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Houve uma explosão da discussão sobre a inteligência artificial nos últimos meses com o
advento de algumas ferramentas disponíveis aos usuários. A IA que produz textos, resolve
equações e dialoga com o usuário traz à tona elementos complexos para o direito em si e o ensino
no campo jurídico. Mas vai muito além disso, pois existem inúmeras outras IA que perambulam
pelo nosso cotidiano e que estão alterando profundamente a vida em sociedade. No campo do
direito isso se desdobra em duas preocupações que queremos colocar em pauta: 1. A mudança nos
processos de trabalho do operador jurídico e, 2. O ensino do direito como prática pedagógica que
terá profundas rachaduras com a aplicabilidade da linguagem acessível da IA.
O outro aspecto relevante da IA em sua interface com o direito são as novas formas de
ensino do direito. Nas instituições educacionais é urgente uma alteração das metodologias de ensino
e das formas de avaliação dos estudantes, pois o uso intensivo das IA de produção textual estão
criando um exército de alunos que não tem capacidade de elaboração conceitual, de leitura e,
portanto, sem capacidade de entender o direito com uma área do conhecimento que lida diretamente
com a vida ética e moral da sociedade. Isso exige uma formação robusta, com fundamentos sólidos
sobre a história, a filosofia e as técnicas jurídicas no decorrer da produção da vida em sociedade.
Assim, queremos com tal provocação dialógica, trazer para o debate público duas
questões: 1. Qual o futuro profissional dos operadores de direito com tais aplicações da IA
crescendo intensivamente? E 2. Quais as formas de usar as IA’s de maneira construtiva no ensino
do direito numa perspectiva crítica e humanizadora?