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Tecnologias Enthernets e Design

Hierárquico de redes
1
com
switches
1
Texto pertencente à disciplina de Switching do curso de Redes de Computadores da
Faculdade Impacta (2022).
Francisco Araújo Bomfim Júnior
Resumo
Nesta parte serão apresentadas as principais tecnologias Ethernets
presentes nos switches e apresentar o design hierárquico de redes com
switches.

Introdução
Quando você tiver que adquirir um switch para sua infraestrutura, você
deve se atentar para uma série de especificações e padrões como, por
exemplo: a taxa de transferência, modos de operação das interfaces e,
principalmente, os padrões Ethernets do IEEE (Institute of Electrical and
Electronics Engineers) suportados pelo equipamento. A Figura 2.1
mostra algumas especificações do switch Cisco Sx350 Series (CISCO
SYSTEM, 2022).
Figura 2.1. Padrões IEEE suportados pelo switch Cisco Sx350 Series

Fonte: CISCO SYSTEM, 2022.


Muitos desses padrões descrevem, por exemplo, qual a velocidade de
acesso ao meio como, por exemplo, a tecnologia IEEE 802.3u 100BASE-
TX FAST Ethernet. Isso indica que a interface desse switch suporta a
velocidade de 100 Mbps quando conectado via cabo par-trançado. Além
desse padrão, existem também padrões relacionados a recursos que
impedem loopings na rede, como o padrão IEEE 802.1D, e o IEEE
802.1Q/p, utilizados quando se cria as LANs virtuais (VLANs).
Saber, portanto, quais são as tecnologias Ethernets presentes em seu
switch é fundamental para qualquer administrador de rede.
Tecnologias Ethernets

Redes Ethernets e o modelo TCP/IP


Tendo como base o modelo TCP/IP de cinco camadas, o Ethernet opera
na camada física e na metade inferior da camada de enlace de dados,
conhecida como subcamada MAC, conforme mostrado na Figura 2.2.
Figura 2.2. Relação entre o modelo TCP/IP e os padrões Ethernet

Fonte: CCNA CISCO, 2022.

Tecnologias Ethernet
Como já comentado, existem diferentes padrões Ethernets, com
características distintas em relação à velocidade de transmissão, meio
físico a ser adotado e alcance do mesmo, conforme mostrado na Tabela
2.1.
Tabela 2.1. Exemplos de algumas tecnologias Ethernets para placas de
rede 1

Fonte: do autor, 2022.


Além das tecnologias associadas às interfaces de rede, como citadas na
Tabela 2.1, existem também as tecnologias Ethernets relacionadas à
recursos que podem estar disponíveis nos switches, dentre eles, os
padrões para o protocolo STP e agregação de link, conforme mostrado
na Tabela 2.2.
Tabela 2.2. Exemplos de algumas tecnologias Ethernets para placas de
rede 2

Fonte: do autor, 2022.

Design hierárquico de redes


As redes comutadas passam por grandes transformações. Passamos por
redes isoladas, sem a conectividade com redes externas, para redes de
abrangência intercontinental. Além dessa abrangência geográfica, as
redes atuais convergiram para transportar dados, voz e vídeo numa
mesma infraestrutura física e lógica. Suportar o crescimento vertiginoso
dessas redes, agregando tantas funcionalidades, não é tarefa fácil, já
que precisam atender a inclusão de novos equipamentos e
funcionalidades, e continuar atendendo plataformas legadas. Além disso,
ao projetar uma rede devemos considerar os seguintes aspectos:
 Fornecer suporte a aplicações críticas.
 Suportar as redes convergentes de dados, de voz e vídeo.
 Fornecer controle administrativo e de segurança centralizado.
 Atender as diferentes características de negócio.
Construir uma rede de forma hierárquica busca atender as demandas
acima, além de facilitar a resolução de problemas (troubleshooting), a
administração e a expansão sem grandes transtornos.
O design hierárquico visa dividir a rede em camadas discretas, conforme
mostrado na Figura 2.3.
Figura 2.3. Modelo hierárquico de três camadas

Fonte: do autor, 2022.


Sobre essas camadas:
 Camadas de acesso: a camada de acesso faz interface com os
dispositivos finais, tais como, servidores, PCs, celulares, impressoras
e access point (AP). A principal função dessa camada é controlar o
acesso dos dispositivos finais, por exemplo, por meio de autenticação
ou segurança de ponta nos switches (portsecurity). Os switches que
fazem parte dessa camada, normalmente, são de camada 2.
 Camadas de distribuição: a camada de distribuição faz interface
entre a camada de acesso e o núcleo, sendo ela o limite para a
propagação de broadcast. Além disso, realiza o roteamento entre as
VLANs e o controle de acesso entre elas. Nessa camada encontramos
switches de alto desempenho, capazes de realizar roteamento, como
os switches multilayer.
 Camadas de núcleo: a camada de núcleo corresponde ao
backbone de alta velocidade, proporcionado a conectividade entre a
camada de distribuição e a internet, serviços em nuvem e redes de
armazenamento. Essa camada deve ser capaz de fluir grande volume
de dados rapidamente.
Redes menores, em virtude do grande custo apresentado pela hierarquia
de três camada, colapsa a camada de núcleo e a de distribuição em uma
única camada.
O projeto de rede com base em hierarquia proporciona os seguintes
benefícios:
 Escalabilidade: a adição de novos dispositivos e a expansão da
rede é de fácil implementação.
 Redundância: sempre existe uma redundância, seja de conexão
física ou pelo uso de equipamentos. Cada switch da camada de
acesso é conectado a dois ou mais switches de distribuição, assim,
caso o switch de distribuição falhe, existe a possibilidade de alcançar
as demais redes por outro switch de distribuição. O mesmo ocorre
entre a camada de distribuição e de núcleo.
 Alto desempenho: por meio de recursos como a agregação de
links, é possível aumentar a largura de banda disponível entre
equipamentos, criando links virtuais, agregando interfaces físicas. Por
exemplo, dois links físicos de 1 Gbps cada pode ser agregado para
formar um link virtual de 2 Gbps.
 Segurança: é possível criar políticas de acesso na camada de
acesso restringindo dispositivos com base, por exemplo, no endereço
MAC e na autenticação 802.1x. Na camada de distribuição podem ser
criados filtros entre as redes como, por exemplo, listas de controle de
acesso (ACL).
 Gerenciamento: como cada camada executa uma função
específica daquela camada, a configuração dos dispositivos são
semelhantes. Isso permite, por exemplo, que a configuração de
dispositivos da camada de acesso sejam copiadas e aplicadas a outro
switch dessa mesma camada. Além disso, normalmente, a falha em
um equipamento da camada de acesso não afeta as demais redes.

Tipos de switches Ethernets


Os switches podem ser classificados em três grandes categorias: os
switches de configuração fixa, empilhável e modulares, conforme descrito
abaixo. Na Figura 2.4 são mostrados os switches de configuração fixa,
modulares e empilhados (CISCO SYSTEM, 2022).
Figura 2.4. (a) switch de configuração fixa, (b) modular e (c) empilhável
Fonte: Adaptado de NASCIMENTO, 2014 e NASCIMENTO, 2016.
 Switches de configuração fixa: possuem um número fixo de
interface e normalmente não permitem a expansão. Podem ser
classificados em switches não-gerenciados, inteligentes e gerenciados
de camada 2 e 3.
  Não-gerenciados: são utilizados apenas para
conectividade básica e não há necessidade de configurá-los ao
adicionar a rede. Apesar de não serem gerenciados, alguns
switches dessa categoria possuem configurações padrão de QoS
(qualidade de serviço), detecção de looping e PoE (power of
Ethernet). Tais switches devem ser evitados em redes
corporativas.
 Gerenciáveis de camada 2 e 3: são projetadas para
fornecer um grande número de recursos, tais como, de
segurança, de gerenciamento, de segmentação de rede. Os de
camada 2 são normalmente utilizados na camada de acesso,
enquanto o de camada 3, são utilizados na camada de
distribuição.
 Switches inteligentes: são switches que podem
executar tarefas avançadas de gerenciamento de rede, como
roteamento e priorização de tráfego, mas possui poucos recursos
quando comparado aos switches gerenciados, tendo um
gerenciamento limitado.
 Switches de configuração modular: os switches modulares
permitem a inserção de novos módulos de acordo com a necessidade.
Módulos de interfaces de rede, fontes de alimentação, e, até mesmo,
firewalls, wireless e analisadores de rede (NASCIMENTO, 2016).
 Switches empilháveis (stackeado): Não confunda este tipo de
interligação com o cascateamento. O empilhamento de switches é
realizado por meio de interfaces e cabos específicos (stacking cable),
conforme Figura 2.4 (c), permitindo que vários switches sejam
interligados e vistos, em termos de administração, como um único
switch. Cabe salientar que não é qualquer switch que suporta o
empilhamento (NASCIMENTO, 2014).

Considerações finais
Nesta parte você deve ter compreendido a importância de se conhecer
os padrões Ethernets, e, também saber que existem diferentes tipos de
switches, com mais ou menos funções.

Referências
CISCO SYSTEM. CCNA routing and switching: fundamentos de
roteamento. 2022a. Disponível em: <cisco.netacad.net>. Acesso em: 11
nov. 2022.

CISCO SYSTEM. Diferentes tipos de rede e switches Ethernet.


2022b. Disponível em: <https://www.cisco.com/c/pt_br/solutions/small-
business/resource-center/networking/understanding-the-different-types-
of-network-switches.html#~switches-ethernet>. Acesso em: 11 nov. 2022.

NASCIMENTO, Marcelo Brenzink do. Diferença entre empilhar,


cascatear e fazer um cluster com switch Cisco. DLTEC, 22 abr. 2014.
Disponível em: <https://www.dltec.com.br/blog/cisco/diferenca-entre-
empilhar-cascatear-e-fazer-um-cluster-com-switch-cisco/>. Acesso em:
11 nov. 2022.

NASCIMENTO, Marcelo Brenzink do. Entenda os diferentes tipos de


switch Ethernet. DLTEC, 15 ago. 2016. Disponível em:
<https://www.dltec.com.br/blog/cisco/entenda-os-diferentes-tipos-de-
switch-ethernet/>. Acesso em: 11 nov. 2022.

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