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FERROVIA NORTE-SUL

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2019

A Ferrovia Norte-Sul (EF-151) é uma ferrovia longitudinal brasileira, em bitola larga,


projetada para ser a espinha dorsal do sistema ferroviário nacional, interligando as
principais malhas ferroviárias das cinco regiões do país. Seu projeto atual foi
concebido num eixo norte-sul na região central do território brasileiro, possibilitando a
conexão entre as malhas ferroviárias que dão acesso aos principais portos e regiões
produtoras do país, que até então estavam regionalmente isoladas.

Quando concluída, possuirá a extensão de 4.155 quilômetros e cortará os estados


de Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do
Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conectando os extremos do país.

Atualmente, seu traçado efetivo vai de Açailândia (MA) a Estrela d'Oeste (SP). Porém,
apenas o trecho entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO), sob responsabilidade
da concessionária VLI, e entre Rio Verde (GO) e Estrela d'Oeste (SP), sob
responsabilidade da concessionária Rumo Logística, estão totalmente operacionais.

Já o trecho entre Porto Nacional (TO) e Anápolis (GO), que tem suas obras
concluídas desde 2014, e o trecho entre Ouro Verde de Goiás (próximo a Anápolis)
e Rio Verde (GO) seguem em fase de investimentos para a construção de terminais
para torná-los operacionais.

A extensão Norte até o estado do Pará, já tem dois projetos protocolados no Ministério
da Infraestrutura, um da Minerva Participações e Investimentos e outro da VALE a
extensão Sul até o estado do Rio Grande do Sul, seguem em projeto sem data para
execução.

Características

Concebida sob o propósito de ampliar e integrar a malha ferroviária nacional, a ferrovia


Norte-Sul se conecta com a Estrada de Ferro Carajás em Açailândia (MA), de onde é
possível chegar ao porto do Itaqui. Está prevista sua interligação com a Ferrovia
Transnordestina a partir de ramal a ser projetado entre Porto Franco-Eliseu Martins,
permitindo o acesso direto ao nordeste brasileiro em bitola larga, em particular aos
portos de Pecém/CE e Suape/PE.
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Está prevista também a interligação com a Ferrovia de Integração OesteLeste0 FIOL


através de Figueirópolis, no estado de Tocantins, e dessa forma ligar a FNS ao Porto
de Ilhéus, na Bahia.

Já a conexão com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste- FICO, teve as obras


iniciadas em outubro passado, através do trecho entre Mara Rosa e Água Boa, com
383 km de extensão, permitindo o escoamento da produção do Vale do Araguaia.

Para acessar Anápolis, previsto para se transformar no polo de excelência de estudos


ferroviários no Brasil, está projetado uma acesso com cerca de 33 km de extensão a
partir de Puro Verde do Oeste.

Em Anápolis (GO), a Norte-Sul se conecta com a Ferrovia Centro-Atlântica, porém


esta opera em bitola métrica, demandando transbordo.

Finalmente, em Estrela d'Oeste, no estado de São Paulo, a ferrovia se conecta com a


malha Paulista da Rumo Logística, dando acesso ao porto de Santos e ao polo
econômico e industrial de São Paulo. A partir da malha paulista, também é possível
acessar a Ferronorte, que segue até Rondonópolis em Mato Grosso.

A ferrovia possui raio mínimo de curva de 343 metros e rampa máxima de 0,6%, o que
permite uma velocidade máxima de 83 quilômetros por hora, segundo a VALEC. Ao
longo de parte de seu trajeto em Goiás, Tocantins e Maranhão, a ferrovia segue
paralela à Rodovia Belém-Brasília (BR-153; BR-226 e BR-010) e ao leito do Rio
Tocantins. Na divisa entre o estado de Goiás e Minas Gerais, a FNS cruza o Rio
Paranaíba na cidade de São Simão, onde está em operação o terminal intermodal
flúvio-ferroviário, que faz parte da Hidrovia Tietê-Paraná.

História

O projeto da Ferrovia Norte-Sul começou a ser discutido em 1985, durante o governo


do presidente José Sarney, com um traçado inicial que previa a extensão de
aproximadamente 1.550 km, entre Açailândia (MA) e Anápolis (GO).

As obras do primeiro trecho entre Açailândia (MA) e Porto Franco (MA), com 215 km,
se iniciaram em 1987, mas foram concluídas apenas em 1996 durante o
governo Fernando Henrique Cardoso.

Durante o primeiro governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, houve a


determinação para a retomada da ferrovia até Porto Nacional (TO) e posteriormente
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até Anápolis (GO). O primeiro trecho entre Porto Franco (MA) - Araguaína (TO) com
146 km, foi inaugurado em 2007.

Em outubro de 2007, a operação do trecho da Ferrovia Norte-Sul entre Açailândia


(MA) e Porto Nacional (TO) foi concedido pela VALEC à Vale Mineradora, por um
período de 30 anos. A companhia foi a única interessada no leilão, pagando o valor
mínimo de R$ 1,478 bilhão de reais, sendo R$ 740 milhões em 21 de dezembro de
2007, quando da assinatura do contrato e os 50% restantes pagos em duas parcelas,
corrigidas pelo IGP-DI e acrescidas de juros de 12% ao ano, vencendo em dezembro
de 2008 e de 2009.

O trecho concedido foi de 722 km, porém somente o trecho entre Açailândia (MA)
e Araguaína (TO), com 361 km de extensão, estava concluído em outubro de 2007.
Com o dinheiro pago pela concessão, foi realizada a construção do trecho entre
Araguaína (TO) e Porto Nacional (TO), com 359 km de extensão.

Em dezembro de 2008 foi entregue mais um trecho da ferrovia, que passou a operar
de Açailândia(MA) até Colinas (TO), sendo 250 km de ferrovia no estado de Tocantins
e 490 km desde o seu início.

Em março de 2010 foi inaugurado o trecho entre Colinas (TO) - Guaraí (TO) com 133
km.

O trecho entre Colinas (TO) e Porto Nacional (TO), que foi previsto inicialmente para
2009 e inaugurado em setembro de 2010 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
somente passou a operar no final de 2012, com a entrega oficial para a concessionária
apenas em 2013.

Em 2011 a Vale desmembrou a operação da Norte-Sul e a uniu a Ferrovia Centro-


Atlântica, criando uma empresa dedicada à logística chamada Valor da Logística
Integrada - VLI, que passou a operar e administrar o trecho Açailândia (MA) - Porto
Nacional (TO).

Em janeiro de 2011, foram iniciadas as obras do trecho entre Ouro Verde de


Goiás (GO) - cidade a cerca de 40 quilômetros a noroeste de Anápolis - e Estrela
d'Oeste (SP), com 684 km de extensão. Este trecho é o primeiro fora do projeto inicial
da FNS, que tinha o traçado projetado apenas até Anápolis (GO), e posteriormente foi
modificado para seguir até o porto de Rio Grande (RS).
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O trecho com mais 855 km entre Porto Nacional/TO (próximo a Palmas)


e Anápolis/GO, que era previsto para 2010, somente foi entregue em 2014 pela
presidente Dilma Rousseff, entretanto sem nenhum terminal operacional neste trecho,
requerendo investimentos de 700 milhões de reais em pátios intermodais de cargas,
viadutos e sinalização, pelo novo operador.

Já o trecho entre Ouro Verde (GO) e Estrela d'Oeste (SP) que tinha sua conclusão
prometida para o segundo semestre de 2018, teve a obra encerrada com cerca de
95% de execução, onde o seu término ficou a cargo do futuro operador do trecho
central.

No dia 20 de julho de 2018, o presidente Michel Temer assinou a medida


provisória 845/2018, que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Ferroviário (FNDF). Esta medida garante que todo o valor pago pela outorga da
concessão do trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela d'Oeste (SP) da FNS, seja
revertido integralmente para a construção do Prolongamento Norte, ligando
Açailândia (MA) ao Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA).

No dia 28 de março de 2019, o governo do presidente Jair Bolsonaro realizou o leilão


do trecho central de 1.537 km da Ferrovia Norte-Sul, entre Porto Nacional (TO)
e Estrela d'Oeste (SP). A Rumo Logística arrematou a ferrovia pelo valor de
2.719.530.000 de reais (o que representa um ágio de 100,29% sobre o lance mínimo
de 1.353.550.000 de reais), por um contrato de concessão de 30 anos, não
prorrogável. Além da vencedora Rumo, participou do certame a VLI Multimodal S.A.,
que ofereceu 2.065.550.000 de reais, representando um ágio de 52,6% em relação
ao valor mínimo de outorga. O contrato de concessão foi assinado em Anápolis, no
estado de Goiás, em 31 de julho de 2019.

Em 04 de março de 2021, a Rumo iniciou a operação no trecho entre São Simão (GO)
e Estrela d'Oeste (SP), após investimentos de 711 milhões de reais. Em São Simão
foi construído um terminal com capacidade estática de 42 mil toneladas e capacidade
de movimentar por ano, 5,5 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de soja. Já
no dia 29 de maio de 2021, partiu do Terminal Multimodal de Rio Verde (GO) a
primeira composição ferroviária carregada com soja, com destino ao Porto de Santos.
Esta viagem marcou a inauguração do trecho entre Rio Verde e São Simão (GO) com
pouco mais de 200 km.
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Traçado
Extensão
Data de Extensão desde Inicio das
Trecho Observações e Conexões
inauguração (km) Açailândia obras
(km)
Trecho Inserido no Programa Pró Trilhos do Governo Federal,
Barcarena (PA) - 2022 contrato para Construção e Operação do Trecho pela empresa
Indefinido 493 450
Açailândia (MA) (previsto) Minerva Participações e Investimentos S/A, publicado no
Diário Oficial da União de 31 de Dezembro de 2021
Estrada de Ferro Carajás em Açailândia (MA), MA-122
Açailândia (MA) - próximo a João Lisboa (MA), BR-010 próximo a Imperatriz
Porto Franco 1996 215 215 1987 (MA), MA-138 próximo a Porto Franco (MA), Ramal ferroviário
(MA) de 28 km ligando a fábrica da Suzano em Imperatriz até a
ferrovia.
Porto Franco
Ponte sobre o Rio Tocantins entre as cidades de Estreito (MA)
(MA) -
2007 42 247 - e Aguiarnópolis (TO), BR-226 próximo a Aguiarnópolis (TO).
Aguiarnópolis
Pátio Multimodal de Aguiarnópolis.
(TO)
Aguiarnópolis
(TO) - Araguaína 2007 114 361 - Pátio Multimodal de Araguaína/Babaçulândia (TO)[30]
(TO)
Araguaína (TO) -
Colinas do 2008 153 514 - Pátio Multimodal de Colinas (TO)[30]
Tocantins (TO)
Colinas do
Tocantins (TO) - Março 2010] 100 614 - Pátio Multimodal de Guaraí (TO)[30]
Guaraí (TO)
21 de
Guaraí (TO) - Pátio Multimodal de Palmas/Porto Nacional às margens
setembro de 150 764 2007
Palmas (TO) da TO-080, próximo ao distrito de Porto Nacional/TO.
2010
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Palmas (TO) - Concluído Pátio Multimodal de Gurupi (TO) e entroncamento


2012 456 1220 2008
Uruaçu (GO) com a Ferrovia Oeste-Leste em Figueirópolis (TO).
Uruaçu (GO) -
2014 280 1500 2008 Inaugurado
Anápolis (GO)
Ouro Verde (GO)
- Estrela D'Oeste 2021 684 2184 2011 Concluído Terminal de São Simão e Rio Verde (GO)
(SP)
Estrela D'Oeste
(SP) - Panorama Indefinido 264 2548 Indefinido Em projeto
(SP)
Panorama (SP) -
Indefinido 951 3499 Indefinido Em estudo
Chapecó (SC)
Chapecó (SC) -
Indefinido 833 4332 Indefinido Em estudo
Rio Grande (RS)
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Prolongamento sul

O trecho em estudo, ligando Panorama (SP) e Rio Grande (RS), é atualmente


chamado de Prolongamento Sul. A princípio, o projeto foi dividido em dois trechos:

• Panorama (SP) a Chapecó (SC), com 951 km;

• Chapecó (SC) a Rio Grande (RS), com 833 km.

Inicialmente o trecho ligando Panorama (SP) e Porto Murtinho (MS), sob a


identificação EF-267, foi chamado de prolongamento sul da Ferrovia Norte-
Sul. Porém, este trecho foi incluído no Plano Nacional de Viação no dia 8 de maio de
2008, não mais como parte da FNS e sim como uma ferrovia que se conectará a ela,
chamada Ferrovia do Pantanal.

Prolongamento norte

O trecho ligando o Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA) e Açailândia (MA) é


chamado de prolongamento norte da Ferrovia Norte-Sul, fazendo parte da EF-151.
Em 23 de Dezembro de 2021, a empresa MINERVA PARTICIPAÇÕES E
INVESTIMENTOS S.A, assinou o contrato para a Construção e Operação do Trecho,
sendo o documento publicado no Diário Oficial da União de 31 de dezembro de
2021. Em 03 de Fevereiro de 2022, a empresa 3G Empreendimentos e Consultoria
Ltda, assinou com o Ministério da Infraestrutura contrato para a construção do Trecho
Entre Barcarena e Santana do Araguaia, sendo que os projetos das empresas citadas
são concomitantes entre os municípios de Barcarena e Rondon do Pará.

Ramais

Atualmente a ferrovia Norte-Sul conta com dois ramais ferroviários:

• O primeiro é um ramal particular com aproximadamente 25 km de


extensão, pertencente a Suzano Papel e Celulose, que conecta sua fábrica
em Imperatriz (MA) à malha da FNS em João Lisboa (MA).

• Já o Ramal de Anápolis, com aproximadamente 50 km de extensão,


conectará a malha da FNS em Ouro Verde de Goiás (GO) ao Distrito
Agroindustrial de Anápolis (GO), onde também se encontra com a malha
de bitola métrica, da Ferrovia Centro Atlântica.

Informações do projeto
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A EF-151, também conhecida como Ferrovia Norte-Sul, foi projetada para se tornar a
espinha dorsal do transporte ferroviário no Brasil, integrando de maneira estratégica
o território nacional e contribuindo para a redução do custo logístico do transporte de
carga no país. A proposição qualificada no PPI pressupõe a concessão de trecho com
extensão de 1.537 km, ligando Estrela d´Oeste, em São Paulo, a Porto Nacional, no
Estado de Tocantins.

O trecho Porto Nacional/TO – Estrela D´Oeste/SP divide-se em dois tramos:

O primeiro é o tramo compreendido entre Porto Nacional/TO – Anápolis/GO (Tramo


Central), com 855 km de extensão, e que já se encontra em operação, com
movimentação de pequenos volumes de carga pela VALEC

O segundo é o tramo compreendido entre os municípios de Ouro Verde de Goiás/GO


e Estrela d´Oeste/SP (Tramo Sul), com 682 km, já com 95% das obras concluídas,
também pela VALEC

Outro benefício esperado com o projeto é a interligação de outros trechos ferroviários


que ele viabilizará, e que favorecerão a integração logística do país:

O trecho Estrela d´Oeste – Três Lagoas/MS, por sua vez, atravessará região com
grande vocação agrícola e industrial, atendendo ao transporte de grãos e celulose

O trecho Mara Rosa/GO – Água Boa/MT, por fim, permitirá o acesso das áreas
produtoras agrícolas da Região Centro-Oeste do país à malha ferroviária existente,
sendo mais uma alternativa logística para o fluxo de grãos

Os estudos indicam uma projeção de carga para 2050 de cerca de 22 milhões de


toneladas para o trecho a ser concedido

Os investimentos previstos, nesse caso, giram em torno de R$2,724 bilhões, tendo


por base os serviços preliminares, terraplanagem, obras de arte corrente e drenagem,
superestrutura ferroviária, obras complementares, compensações ambientais,
sistemas ferroviários, custos indiretos de implantação, projeto executivo e
equipamentos ferroviários

O material rodante estimado é de R$1,83 bilhões.


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Para a modelagem do projeto pressupõe-se a subconcessão do trecho pela VALEC,


adotado o modelo vertical de exploração da ferrovia no qual uma única empresa é
responsável pela gestão da infraestrutura e prestação do serviço de transporte.

A fim de possibilitar acesso aos portos do sudeste, norte e nordeste, previamente à


realização da licitação, serão estabelecidas as condições de acesso, bem como as
tarifas relacionadas ao direito de passagem das concessões adjacentes.L
INFRA,2021

Mapa de localização

A construção da FNS foi iniciada em 1987 com um traçado inicial que previa uma
extensão de aproximadamente 1.550 km, de Açailândia/MA a Anápolis/GO, de modo
a cortar os Estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Dessa forma, o traçado original
está construído e em operação.

O projeto de ampliação da ferrovia ocorreu muito depois do início da construção. A Lei


nº 11.297, de 09 de maio de 2006, da Presidência da República, incorporou um trecho
mais ao norte, Açailândia (MA) – Barcarena (PA), ao projeto do traçado inicialmente
projetado. Em 2008, a Lei nº 1.772 estendeu mais uma vez o traçado da ferrovia até
a cidade paulista de Panorama.

Ainda para atender à crescente demanda por transporte de cargas, a VALEC concluiu,
em 2015, o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental – EVTEA para
mais dois trechos complementares à Norte-Sul, sendo entre Panorama (SP) e
Chapecó (SC) e entre Chapecó (SC) e Rio Grande (RS).
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Rumo Malha Central S.A. assinou o contrato de subconcessão da Ferrovia Norte-Sul


(FNS) com o Governo Federal, na data de 31/07/2019, referente à exploração do
trecho de 1.537 km de ferrovia, no trecho que liga Estrela D’Oeste (SP) a Porto
Nacional (TO), nos termos do Edital de Concorrência Internacional nº 02/2018. A
empresa vencedora do leilão dos trechos Central e Sul e Extensão Sul da Ferrovia
Norte-Sul (FNS) ficou responsável pela exploração da infraestrutura e pela prestação
do serviço público de transporte ferroviário, além de garantir a manutenção e
conservação da ferrovia durante todo o período da concessão, que totaliza trinta anos.

Objetivos

- Estabelecer alternativas mais econômicas para os fluxos de carga para o mercado


consumidor;

- Induzir a ocupação econômica do cerrado brasileiro;

- Favorecer a multimodalidade;

- Conectar a malha ferroviária brasileira;

- Promover uma logística exportadora competitiva, de modo a possibilitar o acesso a


portos de grande capacidade;

- Incentivar investimentos, que irão incrementar a produção, induzir processos


produtivos modernos e promover a industrialização.

Benefícios

- Reduzir os custos de comercialização no mercado interno

- Reduzir os custos de transportes

- Reduzir a emissão de poluentes

- Reduzir o número de acidentes em estradas

- Melhorar o desempenho econômico de toda a malha ferroviária;

- Aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior;

- Incentivar os investimentos, a modernização e a produção agrícola;

- Melhorar a renda e a distribuição da riqueza nacional.


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Obras paralisadas

As obras da Rumo entre Ouro Verde de Goiás e Rio Verde (GO), da Ferrovia Norte-
Sul, estão paradas desde abril. O trecho de cerca de 280 km é o último a ser finalizado
pela concessionária, que arrematou, em 2019, o Tramo Centro-Sul da ferrovia, de
1.537 km, entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP). Pelo contrato de
concessão, as obras deveriam estar concluídas até julho deste ano.

Até então responsável pelos trabalhos de infraestrutura e superestrutura da via, o


consórcio SCNE (Sacyr, Neopul e ETC) não está mais presente nos canteiros de obra,
dizem fontes que percorreram o trecho em junho. Não há sinal de operários
trabalhando na via. Os dormentes e trilhos estão à margem da faixa de domínio. O
avanço das obras no trecho não é contínuo. Há trilhos colocados entre Santa Helena
(próximo a Rio Verde) e Palmeiras de Goiás. Subindo de Palmeiras de Goiás até Ouro
Verde alterna-se entre lotes apenas com terraplanagem e outros com superestrutura.
Há pontos na via com bolsões de água, por falta de drenagem.

O consórcio SCNE foi contratado pela Rumo em 2019. Comenta-se no setor que o
preço fechado com a empreiteira foi bem inferior ao comumente praticado no
mercado. No ano passado, as obras também foram paralisadas devido a divergências
entre Sacyr e Rumo. A concessionária chegou a fazer cotação de preços com outras
empreiteiras para substituir o consórcio. No entanto, no fim de 2021, as duas partes
entraram em acordo e as obras foram retomadas, mas em ritmo lento em função do
período de chuvas. Em abril, houve outra paralisação, que permanece até o
momento.

Em nota, a concessionária informa “que as obras da Ferrovia Norte-Sul (Malha


Central) entre Rio Verde (GO) e Ouro Verde de Goiás (GO) serão retomadas em
agosto. Atualmente, a empresa negocia a contratação de novos fornecedores. Os
serviços foram paralisados em função do distrato com o Consórcio SCNE (Sacyr
Neopul ETC), que descumpriu obrigações contratuais”.

PRAL UOL, 2021

Terminal ferroviário de Rio Verde

A estimativa anual é de 1,5 milhão de toneladas transportadas via ferrovia e 750 mil
toneladas de fertilizantes misturados, gerando cerca de 1 mil empregos diretos e
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indiretos. A nova estrutura irá reduzir custos na cadeia de fertilizantes e gerar avanços
na logística do agronegócio brasileiro.

A ferrovia Norte-Sul acaba de receber mais uma estação ferroviária para facilitar o
escoamento da produção do Centro-Oeste até os portos brasileiros. Nessa terça-feira
(9), foi inaugurada, no município de Rio Verde, em Goiás, o novo terminal ferroviário,
que passará a ser o principal ponto de transporte de fertilizantes da Malha Central.

A estimativa anual é de 1,5 milhão de toneladas transportadas via ferrovia e 750 mil
toneladas de fertilizantes misturados, gerando cerca de 1 mil empregos diretos e
indiretos. A capacidade total de recebimento é de até 3,5 milhões de toneladas por
ano.

Com a estrutura, será possível a movimentação a partir do Porto de Santos (SP) até
Goiás, por meio da Ferrovia Norte-Sul, administrada pela concessionária. O novo
terminal tem vocação para descarga e transbordo ferroviário e contará com os
serviços de mistura (industrialização), armazenagem, descarga rodoviária e
carregamento a granel.

Perspectivas

As novas instalações são fruto de parceria entre a concessionária Rumo Logística e a


Andali S/A (joint venture formada pelas empresas CHS Agronegócios, BR Fértil
Fertilizantes e holdings fundadoras), com foco em atender as operações logísticas de
fertilizantes. Com investimentos de R$ 160 milhões por parte da Andali S/A, o
empreendimento amplia a capacidade operacional da empresa na região Centro-
Oeste.

A nova estrutura irá reduzir custos na cadeia de fertilizantes e gerar avanços na


logística do agronegócio brasileiro. A medida também é importante para impulsionar
o equilíbrio da matriz nacional de transportes, já que a demanda do agronegócio em
Goiás é abastecida majoritariamente pelo modal rodoviário.

Considerado o maior produtor de grãos de Goiás, Rio Verde foi escolhida pela sua
posição geográfica estratégica na rota do agronegócio. A cidade será o principal polo
de escoamento de grãos, insumos e fertilizantes, atendendo toda a região, além de
contar com mão de obra especializada. A Ferrovia Norte-Sul (EF-151) corta o
município por um extensão de 93 quilômetros, cruzando a BR-452/GO. No total, o
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trecho concessionado da Rumo é de 1.537 quilômetros, ligando Porto Nacional (TO)


a Estrela D’Oeste (SP).

Terminal de Rio Verde

O projeto é composto por armazéns, equipamentos de mistura e descarga, prédios de


descarga e limpeza de vagões, desvio ferroviário, prédios industriais complementares
e prédios administrativos.

O acordo entre as empresas prevê que a Andali será responsável pela


operacionalização e gestão de toda a infraestrutura do terminal de fertilizantes,
enquanto a Rumo responderá pelo transporte dos produtos a partir do Porto de Santos
com destino a Rio Verde.022

Evolução do transporte

Reconhecido como um dos mais importantes corredores para escoamento da


produção do agronegócio brasileiro em direção aos portos do sistema norte, o tramo
norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS), controlado pela VLI -- companhia que opera portos,
ferrovias e terminais -- registrou aumento no volume de cargas transportadas no
primeiro semestre de 2022. A companhia movimentou 6,6 milhões de toneladas,
crescimento de 7% na comparação com o mesmo ciclo em 2021.

No período, as operações da VLI na FNS geraram lucro líquido de R$ 278 milhões,


ante R$ 186,1 milhões registrados no primeiro semestre do último ano -- um aumento
de 49%. Os números excluem as movimentações da companhia na Estrada de Ferro
Carajás, na qual a VLI opera por direito de passagem para acesso ao sistema
portuário do Maranhão.

Soja, milho e celulose estão entre os principais produtos transportados. Os volumes


são captados nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Mato Grosso e a
carga é escoada para portos do sistema norte, a exemplo do Terminal Portuário de
São Luís, no Maranhão. Combustíveis, farelo de soja e biodiesel são ativos que
completam o mix de fluxos movimentados pela FNS que abastecem o mercado
mundial.
Apenas no último ano, a VLI investiu mais de R$ 900 milhões na FNS, possibilitando
a manutenção da malha ferroviária e do material rodante, a fim de garantir a eficiência
para o transporte de carga dos clientes instalados na região.
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Trechos em operação

I- Porto Nacional (TO) - Açailândia (MA)

O trecho de 720 quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Açailândia (MA), e operado
pela VLI Multimodal S.A., proprietária da concessionária Ferrovia Norte-Sul S.A.. A
operação no trecho possibilita uma economia de 8% no transporte de grãos até
o Porto do Itaqui (São Luís), comparado ao uso de caminhões. O trecho transporta,
principalmente, soja (55%), celulose (25%) e combustíveis (10%). A duração da
viagem entre Porto Nacional e o Porto de Itaqui tem, em média, 3,5 dias.

A carga principal da Ferrovia Norte Sul é a soja, embarcada em Porto Franco/MA e


em Colinas do Tocantins/TO, mas também transporta celulose para a Suzano no
Maranhão, que construiu um ramal próprio de 28 km da fábrica em Imperatriz (MA) até
a ferrovia, com destino ao Porto do Itaqui.

Pela ferrovia é feito o transporte de combustíveis de São Luís até o terminal em Porto
Nacional, e há a previsão de transportar álcool do Tocantins para o porto de Itaqui. O
volume movimentado pelo terminal subiu de 110 milhões para 270 milhões de litros
combustível de 2014 a 2016.

Entre 2012 e 2015, o escoamento de grãos aumentou de 2,6 para 4,2 milhões de
toneladas, 55% do volume total escoado no trecho. O Terminal Integrador Porto
Nacional tem capacidade para armazenar até 60 mil toneladas de grãos e movimentar
2,6 milhões de toneladas por ano. O Terminal de Palmeirante/TO possui um armazém
de 90 mil toneladas e pode expedir até 3,4 milhões por ano. O trecho em operação
tem capacidade para transportar até 9 milhões de toneladas de grãos por ano, mas
sofre com a falta de vias de acesso aos trilhos.

De 2014 a 2017, foram escoados 11,7 milhões de toneladas de grãos entre Porto
Nacional (TO) e o Porto de Itaqui (São Luís). De janeiro a outubro de 2017, foram
escoados 5,5 milhões de toneladas de grãos, superando em mais de 30% o que foi
registrado em todo ano de 2015.[50]

Começou a funcionar em abril de 2017 um eixo que faz a travessia de caminhões com
destino a Porto Nacional por balsas de Santana do Araguaia (PA) até Caseara (TO),
por 4 quilômetros do Rio Araguaia.[51] Assim, viagens que levavam 20 horas passaram
a levar duas, elevando em 7% o volume recebido do Leste e Nordeste de Mato
Grosso e do Sul do Pará. Entre janeiro e outubro de 2017, o Porto do Itaqui embarcou
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1,184 milhão toneladas de papel e celulose, produzidos pela unidade da Suzano Papel
e Celulose em Imperatriz (MA), trazidos pela Ferrovia Norte Sul e Ferrovia Carajás.

Em 2018 a ferrovia transportou 6,3 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de


soja em direção ao Porto do Itaqui. Já em 2019, o volume foi de 7,9 milhões de
toneladas de grãos, oriundos do leste e nordeste do Mato Grosso, sul do Pará e da
nova fronteiro agrícola, o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Aumento
de 25% em relação ao ano anterior.

II- Porto Nacional (TO) - Anápolis (GO)

Desde a inauguração até a concessão, o trecho entre Porto Nacional


e Anápolis promoveu sob gestão da Valec, o transporte de 18 locomotivas (fev/2015),
26 mil toneladas de farelo de soja (dez/2015), 13 mil toneladas de madeira triturada
(dez/2016 a mar/2017), 8 mil ton. de minério de manganês (out/2017) e 62 barras de
trilhos de 240 metros cada - aprox. 1000 ton. (dez/2017). A capacidade de transportar
novas cargas neste trecho inaugurado em 2014, era limitado tanto pela falta de
terminais, quanto pela incapacidade de fazer esta carga chegar a um porto, limitada
pela capacidade na Estrada de Ferro Carajás que somente poderia absorver novos
trens após a conclusão da duplicação em 2018.

III- Ouro Verde de Goiás (GO) - Estrela d'Oeste (SP)

No primeiro semestre de 2021, a Rumo Logística iniciou a operação no trecho Centro-


Sul da Ferrovia Norte-Sul, onde construiu dois terminais próprios. Em São Simão (GO)
foi construído um terminal com capacidade estática de 42 mil toneladas e capacidade
de movimentar por ano, 5,5 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de soja, num
investimentos de 711 milhões de reais.

Em Rio Verde (GO), foi construído um grande Terminal Multimodal para soja e
fertilizantes com capacidade de movimentar 11 milhões de toneladas por ano.

Em 9 de junho de 2022, a Rumo Logística e a Usina Coruripe inauguraram um terminal


para açúcar em Iturama (MG), com capacidade para movimentar 2 milhões de
toneladas açúcar de exportação por ano.

A previsão para todo o trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela d'Oeste (SP) estar
totalmente operacional é 2023. Também está previsto o Terminal Multimodal de Santa
Helena de Goiás que está sendo construído pela VALEC.
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Referências:

1. Valec: Ações e Projetos. Consultado em 25 de março de 2013. Arquivado


do original em 15 de março de 2013

2. ANTT- Trecho da ferrovia Norte-Sul que corta o Triângulo Mineiro é liberado pela
VALEC.

3. Ministério da Infraestrutura. Em dia de sanção do novo Marco Legal das Ferrovias,


Pro Trilhos alcança 64 requerimentos e ultrapassa R$ 180 bilhões em investimentos
projetados».

4. Folha Online - Dinheiro - Única interessada, Vale leva ferrovia Norte-Sul por R$ 1,4
bi - 03/10/2007».

5. Revista Ferroviária: notícias sobre ferrovias, metrôs, trens e indústria ferroviária no


Brasil».

6. Valor Econômico (1 de novembro de 2012). «Criação da VLI». Revisa Ferroviária.

7. Valec. Terminais e Pátios da FNS. Valec. Consultado em 9 de novembro de 2014.


Arquivado do original em 9 de novembro de 2014

8. Suzano Papel e Celulose inicia produção na fábrica de Imperatriz – Jornal


Pequeno. Jornal Pequeno. 2 de janeiro de 2014

9. Pro-Trilhos chega a 21 contratos assinados para criação de novas ferrovias no


país. Governo do Brasil.

10. Suzano (21 de março de 2014). «Suzano Inaugura fábrica em Imperatriz».


Suzano.

11. Raizen. Terminal de Distribuição de Porto Nacional vai atender diversos


estados». Raizen.

12. Comércio, Jornal do. Ferrovia Norte-Sul busca carga para se tornar
rentável». Jornal do Comércio

13. Portos e Navios - Cresce a movimentação de grãos no Centro-Norte; VLI já


movimentou mais de cinco milhões de toneladas este ano».

14. Portal Transporta Brasil. VLI cria nova rota para escoamento de soja para o
Porto de Itaqui (MA) –. www.transportabrasil.com.br.
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15. Portos e Navios - Itaqui movimenta 16,3 milhões de toneladas de janeiro a


outubro». Consultado em 4 de fevereiro de 2018.

16. VALEC - Palmas/TO - Anápolis/GO». www.valec.gov.br.

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