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Larissa de Souza Aquino - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO
Larissa de Souza Aquino - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO
INTRODUÇÃO
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Trabalho de Curso apresentado ao Centro Superior UNA de Catalão, do Curso de Direito, sob orientação da
professora Sandra Lúcia Aparecida Pinto.
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A Inteligência artificial, também conhecida como IA, é um ramo da ciência que visa,
por meios tecnológicos, ser capaz de simular a inteligência humana; podendo
resolver problemas, criar soluções e até mesmo tomar decisões no lugar do ser
humano, como um auxílio que facilitaria em diversas áreas do cotidiano.
4 REGULAMENTAÇÃO
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios
digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com
o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o
livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
Podemos ver também pela Lei nº 12.965/2014 que se caracteriza como marco civil na
internet e regulamenta o uso da internet no Brasil, incluindo as questões de privacidade e
proteção de dados, como podemos ver a seguir em seus artigos 1°, 2° e 3°:
Art. 1º Esta Lei estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da
internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios em relação à matéria.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se mesmo que as atividades sejam
realizadas por pessoa jurídica sediada no exterior, desde que oferte serviço ao
público brasileiro ou, no mínimo, uma pessoa jurídica integrante do mesmo grupo
econômico possua estabelecimento situado no País.
IV - a abertura e a colaboração;
V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VI - a finalidade social da rede.
Parágrafo único. Os princípios expressos nesta Lei não excluem outros previstos no
ordenamento jurídico pátrio relacionados à matéria ou nos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Outra lei que podemos trazer é do Código do Consumidos, que também podem ser
aplicados no contexto de sistemas de inteligência artificiais, Lei nº 8.078/1990; em seu Art. 4°
III, dispõe:
Como foi dito anteriormente, demostra diversos desafios como exemplo, uma
transparência algorítmica, a complexidade dos algoritmos, podendo dificultar a compreensão
de como as decisões são tomadas levando em consideração a questão da transparência e a
possibilidade de explicar no sentido por trás das decisões. O viés algoritmo, pode reproduzir
preconceitos e discriminações presentes nos dados de treinamento resultantes de decisões
injustas e tendenciosas e aos rápidos avanços tecnológicos.
Entender completamente como esses algoritmos funcionam pode ser difícil para
legisladores e reguladores que carecem de conhecimento técnico profundo. Isso cria desafios
para manter as regras atualizadas e relevantes para as mais recentes práticas e aplicações de
IA na área jurídica.
Com a velocidade de avanço tecnológico rápidos e constantes, a IA é uma área em
constante evolução. As regulamentações tradicionalmente levam tempo para serem elaboradas
e aprovadas, enquanto a tecnologia avança a passos largos. Isso cria um desafio em manter as
regulamentações atualizadas e relevantes para as práticas e aplicações mais recentes da IA no
campo jurídico. É necessário encontrar um equilíbrio entre a necessidade de regulamentação e
a capacidade de adaptação às mudanças tecnológicas.
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Podemos ver diferentes jurisdições ao redor do mundo que se têm adotado iniciativas
regulatórias para lidar com a inteligência artificial (IA) no campo jurídico. Essas iniciativas
variam em abordagem e escopo, mas compartilham o objetivo comum de promover a
transparência, a responsabilidade e a ética no uso da IA. Como vemos a seguir exemplos
destas iniciativas.
Na União Europeia (EU), tem se destacado na regulamentação da IA. Em abril de
2021, a Comissão Europeia propôs o Regulamento de Inteligência Artificial, que visa
estabelecer regras específicas para a IA incluindo no campo jurídico. O regulamento proíbe
certas práticas de IA de alto risco, como sistemas de reconhecimento facial em tempo real, e
estabelece requisitos de transparência, documentação e avaliação para sistemas de IA
utilizados em processos legais.
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Nos Estados Unidos, embora não exista uma legislação Federal abrangente sobre a
regulamentação da IA no campo jurídico, algumas iniciativas estão em andamento. Por
exemplo, o California Consumer Privacy Act (CCPA) e o Illinois Biometric Information
Privacy Act (BIPA) são leis estaduais que abordam questões relacionadas à privacidade e ao
uso de dados pessoais em sistemas de IA.
No Canadá adotou uma abordagem baseada em princípios para a regulamentação da
IA. O "Directive on Automated Decision-Making" do governo canadense estabelece diretrizes
para o uso ético e responsável de sistemas de IA incluindo no campo jurídico. O governo
também lançou o "Ethical AI Framework" para promover a transparência, a responsabilidade
e a justiça na utilização da IA.
Em Singapura tem uma abordagem proativa na regulamentação da IA. A Autoridade
Monetária de Singapura emitiu diretrizes para instituições financeiras que utilizam sistemas
de IA, visando garantir a governança adequada, a transparência e a responsabilidade no uso
dessas tecnologias. O governo também estabeleceu o Comitê de Ética e Governança da IA,
que busca desenvolver um quadro regulatório abrangente para a IA em diversas áreas,
incluindo o campo jurídico.
Na Alemanha aprovou em 2021 a Lei de Regulamentação de Sistemas de Tomada de
Decisão Automatizada (Automatisierte Entscheidungs-systeme Gesetz - AEDG). Essa lei
estabelece requisitos específicos para a transparência, explicabilidade e responsabilidade de
sistemas automatizados de tomada de decisão, incluindo aqueles utilizados no campo jurídico.
Esses exemplos ilustram algumas das iniciativas regulatórias em andamento em
diferentes jurisdições.
5.4 Análise dos desafios relacionados à proteção dos direitos fundamentais, como
privacidade e liberdade de expressão
O uso de sistemas de inteligência artificial (IA) no campo jurídico traz consigo o risco
de violação dos princípios de imparcialidade e igualdade. Estas considerações são:
Os sistemas de IA são alimentados com grandes conjuntos de dados para treinamento,
e existe o risco de que esses dados contenham preconceitos ou vieses. Se os dados utilizados
para treinar os algoritmos refletirem desigualdades ou preconceitos existentes no sistema
jurídico, os sistemas de IA podem reproduzir esses vieses em suas decisões. Isso pode resultar
em tratamento injusto ou desigual para certos grupos ou indivíduos.
A falta de diversidade nos conjuntos de dados de treinamento pode levar à falta de
representatividade e consideração de diferentes perspectivas. Se os dados utilizados para
treinar os sistemas de IA forem limitados em termos de diversidade de gênero, raça, etnia,
origem socioeconômica e outras características relevantes, os sistemas podem reproduzir e
perpetuar desigualdades existentes.
A complexidade dos algoritmos de IA pode dificultar a compreensão de como as
decisões são tomadas. Isso pode levar a uma falta de transparência e explicabilidade sobre as
razões por trás das decisões tomadas pelos sistemas de IA. A falta de transparência pode gerar
desconfiança e dificultar a detecção de possíveis vieses ou discriminação.
A utilização de sistemas de IA no campo jurídico pode levar a um acesso desigual à
justiça. Se apenas certos grupos ou organizações têm acesso aos recursos e conhecimentos
necessários para implementar e utilizar sistemas de IA, isso pode ampliar as desigualdades
existentes no sistema jurídico. É importante garantir que o uso de sistemas de IA seja
acessível a todos os envolvidos no sistema jurídico, promovendo a igualdade de
oportunidades e o acesso igualitário à justiça.
Levanta questões sobre a atribuição de responsabilidade pelas decisões tomadas.
Quem é responsável quando uma decisão injusta ou discriminatória é atribuída a um sistema
de IA? A determinação da responsabilidade e a prestação de contas pelos resultados das
decisões tomadas por sistemas de IA podem ser desafiadoras e requerem abordagens claras e
eficazes.
Para mitigar o risco de violação dos princípios de imparcialidade e igualdade, é
essencial adotar medidas como a diversificação dos conjuntos de dados, a transparência dos
algoritmos, a auditoria regular dos sistemas de IA, a revisão e contestação das decisões
tomadas, e a conscientização e capacitação dos profissionais do direito sobre o uso
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São aspectos críticos quando se trata da sua utilização no campo jurídico quando se
fala em confiabilidade e segurança, depende da qualidade dos dados utilizados para
treinamento e tomada de decisões sendo essencial garantir que os dados sejam precisos,
atualizados, representativos e livres de viés. A falta de qualidade nos dados pode levar a
resultados imprecisos ou injustos.
A transparência dos algoritmos utilizados nos sistemas de IA é fundamental para
garantir a confiança e a compreensão das decisões tomadas. É importante que os algoritmos
sejam documentados, explicáveis e passíveis de auditoria. Os usuários e as partes envolvidas
devem ser capazes de entender como as decisões são tomadas e como os resultados são
alcançados.
É necessário garantir a segurança adequada dos dados durante a coleta, o
armazenamento e o processamento. Isso envolve a implementação de medidas de segurança
cibernética, criptografia, acesso restrito aos dados e conformidade com as leis de proteção de
dados, é essencial realizar testes e validações rigorosos para avaliar a confiabilidade e a
segurança dos sistemas. Os testes devem abranger diferentes cenários e casos de uso, e devem
ser realizados de forma independente e imparcial. A validação contínua dos sistemas de IA
também é necessária para garantir que eles permaneçam confiáveis e seguros ao longo do
tempo.
Embora os sistemas de IA possam automatizar tarefas e auxiliar na tomada de
decisões, a supervisão humana é essencial para garantir a confiabilidade e a segurança. A
confiabilidade dos sistemas de IA requer a atribuição clara de responsabilidade pelos
resultados e a prestação de contas em caso de falhas ou erros. É importante estabelecer
mecanismos para que as partes afetadas possam contestar as decisões tomadas pelos sistemas
e buscar reparação, se necessário.
Garantir a confiabilidade e a segurança dos sistemas de IA requer uma abordagem
holística, que englobe a qualidade dos dados, a transparência dos algoritmos, a segurança dos
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Essas questões são cruciais para garantir a confiabilidade e segurança dos sistemas de
IA. A transparência dos dados utilizados envolve a divulgação clara das fontes dos dados, o
método de coleta, a seleção e o pré-processamento dos dados. Permite a identificação de
possíveis vieses ou desequilíbrios nos conjuntos de dados, o que é crucial para evitar decisões
discriminatórias ou injustas.
A verificação dos resultados obtidos pelos sistemas de IA é necessária para avaliar sua
precisão e confiabilidade. Isso pode ser feito por meio de auditoria e testes independentes,
comparando as decisões tomadas pelos sistemas com casos reais ou padrões estabelecidos,
permite identificar possíveis erros ou vieses nos algoritmos e corrigi-los, se necessário.
Os sistemas de IA no campo jurídico lidam com informações sensíveis e
confidenciais, como dados pessoais, detalhes de casos jurídicos e documentos legais. É
necessário implementar medidas de segurança cibernética robustas, como criptografia,
controle de acesso, detecção de intrusões e backups regulares dos dados. Além disso, é
importante garantir a conformidade com as leis e regulamentos de proteção de dados.
Os sistemas podem processar informações pessoais e confidenciais, e é essencial
garantir que esses dados sejam devidamente protegidos e utilizados de acordo com as leis de
privacidade e proteção de dados. Isso envolve a implementação de medidas técnicas e
organizacionais adequadas para garantir a anonimização, a segurança e o controle do acesso
aos dados.
A governança e a regulamentação são fundamentais para assegurar a transparência, a
verificação e a segurança dos sistemas de IA no campo jurídico. É importante estabelecer
diretrizes claras sobre o uso de dados, a transparência dos algoritmos, a verificação dos
resultados e a segurança cibernética. As autoridades regulatórias e as organizações jurídicas
devem desenvolver padrões e políticas adequados que promovam a confiabilidade e a
segurança dos sistemas de IA.
Em resumo, a abordagem de questões relacionadas à transparência dos dados
utilizados, verificação de resultados e segurança cibernética é essencial para garantir a
confiabilidade e segurança dos sistemas de IA no campo jurídico. A transparência dos dados,
a verificação dos resultados e a implementação de medidas de segurança cibernética são
fundamentais para promover a confiança, mitigar riscos e assegurar a justiça e a proteção dos
direitos fundamentais.
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS