um imigrante ilegal quando morrer. A única
maneira de entrar no Reino é respondendo a um convite. Com os ouvidos do
seu espírito você ouve: “Venha”, e responde a ele deixando para trás as suas
velhas maneiras de fazer as coisas e indo para Casa.
É como o nascimento físico; você deixa para trás os limites da sua velha
existência e entra nas possibilidades infinitas de uma nova vida. A diferença é
que este nascimento é o nascimento do seu espírito. Nas palavras de Jesus:
“O que nasce da carne é carne, e o que nasce do Espírito é espírito” (João
3:6).
O ponto principal é este: você precisa nascer no Reino se quiser se tornar
parte da família do Primogênito.
FINALMENTE LIVRES DO PODER DA MORTE
Mas Ele foi para a cruz carregando os nossos pecados. Por causa do Seu
amor avassalador, Ele carregou nos ombros a punição não apenas pelos seus
pecados individuais, mas por cada ato pecaminoso que já aconteceu. O
profeta Isaías escreveu que o Seu corpo ficou tão desfigurado que era difícil
reconhecê-lo como um homem (ver Isaías 53:14). O pecado fez isso com Ele.
Jesus estava carregando todos os nossos pensamentos maus, nossos corações
partidos, nossas enfermidades, nossas injúrias, nossa maldade. Ele fez isso
para restaurar os filhos e filhas de Seu Pai de volta à Sua família e à cidadania
no Seu Reino.
Todo o Antigo Testamento nos leva ao tempo em que Jesus veio para
fazer isso. As pessoas não gostam de ler certas partes dele, porque tudo se
resume a sacrifícios de sangue. Até mesmo voltando ao Jardim, a primeira
coisa que Deus fez por Adão e Eva foi matar um animal, para que eles
pudessem ter roupas feitas com a pele dele (ver Gênesis 3:21). Eles haviam se
coberto com folhas de parreira. Mas as folhas não são uma boa cobertura; as
folhas não têm sangue.
Daquele dia em diante, as pessoas começaram a oferecer criaturas vivas a
Deus como um sacrifício pelos seus pecados. Ao longo de todo o Antigo
Testamento, elas continuaram oferecendo bodes, ovelhas, novilhos, pombas e
muito mais. Os filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, tentaram organizar o
sistema sacrificial. Caim levou uma oferta de frutos vegetais dos seus
campos, mas Abel levou um cordeiro (ver Gênesis 4:3-7). A Bíblia diz que
Deus não
se agradou da oferta de Caim, mas recebeu a oferta de Abel. Isso não faz
nenhum sentido para nós, a não ser que entendamos como Deus vê esses atos.
Em Seu sistema perfeito de justiça, o sangue (a morte) compensa o pecado,
porque o pecado é punível com a morte. Os frutos de Caim não tinham
sangue algum neles.
Entretanto, matar um animal inocente como um sacrifício não é o mesmo
que matar um homem inocente. A penalidade pelo pecado estava pesando
sobre os humanos, de modo que Deus precisava de um sacrifício humano sem
pecado para servir como pagamento definitivo pelo pecado. Jesus foi esse
sacrifício. E agora, se aceitarmos o que Jesus fez, as seguintes palavras
podem se aplicar às nossas próprias vidas:
Você sabe que não pode nascer pelos seus filhos e que você não pode
renascer por eles também. Só porque os pais estão no Reino de Deus, isso
não coloca os filhos automaticamente dentro dele.
Deus não deixa a seu cargo escolher o que fazer, como se você estivesse
escolhendo em um “bufê” de crenças e doutrinas. A maneira de Deus fazer as
coisas é clara. Às vezes as pessoas criticam os cidadãos do Reino. Elas dizem
que a nossa mente é muito estreita. Sim, somos estreitos — e estreito é o
caminho que leva à vida! (ver Mateus 7:13 e Lucas 13:24).
Como é essa vida? Cheia de alegria, livre de estresse e muito mais. Ela
inclui muito mais do que uma apólice de seguro que o levará ao Céu depois
que você terminar a sua vida na Terra. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza
em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”
(Filipenses 4:19). Quero esperar até o capítulo 11 para fazer uma abordagem
mais longa sobre as recompensas, os privilégios e os benefícios que
acompanham o fato de sermos cidadãos do Reino, que cumprem a lei.
Os cidadãos do Reino celestial obedecem ao Rei divino, assim como os
cidadãos de qualquer reino terreno devem obedecer ao seu rei. Aqueles de
nós que vivem em democracias não compreendem isso. Estamos
acostumados a criticar nossos líderes enquanto nos preparamos para votar e
decidir se eles devem ser retirados de seus cargos. Estamos acostumados a
negociar e a cooperar, porque em uma democracia você não obedece a uma
autoridade; você coopera com ela.
Contudo, você não negocia com alguém que é seu dono e é dono de tudo
que o cerca. Você muda. Ele não.
DANDO MEIA VOLTA
Quando você declara que Jesus Cristo é o Filho de Deus, seu Senhor e
Salvador, você vira as costas para os seus “senhores” anteriores, sejam eles
quem forem ou o que for que você costumava seguir. Agora, você foi adotado
como um membro da família real, e não precisa mais viver como um órfão.
Essa mudança de direção se chama arrependimento. Jesus considerava-o
a única opção quando uma pessoa é confrontada com o Reino de Deus.
Repetidamente, Ele disse: “Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos
Céus” (Mateus 4:17).
Agora, ainda que você tenha sido considerado rico aos olhos do mundo,
espero que você fique feliz em trocar as suas supostas riquezas pelo tesouro
de valor inestimável da casa real. Um jovem rico não quis fazer isso:
Esse homem sabia que precisava de alguma coisa, embora tivesse tudo
que o mundo podia oferecer: dinheiro, uma posição poderosa, juventude e
um
corpo saudável, bons princípios morais e religião. O problema era que ele não
podia abrir mão da sua riqueza. Se tão somente ele tivesse sido capaz de
entender que, na verdade, aquela riqueza não pertencia a ele! Se ele a tivesse
entregado ao governo do Reino, ele estaria apenas devolvendo ao governo as
coisas que são dele.
É impossível uma pessoa chamar Jesus de Senhor e possuir alguma coisa.
Se Ele é o seu Senhor, Ele possui você e tudo o que você possui. Não existe
propriedade particular. Então você não pode vir a Ele e dizer: “Quero me
submeter ao Teu governo. Quero que Tu sejas o meu Rei e Senhor” — e
ainda se agarrar ao seu dinheiro, à sua terra e ao seu negócio. Quando Deus
pediu ao jovem rico para abrir mão de seus bens, não era porque Ele
precisava desse dinheiro. Você não pode dar a Deus algo que Ele já possui.
Ele estava testando o homem para ver se ele pensava que possuía tudo aquilo.
Aparentemente, ele pensava assim.
O homem não entendia a riqueza nos termos do Reino. A riqueza no
Reino não é medida pelo acúmulo; ela é medida pelo acesso ao que você
precisa e quando você precisa. A riqueza no Reino é para distribuição. Os
cidadãos do Reino são canais, e não reservatórios. Em vez de colecionar e
guardar tudo, eles dão a outros. Quando eles dão, mais vem às mãos deles.
Pedro, depois de ouvir essa conversa entre o jovem rico e Jesus, disse:
Quando o rebelde Filho Pródigo voltou para o pai depois de gastar sua
herança, esse regresso marcou sua restituição à família. (Contei o restante da
história no capítulo 8; ela é uma das minhas parábolas favoritas de Jesus). Ele
entrou no campo de visão da propriedade da família, e avistou seu pai
correndo para ele. Seu pai pendurou-se em seu pescoço, beijando-o, cheio de
alegria por vê-lo novamente depois de ter presumido que ele estivesse morto.
O filho havia pensado no que diria:
O filho lhe disse: “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não
sou mais digno de ser chamado teu filho”. Mas o pai disse
aos seus servos: “Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam
nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus
pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma
festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava morto e voltou
à vida; estava perdido e foi achado”.
— Lucas 15:21-24
Assim que o filho rebelde começou sua jornada de volta para casa,
arrependido, foi como se ele tivesse renascido. Ele havia nascido com
privilégios, mas havia repudiado isso. Ele não valorizou o que tinha. O
resultado foi que ele teve de percorrer o caminho longo e difícil antes de
poder voltar. Você pode ter certeza de que, desta vez, ele ficou em casa.
De muitas maneiras, somos todos como o Filho Pródigo. Desperdiçamos
os recursos que o nosso Pai generoso nos dá. Pensamos que podemos fazer
um trabalho melhor administrando nossas vidas se nos afastarmos dele.
Nascemos com privilégios, mas quisemos ser donos da nossa própria vida.
Sempre digo que um pecador é na verdade um santo que não sabe que é
um santo. E se ninguém tivesse nos dito que podíamos voltar para casa, para
o nosso Pai celestial? Seria como se o Príncipe William tivesse sido separado
de seus pais e tivesse sido retirado da Inglaterra ao nascer, sendo raptado.
Digamos que alguém o tivesse trazido para as Bahamas, e ele tivesse vivido
em uma das nossas ilhas com um homem e uma mulher que afirmavam ser
seus pais. Sendo um bebê, ele não saberia a verdade.
Ele cresceria desfrutando das coisas que sua aldeia desfrutava, achando
isso maravilhoso. Ele acharia que a vida era ótima — pescar, comer cocos,
correr pela praia para cima e para baixo. Ele não saberia que era um membro
da realeza. Ele não saberia que tipo de riqueza poderia ter à sua disposição. A
não ser que alguém viesse lhe contar.
Digamos que seu pai verdadeiro, o Príncipe Charles, descobrisse onde ele
estava vivendo e enviasse o único filho que lhe restava, o Príncipe Harry,
para buscá-lo. Podemos perceber um paralelo aqui — o seu Pai verdadeiro no
Céu enviou o Seu único Filho para buscar você de volta para o Seu Reino,
quando você não sabia que era membro da realeza e que tinha um lugar
esperando por você no Reino.
O Príncipe Harry sofre todas as dificuldades da viagem. Ele vai passando
pelos solavancos das estradas esburacadas, suporta as moscas e os mosquitos,
dorme ao relento sob as palmeiras. Finalmente, ele chega à aldeia onde seu
irmão mora e localiza o jovem. Você pode imaginar o Príncipe Harry
tentando explicar quem é e por que veio?
— Seu pai me mandou buscar você.
— Meu pai? Meu pai está ali, debaixo do coqueiro.
— Não, aquele é seu padrasto...
Imagine tentar convencer aquele jovem de que ele é multibilionário. Isso
poderia levar muito tempo. Mas se ele pudesse convencê-lo a deixar para trás
a aldeia onde cresceu, ele poderia entrar na herança que estava esperando por
ele durante todos aqueles anos. Ele poderia reivindicar a sua posição na
família real e passar o restante de sua vida fazendo o que foi criado para
fazer.
Nenhum de nós pode se esforçar para abrir caminho para entrar na
posição que o Filho nos oferece tão gratuitamente. Tudo o que podemos fazer
é nos render à oferta. “Sim, eu irei com Você. Apenas diga-me o que fazer. O
seu Pai é o meu Pai. Eu digo sim”.
Você já disse sim? Nunca é tarde demais para fazer isso.
CAPÍTULO 10
A RESPONSABILIDADE DO GOVERNO
Os reis injustos, por outro lado, oprimem o povo. É por isso que temos
provérbios como este: “Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra,
quando, porém, domina o perverso, o povo suspira” (Provérbios 29:2). A
qualidade de um reino se resume a uma questão de autoridade e de como ela
é exercida.
AUTORIDADE
Um líder poderoso obriga as pessoas a fazerem o que ele quer.
O poder opressor controla as pessoas, restringe-as e as domina através do
medo da punição. O povo geme. A autoridade, especialmente a autoridade
divina, não é a mesma coisa que o poder bruto. A autoridade é poderosa, mas
não é ditatorial. A verdadeira autoridade tem origem no próprio Deus.
Posso pensar em sete qualidades da verdadeira autoridade, e cada uma
delas se aplica a um bom rei que exerce bem suas responsabilidades
governantes:
Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida,
quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso
corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do
que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai
as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em
celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura,
não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por
ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da
sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário?
Considerai como crescem os lírios do campo: eles não
trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem
Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer
deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje
existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós
outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis,
dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que
nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas
estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de
todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a
sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
— Mateus 6:25-33
Veja, Jesus quase não podia acreditar que alguém no Seu Reino se
preocupasse com essas coisas. Ele precisa lembrar às pessoas que Ele é mais
do que capaz de suprir tudo o que elas precisam. A aflição delas transmite a
mensagem de que elas não acreditam que Ele quer fazer isso. Elas não
deviam ficar tão preocupadas, porque são cidadãs do Reino.
Ele convida todos a terem o benefício mais importante da sua cidadania
no Reino:
O Reino cuida dos seus aqui e agora, e não apenas no futuro, mais tarde.
Sim, a cidadania do Reino carrega consigo uma garantia do Céu, mas
enquanto isso você tem a escolta de segurança pessoal do Rei e de Seus
anjos.
Você tem cidadania, portanto você tem um passaporte que enumera todas
as promessas e provisões do seu governo. Você não precisa ir para casa, para
o seu país (o Céu) para ser abençoado. Você nem sequer precisa estar no Céu
para experimentar a libertação da pressão e dos problemas. Você pode ter isso
tudo agora mesmo.
Antes de conhecer o modo como o Reino funciona, eu nunca pude
entender o que Jesus quis dizer quando afirmou: “E quem fizer tropeçar a um
destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar” (Marcos 9:42).
Agora entendo que Jesus estava fazendo uma ameaça. Em outras
palavras, Ele estava dizendo: “Se vocês ousarem tocar em um dos Meus
cidadãos, é melhor cometerem suicídio antes que Eu chegue para tratar com
vocês”. Qualquer um que tente ferir um cidadão do Reino desperta a ira do
Rei.
Ao analisar profundamente a constituição do Reino, você pode encontrar
esta mensagem: “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a
terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele”
(2 Crônicas 16:9). Se o seu coração é reto perante o Senhor, Ele está
cuidando de você. Quando você pensa que está sozinho, preso no trânsito,
com todos os outros motoristas agindo como loucos, na verdade você tem
todo o Céu observando para ter certeza de que você está bem.
Você também pode contar com esta verdade do Reino: “Porque ele dará
ordens aos Seus anjos a teu respeito, para que te guardem em todos os teus
caminhos” (Salmos 91:11). Não se pergunte por que os cidadãos do Reino
podem ir a qualquer lugar com confiança e paz; é porque eles não precisam
se preocupar em cuidar de si mesmos.
O governo do Reino cuida dos seus cidadãos quando seus governos
terrenos se voltam contra eles. O governo terreno de Daniel colocou-o em
uma cova de leões, mas o governo de Deus pôs os leões para dormir (ver
Daniel 6). O governo terreno de Paulo trancou-o em uma prisão filipense,
mas o governo de Deus enviou um terremoto para libertá-lo (ver Atos 16). O
seu governo pode despedir você do seu emprego, mas o governo do Reino
pagará as suas contas enquanto você está desempregado. O governo do Céu
exerce poder divino em favor de seus cidadãos.
Ora, até uma criança sabe que não estamos vivendo no Céu ainda.
Independentemente de quantas vezes o Rei protege os Seus, os cidadãos do
Reino sofrem perseguição, contratempos, doenças, dificuldades financeiras,
fome, e muito mais.
Durante o primeiro século, os crentes em Jesus eram expulsos da cidade e
mortos. Eles tinham seus familiares tirados deles. Suas casas eram
incendiadas porque eles acreditavam em Jesus. À medida que o tempo
passava, o Império Romano entrava em conflito com o Reino vez após vez.
Os crentes eram brutalmente martirizados. Isso ainda está acontecendo em
alguns lugares por todo o mundo.
Não é de admirar que a Igreja primitiva orasse: “Vem depressa, Senhor
Jesus!” (ver Apocalipse 22:12, 20). Se você estivesse vivendo sob essas
condições, também iria querer que Cristo voltasse imediatamente.
Jesus orou ao Seu Pai em favor dos crentes, mas Ele não orou para que
eles escapassem das dificuldades. Em vez disso, Ele orou:
Nos dias atuais, nós construímos um sistema de crenças que tem medo e
foge dos tempos difíceis. Queremos ter alívio da pressão. Nós esquecemos
que também fomos enviados ao mundo; somos colonos do Reino, enviados
para subjugar e dominar o maligno, uma vitória de cada vez. Em meio às
batalhas, deve ser possível se manter livre em nosso espírito das garras do
mal, ainda que possamos sofrer em nossos corpos, porque Jesus orou para
que nós fôssemos guardados do mal. Portanto, é possível viver até o fim da
vida, preservados do impacto e da influência do maligno. É possível expulsar
o medo do mal, porque sabemos que o nosso Rei é mais forte que qualquer
coisa que o maligno possa lançar contra nós.
Nosso Rei obrigou a Si mesmo a fornecer cobertura defensiva total aos
Seus cidadãos. Ele vence todas as vezes. Ele nunca nos deixa à mercê dos
nossos problemas, embora costumemos pensar que estamos por conta
própria. Lembre-se de que quando Jesus foi preso no Jardim do Getsêmani,
Seus discípulos estavam com Ele. Pedro agarrou uma espada porque pensou:
Deus precisa de ajuda! e ele cortou a orelha do servo do sumo sacerdote (ver
Mateus 26, Marcos 14, Lucas 22 e João 18). Mas Jesus parou e dedicou
tempo para curá-lo, para recolocar a orelha do servo. Pedro não devia ter feito
isso. Pouco depois, Jesus estava diante de Pilatos e explicou: “O meu Reino
não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os
judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui” (João 18:36,
NVI).
Jesus não chamou os Seus discípulos ou os anjos para livrá-lo, porque o
motivo pelo qual Ele havia vindo à Terra era para sofrer e morrer naquela
cruz. Jesus foi um Rei até o fim, exercendo Seu domínio real ao não interferir
no plano de Deus, e dando a gerações de crentes a coragem para enfrentar
qualquer adversidade que tivessem de enfrentar por amor ao Reino.
Submeter-se ao Rei dos reis muitas vezes acarreta a submissão àqueles que
Ele estabeleceu em posições de autoridade. Você não pode se submeter a
alguém com quem está se comparando ou com quem está competindo,
principalmente se você está interessado em ocupar a posição dessa pessoa.
Do mesmo modo, você não pode se submeter a alguém se sente ciúmes dessa
pessoa, ou se desconfia dela. Isso simplesmente não funciona.
Um bom rei está disposto a diminuir para que um de seus súditos possa
crescer. Em outras palavras, um bom rei está disposto a abrir caminho para
que um dos seus cidadãos exerça poder. Um cidadão pode ter essa
expectativa; não é preciso sentir a necessidade de empurrar e pisar em
ninguém para chamar a atenção do rei, nem abrir caminho com agressividade,
como alguém que acredita que tem direito a tudo.
Você achará impossível se submeter a alguém se acha que ele não é tão
inteligente quanto você, ainda que você diga a si mesmo que não é
influenciado por essas coisas. Naturalmente, a autoridade não se coaduna com
a inteligência, menos ainda com as realizações na área educacional. Mas o
orgulho se torna um obstáculo, e você não consegue se colocar em posição
inferior a uma pessoa a quem quer corrigir o tempo todo.
Inversamente, você poderá se submeter à autoridade de alguém se for
capaz de confiar e respeitar essa pessoa. Você indicará a sua submissão
abrindo mão dos próprios interesses em favor dos dela. Você não sentirá a
necessidade de ganhar uma discussão ou de negociar um resultado. Em vez
disso, você encontrará alegria em executar as tarefas designadas e em pedir
conselho.
Às vezes as pessoas dizem a uma figura de autoridade: “O Senhor me
enviou para trabalhar com você. Quero que você seja o meu mentor”. Isso
não é submissão. Essas pessoas só querem ganhar uma medida de respeito e
fama
aos olhos dos outros, para poderem levar consigo alguns de seus amigos e
seguidores. Elas já têm as suas segundas intenções totalmente definidas.
Você achará fácil se submeter a alguém que sabe em seu espírito que
Deus trouxe essa pessoa à sua vida. Seu discernimento lhe mostrará que a
pessoa não se aproveitará de você, e que ela quer o melhor de Deus para a sua
vida. Você será capaz de saber que a sua eficácia será aperfeiçoada se estiver
sob a autoridade dessa pessoa.
AS CHAVES DO REINO
As leis de Deus são as chaves para o Seu Reino. Cumprir com as Suas regras
justas libera o poder divino que você precisa para viver como um cidadão do
Céu plenamente investido de autoridade. Portanto, quanto mais você puder
aprender sobre as leis de Deus, melhor.
Essa é uma realidade espiritual com implicações muito práticas. Ela muda
o estilo de vida de uma pessoa e o transforma em um estilo de vida do Reino,
e esse estilo de vida possui um poder dominante. Veja a conexão:
Quando você usa as chaves do Reino para ligar e desligar, atar e desatar,
você deixa de ser responsável pelo exercício de poder ou pelos resultados.
Agindo assim, você se torna responsável, antes de tudo, por obter e usar essas
chaves. Submetendo-se às leis do Reino, você se rende à autoridade de Deus,
e isso o liberta do fardo de fazer as coisas acontecerem. O Céu o respaldará
quando você girar uma das chaves.
Os cidadãos do Reino têm a responsabilidade de aprender as palavras da
Bíblia. Precisamos lê-la com frequência, porque tendemos a nos esquecer do
que ela diz. Precisamos lê-la com mais frequência do que lemos o jornal.
Quando o diabo atacou Jesus no deserto, as respostas dele vieram direto da
Bíblia. Jesus disse: “Está escrito...” (ver Lucas 4:1-13). Essas palavras foram
como as chaves de Jesus para destravar o Reino e a vitória.
Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode
fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o
que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (João 5:19). Ele
exerceu as chaves da autoridade do Reino melhor do que qualquer outro antes
ou depois dele. Porém, sendo o verdadeiro Príncipe que é, Jesus não deseja
nada mais a não ser que os cidadãos do Seu Reino exercitem essas mesmas
chaves.
Você precisa fazer apenas duas coisas: (1) buscar o Reino a fim de entrar
na cidadania, e (2) buscar a justiça do Rei a fim de permanecer nela. Em
outras palavras, manter-se sempre alinhado com o Rei. Quando você fica
alinhado com o Rei e com o Seu governo, você o obriga a cuidar de você.
Todas as promessas da constituição permanecem acessíveis a você quando for
necessário. As coisas pelas quais normalmente você precisaria lutar virão até
você sem esforço. É por isso que a Bíblia diz: “Buscai em primeiro lugar o
reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas”.
Ter todas essas coisas acrescentadas significa que você terá muitas coisas
indesejadas subtraídas, coisas como problemas de saúde, estresse e
ansiedade.
Você não devia estar vivendo para ganhar a vida. Sua prioridade não
deveria ser trabalhar e viver apenas para ganhar dinheiro para pagar as suas
contas. Jesus tem outra perspectiva. Ele diz: “Não vos inquieteis com o dia de
amanhã” (Mateus 6:34). Em vez de se afligir com comida e roupas, e
acrescentar uma lista interminável de pedidos de oração, por que não seguir o
conselho de Jesus?
O PODER DE OBEDECER ÀS LEIS
Justiça significa obedecer às leis de Deus, por amor a Ele e com a ajuda dele.
A palavra “justiça” significa todas estas coisas: posicionamento correto
debaixo da autoridade, alinhamento com a autoridade, posição reta junto à
autoridade, comunhão com a autoridade, relacionamento com a autoridade,
posição correta junto aos regulamentos da autoridade e cumprimento das
exigências do rei. Na essência, a obediência às leis de qualquer nação é uma
forma de justiça, e essa obediência mantém você em boa posição dentro do
país.
Você sabe como é transgredir uma lei ou uma regra, como isso faz o seu
coração bater mais rápido quando você vê a polícia ou outra figura de
autoridade chegando, mesmo que ninguém saiba o que você fez. Você tem
um juiz particular dentro de você que lhe faz se sentir culpado. Você sabe que
está desalinhado com relação à autoridade porque violou um regulamento.
A única solução é se comprometer novamente com a autoridade e voltar
para debaixo da sua proteção legal. Procure recuperar e manter o seu
alinhamento com as autoridades governantes, e você recuperará o acesso a
tudo o que está na constituição.
OS BENEFÍCIOS DE SER UM CIDADÃO QUE CUMPRE AS LEIS DO
REINO
Jesus contou uma história sobre uma viúva que compareceu perante um juiz
iníquo (ver Lucas 18:1-8). Ele era o pior juiz das redondezas, um homem que
não temia a Deus e não respeitava as pessoas. Naqueles dias, as viúvas eram
pessoas desamparadas. Elas não tinham ninguém para cuidar dos seus direitos
ou do seu bem-estar. Elas eram muito vulneráveis. Essa viúva em particular
não era diferente das outras, exceto pelo fato de que ela conhecia os seus
direitos. Ela sabia que tinha o direito de reivindicar perante o juiz, por isso foi
irredutível e se apresentou diante dele.
Quando aquela pequena viúva compareceu perante aquele juiz, ela sabia o
que estava fazendo. O juiz disse: “Não”. Ela persistiu assim mesmo. O juiz
disse: “Vá embora”. Ela voltou. Ela não estava implorando ou chorando. Ela
estava fazendo uma solicitação, porque ela sabia quais eram seus direitos. Ela
sabia que o juiz era a pessoa que devia concedê-los a ela.
A maioria das pessoas pensa nas palavras “juiz” e “julgamento” de forma
negativa. Pensamos em sentenças julgadoras e em despachos para a prisão
(ou para o inferno). Mas quando a Bíblia fala que Jesus era um justo juiz, isso
significa que Ele é o Juiz que está sempre corretamente alinhado com as leis
de Deus — aquele que lhe concede os seus direitos. Treine a sua mente para
pensar nele como um juiz que é alguém que concede direitos. O trabalho dele
é dar a você o que é seu por direito. O advogado faz o apelo, mas o juiz
executa a justiça.
Quanto mais você sabe o que está escrito no livro da lei, a Bíblia, melhor
você saberá quais são os seus direitos. Eu a chamei aqui de constituição do
Reino, porque ela lhe diz quais são todos os seus direitos, privilégios,
expectativas, aspirações e esperanças — e também o que você precisa fazer
para obtê-los e alcançá-los. Se você sabe o que a Bíblia diz e segue esses
princípios, você será um cidadão que cumpre a lei e que não perderá os seus
direitos.
O Espírito Santo é o Advogado, Conselheiro ou principal defensor diante
do trono de Deus. Sabemos que a Bíblia foi escrita pela inspiração do
Espírito. Isso garante que o Espírito conhece esse documento legal de trás
para diante. E porque Ele habita dentro de nós depois que nos tornamos
cidadãos nascidos de novo, não temos de comparecer perante o Juiz sozinhos.
O Espírito traz a lei à nossa memória, e faz o nosso apelo a Jesus, “que
vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Ele está orando por
nós, colocando-se entre o juízo dos Céus e o nosso pecado. Essa é uma
configuração para o sucesso total. Como você pode entrar nesse tribunal e
perder uma causa? E o que é ainda mais poderoso, esse intercessor é seu
irmão. Antes mesmo de você chegar à sala, Ele está orando por você. Ele está
oferecendo a Sua própria justiça em seu favor. Quando você entra, não
precisa dizer nada. O Espírito Santo olha para o Pai e diz: “De acordo com o
que Ele fez”, sinalizando para Jesus que cuidou do assunto na cruz, e o apelo
é finalizado. Seu Advogado não menciona o seu nome. Ele menciona o nome
do Rei que pagou o preço por você e que tem orado por você desde então.
Você tem todo o governo lhe respaldando.
A oração em si não resolve as situações. O posicionamento em oração é
que faz isso. A melhor preparação para a oração é a sua obediência às leis de
Deus. Muitas vezes, o motivo pelo qual Deus não pode ajudá-lo é porque
você
pede a Ele por último. Somente ficando alinhado com o Doador da Lei e Juiz,
através da obra do Espírito e do Filho, é que você pode prevalecer.
Você percebeu que se você acabou de pecar, não consegue encontrar
ousadia para orar? Quando você quebra a lei de Deus, isso paralisa sua vida
de oração. Você cancelou o seu direito de apelar. “Se eu acalentasse o pecado
no coração, o Senhor não me ouviria” (Salmos 66:18, NVI). O profeta Isaías
afirmou isso claramente: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre
vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que vos não ouça” (Isaías 59:2).
Não importa o quão alto você implore por misericórdia e clame por ajuda;
Deus não o abençoa porque você grita; Ele o abençoa porque você está
qualificado. Os crentes têm autoridade na oração enquanto fizerem a sua parte
na aliança com o Rei. A aliança é um acordo legal. Você não precisa
comparecer perante Ele com cenas teatrais ou de histeria, assim como um
advogado não precisa disso para comparecer perante um juiz. Você só precisa
ser um cidadão em boa posição, e o Juiz ouvirá a sua causa.
Isso lhe parece muito legalista? Você acha que a vinda de Jesus significou
o fim da Lei? Tenho novidades para você: a vinda de Jesus significou que a
Lei foi cumprida nele. “Porque o fim da Lei é Cristo, para a justificação de
todo o que crê” (Romanos 10:4, NVI).
Todos no Reino são iguais. O Rei não ouve grupos de interesse especial, e
ninguém precisa usar de regalias especiais do Reino para chamar a atenção
dele. Qualquer cidadão do Reino tem igual acesso ao Rei. Ele agirá em favor
de qualquer um assim que Ele vir que Jesus está de pé ali, em favor daquela
pessoa.
OS BENEFÍCIOS DO ACESSO
Digamos que eu seja um multibilionário e você seja meu filho ou filha. Você
me pede a sua herança antecipadamente. Eu sou generoso, então eu lhe dou
um bilhão de dólares, e ajudo você a abrir uma conta bancária para guardar
esse dinheiro. Isso é uma gota em um balde para mim, uma vez que eu possuo
mais de 30 bilhões nas minhas próprias contas bancárias.
Mas sua irmã, por outro lado, age diferente. Ela diz: “Papai, não quero a
minha própria conta bancária”, e eu fico feliz, porque prefiro dar a ela acesso
à minha conta. Essa é a melhor opção. Eu lhe darei acesso às minhas contas e
ela poderá fazer cheques sempre que precisar. Ela nunca ficará sem dinheiro,
não é mesmo? O mesmo acontece com a provisão de Deus para os Seus
cidadãos. Não é de admirar que Jesus tenha dito aos Seus discípulos para não
levar nenhuma bagagem quando fossem sair para pregar e curar os enfermos:
“E disse-lhes: Não levem nada pelo caminho: nem bordão, nem saco de
viagem, nem pão, nem dinheiro, nem túnica extra” (Lucas 9:3, NVI). Ele
enviará a Sua provisão ao longo do caminho, porque eles têm acesso à Sua
conta.
A justiça — estar na posição correta com relação ao governo dos Céus —
é o que garante o seu acesso. O filho que quis abrir a própria conta não pode
ir ao banco e exigir fundos da minha conta. Nem você pode ir à sala do trono
de Deus e começar a reivindicar coisas que você não está qualificado para
reivindicar. A cidadania e a posição correta lhe conferem direitos e justiça.
Quando você chega como uma criança ao limiar do Reino, é fácil entrar
pela porta. Deus criou você para ser um cidadão do Reino. Faça a sua parte e
você nunca lamentará. Todo cidadão precisa dar a sua própria resposta às
exigências da cidadania. Ninguém pode obedecer à lei por outra pessoa. Eu
não posso parar no sinal vermelho por você; você precisa fazer isso você
mesmo. Não posso pagar os seus impostos. Não posso me alinhar com as leis
do Reino em seu nome, por mais que eu deseje isso.
A obediência às leis do Reino é tanto uma prova quanto uma
demonstração de verdadeiro amor. O Rei está voltando um dia, e Ele decidirá
quem tem seguido os Seus caminhos. Ele não ficará impressionado com as
maiores igrejas ou com a mais longa lista de graduações acadêmicas. Ele
olhará para o coração dos seus cidadãos. “Você me amou? Você amou os
outros? Você ouviu e obedeceu à Minha Palavra?” Aqueles que puderem
responder “sim” habitarão no Reino por toda a eternidade:
T odos na Terra estão à procura de alguma coisa. Eles não sabem o que
estão procurando nem como descrevê-lo. Eles procuram em toda parte.
Tomam bebidas alcoólicas, fumam maconha, vão a festas e clubes. Mudam
de emprego, trocam de cônjuge ou voltam à escola para complementar sua
instrução. Leem livros e pesquisam na Internet para descobrir o que é que
lhes está faltando. O que pode satisfazer esse anseio?
Aqueles de nós que encontramos o Reino sabemos o que falta: é o Rei.
Quando você o encontra, sabe que encontrou o desejo que buscava há tanto
tempo, e desde o primeiro instante, você quer compartilhar as boas-novas
com outros. Ele está vivo! Ele nos ama! Podemos conhecê-lo! Quanto mais
aprendemos sobre Ele, melhor as coisas ficam. Queremos transmitir a todos
os outros que buscam como Ele é.
Esse Rei é tanto o nosso Deus quanto o nosso Pai; por isso, Ele nos atrai
para o Seu Reino e para o Seu círculo familiar ao mesmo tempo. A maioria
de nós permanece ali onde começamos, dentro das mesmas famílias humanas
e trabalhando com as mesmas pessoas. Mas não somos mais os mesmos.
Em primeiro lugar, nós nos tornamos embaixadores. De pessoas que
buscavam, nós nos tornamos, de alguma maneira imperceptível,
representantes do nosso novo Rei e do Seu governo, onde quer que possamos
residir. Podemos viajar de um lugar para outro, ou podemos ficar no mesmo
lugar por décadas. Onde quer que estejamos, levamos um pequeno pedaço do
Céu.
SER RELIGIOSO NÃO BASTA
A meta de Deus nunca foi a religião, mas sim algo que chamo de “domínio
através do relacionamento”. Descrevi o plano original de Deus de fazer com
que Adão e todas as pessoas que se seguiram a ele governassem e
administrassem o planeta, e a associação estreita entre as palavras “dominar”
e “reino”, que poderíamos chamar de domínio. Mas domínio apenas nunca foi
a meta de Deus, porque o domínio precisa estar fundamentado em um
relacionamento com Ele.
Entramos no Reino de Deus exclusivamente por meio do estabelecimento
de um relacionamento pessoal com o Rei e Seu Filho Jesus; não há outro
caminho. O Filho abriu o caminho para esse relacionamento quando Ele
próprio se tornou um homem. Quando o Seu Espírito vem viver dentro de
cada um de nós, iniciamos um processo que dura a vida inteira, de nos
tornarmos cada vez mais semelhantes a Ele.
Não apenas isso, começamos a carregar a fragrância do Céu por onde
quer que vamos. O apóstolo Paulo resumiu isso melhor quando escreveu:
Não fomos salvos das nossas velhas vidas mundanas simplesmente para
podermos nos tornar belos acréscimos ao coral celestial. Também recebemos
uma tarefa para cumprir: espalhar o Reino pelo globo. Fomos comissionados
para mostrar ao mundo como é o Reino dos Céus. Nós nos tornamos
diplomatas do departamento do Céu que colonizou a Terra. Em suma, nós
nos tornamos embaixadores de Cristo Jesus.
Você não pode representar alguém a quem não conhece. Então é por isso
que ser religioso não basta. Você precisa ter um relacionamento progressivo
com Aquele em cujo nome você executa os seus deveres diários. Com o Seu
Espírito habitando no seu interior, isso não deveria ser difícil de executar,
mas parece que precisamos de lembretes. Livros como este ajudam as pessoas
a lembrarem: “Sim, sou um embaixador de Cristo, e sei o que isso significa”.
Um embaixador precisa estar conectado com aquele a quem representa.
Outras pessoas representam suas religiões (ou falta de religião) também,
mas elas não têm esse tipo de relacionamento. É por isso que recorrem a
rituais e a práticas secretas, a códigos morais e a regulamentos quanto às
vestimentas. É também por isso que, mais cedo ou mais tarde, elas admitem
que ainda estão buscando algo mais. Elas não estão conectadas com o Rei, e
Ele as criou para estarem conectadas a Ele.
MAIS QUE UM MENSAGEIRO
Quando você for trabalhar amanhã de manhã, ou parar para comprar alguma
coisa que precisa, lembre-se de que você é um cidadão do Céu e um
embaixador do Reino dos Céus. Isso é importante, porque você não pode ser
um bom embaixador do Rei se esquecer sua identidade. Ele lhe conferiu a
autoridade dele e lhe deu uma missão: representá-lo aonde quer que você vá e
espalhar a verdade sobre o Reino que você representa. Você pode fazer isso?
Oro para que você possa se conectar com o Rei diariamente, e que você
ouça o que Ele diz. Sua missão pode parecer insignificante para você, mas a
maneira como a cumpre é muito importante. Que a sua cidadania do Reino
equipe você para ser um verdadeiro embaixador, e que o Rei possa elogiá-lo
pelo seu serviço quando o tempo dele terminar. “Muito bem, servo bom e
fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da
alegria do seu Senhor!” (Mateus 25:21, NVI) Essas são as palavras que
espero que você ouça quando chegar ao país que é a sua casa, o Céu.
Notas