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Romualdo Pessoa
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Para Mackinder, o poderio Russo era inabalável pelas condições geográficas, que lhes
possibilitava não somente a proteção dificultando invasões externas, mas porque lhes garantiam
com a organização de um poderoso exército, reforçar o poder terrestre, considerado mais apto a
manutenção do controle daquelas vastas regiões,
bem como expandi-la, em direção à Europa. Esse
poder, poderia se reforçar perigosamente, caso se
expandisse em direção à África, o que ele
identifica como a “Ilha Mundial” (Eurásia e
África). Além disso, ele ressaltava a importância
do poder terrestre, condição que tornava Rússia
mais impenetrável, principalmente depois que
vastas extensões de ferrovias ligaram os milhares
de quilômetros do seu território.
O Pivô Geográfico, para Mackinder era a Eurásia, identificada por ele como o “Heartland”, o 2
“Coração Continental” ou o “coração do mundo”. E expressou em três pequenas frases o que
ele considerava como estratégico, do ponto de vista da disputa pelo controle do poder mundial:
“Quem controla o leste europeu, comanda o Heartland. Quem controla o Heartland comanda a
Ilha Mundial. Quem controla a Ilha Mundial, comanda o mundo”.
“Fora da área pivô, em um amplo crescente interno, estão Alemanha, Áustria,
Turquia, Índia e China, e em um crescente externo, Inglaterra, África do Sul,
Austrália, Estados Unidos, Canadá e Japão. Na condição atual do equilíbrio de poder,
o Estado Pivô, a Rússia, não é equivalente a quaisquer outros estados periféricos, e
não há espaço para um equilíbrio com a França. (...) A definição do equilíbrio de
poder, em favor do Estado Pivô, que resulta em sua expansão sobre as terras marginais
da Eurásia, permitiria a utilização dos vastos recursos para a construção da frota
continental, e o império do mundo, então, estaria à vista”.[2]
Após o fim da guerra fria, com a decadência do poder soviético, os EUA e aliados reforçam o
controle do poder nessa região, com a ampliação da área de influência da OTAN, incorporando
antigos países que compunham a União Soviética à essa organização e mantendo a Rússia
numa situação humilhante de dominação, mediante o apoio a governos fracos e instáveis. O
foco principal passava a ser o domínio de territórios estratégicos, com potenciais reservas de
petróleo, óleo e gás.
“Com essa perspectiva, o objetivo estratégico dos Estados Unidos consistiu em
expandir a influência e o domínio sobre a Ásia Central, região com mais de 1,6 milhão
de quilômetros quadrados, que compreende Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão,
Turcomenistão e Usbequistão, países com enormes recursos naturais, e que é rodeado
por China, Rússia, África do Sul e Oriente Médio.[4]
NOTAS:
[1] Robert Kaplan, autor do livro citado, “A Vingança da Geografia”, é o principal analista geopolítico da Stratfor,
uma empresa de inteligência privada global. No seu livro ele procura descrever as dificuldades impostas pela
geografia àquelas ações imperialistas executadas pelos Estados Unidos nas últimas décadas. Percebe-se que o
conteúdo exposto visa obter uma análise cuidadosa dos erros cometidos, e, a meu ver, com o intuito de alterar as
estratégias adotadas, não mais de intervenções militares baseadas em enormes contingentes militares e bélicos,
mas partindo para ações de inteligências, de desestabilizações de governos hostis e operações tecnologicamente 9
sofisticadas. O objetivo, “ser (os EUA) um poder equilibrador na Eurásia e um poder unificador na América do
Norte”
[2] MACKINDER, Halford. O Pivô Geográfico da História. In: Revista de Geopolítica. Natal-RN, v.2, n.2, pp.
17-18. Jul/dez de 2011.
[3] KAPLAN, Robert D. A Vingança da Geografia. A construção do mundo geopolítico a partir da perspectiva
geográfica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
[4] BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. A Segunda Guerra Fria. Geopolítica e dimensão estratégica dos EUA. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. P. 65
[5] Idem, ibidem.
[6] Idem. P. 66
[7] Leia o artigo acessando o link: http://www.maurosantayana.com/2014/05/os-ogm-cobica-e-morte.html