XIAOMI DISCOS

14 ULTRA RÍGIDOS
O SMARTPHONE COM DÊ UMA NOVA VIDA
AS MELHORES CÂMARAS ÀS DRIVES ANTIGAS
DA ACTUALIDADE QUE TEM EM CASA
Imagem gerada com o Microsoft Image Creator, ampliada com o Img2go e alterada com o Adobe Firefly

Copilot ChatGPT Gemini

TESTE AS 3 IA
DO MOMENTO
Desafiámos as inteligências artificiais da Microsoft, OpenAI
e Google a criar imagens, super-heróis, receitas e até mesmo
contar a História de Portugal, para saber qual é a mais poderosa
PVP (Cont.)
N.º 34O
€4, 7 5
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Ano 3O

LENOVO THINKPAD CARREGADORES

X1 FOLD 16 GEN 1 SEM SURPRESAS
n
Mensal

O PORTÁTIL DOBRÁVEL SAIBA COMO ESCOLHER

n

QUE NÃO ESTÁ AO A OPÇÃO IDEAL PARA

Maio 2O24

ALCANCE DE TODOS EVITAR PROBLEMAS

O Cartão Cliente N as lojas iServices era frequente ouvir ao balcão
“venho cá tantas vezes que já merecia um desconto”,
ou “um cartão vosso é que dava jeito” e os pedidos foram
acedidos! Os clientes fidelizados à marca têm agora mais
uma razão para continuarem a visitar as lojas iServices

que faltava na sua

para as suas reparações ou para a compra de
equipamentos recondicionados e gadgets.

A marca disponibiliza agora o Cartão Cliente iServices.

carteira: iServices
Este cartão, concebido para recompensar a lealdade
dos clientes, permite acumular pontos e trocá-los por
descontos, mas também dá acesso a ofertas exclusivas
e a conhecer as novidades da iServices em primeira mão.

Lançamento do Cartão Cliente iServices

com uma Campanha Empolgante
Para assinalar o lançamento desta novidade, a iServices
tem a decorrer uma campanha de inscrição especial.
Todas as novas inscrições irão receber 100 pontos
extra proporcionando um bom começo.

Acumular Pontos e Trocar por Descontos

Uma das funções mais emocionantes do Cartão Cliente
é a possibilidade de acumular pontos e trocá-los por
descontos em compras futuras. Quando uma compra
é efetuada, cada 1€ vai ser convertido em 1 ponto no
cartão, sendo que para descontar é necessário juntar
100 pontos para descontar 1€ numa compra.
O que significa que compras maiores traduzem-se
em mais pontos, portanto em mais descontos.

O Dia do Aniversário significa um Presente Especial

A iServices acredita em celebrar ocasiões especiais,
portanto os aniversários dos seus clientes serão datas
para tal. Na data do seu aniversário o cliente recebe
1 000 pontos em cartão para poder comprar algo
especial e com um bom desconto.

Acesso antecipado a ofertas e novidades

Os titulares do Cartão Cliente iServices desfrutarão
ainda de acesso prioritário às novidades da marca,
além de campanhas promocionais exclusivas.

13 anos de iServices com Oferta para os Clientes

Já no mês de maio, a marca de reparações multimarca
tem em todas as lojas portuguesas (online e físicas) uma
campanha especial e exclusiva ao cartão. Todos os
clientes que realizarem compras entre os dias 1 e 31
de maio, vão receber 1 300 pontos extra, o que equivale
a 13€ de desconto! A iServices celebra 13 anos e, assim,
estará a festejar da melhor maneira - com os seus clientes.

Totalmente digital e prático

O Cartão Cliente iServices é totalmente digital e 100%
ecológico. Dispensa o uso de plásticos e proporciona
uma experiência de conveniência e praticidade aos seus
utilizadores. Pode ser facilmente armazenado na Apple
Wallet ou na Carteira da Google, garantindo que
os benefícios estão sempre à mão.

Inscreva-se agora mesmo

e ganhe já os seus 100 pontos!
NotíciasFlix
01
ÍNDICE
PEDRO TRÓIA / Director
MANUAIS? NAH…
JÁ SABEMOS TUDO!
Ao fim de mais de dez anos, fiz um
upgrade à caixa do meu PC para uma
nova, com painéis em vidro, ventoinhas
com LED e um novo sistema de
arrefecimento. Como a motherboard,
o CPU e a gráfica são relativamente
recentes, decidi não mudar. O processo
de transferir os componentes de um
lado para o outro devia ser simples,
mas muita coisa mudou e, por isso foi
necessário consultar alguns manuais
para ter a certeza de que tudo ficava
a funcionar como era suposto. É do
conhecimento geral, principalmente
de quem anda nisto da tecnologia há
anos, que os programadores não gostam
de escrever manuais de utilização das
suas “criações” - e, os que o fazem,
tentam abreviá-los o máximo possível.
O que descobri agora é que, quem cria
hardware, está a seguir pelo mesmo
caminho: para chamar ‘manuais’ aos
PDF que estão no site do fabricante é
preciso alguma imaginação. Das três
coisas que mudei no novo computador,
nenhuma tinha um manual minimamente
decente, principalmente no que toca
à resolução de um problema tão simples,
como explicar a forma de mudar
o suporte que fixa o bloco a um CPU
Intel para um AMD.
Ando nisto há bastante tempo para
me perder com a informação limitada
dos “manuais”, mas quem tiver menos
conhecimento sobre aquilo que está
a fazer, pode causar danos ao PC que
está a tentar montar - já para não falar
da frustração. Um detalhe que piora um
pouco as coisas é que não estou a falar
da instalação de hardware de terceira
categoria, muito genérico e barato.
Para fechar, não quero que se volte
ao antigamente, em que os manuais
tinham centenas de páginas, o que
também dificultava encontrar fosse
o que fosse. A única coisa que pedia
é que tivessem um pouco mais de
“carinho” pelas pessoas que compram
os produtos e fizessem manuais que
servissem mesmo para alguma coisa.
09 TEMA DE CAPA
34 / Colocámos
à prova as três grandes
plataformas inteligência
artificial do momento.
Gemini, Copilot e ChatGPT
foram testadas com
instruções simples,
para tentar perceber
qual é a melhor, ao longo
de cinco desafios.
02 ON
04 / Notícias de tecnologia,
coluna Made in Portugal,
Up&Down e Green.
03 INFOGRAFIA
14 / Conheça os principais
resultados do 5G Quality
of Experience Benchmarking
Report da MedUX, no qual
as cidades de Lisboa e Porto
tiveram um excelente desempenho.
04 START UP
16 / A Vawlt criou uma solução
de armazenamento em que a
informação está em múltiplas
clouds e que oferece protecção
contra ciberataques.
05 BOOT
18 / DEFEITOS ESPECIAIS
O Ricardo Durand fala sobre
a mais recente série da RTP,
Erro 404, cuja história anda
à volta de uma app nos permite
viver as vidas dos outros.
GUIAS
20 / Recupere os discos antigos
e dê-lhes uma nova vida
22 / Use app da Nvidia para
controlar as definições
gráficas do PC
CLASSIFICAÇÕES
A PCGuia usa um método de avaliação de produtos que
tenta conciliar as medições de desempenho com
os aspectos mais empíricos como a experiência de
utilização. O valor final da nota será obtida através
de uma média aritmética que dará um valor de 0 a 5.
Os produtos com nota 4,5 ou superior recebem
o Prémio de Excelência PCGuia.
Mais informação em pcguia.pt/como-testamos.
24 / Ligue as funcionalidades 50 / O Luís Alves celebra dez
“escondidas” do Windows anos na PCGuia e faz um balanço
das 120 edições onde escreveu
26 / Controle dois PC sempre sobre modding e tecnologia.
com apenas um rato
12 LAB
06 OPEN SOURCE
52 / TECNOLOGIA
28 / Como o SteamDeck EM MOVIMENTO
transformou o gaming: um O Gustavo Dias fala do crescimento
dispositivo que encoraja a das vendas de smartphones
liberdade de software, mas também em 2024 e do regresso da Samsung
cultiva uma relação de colaboração à liderança do mercado.
entre os utilizadores.
54 / TESTES
Asus Zenbook Duo UX8406M
07 MACGUIA
Lenovo ThinkPad X1 Fold 16 Gen 1
HP Omen 27 1080p 165 Hz
30 / Aprenda sete truques Corsair RX140 RGB
para tirar o máximo partido Canon iSensys LBP732Cdw
da Calculadora do iOS. QNAP TBS-h574TX
Xiaomi 14 Ultra
08 IA 60 / GADGETS
Sony ULT Field 1
32 / Explicámos-lhe como funciona Maxcom FW67 Titan Pro
o Shortwave, um serviço que usa Philips S9975
inteligência artificial para ajudar a Sony Alpha ZV-E1
gerir a caixa de correio electrónico. Xiaomi Watch 2
Delta Q Rise
10 APPS
13 SLEEP
46 / Temos uma selecção das
melhores aplicações para ler livros 66 / Em Maio, assinalamos o
electrónicos em dispositivos móveis. início da Dell, o lançamento do
IBM 704 e do primeiro MacBook
e o aniversário do jogo Pac-Man.
11 PLUG
48 / Guia completo pata ajudar
a escolher o melhor carregador
genérico para os seus equipamentos.
EXPERIÊNCIA PREÇO
MEDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
4
4 3 5
Distribuidor: PCGuia Site: pcguia.pt Preço: €42
Facto positivo Facto negativo
3
 02 ON
NVIDIA E AMD TÊM UM NOVO
RIVAL NO MERCADO DE IA: A INTEL
Com o novo chip Gaudi 3, a Intel espera ultrapassar a
concorrência em alguns parâmetros de funcionamento
dos LLM. Na área do consumo, a AMD revelou os
Ryzen 8000, que trazem um NPU para acelerar tarefas
relacionadas com IA. PEDRO TRÓIA
Na conferência Vision 2024, a Intel
revelou o novo chip acelerador para
tarefas de inteligência artificial Gaudi 3,
que a empresa diz ser 50% mais rápido que
o H100 da Nvidia, em tarefas de inferência.
O novo chip que, como o nome indica,
sucede ao Gaudi 2, combina dois dies
de 5 nm fabricados pela TSMC e inclui 64
núcleos Tensor de quinta geração, 128 GB
de memória RAM HBM2e com uma
velocidade de 3,7 Gbps e uma largura de
banda máxima de 3,7 TB/s. Estes valores
são substancialmente superiores aos do
Gaudi 2, que tinha 24 núcleos Tensor,
96 GB de memória HBM2e a 3,27 Gbps e
uma largura de banda de 2,45 TB/s. Outras
especificações incluem 128 GB de VRAM,
um desempenho máximo de 1835 TFLOPS
em matrizes FP8 e BF16 e um consumo de
900 W. Em comparação, o Gaudi 2 tem
96 GB de VRAM, oferece 835 TFLOPS na
matriz FP8, 432 TFLOPS na matriz BF16
e consome 600 W.
GAUDI ATÉ 70%
MAIS RÁPIDO QUE O H100
Em comparação com com H100 da Nvidia,
a Intel diz que o Gaudi 3 é 50% mais rápido
nos parâmetros dos modelos Llama2 7B,
13B e também no GPT-3. A empresa
também revela que as inferências são
50% mais rápidas e que a eficiência é 40%
maior nos modelos Llama 7B, 70B e Flacon
180B. Os resultados dos testes de
benchmark fornecidos pela Intel sugerem
que o Gaudi 3 é entre 40 e 70% mais
rápido no treino de inteligência artificial
que o H100, dependendo do modelo
utilizado. Contudo, ainda não se sabe como
4
é que se vai portar num cenário de
utilização real. As primeiras amostras do
Gaudi 3 já estão a ser distribuídas aos
parceiros da Intel, mas a produção em
grande escala só vai começar na segunda
metade do ano. De acordo com os planos
da fabricante, as versões do Gaudi 3
arrefecidas a ar vão começar a ser
distribuídas no terceiro trimestre de 2024;
já as arrefecidas a líquido chegam no
quarto trimestre.
OS NOVOS RYZEN DA AMD
A AMD revelou os Ryzen 8000 para
computadores portáteis e desktop,
que trazem agora uma NPU (Neural
Processing Unit) para acelerar tarefas
relacionadas com inteligência artificial
e que a marca considera serem
«superiores em desempenho e eficiência
energética» aos Meteor Lake, da Intel.
Os novos modelos dividem-se em duas
novas famílias de produtos: os Ryzen
8000 Pro para computadores de
secretária e os Pro 8040 para dispositivos
móveis, cada uma com oito modelos.
Os chips topo de gama de ambas as
famílias têm uma NPU, que é um dos
requisitos para que um PC possa ser
considerado um ‘AI PC’. Apesar de
estes novos processadores usarem
a arquitectura Zen 4, a AMD mudou
o processo de fabrico (de 5 para 4 nm)
e o nome dos processadores (de Ryzen
Pro para Ryzen AI Pro).
A AMD confirmou ainda que os primeiros
computadorescom estes chips da HP
e Lenovo vão chegar ao mercado a partir
do segundo trimestre deste ano.
MADE IN PORTUGAL
Ricardo Durand
ALBERTINA E GERVÁSIO:
OS MODELOS PORTUGUESES
DE INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL SUBIRAM
DE NÍVEL
O ecossistema de IA desenvolvido na Faculdade
de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) foi
actualizado com mais parâmetros, ou seja, com mais
informação que permite gerar textos e manter conversas,
entre outras funcionalidades. O Albertina (codificador)
chega agora à versão 1.5B, com a adição de 1,5 mil
milhões de parâmetros, que se juntam aos mil milhões
que já faziam parte deste modelo. Já o Gervásio
(descodificador) entra na versão 7B e é reforçado com
7 mil milhões de parâmetros, ficando, assim, com 8 mil
milhões. Ambas as actualizações foram desenvolvidas
pelo NLX (Grupo da Fala e da Linguagem Natural
da FCUL); no caso do Albertina, a Universidade
de Lisboa colaborou com a Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto.
«Este ecossistema é crucial para a tecnologia da língua
portuguesa e esta expansão representa um passo da
maior importância na preparação da língua portuguesa
para a era da inteligência artificial», sublinha António
Branco, coordenador destes dois grandes modelos
de linguagem (LLM) e professor do Departamento de
Informática da Faculdade de Ciências da Universidade
de Lisboa. Quer o Gervásio, quer o Albertina (que foram
criados especificamente para a língua portuguesa,
inclusive para a variante do Brasil) têm um conceito open
source, ou seja, são «gratuitos e distribuídos em acesso
aberto sob uma licença aberta», neste caso para
«investigadores, organizações públicas e privadas,
grandes empresas e PME de todos os sectores
económicos». Como exemplo da utilização destes dois
modelos por empresas, a FCUL destaca um «recente
desenvolvimento por uma startup do MediAlbertina [um
LLM treinado com informação médica, em português],
para a IA generativa aplicada à medicina em língua
portuguesa. Desde Maio de 2023, altura em que este
projecto começou, o ecossistema de IA português tem
contado com o apoio da Portulan Clarin (Infraestrutura
de Investigação para a Ciência e Tecnologia da
Linguagem), da Accelerat.ai (um consórcio criado no
âmbito do PRR, com um investimento de 34,5 milhões de
euros) e da FCCN/FCT.
 02 ON

ÁUDIO LOSSLESS
CONCEITO PODE, FINALMENTE,
HUMANOIDE ESTAR PRESTES
André Gonçalves
concept@humanoid.net
A CHEGAR AO SPOTIFY
Há anos que esta plataforma de streaming
anda a prometer áudio sem perdas de

SALVANDO O MUNDO qualidade, mas a verdade é que isto nunca

aconteceu. Conhecido como ‘Spotify HiFi’,
NOS TEMPOS LIVRES o serviço pode ser agora integrado no
add-on ‘Music Pro’, um complemento
O software livre e o código aberto sempre foram o motor das à subscrição Spotify Premium. Segundo o permitem acelerar, abrandar, editar e fazer
maiores infraestruturas computacionais do mundo. O Linux e os site The Verge, que teve acesso a partes mash-up de músicas de diversos artistas,
restantes sistemas operativos baseados em Unix ocupam um de código da mais recente versão para que, depois, podem ser guardadas para
lugar central no funcionamento dos servidores de empresas Android, que está a ser desenvolvida pela serem ouvidas em outras alturas. Ainda
públicas e privadas, representando triliões de euros no PIB empresa sueca, a aplicação vai permitir não se sabe quando é que este
global. Apesar desta colossal responsabilidade, a manutenção, «ficheiros FLAC de até 24 bits/44,1 kHz». complemento ao Spotify Premium vai
a correção, a adaptação, a verificação e a criação de novas Além de áudio lossless, o add-on vai ter chegar aos utilizadores, nem qual será
ferramentas para estes sistemas operativos continuam, na sua funcionalidades de remix para DJ que o preço adicional. M . F .
maioria, a cargo do trabalho voluntário de programadores
independentes. Estes, não seguem um padrão pré-definido de
segurança ou controlo, além do autocontrolo da própria
comunidade que os mantém e utiliza.
Este desequilíbrio entre a rentabilidade da utilização e do
desenvolvimento destas plataformas é, ao mesmo tempo, a sua
principal força e o seu calcanhar de Aquiles. Desenvolver de
# Disney+ O serviço de streaming está a pensar acrescentar canais
dedicados, incluindo à Marvel e a Star Wars, para aumentar tempo
que os utilizadores passam na app.
raiz um sistema operativo para uma determinada função é,
quase sempre, temporal e comercialmente inviável. Partir de
uma base comum, bem documentada e cujo código fonte pode
ser visto e editado, é, normalmente, bastante mais simples.
No entanto, isso acarreta uma série de riscos, pois, na prática, SEATHEFUTURE REALIZA PRIMEIRO
não é viável verificar todo o código que será reaproveitado para PROJECTO EM PORTUGAL
um novo projecto, especialmente devido à crescente
sofisticação dos sistemas operativos que asseguram uma A startup portuguesa de crowdsaving, que possível delinear medidas para a protecção
compatibilidade cada vez mais complexa com diferentes tem o objectivo de «aproximar as pessoas dos cavalos-marinhos no Tejo, uma espécie
plataformas de hardware e software. Isso faz com que qualquer e entidades de projectos com impacto que está na Red List da União Internacional
sistema operativo actual seja uma amálgama de componentes, comprovado na conservação do Oceano», para a Conservação da Natureza. Para isto,
remendos e aplicações programadas por centenas de pessoas revelou a sua décima iniciativa, a Tagus a SeaTheFuture criou uma campanha
distintas, obrigando a entrar num círculo de confiança, sempre Seahorses, a primeira em território (disponível em seathefuture.eu) que visa
que se integra uma destas tecnologias num novo projecto. nacional. Este projecto vai estudar a angariar 5020 euros, na qual qualquer
Este problema é particularmente grave quando alguém, com comunidade de cavalos-marinhos no pessoa ou empresa pode participar. No site
engenho, malícia e paciência, desenha um ataque integrado Rio Tejo em Paço d’Arcos, Doca de da startup, além do projecto nacional, é
como o que aconteceu recentemente com o XZ Utils, uma Santo Amaro, Terreiro do Paço, Parque ainda possível apoiar iniciativas em diversas
aplicação de compressão amplamente aceite e com mais das Nações, Seixal, Barreiro, Montijo, regiões ligadas a outras espécies como
de quinze anos de desenvolvimento. Neste caso, foram Samouco e Alcochete. Os investigadores tartarugas, golfinhos-corcunda,
necessários mais de dois anos para assegurar a introdução do querem «comprovar a existência de novas tubarões-baleia, focas-monge e corais.
código malicioso, a sua aceitação no código final da aplicação populações, contabilizar a sua densidade Só no primeiro ano de actividade, a
e, consequentemente, a integração da mesma nas novas populacional, identificar riscos dos habitats Tagus Seahorses angariou mais de
distribuições de Linux e similares Unix. Esta vulnerabilidade e mapear eventuais relocalizações para 73 mil euros para a conservação
pretendia tirar partido de uma cadeia de distribuição quase a sua conservação». Desta forma, será da vida marinha. M . F .
universal e foi, seguramente, uma das maiores e com maior
potencial destrutivo de que tivemos conhecimento. Felizmente,
neste caso, a curiosidade e o olho atento de Andres Freund,
programador da Microsoft, permitiu-lhe detectar o código
malicioso antes da sua implantação nas distribuições finais dos
sistemas operativos. Mas isto deixa-nos a pensar sobre quantas
outras tentativas já estarão em planeamento ou implementação
(dormente ou activa), sem o nosso conhecimento. É ainda um
alerta para a necessidade de uma verificação cada vez mais
atenta por todos os que fazem uso destas ferramentas, com
uma especial responsabilização de investimento financeiro
por parte das empresas que sustentam os seus negócios
em plataformas de código aberto.

6
 # Google Os smartphones Pixel 9 poderão vi a ter mensagens
de emergência via satélite, um serviço semelhante
ao que a Apple lançou no final de 2022.
FOI DESENVOLVIDA UMA NOVA TÉCNICA DE
DIAGNÓSTICO QUE USA UM SMARTPHONE PARA
DETECTAR SINAIS DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Esta tecnologia recorre aos sensores de movimento dos
telemóveis para analisar vibrações que podem indicar
a possibilidade de desenvolver esta patologia.
Um conjunto de entidades finlandesas
e norte-americanas desenvolveu uma
nova técnica de diagnóstico que usa um
smartphone para detectar, de forma mais
rápida, sintomas de insuficiência cardíaca.
Aqui, são usados os sensores de
movimento integrados em todos os
smartphones para detectar vibrações
no peito, que muitas vezes aparecem
devido a problemas que podem levar
ao aparecimento de uma insuficiência
cardíaca.
Esta patologia (o ponto a partir do qual
o coração não consegue bombear sangue
suficiente) pode ser causada, ou
exacerbada, por um conjunto de factores:
doença coronária, problemas nas válvulas
do coração, hipertensão e outros. Mesmo
se o coração estiver semi-operacional
pode não conseguir fazer chegar sangue
suficiente ao resto dos órgãos, o que
pode causar danos nos rins e no fígado,
coágulos sanguíneos ou mesmo a morte.
Muitas vezes, as doenças que causam
insuficiência cardíaca causam vibrações
fora do normal no coração, que podem ser
usadas para diagnóstico desta condição.
Estas vibrações são diferentes dos
movimentos típicos do coração, uma vez
que este órgão não consegue contrair e
relaxar de forma normal. Para detectar
estas vibrações, os médicos usaram
instrumentos de sismocardiografia, mas
em breve será possível recorrer a um
telemóvel para fazer o mesmo.
TESTES COM MIL PACIENTES
Uma equipa da Universidade de Turku
(Finlândia) passou os últimos dez anos
a desenvolver uma maneira de tirar
partido dos sensores de movimento dos
smartphones (usados, normalmente,
para recolher dados relacionados com
actividades de fitness, navegação e jogos)
para a sismocardiografia. Recentemente,
a equipa publicou um artigo no Journal of
the American College of Cardiology: Heart
Failure em que dá conta de que, finalmente,
PEDRO TRÓIA
foi possível usar um smartphone para
detectar vibrações cardíacas. Para isto,
o paciente só tem de se deitar de costas
e colocar o smartphone no peito, com
o ecrã para cima. À medida que as
vibrações cardíacas passam pelo peito
do paciente, o acelerómetro e giroscópio
do smartphone conseguem detectar cada
movimento e permitem que as vibrações
sejam vistas sob a forma de um gráfico.
Todo o processo demora apenas um
minuto. Esta técnica foi testada por mais
de mil pacientes (217 já tinham sido
diagnosticados com insuficiência cardíaca)
na Universidade de Turku, nos Helsinki
University Hospitals (Finlândia) e também
no Stanford University Hospital (EUA). As
equipas descobriram que este novo método
de diagnóstico conseguiu detectar as
vibrações relacionadas com insuficiência
cardíaca com 89% de precisão.
PRAIA DAS MAÇÃS
Pedro Aniceto
aniceto@mac.com
JUNHO ESTÁ QUASE AI
É bem possível que eu me devesse dedicar com mais afinco
à previsão de eventos. Sejam eles números de jogos
de fortuna ou meras previsões de road maps de produção
de hardware. Sim, eu sei, adivinhar os números do Totoloto
deve ser probabilisticamente mais fácil que adivinhar
o que a Apple vai fazer em termos de próximos passos.
A insuspeitíssima Bloomberg trouxe à estampa aquilo que
até eu consegui prever: a próxima geração de Apple Silicon,
os M4, que terão capacidades e “motores” de IA. Esta não é,
em definitivo, a Apple que eu conheço. Isto não é uma
notícia por assim dizer, é mais um leak programado, o copo
de água que mata a fervura. A Apple tardava em deixar
escapar (engana-me, que eu gosto) um sinal nesta matéria.
Não irei procurar o que escrevi, mas a Apple (a par da
Nvidia) está em perfeitas condições para jogar uma carta de
trunfo ao integrar inteligência artificial nos processadores
que desenha e produz. E se “rasgar” toda a linha de
modelos de computador com a novidade, trazendo-os para
as linhas de consumo mais popular, estará de novo a
encabeçar uma linha de frente, o que não é para todos.
Isto parece a metáfora da fogueira semi-apagada que recebe
um sopro de vento? Parece. Mas é uma belíssima metáfora
(que vai deixar algo aborrecidos os early adopters do
hardware anterior), porque não estaremos na presença de
uma simples actualização de processadores, mas, sim,
de mais um degrau importante na luta pela supremacia
do hardware.
A próxima World Wide Developers Conference será em
Junho e é expectável que aí sejam apontados caminhos mais
precisos, embora a todos pareça estranho o facto de os M3
ainda não estarem a ser usados em todas as linhas (no caso
do Mac Studio) e já se ventile a possibilidade de estarem
disponíveis os M4 no final do ano.
Por mim, enquanto utilizador e consumidor, seria motivo
para congelar qualquer plano de aquisição de
um novo Mac, porque sou daqueles que “quer muito isto”.
Não tenho um desejo consumista como o que nos assalta
perante uma montra online de gadgets de silicone
e plástico na Temu ou no Ali Express, mas, sim, tenho uma
vontade legítima de possuir uma ferramenta nativa de
inteligência artificial naquilo que produzo no meu hardware.
Não uma lâmpada da qual, esfregada, sai um génio, mas
como um “watchdog” das minhas tarefas em matérias que
menos domino e para a qual toda a ajuda é bem-vinda.
7
 02 ON
A 5.ª COLUNA
André Rosa
@andrer757
PAGAR
PARA NÃO
USUFRUIR
Olá a todos. Este mês
chamou-me a atenção
a campanha ‘Stop Killing
Games’ criada pelo youtuber
Ross Scott. Apesar de a
campanha ser por causa de
um jogo de computador em
particular é, na verdade, sobre
um problema que se estende
para lá da indústria dos jogos
e que está destruir o valor do
nosso dinheiro, do software
e dos serviços que adquirimos.
Neste caso, a Ubisoft vai
desligar os servidores do jogo
The Crew 1, fazendo com que
todos os que compraram este
título fiquem impedidos de
o jogar para sempre.
E tal como este jogo, nós,
consumidores, não estamos
protegidos quando compramos
qualquer software ou serviço,
pois a qualquer momento
podem cortar-nos o acesso.
Com isto, vem também a
disponibilização dos mesmos
via subscrições que só levam a
que o consumidor pague ainda
mais, sem nunca ter algo ou
qualquer garantia. Isto requer
leis próprias e a nível europeu
para controlar estas empresas
que, cada vez mais exploraram,
os consumidores.
O eurodeputado pirata Patrick
Breyer, embalado por esta
campanha, já lançou o debate
no parlamento europeu e
levou também o problema
a comissão europeia.
8
LOGITECH PERMITE ACESSO AO CHATGPT NOS RATOS E TECLADOS
A marca lançou uma nova ferramenta chamada Logi AI
Prompt Builder, que dá acesso rápido às funcionalidades
do ChatGPT. Para usar esta plataforma da OpenIA,
é necessário associar uma tecla específica do teclado ou
um botão do rato à ferramenta a partir do software Logi
Options+. Depois, basta seleccionar um texto, frase,
parágrafo de um documento ou página da Web e clicar na
tecla de atalho para abrir uma janela do ChatGPT onde
#
Microsoft Os utilizadores da versão beta do Windows 11 começaram
a ver anúncios de aplicações, disponíveis na Microsoft Store,
na área ‘Recomendações’ do menu ‘Iniciar’.
TECNOLOGIA PORTUGUESA DO INESC TEC AJUDOU
A MARCAR ESPÉCIE INVASORA DE CORAIS NO BRASIL
O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores,
Tecnologia e Ciência (INESC TEC) juntou-se ao
Laboratório de investigação da Universidade Federal de
Santa Catarina (LASUB), no Brasil, para desenvolver um
projecto de localização e identificação subaquática.
O objectivo é monitorizar uma espécie invasora de corais,
o Coral-Sol (Tubastraea coccinea), que apareceu na costa
do Brasil durante os anos 1980, provavelmente vinda de
«plataformas de exploração de petróleo que saíram da
Ásia para outros continentes», diz o INESC TEC. Para
podemos usar um dos prompts já criados pela Logitech.
Estas ‘receitas’, como a marca as designa, permitem
reformular, resumir, criar e-mails e os seus próprios
prompts, caso existam tarefas/perguntas que usemos
regularmente. Em alternativa, é também possível aceder
directamente ao ChatGPT sem ter de abrir o browser.
O Logi AI Prompt Builder é gratuito para utilizadores de
Windows e Mac através da aplicação Logi Options+. M . F .
isso, os investigadores do INESC TEC adaptaram os
sistemas de tracking e GPS usados em «robôs
subaquáticos» para fazer esta monitorização. Na prática,
a solução criada tem como base um «cilindro com
electrónica que os mergulhadores levam nas costas»,
para marcar as zonas onde está o Coral-Sol. Depois,
há um sistema de «três boias na zona de operação
que recebem os sons dos cilindros e enviam essa
informação, via rádio, para o barco de apoio», explica
Nuno Cruz, investigador do INESC TEC. Ou seja,
o tracking é dos corais é feito pela posição dos
mergulhadores, que apenas têm de assinalar
a localização com um toque num «botão digital»
associado ao equipamento adaptado.
Os resultados da aplicação desta tecnologia foram
positivos, dado que os mergulhadores «conseguem
explorar muito mais área de costa, com segurança
e exactidão». O INESC TEC vai, agora, fazer mais testes
com esta solução e já tem outras aplicações em vista:
«Os investigadores brasileiros já estão a pensar em
novas ideias para utilizarem os mesmos sistemas para
marcar com precisão outros habitats». R . D .
 02 ON
O QUE VEM
À REDE
Alex Gamela
@alexgamela
CONSPIRAÇÕES
SMART
Perdemos o contacto com o mundo real. A nossa
percepção está deturpada por filmes em que as leis
da Física e do físico não são iguais às que regem
o Universo e o nosso corpo, por jogos em que
morremos para renascer logo a seguir. Estamos
tão alienados que até a curvatura da Terra
é uma conspiração.
A imaginação e o ‘se’ são fundamentais no desenvol-
vimento das crianças. É o que as move na exploração
do Mundo e nas perguntas que fazem aos pais, que
respondem com o conhecimento que adquiriram
com o tempo. É o que as fascina nos contos de fadas
e de animais que falam. Mas, o que acontece quando
os pais acreditam em histórias da carochinha?
A incompreensão do Mundo leva a que duvidemos
da realidade elementar da queda das Torres Gémeas,
dos OVNI e das vacinas. Tudo o que nos escapa
à compreensão, por mais que a Ciência explique
- ou especialmente por isso - é, para muitos, ficção.
Uma ideia que suportam com narrativas sem factos
comprovados, mas que lhes aplaca a lógica.
Deve ser triste ser um crente das conspirações,
tão é grande o medo e a incapacidade de entender
a mecânica do Mundo e das coisas que o compõem,
tão escassa essa qualidade inata das crianças: a
curiosidade que nos leva a querer aprender mais,
a humildade de recorrer a quem sabe mais do que nós.
Mas, depois de décadas a engolir ficções
mascaradas de realidade - dos reality shows ao
espaço performativo das redes sociais - em escalas
de disseminação cada vez maiores, não é de admirar
que tenhamos dificuldade em distinguir o que é,
do que nunca poderia ser.
As teorias de conspiração têm um plano
de marketing, com objetivos mensuráveis.
A mentira e o exagero nas redes sociais passam
como uma “brincadeira” ou “performance”, quando
são fraude com o objectivo único de fazer dinheiro
para quem as promove. De esquemas de crypto
a programas eleitorais, de cursos para tudo
a produtos que servem para nada, todos capitalizam
a insegurança de quem sufoca no excesso
de informação e nada sabe.
Não tenham medo. Sejam curiosos.
10
WORLDCOIN REFORÇA PLATAFORMA
COM DUAS MUDANÇAS: «SOMOS MAIS SEGUROS
QUE FACEBOOK E INSTAGRAM»
Estas duas actualizações à política de segurança da Worldcoin vão ser
«implementadas a nível global» e não apenas nos países onde as autoridades
levantaram dúvidas sobre os procedimentos da empresa.
Recentemente impedida de exercer a actividade
em Portugal devido a uma investigação da CNPD,
a Worldcoin anunciou duas mudanças na sua
forma de operação, que lê as íris dos utilizadores
em troca de uma soma em criptomoedas.
Assim, e como forma de «reforçar a segurança
e aumentar a transparência» desta plataforma,
a Worldcoin passa a pedir a «verificação
presencial de idade», para que apenas pessoas
com «mais de dezoito anos» se possam propor
para a leitura da íris; e a possibilidade de «apagar
a verificação do World ID através da eliminação
permanente do código da íris». Estas duas
actualizações à política de segurança da
Worldcoin, reveladas por Ricardo Macieira,
director regional para a Europa da Tools for
Humanity – a empresa por trás da Worldcoin
– vão ser «implementadas a nível global» e
não apenas nos países onde as autoridades
levantaram dúvidas sobre os procedimentos
da empresa. Lembre-se que, por exemplo, em
Portugal e Espanha, a Worldcoin está impedida
de exercer a sua actividade; cá, a suspensão
vigora até 24 de Junho. Este é o período definido
pela CNPD para fazer uma investigação sobre
o modus operandi e a legalidade da recolha de
dados biométricos por parte desta empresa.
Enquanto apagar o código da íris na app depende
de cada utilizador, a verificação de idade estará
a cargo de terceiros: «Será feita por uma empresa
externa e não pelos funcionários da Worldcoin.
Vai ser muito simples, como acontece nas
RICARDO DURAND
discotecas, com a validação a ser feita com
base num documento emitido pelo Governo,
passaporte ou CC», garantiu Ricardo Macieira.
Contudo, e como neste momento, a actividade
da empresa está suspensa, a escolha desta
empresa ainda não foi feita: «Estamos a avaliar
qual será a melhor opção, entre as entidades
habilitadas para fazer este controlo de
identificações pessoais».
MAIS SEGURO QUE APPS DA META
Sobre o facto de estas duas mudanças serem
senso comum em aplicações que lidam
com a recolha de elementos relativos à
identidade pessoal, o que evitaria terem de
ser adoptadas na sequência de investigações
por entidades governamentais, Tiago Sada
(director de produto, engenharia e design
da Tools for Humanity) faz uma comparação
com as redes sociais: «A Worldcoin é mais
privada que o Facebook e que o Instagram,
duas redes sociais que não pedem verificação
de idade. E estes dois serviços sabem tudo
sobre nós, onde moramos, onde estamos…
a nossa plataforma é completamente anónima,
tem mais medidas de segurança que as redes
sociais».Ricardo Macieira lembra ainda que
a empresa «cumpriu sempre com todos os
requisitos da CNPD» e até foi além disso:
«Todas as vezes que nos foi pedida informação,
respondemos com a máxima rapidez.
Os processos foram seguidos».
 TIKTOK LANÇA APLICAÇÃO PARA
CONCORRER COM O INSTAGRAM
A Notes é nova app do TikTok, que serve apenas para partilhar fotografias
com actualizações de texto, sendo quase uma réplica daquilo que
o Instagram era, no início, quando estava exclusivamente dedicado
a imagens. A aplicação tem uma área com recomendações, um feed
e quer concorrer directamente com a plataforma da Meta.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA No X, a empresa anunciou a novidade e partilhou a sua expectativa:
«Esperamos que a comunidade use o TikTok Notes para continuar
PODE ESTAR A CHEGAR AO INSTAGRAM a partilhar os seus momentos através de publicações de fotografias.
A Meta quer fazer chegar os seus serviços de IA generativa a mais utilizadores Quer se trate de documentar aventuras, expressar criatividade ou,
e está a testar a integração da tecnologia em diveras áreas do Instagram, simplesmente, mostrar momentos do dia, a experiência do TikTok Notes
como na barra de pesquisa, para ajudar a descobrir conteúdos mais foi concebida para aqueles que gostam de partilhar e interagir através
facilmente; e na área das mensagens, para ter conversas com um chatbot. de conteúdos fotográficos». Para já, a aplicação está apenas disponível
Além de fazer perguntas, é possível procurar sugestões no Reels ou usar um na Austrália e no Canadá, sendo que o TikTok ainda não revelou quais
dos prompts pré-definidos. Um porta-voz da Meta disse ao site TechCrunch os planos de lançamento em outras geografias. M . F .
que as «experiências estão a ser desenvolvidas em várias fases» e que os
testes estão «limitados» a alguns utilizadores. Assim, não é ainda possível
determinar de que forma a IA generativa vai estar disponível no Instagram
ou quando. Além disto, a actualização de estado na app - as Notas - vai, em
breve, ter mais destaque: até agora, só estava visível na caixa de entrada
das Mensagens mas, em breve, também será visível directamente nos perfis
dos utilizadores. Com a mudança, a rede social quer aumentar a visibilidade
da funcionalidade e permitir uma maior interacção com os utilizadores.
A plataforma está também a testar a possibilidade de esta opção ser
mais colaborativa, deixando fazer perguntas aos amigos que podem ser
respondidas nas Notas. A actualização deve estar disponível para todas as
contas do Instagram, em breve. M . F .

# Apple De acordo com a Bloomberg, a marca da maçã vai ter Mac com processadores M4 ainda este ano, para rivalizar com os AI PC.

INELASTIC, C-HANCE E GLYCANREAD SÃO OS NOVOS PROJECTOS

DE CIENTISTAS PORTUGUESES FINANCIADOS PELO ERC
A Fundação para a Ciência e a Tecnologia anunciou
que o Conselho Europeu de Investigação (ERC)
vai financiar mais três projectos nacionais, que
se juntam, assim, aos cinco que já tinham sido
anunciados em Janeiro deste ano: FoodConnect,
Unmask, Snail, PolarScopEU e DESignSX.
Agora, os escolhidos para receberem fundos do
ERC, no âmbito do concurso Advance Grant 2023,
são os Inelastic, C-hance e Glycanread. Destes três,
a FCT apenas revelou o valor atribuído ao primeiro:
3,5 milhões de euros, uma vez que é o único
que está baseado em Portugal. Desta forma,
o valor total (desde 2021) de financiamento
atribuído a projectos nacionais sobre de 85
para 88,5 milhões de euros.
O Inelastic (Linking the scales towards non-
-conventional polymer composite structures)
enquadra-se na área da «engenharia mecânica»
e tem como objectivo a descoberta de «materiais
compósitos não convencionais» para tentar fazer
a «descarbonização do sector aeroespacial». O líder
deste projecto é Pedro Camanho, do Laboratório
Associado de Energia, Transportes e Aeronáutica;
Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia
Mecânica e Engenharia Industrial; e Universidade
do Porto. Os outros dois, apesar de terem autores
portugueses, foram desenvolvidos em duas
universidades fora do País: Nuno Maulide, na de
Viena (Áustria) e Paula Mendes, na de Birmingham
(Inglaterra). Nuno Maulide é o responsável pelo
C-hance (Carbon- Hydrogen bond activation
via a new charge control approach); a missão
é «revolucionar a forma como os químicos
orgânicos olham para a ligação C-H, omnipresente
nas áreas da biologia e química, com um impacto
generalizado na transformação de compostos e nos
seus métodos de síntese». Já Paula Mendes
desenvolveu um projecto para «obter novos
biossensores», ao cruzar «diversas áreas como
a biotecnologia, química e materiais». O objectivo do
Glycanread (New frontiers in glycan recognition
and detection), é melhorar as «abordagens
diagnósticas e terapêuticas», na Saúde. R . D .

11
 02 ON

TCL X955 MAX: A «MAIOR TELEVISÃO LED QD-MINI DO MUNDO» VAI CHEGAR À EUROPA
Foi anunciada na CES 2024 (que decorreu
em Las Vegas, no princípio de Janeiro) e,
agora, fica prometida a sua chegada à
Europa. A 115TCL X955 Max é uma televisão
«QD-Mini LED 4K com 144 Hz com Google
TV e sistema de som Onkyo 6.2.2».
O tamanho? São 115 polegadas, o que
leva a marca a dizer que este é o «maior
televisão LED QD-Mini do mundo».
Este modelo, que ainda não tem data de
chegada confirmada ou preço (embora seja
provável que ronde os vinte mil euros), vem
com as tecnologias «4K HDR Premium
5000, Motion Clarity Pro» e inclui um
«conjunto completo de Mini LED de sexta
geração com mais de vinte mil zonas».
Garantidas estão ainda as funcionalidades
«Game Master Pro 3.0, HDMI 2.1, ALLM,
FreeSync Premium Pro, TCL Game Bar, 240
Hz Game Acelerador e todos os formatos
HDR mais recentes», destaca a TCL. Em
conjunto com a 115TCL X955 Max, a marca
chinesa confirmou que há mais três séries
de televisões que vão ser vendidas na
Europa: TCL C85, C745, C65 e P75, com
praticamente as mesmas tecnologias que
o modelo X955 Max. R . D .

# Uber A app começou a lembrar os passageiros para usarem cinto de segurança. Para já, a funcionalidade está
disponível nos EUA, Reino Unido, Taiwan, América Latina e África, mas vai chegar a outras geografias, em breve.

FERRAMENTAS DE IA DA GOOGLE PARA EDIÇÃO DE FOTOS

VÃO CHEGAR GRATUITAMENTE A MAIS DISPOSITIVOS
Após três anos em que as ferramentas de edição
de fotos por inteligência artificial da Google
foram um exclusivo dos Pixel e dos subscritores
Google One, a empresa anunciou que as vai
disponibilizar gratuitamente a mais utilizadores.
Em breve, quem usar o Google Fotos e tenha
dispositivos que cumpram os requisitos mínimos,
vão poder usar ferramentas como a ‘Borracha
mágica’ (Magic Eraser), que serve para remover
objectos indesejados das fotografias, como
pessoas que estejam em plano de fundo no
fundo; a ‘Mais nitidez’ (Photo Unblur), que
permite ajustar o foco das fotos; e o ‘Editor
mágico’ - contudo, se não tiver um Pixel ou uma
assinatura premium do Google One, apenas terá
direito a dez utilizações por mês. A Google lançou
ainda uma nova versão da app ‘Localizar os meus
dispositivo’ (Find My Device), que usa uma rede
de mais de mil milhões de dispositivos Android
para ajudar os utilizadores a encontrarem
equipamentos compatíveis que tenham sido
perdidos e é compatível com tags semelhantes às
oferecidas pela Apple e Tile. Esta ferramenta pode
ser usada para emitir um som de alerta e mostrar
a sua localização num mapa, mesmo que os
dispositivos estejam desligados, e funciona com
dispositivos que tenham Android 9 ou posterior.
Para já, a opção apenas está disponível nos
Estados Unidos e Canadá, mas a nova app vai
chegar a todo o Mundo, em breve. P . T .

12

KOBO A CORES: ESTES LEITORES
DE EBOOKS DEIXARAM DE VER
O MUNDO A PRETO E BRANCO
Quando pensamos em leitores de livros digitais,
normalmente vêm-nos à cabeça um dispositivo
semelhante a um tablet com um ecrã a preto e branco,
uma forma de facilitar a leitura. Contudo, há alguns
modelos a cores, e chegou a vez de a Kobo entrar neste
campeonato, como os novos Libra Colour e Clara Colour,
com ecrãs a cores E-Ink Kaleido 3 de sete e seis
polegadas (1264 x 1680). Estes modelos têm, no entanto,
mais definição a preto e branco que a cores: 300 ppi no
primeiro modo e apenas 150 ppi no segundo. Na lista
das características técnicas partilhadas entre estes dois
novos leitores estão ainda um processador de 2 GHz,
conectividade Bluetooth, Wi-Fi e USB-C, IPX8 (à prova
de água) e compatibilidade com quinze formatos de
ficheiros. Ambos podem ainda ser usados com os
audiolivros da Kobo e trazem a tecnologia de redução
de luz azul ComfortLight PRO.
No que os distingue, além da dimensão do ecrã, temos
a autonomia, o peso e o armazenamento. O topo de
gama Libra Colour tem 32 GB, 199,5 gramas e vem com
uma bateria de 2050 mAh, que a marca diz durar até
«quarenta dias. O Libra pode ainda ser usado com
a caneta digital Kobo Stylus 2 (69,99 euros). Já o Clara
Colour, que não é compatível com este acessório, fica-se
pelos 16 GB e por uma bateria de 1500 mAh (42 dias com
as mesmas condições do livro); este modelo é, ainda,
mais leve que o Libra: 174 gramas. Além destes dois
eReaders a cores, a Kobo anunciou ainda um Clara BW,
com um ecrã a preto e branco de seis polegadas (16 GB,
processador de 1 GHz, autonomia até 53 dias e 174
gramas); e novas capas SleepCovers nas cores Butter
Yellow, Candy Pink e Cayenne Red. Estes novos leitores
de eBooks ficam disponíveis a 30 de Abril, online e em
«algumas lojas seleccionadas» com preços de 229 (Libra
Colour) e 159,99 euros (Clara Colour); o Clara BW fica
por 139,99 euros. R . D .
UP AND DOWN
Mafalda Freire
SAMSUNG VOLTA A SER LÍDER
NAS VENDAS DE SMARTPHONES
O ano de 2024 marca o regresso da
sul-coreana ao topo. Dados da IDC
mostram o regresso da Samsung, no
primeiro trimestre de 2024, à liderança
das vendas mundiais de smartphones
com 60,1 milhões de unidades e uma
quota de mercado de 20,8%. A Apple
desce ao segundo posto: foram 50,1
milhões de unidades vendidas e uma
quota de 17,3%; o terceiro lugar continua
a ser da Xiaomi, com 40,8 milhões
de telemóveis.
APPLE MARCA PONTOS
NA SUSTENTABILIDADE
A marca da maçã foi uma das primeiras
a apostar num programa de reparação
e, em breve, os utilizadores e as lojas
oficiais vão poder utilizar peças usadas
da Apple para reparar os dispositivos,
em vez de componentes novos. Este
é um grande passo da empresa de
Tim Cook em direcção a um maior nível
de sustentabilidade, além de trazer
benefícios dos consumidores. É um
exemplo que devia ser copiado por
mais empresas.
O RENASCIMENTO DO FALLOUT
Depois da adaptação de The Last of Us
ter sido um sucesso, a transformação do
jogo da Bethesda em série (pelo menos,
a julgar pelos episódios iniciais) também
promete ser uma das melhores de
sempre, mantendo a essência do jogo.
Além disso, a série da Prime Video está
a causar uma onda de compras e o
aumento significativo do número de
jogadores das diversas versões de
Fallout, segundo os dados
da loja Steam.
ELON MUSK, SEMPRE
É raro o mês em que dono do X não entra
no nosso top e a verdade é que continuam
a existir motivos para isso: as vendas da
Tesla caíram 8,5% no primeiro trimestre
de 2024, o que vai originar o despedimento
de 10% da força de trabalho, de onde
também saíram dois vice-presidentes;
e as entregas do Cybertruck, estão
atrasadas. Além disso, segundo um
relatório do The WSJ, há diversos
terminais Starlink a serem utilizados pelas
forças russas, na Ucrânia. Já para não falar
da “guerra” com a justiça brasileira,
mas, aqui, até consideramos que
Elon Musk está “inocente”.
CARRIS, DIGITALIZAÇÃO MAL FEITA
A empresa de transportes desenvolveu
uma app para fazer o carregamento dos
passes mensais, mas ao fim de dois meses
da CARRISWay não é possível dizer bem
deste novo serviço. No primeiro mês,
o título carregado não estava correcto,
por culpa da Carris. Isto envolveu uma ida
a um posto físico de atendimento para
fazer a alteração (valha a verdade que, aí,
o processo foi ultra-rápido).
No segundo mês, o carregamento não foi
feito porque o serviço não funcionou nos
primeiros dois dias. Custa-me a acreditar
que ninguém testou a app para detectar
a anomalia inicial e que não pensaram
que, nos primeiros dias do mês, iam ter
uma afluência que exigiria terem maior
capacidade de resposta. A transformação
digital não é só por tudo online
e no smartphone.
CIBERATAQUES CRESCEM EM 2024
A Check Point revelou dados relativos três
primeiros meses do ano que fica marcado
por um aumento de 5% dos ciberataques
em todo o mundo, em relação ao mesmo
período de 2023. A Europa foi a região
onde os ataques de ransomware mais
cresceram (46%); já a Microsoft foi a marca
mais “usada” em campanhas de phishing
(38%). É caso para dizer que todo
o cuidado é pouco.
13
03 INFOGRAFIA
MAFALDA FREIRE

PORTUGAL “BRILHA” NO 5G
O estudo 5G QoE Benchmarking Report da MedUX, que
mostra a qualidade e experiência de utilização desta rede
Top 3
na Europa, prova que Portugal tem um bom desempenho: Fiabilidade
Lisboa e Porto lideram em velocidade e cobertura. da rede (consistência de desempenho)
Milão
2,231
Ranking geral da qualidade da experiência (QoE) Barcelona
2,224
4,688 4,653 4,649 4,639 4,634 4,623 Porto
4,501 4,460 4,446 2,217
4,390

Disponibilidade
da rede (taxa de registo)
Porto
90,70%
Berlim
89,62%
Paris
87,02%

Média europeia 75%

Velocidade
de download (valor médio, em Mbps)
Barcelona

Munique

Londres
Madrid
Berlim

Lisboa

Lisboa
Porto

Roma
Milão
Paris

528,1
Porto
445,9
Barcelona
326,1
Paris
1300
Velocidade máxima atingida

Vencedores de outras categorias

Velocidade
de upload (velocidade média - Mbps)
Lisboa
64,3
Porto
46,5
Barcelona
Dados e OTT Experiência Acesso Gaming 44,2
Berlim de streaming Lisboa Milão Porto
Milão 302
Velocidade máxima atingida

14
 04 START-UP
MAFALDA FREIRE

VAWLT CRIA Esta startup portuguesa, com sede em Lisboa, nasceu com
o objectivo único de «resolver um problema exclusivamente

“SUPERCLOUD” QUE
científico» e dar resposta a uma questão: «Será possível cortar
totalmente a dependência operacional de fornecedores de cloud
individualmente no armazenamento de dados?», lembra Ricardo

PERMITE ÀS EMPRESAS Mendes, CEO e co-fundador. Este responsável e os colegas

investigadores do grupo de I&D da LASIGE (Universidade de

ARMAZENAR OS DADOS
Lisboa), Alysson Bessani e Tiago Oliveira, começaram cedo
a desenvolver a tecnologia que, hoje, é a base da solução da Vawlt,
mas apenas anos mais tarde começaram a operar enquanto

DE FORMA SEGURA empresa. O empreendedor revela que conseguiram «provar, não

apenas que é possível, mas também mais eficiente, seguro, e com
vários benefícios que extravasam o plano operacional e financeiro»
fazer o armazenamento dos dados num ambiente multicloud.
NOME DA EMPRESA: VAWLT
QUANDO FOI CRIADA: 2018 Assim, em 2019, após terem sido «desafiados por várias
FUNDADORES: RICARDO MENDES, ALYSSON BESSANI E TIAGO OLIVEIRA entidades», a tecnologia chegou ao mercado e tem «feito o seu
MISSÃO: PROMOVER O CONTROLO, A SEGURANÇA caminho rumo à visão da Vawlt», acrescenta. Esta, passa por
E A SOBERANIA DOS DADOS «conceder às organizações o controlo total sobre os seus dados,
SITE: VAWLT.IO fomentando um mundo onde a segurança e a soberania
dos dados são salvaguardadas sem esforço».

O OURO DAS EMPRESAS

A startup nacional criou uma solução
de armazenamento de dados
em que a informação está em múltiplas clouds
e que oferece protecção contra ciberataques.
A Vawlt tem mais de duzentos clientes
e ambiciona alcançar um espaço «relevante
no mercado global».
Com sete colaboradores, a Vawlt
está «activamente a recrutar para várias áreas,
desde desenvolvimento de produtos a vendas
e marketing», entre outras, e quer «triplicar
a equipa» durante 2024, diz Ricardo Mendes.
Ricardo Mendes esclarece que, actualmente, os «dados são
o novo ouro» e que ter controlo sobre os mesmos «deixou de ser
uma questão apenas operacional relacionada com a continuidade
da operação de um negócio», para ser uma questão «estratégica
e de longo prazo». É por este motivo que a solução da Vawlt tem
tido tanto sucesso e já conseguiu captar financiamento no valor
total de três milhões euros. Assim, a startup desenvolveu um
software que cria uma «abstração de uma “supercloud” segura
e independente feita em cima de múltiplos fornecedores de
nuvem (pública ou privada) e/ou soluções on-premise,
fornecendo privacidade, integridade, tolerância a faltas ao nível
do fornecedor, e ainda protecção contra ataques, como os de
ransomware», para que as organizações nunca percam o seu
bem mais precioso: os dados. Estes, podem ser armazenados
em ficheiros ou objectos, são «encriptados» e, depois, «partidos
em segmentos e distribuídos por múltiplos fornecedores de
armazenamento», que podem ser facilmente substituídos,
para que as empresas não fiquem «dependentes de qualquer
fornecedor de cloud». Tudo isto permite benefícios de «eficiência
e desempenho», assegura o CEO da Vawlt. «É a solução a ter em
conta para estratégias de armazenamento e protecção de dados
verdadeiramente sólidas e saudáveis no longo prazo», garante
Ricardo Mendes.
FUTURO PASSA PELA INTERNACIONALIZAÇÃO
Hoje, a Vawlt tem «mais de duzentos clientes a nível nacional»
e «alguns clientes iniciais» em outros países. Agora, os planos
passam pela expansão internacional, salienta Ricardo Mendes:
«Já temos várias actividades em curso tanto no centro e norte
da Europa e Reino Unido, como no Brasil, que têm demonstrado
óptima aceitação e interesse. Estes são os alvos, no imediato.
Planeamos fazer abordagens iniciais ao mercado norte-ameri-
cano no segundo trimestre de 2025». A longo prazo, as metas
estão também delineadas, já que a startup tem tido um «bom
feedback», quer do «mercado», quer «dos clientes».
O responsável diz que a Vawlt tem uma «solução que acrescenta
muito valor às empresas, tanto no domínio estratégico como
operacional» e que esta «só vai melhorar». Assim, a ambição
passa por «ganhar um espaço relevante no mercado global de
armazenamento e da protecção de dados». O CEO reconhece
que o desafio é «grande», mas assegura que a qualidade
e resiliência» da Vawlt também.

16
 B
05

O
DEFEITOS ESPECIAIS
RICARDO DURAND / Editor

20 / RECUPERE OS DISCOS
VIDA NÃO ANTIGOS E DÊ-LHES
ENCONTRADA UMA NOVA VIDA 06 OPEN SOURCE

A Mafalda Freire ensina a usar uma

Tenho um carinho especial por docking station para ligar os seus discos 28 / O SteamDeck,

séries portuguesas e acho que,
principalmente nos últimos anos,
a produção nacional subiu de nível,
o que acabou por ser reconhecido
pelas plataformas de streaming
internacionais: vejam-se os
exemplos de Glória e Rabo de
Peixe. Mas as chamadas séries
“domésticas”, as que não se
internacionalizam (pelo menos,
PEDRO GASPAR
rígidos antigos e voltar a dar-lhe uso embora não seja um
ou, simplesmente,recuperar documentos pioneiro das consolas
e ficheiros que julgava perdidos. portáteis, ou mesmo
como consola-PC,
22 / USE APP DA NVIDIA conseguiu reunir o melhor
PARA CONTROLAR AS dos dois mundos.
DEFINIÇÕES GRÁFICAS DO PC
A nova aplicação da Nvidia promete
simplificar todas as tarefas de

O
numa primeira fase), também têm
bons argumentos - metaforica
e literalmente. Das últimas que
vi, ficam no meu “panteão” Praxx,
Vanda, Sul e Filha da Lei. A este
configuração de gráficos e de hardware
num único programa. O Pedro Tróia
preparou um guia que explica as principais
funcionalidades deste software.
22:47

grupo de séries para guardar

e ver mais tarde juntou-se, agora,
Erro 404 (que, na Web, significa
que uma página de um site
foi removida e já não existe).
Quando ouvi falar, pela primeira
vez, que a RTP estava a preparar
uma nova produção com Patrícia 07 MACGUIA
Sequeira (argumento, realização)
e Inês Aires Pereira (elenco),
30 / À primeira vista,
RICARDO DURAND

percebi que esta podia ser a minha

próxima série. Além disto, a 24 / LIGUE AS FUNCIONALIDADES a app Calculadora do iOS
história baseava-se em tecnologia, “ESCONDIDAS” DO WINDOWS parece muito simples.
o que me fez redobrar o interesse O sistema operativo da Microsoft tem No entanto, vem com
- não me desiludi. A premissa é uma série de ferramentas que só estão alguns truques na manga
a de uma mulher que, ao perder a disponíveis para quem se inscrever no que podem ser muito
amiga com quem partilhava a casa, programa Insider. Siga as instruções do úteis.
entra em depressão e começa a Ricardo Durand para ter acesso a várias
explorar uma app que lhe dá opções que a empresa testa no seu
a oportunidade de viver outra vida. sistema operativo.
E não, não é o Instagram. Isto
levanta uma questão muito
filosófica: quando estamos tão mal
connosco, o melhor plano é viver
a vida dos outros? Será isto melhor
que viver uma vida de aparências e
risos artificiais em Reels e Stories?
Ou, no limite, como na canção
de Sérgio Godinho, ‘pode alguém
ser quem não é’? A série da RTP
mostra-nos que sim. Basta ficar 26 / CONTROLAR DOIS
à espera por uma notificação COMPUTADORES
COM APENAS UM RATO 08 IA
da Appy e tocar no botão para,
de imediato, sermos transportados Mesmo só com um rato disponível, em
para o corpo de outra pessoa casa ou no escritório, é possível controlar 32 / O Shortwave é um
PEDRO TROIA

e começar a viver a sua vida - o dois PC ao mesmo tempo. Neste serviço online que usa
pior é que alguém também vai tutorial, a Mafalda Freire mostra como inteligência artificial para
viver a nossa. E, isto, é uma coisa é que o pode fazer com a ajuda ajudar a gerir a caixa
que eu não desejava a ninguém. do PowerToys, da Microsoft. de correio electrónico.

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 05 BOOT
MAFALDA FREIRE

RECUPERE OS DISCOS
ANTIGOS E DÊ-LHES
UMA NOVA VIDA
Use uma docking station para ligar os seus
discos rígidos antigos e voltar a dar-lhe uso
ou, simplesmente, recuperar documentos
e ficheiros que julgava perdidos.
Quase todos temos discos rígidos antigos de computadores
que já não temos ou unidades externas das quais perdemos
os cabos e carregadores, muitos dos quais proprietários. Neste
guia, usamos uma docking station para ligar esses discos, ter
acesso ao seu conteúdo e, até, dar-lhes uma segunda vida.

ESCOLHER
1 UMA DOCKING STATION
A primeira etapa é escolher a docking station certa (basta ver em lojas
da especialidade). Vamos usar uma da Lindy, com dois slots, compatível
com discos HDD e SDD mais antigos, de 3,5 ou 2,5 polegadas, além de
ligações SATA. Se tiver apenas uma unidade armazenamento e quiser
mantê-la permanentemente ligada ao computador, a melhor opção é
mesmo uma caixa ou um caddy, mais adaptados para serem usados
a longo prazo.

RETIRAR
2 O DISCO DA CAIXA
Se a unidade de armazenamento já estiver fora do PC, este passo pode
ser ignorado. Caso contrário, aconselhamos a procurar instruções em
texto ou um vídeo na Web sobre como desligar um disco rígido: tenha
cuidado ao retirar a ficha que liga o disco à motherboard e a de
alimentação, para não danificar essas ligações. No nosso caso, vamos
usar um HDD de 2,5 polegadas.

LIGAR
3 A DOCKING STATION
Depois de retirar o disco do computador, veja de que lado está a ligação
que permite a transferência dos dados e a alimentação - é quase
impossível ligar incorrectamente o disco rígido, já que só entra de uma
maneira. Certifique-se de que a dock está desligada para não existir um
pico de corrente quando coloca a unidade de armazenamento. As abas
que cobrem as ligações SATA da nossa docking station têm uma abertura
para unidades de 2,5 polegadas. Se for esse o seu caso, pressione a aba
para ver melhor como encaixar correctamente o disco sem causar danos.
Um disco de 3,5 polegadas é mais fácil de ligar, uma vez que haverá
menos possibilidades de não acertar com o sítio onde o tem de ligar. Em
qualquer dos casos, verifique sempre se o disco está correctamente
encaixado; depois, ligue a docking station a uma porta USB do PC. Se
a estação tiver uma porta USB-A azul, significa que é 3.0 ou 3.1 - desta
forma, será compatível com uma velocidade de transmissão de dados
superior; caso também tenha uma USB 3.0 no seu computador, vai
conseguir transferir ficheiros e outros dados de forma muito mais rápida.
No final de ter tudo montado, ligue o interruptor da docking station.

20
 ACEDER
4 AOS FICHEIROS
Se o disco não tiver falhas, o Windows deverá identificá-lo facilmente
e estabelecer a ligação. Abra o ‘Explorador de Ficheiros’ e procure
a unidade de armazenamento na barra lateral, à esquerda, onde lhe terá
sido atribuída uma letra (como ‘D:’ ou ‘E:’) e um nome. Caso o disco não
apareça, pode estar danificado ou querer apenas dizer que o sistema
operativo não o consegue utilizar. Neste caso, carregue no ícone do
‘Windows’, escreva partição e clique em ‘Criar e formatar partições
do disco rígido’. Isto abre a ferramenta ‘Gestão de Discos’, que lista
todas as drives. Aqui, temos várias unidades em funcionamento - ‘C:’ 1
é o disco rígido interno no qual está o sistema operativo; ‘D:’ 2 é uma
unidade de backup; depois, há mais uma que está ligada à docking
station 3 . O Windows afirma que este disco está ‘Não inicializado’, o que
pode querer dizer que não está formatado ou que há um problema com
od ficheiros. Nesta situação, podemos tentar ter acesso aos dados com
um software de recuperação e fazer uma cópia: para isto, usamos
o EaseUS Data Recovery Wizard (bit.ly/3J8HqSr). Aqui, a versão gratuita
pode não ser suficiente, já que está limitada a 2 GB de dados. Se comprar
ou fizer uma subscrição mensal do programa, deixa de ter limite de dados
e, assim, pode beneficiar da opção de recuperação automática, o
‘Auto-Recovery’. Por definição, os ficheiros serão guardados na unidade
‘C:’, mas recomendamos que crie uma subpasta para encontrar mais
facilmente a informação. Clique em ‘Selecionar a Pasta’ 4 , navegue
até à mesma e faça ‘OK’.
1

2
FORMATAR
5 O DISCO
3 Quer consiga recuperar, ou não, os ficheiros, terá de limpar a unidade
antes de a poder utilizar novamente. No ‘Explorador de Ficheiros’, clique
com o botão direito do rato no disco em questão e seleccione ‘Formatar’.
Caso o disco não apareça, terá de o apagar através da ‘Gestão de
Discos’: clique com o botão direito do rato na unidade e, em seguida,
seleccione ‘Inicializar disco’. Deixe as opções como estão na caixa que
aparece e clique em ‘OK’ 1 . Se o aviso ‘Não inicializado’ mudar para
‘Online’, pode tentar formatar o disco. Clique com o botão direito do rato
na caixa ‘Não atribuído’ > ‘Formatar…’ > ‘Novo volume simples’. Siga as
instruções e faça ‘Concluir’ - o Windows vai tentar formatar a unidade.
4 No início, o nosso disco não foi formatado e recebemos um aviso:
‘O dispositivo não está preparado’ 2 . No entanto, tentámos novamente
e, desta vez, funcionou 3 .

21
05 BOOT
PEDRO TRÓIA

USE APP
DA NVIDIA PARA
CONTROLAR
AS DEFINIÇÕES
GRÁFICAS DO PC
A nova aplicação da Nvidia promete
simplificar todas as tarefas de configuração Desde 2013 que os utilizadores de hardware desta marca
de gráficos e de hardware num único podem (ou têm) de usar aplicação GeForce Experience para
actualizar os drivers da placa gráfica ou optimizar as definições
programa. dos gráficos dos jogos. Porém, se precisarem de fazer outra qualquer
configuração, têm de usar o painel de controlo da Nvidia, já para
não dizer que o GeForce Experience obriga a ter uma conta.
Mas esta confusão chega ao fim com a app Nvidia, que consolida
tudo num único local: é muito mais que uma skin em cima do GeForce
Experience e faz muito mais. No entanto, apesar de ainda haver
definições que só podem ser alteradas com recurso ao painel
de controlo, com esta aplicação é possível configurar definições
1 de VSync, o tamanho da cache dos shaders, actualizar os drivers
e alternar entre as versões Studio e Game Ready dos drivers
da placa gráfica.

INSTALAÇÃO
1 A instalação da aplicação da Nvidia é muito fácil: basta aceder a
nvidia.com/en-us/software/nvidia-app e clicar no botão ‘Download Beta’ 1 .
É importante dizer que o programa ainda está em fase de testes, por isso
podem surgir alguns problemas, como crashes. Se usar o PC para trabalhos
1 importantes, talvez seja melhor esperar que a Nvidia lance a primeira
versão estável da aplicação antes de a experimentar. O instalador pode
demorar algum tempo e até bloquear a meio do processo - esta é mais
uma indicação de que este programa ainda precisa de um pouco de trabalho.

O PRIMEIRO ARRANQUE
2 A primeira coisa que vê depois de abrir a aplicação pela primeira vez
é uma caixa que permite escolher entre a versão ‘Game Ready’ e ‘Studio’ 1
dos drivers da placa gráfica. Ambas fazem a mesma coisa: permitir ao PC usar
os recursos de processamento da GPU. A ‘Game Ready’ é a que é actualizada
1 mais frequentemente e optimizada para vários jogos; já a ‘Studio’ não tem
optimização para jogos, porque foi criada para aceleração de software
com vista à criação em 3D ou edição de vídeo, tudo coisas que precisam
de mais estabilidade. Claro que é possível executar estas aplicações com
2 os drivers para jogos ou correr jogos com os drivers Studio, mas, neste
último caso, o desempenho não é o mesmo.

A PÁGINA PRINCIPAL
3 Depois de escolher os drivers que vai usar, aparece a página principal
da aplicação. Ao contrário do que acontece com o GeForce Experience,
a aplicação Nvidia está dividida por separadores, do lado esquerdo 1 .
Na parte de cima estão anúncios da Nvidia e, abaixo, os jogos que usa
mais 2 . Tal como no GeForce Experience, os jogos têm de ser compatíveis
para aparecerem na lista. Se clicar num dos títulos, pode executá-lo
ou alterar as suas definições.

22
A INTERFACE PRINCIPAL n Este botão leva-nos de volta ao ecrã principal.

Esta é a janela principal n Este indicador mostra-nos

da aplicação da Nvidia; embora se estamos, ou não, a
tenha mais ou menos as mesmas usar uma conta Nvidia;
opções que a GeForce ao contrário do GeForce
Experience, a interface Experience, esta app não
é diferente e mais simples. obriga os utilizadores
a criarem uma conta.

n O botão ‘See all’, como

n Aqui, pode gerir as actualizações
dos drivers da placa gráfica, o nome indica, serve para
fazer o upgrade para a versão ver todos os títulos
mais recente ou um downgrade (aplicações e jogos) que
para a versão anterior, tenham sido reconhecidos
se estiver com problemas. pela aplicação.

n Acesso às definições n Esta é a biblioteca

gráficas gerais da Nvidia. de jogos reconhecidos
pela aplicação: a
visualização é
n O ecrã de ofertas e simplificada e mostra,
promoções da Nvidia por defeito, os jogos
e parceiros. mais recentes.
n A partir daqui, pode aceder às definições da aplicação.

ONDE ESTÃO OS JOGOS?

4 Se estiver a usar esta aplicação pela primeira vez, terá de definir os
1 locais onde os jogos estão instalados, para que a aplicação consiga aceder
a essas pastas. Clique no separador ‘Settings’ faça scroll até encontrar ‘Games
and apps’, clique em ‘View and modify’ e indique onde é que os jogos estão
instalados 1 . Se tiver apenas uma unidade de armazenamento, este processo
é rápido; caso tenha mais que uma, pode demorar. A aplicação Nvidia
consegue optimizar automaticamente as definições dos seus jogos, tendo
em conta a placa gráfica instalada - isto pode ser feito ligando o interruptor
2
‘Automatically optimize newly added games and applications’ 2 . Assim,
vai poupar tempo, porque não necessita de andar a alterar as definições
dos jogos. Mas como tudo tem um lado menos bom, quando liga esta
funcionalidade pode não tirar todo o partido do seu hardware gráfico.

OPTIMIZAÇÃO
5 Clique em ‘See all’ junto à biblioteca de jogos no ecrã principal,
ou no separador ‘Graphics’, para ver uma lista completa dos jogos que
1
aplicação encontrou no computador. Aqui, pode alterar as definições
individualmente, desde os níveis de detalhe até ao DLSS e VSync. Os jogos
que estiverem optimizados aparecem com um visto a verde. Nas definições
de cada jogo, está um cursor 1 que permite adaptar os níveis de desempenho
2 e de detalhe dos gráficos. Mas a parte mais interessante está no separador
‘Settings’ 2 , que permite definir uma taxa de actualização máxima, o tamanho
da cache dos shaders (para acelerar o carregamento dos jogos, ocupando um
pouco mais de espaço no armazenamento) e alterar as definições do monitor.

TUDO O QUE NÃO SÃO JOGOS

1 6 Além dos jogos, a aplicação da Nvidia também vai detectar outro tipo
software que usa a GPU. Entre os exemplos, estão o OBS Studio (em que
são oferecidas opções para os métodos de codificação de vídeo)
e o LightRoom, da Adobe ou o VLC 1 .

NOTIFICAÇÕES
7 Abra o separador ‘Settings’ para definir se quer que a aplicação lhe
mostre notificações quando está disponível uma nova versão dos drivers ou
quando há alguma recompensa. Aqui, também pode definir se as notificações
são (ou não) integradas no sistema de notificações do Windows ou se usam
apenas as da aplicação. Também pode definir a prioridade das notificações.

23
05 BOOT
RICARDO DURAND

LIGUE AS
FUNCIONALIDADES
“ESCONDIDAS”
DO WINDOWS O sistema operativo da Microsoft tem uma
série de ferramentas apenas disponíveis
para quem se inscrever no programa
Insider. Isto vai permitir ter acesso a
várias opções que a empresa testa
no seu sistema operativo.
O Windows está constantemente a receber novas
1
funcionalidades, que a Microsoft disponibiliza em versão
Beta, de tempos a tempos. No entanto, muitas estão disponíveis
apenas para utilizadores do Windows Insider, que se registam
para ter acesso a versões de preview do sistema operativo.
A boa notícia é que, muitas vezes, nós próprios podemos activar
estas funcionalidades - uma das maneiras mais fáceis de fazer
isto é com o software ViveTool. Neste guia, mostramos-lhe como
transferir as versões de pré-lançamento do Windows e utilizar
esta aplicação para activar as tais funcionalidades “escondidas”.
Como este é um processo que envolve instalar ferramentas
que estão em teste e/ou são experimentais, faça um backup
2 do seu sistema antes de começar a seguir estes passos.

INSCREVA-SE NO WINDOWS INSIDER

1 Para garantir a entrada no Windows Insider (sem que haja aprovação
da Microsoft), é preciso activar o envio dos dados de diagnóstico opcionais.
Use a combinação de teclas ‘Windows + I’ para entrar nas ‘Definições’ e em
‘Privacidade e segurança’; aqui, ligue a opção correspondente 1 . Depois,
clique em ‘Windows Update’, à esquerda, seguido de ‘Programa Windows
Insider’. Carregue em ‘Introdução’ e, na janela que se abre, escolha ‘Associar
uma conta’ 2 , e seleccione o login Microsoft, que já deve ter activado.

ACTUALIZE O COMPUTADOR
2 2 Faça ‘Continuar’ e escolha ‘Canal Beta (Recomendado)’ 1 - é o que dá
acesso a uma versão do Windows mais estável. Vai ter de clicar novamente
em ‘Continuar’ e, depois, aceitar que o computador reinicie. Quando voltar ao
Windows, regresse ao menu ‘Windows Update’ e clique em ‘Procurar
atualizações’ - passados alguns segundos, entre outras, surge a ‘Windows 11
1
Insider Preview’ 2 . Transfira todas as que aparecem e aguarde pela
instalação e consequente reinício do PC.

24
 INSTALE O VIVETOOL
3 Aceda à página do GitHub Peter Strick (bit.ly/vivetool) para
descarregar o ViVeTool. Este software está num ciclo de actualização, o que
1 significa que existem várias versões disponíveis para serem descarregadas
em qualquer altura. Faça download da mais recente, embora seja melhor
evitar as que estão marcadas como ‘Emergência’ - recomendamos, assim,
a 1.6.2 (faça scroll até encontrar). Aqui, clique na pequena seta que está em
‘Assets’ e depois em ‘ViVeTool.GUI.Setup.exe’ 1 .

IDENTIFIQUE A VERSÃO DO WINDOWS

4 Depois de instalar o programa, inicie-o. Nem todos os recursos
desactivados aparecem em todas as versões do Windows, por isso
é necessário informar o ViVeTool que versão do sistema operativo estamos
a usar. Entre novamente nas ‘Definições’ do Windows, mas agora clique em
1 ‘Sistema’, na barra lateral: deslize para baixo, escolha ‘Acerca de’ e, na parte
das ‘Especificações do Windows’, tome nota do que está em ‘Compilação do
SO’ 1 (no nosso caso, ‘22635.3420’).

SELECCIONE A BUILD
1
5 Volte ao ViVeTool, clique no menu ‘Select Build’ 1 que está no canto
superior direito da janela do programa e seleccione a sua compilação. Se não
conseguir encontrar a versão exacta, procure o número mais próximo, abaixo
desta. No entanto, tenha em atenção que poderá apresentar funcionalidades
que não estão disponíveis na sua versão do Windows.

VEJA A LISTA DE FUNCIONALIDADES ESCONDIDAS

6 Assim que escolhe a versão, o ViVeTool mostra uma lista dos recursos
que tem, passados alguns segundos. Se expandir as secções, vai poder ver
que cada funcionalidade tem um nome e um número de identificação (ID), com
sete ou oito dígitos 1 . Isto é importante, uma vez que identificam a tarefa que
executam. Aqui, nem sempre é fácil encontrar os números que poderemos
querer alterar, uma vez que vários ID podem estar associados a uma única
característica. A melhor estratégia é procurar primeiro uma funcionalidade
1
específica, da qual tenha a certeza que existe na sua versão do Windows, mas
que não está activada.

ENCONTRE OS ID NA WEB
7 Se souber o que uma funcionalidade faz e quiser activá-la,
seleccione-a clicando para que fique realçada a azul. Em seguida, clique em
‘Perform Action’ 1 na parte superior. A outra forma de encontrar funcionali-
dades é procurar os ID, que podem não dizer muito, a menos que faça alguma
pesquisa. Pode procurá-los online, mas isso pode gerar resultados
irrelevantes; é preferível visitar um fórum que ofereça conselhos: por
exemplo, o site Microsoft Community (bit.ly/windowsids) tem uma selecção
de ID 2 que pode usar.

FAÇA UMA PESQUISA MANUAL

1 8 Algumas funcionalidades requerem, ainda, a activação de dois ou mais
ID: exemplo disto, são os que activam a obtenção de resultados de pesquisa
instantâneos Windows: 39281392 e 38665217. Para pesquisar por ID no
ViveTool, clique em ‘Advanced Options (F12)’ 1 e indique o número. À medida
2
que escreve, a app tenta prever a funcionalidade que procura e destaca-a.
Pode activá-la com o botão ‘Perform Action’ 2 . Em seguida, feche o ViVeTool
e reinicie o computador para que as alterações tenham efeito.

25
05 BOOT
MAFALDA FREIRE

CONTROLE
DOIS PC COM
APENAS UM RATO
1 Mesmo só com um rato disponível em casa
ou no escritório, é possível controlar dois PC
ao mesmo tempo. Neste tutorial, mostramos
como é que o pode fazer com a ajuda
do PowerToys, da Microsoft.
Se, no seu dia-a-dia, ou com alguma regularidade, precisa de trabalhar
com dois computadores ao mesmo tempo, como acontece muito na PC
Guia quando fazemos testes de equipamentos, pode ser útil usar apesar um
rato, até porque nem sempre temos à mão dois destes periféricos. No entanto,
é um pouco chato ter de andar constantemente a desligar o rato de um sítio
e ligá-lo noutro, em especial quando se tem portáteis com touchpads muito
sensíveis ou pouco “obedientes” e queremos mesmo utilizar uma alternativa.

1 2
LAN MOUSE
1 A primeira solução gratuita é o Lan Mouse (github.com/feschber/lan-mouse),
que promete a possibilidade de controlar vários PC com um «único rato e teclado»:
basicamente, era app consiste num switch KVM (teclado, vídeo e rato) mas em forma de
software. No entanto, além de a versão para Windows ser difícil de encontrar (está na
área de ‘Assets’ em bit.ly/4aukFEv), é também complexa de usar e surgem vários avisos
quando a executamos. Deixamos a sugestão para quem goste de fazer experiências,
mas não aconselhamos a sua utilização para fãs de programas simples e intuitivos.

POWERTOYS
2 Uma verdadeira opção para todo o tipo de utilizadores, dos menos aos mais
4 experientes, é o PowerToys da Microsoft, disponível em bit.ly/3VWravj. Clique na opção
3 ‘PowerToysUserSetup-0.80.1-x64.exe’ para fazer o download do software e, depois,
instale-o nos dois computadores que está a usar. Abra o programa e procure a opção
‘Rato Sem Limites’: é possível que esteja nos ‘Módulos desativados’ 1 , por isso faça
scroll down até ver essa área. Deslize o slider para activar essa funcionalidade
e faça o mesmo no segundo PC.

USAR O ‘RATO SEM LIMITES’

5 3 Num dos computadores, abra a opção ‘Rato Sem Limites’ e, em ´Chave
de encriptação’ > ´Chave de segurança’, carregue no botão ‘Nova chave’ 1 .
O software gera um código que vai ter usar para que seja possível usar a funcionalidade
e, assim, o rato nos dois dispositivos. Agora no segundo PC clique em ‘Ligar’ 2 ,
coloque a chave gerada e o nome do segundo computador 3 e carregue em ´Ligar 4 ,
que aparece logo após estas duas indicações. Ambos os equipamentos devem aparecer
na área ‘esquema do dispositivo’ 5 .
6
Contudo, quando usámos o rato, nada aconteceu, ou seja, não houve mudança de um
ecrã para o outro. Se isto também lhe acontecer, faça scroll até encontrar a ‘Resolução
de problemas’ e clique em ‘Adicionar uma regra de firewall para Rato Sem Limites’ 6 .
Isto deverá resolver o problema e permitir que o cursor do rato se mova entre os dois
ecrãs dos PC sem complicações.

26
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 06 OPEN SOURCE
PEDRO GASPAR

MAIS QUE UMA

CONSOLA, UM
“NINHO” DE SOFTWARE LIVRE
O SteamDeck, embora não seja um pioneiro das consolas portáteis,
ou mesmo como consola-PC, conseguiu reunir o melhor dos dois mundos.
Tradicionalmente, as consolas são SISTEMA OPERATIVO comandos da consola. Aqui, os utilizadores
PC especializados, cujas funções O SteamDeck vem equipado com SteamOS, têm acesso imediato à sua biblioteca de
foram deliberadamente limitadas pelo uma versão do Linux baseada em Arch, com jogos, sejam eles adquiridos no Steam ou
software restrito, imposto pelos seus dois modos principais de uso: ‘Gaming’ e não. Já o modo ‘Desktop’ (foto em baixo)
fabricantes. Embora as comunidades arranjem ‘Desktop’. Ao iniciar, o dispositivo entra revela um ambiente KDE Plasma, oferecendo
formas de contornar algumas dessas automaticamente no modo ‘Gaming’, uma a liberdade de usar o SteamDeck como
limitações, introduzindo mods em cima do interface optimizada para jogos, projectada um computador tradicional. Embora os
software proprietário (faz parte da diversão), para navegar de forma fácil com os comandos integrados não sejam ideais para
os fabricantes são avessos às alterações
não-oficiais e estamos sempre a uma
actualização de perder as nossos mods.
Tony Chen, software engineer e security
architect na Microsoft, já reconheceu esta
dinâmica e sugeriu que o hardware da Xbox é
desenvolvido tendo em consideração que o
utilizador irá tentar atacá-lo.
Em contraste, a Valve adoptou uma
abordagem radicalmente diferente com
o SteamDeck: este dispositivo, não só
encoraja a liberdade de software, mas
também cultiva uma relação de colaboração
com a sua base de utilizadores. Ao invés de
tratar os entusiastas de mods como
adversários, o SteamDeck encoraja-os.
A abertura do sistema para modificações,
tanto de software, como de hardware,
resultou num florescimento de comunidades
dedicadas, marcando uma nova era de
interacção entre fabricantes de consolas
e seus utilizadores.

28

navegação neste modo, ligar o dispositivo a
uma dock permite a utilização de um teclado
e de rato, transformando-o num PC
completo. Há diversos relatos online de
pessoas que encontraram no SteamDeck
um “salvador”, quando os seus computadores
principais apresentaram problemas,
utilizando-o efectivamente como uma
ferramenta de trabalho.
PROTON
Após enfrentar desafios para persuadir
programadores de jogos a lançarem os seus
títulos para Linux, resultando no insucesso
da sua primeira consola, a Valve
empenhou-se em resolver este impasse.
A solução veio com o Proton, uma camada
de compatibilidade destinada a executar
jogos Windows em Linux. Criado a partir do
Wine, o Proton foi desenvolvido em parceria
com a CodeWeavers: juntos, implementaram
melhorias significativas, especialmente na
optimização da aceleração gráfica.
O resultado? Hoje, a vasta maioria dos jogos
criados exclusivamente para Windows não só
correm em Linux através do Proton, mas
muitos apresentam desempenho superior
nesta plataforma.
CONCLUSÃO
Podemos dizer que existe, sem dúvida,
um ‘antes’ e um ‘depois’ do
SteamDeck para a comunidade de
gaming em Linux. Graças à estratégia
de tratar o utilizador como “dono”, ao
invés de apenas como “arrendatário”,
esta consola tem tido muita
popularidade. Em vez de a Valve andar
atrás dos produtores de jogos para
que criem jogos para Linux, são os
próprios que têm interesse em
disponibilizá-los nesta plataforma
o mais cedo possível. O SteamDeck
MODS
Como dissemos, a Valve não só tolera
modificações ao SteamDeck por parte dos
utilizadores, também as incentiva. Uma
demonstração clara desta postura é a
disponibilização dos modelos 3D da consola
para a comunidade (foto em cima). Isto não
só facilita que empresas criem acessórios
perfeitamente ajustados, mas também
desafia entusiastas da impressão 3D a
fabricarem as suas próprias capas
personalizadas. Além disso, um dos mods
mais populares envolve a substituição do
SSD por um de maior capacidade, permitindo
que a SteamDeck hospede uma vasta
biblioteca de jogos. O ecossistema de
software para a consola, maioritariamente
de código aberto, também está em pleno
desenvolvimento. Aplicações como o Decky
Loader, que aprimora a interface do
SteamDeck, e o EmuDeck, verdadeiro
canivete-suíço para retrogaming, são apenas
alguns exemplos dos recursos mais usados
pelos proprietários do SteamDeck.
expandiu as fronteiras do gaming
em Linux e também redefiniu as
expectativas de programadores e
utilizadores em relação ao que uma
consola pode ser. Como complemento
a este artigo, a ANSOL conversou com
Pedro Mateus do Linux Game Cast, um
podcast sobre gaming em Linux.
Nesta conversa, pode conhecer em
pormenor a história da SteamDeck
e o percurso do Pedro no gaming em
Linux. Para ouvir pode procurar por
‘Pedro Mateus SteamDeck’ no viste.pt.
Paula
Simões
Secretária na direcção da ANSOL
DRM: UM PROBLEMA
PARA CONSUMIDORES,
CRIADORES,
E PRESERVAÇÃO DIGITAL
As medidas de gestão de direitos
e restrições, também chamadas
‘medidas anti-cópia’ ou ‘DRM’, foram
introduzidas na lei de Direito de Autor de
vários países, sem o cuidado de garantir
as excepções já existentes aos direitos
de autor, como a cópia privada, a
utilização para fins de ensino e a
investigação científica, entre outras.
Tais medidas foram sempre justificadas
como forma de combater a partilha
de ficheiros sem fins comerciais,
mas mais de 25 anos depois da primeira
lei de DRM, podemos concluir que
o DRM não só não impediu essa partilha,
como até a incentivou.
Os DRM, cadeados colocados nas obras
como livros, filmes ou jogos, impedem
a cópia, e impossibilita que o cidadão
possa escolher o software ou hardware
onde quer usar ou ler essa obra. Além
das restrições aos consumidores, as
leis de DRM acarretam problemas
para criadores, sejam autores ou
artistas, e até para editores, uma vez que
transferem o controlo da obra para
as empresas que criaram os DRM.
As instituições de património
começam a encontrar entraves
naturais na preservação digital,
como o envelhecimento do hardware;
e problemas escusados, como os
formatos proprietários e os DRM.
Desde a sua fundação que a ANSOL
tem trabalhado para resolver este
problema e, em 2017, Portugal aprovou
finalmente uma clarificação na lei, que
passou a cumprir a Directiva Europeia
de 2001, para garantir que os cidadãos
possam realizar as utilizações permitidas
pela lei, mesmo nos casos em que
a obra tem DRM, mantendo a proibição
de quebrar o DRM para as utilizações
ilegais. Uma descrição do que foi feito
pode ser lida em bit.ly/fsfe.
29

07 MACGUIA
RICARDO DURAND
SETE TRUQUES PARA
A CALCULADORA DO iOS
Há quanto tempo não usa uma
calculadora a sério para fazer
uma conta, mesmo que básica?
Esta foi uma das coisas que os
smartphones tornaram obsoletas,
pelo facto de nos terem dado
apps mais flexíveis e úteis que
os modelos físicos.
DESLIZAR
1 PARA APAGAR
Se cometer um erro ao digitar um número, não
precisa apagar tudo. Apesar de não ser possível
colocar o cursor no lugar exacto do lapso (como
acontece no texto de uma mensagem, por
exemplo), não tem de tocar no ‘C’ para apagar
tudo. O mais fácil é deslizar o dedo sobre
o número para apagar o último número digitado
- repita até chegar ao que quer substituir.
30
22:47
À primeira vista, a app Calculadora o vai poder fazer, por uma razão muito
do iOS parece muito simples. simples: a Calculadora do iOS nunca teve
No entanto, vem com alguns truques na uma versão para o tablet da Apple.
manga que podem ser muito úteis, desde Ao abrir a aplicação, deparamo-nos
os mais básicos (como o copy/past) aos com um teclado numérico que mostra
mais avançados, como o que permite os habituais números de 0 a 9, assim
transformar a app numa calculadora como as operações mais básicas:
científica. Se tiver um iPhone (mesmo um
mais antigo) vai ser possível experimentar
multiplicação, soma e subtracção.
Mas, por trás desta interface mínima,
todas estas dicas para tirar o máximo esconde-se uma série de opções que
partido desta app; caso use iPad, não tornam a Calculadora muito mais útil.
COPIAR UM RESULTADO
2 NA ‘CENTRAL DE CONTROLO’
Primeiro que tudo, tem de ter o atalho da Calculadora na ‘Central de controlo’: entre nas ‘Definições’ do iOS,
toque na ‘Central de controlo e, na lista ‘Mais controlos’, toque no botão verde com o ‘+’ 1 para o adicionar.
Agora, se quiser copiar o último resultado da Calculadora, mas que já tenha fechado a app, pode fazê-lo
sem a voltar a abrir. Deslize o dedo a partir do canto superior direito do iPhone para lançar a ‘Central de
controlo’, toque no ícone da Calculadora 2 e deixe ficar o dedo até aparecer uma caixa com a indicação
para copiar o resultado 3 da última conta que fez.
COPIAR/COLAR
4 RESULTADOS NA APP
Para copiar um resultado a partir da app, basta
manter o dedo sobre o resultado e escolher
‘Copiar’; para colar um número de outro lado
para a Calculadora, o método é semelhante,
apenas tem de escolher ‘Colar’.
 USAR A
3 CALCULADORA CIENTÍFICA
Este é um dos segredos mais mal guardados da Calculadora do iOS: para activar
o “modo científico” desta app, basta virar o iPhone para a horizontal (tem de ter
1
a rotação automática de ecrã ligada - faça-o na ‘Central de controlo’ que tem
uma seta circular com um cadeado dentro). De imediato, o ecrã do iPhone fica com
cinquenta botões, entre estes os de funções como as potências, as raízes quadradas
e cúbicas ou as seno, cosseno e tangente, usadas em trigonometria.
Mas há mais: se tocarmos no botão ‘2nd’ 1 aparecem mais dez botões; e se usarmos 2
o ‘Rand’ 2 , a Calculadora gera um número decimal aleatório.

2
3

CONTAS SIMPLES NA FAÇA O iPHONE

5 SIRI E NO SPOLTIGHT
Se quiser fazer contas básicas como somas,
subtracções ou multiplicações, não tem de abrir
a calculadora. Em alternativa, lance a Siri e peça,
por exemplo para fazer uma conta (tem de estar
ligado à Internet): se tiver o assistente em inglês,
tem de dizer as operações em nesta língua:
multiplicação/vezes é ‘times’, soma/mais é ‘plus’
e subtracção/menos é ‘minus’ (se tiver a Siri em
português do Brasil, isto não será necessário).
Também pode recorrer ao Spotlight para fazer
o mesmo: deslize com o dedo para baixo a partir do
centro do ecrã e, no campo de busca, escreva
a conta que quer fazer; para multiplicações, use
o asterisco.
6 DIZER O RESULTADO
Se, por qualquer motivo, quiser que o iOS diga
o resultado em voz alta, primeiro tem de ligar
uma opção em ‘Acessibilidade’. Neste menu das
‘Definições’, entre em ‘Conteúdo enunciado’ 1
e ligue ‘Enunciar seleção’ 2 ; agora, quando
estiver na Calculadora, toque no resultado
e mantenha o dedo pressionado - aparece uma
opção chamada ‘Falar’ 3 , que deve escolher.
O idioma da voz é o do sistema operativo.
MUDE AS CORES
7 DOS BOTÕES
É mais uma opção da ‘Acessibilidade’, para
pessoas com dificuldades em distinguir cores,
mas não há razão para que não a usemos por
razões estéticas. Aqui, faça scroll até ao fim
e escolha ‘Definições por aplicação’. Toque em
‘Adicionar aplicação’ e escolha a Calculadora 1 ,
para a adicionar à lista; entre na opção da
Calculadora e, por exemplo, aumente o
contraste 2 ou ligue a ‘Inversão inteligente’.

31
 08 IA
PEDRO TRÓIA

SHORTWAVE
Aprenda a usar um serviço que tira
partido de inteligência artificial para
ajudar a gerir a caixa de e-mail.

O correio electrónico foi E-MAILS NA ORDEM

das melhores invenções de
sempre: permite enviar e receber
mensagens quase instantanea-
mente a qualquer hora, indepen-
dentemente do local onde
estejamos - por isso, é uma
ferramenta essencial para todos
os que trabalham em vários
sectores, principalmente o dos
serviços. No entanto,
a quantidade de e-mails que
podemos receber por dia, faz
com que, ao fim de pouco tempo,
a caixa de correio fique uma
confusão de tal forma grande,
que não se consegue encontrar
o mais importante.
É aqui que entra o Shortwave
(shortwave.com), uma app para
Android/iOS e uma webapp, que
faz uma gestão automática dos
e-mails, no Gmail. Este serviço
usa inteligência artificial para pôr
a caixa de correio “na ordem” e,
assim, ajudar a trabalhar de uma
forma mais eficaz. As únicas
coisas que temos de fazer é
ensinar ao serviço como é que
queremos que a caixa de correio
seja organizada; também,
é possível usar assistente com
IA que está no lado direito da
interface e que funciona da
mesma forma que o Copilot
do Windows e do Edge.

Se estiver sem ideias, a IA do Shortwave
consegue escrever um e-mail por si.
AUTOMATISMOS
Depois de aceder ao serviço e
ligá-lo a uma conta de Gmail,
é-nos apresentada uma interface
semelhante à desta plataforma
de correio electrónico. Quando
clicamos numa mensagem, na
caixa de correio, abre-se a
habitual área no centro da janela
e, em cima, aparecem cinco
botões de gestão: os três pontos,
que dão acesso a um menu de
contexto para essa mensagem;
o botão ‘pin’, que faz com que
essa mensagem e as posteriores,
nesse assunto, apareçam sempre
no topo da lista; o ‘Snooze’,
para adiar a mensagem; o botão
para apagar a mensagem; e o
visto para indicar que o assunto
relativo a essa mensagem já foi
resolvido. Para ajudar ainda mais,
está presente uma funcionalidade
chamada ‘Bundle’: serve para
juntar todas as mensagens do
mesmo tipo numa única
sequência, para que não perca
o fio à meada. Outros clientes
de e-mail fazem algo parecido
mas, neste caso, o sistema junta
e-mails sobre o mesmo tema, que
vêm de utilizadores diferentes.
Ainda sobre os ‘Bundles’,
o Shortwave também permite
Se não quiser perder tempo, a IA pode
resumir uma ou mais mensagens.
escolher horários de entrega
de grupos de e-mails específicos.
Isto permite organizar melhor
e-mails de determinados
remetentes ou assuntos,
para que não se perca entre
mensagens menos importantes.
A IA SALVA O DIA
Além destes automatismos, o
Shortwave tem um assistente
com IA para fazer várias tarefas
relacionadas com as mensagens
de e-mail, como por exemplo,
resumos de cadeias de e-mail
longas, para que não tenha de
se lembrar daquilo que alguém
disse no início da conversa.
Este assistente também ajuda
a criar respostas para os e-mails
que recebe ou a escrever
mensagens para situações
específicas. O único senão é que
o Shortwave tem a interface em
inglês; contudo, se escrever em
português, terá sempre respostas
O Shortwave pode entender o contexto
e responder a e-mails, sem que tenha
de os escrever.
em português. Se der acesso
ao seu calendário, o Shortwave
também mostra lembretes;
a alternativa é usar o assistente
para perguntar sobre eventos
que estão marcados.
O Shortwave tem um plano
gratuito, mas também há um nível
de serviço pago que oferece mais
funcionalidades de IA. Uma
destas é a de aprender com
o nosso tipo de escrita - depois,
quando pedirmos ao assistente
para nos ajudar a escrever uma
mensagem, o texto, ficará mais
próximo do nosso estilo.
Esta IA também pode olhar para
o calendário para nos informar sobre
compromissos agendados.

32
Na liderança há 11 anos

www.lg.com/pt
09 TEMA DE CAPA

GEMINI, COPILOT
E CHATGPT À PROVA:
QUAL É A MELHOR PLATAFORMA
DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

34
É impossível fugir ao chavão de que a inteligência artificial está a revolucionar a forma
como trabalhamos, criamos e comunicamos. No campo da IA generativa, há três grandes
plataformas que, basicamente, oferecem aplicações gratuitas para criar texto e imagem -
nesta edição vamos testá-las com instruções simples, para tentar perceber qual a que tem
um melhor desempenho numa série de desafios. POR: RICARDO DURAND

Nesta edição da PCGuia, pusemo-nos na pele de um ARTISTAS DIGITAIS

utilizador comum e usámos as três principais plataformas de
IA actualmente disponíveis para descobrir como lidam como pedidos
normais do dia-a-dia. Desafiámos as duplas Gemini/ImageFX (ex-Bard,
da Google), o Copilot/Microsoft Designer (Microsoft) e o ChatGPT/
DALL.E (OpenAI) para serem factuais e criativos, em texto e imagem,
com prompts descomplicados e objectivos.
DOS FACTOS À CRIATIVIDADE
Começámos com o texto: aqui, pedimos às IA três tipos de conteúdo.
Primeiro, uma receita de pastel de nata, seguimos para uma pergunta
sobre um acontecimento factual (‘em que ano, com que reis e em que
tratado se definiram as fronteiras de Portugal?’) e terminámos com
um pedido para escrever um curto texto criativo: ‘imagina um
super-herói português e conta a história da sua origem’ (aqui, ainda
pedimos para gerarem uma imagem do mesmo). Neste último desafio,
avaliámos de que forma as IA integram elementos da História nacional
e atributos que possam ser mais específicos do País.
Nas imagens, usámos dois tipos de prompts: um criativo, neste caso,
pedir às IA que imaginassem uma ‘selecção nacional de futebol em 2011
com jogadores-robots’; e outro factual: ‘uma imagem da Torre Eiffel,
em Paris’. Aqui, vimos ainda que ferramentas-extra têm as plataformas
e, claro, avaliámos os resultados de cada uma destas - foi onde vimos
mais discrepâncias nos seus desempenhos.
Finalmente, reunimos outras capacidades de IA generativa que
podemos usar nos sites de cada empresa e mostramos um conjunto
de outras aplicações de inteligência artificial alternativas a que
podemos recorrer para gerar diversos conteúdos.
COMO TESTÁMOS AS IA
Em todos os desafios, usámos instruções simples, sem grandes
artifícios e sem referir um estilo de imagem ou de texto: deixámos
sempre isso ao critério de cada IA, também para perceber que tipo de
decisões tomam quando falta informação. Foi também apenas feita
uma tentativa para cada prompt.

OS BI DAS IA

Começou por se chamar Bard, mas,
no princípio de Fevereiro deste ano, a
Google mudou-lhe o nome para Gemini.
É baseado no modelo LaMDA e está
integrado com o ecossistema da empresa,
pelo que pode ser usado, por exemplo,
na suite de produtividade Docs. A versão
básica é gratuita, mas para ter acesso
a todas as funcionalidades - Gemini
Advanced - é preciso pagar uma
mensalidade: custa 21,99 euros e
está integrada no plano IA Google One
Premium, com um período de avaliação
gratuito de dois meses. Aqui, é possível,
entre outras coisas, editar e executar
fragmentos de código Python.
gemini.google.com
Criado com base no GPT-4 da OpenAI,
esta plataforma está integrada no browser
Edge e até mesmo no Windows 11, como
assistente pessoal: além das capacidades
generativas, ajuda a encontrar ficheiros.
No Microsoft 365, integra-se com toda
a suite Office (Word, Excel, PowerPoint,
Outlook). Recentemente, a Microsoft
abriu o acesso de todos os utilizadores
da versão gratuita do Copilot ao modelo
de linguagem de larga escala GPT-4 Turbo.
Segundo dados da empresa, em 2023,
esta plataforma chegou aos dez milhões
de utilizadores activos. A versão paga
desta serviço chama-se Copilot Pro
e custa 22 euros por mês.
copilot.microsoft.com
Foi com esta plataforma que tudo
começou, em Novembro de 2022, embora
a OpenAI a tenha lançado em 2020.
A versão gratuita é a única das três que
não acede em tempo real à Internet para
apurar factos, pelo que as respostas
de texto podem ter imprecisões e erros
(o conhecimento do mundo está limitado
até Janeiro de 2022). A versão gratuita
actualmente disponível é a 3; a partir
daqui, temos de pagar para ter acesso a
uma plataforma mais avançada, que pode
analisar tabelas, imagens, código e outro
conteúdo, para fazer resumos e dar
explicações. A mensalidade é de 20
dólares (cerca de 18,50 euros).
chat.openai.com

35
 09 TEMA DE CAPA

A ESCREVER É QUE A GENTE SE ENTENDE

Gerar texto é a principal funcionalidade destas ferramentas de inteligência artificial e o recurso
mais usado pelos utilizadores. Aqui, Copilot, ChatGPT e Gemini mostram as suas capacidades
factuais e criativas quando é preciso “dar ao dedo”.

DESAFIO FACTUAL
‘Em que ano, com que reis e em que tratado se definiram as fronteiras definitivas de Portugal?’
A resposta é bastante simples: Portugal e Castela fizeram um acordo de definição de fronteiras a 12 de Setembro de 1297
(que dura até aos dias de hoje): Tratado de Alcanizes. Na altura, o rei de Portugal era D. Dinis (1279 - 1325) e o de Castela, Fernando IV.

O Copilot desilude: apesar de a pergunta ser directa, a

IA da Microsoft responde (em dezanove segundos) com
informação que, embora sendo verdadeira, não se adequa
ao que pedimos. Em três pontos, menciona o Tratado de Zamora, que
marca apenas o nascimento de Portugal e não define as fronteiras
definitivas; o de Alcanizes, que era o que procurávamos, mas sem
referir os reis; e fala ainda nas fronteiras naturais, mais uma
informação que não pedimos e não está relacionada com a pergunta
inicial. Ainda assim, o Copilot ganha uns pontos pela forma com que
acabou o texto, ao sublinhar a importância do Tratado de Alcanizes
para a definição das fronteiras nacionais.
Tempo de resposta H H H
Fiabilidade da informação H H H H H
Extras H H

Resposta para quase nota 20 do “aluno” da OpenAI: sem

pestanejar, e em pouco tempo, o ChatGPT criou um texto de
570 caracteres que responde com clareza a tudo aquilo que
perguntámos. Esta IA menciona que houve «outras alterações nas
fronteiras de Portugal ocorreram ao longo da história», o que se
pode entender, por exemplo, como uma referência ao caso de
Olivença e a um tratado assinado pelo rei Luís I de Portugal e da
rainha Isabel II de Espanha, na Ajuda, que definiu «limites dos dois
reinos desde a foz do Rio Minho até à confluência do Rio Caia com o
Guadiana», segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros
nacional. Esta resposta foi dada em catorze segundos.
Tempo de resposta H H
Fiabilidade da informação H H H H H
Extras H H H

Se o Gemini fosse um aluno, ganhava o prémio de resposta

mais rápida: foram cinco segundos para escrever meia dúzia
de linhas sobre esta parte da História de Portugal. A IA da
Google começa logo por dizer que as «fronteiras definitivas de
Portugal foram definidas em 1297 no Tratado de Alcanizes» e, depois,
com bullets, diz-nos quais foram os dois reis que assinaram este
acordo. Preferimos ter isto em texto corrido, mas é uma forma que se
aceita e que até acaba por ser clara. A parte final da resposta também
é esclarecedora e tem um dado factual, que o ChatGPT deixa no ar,
mas que aqui é concretizado pela inteligência artificial da Google:
a ocupação de Olivença em 1801.
Tempo de resposta H H H H H
Fiabilidade da informação H H H H H
Extras H H H H

36
DESAFIO GASTRONÓMICO
‘Dá-me uma receita de pastel de nata’
Um dos bolos mais típicos do receituário nacional é, até, o
protagonista de uma competição que, todos os anos elege a
pastelaria com a melhor versão. Todas as IA responderam com
passos de confecção e até deram dicas-extra.

A IA da Microsoft volta a falhar: confundiu pastel de nata com

Pastel de Belém. Fora o erro, o Copilot enumera os ingredien-
tes e até diz que vamos precisar de «doze formas de pastéis
de nata (ou forma de empadinha/muffins)». Para a preparação, o 1
Copilot dá treze passos detalhados e claros. No final, a IA partilhou 3
uma dica: «Adicionar um pau de canela quando ferver o leite e a casca 2
do limão para dar um toque extra de sabor». O Copilot deseja ainda
«bom apetite» com a bandeira de Portugal (percebeu que era um doce
típico português), mas junta-lhe um croissant, que é um bolo francês.
A IA da Microsoft levou 26 segundos para escrever tudo isto.
Tempo de resposta H H H
Fiabilidade da informação H H
Extras H H H H

O recurso da OpenAI é um “chef” mais modesto, prático e

assertivo que o rival Copilot, mas muito lento: tivemos de
esperar 41 segundos. Mesmo assim, aqui não há tempo para
contar a história deste bolo. O ChatGPT apenas diz que nos vai dar
uma «receita clássica de pastel de nata, uma delícia da culinária
4 5
portuguesa», precisamente o que pedimos. Ao todo, são doze passos
que começam com a indicação de pré-aquecimento do forno e
seguem para um guia completo do processo, incluindo uma forma de
apresentação. Como extra, o ChatGPT sugere comer os pastéis de
nata acompanhados por café ou chá, sublinhando que são «deliciosos».
Tempo de resposta H H
Fiabilidade da informação H H H H H
Dados-extra H H

Se achávamos que o ChatGPT tinha sido sucinto na resposta

que deu, então o Gemini reduziu-se mesmo ao mínimo
essencial: sem qualquer texto introdutório, começou logo a
dividir os ingredientes para a massa e para o recheio, algo que não foi
discriminado pelas outras duas IA e que, aqui, se tornou mais esclare-
cedor. Contudo, depois, diz apenas como se prepara o recheio e 6 7 8
esquece-se da massa. Não admira, assim, que tenha apenas demorado
cinco segundos a escrever esta receita. Finalmente, deu quatro dicas
úteis sobre preparação e apresentação: uma delas sugeriu usar leite
condensado no recheio, para o tornar mais cremoso.
Tempo de resposta H H H H H
Fiabilidade da informação H H H H H
Extras H H

E DEPOIS DE GERAR TEXTO, O QUE POSSO FAZER

O Copilot mostra as fontes 1 da sua resposta
e sugestões para continuar a conversa 2 .
Há ainda ícones para avaliar a resposta
(polegar para cima/para baixo), copiar o texto,
fazer o download (Word, PDF e TXT), partilhar
(link, e-mail, Facebook, X e Pinterest) e
leitura em áudio 3 .
Na plataforma da OpenAI, os recursos são muito
mais escassos: apenas é possível copiar o texto,
pedir uma nova versão e avaliar negativamente
a resposta 4 . O ChatGPT mostra ainda um
ícone 5 (no canto superior direito da janela),
que permite partilhar um link para a “conversa”
que tivemos com a IA.
Avaliar o texto 6 , modificar a resposta, partilhar
(link, exportar para o Docs e criar uma
mensagem de e-mail no Gmail 7 ), verificar
e avaliar a resposta do Gemini (com o próprio
motor de busca da Google 9 ), copiar
e denunciar algo: estas são as opções que
temos à disposição nesta plataforma.

37
 09 TEMA DE CAPA

DESAFIO CRIATIVO
‘Imagina um super-herói português e conta a história da sua origem’
Em 2016, o ilustrador Bruno Matos criou o Lusitano, o primeiro «super-herói português». Oito anos depois, são as IA que
inventam um novo “guardião” nacional. Aqui, decidimos ainda pedir ao DALL.E e ao ImageFX gerassem uma imagem do
super-herói inventado, já que o Copilot tomou a iniciativa de o fazer.

Ficámos bastante surpreendidos com a criação do Copilot,

uma IA que, até agora, tinha dado respostas um pouco ao lado.
«Permita-me apresentar-vos Capitão Marés, o super-herói lusitano
que protege as costas de Portugal e os mares além» - foi assim que
o a plataforma da Microsoft começou a resposta, que durou 21 segundos.
A história de origem é bastante verossímil, tendo em conta que se apoia
numa das principais actividades do País, a pesca (lembre-se que Portugal tem
a maior Zona Económica Exclusiva do Mundo). O Copilot escreve a história
do Capitão Marés com seis “capítulos”, como a ‘Transformação’, a ‘Missão’ e
os ‘Inimigos’. Além disso, inclui quatro imagens geradas por IA, das melhores
que vimos em todo este desafio - a que mostramos aqui, foi a que achámos
ser mais fiel à história contada.
Texto completo: bit.ly/capitaomares
Tempo de resposta H H H H
Criatividade H H H H H
Relação com a História nacional H H H H H

A proposta do ChatGPT vai mais aos primórdios do território que hoje

é Portugal e inspira-se no povo lusitano. «Durante uma noite
tempestuosa, um raio fulminante atingiu um antigo santuário dedicado
aos deuses lusitanos, irradiando energia por toda a região. Desse momento de
caos e energia primordial, nasceu um herói improvável: Raio Lusitano». Esta
história (feita em 36 segundos) também acaba por estar bastante relacionada
com a realidade nacional e remete para a mitologia, que, como sabemos, é uma
das “âncoras” para as grandes produtoras criarem super-heróis (veja-se o Thor,
da Marvel). O protagonista do ChatGPT é, assim, um «simples jovem pastor que
vivia com sua família nas montanhas» e que descobre ser o «herdeiro de uma
linhagem de guardiões, escolhidos pelos deuses para proteger Portugal em
tempos de necessidade», o que também é bastante legítimo.
Texto completo: bit.ly/raiolusitano
Tempo de resposta H H H
Criatividade H H H H H
Relação com a História nacional H H H H H

Mais uma vez, o Gemini foi a IA mais rápida deste desafio: em apenas
nove segundos, contou-nos a história de João da Silva, um «jovem
pastor de Marvão» que, encontra uma «armadura caída do céu».
Não podemos fugir ao facto de que esta origem ser semelhante à contada
pelo ChatGPT (repete o pastor), além de o nome escolhido pelo Gemini
ser o mesmo do super-herói criado por Bruno Matos, que referimos (embora
a história de origem seja diferente). Esta IA aborda figuras e elementos
históricos nacionais para dar corpo a este herói: «Viriato, D. Afonso Henriques
e Vasco da Gama» ou o facto de ter a «cruz da Ordem de Cristo no escudo».
A história é, como a do ChatGPT, muito baseada em mitologia, mas começa
a navegar na “maionese” quando fala na fraqueza do Lusitano: a «kryptonita
lusitana, um mineral raro encontrado apenas em Portugal».
História completa: bit.ly/lusitanopt
Tempo de resposta H H H H H
Criatividade H H H
Relação com a história nacional H H H H H

38
MIL PALAVRAS VALEM UMA IMAGEM
Assim que os modelos de difusão começaram a ser usados pelas IA, o ditado inverteu-se:
agora, temos de usar palavras para criar imagens: bem usadas, podem levar estes “artistas”
a criar ilustrações complexas e visualmente bastante ricas.

MICROSOFT
DESIGNER
designer.microsoft.com
Tempo: 21 segundos
Dimensões: 1024 x 1024 a 96 dpi (27,09 x 27,09 cm)

O Copilot consegue gerar imagens, mas

1 a Microsoft tem uma ferramenta dedicada para
este fim: o Designer. Depois de fazermos login, aparece
uma página que se parece com um hub criativo. Aqui,
em ‘Image Creator’, clicamos em ‘Creator’. A plataforma
de IA generativa da Microsoft para imagens tem ainda
ferramentas dedicadas para várias categorias:
‘Sticker Creator’ (para usar em redes sociais e apps
de mensagens, como o WhatsApp), ‘Design Creator’
(para logos, postais, brochuras), ‘Remove Background’
(remover o fundo de imagens), ‘Brand Kit’ (para tudo
o que tenha a ver com a imagem de uma empresa)
e ‘Album Creator’ (adicionamos fotos e a IA cria
um álbum temático).

O Microsoft Designer apresenta sempre duas

2 imagens: quando clicamos numa delas, abre-se
uma janela com várias opções: ‘Download’ (para
o computador ou enviar para o smartphone - é gerado
um código QR para fazer download), ‘Copy’ (a imagem
fica na área de transferência e pode ser colada num
documento de texto ou num editor).

Em ‘Create Design’, é possível usar a imagem

3 criada pela IA em postais, cartazes ou outros
suportes do género; em ‘Edit Image’ podemos editar
a imagem com filtros, cortar, ajustar as cores - ou seja,
como se usássemos um editor de imagem. Contudo,
não é possível redimensionar. De notar que são
mostradas ainda as informações de como devemos
creditar a imagem gerada: ‘Generated with AI’
juntamente com a data.

Os resultados do Microsoft Designer

surpreenderam pelo aspecto
artístico e profissional.

39
09 TEMA DE CAPA

PORTUGAL, UMA SELECÇÃO DE CYBORGS

O Designer foi bastante fiel ao nosso pedido: numa das
imagens, mostrou-nos realmente aquilo a que podemos
chamar robots; na outra, os jogadores parecem-se mais
com cyborgs, mas até achámos que foi uma solução
interessante. Muito boa foi a relação com a realidade:
embora em 2100 os equipamentos dificilmente sejam
iguais aos que temos hoje, esta IA respeitou as cores,
incluiu o logo da marca das camisolas e desenhou
suficientemente bem o símbolo da Selecção na zona do
peito, a Cruz de Cristo. O detalhe dos números
nas camisolas (ainda que um dos cyborgs seja o 107
e outro tenha um número imperceptível), calções e as
várias cores de chuteiras também são pontos a favor.
Criatividade H H H H
Estilo H H H H H
Verossimilhança H H H H H

UMA SENA ESTRANHA

No desafio factual, os resultados foram piores. Isto dá-nos
a sensação de que o Designer (e as IA, em geral) se portam
melhor a inventar coisas do zero que a recriar a realidade.
Ainda assim, uma das imagens geradas (a da direita)
é a fotocópia da vista que temos da Torre Eiffel a partir do
cais Debilly, do lado da margem da Vie George Pompidou.
A outra é que não tem ligação com a realidade, uma vez que
mostra os pilares deste monumento assentes em duas
margens do Sena, com o rio a passar por baixo: o que seria
correcto era mostrar os Campos de Marte ou os Jardins da
Torre Eiffel. Factos à parte, não percebemos a opção pelo
preto e branco, uma vez que não demos essa instrução.
Cenário H H
Realidade H H H H
Detalhe H H H

GOOGLE IMAGEFX
aitestkitchen.withgoogle.com
Tempo: 16 segundos
Dimensões: 1536 x 1536 a 72 dpi (54,19 x 54,19 cm)

Para usar a plataforma de IA generativa da Google

1 para imagens, temos de entrar na “cozinha de testes”
da empresa. Na AI Test Kitchen, há várias apps em teste
e a ImageFX é uma delas - contudo, qualquer pessoa
a pode usar, de forma ilimitada. Como seria de esperar,
para ter acesso temos de usar a nossa conta Google.
No site, clicamos em ‘Sign in with Google’, o que faz
aparecer uma janela que nos diz que esta ferramenta
não está disponível no nosso país - mas basta escrever
o nosso e-mail, escolher Portugal e depois fazer login
com a nossa conta, que temos acesso ao ImageFX,
sem qualquer impedimento.

A área de criação da Google tem um grande campo,

2 à esquerda, para escrevermos o nosso prompt:
basta digitar e clicar em ‘Generate’. Aqui, podemos
escolher o estilo de imagem, em baixo. Há várias opções,
como ‘fotorrealista’, ‘esboço’, ‘filme de 35 mm’ ou
‘minimalista’; se carregarmos em ‘More’, aparecem mais.
Em baixo, temos um aviso: «As imagens geradas por IA
podem ser ofensivas ou pouco precisas».

40
 À direita é a zona onde aparecem as imagens
3 geradas, quatro; em baixo há uma opção onde
podemos aumentar as Seeds (sementes) usadas pela
IA - quantas mais quantidade definirmos, maior será
a diferença entre as imagens. Para fazer o download,
temos de seleccionar uma imagem e clicar no ícone da
seta; a funcionalidade de partilha dá origem a um erro
estranho: abre outro separador no browser onde nos
avisa de que o ImageFX não está disponível em Portugal.
Depois de gerarmos uma imagem, podemos editar
algumas palavras do prompt, escolhidas pela Google,
destacadas a roxo. Se clicarmos na seta, temos acesso
a mais opções, num menu dropdown.

BOLA PARA O PINHAL

Os resultados do ImageFX foram bastante maus: além
de nenhuma imagem ter um verdadeiro robot, a IA da
Google deu-nos uma em que estão dois jogadores de
carne e osso, o que foi totalmente contra o que pedimos.
Uma das imagens é verdadeiramente medonha, com
caras desfiguradas e com os braços dos jogadores, em
metal, que parecem estar a derreter. Noutra, temos um
jogador da Selecção Nacional com um corpo humano
e uma cabeça que não se percebe bem o que é - parece
uma maçaneta de uma porta. A última imagem
mostra-nos apenas um jogador com um olho cyborg.
Nem os equipamentos têm boa nota, apesar de
mostrarem o logo certo.
Criatividade H H
Estilo H H H
Verossimilhança H H

Numa das imagens gerada pela

Google, os jogadores nem sequer
são robots.

UM GIGANTE NA CIDADE
O Google decidiu mostrar-nos a Torre Eiffel ao longe,
a imitar, talvez, a vista de um prédio. Assim, temos uma
ideia real da imponência do monumento parisiense em
qualquer uma das quatro imagens geradas pelo ImageFX.
Se procurarmos na Internet por fotos deste género,
percebemos que as criadas por IA se ajustam
perfeitamente à realidade. De facto, a Torre Eiffel
sobressai mesmo desta forma entre a malha citadina de
Paris e aparece aqui de uma forma realista, embora se
pareça muito com uma imagem 3D de uma aplicação de
mapas. Se virmos com mais atenção, percebemos que os
edifícios não têm muito detalhe: parece um jogo com os
settings gráficos no mínimo.
Cenário H H H H H
Realidade H H H H H
Detalhe H H

As fotos geradas pelo ImageFX

da Torre Eiffel parecem ter sido
retiradas dos Google Maps.

41
09 TEMA DE CAPA

DALL.E 2
labs.openai.com/dall-e-2
Tempo: 17 segundos
Dimensões: 1024 x 1024 a 72 dpi (36,12 x 36,12 cm)

O serviço de IA generativa da OpenAI para imagens

1 tem um nome que, foneticamente, é uma
homenagem ao pintor espanhol Salvador Dali. Das três
inteligências artificiais é a única que tem, actualmente, um
plano pago para usar versões mais avançadas dos seus
modelos de linguagem. Contudo, o DALL.E 2 esteve aberto
até dia 1 de Abril, altura a partir da qual começou a ser
necessário comprar créditos. Esta plataforma também não
permite a inscrição de novos utilizadores: quem a quiser
usar, terá de comprar uma subscrição do ChatGPT Plus.
Quem já for utilizador do ChatGPT tem direito a uma série
de créditos (podem ser vistos ao clicar no ícone da nossa
conta) - um prompt custa um crédito.

O DALL.E 2 tem algumas opções além da que

2 permite gerar imagens. Há um histórico do que foi
gerado (‘History’), podemos criar colecções (‘Collections’)
e usar o botão ‘Suprise me’ para que a plataforma nos dê
um prompt aleatório. Esta é, contudo, uma boa forma de
usarmos as próprias instruções dadas pelo DALL.E para
as personalizarmos e criar o nosso próprio prompt.
Se clicarmos no ícone da nossa conta, no canto superior
direito, e escolhermos ‘Try Outpainting / Open Editor’,
entramos numa nova “área de trabalho” em que podemos
gerar uma imagem num quadrado (1024 x 1024) ou
carregar uma imagem e usar essa mesma moldura
para acrescentar algo em falta - isto também nos
vai gastar um crédito.

À primeira vista, parece que o DALL.E 2 não funciona,

Os jogadores criados pelo DALL.E parecem ter sido feitos
por um amador; já as fotos da Torre Eiffel são bastante
legítimas e em linha com a realidade.
3 uma vez que o ecrã fica branco assim que clicamos
em ‘Generate’: o que acontece é que as imagens seguem
directamente para a área ‘History’. Por cada prompt
escrito, são geradas quatro imagens: se clicarmos em
cada uma, abre-se uma janela dedicada com a imagem
em grande plano e opções para editar, fazer o download,
partilhar (‘Share’) e gravar para uma colecção (‘Save’).

FILME DE TERROR

Pensávamos que os resultados do ImageFX
eram maus, mas os do DALL.E 2 foram ainda
piores. As quatro imagens geradas pela
plataforma da OpenAI foram as mais fracas
deste desafio: são medonhas, com texto
imperceptível e parecem desenhos de um
amador. Não há, sequer, um elemento que
ligue os “bonecos” criados pelo DALL.E à
Selecção Nacional - é verdade que temos
verde e vermelho, mas há outras equipas que
usam as mesmas cores. Não temos símbolos,
logo da marca das camisolas como nas
imagens do Microsoft Designer e do ImageFX.
Ainda assim, nota-se que os jogadores criados
são robots, apenas estão muito mal feitos.
Criatividade H
Estilo H
Verossimilhança H

42
CORTADA A EITO

Aqui, o DALL.E portou-se um pouco melhor: as
imagens da Torre Eiffel são realistas, mas, ainda
assim, parecem-se com imagens 3D de uma
aplicação de mapas, como aconteceu com as
do ImageFX. Para todas, esta IA escolheu
mostrar-nos o monumento em contra-picado
(ou seja, de baixo para cima, naquilo que seria a torre surge cortada, na parte superior, uma
a perspectiva de uma pessoa que estivesse nos opção de que não gostámos, uma vez que
jardins que o rodeiam). Gostámos do pormenor retira dimensão ao cenário.
de aparecerem árvores na vista que o DALL.E Cenário H H H
criou, uma vez que este é um cenário real, Realidade H H H H
naquela zona. Contudo, em três das imagens Detalhe H H H

SEIS PLATAFORMAS DE IA ALTERNATIVAS

Se acha que Copilot, Gemini e ChatGPT são limitados para aquilo que quer fazer
com inteligência artificial, experimente usar esta meia dúzia de serviços.
Todos incluem versões pagas que desbloqueiam mais capacidades.
REZI. AI ELAI.IO
Este serviço destina-se à criação de currículos, O objectivo não poderia ser mais claro: ‘Crie vídeos
cartas de apresentação e até mesmo de rescisão de com IA apenas a partir de texto’. No entanto, a Elai não
contratos, com o acesso a poder ser feito através de uma conta se limita apenas à escrita; os vídeos podem ser gerados a partir
Google ou Facebook. Depois, é só seleccionar a opção desejada de apresentações em PowerPoint e narrados por um avatar com
entre estas três. Uma das mais-valias reside na capacidade de aparência humana, também criado com inteligência artificial.
criar um currículo a partir de uma conta LinkedIn. Uma boa app para criar vídeos para o YouTube.

BOOMY.COM
Não é necessário ter conhecimentos para compor
músicas nesta plataforma, que também possibilita o
envio das nossas criações para apps de streaming, como o
Spotify - uma oportunidade para alcançar reconhecimento.
Além disso, é possível gerar receita com as músicas, embora
existam limitações conforme os planos disponíveis.
TOME.APP
Quer contar uma história numa apresentação? Então,
pode contar com esta IA: basta dizer o tema a explorar
(ou copiar/colar um texto) e deixar a Tome fazer o trabalho
“pesado”. Esta plataforma escreve as histórias, selecciona as
imagens e gera sites, portfólios e moodboards, tudo com um
design minimalista e profissional.

BLACKBOX.IO
A Blackbox é uma verdadeira escola de programação
online, compatível com mais de vinte linguagens,
incluindo Python, JavaScript e Ruby. Além disso, traz um
chatbot com inteligência artificial (Code Chat) onde podemos
fazer perguntas e esclarecer dúvidas, como por exemplo:
‘Escreve uma função que leia dados de um arquivo JSON’.
LOOKA.COM
Não existe uma opção melhor para criar a identidade
visual de uma marca ou empresa, por isso, este site,
deve fazer parte dos favoritos de qualquer empreendedor.
É possível gerar um logótipo e, em seguida, todo o kit de
identidade visual necessário, onde o mesmo é apresentado em
copos, sacos ou canetas - basta referir o nome da empresa.

Actualmente, há serviços e apps de inteligência artificial que fazem quase tudo, inclusive gerar
avatares digitais que podem ler um texto com um tom muito semelhante ao da voz humana.

43
 09 TEMA DE CAPA

AFINAL, O QUE VALEM AS

PRINCIPAIS PLATAFORMAS DE IA?
Depois de quase duas mãos cheias de desafios, onde testámos a criatividade e a
exactidão dos serviços da OpenAI, Microsoft e Google, vamos perceber quem
se saiu melhor nesta competição a três.
O nosso objectivo era simples e, para
chegar a uma conclusão, decidimos dar
instruções simples às IA. Não queríamos ter
muitos floreados ou pedir coisas que
exigissem muita subjectividade, por isso
evitámos pedir às IA para escreverem letras
de músicas, poemas ou textos filosóficos.
Aqui, o máximo que “exigimos” ao Gemini,
ChatGPT e Copilot foi inventar um
super-herói português.
COPILOT FOI MESMO UM SUPER-HERÓI
E podemos começar já por aqui: sem dúvida,
a história que nos agradou mais foi a do
Copilot (de lembrar que este serviço usa como
base o modelo de linguagem mais avançado da
OpenAI, o GTP-4), que se baseou na história
dos Descobrimentos para dar vida ao Capitão
Marés. Esta IA usou referências consistentes
da História nacional e trouxe-as para os dias
de hoje, personificadas num super-herói que
achamos ser bastante plausível. Já as outras
duas IA apresentaram histórias muito
semelhantes e mais rebuscadas - achamos
que muito mais gente se iria identificar com o
Capitão Marés que com o Raio Lusitano ou
o Lusitano. Além disso, a imagem que o Copilot
criou para ilustrar o seu super-herói foi
a melhor de todo o desafio.
CONTRA FACTOS…
Quando mudámos para pedidos mais factuais,
foi a IA da Google que mais se destacou:
o Gemini foi o melhor a dar uma receita de
pastel de nata, com notas máximas na
fiabilidade e no tempo da resposta. Aqui,
o Copilot falhou redondamente e apontou
aos Pastéis de Belém, cuja receita nem
é conhecida - inventou, portanto. Sobre
História de Portugal, o Gemini também acaba
por ser o melhor “aluno” e quase chegou
à perfeição; ainda assim, as outras IA tiveram
uma resposta óptima a nível da fiabilidade,
ambas com cinco estrelas, mas foram parcas
em dar informação adicional sobre o que
tínhamos pedido: ‘Em que ano, com que reis
e em que tratado se definiram as fronteiras
definitivas de Portugal?’
O QUE VALE UMA IMAGEM?
O desafio criativo da geração de imagens pelo
DALL.E (OpenAI/ChatGPT), ImageFX (Google)
e Microsoft Designer foi o que nos deixou
mais decepcionado: apenas esta última
plataforma teve resultados que considerámos
excelentes, ao criar verdadeiros jogadores-
-robots, com equipamentos semelhantes aos
actuaisda Selecção Nacional. Já ImageFX
e DALL.E criaram versões grotescas e
sofríveis, com a plataforma da OpenAI
a gerar imagens que pareciam desenhos
básicos, de alguém sem muita experiência.
No desafio factual, pedimos às IA que
nos dessem uma fotografia de um dos
monumentos mais reconhecidos do Mundo:
a Torre Eiffel. Aqui, a melhor imagem até foi
uma do Copilot, que a mostra de uma das
margens do Sena, mas o melhor conjunto de
fotografias foi, sem dúvida, o do ImageFX.
Totalmente em linha com a realidade, apenas
pecou pela falta de detalhe: todas pareciam
imagens 3D retiradas do Google Maps,
mas com texturas pobres. Esta foi a mesma
sensação que tivemos ao ver os resultados
do DALL.E.
AVALIAÇÃO
O Copilot e o Gemini são duas excelentes
opções para ter acesso às melhores
ferramentas de IA, sem que seja preciso pagar
uma mensalidade; enquanto o Copilot se
destacou nos desafios criativos, o Gemini
acabou por ser o melhor quando o tema foram
factos. Em relação ao ChatGPT, ficamos com
a ideia de que as versões gratuitas (para gerar
texto e imagem, via DALL.E 2) são muito
básicas, pelo que será preciso pagar para ter
acesso a ferramentas mais poderosas.

Gemini + ImageFX Microsoft Copilot + Designer ChatGPT + DALL.E

Texto Factual
4,6 3,3 3,3
Texto Receita
4 3 3
Texto Criativo
4,3 4,6 4,3
Imagem Criativa
2,3 4,6 1
Imagem Factual
4 3 3,3

3,84 3,82 3,12

PONTO FINAL: O Gemini acaba por ser a plataforma de IA que teve resultados mais consistentes, conseguindo as melhores notas em três dos
nossos cinco desafios; o Copilot parece ser a solução ideal para quem quer gerar imagens e textos criativos, com duas notas quase máximas.
O ChatGPT e o DALL.E, cujas versões gratuitas já são antigas e menos potentes que as pagas, ficou em último lugar e nunca superou os rivais.

44
 10 APPS
MAFALDA FREIRE
PONHA
A LEITURA
EM DIA
Ler livros em formato digital já não
significa necessariamente que tenha
de ter um eReader, como um Kindle,
da Amazon. Existem apps que
transformam o tablet ou o
smartphone num leitor de livros
electrónicos e oferecem uma boa
experiência de leitura.
AMAZON
KINDLE
Esta app, que permite
ter acesso a milhares de
livros da Amazon, é uma
das mais versáteis, sendo
compatível com Android,
iOS/iPadOS, macOS e Windows.
Pode ler um excerto antes de
comprar e personalizar o texto,
alterando a cor, o tipo de letra,
o tamanho do texto ou o
espaçamento entre linhas.
Além disso, tem interacção
com a Goodreads, para receber
sugestões de leitura; permite
procurar a definição de uma
palavra (bastando realçá-la para
aparecer uma entrada de
dicionário ou da Wikipédia);
e tem tecnologia Whispersync,
para sincronizar tudo com
outros dispositivos.
Amazon Mobile LLC
APPLE BOOKS
Exclusiva para equipamentos da marca da maçã, a Apple Books
é uma livraria online e um leitor que permite ler ou ouvir os livros
descarregados. Esta aplicação tem várias configurações e oferece
uma opção que permite ler o livro de forma corrida em vez de ter
de virar as páginas.
Apple
46
KOBO
BOOKS
Destinada a livros
electrónicos
e a audiolivros, a
Kobo Books está disponível
para Windows, macOS, iOS/
iPadOS, Android e permite ler
livros descarregados da loja
da Rakuten, bem como nos
formatos PDF ou EPUB.
A app tem milhares de opções
disponíveis de autores para
todos os gostos e diversas
formas de personalização,
como o estilo, o tamanho e o
tipo de letra ou a disposição
e a transição entre páginas.
Outras das funcionalidades
é usar as teclas de volume
do dispositivo móvel para
virar de página.
Kobo Books
GOOGLE PLAY LIVROS
Apesar de ser da Google, também pode ser usada em iPhone,
iPad e ainda tem uma extensão para ler na Web, através do browser
Chrome. Além disso, a app é compatível com PDF e outros formatos
transferidos de sites de terceiros, tem modo escuro e leitura
em voz alta.
Google LLC

LITHIUM
Apenas disponível para Android, esta é uma ferramenta de leitura de livros
em formato ePUB que oferece várias funcionalidades, entre as quais uma de
realçar, diferentes temas. Além da versão gratuita, há uma subscrição
Pro que tem recursos adicionais, como sincronização, notas e cores.
FaultException
EBOOX LIBRERA
Um leitor de livros electrónicos A Librera é uma app com vários tipos
com uma interface muito intuitiva de personalização para ler livros em
que permite ter livros em muitos dispositivos Android, compatível com
formatos, como FB2, EPUB, DOCX, diversos de formatos. Há um modo
TXT ou PDF. Uma das opções mais especial para estudantes de línguas
diferenciadoras é a possibilidade que inclui uma funcionalidade
de explorar directórios online para ‘Text-To-Speech’ e dicionários para
descobrir novos livros e autores. uma aprendizagem mais fácil.
REDIT, OOO Librera
BIBLIO
BERTRAND
Um destaque nacional
é a aplicação da Bertrand,
que tem, talvez, a maior
rede de livrarias de origem
portuguesa; esta app permite ler
diversos livros digitais e «milhares
de excertos de diversos autores».
Uma das grandes mais-valias está
na possibilidade de o utilizador
poder organizar os eBooks em
estantes virtuais, de acordo com as
suas preferências. De resto, e tal
como a Kindle, tem leitura offline,
notas de leitura, permite escolher
o tipo de letra, tamanho e cor de
fundo. Também é possível consultar
os significados das palavras, com
o apoio do assistente de leitura
da Porto Editora, e sincronizar
a leitura/notas entre dispositivos.
Livraria Bertrand - Sociedade de
Comércio Livreiro
READERA
Uma das aplicações de eBooks com melhor pontuação é a ReadEra.
Esta app oferece vários modos de leitura, como ecrã dividido (em que pode
ler vários livros ou documentos ao mesmo tempo), pode ser usada com
diversos formatos, detecta obras repetidas e não tem qualquer
tipo de publicidade.
READERA LLC
HÁ UMA APP
PARA TUDO
António Simplício
simpliam@gmail.com
SAFARI NA ILHA
É o Safari, o Chrome e qualquer outro browser. Assim
como muitas apps, em alguns ecossistemas. Os dados
dos utilizadores captados para serem usados pela
indústria publicitária são cada vez mais e a capacidade
para os analisar e entregar devidamente tratados
a quem os compre por bom dinheiro, cada vez mais
precisa. Salva-se ainda um pouco melhor desta
selva a Europa, que sempre colocou restrições para
ressalvar a privacidade dos utilizadores. O Digital
Market Act, que impôs à Apple a obrigatoriedade de, na
EU, permitir o sideloading de aplicações (o download
de apps que não da sua App Store) e não trazer, por
default, o Safari como browser, podem servir as regras
de uma maior e mais leal concorrência, mas traz
perigos ainda maiores para a segurança destes dados.
Um artigo da revista Wired (shre.ink/safarinailha)
deixou-me de cabeça à roda. Lembra-se certamente
de Jeffrey Epstein, multimilionário amigo do Príncipe
Andrew (A Grande Entrevista, na Netflix), condenado
pedófilo e que se suicidou na prisão, em 2019.
Saberá também que grande parte dos crimes de
índole pedófila de Epstein & friends foi cometida
na chamada ‘Epstein Island’. Sendo que a captura
de dados nos EUA pode incluir a localização dos
utilizadores, a Near Intellingence, uma empresa que
adquiria e tratava este tipo de dados, foi capaz de
identificar cerca de duzentos dispositivos móveis
que visitaram esta ilha. Com isto, detectou todos
os movimentos (com precisão de centímetros) que
estes realizaram, não só na ilha principal, como
nos locais visitados, na doca de acesso à Pedophile
Island e, depois, nos vários locais na mesma.
Mas muito mais relevante acabam por ser os dados
recolhidos desses mesmos dispositivos antes
e depois de a visitarem. Dado que a monitorização
foi realizada durante cerca de três anos, foi
possível à Near Intelligence seguir o rasto desses
dispositivos no regresso aos locais de trabalho
e às residências dos indivíduos que visitaram a ilha.
Ou seja, é possível apurar a possível identidade
e localização dos perpretantes dos crimes e das suas
vítimas. Sendo a recolha de dados nos EUA uma
selva, podemos ver na UE uma reserva protegida?
Claro que não e há pouco que possamos fazer, se
quisermos utilizar as ferramentas do “dia-a-dia”.
Liberte-se da potencial tensão que este artigo
lhe possa ter trazido, sabendo que a alteração
de uma guideline da Apple permite agora que
emuladores possam trazer antigos jogos de consola
ao iPhone. Que o único Jungle Trouble que se lhe
apresente seja o do antigo jogo do Spectrum.
47
 11 PLUG
PEDRO TRÓIA
GUIA
PARA COMPRAR
CARREGADORES
SEM ENGANOS
Actualmente, há muitos smartphones e tablets que não trazem este acessório,
o que nos pode obrigar a comprar um. Siga os nossos conselhos para escolher
o melhor carregador genérico para os seus dispositivos.
A maioria dos utilizadores usa sempre
os carregadores que vêm com os
equipamentos. Mas, por vezes, avariam-se ou
deixam de funcionar, o que obriga a comprar
um novo. Depois há a questão dos fabricantes
que começaram a vender smartphones
e tablets sem carregador para “proteger
o ambiente”… ou, talvez, para obrigar mesmo
os consumidores a comprar um dos seus.
Escolher o carregador correcto pode ser
complicado, porque os cabos e as característi-
cas são muito semelhantes: se escolher mal,
pode danificar gravemente os seus
dispositivos.
SMARTPHONES E TABLETS
Para escolher o carregador correcto para um
smartphone ou tablet, a primeira coisa a fazer
é ver no manual qual é a potência em watts (W)
de que o dispositivo precisa. Grande parte dos
smartphones actuais usam uma potência entre
os 5 e os 20 W. Por exemplo, o Pixel 7A da
48
Google tem de ter um transformador capaz de Qualcomn (lançada em 2017) é completamente
fornecer 17 W; a Apple recomenda um de compatível com a USB PD. Antes de tentar
20 W ou mais para os iPhone 15. Já os saber de que versão do USB PD ou Quick
modelos que têm carregamento ultra-rápido Charge necessita, tem de saber se
precisam ainda de mais potência. Neste o dispositivo é compatível com carregamento
momento, o recordista é o GT3 da Realme: rápido por PPS (Programmable Power Supply).
chega aos 240 W e pode ser carregado Esta é uma parte opcional da norma USB PD
completamente em menos de dez minutos. que pode carregar os dispositivos mais
Se não conseguir saber a potência necessária rapidamente através da alteração da
nas especificações do dispositivo, procure voltagem e amperagem em tempo real, para
informação acerca de volts e amperes, pois a fornecer a quantidade certa de energia de que
o multiplicar estes dois valores ficamos com o dispositivo necessita (por exemplo, o Galaxy
a potência em watts. S20 foi primeiro smartphone compatível com
Não há qualquer problema se o carregador PPS). Aqui, é necessário olhar para os
que está a usar tiver um pouco mais de
potência que o necessário, mas o inverso não
é recomendável: nestes casos, os dispositivos
acabam por completar as suas necessidades
de energia a partir das próprias baterias, o que,
por sua vez, pode levar a um sobre-aqueci-
mento. Em relação aos tablets, como têm
ecrãs maiores e, em certos casos, mais
funcionalidades que os smartphones, as
baterias têm mais capacidade e necessitam
de mais potência para carregar.
LIGAÇÕES E PADRÕES
Verificar se o carregador usa a norma de
ligação correcta é um pouco mais complicado,
devido a questões relacionadas com a
potência - actualmente, a norma mais usada
é a USB Power Delivery (USB PD). Os cabos
USB PD 3.0 podem “transportar” até
100 W de potência e a norma USB PD
3.1 (lançada em 2021) pode chegar aos
240 W. A Quick Charge 4 da
CUIDE DAS BATERIAS
As baterias de iões de lítio que estão presentes nos dispositivos móveis, como smartphones e
PC, não devem ser carregadas sempre a 100%, nem se deve deixar que fiquem completamente
sem carga - tanto num caso, como no outro, a bateria pode ficar danificada. Não quer dizer que
fique logo avariada, mas se fizer isto várias vezes, a vida útil da bateria baixa mais depressa, por CARREGADORES USB-C
isso, devem ser sempre carregadas entre os 80 e os 90%. Isto é particularmente importante se QUE PODE COMPRAR
usar um sistema de carregamento rápido, porque quando a carga da bateria começa a chegar aos
80%, este começa a ser menos eficiente. Os dispositivos actuais têm funcionalidades que impedem
EM PORTUGAL
o carregamento além desta percentagem, pelo que é muito aconselhável ligá-las, para que Os USB-C são os modelos que
a bateria funcione correctamente durante mais tempo. podem carregar mais equipamentos,
desde smartphones a computadores.
Estas são as nossas sugestões.
logótipos no dispositivo, no carregador ou no
manual para perceber se é compatível com
PPS: se estiver presente a indicação ‘Fast
Charger 80 W’, então sim; caso seja ‘Charger’,
não, apesar de ser igualmente rápido. Os
dispositivos compatíveis com Quick Charge
têm um logótipo que faz lembrar um ‘Q’ com
um raio lá dentro, com o número ao lado
a indicar a versão.
Se o seu dispositivo não for compatível com
USB PD, o mais certo é usar uma norma de
carregamento específica do fabricante, como
a Warp Charge da One Plus ou a HyperCharge
da Xiaomi. No caso de ter um iPhone 12, 13
ou 14, tudo isto é irrelevante porque estes
dispositivos usam uma entrada específica da Anker 735
Apple chamada Lightning. O iPhone 15 já veio 44,90 euros (PCDiga)
com uma USB-C, coisa que os iPad já tinha há
algum tempo. Se quiser baixar o consumo
do carregador procure também um que use
tecnologia de nitrato de gálio (GaN) - estes são
mais eficientes que os modelos mais antigos.
a utilização de carregadores com cabos deste
COMPUTADORES PORTÁTEIS tipo; os cabos Thunderbol 3 e 4 permitem
De todos os dispositivos móveis, os portáteis entre 100 e 240 W de potência.
são aqueles que necessitam das maiores
baterias e, por isso, de carregadores com CUIDADO COM AS FALSIFICAÇÕES
mais potência. Os laptops mais pequenos Vários marketplaces online têm à venda
precisam de entre 35 e 45 W e os de tamanho carregadores falsificados. Se não tiver cuidado,
médio, de 65 W; os computadores maiores pode danificar os seus equipamentos e, no
podem ultrapassar os 100 W. limite, até a casa. Há várias formas de verificar
Actualmente, muitos portáteis podem ser se um carregador é genuíno: a primeira coisa
carregados através de uma ligação USB-C a ver é a distância entre a ponta dos pinos Mitsai 45W USB-C
e os carregadores para estas máquinas e o corpo do carregador - se for abaixo dos 39,99 euros (Worten)
são, geralmente, mais pequenos que os 9,5 mm, há risco de choque eléctrico. Também
dos portáteis que usam uma entrada de nunca deve comprar um carregador que não
energia tradicional. No entanto, apenas os tenha marca, pois é mais provável que não
computadores compatíveis com a norma cumpra as normas de segurança. Verifique se
USB PD podem ser carregados através das o carregador vem com a sigla ‘CE’ (Conformité
entradas USB. Outra norma que pode ser Européenne), mas tenha cuidado: a marca ‘CE’
usada para carregar a bateria dos portáteis é semelhante à da ‘China Export’, cujos
é a Thundernbolt. Geralmente, estas entradas produtos podem não estar de acordo com
são semelhantes às USB-C e permitem as regras europeias.

Baseus Pro Desktop 65 W

44,99 euros (Radio Popular)

49
 11 PLUG 10
L U Í S A LV E S

DEZ ANOS DE PLUG

Esta edição celebra o incrível número de 120 edições
em que partilho convosco as minhas aventuras no mundo
do modding, refrigeração, PC Build, actividades maker
e tecnologia em geral. Com alguma nostalgia, lembro
o que estes dez anos me ensinaram.

REGRESSO AO FUTURO COMUNIDADES REFRIGERAÇÃO

Uma das coisas mais engraçadas de trabalhar
com o modding é estarmos a fazer para os
PC o que a F1 faz para o mercado automóvel:
levar as máquinas ao limite, testar novas
tecnologias, descobrir novos métodos e pensar
no computador como se fosse mais que um
computador. Muitas das tendências e peças
do mercado actual viram a luz do dia depois
de se mostrarem nas pequenas comunidades,
no trabalho cuidado de alguém, pensado e
projectado ao milímetro. Sem isso, teríamos
ainda caixas bege, gaming rooms mal
iluminadas e barulhentos “aviões a jacto”
por baixo da secretária.
Independentemente do grau de experiência ou
fama, estar presente nos sítios certos é crucial.
Em 2014, os fóruns internacionais, como
o Bit-Tech, o XtremeSystems ou os nacionais
Techzone/Zwame e AquaPC, estavam
carregados de worklogs detalhados, onde
o mais difícil era cada utilizador não quebrar
a barreira de banda máxima das plataformas de
alojamento de imagens gratuitas, como o imgur.
O mundo mudou muito e as redes sociais,
plataformas vídeo e sites dedicados (como
o builds.gg) roubaram a “magia” de navegar
num fórum, muito por culpa do esforço
voluntário que era necessário para gerir e
moderar uma comunidade. Nas redes sociais,
as coisas vão sendo “ligeiramente” mais suaves,
dado que, muitas vezes, a conta está associada
a algo pessoal e as pessoas têm um dedo mais
“suave”. Hoje, tudo é vivido quase numa base
da viralidade, totalmente diferente no tempo
dos fóruns, onde a mensagem que estava no
topo era a que tinha o comentário mais recente,
e não aquela com que as plataformas vos
querem sugar a atenção.
Aconteceram imensos ciclos nesta última
década, com os dissipadores a ficarem maiores,
com até três ventoinhas, alguns tão altos que
nem cabiam na maioria das caixas que existiam.
Voltaram depois a encolher na versão a ar (com
a tecnologia de toque directo dos heatpipes
a ajudar) e aumentarem na versão a água (os
dissipadores all-in-one eram todos de 120 mm,
no máximo de 140), para mais recentemente
voltarem a crescer devido à densidade dos
chips mais recentes – quer no mercado de
processadores, como de gráficas. Os conectores
dos sistemas de refrigeração a água peça a peça
deixaram de ser peças simples e o tubo rígido
conquistou a maioria do mercado - agora até
existe em formato quadrangular. O watercooling
passou de ser caro, porque usa tecnologia de
ponta, com equipas de pesquisa e desenvolvi-
mento gigantes. Uma das coisas que aprendi
é que um bom dissipador a ar de uma boa marca
vos dura uma vida, como alguns que tenho cá
por casa: basta pedir o adaptador à marca e
consigo utilizar até com os mais recentes
AM5 ou LGA 1200.

50
 Luís Alves
nickname Shuper’ Luu’

Agradecimento
Um obrigado especial a todos os patrocinadores, amigos e à equipa da PCGuia, que me
ajudaram, mês após mês, a pisar esta área fora da minha zona de conforto e a produzir
conteúdo que se materializa num formato físico mensal de que me orgulho muito.
Encerro esta primeira década com a certeza de que o PLUG é, desde o primeiro mês,
uma secção de revista muito diferente do habitual, tanto no mercado nacional, como
no Mundo. Darei o meu máximo para continuar entreter-vos com os melhores
conteúdos deste fantástico mundo dos computadores pessoais de secretária.
MASSIFICAÇÃO PERSISTÊNCIA
É muito interessante ver que, apesar do passar Nem todos os meses foram tranquilos, sobretudo
do tempo, fazer modding continua a ser uma pela necessidade constante de produzir mais
actividade de “maluco dos computadores”, projectos, explorar novas técnicas e de me
mesmo com todo o crescimento do PC Build comprometer com uma agenda de conteúdos
e do acesso à informação. Acho que, sobretudo, únicos que fizesse sentido. A minha base de
quando entram em causa os trabalhos formação é em engenharia, não em jornalismo
manuais, devido ao aumento da digitalização ou ciências da comunicação, e sei que muitas
de tudo o que nos rodeia em geral, há muito vezes produzi artigos menos interessantes
por onde ensinar a fazer, simplificar e dar e menos sólidos. Sem nunca desistir, o mais
coragem a quem tem menos aptidão. importante continua a ser conseguir partilhar
Antigamente, um especialista num assunto o conhecimento que tenho nesta área e divertir
era alguém que sabia montar e desmontar algo os leitores com alguns artigos mais arrojados,
de fio a pavio, mas hoje nem sempre é o caso. como guerras contra o RGB arco-íris ou
computadores criados com ajuda de inteligência
artificial. A situação mais frustrante que tive para
um artigo foi, sem dúvida, com o Fullturama,
um projecto que juntava uma caixa full tower
da Antec com o tema de Futurama, a série da
Fox. A primeira versão do stencil que fiz para as
personagens falhou, a segunda pintura descolou
devido à humidade que estava na altura;
finalmente, a bomba do sistema de água tinha
um curto-circuito e não funcionava mais que dois
segundos. Foi um pesadelo, mas acabou por ser
das caixas que mais gostei de fazer.
JORNADA
ATÉ AO PLUG
Acho que, durante estes dez anos,
mesmo nesta coluna de opinião, nunca
partilhei muitos detalhes pessoais, do
meu percurso tecnológico e de como
isso se materializou nesta aventura já
bastante longa, mas que passou a voar.
Desde pequeno que sempre gostei de
criar e inventar coisas, começando por
brinquedos, muitos dos quais eram
obrigatórios para me entreter durante os
três longos meses de férias de Verão.
Tive a sorte de o meu pai ter espaço em
casa para uma pequena oficina, pelo que
os fim-de-semana eram, garantidamente,
de volta de meia dúzia de parafusos ou
pregos, arame e tudo o que não fosse útil
para os outros, mas que eu pudesse
utilizar. Uma vez, numa visita de estudo
da escola primária, visitei a corticeira
Amorim e trouxe tantos retalhos de
cortiça que fiz uma frota de barcos para
brincar no tanque, ao nível da Batalha
Naval (mas todos os transportes de
mercadorias envolveram sabão macaco).
Esta sede de explorar acabou por me
levar a montar os meus computadores
peça a peça desde muito novo, com
talvez doze anos. Com o medo de
estragar alguma coisa, forrava tudo
a etiquetas e tirava dezenas de notas -
daí ao modding, foram menos de dois
anos. Ainda antes do secundário, decidi
que queria estudar Engenharia Mecânica,
optando por manter a informática como
passatempo. No primeiro ano da
faculdade, fundei os moda’a’foca, já com
mais de vinte projectos, vários eventos
e prémios no portfólio.

Tomei o gosto pela criação de conteúdos

e fiz muitos vídeos com uma handycam
em mini-DVD, um verdadeiro pesadelo
para editar, comparado com os dias de
hoje. Projecto após projecto, fui
A tecnologia pode mudar muito, ganhando alguma visibilidade, e em 2014,
mas saber montar o nosso o Pedro Tróia decidiu arriscar neste
próprio computador será pequeno inventor de brinquedos que
sempre uma boa experiência. agora escreve sobre tecnologia.

51
 L
12

A
TECNOLOGIA
EM MOVIMENTO
GUSTAVO DIAS

MERCADO MOBILE
EM RECUPERAÇÃO
54 / ASUS ZENBOOK DUO UX8406M
Depois de, em 2023, termos assistido A Asus deixou de usar um
a um decréscimo no total das vendas pequeno ecrã por cima
de dispositivos móveis, a nível global, do teclado para colocar
o mercado parece estar a recuperar em dois ecrãs a sério nos
2024, com os primeiros resultados da IDC portáteis Zenbook Duo.
a revelarem um crescimento de 7,8% do Vamos perceber o que vale
primeiro trimestre do ano face ao mesmo esta mudança.
período do ano passado. No total, foram
vendidos 289,4 milhões de dispositivos, 55 / LENOVO THINKPAD X1
face aos 268,5 milhões de unidades em FOLD 16 GEN1
2023. Entre as marcas mais vendidas,
assistimos a mudanças significativas nos 56 / HP OMEN 27 1080P
resultados, com a Samsung a recuperar CORSAIR RX140 RGB
a liderança de mercado, depois de a Apple Esta linha de ventoinhas

B
ter assumido esse papel no trimestre tem um motor que usa uns
anterior. Este resultado, porém, não é “rolamentos magnéticos”
inteiramente mérito da Samsung, mas sim para as tornar mais silenciosas
desmérito da Apple, que vendeu menos e para que durem mais tempo
5,3 milhões de unidades que em 2023; que as tradicionais.
ou seja, viu as suas vendas caírem 9,6%
(a Samsung caiu 0,7%). Em contra-ciclo,
encontra-se a Xiaomi. Depois de um
período algo atribulado, em termos
de estratégia, com vários lançamentos
a terem ocorrido apenas na China, a
marca conseguiu vender 40,8 milhões
57 / CANON ISENSYS LBP732CDW
de unidades, um crescimento de 33,8% QNAP TBS-H574TX
face aos 30,5 milhões de dispositivos que Um NAS muito rápido e que
venderam no primeiro trimestre de 2023. é o único do mercado que
Porém, a maior surpresa é o surgimento usa apenas SSD M.2 NVMe.
da Transsion, um fabricante de Shenzhen
anteriormente desconhecido (mas de 58 / XIAOMI 14 ULTRA
forte presença em África, América Latina Este smartphone tem
um desempenho
e Sudeste Asiático) que conseguiu o
de topo e é excepcional
impressionante feito de vender 28,5
na fotografia e no vídeo.
milhões de dispositivos, o suficiente para
conquistar a quarta posição global do
mercado de smartphones. Embora não
tenha aparecido no relatório da IDC,
a Huawei está a recuperar terreno perdido
GADGETS
no mercado chinês, o que, por sua vez, 60 / SONY ULT FIELD 1
poderá voltar a causar dificuldades no
MAXCOM TITAN
domínio daquele que é o maior mercado
mundial de smartphones. Veremos como
62 / PHILIPS S9975
decorrerá o resto do ano, com a Samsung
a lançar novos dispositivos dobráveis SONY ZV-E1
durante o Verão, sendo um deles
(supostamente) mais acessível, e a Apple 64 / XIAOMI WATCH 2
com os futuros iPhone 16 previstos DELTA Q RISE
para o terceiro trimestre.

52
 12 LAB

ASUS
ZENBOOK DUO
UX8406M
A Asus deixou de usar um pequeno
ecrã por cima do teclado para
colocar dois ecrãs a sério nos
portáteis Zenbook Duo. Vamos
perceber o que vale esta mudança.
A “linhagem” Zenbook Duo da Asus
começou com um PC que tinha um
ecrã táctil por cima do teclado que ficava no
seguimento do ecrã principal, quando se abria
a tampa do PC: isto servia para dar a ilusão de
que era um ecrã contínuo. O utilizador podia
colocar ferramentas nesse pequeno ecrã,
ficando com o ecrã principal para a aplicação
em que estava a trabalhar. Mas tudo isto
é passado: o modelo de 2024 traz dois ecrãs
OLED tácteis de catorze polegadas e um
teclado Bluetooth amovível, que pode ser
colocado no meio dos ecrãs quando o portátil
está fechado. Isto torna o Zenbook uma
máquina fácil de transportar e o facto de
trazer um transformador de pequenas
dimensões ainda ajuda mais. Um aspecto
curioso do teclado está no facto de se ligar MEDIÇÕES
EXPERIÊNCIA
DE UTILIZAÇÃO
PREÇO
QUALIDADE
dois ecrãs num PC portátil, mas acredito que
ao portátil através de pogo pins quando está quem desenhe (o Zenbook traz uma caneta
instalado no PC, o que impede de esgotar
a bateria interna, além de facilitar 4,4 Bluetooth), quem programe e quem faça edição
de áudio ou de vídeo possa tirar mais partido
o emparelhamento. desta configuração.
3,4 4,7 5

O PC CONTORCIONISTA Distribuidor: Asis Site: asus.com Preço: €2499 DE ÚLTIMA GERAÇÃO

Este computador pode ser usado de várias
formas: como portátil tradicional (em que um
dos ecrãs está coberto pelo teclado); ao alto,
com o teclado removido (na vertical); e ao
baixo, com o teclado removido (na horizontal,
como um livro). Neste último modo, pode ser
usado o ‘kick stand’ integrado na parte de
baixo do PC (para que o ecrã inferior fique
mais visível), o que lhe dá bastante estabilidade.
Como é hábito na Asus, este computador tem
uma qualidade de construção muitíssimo boa,
que transmite uma ideia de muita solidez.
s Construção s Hardware utilizado
t O teclado tem um aspecto frágil
FICHA TÉCNICA
n Processador: Intel Core Ultra 9
n Memória: 32 GB LPDDR5X
n Armazenamento: SSD 1 TB M.2 NVMe PCIe 4.0
n Placa Gráfica: Intel Arc
n Ecrã: OLED 14 polegadas, 3K (2880 x 1800), 120 Hz
n Ligações: USB-A 3.2, 2 x Thunderbolt 4,
HDMI 2.1, jack de 3,5 mm
n Dimensões: 313,5 x 217,9 x 14,6 mm
n Peso: 1,65 kg
BENCHMARKS
n PCMark 10 Geral: 6596
No Zenbook Duo de 2024, a Asus usou
processadores de última geração Intel Core
Ultra 9 com dezasseis núcleos que oferecem
um desempenho interessante, apesar de não
ser possível explorar todo o seu potencial.
Isto acontece pelo facto de este Zenbook
ser bastante fino, o que limita a capacidade do
sistema de arrefecimento o que, por sua vez,
obriga a “travar” a velocidade máxima do CPU.
Temos ainda uma NPU para aceleração de
tarefas relacionadas com IA, mas, enquanto
a inteligência artificial não for integrada no

n PCMark 10 Produtividade: 8103

DOIS ECRÃS PARA QUÊ?
A grande pergunta que se pode colocar em
relação ao Zenbook Duo é esta: será mesmo
necessário ter dois ecrãs ou é só uma questão
de estatuto e de novidade? A resposta é difícil,
até porque se nota que a Asus se esforçou
bastante para tornar este computador o mais
prático possível, independentemente da forma
como é usado. No meu caso, não preciso de
n PCMark 10 (Autonomia): 600 minutos
n 3D Mark Wild Life: 21 473
PONTO FINAL
O Zenbook Duo de 2024 é uma boa máquina,
mas é um produto que não se destina à generalidade
do público que queira comprar um portátil: é mais
para quem tiver necessidades de utilização muito
especiais. No entanto, é uma máquina bem
construída, rápida e com soluções técnicas
muito bem conseguidas.
Windows, ainda não há muitas aplicações
que façam uso deste recurso. Para completar
a configuração, temos uma GPU Intel Arc
que oferece um desempenho muito mais
interessante que as que vinham integradas nos
processadores das gerações anteriores, CPU
estes que são um pouco mais poupados em
termos de consumos: mesmo a alimentar dois
ecrãs, a bateria conseguiu durar dez horas
certas, o que não é mesmo nada mau. P E D R O T R Ó I A

54
LENOVO THINKPAD X1 FOLD 16 GEN 1
Tem muita pinta, vem com um ecrã OLED dobrável e custa mais de cinco mil euros.
Será que este laptop dobrável vale a pena?
A ideia de ter um PC portátil com um
ecrã que se pode dobrar não é nova:
aliás, um dos primeiros computadores que
vi, deste tipo, foi precisamente da Lenovo.
Contudo, parece ser uma daquelas ideias
que oarecem brilhantes, quando as temos,
mas que, depois, são muito complicadas
de implementar. O ThinkPad X1 Fold 16 Gen 1,
como o nome indica, tem um ecrã dobrável
de dezasseis polegadas, que, como a maioria
dos OLED, oferece cores muito vibrantes
e uns pretos que não são cinzentos-escuros
(porque são os próprios píxeis que acendem
e apagam, não existindo um sistema de
retroiluminação).
COMPACTO… MAS SEM TECLADO
A dobradiça está colocada exactamente
a meio do ecrã e, ao contrário dos
smartphones dobráveis que já testei, este não
tem um vinco muito visível nessa zona.
Quando o Thinkpad está dobrado é uma
máquina compacta e muito fácil de
transportar - isto, se não se importar
de usar o teclado virtual do Windows.
Se quiser o teclado físico Bluetooth que o
acompanha, tem de o transportar à parte
e também é necessário levar o suporte
para colocar o computador na horizontal
ou vertical, fazendo as vezes de um monitor.
Este apoio é uma peça muito simples que
permite ter este Thinkpad desdobrado na
vertical ou na horizontal. O problema é que
não foi desenhado para suportar o peso
do laptop como deve ser: em muitos casos,
mal se coloca o PC, o conjunto não fica
nada estável e, por isso, há sempre o
risco de uma máquina de 5300 euros
ir parar ao chão.
“SANDUÍCHE” PROIBIDA
O teclado é típico da Lenovo com o botão
vermelho entre o ‘G’ e o ‘H’ para controlar
o rato com um pouco mais de precisão que
com o trackpad (que também lá está). O toque
é muito bom e é bastante mais confortável de
usar que o teclado virtual do Windows.
A Lenovo optou por não permitir que o teclado
pudesse ser ‘ensanduichado’ entre as duas
metades do ecrã, provavelmente para reduzir
potenciais danos no painel OLED. Mas, quando
usamos o ThinkPad com o ecrã dobrado
a noventa graus, é possível colocar o teclado
por cima da metade do ecrã onde aparece
o teclado virtual, pois tem um acabamento
que não danifica o ecrã e até vem com uns
ímanes para o prender.
DESEMPENHO MEDIANO
A Lenovo optou por usar um Core i7-1260U
no ThinkPad X1 Fold 16 Gen 1, um
processador que não é propriamente novo
(foi lançado no início de 2022), mas que tem
a vantagem de ser mais ou menos poupado
no que toca ao consumo de energia. No
entanto, esta escolha, e o facto de usar
apenas a GPU integrada no chip, penaliza
bastante o desempenho. Não quero dizer
que seja uma máquina muito lenta - não é
- mas se a compararmos com as que
usam processadores mais recentes,
o desempenho é mediano. P E D R O T R Ó I A
EXPERIÊNCIA PREÇO
MEDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
3
2,74 3,3 3
Distribuidor: Lenovo Site: lenovo.com
Preço: €5319
s Aspecto s Construção
t Preço t Desempenho t Não é práctico
FICHA TÉCNICA
n Processador: Intel Core i7-1260U vPro
n Memória: 32 GB LPDDR5-5.200MHz
n Armazenamento: SSD de 1 TB M.2 2242 PCIe Gen4
n Placa Gráfica: Iris Xe
n Ecrã: OLED 16,3 polegadas
n Ligações: 2 x USB-C Thunderbolt 4, WWAN 5G
(compatível com LTE), WiFi 6E, Bluetooth 5.1
n Dimensões: 276,2 x 176,2 x 17,4 mm
n Peso: 1,28 kg (1,94 kg com teclado e suporte)
BENCHMARKS
n PCMark 10 Geral: 5001
n PCMark 10 Produtividade: 7125
n PCMark 10 (Autonomia): 404 minutos
n 3D Mark Wild Life: 9359
PONTO FINAL
O Lenovo ThinkPad X1 Fold 16 Gen 1 é mais
um símbolo de estatuto que uma máquina para
trabalhar todos os dias. A construção é do melhor
que se faz neste contexto, mas, simplesmente,
não é prático de transportar e de usar
como computador de trabalho principal.
55
 12 LAB
HP Omen 27 1080p 165 Hz
Há alguns meses testámos o monitor Omen 1440p de 27 polegadas
e, agora, chega um modelo FullHD com um painel capaz de chegar
aos 165 Hz, para garantir que a imagem seja o mais fluida possível.
Ao contrário dos monitores 1440p, que podem ter várias resoluções
horizontais, mas sempre 1440 de resolução vertical, os 1080p têm
sempre 1080 x 1920. Apesar de terem uma resolução mais baixa,
o facto de os painéis terem menos pixéis faz com que (mesmo com
uma gráfica mais modesta) se obtenham velocidades de actualização
mais interessantes. Já com placas de gama média, conseguimos
subir bastante as definições gráficas dos jogos, sem perder muito
desempenho - destacamos o facto de este modelo ser compatível
com tecnologia FreeSync da AMD. O design deste Omen 27 é muito
semelhante ao do modelo 1440p: temos uma moldura muito fina,
exceptuando a parte inferior que é substancialmente mais espessa.
O pé é todo em metal e permite rodar o ecrã/ajustar a altura para
conseguir obter a melhor posição de visualização possível. Nas
ligações, há duas portas HDMI, uma DisplayPort e uma entrada jack
de 3,5 mm, mas não existem entradas USB, que podiam servir para
carregar o telemóvel. A qualidade da imagem é que se espera para
este tipo de painéis: as cores são equilibradas e brilhantes,
principalmente em HDR; em movimento, a imagem é muito fluida,
por causa dos 165 Hz de taxa de actualização. Os tons mais escuros
têm tendência a ser cinzentos-escuros por ser um LCD, mas com
alguns ajustes conseguem-se melhorar. Quando a imagem está
completamente a preto nota-se alguma da retroiluminação nos
limites do ecrã, mas nada de muito grave. P E D R O T R Ó I A
EXPERIÊNCIA PREÇO
MEDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
4
,6
4,3 5 4,6
Distribuidor: HP Site: hp.com Preço: €183,99
s Imagem s Preço t Não tem USB
FICHA TÉCNICA
n Ecrã: 27” LCD IPS
n Tempo de Resposta: 1 ms
n Resolução Máxima: 1920 x 1080
n Ligações: 2 x HDMI, DisplayPort, jack de 3,5 mm
n Dimensões: 613,6 x 223,3 x 523,7 mm855 g855
PONTO FINAL
Este monitor da HP é uma boa opção para quem não quer (ou não pode)
investir num monitor com mais resolução. A única coisa que há a apontar
é a falta de USB.
56
Corsair RX140 RGB
Com as ventoinhas tradicionais é necessário ligá-las à motherboard ou
directamente à fonte de alimentação do PC. O primeiro método permite
controlar a velocidade de rotação da ventoinha através de sensores,
enquanto o segundo, simplesmente, liga e desliga as ventoinhas (que
funcionam sempre à mesma velocidade) em conjunto com o computador.
Depois, ainda temos o problema dos cabos de alimentação. Para resolver
isto, a Corsair lançou a linha de ventoinhas RX em 120 e 140 mm, com e sem
iluminação LED, com um motor que usa uns “rolamentos magnéticos” para
as tornar mais silenciosas e para que durem mais tempo que as tradicionais.
As RX140 RGB não se ligam directamente à motherboard: em vez disso,
usam um hub que fornece energia e faz toda a gestão da velocidade de
rotação e iluminação, se for o caso. Este, tem dois canais e permite ligar até
catorze dispositivos por cada um, perfazendo 28 dispositivos por cada hub.
As ligações podem ser feitas através de cabos ou directamente umas às
outras para criar uma unidade para, por exemplo, instalar na parte superior
ou frontal da caixa. A instalação do hub é relativamente simples: basta
ligá-lo a uma entrada USB na motherboard, a uma ficha de alimentação
para dispositivos PCIe (por exemplo, placas gráficas) e, depois, ligar
a primeira ventoinha ao hub através do cabo fornecido. As seguintes podem
ser ligadas à primeira através de um cabo mais curto ou de um pequeno
adaptador que permite juntar mais ventoinhas, numa unidade - para
controlar tudo, temos de usar o software gratuito iCue da Corsair. Depois de
instaladas, a primeira coisa que se nota é a falta de ruído. As RX140 RGB são
mesmo silenciosas e, mesmo à velocidade máxima, geram menos ruído que
as outras. A qualidade destas ventoinhas é simplesmente impecável e tudo
funciona como anunciado. A única coisa que tenho a apontar é o manual.
A Corsair deixou de incluir uma versão em papel (o que se compreende),
mas o manual online é pobre, principalmente no que respeita
a resolução de problemas. P E D R O T R Ó I A
EXPERIÊNCIA PREÇO
FUNCIONALIDADES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
4,6
5 4 5
Distribuidor: Corsair Site: corsair.com
Preço: €39,90 (140 mm); €34,90 (120 mm)
s Silenciosas s Sistema de alimentação e controlos t Manual
FICHA TÉCNICA
n Dimensões: 140 x 25 mm n Fluxo de ar: 17,9 - 94,7 CFM
n Nivel de ruído: 10 - 36 dBA n Velocidade de rotação máxima: 1700 rpm
PONTO FINAL
Estas ventoinhas fazem tudo o que a Corsair anuncia: não precisam de muitos cabos,
são silenciosas e o sistema de montagem permite adicionar mais facilmente,
se for necessário. Só têm é de trabalhar no manual.

Canon
iSensys
LBP732Cdw
As impressoras são equipamentos que não passam muito pelas
nossas páginas de testes - a última que esteve na PCGuia foi uma
compacta da Canon dedicada à fotografia (a Selphy CP1500),
na edição de Dezembro de 2022. O regresso a estas análises é feito
com a mesma marca, embora com um modelo que não podia estar
mais nos antípodas: a empresarial iSensys LBP732Cdw, uma
impressora de 29 quilos que é um cubo com cerca de 45 cm de lado
e aquele ar típico dos escritórios, num tom creme acinzentado,
com pormenores em preto. Na configuração, esta impressora
surpreendeu pela rapidez com que conseguimos ligá-la à nossa
rede Wi-Fi: bastou carregar no botão WPS do router e esperar
apenas uns segundos para que reconhecesse a ligação. A partir daí,
tudo se processa de forma muito célere: quer via smartphone, quer
pelo computador, a iSensys LBP732Cdw aparece logo na lista de
impressoras disponíveis. Sinceramente, esperávamos que este
processo fosse mais demorado, mas o setup não nos deu qualquer
problema. Sobre a rapidez e qualidade de impressão, é o típico de
um modelo a laser: as impressões de fotografias a cor, a preto
e branco ou texto demoram sensivelmente o mesmo tempo.
Nos resultados a cor, notámos, contudo, tons mais baços que os
conseguidos por um modelo a jacto de tinta que temos na redacção.
Aqui, o grande atractivo será a capacidade dos quatro toners (ciano,
magenta, amarelo e preto - CMYK), que podem chegar a um máximo
de seis mil folhas, segundo a marca. Se isto se confirmar, e como
cada um custa 179,99 euros, estamos perante um custo por página
de quase três cêntimos, o que nos parece bastante razoável
para um ambiente de escritório. R I C A R D O D U R A N D
QUALIDADE EXPERIÊNCIA PREÇO
MEDIÇÕES DE IMPRESSÃO DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
4,4
5 4 4,5 4
Distribuidor: Canon Site: canon-europe.com Preço: €815
s Rapidez s Ligações s Configuração t Ecrã
FICHA TÉCNICA
n Processador: dual core 3,2 GHz n Memória: 2 GB
n Armazenamento: 32 GB eMMC n Resolução Máxima: 1200 x 1200 dpi
n Ligações: 2 x USB-A 2.0, USB-B, Ethernet, Wi-Fi
n Dimensões: 458 x 464 x 388 mm
n Custo Por Página Cor: €0,029 n Custo Por Página PB: €0,029
BENCHMARKS
n Impressão a Cores Qualidade Máxima: 11’73 seg.
n Impressão a Cores Draft: 10,65 seg.
n Impressão a Preto e Branco Qualidade Máxima: 09’92 seg.
n Impressão a Preto e Branco Draft: 08’78 seg.
n Impressão de texto: 7’45 seg. g855
PONTO FINAL
A iSensys LBP732Cdw é um modelo bastante rápido e fácil de configurar,
se o fizermos de forma básica (ligação à rede, via WPS, sem qualquer outra
definição adicional). O custo por página é outro dos seus bons argumentos;
queríamos apenas que viesse com um ecrã melhor, sem ser monocromático.
QNAP TBS-h574TX
Este NAS foi criado para ser rápido, muito rápido: é o único do mercado
que usa apenas SSD M.2 NVMe e podem ser instaladas até cinco unidades.
Mas não é só no campo do armazenamento que é rápido: a QNAP incluiu
uma ligação de 10 e outra de 2,5 Gbps. Tal como acontece com os NAS que
usam discos SATA, este também permite instalar e remover as unidades
de armazenamento sem necessidade de o desligar. Isto permite adicionar
unidades para ampliar o espaço disponível ou substituí-las, quando algo
corre menos bem. Para tal, as drives são montadas nuns suportes que
fazem lembrar os dos discos tradicionais, mas em ponto muito mais
pequeno. Tanto a instalação dos SSD nos suportes, como a instalação
dos próprios suportes, pode ser feita sem necessidade de recorrer
a ferramentas. O TBS-h574TX faz lembrar um minicomputador: é feito em
metal e tem uma peça frontal em plástico cinzento-escuro. O acesso às
drives é feito através da remoção da parte superior do plástico frontal que
é desbloqueado através de um interruptor do lado direito. Contudo, não há
qualquer forma de bloquear o acesso às drives a pessoas não-autorizadas.
Um aspecto menos interessante é o ruído: devido ao tamanho diminuto, em
relação aos NAS mais “tradicionais”, foram usadas duas ventoinhas de
pequenas dimensões. Em si, isto não é um problema… até o processador
e os SSD começarem a aquecer. Nesta altura, as ventoinhas fazem-se notar,
o que, por exemplo, num ambiente de gravação de conteúdos, obriga
a instalar o NAS noutra divisão ou dentro de um bastidor, para reduzir o
ruído. No que toca à velocidade, usámos três SSD M.2 com 1 TB da
Western Digital PCIe 4.0 e testámos o TBS-h574TX numa rede 10 Gbps
com um PC de secretária Windows 11, com uma placa PCI Express de
10 Gbps da QNAP e um switch com a mesma velocidade, da QNAP.
Usámos o mesmo PC para testar a ligação Thunderbolt e, curiosamente,
conseguimos obter mais ou menos a mesma velocidade em Ethernet e em
Thunderbolt. A velocidade de escrita foi de 1040 MB/s e, de leitura, chegou
aos 873 MB/s. Com a ligação Thunderbolt, atingimos os 1182 MB/s de
escrita e os 1010 MB/s de leitura. P E D R O T R Ó I A
PREÇO
MEDIÇÕES CONSTRUÇÃO FUNCIONALIDADES QUALIDADE
4,5
5 4 5 4
Distribuidor: QNAP Site: qnap.com Preço: €1659 (versão testada)
s Desempenho s Versatilidade t Ventoinhas
FICHA TÉCNICA
n Processador: Intel Core i3-1320PE 8C (4P+4E)/12T até 4,50GHz
n Memória: 12 GB n Armazenamento: 5 x SSD M.2 NVMe
n Configuração dos discos: JBOD, Single, RAID 0, 1, 5, 6, 10, 50
n Ligações: 10 GbE, 2.5 GbE, USB 2.0, 2 x USB 3.2 Gen 2, 2 x Thunderbolt 4, HDMI
n Sistema Operativo: QTS n Dimensões: 60 × 215 × 199 mm
PONTO FINAL
O QNAP TBS-h574TX é a máquina a comprar se precisar de muita velocidade
de escrita e de leitura. É versátil e muito fácil de configurar, mas a QNAP devia ter
pensado um pouco melhor no sistema de arrefecimento, principalmente porque
esta máquina destina-se a quem cria conteúdos e precisa de bastante silêncio.
57
 12 LAB

XIAOMI 14 ULTRA
Com o 14 Ultra, a Xiaomi volta a apostar na fotografia e na parceria com a Leica para
se destacar da concorrência. E é exactamente nesta área que o smartphone tem
o seu grande trunfo. Mas há outras razões para recomendar este equipamento.
Depois de termos testado o “irmão mais 14 (o que não é de estranhar, já que modelo anterior; as restantes são um sensor
novo” na edição anterior, chegou a vez o processador é o mesmo) e aos restantes de ultra grande angular, de telefoto e telefoto
do Ultra. O flagship da Xiaomi evidencia-se pelo topos de gama de outras marcas. No entanto, periscópica que oferecem fotografias de
saliente módulo de câmaras traseiras e por não supera o Asus ROG Phone 8 e o Zenfone 11 grande qualidade e bons detalhes em quase
manter o design adoptado no 13 Ultra. Robusto, Ultra, que continuam a ter os melhores todas as circunstâncias, mesmo com pouca
com acabamentos premium e “nano-tech vegan indicadores, até ao momento, de todos os luz, além de vários modos Leica e filtros.
leather” na traseira, como um material que imita smartphones testados. De referir que, no 3D De destacar também o zoom que funciona
pele, o 14 Ultra evidencia desde logo o seu Mark, o Xiaomi 14 Ultra aqueceu um pouco, mas bastante bem até dez vezes, mas que, depois,
posicionamento como topo de gama. Este esta foi a única vez que tal aconteceu; mesmo começa gradualmente a perder qualidade
smartphone tem um excelente ecrã AMOLED com uma utilização mais intensiva, em que - mesmo assim, é dos melhores que temos
WQHD+ de 6,73 polegadas, com taxa de o processador esteve em stress, não voltámos visto. No vídeo, a qualidade das câmaras fica
actualização variável até 120 Hz e tecnologias a ter problemas de sobreaquecimento. O novo bem demonstrada e os resultados são muito
HDR10+ e Dolby Vision, que proporcionam uma HyperOS é, tal como já dissemos em relação bons. Este é mesmo o melhor equipamento
experiência visual de grande qualidade, quer em ao 14, uma interface mais intuitiva e, por isso, móvel, a nível de fotografia e vídeo, que nos
contexto de gaming ou a ver vídeos e streaming, uma boa evolução do MIUI, mas vem carregada passou pelas mãos. A autonomia é um dos
quer na utilização diária. O som é bastante bom de bloatware. Este é sempre o “pecado” dos pontos fracos do 14 Ultra, sendo inferior à
com médios, graves e agudos limpos e smartphones da Xiaomi. dos concorrentes Galaxy S24 Ultra, Magic6,
definidos, o que confirma a aposta que a Zenfone 11 Ultra e até mesmo à do Xiaomi 14.
Xiaomi tem vindo a fazer nesta área. FEITO PARA FOTOGRAFIA Isto não quer dizer que seja má (dará, mesmo,
Com quatro câmaras de 50 MP (lentes Leica para um dia de utilização massiva), mas os
AQUECIMENTO UMA VEZ, SEM EXEMPLO Summilux, que variam entre 12 a 120 mm, o rivais duram mais tempo. Em contrapartida,
Ao nível do desempenho, os benchmarks 14 Ultra tem um sensor principal Sony LYT900 temos o carregamento rápido e o carregador
mostram resultados bastante semelhantes ao que é a grande alteração em relação ao incluído. M A F A L D A F R E I R E

EXPERIÊNCIA PREÇO
MEDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE

4,4
3,9 5 4,2
Distribuidor: Xiaomi Site: xiaomistore.pt
Preço: €1499,99

s Câmaras s Ecrã s Desempenho

t Autonomia t Bloatware t Preço excessivo

FICHA TÉCNICA
n Processador: Qualcomm Snapdragon 8 Gen 3

n Memória: 16 GB

n Armazenamento: 512 GB

n Câmaras: 200 MP (traseira); 32 MP (frontal)

n Ecrã: 6,73” AMOLED WQHD+ a 120 Hz,

(3200 x 1440), 522 ppi

n Bateria: 5000 mAh

n Dimensões: 161,4 x 75,3 x 9,2mm

n Peso: 219,8 gr

BENCHMARKS
n AnTuTu: 2 013 695

n 3D Mark Wild Life: 17 792

n GeekBench 6 Single CPU: 2278

n GeekBench 6 Multi CPU: 7055

n GeekBench 6 OpenCL: 13 828

n PCMark 3.0 Work: 16 416

n PCMark 3.0 Battery: 853 minutos

PONTO FINAL
Um smartphone com desempenho de topo, excepcional
na fotografia e no vídeo, mas que tem um preço um
pouco excessivo, como acontece com a generalidade
dos topos de gama. Contudo, o Xiaomi 14 Ultra é, neste
momento, o telemóvel com as melhores câmaras do
mercado.

58
 12 LAB / GADGETS

Maxcom FW67 Titan Pro

O Titan Pro é um relógio inteligente para actividades desportivas com um
ecrã rectangular que, para o preço que custa, tem uma qualidade de
imagem muitíssimo boa. Tão boa, que parece um daqueles dispositivos de
mostruário que têm um autocolante com um ecrã a fingir, que muitas vezes
tem mais qualidade que a do produto que está a ser promovido.
A construção é boa, com a Maxcom a dizer que este smartwatch foi
submetido a «vinte testes militares» - contudo, pelo menos no site oficial
da marca, não se diz que testes foram. Ainda assim, é à prova de água com
certificação IP69, o que garante que o dispositivo consegue resistir a jactos
de água de alta pressão. Outra protecção é a do ecrã que usa Gorilla Glass,
para conseguir resistir melhor aos choques. A pulseira é confortável, mas
o tamanho e a forma do relógio dificultam um pouco encontrar um ajuste
que seja realmente confortável.
Já a interface de utilização é algo caótica: a Maxcom quis meter o máximo
de informação possível nas 1,85 polegadas do ecrã, o que complica a leitura
à primeira vista. Assim, o aconselhável é escolher um mostrador mais
Sony ULT Field 1 simples, através da aplicação. Por falar na aplicação, o Titan Pro usa a Glory
Fit, disponível para Android e para iOS, uma plataforma genérica que
Sem o habitual design que a Sony nos habitou noutros modelos, a ULT funciona com muitos relógios, também genéricos, vindos da China. Isto,
faz parte de uma nova gama de colunas que a marca japonesa lançou em si, não é um problema, mas como é genérica alguns dos dados que
com uma funcionalidade que faz “explodir” os graves, o Power Sound. reporta não são muito fiáveis, principalmente em actividades mais passivas,
Na prática, temos um botão com o logo desta gama no corpo da coluna como a monitorização do sono ou dos batimentos cardíacos.
que activa um modo em que, realmente, o som é mais poderoso Uma das vantagens anunciadas do Titan Pro é a autonomia, campo onde
e envolvente, com os altifalantes laterais a tremerem e bem. Contudo, cumpre: a Maxcom diz que dura cinquenta dias em stand-by e quinze, com
sem isto ligado, a coluna acaba por ter um som sofrível em qualquer a utilização diária dos modos de medição de actividade desportiva. No meu
tipo de música, parecendo-se mais com um rádio de fraca qualidade. teste, a bateria durou cerca de duas semanas, sem carregar. P E D R O T R Ó I A
O melhor será ter sempre o Power Sound ligado (o botão ‘ULT’ fica
iluminado a branco) e deixar o outro para atender chamadas em
alta-voz. A sensação que nos dá é a de que a Sony piorou de propósito
o som da coluna para a fazer brilhar apenas com o modo de graves
optimizados, quando outros modelos semelhantes já são assim,
por defeito, e não precisam de artifícios destes para vender.
O que não muda é o facto de a Sony continuar a fazer depender alguma
interacção com a ULT Field 1 da sua app Music Center. É aqui que,
por exemplo, temos o equalizador para personalizar a forma como
queremos ouvir as músicas, modificando graves, agudos, médios.
Outras opções passam por dar prioridade à qualidade do som ou
à estabilidade da ligação e de ligar a poupança de energia; depois, ainda
temos ligação directa ao Spotify, Tune In, Apple Music e YouTube Music,
algo que é sempre redundante, uma vez que nada nos impede de usar as
próprias apps para ouvir música e passá-la para a coluna, via Bluetooth.
Finalmente, ainda é possível usar a app para criar um sistema de som
mais alargado com outras colunas. Como acontece com outras marcas,
a solução da Sony tem uma interface pouco cuidada, o que não nos
motiva a usá-la quando queremos ouvir música. R I C A R D O D U R A N D

EXPERIÊNCIA PREÇO
FUNCIONALIDADES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE EXPERIÊNCIA PREÇO
FUNCIONALIDADES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE

3,6
4 3,5 3,5
Distribuidor: Sony Site: sony.pt Preço: €140
s Design s Peso t Modo sem Power Sound t App
PONTO FINAL
A ULT Field 1 é o modelo de entrada de gama desta nova “colecção” da Sony
e não traz nada de novo ao mercado deste tipo de colunas. O modo Power Sound
funciona e muda mesmo a música para melhor, mas parece que a marca nos está
a vender uma funcionalidade que devia estar ligada por defeito, em vez de ser
um argumento de marketing.
4
4 3 5
Distribuidor: Maxcon Site: maxcom.pl Preço: €129,99
s Bateria s Construção t Interface padrão t Precisão t App
PONTO FINAL
O Titan Pro faz quase tudo o que diz na caixa, mas ainda tem espaço para
melhorias, principalmente no que respeita às medições e à app. Numa altura
em que muitos relógios deste tipo (bem mais caros) só têm bateria para pouco
mais de 24 horas, os quinze dias que o Titan Pro aguenta são uma excelente notícia.

60
 12 LAB / GADGETS

Philips S9975
As máquinas de barbear, além de facilitar o escanhoar diário, agora
também têm apps e funcionalidades de IA, como esta Philips. Vou ser muito
franco: durante a minha vida adulta tive quatro máquinas de barbear de
várias marcas. Nunca me habituei, tanto por não deixarem a pele em boas
condições, como por não se conseguir obter um barbeado semelhante ao
de uma lâmina tradicional. Por isso, foi com alguma curiosidade que testei
a nova S9975. A primeira dificuldade que tive com esta máquina foi ligá-la
ao telemóvel, através da app Groomtribe. O método de emparelhamento,
simplesmente, não funciona bem e eu até uso um
smartphone com Android “puro”, por isso,
o mais certo é não ser um problema
com o software do telefone. Após
várias tentativas, lá consegui ligar
os dois, mas deu luta. Quanto ao
Sony Alpha ZV-E1 barbear em si, fiquei com sentimentos
contraditórios. Por um lado, após várias
Não sendo propriamente uma novidade, só agora foi possível explorar utilizações, a pele não ficou tão irritada
todo o potencial deste modelo, fruto do lançamento de uma nova como acontecia com as outras máquinas
actualização. Recorrendo à fórmula de sucesso da ZV-E10 (a primeira que usei: suspeito que foi por causa da
câmara de vlog com objectivas intermutáveis), a ZV-E1 diferencia-se, funcionalidadede aviso de pressão. Por
essencialmente, pela utilização de um sensor de imagem de formato outro, apesar de se conseguir obter
full-frame de 12,1 MP, o mesmo das Sony A7S III e FX3. Originalmente resultados melhores, ainda não fica
limitado a uma captação de 60 fps 4K e 120 fps 1080p, a ZV-E1 viu essa exactamente como se tivesse usado uma
velocidade duplicada para 120 e 240 fps, respectivamente, mantendo lâmina. Quanto à reivindicação de que se
as funcionalidades específicas para vídeo, como a captura em modo conseguem bons resultados em barbas com
LOG de 10-Bit 4:2:2 e o formato Cinemascope (ecrã 2.35:1). mais tempo, sim, é verdade, mas também se
O facto de este sensor usar uma resolução relativamente baixa, tem de gastar mais tempo, a fazer várias
permite que cada pixel tenha uma dimensão relativamente grande, passagens. O sistema de limpeza
o que garante uma captação de vídeo excelente, mesmo em condições automática, que usa um líquido especial para
de luz mais exigentes. Isto, aliado a um corpo extremamente manter as lâminas sempres limpas
compacto (idêntico ao de uma Sony A7C, que lhe retirou o visor e higienizadas à espera da utilização
electrónico, o obturador mecânico e o duplo leitor de cartões seguinte, faz exactamente o que anuncia.
de alta velocidade), torna a ZV-E1 um equipamento leve, que pode Depois de acabar de fazer a barba, basta
ser facilmente transportado e manipulado por um tripé ou monopé, colocar a máquina no topo de um recipiente
ideal para quem queira gravar na rua, aproveitando ao mesmo com o tal líquido, ligar a máquina e o resto
tempo a estabilização de imagem da câmara. é automático: a S9975 fica
Destaque ainda para a manutenção da sapata electrónica que permite completamente limpa, mesmo na zona
a instalação de um microfone externo, mas só caso esteja insatisfeito das lâminas que é para onde vão os pêlos.
com a surpreendente qualidade do microfone frontal, aplicado ao Uma nota final vai para a bateria: por vezes,
centro (no topo), sendo este composto por três cápsulas, que podem mesmo totalmente carregada, a máquina
ser protegidas com um filtro corta-vento do tipo dead cat, indica que está prestes a ficar vazia. Isto
extremamente eficaz. Quando utilizadas as velocidades máximas é claramente um problema de software que
de captação, nota-se que as dimensões compactas da câmara acabam pode ser resolvido facilmente com uma
por influenciar negativamente no campo da dissipação de calor, actualização. P E D R O T R Ó I A
sendo essencial considerar curtas paragens após quinze minutos
(aproximadamente) de gravação, sempre que desejar gravar em 4K
durante períodos mais prolongados. G U S T A V O D I A S
EXPERIÊNCIA PREÇO
EXPERIÊNCIA PREÇO FUNCIONALIDADES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
DE UTILIZAÇÃO FUINCIONALIDADES QUALIDADE

4,5 4
4,5 3,5 4
4 5 4,5
Distribuidor: Philips Site: philips.pt Preço: €329,99
Distribuidor: Sony Site: sony.pt Preço: €2700 (corpo)
s Funcionalidade de aviso de pressão s Sistema de limpeza
s Funcionalidades s Qualidade de imagem t Sobreaquecimento t Ligação Bluetooth t Problema da leitura da bateria

PONTO FINAL PONTO FINAL

A ZV-E1 é uma máquina óptima para alguém que esteja a começar
a sua carreira na criação de vídeos pessoais. Compacta, versátil e capaz
de captar vídeos com excelente qualidade, este modelo tem, contudo, limitações
a ter em conta. Ainda assim, a diferença de preço face à superior A7S III
tornam-na uma excelente escolha.
A S9975 bem, mas alguns aspectos mereciam um pouco mais de trabalho,
a começar pela ligação à app. Quanto aos resultados, as máquinas de barbear
são objectos muito pessoais e cada um pode obter resultados completamente
diferentes dos meus. Por isso, a única coisa que posso dizer é que, se for possível,
é preferível experimentar antes de comprar.

62
Como podemos explicar... alojamos ideias

Um orgulho que nem sabemos

bem quantos GB ocupou.
Foram precisos muitos
CPUs para processar.
Uma satisfação que nos
enche o core.

Obrigado a todos
os que nos elegeram
como Melhor Serviço
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 12 LAB / GADGETS
Xiaomi Watch 2
O mais recente smartwatch da Xiaomi tem um design simples e vem
apenas com apenas um tamanho (1,43 polegadas), tal como o Watch
Pro 2, testado na PCGuia 335. É por isso que fazemos a mesma crítica que
fizemos na altura: foi apenas pensado para homem, já que é
exagerado para um pulso feminino. Outro dos pontos negativos, no
caso do modelo testado (cinzento), é a bracelete: fica suja muito facilmente
e torna difícil retirar o relógio. Em oposição, o ecrã AMOLED é excelente,
muito nítido e brilhante, mesmo em dias de Sol, e tem um modo de brilho
automático que funciona bastante bem, mesmo quando se muda do
exterior para o interior.
Com o sistema operativo Wear OS, tal como o modelo Pro, este
smartwatch oferece uma integração completa com o ecossistema Google,
com possibilidade, por exemplo, de usar o Assistente de voz ou com um
dos botões laterais. Além disso, ao nível de software, é possível instalar
diversas de apps de terceiros, até porque espaço é algo que não falta neste
relógio: 32 GB de armazenamento. O Xiaomi Watch 2 está repleto de
funcionalidades de monitorização de saúde e de desporto, com mais de
150 modos, alguns com dicas de treino, e com GPS de banda dupla L1 + L5
que proporciona uma precisão maior da localização, como conseguimos
comprovar durante uma caminhada e com o Maps. Em termos de utilização
diária, graças ao Qualcomm Snapdragon W5+ Gen 1 (4nm) e aos 2GB de
RAM, o desempenho foi sempre impecável e sem qualquer atraso nas
notificações e chamadas.
A autonomia é o “calcanhar de Aquiles” do Xiaomi Watch 2: com tudo
no máximo, apesar de a Xiaomi indicar 65 horas, não conseguimos chegar
ao final do segundo dia, mas convém referir que recebemos dezenas de
notificações de e-mails por dia e isso influencia. É verdade que conforme
desligamos opções, a vida da bateria aumenta e o carregamento é também
bastante rápido, por isso é fácil “recuperar” os 100%. M A F A L D A F R E I R T E
EXPERIÊNCIA PREÇO
FUNCIONALIDADES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
4 ,5
5 4 4,5
Distribuidor: Xiaomi Site: xiaomistore.pt Preço: €199,99
s Funcionalidades s Ecrã s WearOS
t Bracelete t Apenas um tamanho
PONTO FINAL
O Xiaomi Watch 2 é um smartwatch com uma boa relação qualidade-preço que vale
pelas funcionalidades que oferece, pelo ecossistema Google e pelo excelente ecrã.
A autonomia podia ser melhor, mas pesando prós e contras é uma boa compra.
64
Delta Q Rise
Actualmente, há máquinas de café para todos os gostos e carteiras,
desde as que usam cápsulas e podem fazer bebidas com leite às mais
tradicionais, com moinho incluído; temos ainda modelos que se ligam
a apps e que até encomendam sleeves com um toque num botão. Mas
há uma coisa que todas estas máquinas têm em comum: o café pinga
sempre para a chávena, de cima para baixo. É precisamente aqui que
esta máquina da Delta desenhada por Philippe Starck (que já criou
vários gadgets, como um rato para a Microsoft que, curiosamente,
parece um grão de café) se diferencia: aqui, é injectado no copo a
partir da base deste, sendo que o copo é colocado no topo da
máquina - o nome ‘Rise’ acaba por “denunciar” este método de tirar
um café que desafia a gravidade.
Este modelo da Delta Q acaba por ser uma proposta diferenciadora:
é um statement de design, uma máquina para chamar a atenção, um
objecto de status, daqueles que temos em casa para ser o centro das
atenções e das conversas entre amigos e família. A Rise não é apenas
uma máquina de café, é todo um conceito, cujos benefícios práticos são
ofuscados pelo aspecto. No fundo, é a inversão do lema da Bauhaus: a
função é que segue a forma e não o contrário. Ou seja, a Rise obriga
a que a ‘função’ de tirar cafés esteja dependente da ‘forma’ que Starck
criou. Nas máquinas “convencionais” acontece o contrário: «É preciso
tirar um café? Então, este formato é o mais prático para fazer isso».
Ao não “respeitar” o método clássico, a Rise acaba por ser limitada num
ponto muito importante: os copos. Estes têm de ser os específicos da
Delta, com uma rosca no fundo para que se consigam prender ao topo
da máquina: se os partimos, só vamos conseguir comprar iguais no site
e apenas em packs de quatro, por 34,90 euros, o que acaba por ser
uma limitação incontornável. R I C A R D O D U R A N D
EXPERIÊNCIA PREÇO
FUNCIONALIDADES DE UTILIZAÇÃO QUALIDADE
3,8
4 4,5 3
Distribuidor: Delta Q Site: pt.mydeltaq.com Preço: €279
s Design s Operação s Usa cápsulas convencionais t Copos t Preço
PONTO FINAL
A Delta Q Rise é uma das mais belas máquinas de café actualmente disponíveis.
Mas não é apenas uma máquina que estamos a comprar: é todo um novo conceito
de tirar café. Apesar de ser um modelo que apela aos mais extravagantes,
acaba por ser pouco prático, por culpa da limitação dos copos - e nem a Delta
tem versões diferentes.
 13 SLEEP
MAFALDA FREIRE

05/2024 1
3 DE MAIO DE 1984
O INÍCIO DA DELL REDACÇÃO
A partir do seu quarto numa residência na faculdade, 2 l Director: Pedro Tróia
ptroia@pcguia.fidemo.pt
Michael Dell cria uma empresa de computadores l Editor: Ricardo Durand
chamada Dell Computer Corporation, com um rdurand@pcguia.fidemo.pt
modelo inovador de venda directa por encomenda. l Redacção: Mafalda Freire
l Cronistas: Alexandre Gamela,
Hoje, a Dell Technologies é o terceiro maior fabricante
de PC do mundo, com uma quota de mercado global
3 André Gonçalves, Pedro Aniceto,
André Rosa, António Simplício
de 15,2% (referente ao 4.º trimestre de 2023),
segundo a consultora Canalys. DEPARTAMENTO DE ARTE
l Director de Arte: Rui Lisboa

8 7 6 5 4 Paginação, ilustração e arte de capa

linkedin.com/in/ruilisboa-art
instagram.com/ruilisboa.art
7 DE MAIO DE 1954 pinterest.pt/ruilisboa_art

A REVOLUÇÃO DO IBM 704 DEPARTAMENTO DE PUBLICIDADE

9 A IBM anuncia o primeiro computador do mundo
produzido em série, destinado a fins comerciais.
Este mainframe deixou a sua marca na história, já
que levou ao desenvolvimento de duas linguagens
10 de programação (FORTRAN e LISP) e à criação da
primeira aplicação de música. Além disto, ainda
ajudou um físico da Bell Labs a sintetizar a fala,
pela primeira vez.
11 12 13 14 15
l Directora comercial: Cristina Magalhães
cmagalhaes@pcguia.fidemo.pt
l Estatuto editorial disponível em:
pcguia.pt/estatuto-editorial/
l
ASSINATURAS
Novas assinaturas e apoio ao assinante
loja.pcguia.pt / apoio.cliente@fidemo.pt
DISTRIBUIÇÃO
l VASP, Soc. de Transportes e distribuição Lda.
MLP, Media Logistics Park, Quinta do Grajal,
Venda Seca, 2739-511 Agualva-Cacém.
Telef: 214 337 000

16 DE MAIO DE 2006 PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO

Lidergraf | Sustainable printing
LANÇAMENTO DO MACBOOK
l

16 Lidergraf | Delegação Sul

Edifício Diogo Cão,
A Apple anuncia o seu primeiro MacBook, Doca de Alcântara Norte,
com ecrã de treze polegadas, feito em 1350-352 Lisboa, Portugal
policarbonato, criado para substituir o iBook.
Tiragem média: 22 000 exemplares
Segundo a marca da maçã, era cinco vezes
17
l

l Periodicidade: Mensal
mais rápido que o antecessor e quatro vezes l PVP(Cont.): €4,1O
mais rápido que o PowerBook.

22 21 20 19 18
l Proprietário / Editora:
Fidemo, Soc. de Media Lda.
22 DE MAIO DE 1980
Director-Geral: Vasco Taveira
PARABÉNS, PAC-MAN
l

23 vascotaveira@pcguia.fidemo.pt
O jogo Puck-Man da Namco, que mais tarde l Administração/Gerência:
seria lançado como Pac-Man, é testado pela Vasco Taveira, Pedro Tróia
primeira vez no Japão. Esta data é considerada
pelos criadores do título como o aniversário l Sede, Redacção, Publicidade e Administração:
24 oficial, já que foi a primeira vez que o jogo Azinhaga da Torre do Fato 7 B - Escritório 1
1600 - 774 Lisboa
foi visto pelo público. Hoje, é um dos Telef: +351 214 193 988
mais icónicos títulos de sempre.
l Detentores de 5% ou mais do Capital social:
Vasco Taveira e Pedro Tróia
25 26 27 28 29 l Capital Social: 15 000€
l Cont: 509 808 859
26 DE MAIO DE 1995 l Depósito legal: 97116/96

30
Registo na E.R.C.: nº 119 452
A IMPORTÂNCIA DA INTERNET
l

l Marca registada no INPI: 479 435

Bill Gates, CEO da Microsoft, faz um memorando com
o título ‘The Internet Tidal Wave’, em que reconhece
a Internet como o «desenvolvimento mais importante
desde o computador pessoal da IBM». Neste documento, 31
Gates assumiu ainda que o novo foco da empresa
seria na World Wide Web.

66
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