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Testes de avaliação

perspetiva das mães, o que as distingue. Com efeito,


Soluções – Testes de avaliação em A sesta de terça-feira, a morte do filho é
TESTE 1 – TEXTO NARRATIVO (P. 152) conhecida, ao passo que, no poema, estando o rapaz
já morto, a mãe ainda acalenta a esperança de que
ORALIDADE – COMPREENSÃO – Texto A ele “volte cedo, e bem!”
1.1 (B)
1.2 (B)
1.3 (A) ESCRITA
1.4 (C) Sugestão de texto
Terça-feira, 3 de janeiro
LEITURA E GRAMÁTICA – Texto B Querido diário,
1. B – E – A – D – C Hoje fui ao cemitério com a minha mãe, para ver o
2.1 (C) meu irmão, isto é, para visitar a sepultura onde ele está
2.2 (D) (ainda não me habituei à ideia da sua morte). Como
2.3 (B) deves imaginar, foi duro...
Quando chegámos à localidade onde tudo aconteceu,
EDUCAÇÃO LITERÁRIA E GRAMÁTICA – Texto C percebemos que o cemitério estava fechado e que tínha-
1. A mãe de Carlos Centeno é uma mulher calma, asser- mos de pedir a chave ao padre. Eu teria preferido ir sem
tiva e discreta, na medida em que mantém o tom de ter de interagir com ninguém. Mas teve de ser assim e a
voz e a atitude firme e digna ao longo da conversa minha mãe encarou a situação com calma e dignidade.
que tem com o padre, sem deixar transparecer os
Surpreendentemente, o padre não sabia quem era o
seus sentimentos. É educada, pois ouve-o “com muita
meu irmão, ou melhor, não sabia o seu nome. Eu fiquei
atenção”, agradece e despede-se, mas “sem sorrir”, o
incrédula e, se tivesse tido de falar, teria chorado cer-
que pode revelar tristeza, mas também uma certa
tamente. A minha mãe explicou, de forma dolorosa, mas
altivez.
verdadeira, dizendo que era o ladrão que tinham
2.1 (B)
matado na semana anterior. O padre, desconcertado,
2.2 (C)
foi preenchendo o papel e fazendo perguntas a que a
3. Nesta pergunta encontra-se uma metáfora, concre-
minha mãe respondeu. Nessas respostas ficou bem
tamente na expressão “entrar no bom caminho”, que
claro que o meu irmão era bom e que roubava apenas
significa corrigir comportamentos errados ou
por necessidade. Embora agora isso pouco importe,
desajustados, isto é, o padre perguntou à mulher se
gostei de ouvir, foi como se se tivesse feito um
ela nunca tinha orientado o filho no sentido de o
bocadinho de justiça.
impedir de se tornar um ladrão.
4. O padre surpreende-se com o facto de elas não No final, o padre deu-nos a chave e, com uma inacre-
estarem prestes a chorar, dada a situação em que se ditável indiferença, sugeriu que deixássemos uma esmola
encontram. para a igreja, sem se preocupar connosco ou com a nossa
5.1 (C) subsistência… Saímos, fomos ao cemitério e, aí sim,
5.2 (A) chorámos amargamente, pois ali estava a evidência crua
6. a. A mulher responder-lhe-á com calma e este de que não voltaríamos a vê-lo.
registá--lo-á no papel. Foi um dia triste, vêm aí semanas tristes, mas ele so-
b. O padre pô-los e começou a escrevê-lo. breviverá nos nossos corações.
7. Com esta afirmação, a mulher explica o quanto sofria (Assinatura) (256 palavras)
por perceber que o dinheiro que o filho trazia para
sustentar a família era ganho à custa de dolorosas TESTE 2 – TEXTO DRAMÁTICO (P. 160)
lutas de boxe. Na verdade, o que comia não lhe sabia
bem, precisamente por estar associado a muito ORALIDADE – COMPREENSÃO – Texto A
sofrimento. 1.1 (B)
8. No último parágrafo do texto, com alguma ironia, o 1.2 (C)
narrador critica o clero e a Igreja quando relata as 1.3 (C)
palavras do padre na despedida. Este, além de 2. (C); (E)
bocejar e de lhes dar as últimas indicações quase a
dormir, não se coíbe de lhes sugerir que deixem uma LEITURA – Texto B
esmola para a Igreja, a elas, uma mãe e uma filha 1. C – D – A – E – B
desamparadas no mundo e em sofrimento. Ficam 2.1 (C)
assim evidentes a indiferença e insensibilidade dele 2.2 (B)
próprio, mas também da instituição que representa, 2.3 (C)
perante a situação daquelas duas mulheres.
Texto D EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Texto C
9. As mães de ambos os textos aproximam-se pelo 1. O Onzeneiro, tendo acabado de morrer, chega a um
facto de terem perdido um filho. No primeiro, rio que tem forçosamente de atravessar, com destino
sabemos que este morreu por estar a roubar; no ao Paraíso ou ao Inferno, conforme o seu
segundo “o menino da sua mãe” foi vítima na comportamento enquanto viveu.
guerra. Nos dois casos é dada a conhecer a 2.1 (D)

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2.2 (A) res posições do que os outros, não por mérito próprio
3. De facto, ambas as personagens estão seguras do nem por legítima e honesta ambição.
destino infernal do Onzeneiro. O Diabo diz-lhe que o Assim, se a ambição revela o melhor do ser humano,
Inferno é “Pera onde tu hás d’ir”. Já o Anjo afirma “Pois a ganância reflete o seu lado mais negro e desleal.
quant’eu mui fora estou / de te levar para lá”,
(249 palavras)
referindo-se ao Paraíso, como o lugar para onde não o
levará certamente.
TESTE 3 – TEXTO ÉPICO (P. 168)
4.1 (A)
ORALIDADE – COMPREENSÃO – Texto A
4.2 (C)
1.1 (C)
5. a. 2; b. 1; c. 2; d. 1.
1.2 (B)
6. O elemento cénico que acompanha o Onzeneiro é o
1.3 (A)
bolsão, símbolo da sua profissão, pois servia para
1.4 (B)
guardar o dinheiro dos juros excessivos que cobrava
(a onzena) e, simultaneamente, representa os seus
LEITURA – Texto B
pecados (a ganância, a avareza).
1. D – A – B – C – E
7. O Onzeneiro valorizava apenas os bens materiais, era
2.1 (B)
ganancioso e não olhava a meios para enriquecer, mes-
2.2 (C)
mo que isso significasse a apropriação indevida e
2.3 (A)
injusta dos bens dos outros, isto é, “a fazenda alhea”.
8. (A) embora/ainda que fosse rico;
EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Texto C
(B) Caso/Se mostrasse arrependimento sincero
1. As estâncias fazem parte da Narração, mais concreta-
9. O Anjo perguntou ao Onzeneiro onde ele queria ir.
mente inserem-se no Canto VI, já no final da viagem,
Este respondeu-lhe que ia para o paraíso.
quando a armada é surpreendida por uma tempestade,
Texto D
imediatamente antes de avistar a Índia.
10. Tal como Maria Judite de Carvalho critica todos aqueles
2.1 (C)
que enriqueceram indevidamente e que nunca serão
2.2 (A)
julgados ou condenados por isso, Gil Vicente, através
3. Vasco da Gama encontra-se muito assustado e deso-
da personagem do Onzeneiro, critica a ganância e a
rientado, temendo perder a vida, conforme se pode
ausência de princípios éticos na forma como se ganha
verificar no verso “Confuso de temor, da vida
dinheiro. Esta crítica concretiza-se na condenação da
incerto”.
personagem ao Inferno, cumprindo-se assim a justiça
4. Vasco da Gama considera que o seu interlocutor, a Di-
divina já que a dos homens não ocorreu.
vina Guarda, tem poderes superiores e inacessíveis
aos humanos e que domina todo o universo (“os céus,
ESCRITA
o mar e terra”), com provas dadas ao longo da
Sugestão de texto
História.
À primeira vista, ambição e ganância podem parecer si- 5. E, B, F, C
nónimos, mas, efetivamente, são dois conceitos diferentes, 6.1 (C)
tal como se pode depreender das afirmações de Saramago. 6.2 (A)
A ambição, que se traduz na busca do triunfo pessoal, 7.1 (D)
rapidamente se transforma em ganância, quando não se 7.2 (A)
olha a meios para atingir os fins e quando o objetivo 8. Estes versos referem-se àqueles que, graças à forma
passa a ser querer ser e, principalmente, ter mais que os heroica como morreram, lutando por valores
outros. superiores, se tornam imortais por serem eternamente
Ser ambicioso é positivo já que nos faz querer crescer, recordados.
aprender, construir, obter melhores resultados. A ambi- 9. Na última estância do excerto há uma comparação na
ção constitui uma alavanca do desenvolvimento pessoal expressão “os ventos, que lutavam / como touros in-
e comunitário. No mundo do desporto, por exemplo, a dómitos, bramando”, que estabelece um paralelo entre
vontade de obter melhores resultados, individuais ou a violência ruidosa dos ventos e a força indomável de
coletivos, contribui para os atletas serem mais touros que bramam. Serve para evidenciar a
disciplinados, focados e resilientes. Na maior parte das dimensão e a violência da tempestade.
vezes, o seu objetivo é superar-se a si próprios e, dessa
forma, contribuir para o seu sucesso, assim como para o ESCRITA
da equipa a que pertencem. Sugestão de texto
Em contrapartida, quem é ganancioso move-se pela “Turismo de massas”, de António Jorge Gonçalves, é
inveja do outro, pelo desejo de ter aquilo que o outro um cartoon bem-disposto e divertido que consegue, com
tem. muita leveza, mostrar como a história é feita de ciclos e
O objetivo é o triunfo pessoal, não pelo crescimento que como as situações se podem alterar ao longo do tempo.
ele implica, mas pela satisfação de estar à frente dos ou- Num fundo azul, o do nosso céu, destaca-se uma
tros. A ganância está na base de comportamentos deso- embarcação que é, em simultâneo, uma nau dos
nestos, como acontece frequentemente também em con- descobrimentos e um cruzeiro turístico. Na verdade, se,
texto desportivo. Todos conhecemos casos de dopping e por um lado, as velas com a cruz de Cristo, a forma do
de corrupção que revelam a ganância de estar em melho- convés e a cor do casco nos transportam para o tempo dos

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Descobrimentos; por outro, a altura da embarcação, as 7. (A) Oração subordinada adjetiva relativa explicativa
inúmeras escotilhas alinhadas e, principalmente, a (B) Oração subordinada substantiva completiva
tripulação de óculos de sol e de máquina fotográfica em 8. D, B, E, G
punho fazem-nos pensar nos cruzeiros que aportam nas Texto D
principais cidades europeias, nomeadamente em Lisboa. 9. No poema “Porque”, o sujeito lírico enaltece um “tu”
Brincar com esta inversão de situações e levar- que se destaca dos que são corruptos, desonestos,
-nos a comparar o nosso passado histórico com o presente calculistas e dissimulados, valorizando assim a
que vivemos é certamente a intenção do cartoonista. integridade e a coragem daquele que, sendo diferente
Assim, se já fomos nós a chegar a lugares longínquos e a dos outros, não se demite das suas convicções,
contactar com as populações que lá viviam, agora são os mesmo que isso o faça andar “de mãos dadas com os
turistas que chegam a Lisboa, cheios de entusiasmo e de perigos” na luta por um mundo melhor e mais justo.
curiosidade. Atraídos pelo céu azul, pelo brilho do sol e
pelo clima ameno, desembarcam e olham para nós como ESCRITA
se fôssemos muito diferentes deles. É essa a mensagem Sugestão de texto
que transparece na figura da turista que fotografa a Apesar de afirmarem que não gostam de poesia,
primeira pessoa com quem se depara e que é assim Gonçalo Neves e Guilherme Nogueira, alunos da escola D.
“apanhada” de surpresa. Dinis, em Chelas, assistem no auditório à apresentação de
Um desenho colorido e descontraído para nos fazer um livro. Estão ali graças à presença do rapper Sam The
refletir que, contrariamente ao que sucedeu no passado, Kid, outrora também ele aluno daquela escola, que, em
somos hoje mais ponto de chegada que de partida. parceria com o professor Marco Neves, é autor do livro
(255 palavras) Assim ou assado: 100 perguntas sobre a língua portuguesa,
através do qual se pretende desmistificar a nossa língua e
as suas palavras.
TESTE 4 – TEXTO POÉTICO (P. 176)
Os jovens identificam-se com a liberdade de interpre-
ORALIDADE – COMPREENSÃO – Texto A tação defendida pelo rapper, mas principalmente com as
1.1 (C) suas músicas e com as respetivas letras, já que
1.2 (A) representam a sua realidade e o seu quotidiano, ao
1.3 (B) contrário dos poetas estudados na escola.
1.4 (A) Segundo Soraia Simões de Andrade, o rap surgiu em
Portugal, na periferia de Lisboa, no seio de uma população
LEITURA – Texto B marginalizada. Seguindo o exemplo do seu país de origem,
1. E – C – D – A – B os EUA, o rap deu voz a esses grupos ignorados e discrimi-
2.1 (D) nados, às suas lutas contra os preconceitos e problemas que
2.2 (C) sentiam, mas também ajudou a divulgar diferentes iden-
2.3 (C) tidades culturais.
Nessa época, Samuel Mira era um rapaz que surpreendia
EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Texto C pela forma como escrevia poesia. Ao crescer, deu música
1. O interlocutor do sujeito lírico é alguém a quem ele se aos seus poemas. Influenciado pelo rap americano, passou
dirige usando a segunda pessoa do singular “tu” e que a escrever sobre a sua realidade e a da zona onde vivia. É
se distingue dos “outros”. por isso que os miúdos, que hoje estudam e moram no
2.1 (B) mesmo local, se sentem representados por ele e se
2.2 (A) identificam com a sua música.
3 O interlocutor do sujeito lírico exerce a sua liberdade
(238 palavras)
de expressão e não se cala como os outros, revelando
coragem ao assumir as suas ideias e posições.
4.1 (B)
4.2 (B)
5. Esta habilidade de que “os outros” são capazes é um
defeito, na medida em que corresponde à astúcia de
tirar partido de todas as situações em proveito
próprio, corrompendo e sendo corrompidos, sem
escrúpulos e só com o objetivo de obter vantagens,
mesmo que imorais. “Os outros” são hábeis porque
agem sempre movidos pelo interesse e por segundas
intenções: são manipuladores.
6. “Porque os outros foram à sombra dos abrigos
E tu foste de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calcularam mas tu não.”

Projeto A Par e Passo – Português 9  Fichas de trabalho  ASA


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