Trabalho de Português: Arcadismo em Portugal

Você também pode gostar

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Trabalho

De
português

Nome:João Victor Claro n 22

turma 1 ano A

Arcadismo em Portugal
CONTEUDO HISTORICO

O Arcadismo em Portugal teve início em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitânia na capital
do país: Lisboa

ele surge como movimento de reação ao Barroco o movimento procurava restabelecer o


equilíbrio, a harmonia e a simplicidade da literatura renascentista, rompida pelo período da
contra-reforma protestante. Com a proposta de eliminar os rebuscamentos e os ornamentos
exagerados da estética barroca, o poeta árcade baseia-se nos preceitos do Iluminismo.

O Arcadismo Português terminou em 1825, com a publicação do poema “Camões”, de Almeida


Garrett, o qual inaugura uma nova fase: o Romantismo

Manifestações artísticas no período

Uma das grandes características do arcadismo em Portugal era a valorização da vida


no campo e a abominação em relação às vivências nos centros urbanos. A leveza,
simplicidade e paz que a natureza evoca, além do iluminismo, faziam parte do conceito
árcade.
Literatura e características do movimento arcadismo

O movimento árcade foi fortemente influenciado pela cultura grega, latina e renascentista. A
clareza e a harmonia nos temas e nas formas afastaram das produções literárias a linguagem
rebuscada e confusa do Barroco. As antíteses e paradoxos do homem do século XVII passaram
a dar lugar ao sujeito racional, que buscava a simplicidade e a racionalidade em suas obras.

Uma das principais características árcades é a herança da cultura clássica (greco-latina e


renascentista). Alguns preceitos latinos que inspiraram os escritores árcades são:

Inutilia Truncat: Esse preceito dialoga com a necessidade de “tirar o inútil” da poesia,
entendendo-se esse inútil como sendo o excesso de rebuscamento formal do movimento
Barroco.

Fugere Urbem: Para os líricos do Arcadismo, a cidade não era o ambiente ideal para viver,
pregando-se, portanto, a fuga da urbanidade como meta a ser alcançada.

Locus Amoenus: Atrelado ao fugere urbem, esse preceito afirma que o campo, o ambiente
bucólico, é o ideal para o homem.

Carpe Diem: Segundo esse preceito, é necessário aproveitar o presente para contemplar a
realidade, sem preocupar-se com o futuro.

Aurea Mediocritas: Segundo essa expressão, o homem mediano é aquele que alcança a
felicidade, não se devendo, assim, procurar riquezas e posses em vida.

Além do retorno aos clássicos, o Arcadismo também foi muito influenciado pelo Iluminismo,
movimento filosófico que compreendia ser a razão o maior valor humano, e pelo
desenvolvimento técnico e tecnológico que modernizou os meios de produção da época e
produziu um forte êxodo rural e expansão urbana."

Citar autores, obras e suas características

"Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,

Que viva de guardar alheio gado;

De tosco trato, d’expressões grosseiro,

Dos frios gelos, e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal, e nele assisto;

Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!

Eu vi o meu semblante numa fonte,

Dos anos inda não está cortado:


Os pastores, que habitam este monte,

Com tal destreza toco a sanfoninha,

Que inveja até me tem o próprio Alceste:

Ao som dela concerto a voz celeste;

Nem canto letra, que não seja minha,

Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!

[...]

Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga

No poema de Tomás Antônio Gonzaga, percebemos vários dos preceitos latinos anteriormente
citados. Trata-se de um sujeito lírico vivendo no campo (locus amoenus), cultivando uma vida
simples (aurea mediocritas), longe das dinâmicas de vida na cidade (fugere urbem). Além
disso, percebemos também a valorização do amor e a idealização da amada, característica
árcade que perduraria pelo movimento seguinte, o romantismo.

Conclusão

O Arcadismo possuía em suas obras, o uso de poemas e de pinturas de caráter conservador,


expondo o modo de vida simples no campo. Esses ideais de vida simples e natural vêm ao
encontro dos anseios de um novo público consumidor em formação, a burguesia, que
historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes. O
Arcadismo se opunha a vida levada nas cortes aristocráticas e ao Barroco.

Daí a idealização da vida natural, em oposição à vida urbana; a humildade, em oposição aos
gastos exorbitantes da nobreza; o racionalismo, em oposição à fé; a linguagem simples e
direta, em oposição à linguagem rebuscada do Barroco. Esses valores artísticos e culturais
assumiram, no contexto da sociedade européia do século XVIII, um significado de clara
contestação política, já que flagravam os privilégios da nobreza e do clero e propunham uma
sociedade mais justa, racional e livre.

O Arcadismo pode ser considerado como uma arte revolucionária, porem em visto ao lado
estético é uma arte conservadora.

Arcadismo no Brasil
Conteúdo histórico

"O arcadismo foi um movimento literário nascido na Europa do século XVIII. Também
conhecido como neoclassicismo, o arcadismo, no Brasil, teve como marco inicial o livro “Obras
Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768, e foi a principal tendência estética produzida
no país na época, tendo seus principais autores presentes na cidade de Vila Rica, atual Ouro
Preto, em Minas Gerais.

No campo histórico, o arcadismo dialogou com a Inconfidência Mineira, movimento


separatista que teve vários poetas neoclássicos como líderes. A obra dos árcades brasileiros
pode ser dividida em “poemas líricos”, “obras satíricas” e “literatura épica”. Os principais
autores árcades são Tomás Antônio Gonzaga, autor do clássico “Marília de Dirceu” e das
revolucionárias “Cartas Chilenas”; Cláudio Manuel da Costa, poeta de grande qualidade; Basílio
da Gama, que escreveu o livro “O Uraguai”; e Santa Rita Durão, autor de “Caramuru”."

Manifestações artísticas no período


Características

O arcadismo no Brasil teve forte influência europeia, tanto por meio da apropriação de
técnicas e temas típicos do arcadismo europeu quanto por meio de inspirações no Iluminismo
francês. Em sua face lírica, os poemas árcades eram escritos segundo os seguintes preceitos
latinos:

"nutilia truncat (cortar o inútil): Segundo esse preceito, a poesia deveria abandonar a
linguagem rebuscada, típica do movimento estético anterior, o Barroco. Deixando para trás os
paradoxos, antíteses e jogos sintáticos da arte barroca, o arcadismo prezava por uma
linguagem simples e clara.
Carpe diem (aproveitar o dia): Para os árcades, para que o homem atingisse a plenitude, era
necessário viver o presente, em harmonia com a natureza, como um pastor de ovelhas ou um
vaqueiro. A vida simples do campo e a possibilidade do ócio produtivo, ou seja, do respeito à
necessidade de descanso para produzir grandes obras, eram muito valorizados no
neoclassicismo.

Fugere urbem (fugir da cidade): A cidade era vista, segundo a perspectiva dos árcades, como
um espaço negativo, cheio de ilusões e conflitos, no qual o homem não poderia atingir sua
plenitude. Por conta disso, seria necessário fugir do ambiente urbano.

Locus amoenus (lugar ameno): Como uma espécie de resposta ao preceito anterior (fugere
urbem), o locus amoenus aponta para o campo, espaço bucólico, como sendo o ideal para que
o homem encontre sua plenitude, longe das ilusões e conflitos criados pela cidade.

Aurea mediocritas (equilíbrio do ouro): Segundo os escritores do arcadismo, uma vida de luxo
e ostentação, típica dos ambientes urbanos, deveria ser evitada. O preceito Aurea mediocritas
discorre justamente sobre essa visão de mundo, apontando que os poetas deveriam exaltar
uma vida simples, sem miséria ou riqueza, mas com equilíbrio."

Autores e obras

O arcadismo foi a principal corrente literária do país durante o século XVIII, superando o
Barroco e precedendo o movimento romântico. Os principais autores árcades e suas principais
obras são:

Tomás Antônio Gonzaga, que escreveu o livro lírico “Marília de Dirceu” (1792) e as satíricas
“Cartas Chilenas” (1863);

Cláudio Manuel da Costa, autor dos livros “Culto Métrico” (1749), “Munúsculo Métrico”
(1751), “Epicédio” (1753), “Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio (sonetos, epicédios,
romances, éclogas, epístolas, liras)” (1768), “O Parnaso Obsequioso e Obras Poéticas” (1768),
“Vila Rica” (1773) e “Poesias Manuscritas” (1779);

Basílio da Gama, cujas obras são “Epitalâmio às núpcias da Sra. D. Maria Amália” (1769), “O
Uraguai” (1769), “A declamação trágica” (1772), “Os Campos Elíseos” (1776), “Relação
abreviada da República e Lenitivo da saudade” (1788) e “Quitúbia” (1791).

Santa Rita Durão, que escreveu as obras “Pro anmia studiorum instauratione oratio” (1778) e
“Caramuru” (1781).
Conclusão

O arcadismo busca na simplicidade uma harmonia onde o homem imita a natureza e os


clássicos. A razão é sinônimo de verdade, em lugar das crenças religiosas passadas. Os árcades
eram contra a extravagância sempre preocupados em ser simples racionais e inteligíveis, e
para ter essas qualidades imitavam os antigos pastoris

Arcadismo contribuiu no estabelecimento de um sistema literário organizado, com a presença


de obras com objetivos estéticos mais ou menos em comum, uma diversidade de autores e um
público leitor. O arcadismo representa o primeiro e decisivo passo no processo de fundação da
literatura brasileira

Você também pode gostar