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Teorias geopolíticas clássicas

Halford Mackinder

A GEOGRAFIA DO HEARTLAND

Pré-histórico

Em 1904 o geografo Halford john Mackinder demonstrou sua teoria do poder terrestre na Real
sociedade geográfica de Londres, denominada: “The Geographical Pivoto f History”. Essa teoria
retoma uma disputa entre o poder terrestre e o poder naval.

poder terrestre

Localização
localizava-se no coração da Eurásia (uma grande massa continental formada pelos territórios
da Europa e da Ásia. Eles estão separados pelos Montes Urais – Uma cadeira montanhosa
Rússia localizada entre a fronteira da Ásia e a Europa –).
Clima
Por sua extensão longitudinal apresentam uma diversidade de climas presentes, na parte
Europeia (São predominantes climas oceânicos, continental e mediterrâneo) e na parte
Asiática (são predominantes climas siberianos, mediterrâneo, desértico e de monções).
Relevo
Continente Asiático, estão presentes extensas planícies e planaltos. Há área também com mais
de 3 mil metros de altidude como é o caso do planalto do Tibet. Há ainda cadeias montanhosas
como a cordilheira do Himalaia e há na Asia também depressões absolutas (mar morto, que
encontra-se a 392 m abaixo do nível do mar.
Já na porção da Europa estão presentes as planícies, os planaltos e as montanhas. Destacam-se
no território as cadeias das ilhas britânicas e dos montes escandinavos, os Alpes, os Pirineus,
os Balcãs e Cárpatos, também os montes Urais e a cadeia de Cáucaso.
Hidrografia
São importantes cursos d’água os rios Ob, Ienissei, Lena e Kolima. Ainda, o Tarim e os rios Amu
Daria e Sir Daria. Destacam-se também o rio Amarelo e o Yangzi, o Brahmaputra, o Ganges e o
Indo, bem como o Tigre e o Eufrates (Ásia). São importantes rios o Danúbio, Elba, Loire, Reno,
Ródano e Volga (Europa). A porção da Europa é limitada pelos oceanos Glacial Ártico (norte),
Atlântico (oeste), pelo mar Mediterrâneo e pelo mar Negro. Já a porção asiática é limitada
pelos oceanos Ártico (norte), Índico (sul) e Pacífico (leste).

Poder naval

Localização
Situado nas ilhas adjacentes ou nas regiões marginais eurasianas, controlava a linha
circunferencial costeira do grande continente e, mediante uma pressão centrípeta, procurava-
se mantes o poder terrestre encurralado no interior da Eurásia.

A teoria do poder terrestre foi retomada na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) e
desenvolvida mais uma vez pelo Mackinder no livro “Democratic ideals and reality”, editado na
negociação de paz da conferência de Paris, em 1919. E no auge na 2º Guerra Mundial, por
solicitação do Foreign Affairs (revista de PI), o geografo Britânico realizou mais algumas
mudanças e sua teoria. Sua teoria transformou-se a partir dos 3 grandes pilares do
pensamento geopolítico deste século. Ademais, a visão contientalista mackinderiana produziu
também uma verdadeira revolução copernicana na estratégia em voga desde o século XIX.

A original proposta de Mackinder relativizou a centralidade histórioco-geográfica européia


submetendo-a a uma drástica revisão em 3 pontos cruciais.
1) A Europa foi deslocada do centro para o oeste do planisfério.
2) Tornou-se parte integrante de um sistema político fechado de âmbito mundial;
3) Sua história foi subordinada à dinâmica da história asiática.

Questão estratégica
As guerras da revolução e do Império (1792-1815) subverteram o sistema de Estados e o
equilíbrio de poder estabelecido na Europa, pela paz de vestfália, depois da Guerra dos Trinta
Anos (1618-1648). Após a derrota de Napoleão, o congresso de Viena estabeleceu as bases do
novo equilíbrio europeu e organizou o sistema internacional que assegurou ao continente um
duradouro período de trégua até a Grande Guerra de 1914.
O equilíbrio de poder entre as grandes potências continentais – Áustria, Prússia, Rússia e
França – permitiu à Inglaterra insular desenvolver uma política internacional biforme,
isolacionista em relação a Europa e imperialista nas outras regiões do globo.

A Pax Britânica (foi o período de relativa paz na Europa(1815 - 1914) durante o Império
Britânico se tornou a potência econômica global) foi o corolário do sistema regional multiploar
e homogêneo, que durante um século impediu a eclosão de uma guerra generalizada na
Europa. A vitória sobre a França comandada por Napoleão, deixou-os sem nenhum rival sério.
Quando a Rússia tentou expandir sua influência para os Balcãs (é uma porção do território
Europeu localizado na porção sudoeste do continente e é composto pelos seguintes países:
Albânia, Bósnia, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Grécia, Macedônia, Montenegro, Romênia,
Servia, Turquia) os Britânicos e os Francêses na Guerra da criméia (1854-1856) protegendo
assim o débil império otomano. Essa vitória sobre o poder terrestre e da estratégia naval
britânicos, que se tornaram dominantes no século XIX.
Essa estratégia baseava-se na posição geográfica insular e um poderio marítimo, que
controlando os oceanos e a rede de bases espalhadas por todo o planeta costituíam a chave da
hegemonia mundial da "Pérfida Álbion" (?)

Não foi um súdito de sua Majestade, mas o almirante americano Alfred T. Mahan (1840-1914),
o pai-fundador da teoria do poder marítimo, na virada do século o poder marítimo (Sea
Power), de Mahan, tornou-se a bíblia dos defensores do destino manifesto estadunidense e
dos partidários da polílitca de expansão do poderio naval norte-americano.
Em 1898, a conquista de porto rico e das filipinas, assim como a instalação do protetorado
sobre Cuba, após a vitória na Guerra Hipano-Americana, consolidaram o poder marítimo
ianque no Caribe e no Pacífico. A política do Big Stick aplicada aos písaes centro americanos e
caribenhos teve seu corolário na secessão do istimo e na abertura do canal do Panamá, em
1914.

No plano geopolítico e estratégico, a construção de um canal interoceânico na cintura do


continente americano, possibilitaria junção das frotas do atlântico e do pacífico transformando
os Estados Unidos numa grande potência marítima e insular.

Após o falecimento do comandante Mahan em 1914 (mesmo ano de inauguração do canal do


Panamá), os discípulos do Mahan, implementaram sua visão sobre o poder naval e o seu papel
da ilha continente no hemisfério ocidental da américa do norte, e de acordo com essa visão, os
Estados Unidos deveriam:
1) Assegurar uma incontestável hegemonia no continente americano;
2) Conter o expansionismo Japonês no extremo Oriente;
3) A médio prazo, arrebatar da Inglaterra a supremacia marítima mundial.

É nesse contexto que que Mackinder realizou sua “revolução copernicana”, ao colocar em
xeque a consagrada teoria do poder marítimo. Mackinder em contrapartida desenvolveu sua
teoria denominada “poder terrestre”, cuja o papel estratégico era atribuído a Pivot Area – A
região pivô – (designa o grande núcleo do continente Euroasiático e seus limites
correspondiam em linhas gerais, ao gigantesco território da Rússia czarista.
Segundo Mackinder, a exploração dos imensos recursos providos dessa área daria ao Estado
que a controlasse condições para desenvolver uma economia autárquica e um inexougnável
poder terrestre. Esse poder terrestre autossuficiente poderia resistir ao assédio e às pressões
do poder marítimo, cujo raio de ação limitava-se às ilhas próximas.

Já após o controle do Pivot Area, o poder terrestre poderia canalizar parte de seus vastos
recursos para o desenvolvimento de um poder marítimo. A ascensão de um poder anfíbio
(terrestre e naval), sem rival no continente Euroasiático e capaz de rivalizar com a Inglaterra
nos oceanos, acabaria de suplantar o poder marítimo britânico. A possibilidade de
transforação do poder terrestre em um poder anfíbio, foi uma preocupação constante e
recorrente na reflexão geopolítica e estratégica. E na visão de Mackinder isso poderia vir a
acontecer caso a Rússia, que controlava a Pivot Area Eurasiana, se aliasse à Alemanha, o mais
poderoso Estado do continente Europeu.

Após o fim da Guerra Fria, 1991, os Estados Unidos emergem da confrontação Leste-Oeste
como a única potência global, política, econômica, militar e tecnológica, enquanto a Rússia
pós-soviética assume unicamente um superpotência militar às voltas com a tentativa de
restaurar sua influência sobre o estrangeiro próximo, ou seja, as repúblicas não russas que se
desligaram do ex-império soviético. A Guerra Fria culminou na vitória do poder terrestre.

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