Ensaio Filosófico

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Será que os carros elétricos são tão

sustentáveis como as pessoas julgam?

Professora: Sra. Docente Maria Elisabete Gonçalves da Fonseca


Grupo de trabalho: Afonso Vieira e Artur Carneiro
Turma: 10º CT4
Disciplina: Filosofia
Ano letivo 2022/2023

Afonso Nogueira Vieira Nº1


Artur João Pinto Carneiro Nº5
O nosso trabalho, Ensaio Filosófico, aborda a questão “Será que os carros
elétricos são tão sustentáveis como as pessoas julgam?”, é uma questão bastante
pertinente formulada no âmbito da disciplina Filosofia.
O objetivo deste ensaio é averiguar se a sustentabilidade prometida pelos carros
elétricos é assim tão verdadeira e benéfica para o ambiente, para isso iremos
desmistificar alguns mitos sobre o carro elétrico.
Consideramos que a discussão deste problema filosófico é muito importante,
pois a população deve de estar o mais bem informada possível, principalmente quando
se trata do futuro do nosso planeta e a sustentabilidade do mesmo. O meio ambiente é
importante porque é dele que os seres humanos retiram os recursos essenciais para a
manutenção da vida e do funcionamento da sociedade
Vamos defender a ideia de que os carros elétricos não são tão bons para o
ambiente como as pessoas acham.
Há inúmeras razões para pensar que é verdade que os automóveis elétricos são
mais prejudiciais para o ambiente do que as pessoas pensam e iremos expor algumas
durante o trabalho.
Primeiramente, a principal razão pela qual consideramos que estes carros não
são sustentáveis é a produção das baterias utilizadas nos automóveis, para fundamentar
a nossa tese, recorremos a um estudo "encomendado pela Administração dos
Transportes da Suécia e pela Agência Energética da Suécia", com o objetivo de
"investigar a poluição libertada pela produção das baterias de iões de lítio e os impactos
das mesmas no seu ciclo de vida". O estudo concluiu "o fabrico de baterias origina um
elevado valor de emissões" e que "cada kWh de capacidade da bateria gera entre 150 a
200 quilogramas de CO₂" apenas na fábrica. "Quer isto dizer que uma bateria de 30
kWh emite, na produção, 4500 quilos de CO₂. Mas se estivermos a falar de uma bateria
de 100 kWh esse valor é muito ofensivo: 15 toneladas de CO ₂", acrescenta o estudo.
Com um pouco de pesquisa, podemos facilmente ficar a saber que existem veículos que
possuem baterias de lítio que podem alcançar os 300 kWh, o que causa um dano
ambiental de um calibre gigantesco. Trata-se de cerca de 45 toneladas de dióxido de
carbono. Para além de todas as consequências negativas que as baterias trazem, o custo
da sua produção também é um valor deveras elevado.
Em segundo lugar, ainda a respeito das baterias, a sua degradação é bastante
prejudicial em diversos aspetos. A velocidade da degradação da capacidade depende de

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vários fatores entre os quais, o número de cargas e descargas e a potência utilizada em
cada uma destas, a idade da bateria, temperatura de funcionamento e excesso de
descargas completas. Um carro elétrico foi, primordialmente, pensado para uma
utilização mais citadina, ou seja, para pessoas que não sentem necessidade de
percorrerem grandes distâncias diariamente. Caso seja preciso realizar trajetos de longa
distância frequentemente, a bateria irá degradar-se mais rapidamente o que levará a um
menor prazo de vida do carro elétrico. Quando for necessário a substituição de uma
bateria, quer seja o infeliz resultado de um acidente ou apenas a bateria chegou ao seu
fim, o portador do veículo elétrico terá de adquirir uma bateria nova, o que pode ser
muito dispendioso, como por exemplo, um caso de um carro onde foi pedido 25.000€
pela troca. Um estudo foi realizado com dados provenientes de utilizadores holandeses e
belgas dos modelos S e X da marca Tesla, do estudo em causa, teve-se como amostra
dados de 1040 veículos com as seguintes condições: veículos cuja capacidade da bateria
oscilava entre 75 kWh e 100 kWh e modelos com uma quilometragem média de 54.000
km. Destes modelos, pode concluir-se que a autonomia média, entre as recargas de
bateria, era de 295 km, o que pressupôs que houve uma perda de 5% da capacidade de
bateria, em relação a quando eram carros novos. O que pareceu mais alarmante foi o
facto de 382 dos 1040 clientes, que colaboraram nos estudos, afirmarem ter solicitado
trocar bateria de um carro elétrico.
Em terceiro lugar, outra desvantagem do uso de carros elétricos é o seu
carregamento, pois estes precisam de pontos de recarga específicos. As estações de
abastecimento elétrico ainda estão em fase de desenvolvimento. Existem ainda, sem
dúvida, muitos lugares que não terão estações de abastecimento elétrico, o que
representa que no caso de uma longa viagem ou na decisão de visitar a família numa
área rural, poderá ser mais difícil encontrar uma estação de carregamento para o seu
veículo. Será importante mencionar que enquanto leva apenas alguns minutos para
abastecer o seu veículo movido a gasolina, um carro elétrico acaba por levar cerca de 4-
6 horas e por vezes até um dia para ficar totalmente carregado.
A objeção mais forte utilizada pelas pessoas para contrariar o primeiro
argumento, é referir que os combustíveis fósseis são mais poluentes do que a produção
de bateria sendo esta considerada a maior vantagem de um veículo elétrico. Os carros
elétricos são 100% ecológicos enquanto funcionam com motores movidos a
eletricidade.

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Não emitem gases tóxicos ou fumos para o meio ambiente, pois funcionam com uma
fonte de energia limpa.
Uma objeção ao nosso segundo argumento, é que o preço dos combustíveis
fósseis tem vindo a aumentar exponencialmente recentemente e que acaba por ser mais
dispendioso do que a própria troca da bateria. Ainda referem que a vida útil de uma
bateria pode durar 8 anos.
Uma objeção ao terceiro argumento, acaba por ser semelhante à objeção do
argumento anterior, que consiste em referir que se for bem utilizado, os veículos
elétricos acabam por ser mais económicos que os carros convencionais. Também é
defendido que está em desenvolvimento uma técnica que consiste em diminuir o tempo
de recarga.
Todavia, estas objeções não são bem aceites, pois está comprovado
cientificamente que a produção da bateria apesar de algumas serem construídas através
de materiais renováveis, a grande maioria não é e então prejudica o meio ambiente.
Independentemente do aumento dos combustíveis fósseis, estes serão menos
dispendiosos do que a troca da bateria e caso aconteça um imprevisto, pode ser
necessário a substituição da bateria antes dos 8 anos. Para além disso, se uma pessoa
necessitar de usar o carro diariamente, o carro elétrico acaba por não ser uma boa opção
pois o tempo de espera do carregamento é elevado e caso ocorra um assunto urgente
pode acontecer que o carro elétrico não tenha autonomia suficiente para atender à
mesma urgência.
Para Kant uma ação só é moralmente boa quando é realizada pelos motivos
corretos, por boa vontade, isto é, aquela que origina ações praticadas por respeito ao
dever, isto é, ação motivada única e exclusivamente por respeito à lei moral e
independentemente das suas consequências. Kant defende que só a boa vontade é boa
em si mesma. A boa vontade é uma condição indispensável do que nos torna dignos da
felicidade. O imperativo categórico é o único critério válido que devemos seguir para
decidir se um ato é ou não moralmente permissível. Este, age apenas segundo uma
máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.
Stuart Mill defendia a teoria utilitarista, o utilitarismo é uma ética
consequencialista, isto é, avalia a correção e a incorreção das ações a partir dos
resultados ou consequências. Stuart defende o hedonismo, ou seja, aquilo que permite o
prazer e a felicidade. O critério da moralidade que permite avaliar as ações é o princípio

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do prazer ou da maior felicidade. Ao ponderarmos a maior soma de felicidade global, a
felicidade de cada pessoa é contabilizada como igualmente importante.
Tanto Kant, por defender uma ação só é moralmente boa quando é realizada
pelos motivos corretos, por boa vontade, como Stuart Mill, por buscar a felicidade
mundial, ambos os filósofos concordariam com a nossa posição sobre esta tese.
Em suma, concluímos este ensaio depois de realizar um intenso estudo sobre o
tópico em questão, afirmamos que os carros elétricos não são tão sustentáveis como as
pessoas julgam, partilhando desta forma a mesma opinião que os dois filósofos
abordados previamente.

Webgrafia
https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/producao-de-baterias-para-carros-eletricos-liberta-
tanto-co2-como-8-anos-de-utilizacao-de-um-carro-a-gasolina , consultado no dia 26-05-
2023
https://maisribatejo.pt/2023/05/23/carros-eletricos-beneficios-desafios-e-desvantagens/ ,
consultado no dia 26-05-2023
https://www.neocharge.com./tudo-sobre/carro-eletrico/bateria-veiculo-eletrico ,
consultado no dia 26-05-2023
https://visao.sapo.pt/volt/2020-09-09-tudo-sobre-eletricos-baterias/ consultado no dia
26-05-2023
https://honda-automoveis.pt/blog/5-mitos-sobre-carros-eletricos-que-a-honda-o-ajuda-a-
desmistificar/ consultado no dia 26-05-2023
https://www.e-konomista.pt/trocar-bateria-carro-eletrico/ consultado no dia 26-05-2023
https://club.auto-doc.pt/magazin/carros-eletricos-vantagens-e-desvantagens-dicas-e-
conselhos#Desvantagens_de_um_carro_eletrico consultado no dia 26-05-2023
https://knaufautomotive.com/pt/vida-util-da-bateria-para-carros-eletricos/ consultado
no dia 26-05-2023
https://classroom.google.com/c/NTUwMzc1NDI2NTM2-Kant e S.Mill-moral.ppt –
consultado no dia 27-05-2023

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