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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional

Expediente
© 2023, Conselho Nacional do Ministério Público

Composição do CNMP
Elizeta de Paiva Ramos
(Presidente Interina do CNMP)

Conselheiros
Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto
(Corregedor Nacional)

Rinaldo Reis Lima


Moacyr Rey Filho
Engels Augusto Muniz
Antônio Edílio Magalhães Teixeira
Ângelo Fabiano Farias da Costa
Paulo Cezar dos Passos
Daniel Carnio Costa
Jaime de Cassio Miranda
Rogério Magnus Varela Gonçalves
Rodrigo Badaró Almeida de Castro
Jayme Martins de Oliveira Neto

Secretaria-Geral do CNMP
Carlos Vinícius Alves Ribeiro
(Secretário-Geral)

José Augusto de Souza Peres Filho


(Secretário-Geral Adjunto)

Brasil. Conselho Nacional do Ministério Público.


Política nacional de atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade : o papel do
Ministério Público na implementação da PNAISP / Conselho Nacional do Ministério
Público. - 1. ed. - Brasília: CNMP, 2023.
35 p. il.

ISBN 978-65-89260-25-7

1. Ministério Público, atuação. 2. Sistema prisional. 3. Pessoas privadas de liberdade. 4. Direito à saú-
de. 5. Políticas públicas. I. Título. II. Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade
Policial e Segurança Pública.

CDD – 341.413
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do CNMP
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional

Comissão do Sistema Prisional,


Controle Externo da Atividade
Policial e Segurança Pública
Presidente Equipe Técnica
Jaime de Cassio Miranda Gilberto Barros Santos
(Assessor-Chefe)
Membros Auxiliares
Alexandre José de Barros Leal Saraiva Alex Gomes Antunes
(Procurador de Justiça Militar – MPM) (Assessor)

Alexandre Reis de Carvalho Solange Aguiar Coelho


(Promotor de Justiça Militar – MPM) (Analista)

André Epifanio Martins Karla Cristina Paiva Rocha


(Promotor de Justiça do MP/AM) (Técnica)

Fernanda Balbinot Priscila Ribeiro Martins Cerqueira


(Promotora de Justiça do MP/GO) (Técnica)

Paula Moraes de Matos Rogério Carneiro Paes


(Promotora de Justiça do MP/GO) (Técnico)

Membros Colaboradores Silvana Dias dos Santos


Henrique Nogueira Macedo (Estagiária)
(Promotor de Justiça do MP/MG)
Luciana Nobre de Paiva
José Eduardo Sabo Paes (Apoio Administrativo)
(Procurador de Justiça – MPDFT)

Lívia Nascimento Tinoco


(Procuradora Regional da República– MPF)

Renata Ruth Fernandes Goya Marinho


(Promotora de Justiça do MP/MS)

Séfora Graciana Cerqueira Char


(Procuradora do Trabalho – MPT)
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional

Organizadores e
Colaboradores
Organizadores
André Epifanio Martins
Renata Ruth Fernandes Goya Marinho

Colaboradores
Rogério Carneiro Paes
Solange Aguiar Coelho
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional

Lista de
Abreviaturas
CBAF ������������Componente Básico da MP/GO��������Ministério Público do Estado de Goiás
Assistência Farmacêutica
MP/MG���������Ministério Público do
CIB ����������������Comissão Intergestores Bipartide Estado de Minas Gerais

CNES ������������Cadastro Nacional de MP/MS ���������Ministério Público do Estado


Estabelecimentos de Saúde de Mato Grosso do Sul

CNJ ���������������Conselho Nacional de Justiça MPDFT ���������Ministério Público do Distrito


Federal e Territórios
CNMP �����������Conselho Nacional do
Ministério Público MPF ��������������Ministério Público Federal

CNPCP ���������Conselho Nacional de Política MPM �������������Ministério Público Militar


Criminal e Penitenciária
MPT ��������������Ministério Público do Trabalho
COSEMS ������Conselho de Secretários
Municipais de Saúde MS �����������������Ministério da Saúde

CPP ���������������Código de Processo Penal NOB���������������Norma Operacional Básica do SUS

CSP ���������������Comissão do Sistema Prisional, PPL����������������População Privada de Liberdade


Controle Externo da Atividade
PNAISP ��������Política Nacional de Atenção Integral
Policial e Segurança Pública
à Saúde das Pessoas Privadas de
DEPEN ����������Departamento Penitenciário Nacional Liberdade no Sistema Prisional

EABP ������������Equipe de Atenção Básica Prisional PNSSP ���������Plano Nacional de Saúde do


Sistema Penitenciário
EAP ���������������Equipe de Atenção Primária
SAIPS �����������Sistema de Apoio à Implementação
ESB ���������������Equipe de Saúde Bucal de Políticas em Saúde

ESF ����������������Equipe de Saúde da Família SCNES����������Sistema de Cadastro Nacional de


Estabelecimentos de Saúde
FUNPEN�������Fundo Penitenciário Nacional
SENAPPEN �Secretaria Nacional de
INFOPEN �����Levantamento Nacional de Políticas Penais
Informações Penitenciárias
SISAB �����������Sistema de Informação em
LEP ����������������Lei de Execuções Penais (Lei nº Saúde para a Atenção Básica
7.210, de 11 de julho de 1984)
SUS ���������������Sistema Único de Saúde
MP �����������������Ministério Público

MP/AM ���������Ministério Público do


Estado do Amazonas
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional

Sumário
APRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

1 A SAÚDE NO SISTEMA PRISIONAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11


1.1 Linha do tempo da saúde no sistema prisional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2 ENTENDENDO A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS


PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NO SISTEMA PRISIONAL (PNAISP). . . . . . 12
2.1 O que é a PNAISP?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2.2 Quais são os princípios da PNAISP?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.3 Quais são as diretrizes gerais da PNAISP? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.4 Qual é o objetivo geral da PNAISP?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2.5 Quais são os objetivos específicos da PNAISP?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

3 PANORAMA ATUAL DA PNAISP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15


3.1 Acesso à saúde no Sistema Prisional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

4 MATERIALIZANDO A PNAISP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.1 Como funciona a adesão estadual à PNAISP?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4.2 Como funciona a adesão dos municípios à PNAISP?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4.3 Formação das equipes da PNAISP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.4 Equipes de Saúde Prisional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4.5 Assistência farmacêutica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

4.6 Grupo Condutor da PNAISP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

5 PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA O FORTALECIMENTO DA PNAISP . . . . . 34


Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 8

Apresentação

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), para além de suas atribuições consti-
tucionais no controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público brasilei-
ro e no cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, é importante catalizador
do aprimoramento e da uniformização da atuação institucional, sempre resguardadas a
autonomia de cada um dos seus ramos e de suas unidades, a independência funcional de
seus órgãos e a heterogeneidade das realidades nas quais estão inseridos.

Nessa senda, a Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e


Segurança Pública é órgão permanente do CNMP que desempenha, no âmbito de seus
eixos de atribuições, as tarefas de acompanhar a atuação dos membros do Ministério
Público brasileiro e, ainda, de induzir e disseminar medidas exitosas de outras instituições,
capazes de contribuir para a transformação do ambiente carcerário, a redução da crimina-
lidade e da violência no país.

É focada nesse relevantíssimo mister contributivo ao aperfeiçoamento da atuação minis-


terial e, via de consequência, na entrega de serviço público de excelência à sociedade
brasileira que a Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e
Segurança Pública (CSP) desenvolveu o projeto “Assistência à Saúde no Sistema Prisional:
fomento à implantação da PNAISP”, que consiste em fomentar a efetiva implementação
da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no
Sistema Prisional (PNAISP) em todo o país.

Sabemos que os estabelecimentos prisionais são ambientes complexos e desafiadores


para a prestação de cuidados de saúde, com altas taxas de problemas de saúde men-
tal, doenças infecciosas e condições crônicas. Assim, a PNAISP representa um esforço
importante para superar essas barreiras e garantir que as pessoas privadas de liberdade
possam gozar do nível mais alto possível de saúde.

O direito à saúde é fundamental, reconhecido em várias convenções e declarações inter-


nacionais, e não é abolido quando uma pessoa é presa ou detida. Na verdade, quando al-
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 9

guém é privado de liberdade, o Estado assume uma responsabilidade adicional de garantir


que essa pessoa tenha acesso a cuidados de saúde adequados.

No artigo 196, a Constituição afirma: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti-
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.”

O princípio da universalidade, mencionado no artigo, implica que todos os cidadãos têm


direito ao acesso aos serviços de saúde, independentemente de sua situação de privação.
O ordenamento jurídico brasileiro estabelece que as pessoas encarceradas têm direito a
um padrão de cuidados de saúde pelo menos equivalente ao disponível na comunidade
em geral. Isso significa que devem ter acesso a serviços médicos, incluindo prevenção,
diagnóstico e tratamento de doenças, assim como cuidados reabilitativos e paliativos. A
atenção à saúde mental também é uma parte crucial desse cuidado, reconhecendo que
a população carcerária tem taxas significativamente mais altas de problemas de saúde
mental do que a população em geral.

A Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Pri-


sional foi criada pela Portaria Interministerial nº 01, de 2 de janeiro de 2014, com o intuito
de garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado
integral no Sistema Único de Saúde (SUS).

Todos os estados aderiram, formalmente, à PNAISP. No entanto, o desafio que se apresen-


ta, mesmo passados mais de oito anos, é a habilitação de equipes de saúde para garantir o
acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS.

Enfim, com o desiderato de aglutinar informações úteis para aqueles membros do Minis-
tério Público brasileiro que desejem ser agentes transformadores da realidade carcerária
local por meio da promoção por meio da atuação que vise à efetiva implementação da
PNAISP em nível nacional é que apresentamos esta publicação, que poderá servir como
um passo a passo para a atuação ministerial na temática.

Sempre com as relevantes missões conferidas pelo legislador constituinte ao Ministério


Público brasileiro como norte, a CSP segue com as portas abertas ao diálogo e à constru-
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 10

ção cooperativa e colaborativa de melhorias institucionais, capazes de impactar positiva-


mente a sociedade brasileira.

Acompanhe todas as nossas atividades pela aba disponível no site www.cnmp.mp.br/portal.

Com meus cordiais cumprimentos, desejo-lhe ânimo na missão institucional e êxito nas
transformações sociais.

Boa leitura!

JAIME DE CASSIO MIRANDA


Presidente da Comissão do Sistema Prisional,
Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 11

1 A SAÚDE NO SISTEMA
PRISIONAL
No que diz respeito à atenção à saúde, as condições desfavoráveis das pessoas privadas
de liberdade (PPL) avocam a responsabilidade do Estado de proteger os direitos da pes-
Programa Nacional de Atenção
Programa Nacional de Integral à Saúde das Pessoas
soa, em especial
Constituiçãodaquelas
Federal (CF/88)
que se encontram impossibilitadas
Programa
Saúde da família
Saúde no Sistema de os praticar.
Privadas ed Liberdade no
Penitenciário (PNSSP) Sistema Prisional (PNAISP)

1988 1994 2003


Sob essa ótica, destacamos a seguir a linha do tempo da saúde no sistema prisional, com o
2014
1984dos principais
registro 1990marcos1996
Lei de Execução
das políticas de saúde2006
Sistema Único
e seus reflexos no sistema prisional:
NOB Política Nacional
Penal (LEP) de Saúde (SUS) de Atenção Básica

1.1 Linha do tempo da saúde no sistema prisional

Programa Nacional
Programa Nacional de Atenção Integral

1984 1990 1996 de Saúde no


Sistema 2003 à Saúde das Pessoas
Privadas de Liberdade
Constituição Programa Penitenciário no Sistema Prisional
Federal (CF/88) Saúde da família (PNSSP) (PNAISP)

Lei de Execução Sistema Único NOB Política Nacional


Penal (LEP) de Saúde (SUS) de Atenção Básica

1988 1994 2003 2014

PASSO
1 PASSO 03
02
PASSO
01
Aprovação
Plano de
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 12

2 ENTENDENDO A POLÍTICA
NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DAS
PESSOAS PRIVADAS DE
LIBERDADE NO SISTEMA
PRISIONAL (PNAISP)

2.1 O que é a PNAISP?

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sis-
tema Prisional (PNAISP) é uma política de saúde pública brasileira que foi implementada
com o objetivo de garantir e promover a saúde integral da população carcerária. A PNAISP
é baseada no princípio universal da saúde como um direito humano, previsto pela Consti-
tuição brasileira, e reflete o compromisso do
A PNAISP nasceu da avaliação da
país em promover o acesso equitativo aos aplicação do Plano Nacional de Saúde no
serviços de saúde para todos os seus cida- Sistema Penitenciário (PNSSP); quando se
dãos, incluindo aqueles que estão privados constatou o esgotamento desse modelo
de sua liberdade. e a urgência de promover a inclusão das
pessoas presas ao SUS, cumprindo os
A PNAISP enfoca a atenção integral à saú-
princípios de universalidade e de equidade.
de, o que significa que ela busca atender a
todas as necessidades de saúde dos indivíduos encarcerados. Além disso, a PNAISP pro-
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 13

move a prevenção e o tratamento de doenças e condições de saúde, a promoção da saú-


de e a redução de danos. Isso é alcançado pela implementação de estratégias eficazes de
saúde pública, tais como a vacinação, o rastreio de doenças, o aconselhamento de saúde
e a prestação de cuidados de saúde primários e secundários.

2.2 Quais são os princípios da PNAISP?

1. Respeito aos direitos humanos e à justiça social.

2. Integralidade da atenção à saúde da população privada de liberdade no conjunto de


ações de promoção, proteção, prevenção, assistência, recuperação e vigilância em
saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção.

3. Equidade, em virtude de reconhecer as diferenças e singularidades dos sujeitos de


direitos.

4. Promoção de iniciativas de ambiência humanizada e saudável, com vistas à garantia


da proteção dos direitos dessas pessoas.

5. Corresponsabilidade interfederativa quanto à organização dos serviços segundo a


complexidade das ações desenvolvidas, assegurada por meio da Rede Atenção à Saú-
de no território.

6. Valorização de mecanismos de participação popular e controle social nos processos


de formulação e gestão de políticas para atenção à saúde das pessoas privadas de
liberdade.

2.3 Quais são as diretrizes gerais da PNAISP?

As diretrizes gerais da PNAISP incluem:

1. Promoção da cidadania e inclusão das pessoas privadas de liberdade por meio da arti-
culação com os diversos setores de desenvolvimento social, como educação, trabalho
e segurança.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 14

2. Atenção integral resolutiva, contínua e de qualidade às necessidades de saúde da po-


pulação privada de liberdade no sistema prisional, com ênfase em atividades preventi-
vas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.

3. Controle e/ou redução dos agravos mais frequentes que acometem a população priva-
da de liberdade no sistema prisional.

4. Respeito à diversidade étnico-racial, às limitações e às necessidades físicas e mentais


especiais, às condições socioeconômicas, às práticas e concepções culturais e religio-
sas, ao gênero, à orientação afetiva e à identidade de gênero.

5. Intersetorialidade para a gestão integrada e racional e para a garantia do direito à saúde.

Por meio dessas diretrizes, a PNAISP busca garantir que as pessoas privadas de liberdade
tenham o mesmo acesso aos cuidados de saúde de alta qualidade que todos os outros
cidadãos brasileiros.

2.4 Qual é o objetivo geral da PNAISP?

Busca-se garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao


cuidado integral no SUS.

2.5 Quais são os objetivos específicos da PNAISP?

1. Promover o acesso das pessoas privadas de liberdade à Rede de Atenção à Saúde,


visando ao cuidado integral.

2. Garantir a autonomia dos profissionais de saúde para a realização do cuidado integral


das pessoas privadas de liberdade.

3. Qualificar e humanizar a atenção à saúde no sistema prisional por meio de ações con-
juntas das áreas de saúde e da justiça.

4. Promover as relações intersetoriais com as políticas de direitos humanos, afirmativas


e sociais básicas, bem como as de Justiça Criminal.

5. Fomentar e fortalecer a participação no controle social.


Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 15

3 PANORAMA ATUAL DA PNAISP

3.1 Acesso à saúde no Sistema Prisional

Segundo dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (INFOPEN)1 de


junho de 2020, havia, no sistema prisional, mais de 759.518 mil pessoas presas, distribuí-
das em 1.443 estabelecimentos penais.
O SISDEPEN é a ferramenta de coleta
A respeito das seções internas das unida- de dados do sistema penitenciário
des prisionais, tem-se o comparativo dos brasileiro, ele concentra informações
dados do INFOPEN de junho de 2019 e de sobre os estabelecimentos penais
junho de 2020: e a população carcerária.

Quantidade
Unidades básicas de saúde no sistema prisional brasileiro
2019* 2020*
Categoria: Módulo de saúde - espaços mínimos
Estabelecimentos com consultório médico 856 924
Estabelecimentos com consultório odontológico 726 760
Estabelecimentos com sala de coleta de material para laboratório 462 517
Estabelecimentos com sala de curativos, suturas, vacinas e posto de enfermagem 785 846
Estabelecimentos com cela de observação 441 503
Estabelecimentos com cela de enfermaria com solário 230 240
Estabelecimentos com sanitário para pacientes 471 491
Estabelecimentos com sanitários para equipe de saúde 723 771
Estabelecimentos com farmácia ou sala de estoque/ dispensação de medicamentos 744 804
Estabelecimentos com central de material esterilizado/ expurgo 328 337

1 Disponível em: <https://www.gov.br/senappen/pt-br/servicos/sisdepen>.


Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 16

Quantidade
Unidades básicas de saúde no sistema prisional brasileiro
2019* 2020*
Categoria: Módulo de saúde - espaços mínimos
Estabelecimentos com sala de lavagem e descontaminação 271 280
Estabelecimentos com sala de esterilização 290 307
Estabelecimentos com vestiário 225 278
Estabelecimentos com depósito de material de limpeza - DML 489 561
Categoria: Módulo de saúde - espaços complementares
Estabelecimentos com sala de atendimento clínico multiprofissional 554 612
Estabelecimentos com sala de procedimentos 447 489
Estabelecimentos com sala de raio x 95 81
Estabelecimentos com laboratório de diagnóstico 81 62
Estabelecimentos com cela de espera 326 375
Estabelecimentos com solário para pacientes 227 235
Estabelecimentos com outros espaços de saúde 12 10
Estabelecimentos que não possuem módulo de saúde (mínimos e complementares) 369 317
Fonte: SISDEPEN | Dados Estatísticos do Sistema Penitenciário
Data de corte: *JUN/2019, **JUN/2020

Os dados do INFOPEN de junho/2020 mostram ainda os números de profissionais de


saúde que atuam no sistema prisional contabilizando todas as formas de composição de
equipes. Na tabela a seguir, é possível perceber um aumento do número de quase todos
os profissionais exceto o de médicos de outras especialidades e psicólogos.

Quantidade
Categoria Profissional
2019* 2020*
Assistentes Sociais 1396 1454
Auxiliar e Técnico(a) de enfermagem 2430 2603
Auxiliar ou Técnico(a) odontolóeJico 380 399
Dentista 725 836
Enfem1 eiro(a) 1379 1534
lvlédico(a) - clínico geral 756 868
lvlédico(a) - ginecologista 26 32
lvlédico(a) - outras especialidades 81 71
lvlédico(a) - psiquiatra 232 258
Psicólogo(a) 1239 1207
Terapeuta ocupacional 96 135
Fonte: SISDEPEN | Dados Estatísticos do Sistema Penitenciário
Data de corte: *JUN/2019, **JUN/2020
Programa Nacional de Atenção
Programa Nacional de Integral à Saúde das Pessoas
Política Nacional de Atenção Programa
Constituição Integral à Saúde das Pessoas Privadas
SaúdedenoLiberdade
Sistema no Sistema Prisional 17 no
Privadas ed Liberdade
Federal (CF/88) Saúde da família Penitenciário (PNSSP) Sistema Prisional (PNAISP)

1988 1994 2003 2014


1984
Lei de Execução
1990
Sistema Único
1996
NOB
2006
Política Nacional
Penal (LEP) de Saúde (SUS) de Atenção Básica

Programa Nacional
Programa Nacional de Atenção Integral

1984 1990 1996 de Saúde no


Sistema 2003 à Saúde das Pessoas
Privadas de Liberdade

4 MATERIALIZANDO A PNAISP
Constituição Programa Penitenciário no Sistema Prisional
Federal (CF/88) Saúde da família (PNSSP) (PNAISP)

Lei de Execução Sistema Único NOB Política Nacional


Penal (LEP) de Saúde (SUS) de Atenção Básica
O processo de implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pes-
1988 1994 2003 2014
soas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) prevê a adesão de estados e
municípios como pré-requisito para solicitação de habilitação das equipes de saúde.

PASSO
PASSO 03
02
PASSO
01
Aprovação
Plano de Encaminhamento
Ação da documentação
ao Ministério da
Elaboração de
Termo de Plano de Ação
Saúde para
aprovação.
Adesão Estadual para
Atenção à Saúde
Assinatura do da Pessoa Privada
Termo de Adesão. de Liberdade.

A ADESÃO é o compromisso que o estado ou o município firmam com a União com o pro-
pósito de implantar a política no seu território, por meio da apresentação de um Plano de
Ação Estadual ou Municipal de assistência à saúde para as pessoas privadas de liberdade
daquela Unidade da Federação. As adesões, tanto estaduais como municipais, só terão
validade após a publicação no Diário Oficial da União por meio de portaria específica.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 18

As propostas serão analisadas pelo Ministério da Saúde e, se aprovadas tecnicamente,


serão publicadas no Diário Oficial da União, mediante dotação orçamentária.

Somente depois de a portaria de HABILITAÇÃO ser publicada no Diário Oficial da União é


que o recurso será repassado em forma de custeio mensal pelo Ministério da Saúde.

4.1 Como funciona a adesão estadual à PNAISP?

A adesão ocorre por meio da pactuação do Estado e do Distrito Federal com a União, sen-
do observados os seguintes critérios: a) a assinatura de Termo de Adesão; b) a elaboração
de Plano de Ação Estadual para Atenção à Saúde da Pessoa Privada de Liberdade; e c) o
encaminhamento da respectiva documentação ao Ministério da Saúde para aprovação.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 19

►Modelo do Termo de Adesão do Estado:

ANEXO I

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS PESSOAS

PRIVADAS DE LIBERDADE NO SISTEMA PRISIONAL

TERMO DE ADESÃO DO ESTADO

O Estado , por meio da Secretaria Estadual de Saúde,


CNPJ nº com sede na cidade de
CEP e da Secretaria de Justiça
do Estado (ou congênere), CNPJ nº. , com sede na cidade
de , CEP firma
o presente Termo de Adesão à Política Nacional de Atenção Integral à Saùde das Pessoas
Privadas de Liberdade no Sistema Prisional, assumindo os encargos e responsabilidades
previstos na Potaria , de de 2013.

E por estar certo e ajustado, firma o presente em 3 (três) vias de igual forma e teor.

Secretaria de Estado de Saúde Secretaria de Justiça do Estado


(ou congênere)

Todas as Unidades da Federação aderiram à PNAISP, trazendo avanços no acesso das pessoas
privadas de liberdade ao cuidado integral no SUS.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 20

4.2 Como funciona a adesão dos municípios à PNAISP?

A adesão municipal à PNAISP será facultativa, devendo observar os seguintes critérios: a)


adesão estadual à PNAISP; b) existência de população privada de liberdade em seu terri-
tório; e c) assinatura do Termo de Adesão Municipal.

►Modelo do Termo de Adesão do Município:

ANEXO II

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS PESSOAS

PRIVADAS DE LIBERDADE NO SISTEMA PRISIONAL

TERMO DE ADESÃO DO MUNICÍPIO

O Município , por meio da


Secretaria Municipal de Saúde, Inscrita no CNPJ nº com sede
CEP , firma o presente Termo
de Adesão à Política Nacional de Atenção Integral à Saùde das Pessoas Privadas de Liberdade no
Sistema Prisional, assumindo os encargos e responsabilidades previstos na Portaria xxxxx, de
xxxx de 2013, em 4 (quatro) vias de igual forma e teor, a serem encaminhadas ao Ministério da
Saúde, à Secretaria Estadual de Saúde e à Secretaria Estadual de Justiça (ou congênere).

Secretaria de Saúde do Município

A respeito da municipalização, com base no princípio da descentralização do SUS, 441


municípios nos quais há unidade prisional aderiram à PNAISP no sistema prisional. Existem, no
Brasil, 913 municípios que possuem unidade prisional em seu território.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 21

O desafio da efetiva implementação da PNAISP, ensejando a atuação do Ministério Públi-


co, é a adesão dos municípios que possuem estabelecimentos prisionais, bem como o
credenciamento de equipes de saúde.

►Diretrizes para o Plano de Ação Estadual/Municipal:

ANEXO III

DIRETRIZES PARA O PLANO DE AÇÃO ESTADUAL/MUNICIPAL PARA A POLÍTICA NACIONAL DE


ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NO SISTEMA PRISIONAL

1. Apresentação
Apresentar as justificativas para o Plano, a problematização e a análise dos cenários es-
tadual e municipal pertinentes às questões prisionais e sociossanitárias, caracterização das redes
existentes e principais aspectos da sua gestão.
2. Instâncias e responsabilidades
Definição das instituições participantes e de suas responsabilidades pela gestão, opera-
cionalização e apoio, levando-se em consideração as responsabilidades consignadas nesta Portaria.
3. Objetivos
3.1. Objetivo Geral
3.2. Objetivos Específicos
4. Abrangência e Público-alvo
Caracterização e quantificação do público alvo;
Definição das unidades prisionais e territórios de abrangência.
5. Características da PNAISP no Estado e no(s) Município(s) de abrangência
5.1 Contratualização
Definir formas de sensibilização e mobilização de gestores das políticas setoriais do Esta-
do, bem como dos Municípios que possuam prisões em seus territórios. Estabelecer, aqui, a lógica
de pactuação e territorialização, levando em conta as redes prioritárias, as ações da atenção básica
e o compartilhamento de responsabilidades na atenção. Esclarecer, também, quais os critérios
para seleção, pactuação e gestão com os Municípios.
5.2 Constituição de Grupo Condutor Estadual
Definir as instâncias que participarão, bem como a forma de estruturação, gestão e fun-
cionamento do Grupo Condutor Estadual.
5.3 Utilização dos sistemas de informações em saúde
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 22

Indicar como serão utilizados os seguintes módulos: cadastramento dos usuários, pron-
tuários eletrônicos, sistemas de produção das equipes, epidemiológicos e de gestão.
5.4 Financiamento e Repasse de Recursos
Apresentar quadro com os recursos dispensados para os serviços implantados.
6. Definição de padrões mínimos de qualidade, eficácia e efetividade do Plano de Ação
A - Planejamento e gestão
1) Quanto às perspectivas e modalidades de gerenciamento.
Qual é o ponto de partida: a lógica da justiça criminal ou do SUS? Há coerência com os
princípios do SUS?
2) Quais as responsabilidades pela elaboração dos Relatórios de Gestão? A UF atende aos
prazos e critérios para elaboração e envio do RAG?
3) Verificar Planos de Controle, Regulação, e Avaliação pactuadas - entre os níveis de
governo.
4) Quais os instrumentos existentes?
5) Negociações intergestores para pactuação de ações, agendas e recursos. Como atuam
as Comissões Intergestores Bipartite CIB? Há câmaras temáticas relacionadas ao tema?
6) Quanto à participação das administrações municipais:
- Os gestores municipais contemplam, em suas iniciativas, a política em questão?
- A lógica de contratualização (pactos de gestão) tem sido observada?
- Há esforço orçamentário nesse sentido?
- Há participação direta das equipes de atenção básica?
- Como as ações de média e alta complexidade são tratadas na PPI? Como tem sido a
pactuação de ações de média e alta complexidades, em níveis estadual e local?
7) Há um plano de comunicação no âmbito das administrações prisionais e sanitárias?
Como é realizada tal estratégia?
8) Como são programadas e executadas as agendas das equipes de saúde nas unidades?
As agendas são articuladas aos diversos serviços existentes, no âmbito da unidade, e publicadas?
B - Orçamento e finanças
9) Analisar o fluxo de gestão do incentivo financeiro.
10) Verificar valores anuais e mensais de convênios e repasses fundo-a-fundo.
11) Quando o incentivo financeiro chega ao FES, como e para qual instância é feito o seu
repasse: Secretarias e fundos beneficiários dos recursos - verificar, também, fundo a fundo para os
municípios.
12) Verificar deliberações das CIB, atos deliberativos dos Conselhos Estaduais de Saúde
(CES), Portarias e Resoluções a respeito das prioridades e formas de aplicação dos recursos.
13) Qual o esforço orçamentário das UFs
- Ver planejamento e execução orçamentários;
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 23

- Ver contrapartidas estaduais e municipais (quando houver);


- Verificar se há um “orçamento matricial”, com composição orçamentária por parte de
outras políticas setoriais - há agenda em outros orçamentos?
C - Ambiência e infraestrutura
14) Caracterizar as unidades penais que dispõem de estrutura para atenção à saúde:
quais unidades contam com tais estruturas? Comparar cada estrutura existente às Resoluções
CNPCP nºs 06/2006 e 09/2011 do anexo II da PI nº 1.777/2003 e da RDC Anvisa nº 50/2002.
15) Verificar equipamentos existentes: comparar à PI nº 1.777/2003.
16) Há laudo da Vigilância Sanitária?
17) Forma de destinação e coleta de Resíduos/Rejeitos.
18) Serviços de apoio; Serviços Especializados; Serviços e Classificação.
D - Gestão do trabalho
19) Quais as áreas responsáveis pela gestão de RH no âmbito da Secretaria Estadual de
Saúde, da Secretaria de Administração Penitenciária (ou congênere) e das Secretarias Municipais
de Saúde?
20) Como contribuem para a gestão das equipes de saúde nas unidades penitenciárias?
Quais são as ferramentas de gestão de RH?
21) Há planejamento de necessidades de RH?
22) Como e quando vêm sendo realizados os concursos e os processos seletivos?
23) Quem contrata a equipe de saúde no sistema penitenciário: Secretaria Estadual de
Saúde; Secretaria de Administração Penitenciária (ou congênere); Secretarias Municipais de Saú-
de; ONG, etc;
24) Qual o vínculo da contratação dos profissionais das equipes de saúde: CLT, estatutá-
rio, precário ou outro (especificar qual)?
25) Quantas equipes estão efetivamente atuando? Quais e quantas unidades prisionais?
- Avaliar as informações do SCNES e verificar sua compatibilidade com a realidade de
cada unidade penal e equipes que efetivamente atuam.
- Qual a jornada de trabalho de cada profissional de saúde contratado (médico(a), en-
fermeiro(a), assistente social, psicólogo(a), dentista, auxiliar de consultório dentário, auxiliar de
enfermagem)?
- Caracterizar as equipes existentes cadastradas no CNES.
26) Há diagnósticos de necessidades de capacitação de RH?
27) Há programa de educação permanente?
28) A capacitação em saúde é destinada aos agentes de segurança e aos demais cargos?
Como?
29) Como se dá o acompanhamento e o apoio em saúde do trabalhador em serviços pe-
nais? Qual o órgão estadual/municipal responsável?
30) Há sistema de gestão e avaliação de desempenhos? Quais os marcos legais?
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 24

F - Organização dos serviços e fluxos de assistência


31) Quanto à Logística de Transporte e à Segurança:
- Características da movimentação e segurança e do transporte sanitário;
- Veículos disponibilizados;
- Responsáveis pelo acompanhamento ao sentenciado;
- Observa-se o disposto na legislação referente aos procedimentos para movimentação e
condução de presos e pessoas que cumprem medidas de segurança?
- Há segurança no estabelecimento de saúde durante o atendimento externo?
32) Quanto à realização de procedimentos de atenção à saúde
- Como são realizadas as ações de difusão de informações junto aos servidores e as pes-
soas privadas de liberdade?
- Quais são as ações de atenção à saúde dedicadas aos familiares? É feito acompanha-
mento periódico? Há atividade de orientação e prevenção? Há apoio para inserção na rede assis-
tencial local?
- Como é a oferta de atenção à saúde do egresso? Há atividade de orientação e preven-
ção? Há apoio para inserção na rede assistencial e de saúde local? A família é apoiada?
33) Como as equipes de saúde das unidades articulam-se à rede assistencial do Municí-
pio?
- Como estão articuladas as estratégias de saúde da família e dos agentes comunitários
de saúde? Há articulação com a atenção básica municipal? Quais os indicadores?
34) As pessoas privadas de liberdade são mobilizadas e capacitadas para atuarem como
multiplicadores de saúde nos seus espaços de convivência? Como são identificados e preparados?
As remições de pena são propiciadas?
35) Quais são as doenças prevalentes e qual a sua proporção?
- Como são realizadas e qualificadas as ações de atenção às doenças prevalentes?
- São elaborados e adequados protocolos de atendimento?
- São utilizadas as “linhas-guia” e os protocolos para as ações de monitoramento aos
sentenciados/pacientes?
- Verificar os índices de morbidade. Há monitoramento e registro? Quais as causas mais
recorrentes?
36) Avaliar as linhas de ação e os indicadores epidemiológicos e de procedimentos
- Controle de tuberculose.
- Controle de hipertensão e diabetes.
- Dermatologia sanitária - hanseníase.
- Saúde bucal.
- Saúde da mulher.
- Atenção à saúde materno-infantil.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 25

- Diagnóstico, aconselhamento e tratamento em DST/HIV/AIDS.


- Atenção em saúde mental.
- Verificar ações destinadas ao atendimento ao paciente judiciário.
- Atenção a pessoas com deficiência.
- Protocolo mínimo para o diagnóstico de saúde e o desenvolvimento de ações de pro-
moção da saúde e de prevenção de agravos por ocasião do ingresso da pessoa presa no sistema
prisional ou ambulatorial.
- Programa de imunizações: verificar se há garantia de cobertura vacinal. Como está es-
truturado o serviço? Como são cumpridas as agendas e campanhas?
- Verificar ações pertinentes à assistência farmacêutica básica e aquisição de medica-
mentos. Qual o local de recebimento e dispensação dos medicamentos no Estado/Município.
37) Há promoção de educação sanitária, visando à melhora de hábitos, das condições de
higiene e da alimentação?
38) Ações de vigilância epidemiológica, ambiental e sanitária
39) Em relação à rede assistencial
- Verificar a acessibilidade e a qualidade da assistência hospitalar, de urgência e emer-
gência no Estado/Município, bem como a forma de atendimento à população em questão.
- Verificar a capacidade de atendimento, no Município, em ações suplementares de mé-
dia e alta complexidades, bem como as necessidades de encaminhamento para fora do Município
(Tratamento Fora do Domicílio - TFD).
- Verificar as Programações Pactuadas e os Planos de Ações Articuladas da Assistência
Social, bem como os fluxos de referência da rede dos serviços de média e alta complexidade.
- Como são trabalhadas, junto às demais instituições do SUS, as propostas de estrutura-
ção de redes de referência especializadas para atendimento à população em questão? Como se
dará a inclusão e revisão das estratégias e ações para atenção à pessoa privada de liberdade em
planos municipais e estaduais de saúde, bem como nos Contratos Organizativos da Ação Pública
da Saúde (COAP).
G - Tratamento de Informações
40) Elaboração de protocolos de atenção à saúde, com descrição das ações, serviços e
procedimentos a serem realizados pelas unidades próprias do Sistema Penitenciário e pelos servi-
ços referenciados, vinculados ao SUS.
41) Sobre os sistemas de Informações em Saúde
- Caracterizar as tecnologias de TI utilizadas pelas unidades (equipamentos, softwares,
internet, etc.).
- Os custodiados são devidamente cadastrados e obtêm seu cartão único do SUS? Siste-
mas utilizados (CNES, SINAN, SIA/SUS, Cartão SUS, SIAB, SISPrenatal, SISParto) pelas Secretarias
Estaduais de Saúde/Secretarias Municipais de Saúde e equipes das unidades penitenciárias.
- Fazem uso (descentralizado) de tais sistemas?
- São utilizados prontuários eletrônicos? Foi implantado o sistema E-SUS?
42) Como são realizadas a coleta, o tratamento e o envio de informações sobre as ocor-
rências, as notificações e a produção para a atenção básica? Quais são os formulários?
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 26

43) Há um monitoramento das informações registradas?


44) Quem faz o tratamento das informações? Adm. Penitenciária? Secretaria Estadual de Saú-
de? Unidades prisionais? Secretarias Municipais de Saúde?
45) São gerados relatórios analíticos e gerenciais com base em tais informações?

Anexo III da PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1, DE 2 DE JANEIRO DE 2014.

4.3 Formação das equipes da PNAISP

Só após a publicação da portaria de adesão, o estado ou município pode solicitar a HA-


BILITAÇÃO de equipes de saúde para prestar a atenção primária às pessoas privadas de
liberdade. Caso a equipe seja de gestão estadual, basta o estado já ter aderido à PNAISP.
Caso a equipe solicitada para habilitação seja de gestão municipal, então o município tam-
bém deve aderir à PNAISP, além da Unidade Federativa.

Atenção básica será


ofertada por meio das
equipes de atenção básica
das Unidades Básicas de
A oferta das demais ações e Saúde definidas no território
serviços de saúde será ou por meio da Equipes de
prevista e pactuada na Rede Saúde no SistemaPrisional
de Atenção à Saúde (RAS) (ESP), observada a
pactuação estabelecidda

Atenção Especializada Atenção Primária

Em resumo:

ATENÇÃO PRIMÁRIA: Equipes de Saúde do Sistema Prisional (ESP)

ATENÇÃO ESPECIALIZADA: Rede de Atenção à Saúde (RAS)


Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 27

4.4 Equipes de Saúde Prisional

As Equipes de Atenção Básica Prisional (EABP) apresentam composição multiprofissional


e com responsabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas priva-
das de liberdade, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas unida-
des básicas de saúde a que estiver vinculada. O número de pessoas custodiadas e o perfil
epidemiológico dessas pessoas determinarão as modalidades de equipe, bem como suas
respectivas cargas horárias. As equipes podem se organizar em cinco modalidades, o que
definirá o repasse dos recursos financeiros.

Equipes de Atenção Primária Prisional (eAPP):

(Anexo XVIII da Portaria de Consolidação nº 2/2017 - Operacionalização da PNAISP no SUS)

Composição mínima das eAPP:

• eAPP vinculada a eSF/eSB - 6h: médico, enfermeiro, téc./aux. de enfermagem, dentista


e téc./aux. de saúde bucal.

• eAPP Essencial - 20h ou 30h: médico, enfermeiro, téc./aux. de enfermagem e dentista.

• eAPP Ampliada - 20h ou 30h: médico, enfermeiro, téc./aux. de enfermagem, dentista


e mais um entre: médico, enfermeiro, psicólogo, farmacêutico, assistente social, nutri-
cionista, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional. Profissional adicional à eAPP E ou
A - 20h ou 30h: téc./aux. de saúde bucal.

• eAPP Complementar Psicossocial - 20h ou 30h: psiquiatra ou médico com experiên-


cia em saúde mental e mais um entre: psicólogo e assistente social; OU enfermeiro e
mais dois entre: psicólogo e assistente social. As Equipes de Atenção Básica Prisional
(EABP) apresentam composição multiprofissional e com responsabilidade de articular
e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade, devendo reali-
zar suas atividades nas unidades prisionais ou nas unidades básicas de saúde a que
estiver vinculada. O número de pessoas custodiadas e o perfil epidemiológico dessas
pessoas determinarão as modalidades de equipe, bem como suas respectivas cargas
horárias. As equipes podem se organizar em cinco modalidades, o que definirá o re-
passe dos recursos financeiros.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 28

Cobertura das Equipes de Atenção Primária Prisional (eAPP):

(Anexo XVIII da Portaria de Consolidação nº 2/2017 - Operacionalização da PNAISP no SUS)

I. unidades prisionais que contenham até 300 (trezentos) custodiados: serviço de saúde
com funcionamento de 6 (seis) horas semanais;

II. unidades prisionais que contenham de 101 (cento e um) a 1.700 (mil e setecentos) cus-
todiados: serviço de saúde com funcionamento de 20 (vinte) horas semanais; e

III. unidades prisionais que contenham de 1.201 (mil duzentos e um) a 2.700 (dois mil e
setecentos) custodiados: serviço de saúde com funcionamento de 30 (trinta) horas
semanais.

População privada 1a 101 a 301 a 1.201 a 1.701 a


de liberdade 100 300 1.200 1.700 2.700

Carga Horária Semanal 6h 20h 30h

Nº de profissionais 5 4, 5, 6, 7, 8 ou 9 4, 5, 6, 7, 8 ou 9

Os serviços de saúde nas unidades prisionais serão estruturados como pontos de aten-
Secretaria de Saúde

ção da Rede de Atenção à Saúde e cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimen-


Criar INE no SCNES,
com código de Solicitar
credenciamento de Adequar
equipe 74, no

tos de Saúde (CNES).


eAPP no SAIPS eAPP
municipio em que a Cadastrar eAPP no
eAPP irá atender SCNES, no INE criado
Enviar ofício ao
previamente
Conselho de
Prazo: 6 meses
Saúde e à CIB
informando a

Somente depois de a portaria de habilitação ser publicada no Diário Oficial da União é que
solicitação de
credenciamento
Adequar proposta

o recurso será repassado em forma de custeio mensal pelo Ministério da Saúde. Repasse financeiro na
Publicação do Não
Ministério da Saúde

credenciamento no competência seguinte


Não Sim DOU, conforme
disponibilidade
orçamentaria Sim
Solicitação eAPP
adequada? adequada?
Publicação do INE em
portaria no DOU

Fiscalização
O Ministério Público tem o poder de fiscalizar a aplicação das políticas públicas, como a
PNAISP, nas unidades prisionais, para garantir que os direitos básicos de saúde dos deten-
tos estão sendo respeitados.

Articulação
O Ministério Público também pode atuar como um articulador entre diferentes esferas do
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 29

Incentivo financeiro federal mensal de custeio das Equipes de Atenção


Primária Prisional (eAPP):

(Título II, Capítulo II, Seção IV da Portaria de Consolidação nº 6/2017 - Financiamento)

Tipo Modalidade R$
Vinculada eSF/ eSB 6h 4.000,00
20h 25.000.00
Essencial
30h 35.000,00
20h 30.000.00
Ampliada
30h 40.000,00
20h 1.000.00
Adicional Saúde Bucal
30h 1.500.00
20h 10.000.00
Complementar Psicossocial
30h 20.000.00

• As equipes podem ser de gestão estadual ou municipal.


População privada 1a 101 a 301 a 1.201 a 1.701 a
• deAliberdade 100
Secretaria de Saúde tem autonomia 300 complementar
para 1.200 1.700 2.700mínima das
a composição
equipes, sem prejuízo do repasse federal.

• A forma de contratação dos profissionais e composição das equipes é de responsabi-


lidade da gestão local.
Carga Horária Semanal 6h 20h 30h

Nº de profissionais 5 4, 5, 6, 7, 8 ou 9 4, 5, 6, 7, 8 ou 9
Fluxo de Solicitação de credenciamento:
Secretaria de Saúde

Criar INE no SCNES,


com código de Solicitar
credenciamento de Adequar
equipe 74, no
eAPP no SAIPS eAPP
municipio em que a Cadastrar eAPP no
eAPP irá atender SCNES, no INE criado
Enviar ofício ao
previamente
Conselho de
Prazo: 6 meses
Saúde e à CIB
informando a
solicitação de Adequar proposta
credenciamento

Publicação do Repasse financeiro na


Não
Ministério da Saúde

credenciamento no competência seguinte


Não Sim DOU, conforme
disponibilidade
orçamentaria Sim
Solicitação eAPP
adequada? adequada?
Publicação do INE em
portaria no DOU

Fiscalização
O Ministério Público tem o poder de fiscalizar a aplicação das políticas públicas, como a
PNAISP, nas unidades prisionais, para garantir que os direitos básicos de saúde dos deten-
tos estão sendo respeitados.

Articulação
O Ministério Público também pode atuar como um articulador entre diferentes esferas do
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 30

Portarias de Orientações às Secretarias de Saúde

Parâmetros mínimos de
credenciamento
Cadastro no SCNES Validação para pagamento
Portaria de Consolidação
Portaria SAES/ Portaria de Consolidação
02/2017 - Anexo XVIII;
MS n° 37/2021 SAPS/MS n° 01/2021 - Capítulo |
Portaria de Consolidação 06/2017
- Título II, Cap. II, Seção IV

Em resumo:

ADESÃO: Compromisso político dos entes federativos, com a apresentação de um Plano de


Ação da assistência à saúde das PPL do território.

HABILITAÇÃO: Solicitação da habilitação de equipe por meio do Sistema de Apoio à


Implementação de Políticas em Saúde (SAIPS). As equipes devem estar cadastradas no
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Consulte o CNES pelo QR Code abaixo!

Após publicação da portaria de adesão, o estado e/ou município:

• Deverá cadastrar a(s) equipe(s) de Atenção Primária Prisional (eAPP) no Sistema de


Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), conforme as Portarias de
Consolidação nº 2 e nº 6, de 28 de setembro de 2017, e a Portaria nº 99, de 7 de feve-
reiro de 2020;
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 31

• A gestão local deverá solicitar a habilitação da(s) equipe(s) de Atenção Primária Prisio-
nal (eAPP) no Sistema de Apoio à Implementação de Políticas em Saúde (SAIPS), em
conformidade com a(s) equipe(s) anteriormente cadastrada(s) no SCNES; e

• O Ministério da Saúde publicará portaria de habilitação da(s) equipe(s) de Atenção Pri-


mária Prisional (eAPP).

Qual é o papel dos municípios que aderem à PNAISP?

• Executar, no âmbito da atenção básica, as ações de promoção, proteção e recupera-


ção da saúde da população privada de liberdade referenciada em sua pactuação;

• Coordenar e implementar a PNAISP, no âmbito do seu território, respeitando suas dire-


trizes e promovendo as adequações necessárias, de acordo com o perfil epidemiológi-
co e as especificidades locais;

• Elaborar o plano de ação para implementação da PNAISP junto à Secretaria Estadual


de Saúde e à Secretaria de Justiça, Administração Penitenciária ou congêneres, con-
siderando as questões prioritárias e as especificidades regionais de forma contínua e
articulada com os Planos Estadual e Regionais de Saúde e os instrumentos de plane-
jamento e pactuação do SUS;

• Cadastrar, por meio dos programas disponíveis, as pessoas privadas de liberdade no


seu território, assegurando a sua identificação no Cartão Nacional de Saúde;

• Elaborar e executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica;

• Implantar e implementar protocolos de acesso e acolhimento como instrumento de


detecção precoce e seguimento de agravos, viabilizando a resolutividade no acompa-
nhamento dos agravos diagnosticados;

• Monitorar e avaliar, de forma contínua, os indicadores específicos e os sistemas de


informação da saúde, com dados produzidos no sistema local de saúde;

• Desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de capacitação e


educação permanente dos trabalhadores da saúde para a gestão, planejamento, exe-
cução, monitoramento e avaliação de programas e ações na esfera municipal e/ou das
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 32

regionais de saúde, com especial atenção na qualificação e estímulo à alimentação


dos sistemas de informação do SUS;

• Promover, junto à população do Distrito Federal ou do Município, ações de informação,


educação e comunicação em saúde, visando difundir a PNAISP;

• Fortalecer a participação e o controle social no planejamento, na execução, no moni-


toramento e na avaliação de programas e ações no âmbito do Conselho de Saúde do
Distrito Federal ou do Município e nas demais instâncias de controle social existentes
no município; e

• Promover, no âmbito de sua competência, a articulação intersetorial e interinstitucional


necessária à implementação das diretrizes da PNAISP e a articulação do SUS na esfe-
ra municipal. Deverá cadastrar a(s) equipe(s) de Atenção Primária Prisional (eAPP) no
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), conforme as
Portarias de Consolidação nº 2 e nº 6, de 28 de setembro de 2017, e a Portaria nº 99,
de 7 de fevereiro de 2020.

4.5 Assistência farmacêutica

O Ministério da Saúde realiza anualmente o repasse financeiro referente ao Componente


Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF) no âmbito da PNAISP. A transferência desse
recurso foi instituída pela Portaria GM/MS n° 2.765, de 12 de dezembro de 2014, e hoje o
texto integra o Título V, Capítulo VI, da Portaria de Consolidação GM/MS nº 6, de 28 de
setembro de 2017.

O CBAF/PNAISP é diferenciado e corresponde a um repasse anual de R$ 17,73 (dezessete


reais e setenta e três centavos) por pessoa privada de liberdade no Sistema Prisional. Para
fins de cálculo do recurso, é utilizado o número de privados de liberdade disponibilizado
pela SENAPPEN ao Ministério da Saúde.

Os estados recebem anualmente o repasse do CBAF no âmbito da PNAISP, e os municí-


pios aderidos à PNAISP podem pactuar a descentralização em CIB a fim de receber dire-
tamente esse recurso.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 33

É muito importante que os dados referentes ao quantitativo de pessoas privadas de liber-


dade em cada unidade prisional estejam atualizados junto ao Departamento Penitenciário
Nacional (DEPEN).

4.6 Grupo Condutor da PNAISP

Será instituído Grupo Condutor da PNAISP no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal,
formado pela respectiva Secretaria de Saúde, pela respectiva Secretaria de Justiça ou
congênere, pela Administração Prisional ou congênere, pelo Conselho de Secretários Mu-
nicipais de Saúde (COSEMS) do respectivo Estado e pelo apoio institucional do Ministério
da Saúde, que terá como atribuições:

I. mobilizar os dirigentes do SUS e dos sistemas prisionais em cada fase de implantação


e implementação da PNAISP;

II. apoiar a organização dos processos de trabalho voltados para a implantação e imple-
mentação da PNAISP no Estado e no Distrito Federal;

III. identificar e apoiar a solução de possíveis pontos críticos em cada fase de implanta-
ção e implementação da PNAISP; e

IV. monitorar e avaliar o processo de implantação e implementação da PNAISP.


Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 34

População privada 1a 101 a 301 a 1.201 a 1.701 a


de liberdade 100 300 1.200 1.700 2.700

5 PAPEL DO MINISTÉRIO
Carga Horária Semanal 6h 20h 30h

PÚBLICO PARA O
Nº de profissionais 5 4, 5, 6, 7, 8 ou 9 4, 5, 6, 7, 8 ou 9

FORTALECIMENTO DA PNAISP
Secretaria de Saúde

Criar INE no SCNES,


com código de Solicitar

O Ministério Público, enquanto instituição que tem como função primordial a defesa dos
credenciamento de Adequar
equipe 74, no
eAPP no SAIPS eAPP
municipio em que a Cadastrar eAPP no
eAPP irá atender SCNES, no INE criado
Enviar ofício ao

interesses sociais e individuais indisponíveis, pode desempenhar um papel crucial na efeti-


previamente
Conselho de
Prazo: 6 meses
Saúde e à CIB
informando a
solicitação de Adequar proposta

va implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Privada


credenciamento

de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP). Publicação do Não


Repasse financeiro na
Ministério da Saúde

credenciamento no competência seguinte


Não Sim DOU, conforme
disponibilidade
orçamentaria Sim

Nesse sentido, a instituição tem atribuição de atuar em várias frentes fundamentais, com
Solicitação
adequada?
eAPP
adequada?
Publicação do INE em
portaria no DOU
destaque para:

Fiscalização
O Ministério Público tem o poder de fiscalizar a aplicação das políticas públicas, como a
PNAISP, nas unidades prisionais, para garantir que os direitos básicos de saúde dos deten-
tos estão sendo respeitados.

Articulação
O Ministério Público também pode atuar como um articulador entre diferentes esferas do
governo e da sociedade civil, para promover a implementação eficaz da PNAISP e criar uma
cultura de respeito aos direitos dos detentos.

Educação e Conscientização
O Ministério Público pode desempenhar um papel na educação e conscientização dos
detentos, profissionais de saúde e da sociedade em geral sobre a importância da saúde da
população carcerária, contribuindo assim para a desestigmatização dessa população.

Ações Judiciais
Por fim, se forem identificadas falhas na implementação da PNAISP, o Ministério Público
pode ingressar com ações iudiciais contra os responsáveis para corrigir as deficiências
encontradas e garantir a efetividade da política.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional 35

Também está ao alcance dos Promotores com atribuição na área:

• Estimular e apoiar o processo de discussão sobre as ações e programas em saúde


prisional, com participação da sociedade civil e dos setores sociais organizados do
seu local de atuação.

• Colaborar com os demais entes federativos para a inserção do tema “Saúde da Pes-
soa Privada de Liberdade” nos espaços de participação social, entre os servidores do
sistema penitenciário e entre os privados de liberdade, buscando melhorias contínuas
nessa temática.

• Promover, no âmbito de suas atribuições, articulações intersetoriais e interinstitucio-


nais necessárias à efetiva implementação das diretrizes da PNAISP, bem como a arti-
culação dos atores envolvidos com o SUS.

• Incentivar a instalação e/ou acompanhar as atividades de Comitê Interinstitucional vol-


tado à implementação de políticas públicas destinadas à saúde prisional. No caso de
municípios/estados aderidos à PNAISP, incentivar a instalação e/ou acompanhar os
Grupos Condutores da PNAISP.

• Fomentar a instituição e/ou aprimoramento de um serviço de avaliação e acompa-


nhamento de medidas terapêuticas aplicáveis às pessoas com transtorno mental em
conflito com a Lei, no âmbito do Sistema Único de Saúde.

• Pleitear o estabelecimento e/ou fiscalizar o cumprimento de protocolo de escuta qua-


lificada no ingresso da pessoa privada de liberdade para avaliação de riscos e vulne-
rabilidades, assim como continuidade do cuidado e acompanhamento das condições
da saúde.

Destaque-se que a efetiva implementação da PNAISP é um desafio que demanda a cola-


boração de vários atores e que o Ministério Público é apenas uma das muitas instituições
que têm um papel crucial a desempenhar nesse processo.

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