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Ovídio - Metamorfoses (Ed. Cotovia, Portugal)
Ovídio - Metamorfoses (Ed. Cotovia, Portugal)
Ovídio
tradução de Paulo Farmhouse Alberto
ISBN: 978-972-795-338-7
111111111111111111111111111111
9 789727 953387
R.Pó
Cumas •Nápoles
Pitecusa~Cá.preas
O.
Pesto
M A R
Cirene
MARMÁRJOAS
NASAMONES
Lf BI
mentos geográficos citados nas Metamorfoses de Ovídio
MAR NEGRO
M.CM
CÓLQUI
R.Fd
M.Cltoro
ARMÉNIA
CAPADÓCIA
s
J
ERRÂNEO
M E TA M O RF O S E S
Ovídio
Metamorfoses
tradução de
PAULO FARMHOUSE ALBERTO
Livros Cotovia
Título: Metamorphoses
©Livros Cotovia e Paulo Farmhouse Alberto, Lisboa, 2007
ISBN 978-972-795-338-7
Índice
Introdução p. 11
LIVRO I
Prólogo vv. 1-4 35
A criação 5-88 35
As Quatro Idades 89-150 37
A Gigantomaquia 151-162 39
A assembleia dos deuses 163-252 39
Licáon 211-243 41
O dilúvio 253-312 42
Deucalião e Pirra 313-415 44
O renascer da vida 416-433 47
Apolo e a serpente Píton 434-451 47
Apolo e Dafne 452-567 48
Júpiter e lo 568-746 51
Argo e lo 625-723 53
Pã e Siringe 689-712 54
Faetonte 747-779 56
LIVRO II
Faetonte (cont.) 1-339 58
As Helíades 340-366 67
Cicno 367-380 68
A dor do Sol 381-400 68
Júpiter e Calisto 401-530 69
O corvo e a gralha 541-632 73
Apolo e Corónis 542-632 73
Córnix 552-595 74
Ocírroe 633-675 76
Mercúrio e Bato 676-707 77
Mercúrio, Aglauro; a mansão da Inveja 708-832 78
Júpiter e Europa 833-875 82
6 ÍNDICE
LIVRO III
Cadmo e Tebas 1-137 84
Actéon 138-252 88
Sémele 253-315 91
Tirésias 316-338 93
Narciso e Eco 339-510 94
Penteu e Baco 511-733 98
Acetes e os marinheiros tirrenos 577-691 100
LIVRoIV
As Míniades e as suas histórias 1-415 105
Píramo e Tisbe 55-166 106
Os amores do Sol: Vénus e Marte; Leucótoe e Clície 167-273 110
Sálmacis e Hermafrodito 288-388 113
Ino e Melicertes 416-542 117
As companheiras de Ino 543-562 120
O fim de Cadmo e Harmonia 563-603 121
As aventuras de Perseu 604-803 122
Perseu e Atlas 604-662 122
Perseu e Andrómeda 663-764 124
Medusa 765-803 127
LIVRO V
O combate de Perseu com Fineu 1-235 129
Perseu, Preto e Polidectes 236-249 136
Minerva no Hélicon 250-678 136
Pégaso 256-263 136
Pireneu 276-293 137
As Musas e as Piérides 294-678 137
A canção da Piéride: Tifeu 318-331 138
As canções de Calíope: O rapto de Prosérpina 341-571 139
Cíane 409-437 141
Ascálabo 446-461 142
As sereias 551-563 145
Aretusa 572-641 146
Triptólemo e Linco 642-661 148
LIVRO VI
Aracne e Minerva 1-145 149
ÍNDICE 7
LIVRO VII
Jasão e Medeia 1-158 170
O rejuvenescimento de Esón 159-296 174
O castigo de Pélias 297-349 178
A fuga de Medeia 350-403 180
Cicno 371-381 180
Egeu e Teseu 404-452 182
Céfalo e Éaco 453-865 183
Os Mirmidões 523-660 185
Céfalo e Prócris 661-795 189
Lélaps 759-793 192
A morte de Prócris 796-862 193
Livro VIII
Céfalo (cont.) 1-5 196
Cila, filha de Niso, e Minos 6-151 196
O Minotauro; Ariadne 152-182 200
Dédalo e Ícaro 183-235 201
Perdiz 236-259 202
Meleagro e o javali de Cálidon 260-444 203
Alteia e a morte de Meleagro 445-525 209
As irmãs de Meleagro 526-546 211
O banquete de Aqueloo oferecido a Teseu 547-884 212
As Equínades 577-589 213
Perúnele 590-610 213
Báucis e Filémon 611-724 214
Erisícton e Mestra (a Fome) 725-878 217
LIVRO IX
O banquete de Aqueloo (cont.) 1-97 222
Hércules e Aqueloo 4-88 222
8 ÍNDICE
LIVRoX
Orfeu e Eurídice 1-85 245
Ciparisso 86-142 247
As canções de Orfeu 143-739 249
Proémio 148-154 249
Ganimedes 155-161 249
Jacinto 162-219 249
Os Cerastas e as Propétides 220-242 251
Pigmalião 243-297 252
Mirra 298-502 253
Vénus e Adónis 503-739 259
Atalanta e Hipómenes 560-707 261
LIVRO XI
A morte de Orfeu 1-84 267
Midas: o toque de ouro e as orelhas de burro 85-193 269
Febo e Pã 150-171 271
Laomedonte e a fundação de Tróia 194-220 272
Peleu e Tétis 221-265 273
Peleu na corte de Céix 266-409 274
Dedálion e Quíone 291-345 275
O lobo de Peleu 346-409 277
Céix e Alcíone 410-748 279
(O palácio do Sono) 592-649 284
Ésaco, irmão de Céix 749-795 288
LIVRoXll
Os Gregos em Áulide: Ifigénia 1-38 290
O Rumor 39-63 291
ÍNDICE 9
LNRoXIII
As armas de Aquiles e a morte de Ájax 1-398 309
Hécuba, Políxena e Polidoro 399-575 321
Aurora e Mémnon 576-622 326
As viagens de Eneias 623-968 327
Partida de Eneias de Tróia 623-642 327
As filhas de Ânio 643-674 328
As filhas de Oríon 675-704 329
Viagem de Eneias à Sicília 705-729 330
Cila e Glauco 730-968 331
Galateia e Polifemo 740-897 331
LNRoXIV
Cila e Glauco (cont.); Circe 1-74 338
As viagens de Eneias (cont.) 75-90 340
Os Cercopes 85-100 340
A Sibila 101-153 341
Aqueménides 154-222 342
Macareu 223-415 344
As aventuras de Ulisses 223-307 344
Pico, Circe e Canente 308-440 347
Eneias no Lácio 441-453 351
Diomedes 454-511 351
O pastor da Messápia 512-526 353
As naus dos Troianos 527-565 353
Árdea 566-580 355
Apoteose de Eneias 581-608 355
Os reis latinos 609-621 356
Verturnno e Pomona 622-771 356
Ífis e Anaxárete 698-764 359
Apoteose de Rómulo e Hersília 772-851 361
10 ÍNDICE
LIVRoXV
Numa 1-11 364
Míscelo, fundador de Crotona 12-59 364
O discurso de Pitágoras 60-478 366
A morte de Numa 479-546 377
Hipólito e Egéria 497-551 378
Tages e a lança de Rómulo 552-564 380
Cipo 565-621 380
Esculápio em Roma 622-744 382
Júlio César e Augusto 745-870 385
Ü AUTOR
1 Para o leitor português, recomendo a biografia de Ovídio, numa versão mais desenvol
vida do que o presente texto, e com elementos analíticos das obras e bibliografia pertinente,
que escrevi há alguns anos atrás: Ovídio, Mem Martins, Ed. Inquérito, 1997.
12 INTRODUÇÃO
formismo. Mas estes poemas são mais do que mero percurso interio
rizado de uma viagem de exílio e do declínio do fim da vida: são
uma arma de revolta e resistência ao desespero do abandono da pá
tria e da cultura; e sobretudo um hino à identidade do poeta, contra
a qual poder terreno algum tem autoridade, e que só a posteridade
julgará (Tristia 3, 7, 43 -52).
Apesar de todos os esforços, os seus e os dos seus amigos em
Roma, Ovídio nunca regressou à pátria, mesmo após a morte de
Augusto em 14 d. C. E no desterro faleceu no ano 17.
As METAMORFOSES
FONTES E MODELOS
REALIDADE E IMAGINÁRIO
NARRAR E DESCREVER
U MA OBRA PERENE
A PRESENTE TRADUÇÃO
Quando aquele deus, quem quer que ele fosse, assim dispôs
aquela massa e a dividiu, e, dividida, organizou em partes,
primeiro, aglomerou a terra, para que fosse uniforme
35 em toda a parte com o formato de um grande círculo.
Depois, ordenou que os mares se expandissem, inchassem
pelos impetuosos ventos, e rodeassem as costas da terra.
Juntou também as fontes e lagoas imensas e os lagos,
e também os rios em declive cingiu com sinuosas margens.
40 Destes, nos variados sítios, uns são absorvidos pela terra,
outros chegam ao mar e, acolhidos pela imensidão
de água mais livre, golpeiam a costa em vez de as margens.
Ordenou aos campos que se dilatassem, vales se cavassem,
folhas cobrissem bosques, se erguessem pedregosos montes.
45 E tal como há duas zonas no lado direito e outras tantas
no esquerdo a dividir o céu (uma quinta é a mais ardente),
assim o zelo divino dividiu em igual número a massa
que o céu envolvia, e outras tantas regiões traçou na terra.
Destas, a do meio não pode ser habitada devido ao calor,
50 neve funda duas cobre. Entre aquela e estas pôs outras duas,
dando um clima temperado, com chamas à mistura com frio.
Por cima delas situa-se o ar, que é mais pesado que o fogo,
tanto quanto o peso da água é mais leve que o peso da terra.
2 Prometeu.
38 L I V R O I As Quatro Idades
PARA QUE o alto éter não estivesse mais seguro que as terras,
conta-se que os Gigantes aspiraram ao reino dos céus,
construindo uma pilha de montanhas até aos altos astros.
Então, o pai omnipotente lançou o seu raio e estilhaçou
155 o Olimpo, e derrubou o Pélion de cima do Ossa sob ele.
E jazendo os monstruosos corpos sob a própria construção
soterrados, a Terra, diz-se, encharcada de tanto sangue
dos filhos, ensopou-se e deu vida ao sangue ainda quente.
E, para que restasse alguma lembrança da sua estirpe,
160 fê-los tomar o aspecto de humanos. Mas esta raça também
ficou a desprezar os deuses, tão sôfrega de atroz matança
e violenta era: bem se percebia que ela nascera do sangue.
3 Ou seja, inquire astrólogos, com sentimentos hostis aos anos de vida do pai, para saber
quanto ainda falta para receber a herança.
4 Filha da deusa da justiça, Témis.
40 L I V R O I A assembleia dos deuses
165 à mesa de Licáon, ainda não conhecido por ser caso recente,
inflamou-se no coração de cólera imensa, digna de Júpiter,
e convoca uma assembleia; nada fez atrasar os convocados.
Há uma via lá nas alturas, bem visível no céu sereno.
Láctea é o seu nome e é notabilíssima pela sua brancura.
110 Por ela vão os deuses até à mansão do magno Tonante,
o palácio real. A direita e à esquerda, com as portas abertas
de par em par, vêem-se os átrios apinhados dos deuses nobres;
a plebe vive dispersa noutras zonas. Aqui, os seres celestes,
os ilustres e os poderosos, estabeleceram os seus Penates.
115 Esta é a zona que, se me for permitido falar com ousadia,
eu não recearia designar como Palatino do magno céu.
Ora, sentados os deuses num salão interior de mármore,
ele, no lugar mais alto, apoiado no seu ceptro de marfim,
por três ou quatro vezes abanou a cabeça e a terrífica
180 cabeleira, e com ela sacudiu a terra, o mar e as estrelas.
Depois, abriu a boca indignada e falou nestes termos:
6 Neptuno.
44 LIVRO l O dilúvio - Deucalião e Pirra
' Apolo.
48 L I V R O I Píton - Apolo e Dafne
480 e não quer saber que coisa seja Himeneu, o amor, as bodas.
Muitas vezes o pai dizia: 'Deves-me um genro, minha filha';
muitas vezes dizia o seu pai: 'Deves-me netos, filha minha.'
Ela, como se delito fosse, odiava os archotes nupciais,
e na formosa face espalhava-se um rubor pudibundo.
485 Agarrando-se ao pescoço do pai com os mimosos braços,
'Concede-me fruir, pai queridíssimo, de uma virgindade
perpétua', disse, 'em tempos, a Diana seu pai lha concedeu.'
Ele, de facto, lá consentiu - mas o teu encanto não permite
o que queres, e a tua formosura rechaça os teus desejos.
585 a sua filha, como se perdida. Não sabe se ainda está viva,
se está entre os Manes. Não a achando em parte alguma,
julga que já não vive mais, e receia o pior no seu coração.
12 Ísis.
Faetonte L I V R O I 57
13 As Helíades.
LIVRO II
1 O piropo era uma liga de bronze e ouro; a palavra está relacionada com o termo grego pyr,
Ainda mal acabara de falar, eis que ele pede o carro paterno
e o direito de conduzir por um dia os cavalos de pés alados.
Arrepende-se o pai da jura feita ! Três e quatro vezes abanou
50 a resplandecente cabeça e disse: 'As tuas palavras revelaram
quão temerárias as minhas foram. Prouvera que eu pudesse
não cumprir o prometido ! Só isto te recusaria, filho, confesso.
Mas posso, ao menos, dissuadir-te. O que queres é perigoso.
Grandes coisas pedes tu, Faetonte, coisas que não convêm
55 nem a estas tuas forças, nem a essa tua idade de jovenzito.
És de condição mortal: não é de um mortal o que desejas.
Sem saber, aspiras a algo superior ao que é lícito conceder
até aos próprios deuses. Mesmo que cada um possa fazer
o que lhe apraz, nenhum deles é capaz de tomar o lugar
60 no carro de fogo, senão eu. Nem o senhor do vasto Olimpo,
que dispara desapiedados raios com a terrível mão direita,
conduz tal carro; e que coisa temos maior que Júpiter?
150 Faetonte salta para o leve carro com o seu corpo juvenil.
Nele fica de pé, rejubilando por poder agarrar as rédeas
que lhe são dadas; e lá de cima agradece ao pai contrariado.
Entretanto, os cavalos alados do Sol, Pírois e Eoo e Éton
e o quarto, Flégon, enchem os ares com um relinchar
155 flamejante e golpeiam com os cascos as cancelas.
Quando Tétis, que ignorava o destino do neto, as abriu
e aos corcéis deu acesso ao imenso céu, estes lançam-se
cá fora. Movendo as patas pelos ares, retalham as nuvens
que lhes obstruem a passagem e, subindo pelas asas,
160 ultrapassam os Euros, que nascem na mesma região.
Mas a carga era leve, não aquela que os cavalos do Sol
pudessem reconhecer, e o jugo não tinha o peso habitual.
Tal como baloiçam as curvas naus sem o devido lastro
e o mar as arrasta, instáveis, devido à leveza excessiva,
165 assim o carro, esvaziado do peso do costume, dá saltos
no ar e é sacudido violentamente, como se estivesse vazio.
Mal disto se aperceberam, os quatro cavalos precipitam-se
a deixar a pista sempre trilhada e já não correm como antes.
Ele assusta-se. Já não sabe como guiar as rédeas confiadas,
110 nem onde está o caminho, nem, se sabia, lograva controlá-los.
2 Ursa Maior.
Faetonte L I V R O I I 63
210 A terra, nos seus pontos mais altos, é tomada pelo fogo,
e, perdendo a humidade, seca e fende-se, abrindo gretas.
Os prados embranquecem, a árvore arde com suas ramas,
searas ressequidas oferecem matéria para a própria ruína.
260 Por todo o lado o solo se racha, e pelas fendas penetra a luz
até ao Tártaro, apavorando o rei lá debaixo e a sua esposa.
O mar encolhe, e o que em tempos foram extensões de água,
agora é uma planície de areia seca; os montes, que o fundo
mar cobria, emergem e acrescentam-se às Cíclades dispersas.
265 Os peixes buscam o fundo, os golfinhos já não ousam saltar
fora de água e curvar os corpos no ar como era seu hábito.
Corpos de focas flutuam sem vida, viradas de costas,
sobre a superfície do fundo. Consta que até Nereu e Dóris
com as filhas buscaram refúgio nas grutas, agora quentes.
210 Três vezes Neptuno se atreveu a tirar fora de água os braços
e a carrancuda face, três vezes não aguentou o ar em chamas.
A alma Terra, por seu turno, rodeada como estava pelo mar,
entre as águas oceânicas e as fontes que, por toda a parte,
encolhidas, buscam refúgio nas escuras entranhas da mãe,
215 ergueu a custo, árida, até ao pescoço, o rosto sufocado;
e pondo a mão à frente da testa, com um enorme safanão
tudo fez estremecer. Instalando-se um pouco mais baixo
do que é costume, com voz alquebrada, assim falou:
'Se isto é que queres e mereci, que aguardam os teus raios,
2so ó deus supremo? Se vou perecer pela violência do fogo,
dá-me perecer pelo teu fogo para a desgraça ser mais leve,
66 L I V R O II Faetonte
' Neptuno.
Faetonte - As Helíades L I V R O I I 67
4 O cisne.
A dor do Sol - Júpiter e Calisto L I V R O I I 69
Ela não era das que passam o dia a cardar e a amaciar a lã,
nem a pentear o cabelo de modos vários. Mal uma fíbula
segurava a veste e uma alva fita os cabelos em desalinho,
e ora tomava na mão o dardo polido, ora agarrava no arco,
4 15 era um soldado de Febe; e jamais outra entrou no Ménalo
mais querida à Trivia. Mas boas graças é coisa efémera.
' Calisto.
70 L I V RO I I Júpiter e Calisto
6 Ou seja, Diana.
Júpiter e Calisto LIVRO II 71
525 Por que razão não escorraça ele Juno e casa com ela, a leva
para o nosso quarto conjugal e toma Licáon por sogro?
E vós, se vos choca a ofensa e o desprezo pela vossa pupila,
proibi os Sete Triões de descerem aos vossos abismos azuis, [l l J
1 0 10.
1 1 Ursa Maior (ver o episódio de Calisto).
74 L I V R O II Apolo e Corónis - Cómix
565 a outras aves, para que não busquem o perigo com a voz.
Mas, se bem creio, não foi ela que me procurou, quando eu
nada disso pedia? Pergunta isto mesmo à própria Palas:
embora furiosa comigo, ela, mesmo furiosa, não o negará.
12 A coruja.
13 Minerva.
Córnix - Apolo e Corónis (cont.) L I V R O I I 75
1 9 Mercúrio.
20 Os comentadores sugerem que se trate da lidite, um mineral de cor escura, usado para de
nunciar ligas de metal pobres que se procurariam fazer passar por ouro; daí o poeta chamar à pedra
em que se metamorfoseia Bato (em grego, o 'tagarela', o 'falador') a 'informadora', a 'denunciadora'.
2 1 As Panateneias eram a principal festa anual em Atenas.
Mercúrio, Aglauro e a Inveja L I V RO I I 79
22 Europa.
Júpiter e Europa LIVRO II 83
2 A constdação Dragão.
86 L I V R O I I I Cadmo
' Todos os nomes dos cães da matilha têm um significado (tal como ainda hoje em português
damos a cães nomes como Farrusco, Malhadinha, etc.). O significado dos nomes encontra-se no
Glossário.
Actéon - Sémele LIVRO III 91
para os familiares.
Mas eis que novo motivo de sofrimento
260 se acrescenta ao anterior: ela sofre por Sémele estar grávida
do sémen do magno Júpiter. Soltando a língua para injuriar:
'Pois, de facto, o que logrei com tantas injúrias? ' exclamou.
' É ela que devo atacar. Se é justo que me chamo suprema Juno,
se me cabe segurar o ceptro cintilante de pedras preciosas
265 com a minha mão direita, se sou rainha e esposa de Júpiter
e irmã (irmã, sem dúvida) , destrui-la-ei. Ora, ela satisfez-se,
julgo, com tal aventura: a ofensa ao meu tálamo é passageira.
Porém, está grávida ! Era só o que faltava ! Ela ostenta o crime
6 Europa.
92 L I V R O I I I Sémele
7 Cadmo.
8 Baco.
94 L I V R O I I I Narciso e Eco
310 Ora bem, quando viu Narciso a vaguear pelos campos ermos,
inflamou-se de amor. Sorrateiramente, vai seguindo atrás dele;
e, quanto mais o segue, mais de perto é a chama que a inflama,
Narciso e Eco L I V R O I I I 95
9Jogo de palavras de difícil reprodução em português. O verbo tanto quer dizer 'encontrar-se'
como 'fazer amor': a intenção de Narciso é propor um simples encontro entre ambos, Eco interpreta
as palavras de Narciso como uma proposta de encontro sexual.
96 L I V R O I I I Narciso
405 'Que lhe seja concedido amar e nunca possuir o ser que ama ! '
terá pedido; e a deusa de Ramnunte aprovou a justa prece. u01
10 Némesis.
Narciso L I V R O I I I 97
' Sileno.
106 L I V R O I V As Miníades - Píramo e Tisbe
Por onde quer que vás , ressoam, com o clamor das jovens,
os gritos das mulheres, e os pandeiros percutidos pela palma
io das mãos, os côncavos bronzes e as longas flautas de buxo.
55 'ERA UMA VEZ Píramo e Tisbe. Ele era o mais belo dos jovens,
ela a mais deslumbrante de todas as moças que o Oriente teve.
Moravam em casas contíguas, naquela cidade altíssima
que se diz Semíramis ter rodeado de muralhas de tijolo. "1
2 Semíramis.
' Babilónia.
Píramo e Tisbe L I V R O 1 V 1 07
não fora os pais o terem proibido. Mas algo proibir não puderam:
de corações apaixonados, ambos ardiam de chama igual.
Não tinham qualquer confidente; falavam por sinais e gestos,
e quanto mais se encobria o fogo, mais ele encoberto ardia.
65 A parede comum às duas casas tinha uma pequenita fenda,
que se abrira há muito, na época em que ela fora construída.
Este defeito, despercebido de todos ao longo de tantos anos,
fostes vós, ó enamorados, os primeiros a ver (o que não vê
a paixão? ) e dela fizestes caminho para falar; por ele, seguras,
10 costumavam passar as doces palavras em grandes sussurros.
Muitas vezes, Tisbe postada daqui, Píramo postado dali,
apanhavam à vez o hálito da boca do outro, e diziam:
"Malvada parede, por que razão és obstáculo ao nosso amor?
Quanto custaria permitires unirmo-nos de corpo inteiro?
15 Ou se isto é de mais, abrires-te ao menos para nos beijarmos?
Não somos ingratos. Admitimos que te somos devedores,
pois dás passagem às palavras até aos ouvidos do amado. "
'No meio das trevas, Tisbe faz girar, hábil, o gonzo da porta
e sai de casa, passando despercebida aos seus; cobrindo a face,
95 chega ao sepulcro e senta-se debaixo da árvore combinada:
a paixão fazia-a ousada. Eis que se aproxima uma leoa,
108 L I V R O IV Píramo e Tisbe
4 Trata-se da amoreira-negra.
Píramo e Tisbe L I V R O 1V 109
'ATÉ AQUELE, que todas as coisas governa com sua luz astral,
110 o Sol, o amor conquistou. Vou contar-vos os amores do Sol.
Foi este o primeiro deus, julga-se, a dar-se conta do adultério
de Vénus com Marte: de resto, é o primeiro deus a tudo ver.
Escandalizado com o caso, revelou ao marido, o filho de Juno,
o amor secreto e o local dos furtivos encontros. A este caiu
175 a alma aos pés, tal como a peça que as suas mãos de artífice
seguravam. Logo fabrica com raro esmero finíssimas correntes
de bronze, uma rede e laços capazes de passar despercebidos
à vista. Nem os mais finos fios de lã superariam aquela obra,
nem mesmo a teia de aranha que pende da trave do tecto.
180 Fê-la de forma a que o mais leve toque, o mínimo contacto,
a accionasse, e dispô-la de modo apropriado de roda da cama.
Quando a esposa e o adúltero vieram encontrar-se no leito,
na armadilha fabricada pela arte e a original técnica do marido
são ambos apanhados, e ficam presos nos braços um do outro.
185 De imediato, o deus de Lemnos escancarou as portas de marfim
e fez entrar os deuses . Eles jaziam vergonhosamente enredados !
E um dos deuses, divertido, diz que quem lhe dera ficar assim
envergonhado. Os deuses desatam a rir, e por muito tempo
esta foi de longe a história mais badalada em todo o céu.
5 Perse.
6A Pérsia.
112 L I V R O I V Leucótoe e Clicie
7 Heliotrópio.
As Miníades (cont.) - Sálmacis e Hermafrodito L I V R O I V 1 13
320 'Então assim começou ela: " Ó rapaz, digno como ninguém
de seres tomado por um deus: se és um deus, serás Cupido,
se és um mortal, afortunados são os que te geraram,
venturoso o teu irmão, abençoada, sem dúvida, a irmã,
se acaso tens alguma, e a ama que te deu de mamar.
325 Mas, muito mais, infinitamente mais feliz que todos estes,
é a noiva que tiveres, se a alguma deres a honra de desposar.
Se tiveres noiva, que o nosso encontro amoroso seja furtivo;
se não tens, que seja eu ! Vamos para o mesmo leito conjugal ! "
Aqui calou-se a Náiade. O rubor marcou as faces do rapaz
330 (não sabia ainda o que era o amor) , mas até corado era belo !
A sua cor era a das maçãs que pendem da árvore soalheira,
a do marfim de púrpura coberto, a da lua que sob o fulgor
se avermelha quando soam em vão os bronzes para a ajudar. [••1
bronzes.
Sálmacis e Hermafrodito L I V R O I V 1 15
11 Transformam-se em morcegos. Em latim, vespertilio ('morcego') tem a ver com a palavra ues
per, ou seja crespúsculo, fim de tarde (em português dá <<Vespertino»).
1 2 Ino, irmã de Sémele.
13 As irmãs são Autónoe, mãe de Actéon, Agave, mãe de Penteu, e Sémele, mãe de Baco.
118 L I V R O I V !n o e Melicertes
14 As Fúrias.
Ino e Melicertes L I V R O I V 1 19
1' Atamante.
16 Isto é, Tebas.
As companheiras de lno - Cadmo e Hannonia L I V R O IV 121
17 Baco.
Perseu e Atlas L I V R O I V 123
1 8 A Górgone Medusa.
1 9 Júpiter é, aliás, pai de Perseu.
124 L I V R O IV P�rseu e Atlas - Perseu e Andrómeda
20 Éolo.
21 Perseu.
22 A mãe é Cassíope.
Perseu e Andrómeda L I V R O I V 125
23 Perseu.
24 Crisaor.
128 L I V R O I V Medusa
io Ele nada responde; mas olhando ora para este, ora para Perseu
alternadamente, não sabe se deve alvejar este ou aquele.
Após curta hesitação, com todas as forças que a raiva lhe dava,
desfechou a lança a girar contra Perseu. Mas em vão: crava-se
no leito do triclínio. Então, por fim, Perseu saltou das colchas.
35 Ferozmente, atira de volta a lança; e ela teria rebentado o peito
do inimigo, não fosse Fineu refugiar-se detrás de um altar,
e o próprio altar - coisa vergonhosa ! - ter ajudado o celerado.
Mas a ponta não falhou totalmente: espeta-se na testa de Reto,
que cai por terra; e quando lhe extraem o ferro do crânio,
40 põe-se a escoicear e a espirrar sangue sobre as mesas postas.
Foi então que a turba se incendiou em descontrolada fúria.
Os dardos voam, e há quem grite que se devia matar Cefeu
junto com o seu genro; mas Cefeu já se escapulira do palácio,
invocando a justiça, a lealdade, os deuses da hospitalidade,
45 para testemunharem como proibira o que acontecia.
4 A harpe é wna espada que Mercúrio (o deus do monte Cilene) ofereceu a Perseu; é de ponta
curva, com uma rebarba junto à ponta em forma de gancho dobrado no sentido do punho. Já apare·
cera no Livro 1 7 17, IV 666, 727, V 69.
5 Perseu, descendente de Linceu.
Perseu e Fineu L I V R O V 135
7 Minerva e Perseu.
8 A fonte de Hipocrene.
Pégaso - Pireneu - As Musas e as Piérides L I V R O V 137
' º Sicília.
140 L I V R O V Prosérpina
11 Siracusa.
142 LIVRO V Cíarie - Ascálabo
"' LONGO seria dizer quais as terras, quais os mares, por onde
vagueou a deusa: já não havia mais mundo para esquadrinhar.
' " Então, a amada de Alfeu alçou a cabeça fora da corrente [141
14 Aretusa.
144 L I V R O V Prosérpina
"'Ao ouvir tais palavras, a mãe ficou hirta, como uma pedra,
510 e muito tempo pareceu fulminada. Mal o tremendo desvario
deu lugar à tremenda dor, subiu para o seu carro e partiu
para as brisas do céu. Aí, de olhar enevoado, deteve-se
diante de Júpiter, os cabelos desgrenhados, louca de ódio.
'Venho suplicar-te pelo meu sangue, ó Júpiter' , gritou ela,
515 'e também pelo teu; e se eu como mãe de nada te importo,
ao menos a filha comova o pai; e suplico que o teu cuidado
por ela não seja menor, só porque nasceu de mim.
Eis que, ap ós tanto tempo de busca, descobri a minha filha,
por fim, se chamas descobrir tê-la perdida com toda a certeza,
520 se chamas descobrir saber onde está. Tê-la raptada, tolerarei,
se ele ma restituir; de resto, a tua filha - caso ela já não sej a
filha minha - não é digna de ter por marido um salteador. '
Retorquiu Júpiter: 'A nossa filha é penhor e responsabilidade
comum, minha e tua. E se te apraz atribuir o nome correcto
525 às coisas, não foi por maldade o sucedido, mas por paixão.
Nem como genro será ele uma desonra para nós, ó deusa,
tão-só o queiras. Se não fosse mais nada, quão grande é ser
irmão de Júpiter ! E quanto ao facto de nada mais lhe faltar,
e de eu só lhe ser superior por sorteio? Mas se tens tal afinco
530 em separá-los, Prosérpina voltará ao céu, com uma condição
bem clara: se ela lá em baixo não tiver tocado com os lábios
em qualquer alimento; pois assim foi decretado pelas Parcas . '
""Eu era uma das ninfas que vivem na Acaia', contou ela,
'e nenhuma corria os desfiladeiros com mais afinco que eu,
nem com mais afinco que eu estendia as redes de caça.
580 Mas embora nunca tivesse aspirado a ter fama de ser bela,
e embora fosse até robusta, eu tinha a reputação de formosa.
Ora bem, a minha beleza, tão elogiada, não me comprazia,
e com o que costuma encantar as outras, os dotes físicos,
eu, uma simples, corava, crendo que ser atraente era crime.
15 Diana.
148 L I V R O V Triptólemo e Linco - A Musas e as Piérides (cont.)
1 O Areópago em Atenas.
2 Éroe.
152 L I V R O VI Aracne e Minerva
' Antíope.
' Alcmena, da qual nasce Hércules.
' De Dánae nasce Perseu; a filha de Asopo é Egina.
6 A filha de Deo (outra nome de Ceres) é Prosérpina.
7 "Ela te pôs . . . " refere-se a Aracne; a filha de Éolo é Cânace.
8 Tiro é a ninfa violada por Neptuno disfarçado de rio Enipeu (na versão mais comum, os filhos
são Pélias e Neleu); a filha de Bisaltes é Teófane.
9 Ceres.
10 Medusa; o cavalo voador é Pégaso.
Aracne e Minerva - Níobe e Latona L I V R O VI 153
11 O marido era Anfíon, filho de Júpiter, que, atraindo as pedras com o som da sua lira,
construíra as muralhas de Tebas.
154 L I V R O V I Níobe .
' " Não, rapaz, não é um deus dos montes que está neste altar.
Reclama-o como seu aquela a quem outrora a mulher do rei
interditou o mundo e que a errática Delos a custo recebeu
pela sua prece, no tempo em que era uma leve ilha a flutuar.
335 Foi ali, apoiada numa palmeira e na árvore de Palas,
que Latona deu à luz dois gémeos, à revelia da madrasta.
E foi também dali, dizem, que a recente mãe fugiu a Juno,
levando no colo os seus dois filhos, ambos divinos.
12 Ou seja, Latona.
Os camponeses da Lícia L I V R O V I 159
675 ESTA foi a dor que lançou Pandíon nas sombras do Tártaro
antes de tempo, antes do derradeiro dia da longa velhice.
O ceptro e o governo do reino detém Erecteu, não se sabe
se mais forte pelo sentido de justiça, se pela força das armas.
Ele, na verdade, tivera quatro jovens filhos e outras tantas
6so de condição feminina; duas delas eram de beleza igual.
Destas, Céfalo, neto de Éolo, foi feliz em ter-te por esposa,
ó Prócris. Mas a Bóreas prejudicaram Tereu e os Trácios,
e por muito tempo o deus foi privado da sua amada Oritia,
enquanto lhe foi suplicando e preferia as preces à força.
685 Mas quando palavras doces nada obtêm, medonho de cólera
como é costume naquele vento (e até demasiado habitual) ,
'Bem feito ! ', disse, 'Porque pus de lado as minhas armas,
a crueldade e a violência, a cólera e os modos ameaçadores,
e recorri às preces, cujo uso não me convém de todo?
690 Minha arma é a força. Pela força empurro sombrias nuvens,
pela força sacudo os mares e vergo os nodosos carvalhos,
endureço a neve e martelo as terras com bátegas de granizo.
1 É a nau Argo, o primeiro barco, utilizado na expedição dos Argonautas, ou seja os Mínias, co
mandados por Jasão.
2 As Harpias.
' Eetes, rei da Cólquida.
Jasão e Medeia L I V R O V I I 171
25 pedir, mesmo sem ser por paixão. De resto, que mal fez J asão?
A quem não tocará a juventude de Jasão, a nobreza, a valentia,
a não ser uma criatura cruel? A quem não encantará o seu rosto,
se tudo isto lhe faltasse? Sem dúvida encantou o meu coração.
Mas se não o ajudar, sofrerá o sopro das narinas dos touros,
'º terá de enfrentar a sementeira que fizer de inimigos nascidos
da terra, será selvaticamente presa daquele dragão voraz.
Se eu tal permitir, então terei de dizer ser filha de um tigre,
ou então que trago ferro ou pedras dentro do meu coração.
350 SE NÃO tivesse sido levada pelos céus pelas serpentes aladas,
não teria escapado à punição. Foge pelos ares, passando
sobre o Pélion umbroso, morada do filho de Fílira, e o Ótris, [7 )
7 Quíron.
8 Em Lesbos.
9 Páris.
' º Porventura, Hécuba.
1 1 Ctesila.
Cicno - A fuga de Medeia (cont.) L I V RO V I I 181
425 Quanto ao pai, embora feliz por o filho estar são e salvo,
fica, porém, sem fala ao ver como, por pouco, não cometeu
tão tremendo crime. Acende chamas nos altares,
enche os deuses de oferendas, os machados golpeiam
musculosos cachaços dos bois, de cornos cingidos de fitas.
430 Diz-se que jamais dia algum amanheceu em maior festa
para os filhos de Erecteu do que aquele. Entre os nobres
e o povo fervilham banquetes, e sob inspiração do vinho
cantam estas canções: 'Por ti, ó excelso Teseu, Maratona
se encheu de admiração pelo sangue do touro de Creta,
435 e se em Crómion o camponês lavra sem receio do javali,
é dádiva tua e tua obra. Graças a ti, a terra do Epidauro
16 Cérbero.
17 Planta venenosa. Associava-se o nome grego acone ('pedra de amolar') ao termo equivalente
latino cos, e este, por sua vez, a cautes ('rocha').
Egeu e Teseu - Céfalo e Éaco L I V RO V I I 1 83
18 Perifetes.
1 84 L I V R O V I I C éfalo e Éaco
655 Vós vistes o seu aspecto físico. O carácter que antes tinham,
ainda agora o têm. É raça poupada, infatigável no trabalho,
gente tenaz no amealhar e que guarda o que amealharam.
De idêntica idade e coragem, acompanhar-te-ão na guerra
logo que o Euro, que aqui te trouxe sem sobressaltos'
660 (e fora o Euro quem o levara) 'tiver mudado para Austros. '
680 olhos meus viram dardo de arremesso mais belo que esse.'
Um dos irmãos das terras de Acte interrompe e diz:
'E o seu uso espantar-te-á ainda mais que o belo aspecto.
Atinge qualquer alvo a que apontes; o disparo não é a sorte
que o controla, e voa de retorno, ensanguentado, por si só. '
685 Então, o jovem filho de uma Nereide tudo indaga,
porquê e donde provém, quem foi o autor de tal presente.
687 [Ao que lhe pergunta responde, o resto só o seu pudor sabe.
687• Quanto o pudor permite, ele responde e conta outras coisas.
687b Ao que lhe pergunta ele responde, mas tem pudor de dizer
688 o preço que lhe custou; fica em silêncio, tocado pela dor.]
688• Por largo tempo, Céfalo fica em silêncio. Tocado pela dor
da perda da esposa, as lágrimas irrompem e assim contou:
690 'Este dardo, ó filho de deusa, faz-me chorar (quem poderia
crer em tal?) e fá-lo-á por muito tempo, se o destino fizer
que por muito tempo eu viva. Foi ele que me destruiu
e à querida esposa. Pudesse eu jamais ter tido tal prenda !
22 A Esfinge.
23 A raposa de Teumesso.
Lélaps - A morte de Prócris L I V R O V I I 1 93
NESTE ponto, calou-se. 'Mas o dardo, que mal é que ele fez? '
195 perguntou Foco; ele, então, contou o dano que o dardo fizera.
que essa tal Brisa entre como tua esposa no nosso quarto. "
Assim disse. S ó então, por fim, percebi o equívoco de nomes
e expliquei-lho. Mas que proveito haveria em explicar-lhe?
Desliza-me do colo, as poucas forças esvaem-se com o sangue.
860 E enquanto ainda consegue olhar para algo, olha para mim,
e sobre mim, nos meus lábios, sopra a sua desafortunada alma. '241
Mas parece morrer serena, com uma expressão mais feliz. '
24 Verso de difícil tradução pela riqueza de sentidos. Anima (o termo latino que designa o que
Prócris exala) tanto significa 'sopro' (e, em contexto de morte, o último suspiro), como 'alma' e
'vida'. Assim Prócris, qual Brisa, exala o último suspiro (ou seja, a alma, a vida) no rosto e na boca de
Céfalo. Ao mesmo tempo, a frase suscitava ao leitor a tradição funerária romana de captar o último
sopro do moribundo; neste caso, Céfalo capta esse sopro porque está a beijá-la.
LIVRO VIII
serei arrastada pelo mar imenso ! ' Mal dissera isto, salta
para as ondas. A paixão dando forças, alcança os barcos,
e, odiosa companheira, prende-se à nau do rei de Cnosso.
145 Quando o pai dela a viu (pois ele já pairava nos ares,
transformado há pouco em águia marinha de fulvas asas),
avançou para a despedaçar, suspensa, com o bico adunco.
Apavorada, ela abandona a popa; e a brisa leve pareceu
sustê-la na queda, para que não tocasse a superfície do mar.
150 t Tinha penas ! t Transformada em ave, passa a chamar-se
Círis, e o nome provém de ter cortado a madeixa de cabelo. [IJ
4 Ariadne.
5 É a constelação Coroa Boreal, que o autor coloca entre as constelações Engónasis (Hércules)
e Ofiúco, mas que na verdade fica entre Hércules e Boates (Boieiro).
202 L I V R O V I I I Dédalo e Í caro - Perdiz
205 não pese nas penas, e, demasiado alto, não as queime o fogo.
Voa entre um e outro; não te ponhas, advirto, a contemplar
Bootes ou a Hélice ou a espada desembainhada de Oríon.
Vem atrás de mim: eu guiar-te-ei.' Ao mesmo tempo que dá
tais instruções de voo, ajeita-lhe as inéditas asas nos ombros.
210 No meio do labor e advertências, molham-se de lágrimas
as envelhecidas faces, tremem as mãos de pai. Beija o filho,
beijos que jamais repetiria; e, elevando-se graças às asas,
levanta voo à frente. Tal como a ave ao guiar as frágeis crias
para fora do alto ninho pelo ar, ele receia pelo companheiro;
215 exorta-o a que o siga, e ensina-lhe as ruinosas artes
[e, batendo as asas, vai olhando para trás para as do filho] .
Viu-os com espanto alguém que pescava com a trémula cana,
ou algum pastor arrimado ao cajado ou lavrador à rabiça
do arado, julgando que eram deuses aqueles que tinham
220 o poder de viajar pelos céus.
E já à sua esquerda ficava
a Samos de Juno (para trás haviam deixado Delos e Paros) ,
e , à sua direita, Lebinto, tal como Calimne, rica e m mel,
quando o rapaz começa a achar gozo no audacioso voo
e se afasta do guia. Arrastado pelo seu fascinio pelo céu,
225 rumou para as alturas. Ora, a vizinhança do sol voraz
amolece as odoríferas ceras que colavam as penas:
a cera derrete-se. Bem lá agita o rapaz os braços nus,
mas, sem asas para bater, não logra apanhar ar algum.
E a boca que gritava o nome do pai é acolhida pelas águas
230 azul-esverdeadas, que dele obtiveram o seu nome.
O pobre pai (que já nem pai era) , ' Í caro ! ' , chamava,
' Ícaro ! ' , berrava, 'Onde estás? Onde hei-de procurar-te?
Ícaro ! ' , gritava. Então avistou penas a boiar nas ondas.
E amaldiçoando as suas artes, sepultou o corpo do filho
235 num túmulo. E esta terra tomou o nome do sepultado. ['J
}05 e o veloz Idas, Ceneu, que já nesse tempo não era mulher,
o feroz Leucipo, Acasto, famoso a lançar os dardos,
Hipótoo e Driante e Fénix, nascido de seu pai Amintor,
7 Castor e Pólux.
8 Os filhos de Téstio são Toxeu e Plexipo; os de Afareu são Linceu e Idas.
Meleagro e o javali de Cálidon L I V R O V l I I 205
14 O rei Nestor.
1 5 Castor e Pólux.
Meleagro e o javali de Cálidon L I V R O V I I I 207
16 An ceu.
208 L I V R O V l II Meleagro e o javali de Cálidon
460 Foi isto que a mãe trouxe para fora. Ordena que amontoem
achas e gravetos e, feita uma pilha, ateia-lhes o fogo nocivo.
Então, quatro vezes tenta colocar o ramo sobre as chamas,
quatro vezes trava o seu intento. É uma luta entre mãe e irmã,
e os dois nomes puxam um só coração em sentidos opostos.
465 Muitas vezes, a face empalidece com pavor do crime iminente,
muitas vezes, a cólera férvida tinge os olhos com o seu rubro.
E ora o seu semblante se parecia ao de quem ameaça coisas
bem cruéis, ora ao de quem se poderia crer sentir compaixão.
E quando o feroz ardor da alma secava as suas lágrimas,
410 encontrava, porém, outras lágrimas. Tal como o navio,
que o vento e as vagas contrárias ao vento arrastam,
sente as duas forças e, indeciso, obedece a ambos, assim
vagueia a filha de Téstio com emoções contraditórias,
e, à vez, acalma a cólera e, acalmada, a cólera reacende.
515 Sem nada saber, bem longe dali, com esta chama Meleagro
se incendeia e sente as entranhas torrar com brasa invisível.
Todavia, supera as dores atrozes com a sua valentia.
Lamenta, porém, o facto de cair numa morte inglória
e sem sangue, e chama afortunadas às feridas de Anceu.
520 Invoca gemendo o idoso pai, os irmãos, as afectuosas irmãs,
e nas derradeiras palavras a sua companheira de leito,
e talvez até a própria mãe. O fogo e a dor recrudescem
e de novo esmorecem. Ambos se extinguiram juntos;
e, pouco a pouco, o sopro vital perde-se nas leves brisas
525 e o tição, pouco a pouco, vai-se cobrindo de branca cinza.
1 8 Dejanira.
212 L l V R O V I II O banquete de Aqueloo oferecido a Teseu
590 'MAs como bem vês lá ao longe, bem ao longe, há uma ilha
afastada, que me é tão cara; os nautas chamam-lhe Perímele.
Fui eu quem roubou a virgindade à jovem, que eu adorava.
Mas seu pai, Hipodamante, não tolerou tal situação: atirou
a filha de um penhasco no abismo para a matar. Apanhei-a,
595 e, enquanto nadava, acartei-a dizendo: 'Ó tridentífero, a quem
calhou em sorte o reino a seguir ao céu, o das ondas errantes,
[onde desaguamos todos nós, os rios sagrados que fluímos,
vem até mim, Neptuno, ouve benignamente a minha prece.
A esta, que agora carrego, eu causei a perdição. Se seu pai,
600 Hipodamante, fosse gentil e justo, ou se fosse menos ímpio,
600a deveria ter-se compadecido dela e ter-me perdoado.
600b Mas já que a terra lhe foi negada pela ferocidade do pai,]
601 ajuda-me, imploro, e a ela, afogada pela ferocidade do pai,
dá-lhe, Neptuno, um local, ou que ela própria seja um local.'
['Assim também a abraçarei. ' O rei do mar moveu a cabeça,
e, como sinal de assentimento, as ondas todas sacudiu.
605 Assustou-se a ninfa, mas não parou de nadar. E, ao nadar,
eu tocava-lhe no peito palpitante de uma trémula vibração.
E enquanto o acariciava, senti o seu corpo todo endurecer,
e o peito ser coberto por terra, e nela ele ficar sepultado.]
Dizendo isto, terra jamais vista envolveu o corpo que nadava
610 e uma pesada ilha cresceu sobre o corpo assim transformado. '
214 L I V R O V I I I Báucis e Filémon
21 Mercúrio.
Báucis e Filémon L I V R O V l I I 215
22 A frase tem dois sentidos possíveis em latim: "aqueles que cuidaram dos deuses . . . " e "aque
les por quem os deuses se interessam . . . ", "os que os deuses amam . . . "
.
2 A cornucópia.
Hércules, Nesso e Dejanira L I V R O IX 225
3 Ixíon.
226 L I V R O IX A moite de Hércules
4 Gérion.
5 Diomedes.
228 L I V R O I X A morte de Hércules
6 Hércules.
Alcmena e Galântis - Dríope L I V R O IX 23 1
7 A doninha.
232 L I V R O IX Drfope
' Hércules.
9 Etéocles e Polinices, filhos de Édipo e que disputam o poder após a morte do pai.
10 Anfiarau.
234 L I V R O IX Iolau - Mileto
475 Nem sequer quero que ocorram ! Porque tive estes sonhos?
De facto, ele é belo, até para olhos malévolos, e para mim
encantador. Eu amá-lo-ia, se ele não fosse meu irmão,
e de mim seria digno. Mas o obstáculo é eu ser irmã dele.
Conquanto, estando acordada, nada disto procure cometer,
480 possa o sonho muitas vezes voltar com a mesma imagem !
Um sonho não tem testemunhas, mas o prazer é quase real.
Oh ! Vénus e alado Cupido, junto com tua amorosa mãe,
quanto prazer tive ! Como era real o desejo que me abalou !
Como me entreguei a ele, relaxada até ao fundo do meu ser!
485 Quanta alegria recordá-lo ! E contudo o prazer foi breve,
a noite demasiado rápida, invejosa do que iniciáramos.
E se fosse lícito trocar de nomes e nos matrimoniarmos,
que bela nora, Cauno, eu seria para o teu pai !
Que belo genro, Cauno, t u serias para meu pai !
490 Pudessem os deuses fazer que tivéssemos tudo em comum,
excepto os avós, e que fosses de estirpe mais nobre que eu.
Em vez disso, farás mãe uma qualquer, rapaz lindíssimo.
Quanto a mim, que infelizmente a sorte fez filha de teus pais,
não mais serás que irmão. O que temos é aquilo que nos separa.
495 Mas que revelam os meus sonhos? Que valor, porém, têm
os sonhos? Porventura os sonhos têm realmente valor?
Os deuses me livrem ! - Os deuses, é certo, possuíram irmãs.
Assim Saturno desposou Ops, que era do mesmo sangue,
Oceano casou com Tétis, Juno com o soberano do Olimpo.
500 Ora, os deuses têm as suas leis: porque procuro conformar
o costume humano às regras do céu, que são distintas?
Ou esta paixão proibida porei em fuga do meu coração,
ou, se não for capaz, que eu morra primeiro, rogo, e morta
me deitem no leito, e, aí estendida, meu irmão me dê beijos.
505 E todavia este assunto requer uma decisão dos dois.
Supõe que tal me agrada: a ele poderá parecerá um crime;
contudo, os filhos de Éolo não temeram os leitos das irmãs. -
Mas onde fui eu buscar isto? Porque arranjei tais exemplos?
Aonde vou? Ide daqui, labaredas obscenas, ide para longe,
510 e que o irmão seja amado apenas como é lícito a uma irmã.
- Mas se tivesse sido primeiro ele a enamorar-se de mim,
talvez eu pudesse condescender com sua desatinada paixão.
Bíblis L I V R O IX t 237
530 'Que tenhas saúde deseja alguém que te ama, que não a tem
se não lha deres. Tenho pudor, sim, pudor de dizer o nome !
E se queres saber o que desejo, prouvera que a minha causa
pudesse ser defendida sem o meu nome e que não soubesses
que sou Bíblis, até a esperança dos meus votos estar segura.
535 Na verdade, tu poderias suspeitar da ferida do meu coração
pela palidez e a magreza e a expressão, e os olhos molhados
vezes sem conta, e os longos suspiros sem razão aparente,
e os constantes abraços e, se acaso reparaste, os beijos,
que poderias aperceber-te de que não eram de uma irmã.
540 Eu própria, porém, embora com terrível ferida no coração,
embora o louco fogo me consumisse dentro de mim, tudo
tentei (os deuses são testemunhas) para, enfim, me curar.
Muito tempo lutei, sem êxito, para fugir às terríveis armas
de Cupido, e suportei coisas tão duras que nem acreditas
545 que uma jovem possa suportar. Mas fui vencida. Sou forçada
a confessá-lo e a suplicar a tua ajuda com preces a medo.
Só tu podes salvar, só tu podes destruir quem te ama.
Escolhe qual delas fazer. Não é uma inimiga que te roga,
238 L I V R O I X BíbliS
mas quem, embora tão unida a ti, anseia estar mais unida
550 ainda e ligar-se por um vínculo ainda mais apertado.
Que os velhos conheçam as leis, averigúem o que é lícito,
o que é pio ou ímpio, e perservem a sua análise das normas.
A Vénus, a que é própria da nossa idade, é temerária.
Ainda não sabemos o que é lícito e acreditamos que tudo
555 é permitido, e seguimos os exemplos dos deuses magnos.
Não é um pai severo ou escrúpulos pela reputação
ou o medo que nos travam; mas caso haja razão para medo,
esconderemos as carícias furtivas sob o estatuto de irmãos.
Eu tenho toda a liberdade de falar contigo privadamente,
560 e publicamente podemo-nos abraçar e trocar beijos.
O que nos falta então? Tem piedade de quem te confessa
o seu amor: não falaria se não forçasse o extremo da paixão.
Não mereças ser inscrito no meu túmulo como sua causa.'
17 Ísis.
1 8 Hórus.
242 LIVRO IX Ífis
19 Pasífae.
244 L I V R O IX Ífis .
155 'CERTO DIA, o rei dos deuses inflamou-se de amor pelo frígio
Ganimedes. Descobriu-se então o que Júpiter preferia ser
em vez daquilo que era: e ave alguma achou digna de nela
se transformar, senão a que consegue carregar os raios.
Sem mais demora, fustigando os ares com as falsas asas,
160 raptou o descendente de Ilo. E contra a vontade de Juno,
ainda hoje enche ele as taças a Júpiter e lhe serve o néctar.
Foi a ti, mais que a outro qualquer, a quem o meu pai amou.
Delfos, ao centro das terras posta, ficou privada do guardião,
enquanto o deus frequentava o Eurotas e a sem-muralhas
110 Esparta. Já para nada lhe importavam cítaras ou flechas.
Esquecido de si próprio, nem recusava carregar com as redes,
nem levar os cães pela trela, nem acompanhar-te pelos cimos
de montanhas abruptas; e da longa convivência nutria o amor.
' Ájax.
252 L I V R O X Pigmalíão
Ora lhe faz carícias, ora lhe traz presentes que encantam
260 as donzelas: conchas e pedrinhas polidas,
e pequeninas aves e flores de mil cores,
e lírios, e bolinhas coloridas, e lágrimas das que deslizam
da árvore das Helíades. Enfeita ainda o corpo de vestidos,
nos dedos põe anéis com jóias, ao pescoço longos colares.
265 Pendem das orelhas leves pérolas, e fitas sobre o peito.
Tudo lhe fica tão bem ! E nem nua pareceria menos bela.
Deita-a então sobre colchas tingidas da concha de Sídon,
' Em latim, lumina, neste contexto, tanto significa 'luzes' como 'olhos'. Assím, para um leitor
romano resultaria uma ambiguidade: ela abre os olhos e vê a luz/ vê os olhos de Pigmalião.
254 L I V R O X Mirra .
300 Coisas terríveis cantarei agora ! Ide daqui, filhas ! Ide, pais !
Ou então, se vosso espírito achar deleite nos meus cantos,
não deis crédito a esta parte, e crede que nunca aconteceu.
Mas se acreditardes, fazei fé também no castigo da acção.
Se, porém, a natureza permite que tal coisa se revele,
305 congratulo-me com as gentes do Ísmaro e o nosso mundo,
congratulo-me com esta terra que está longe dessas regiões
que tão ímpio crime produziram. Que a terra da Pancaia
seja rica em amorno e produza canela e o costo e o incenso
suado das árvores, e flores de toda a espécie, se produzir
310 também mirra; a nova árvore não tinha então tanto valor.
6 As Fúrias.
Mirra L I V R O X 255
7 Adónis.
Vénus e Adónis - Atalanta e Hipómenes L I V R O X 261
600 "'O rapaz, porém, não desanimou com o sucedido aos outros.
Detém-se no meio deles, e, olhando fixamente para a jovem,
perguntou: 'Porque buscas glória fácil vencendo gente fraca?
Compete comigo. Se a fortuna me fizer o vencedor,
não ficarás ressentida por alguém da tal grandeza te vencer.
605 Pois o meu pai é Megareu de Onquesto e é neto de Neptuno;
sou assim bisneto do rei das águas; e a minha valentia
não fica aquém da minha estirpe. Se, porém, eu for vencido,
terás grande renome, e imortal, por derrotar Hipómenes.'
8 Jogo de palavras intraduzível em português. O verbo duco tanto significa 'levar', como, em
determinados contextos, 'casar'; assim resulta simultaneamente 'levou a sua recompensa' e 'casou
com a sua recompensa', ou seja, Atalanta.
Atalanta e Hipómenes - Vénus e Adónis (cont.) L I V R O X 265
'Cíbele.
266 L I V R O X VénuseAdónis
" Nem tudo porém ficará sob a vossa lei", diz, queixando-se
m contra o destino. "A recordação da minha dor permanecerá
para sempre, Adónis, e a cena da tua morte será repetida
todos os anos, reproduzindo por imitação a minha mágoa. r101
1 A mitra é uma peça de vestuário que cobre a cabeça, de proveniência oriental, uma espécie de
turbante preso sob o queixo.
2 Júpiter, na qualidade de senhor e todos os oráculos.
3 Neptuno.
Laomedonte - Peleu e Tétis L I V R O X 1 27 3
4 Hesíone.
5 Hércules, neto de Alceu; a recompensa são os cavalos que Zeus dera ao avô de Laomedonte,
por o ter ajudado no rapto de Ganimedes.
6 Peleu, irmão de Télamon, desposa Tétis, filha de Nereu.
7 Peleu.
274 L I V R O X I Laoniedonte - Peleu na corte de Céix
8 Dedálion.
27 6 L I V R O XI Dedálíon e Quíone
Ele assim diz: 'Eu levara os bois cansados até à curva praia,
quando o Sol, chegado ao ponto mais alto, a meio do giro,
avistava tanto caminho à frente quanto o que via atrás de si.
355 Alguns dos meus bois ajoelharam-se sobre a areia fulva
e deitaram-se, contemplando as largas extensões do mar;
outros erravam de um lado para o outro em vagoroso passo,
outros ainda nadavam com pescoço levantado fora de água.
A beira-mar há um templo, nem luzente de mármore ou ouro,
360 mas oculto na penumbra de densos troncos de bosque antigo.
Habitam-no Nereu e as Nereides (que estes eram os deuses
do templo dissera um pescador, secando as redes na praia).
Junto a ele havia um sapal, coberto de densos salgueiros,
sapal que a água do mar formara, ao ficar ali estagnada.
365 Dali, com enorme estrondo e fragor, sai do matagal palustre
uma monstruosa fera, um lobo. Tudo aterroriza à sua volta,
as mandibulas faiscando, cobertas de espuma e de sangue
ressequido, os olhos raiados de uma labareda rubra.
E ainda que se enfureça tanto pela raiva como pela fome,
no ele é mais feroz pela raiva: é que não cuida em pôr termo
ao jejum e à sua atroz fome com a chacina de uns bois,
mas fere a manada toda, todos arrasa com sanha inimiga.
Feridos pelas letais dentadas, também alguns de nós
são mortos, defendendo-nos. A costa e as ondas vizinhas
375 e os sapais, retumbando mugidos, ficam tintos de sangue.
278 L I V R O XI O lóbo de Peleu
9 A nereide é Psâmate.
1 º Céix.
1 1 Peleu.
Céix e Alcíone L I V R O X I 279
12 Éolo.
280 L I V R O XI Céix'e Alcíone
650 Aquele voa através das trevas, sem que as asas fizessem
ruído algum. E, passado pouco tempo, chega à tal cidade
da Hemónia. Tirando as asas do seu corpo, transformou-se
no aspecto de Céix e, tendo assumido a figura dele, lívido
e de aspecto cadavérico, sem qualquer trapo a cobri-lo,
655 pára junto ao leito da pobre esposa. A barba parece molhada,
dir-se-ia que escorria água a jorros dos cabelos encharcados.
Então, inclinando-se sobre a cama, as lágrimas inundando
o rosto, disse: 'Reconheces tu Céix, ó infelicíssima esposa?
Ou acaso a morte já me desfigurou? Olha: reconhecer-me-ás,
660 mas, em vez do marido, encontrarás o espectro do marido.
De nada me valeram, Alcíone, as tuas preces aos deuses:
286 L I V R O X I Céix e Alcíone
110 Era manhã. Abatida, Alcíone sai de sua casa para a praia,
dirigindo-se de novo ao local de onde o tinha visto partir.
E enquanto aí se demorava, enquanto ia dizendo 'Aqui
soltou as amarras; foi nesta praia que me beijou ao partir' ,
enquanto recorda os factos assinalados pelo sítio e o mar
115 contempla, eis que avista nas límpidas águas, lá ao longe,
algo que parecia um corpo. A princípio, estava incerta
do que fosse. Depois, uma onda impeliu-o para mais perto,
e, embora lá longe, era claro que era um corpo. Sem saber
quem era, mas sendo náufrago, comove-se com o presságio,
120 e chora como se por um desconhecido. 'Oh ! pobrezinho ! ', diz,
'quem quer que sejas, e pobre da esposa, se tiveres. ' Trazido
pelas ondas, o corpo está mais perto. Quanto mais fixa o olhar,
cada vez menos e menos é senhora de si. Agora já o corpo
chegara à costa, agora já o vê bem e consegue reconhecê-lo:
m era o marido. ' É ele ! ' exclama, rasgando confusamente tudo
junto: o rosto, e os cabelos, e as vestes. De mãos trémulas
estendidas para Céix, grita: ' É assim, meu amado esposo,
é assim que voltas para mim infeliz?' Junto à rebentação,
,
SEM SABER que Ésaco ganhara asas e estava vivo, o pai, Príamo,
chorava a sua morte. Também Heitor, com seus irmãos, levara
oferendas fúnebres ao túmulo, vazio, com o nome dele inscrito.
Entre os que participaram na triste cerimónia faltara Páris,
ele que logo depois trouxe para a sua pátria uma longa guerra [IJ
1 Helena.
2 Calcas.
Os Gregos em Áulis - Ifigénia - 0 Rumor L I V RO X I I 291
ÜRA, ele fizera saber que estava a chegar a armada dos Gregos
65 com poderoso exército; e assim, quando o inimigo desembarca
em armas, estavam à sua espera. Os Troianos travam o avanço,
defendem a praia, e, sob a lança de Heitor, pela lei do destino,
és tu, Protesilau, o primeiro a cair. O combate travado custa
caro aos Dánaos, e na matança a bravura de Heitor é conhecida.
10 Também os Frígios se deram conta, à custa de não pouco sangue,
de quão potente era o punho dos Aqueus. E já os areais do Sigeu
se tingiam de rubro, já Cicno, o filho de Neptuno, mil homens
à morte entregara, já Aquiles no seu carro atacava e prostrava
contingentes inteiros com os golpes da sua lança de madeira
15 do Pélion, e buscava nas linhas da batalha ou Cicno ou Heitor,
quando encontra Cicno (Heitor fora adiado para o décimo ano).
Então, incitando os cavalos, de alvos pescoços carregados
pelo jugo, levou o seu carro de guerra na direcção do inimigo;
e, brandindo com o musculoso braço a lança a vibrar,
80 'Quem quer que tu sejas, ó jovem', gritou, 'Leva este consolo
pela tua morte: teres sido chacinado por Aquiles da Hemónia. '
Tal diz o neto de É aco; e a pesada lança voa atrás das palavras.
Mas embora não houvesse desvio no disparo da certeira lança,
não logrou qualquer efeito com sua ponta de ferro: chocou
85 simplesmente contra o peito, como se golpe de lâmina romba.
'Filho de uma deusa' , exclamou o outro, 'pois já te conheço
pelo teu renome, porque te espantas por eu não estar ferido?'
(ele, de facto, pasmava-se) . 'Não é o capacete que vês, de fulvo
penacho de crinas de cavalo, nem o escudo convexo que pesa
90 no meu braço que me protegem; apenas os uso de ornamento.
Pela mesma razão, enverga Marte o armamento. Removamos
toda esta protecção, e ficarei ainda assim sem um só arranhão.
De algo vale ser filho não de uma Nereide, mas sim daquele
que governa o mar inteiro, e mais Nereu e as suas filhas.'
95 Assim disse, e arremessou contra o neto de É aco um dardo,
que foi cravar-se na curvatura do escudo. Perfurou o bronze
e as nove camadas de couro detrás, e só a décima o travou.
O herói arranca-o fora e, com toda a potência do seu braço,
atira de novo um dardo a vibrar. E de novo o corpo fica ileso,
Cicno L I V R O X I I 293
loo sem qualquer ferida. E nem uma terceira lança foi capaz
de beliscar Cicno, que se expunha sem qualquer protecção.
Também aqui, com tantas pilhas de mortos que fiz e que vejo
sobre a praia, a minha mão direita foi poderosa e ainda o é.'
m Disse, e como se não cresse no que em tempos fizera, a lança
atira contra um reles soldado lício defronte, um tal Menetes:
a um tempo, ela trespassa a couraça e, debaixo dela, o peito.
Quando este bateu com o peito moribundo no duro chão,
ele arranca aquele mesmo dardo da ferida ainda quente,
120 e exclama: 'Foi com esta mão, foi com esta lança que venci !
Usarei as mesmas contra ele; seja o resultado o mesmo, peço.'
Tal dizendo, atira-a contra Cicno. A lança de freixo não falha,
inescapável, e atingiu com estrondo o ombro esquerdo;
mas depois ressaltou como de uma muralha ou de sólida rocha.
125 Porém, onde o tinha atingido, viu que Cicno tinha uma marca
de sangue. Aquiles enche-se de alegria. Mas em vão:
não havia ferida alguma, aquele sangue era o de Menetes.
' Télefo uma vez foi ferido pela lança de Aquiles, outra vez foi curado pela mesma lança.
294 L I V R O X I I Cicno - Os Gregos em Áulis (cont.)
jamais possa sofrer o mesmo. Faz com que não seja mulher,
e ter-me-ás concedido tudo . " As últimas palavras disse-as já
num tom mais grave, que podia passar por voz de homem,
205 como, de facto, já era. Pois já o deus do mar profundo anuíra
ao seu desejo. E concedera-lhe algo mais: que jamais pudesse
ser ferido por golpe algum, ou perecer pelo ferro.
Feliz com a dádiva, partiu; e o de Átrax passa a sua vida
em ocupações masculinas e deambula pelos campos do Peneu.
235 Por acaso, havia ali um antigo vaso, todo eriçado de figuras
em relevo, gigantesco: o vaso agarrou o ainda mais gigantesco
filho de Egeu, ele próprio, e arremessou-o à cara à sua frente.
Este vomita coágulos de sangue, e também miolos e vinho,
pela ferida e pela boca, e cai aos coices de costas no chão
240 encharcado. A sua morte inflama os irmãos de duplo corpo,
e, à porfia, a uma só voz, todos gritam: "Às armas ! Às armas ! "
O vinho inspirava coragem. No início da batalha, voavam
taças pelos ares e frágeis jarras e côncavos potes, utensílios
para uso no banquete, agora usados na guerra e na matança.
245 'O primeiro, Âmico, filho de Ofíon, não teve pejo em espoliar
a cela sagrada das oferendas votivas, e arrebatou, o primeiro,
deste aposento o candelabro cheio de cintilantes lamparinas.
Erguendo-o bem alto, tal como aquele que se apronta a partir
do touro o pescoço níveo com o machado sacrificial,
250 esmigalhou-o de encontro à testa de Celadonte, um Lápita,
deixando-lhe a cara irreconhecível numa massa de ossos.
Os olhos saltaram fora, os ossos do rosto são esmagados,
e o nariz é enfiado para trás até ficar preso a meio do palato.
Mas Pélates de Pela, arrancando uma perna à mesa de bordo,
255 estendeu-o por terra, enfiando-lhe o queixo no peito;
e enquanto cuspia dentes à mistura com o escuro sangue,
envia-o, com outra paulada, para as sombras do Tártaro.
7 Peleu.
Lápiras e Cenrauros L I V R O X I I 301
'Tenho ainda diante dos olhos aquele que usava seis peles
430 de leão, atadas entre si com nós bem apertados, Feócomes,
431 assim protegendo tanto a parte humana, como a equina.
432 Atirou um tronco que um par de juntas de bois mal moveria,
433 rachando de alto a baixo a cabeça de Téctafo, filho de Óleno.
439 E aprestava-se a despojar das armas o jovem caído por terra,
440 quando eu (teu pai bem o sabe) enterrei o gládio bem fundo
no ventre do saqueador. Também Ctónio e Teléboas jazem
por obra da minha espada. O primeiro trazia uma forquilha
de dois dentes, o outro um dardo. Com o dardo feriu-me:
vês aqui a marca, a velha cicatriz ainda hoje é bem visível.
445 Então é que eu devia ser enviado para conquistar Pérgamo:
naquele tempo, eu era capaz de travar, se não mesmo vencer,
com a minha espada o grande Heitor. Mas nesse tempo Heitor
não nascera, ou era menino, agora falha-me a minha idade.
525 uma ave de asas fulvas levantar voo para o límpido ar:
nessa ocasião, foi a primeira vez, e a última, que a observei.
E mal Mopso a viu, esvoaçando sobre o seu acampamento
em lento voo, e soltando à sua volta um enorme chilrear,
seguindo-a, ao mesmo tempo, com o olhar e o coração,
530 "Viva ! Viva ! " , exclamou ele, "ó glória da raça dos Lápitas,
dantes o mais valente dos homens, agora ave única, Ceneu ! "
Vindo dele, isto mereceu crédito. A dor redobra a fúria
e não tolerámos que tanto inimigo esmagasse um só homem.
E não parámos de com o ferro dar largas à nossa mágoa,
535 até parte ser morta, a restante fugir e desaparecer na noite.'
8 Mopso.
306 L I V R O X I I Périclímeno - A morte de Aquiles
Depois de o filho d e Neleu tal ter dito com o seu doce falar,
e, terminado o discurso do ancião, repetirem a dádiva de Baco,
erguem-se dos leitos do triclínio; o resto da noite dão ao sono.
'Ó tu, de longe o mais querido para mim dos filhos do irmão
meu, que comigo erigiste, em vão, de Tróia as muralhas,
não gemes quando contemplas esta fortaleza que sucumbirá
em breve? Não sofres com os milhares de mortos que na defesa
9 0 cisne.
10 Apolo.
A mone de Aquiles L I V R O X I I 307
590 dos muros caíram? Para não referir todos, não te vem à mente
a sombra de Heitor, arrastado no chão à volta da sua Pérgamo?
E, no entanto, ainda vive aquele selvagem, mais sanguinário
do que a própria guerra, o devastador da nossa obra, Aquiles !
Que venha até mim: farei com que sinta de quanto é capaz
595 o meu tridente. Mas já que não me é lícito defrontar o inimigo
corpo a corpo, mata-o com flecha, às ocultas, sem ele esperar. '
O deus de Delos anuiu, condescendendo com a vontade do tio
e com o seu próprio desejo; e, envolto num névoa, dirige-se
às linhas dos de Ílion. No meio daquela carnificina humana,
600 vislumbra Páris, disparando uma saraivada de flechas
contra simples soldados aqueus. Revelando-se como deus,
'Porque gastas flechas com zé-ninguéns? Se cuidas dos teus,
volta-as para o neto de Éaco e vinga teus irmãos chacinados. '
Disse, e apontando para o filho de Peleu, que ia prostrando
605 no chão troianos com o ferro, volta-lhe o arco nessa direcção
e guiou-lhe a flecha certeira com a sua mortífera mão direita.
Depois de Heitor, esta foi a única coisa que conseguiu alegrar
o velho Príamo. Tu, Aquiles, vencedor de tão grandes heróis,
foste vencido pelo medroso raptor de uma grega casada !
610 Se tinhas de perecer em combate com uma mulher,
terias preferido sucumbir ao duplo machado do Termodonte. [ l lJ
620 Até o escudo dele provoca uma guerra, para se poder saber
a quem deveria caber, e pelas suas armas puxam das armas.
Aquelas nem o filho de Tideu, nem Ájax, o filho de Oileu,
1 1 As Amazonas.
" Vulcano.
308 L I V R O X I I A morte de Aquiles
1 Palamedes.
2 Filoctetes.
As armas de Aquiles L I V R O X I I I 311
'E embora pela sua eloquência ele vença até o leal Nestor,
jamais fará com que eu acredite que ter abandonado Nestor
65 não foi um crime. Este, embora muito suplicasse a Ulisses,
vagaroso pelo cavalo ferido, esgotado pela provecta idade,
foi traído pelo companheiro. Que não estou a inventar nada
o filho de Tideu sabe bem, ele, que, chamando-o tantas vezes 01
3 Diomedes.
312 L I V R O X I I I As armas de Aquiles
' Ulisses.
As armas de Aquiles L I VR O X I I I 3 13
5 Referência ao pai de Ájax, Télamon, implicado com o irmão Peleu no assassínio de Foco.
3 14 L I V R O X I I I As armas de Aquiles
'Sua mãe, a filha de Nereu, sabendo logo que ele iria morrer, [•1
205 'Demorado seria contar tudo o que pelo engenho e pelo punho
de proveitoso para vós fiz no decurso de tão longa guerra.
Após os primeiros confrontos, por muito tempo os inimigos
se entrincheiraram nas muralhas e ocasião alguma houve
para batalha em campo aberto; enfim, ao décimo ano lutámos.
210 Que fizeste entretanto, tu que nada mais sabes que combater?
Que serviços prestaste? Pois se perguntas o que eu fazia então,
lanço emboscadas ao inimigo, rodeio as fortificações de fossos,
encorajo os aliados a aguentarem de bom ânimo o tédio
de tão longa guerra, explico de que forma devíamos cuidar
m das provisões e armamento, vou em missões onde é preciso.
1 1 Heleno.
12 O filho de Oileu.
13 Toante.
14 Os dois filhos de Atreu são Menelau (o mais novo) e Agamémnon (o mais velho).
320 L I V R O X I I I As armas de Aquiles
310 'Quanto a vós, chefes, concedei o prémio a quem por vós zelou,
em paga pelos cuidados de tantos anos, nos quais eu me afligi;
concedei este galardão como recompensa pelos meus serviços.
O meu trabalho chega ao fim. Afastei os entraves do destino,
tomei a alta Pérgamo, fazendo com que pudesse ser capturada.
375 Pelas esperanças comuns, pelos muros de Tróia prontos a cair,
pelos deuses que há pouco subtraí ao inimigo, agora imploro
[e por aquilo que possa faltar e que deva ser feito sabiamente,
e se há algo de ousado ou perigoso que deva ainda ser feito,
se julgais que algo ainda resta fazer para o destino de Tróia] :
380 recordai-vos de mim ! E se não me derdes as armas a mim,
dai-as a ela ! ' - e aponta para a fatídica imagem de Minerva.'
16 AI AI em grego, ou seja o início do nome Ájax e wna expressão de dor como em português
'Ai ! ' .
17 Lemnos.
18 Filoctetes.
1 9 Cassandra.
2º Heitor e Andrómaca.
322 L I V R O X I I I Hécuba, Políxena e Polidoro
'Oh ! filha, última dor para tua mãe (o que ainda me resta?)
495 tu jazes morta, filha; eu vejo a tua ferida, ferida minha.
Eis: para eu não perder nenhum dos meus senão pelo ferro,
até tens o teu ferimento. Mas, por seres donzela, pensava
que do ferro estavas livre. Caíste, mesmo donzela, pelo ferro.
E quem matou tantos irmãos teus, foi o mesmo que te matou:
500 o destruidor de Tróia, o aniquilador da nossa família, Aquiles.
Quando ele sucumbiu às flechas de Páris e Apolo, dissera eu:
"Agora, ao menos, já não nada tenho a recear de Aquiles. "
Mas até agora tinha de o recear. Sepultado, as próprias cinzas
encarniçam-se contra esta família; até da tumba o senti inimigo.
505 Para o neto de Éaco fui fecunda! Jaz no chão a portentosa Ílion, [221
e a desgraça de um povo acabou com este terrível desfecho
- mas, apesar de tudo, acabou ! Só para mim Pérgamo pervive,
o meu sofrer continua. Há pouco a mais importante de todas,
poderosa por tantos genros e filhos e noras e o marido, agora
510 arrastam-me exilada, pobre, arrancada às tumbas dos meus,
presente para Penélope. E enquanto fiar a lã que me ordenar,
ela apontar-me-á às senhoras de Ítaca e dirá: "Esta é a aquela,
a ilustre mãe de Heitor, esta é aquela tal, a esposa de Príamo. "
E agora, depois de tantos ter perdido, tu, a única que aliviava
515 esta dor de mãe, foste imolada junto ao túmulo de um inimigo.
Ao inimigo pari a oferenda fúnebre ! Porque vivo, feita ferro?
Que espero eu? Para o que me reservas, ó longa senectude?
Porque prolongais, deuses cruéis, a vida a uma velha, senão
para ver novas exéquias? Quem julgaria possível que Príamo
520 fosse dito afortunado depois da destruição de Pérgamo?
Afortunado é, porque morreu. Assim não te vê assassinada,
filha minha, ele que perdeu a vida juntamente com o reino.
Pois tu, jovem princesa, terás por dote, julgo eu, exéquias,
e o teu corpo será encerrado no jazigo da tua família. . .
525 Mas tal não é a sorte da nossa casa ! Para ti, honras fúnebres
serão lágrimas de tua mãe e um punhado de terra estrangeira.
Tudo perdi. Só me resta um filho, o predilecto de sua mãe,
como razão para ir aguentando viver mais algum tempo,
22 Aquiles.
Hécuba e Polidora L I V R O X I I I 325
26 Delos.
As filhas de Ânio - As filhas de Orion L I V R O X I I I 329
27 Vénus.
28 Tebas.
330 L I V R O X I I I As filhas de Oríon - Viagem de Eneias à Sicília
Então, para que a estirpe não se extinga, das cinzas das jovens
saltam fora dois gémeos, que a tradição chama Coroas,
e encabeçam o cortejo fúnebre das cinzas onde nasceram.
100 Até aqui as figuras em relevo rebrilhavam em bronze antigo;
o rebordo do vaso tinha incrustadas folhas de acanto em ouro.
Em troca, os troianos dão prendas não inferiores às recebidas.
Ao sacerdote oferecem um turíbulo para guardar incenso,
um cálice para libações e uma cintilante coroa de ouro e jóias.
29 Cragaleu.
30 Heleoo.
Cila e Glauco - Galateia e Polifemo L I V R O X I I I 33 1
740 'A TI, ao menos, ó jovem, corteja-te a raça gentil dos homens
e podes rejeitá-los, tal como o fazes, sem qualquer problema.
Mas a mim, que sou filha de Nereu, a quem a azulada Dóris
deu à luz, que estou segura por uma multidão de irmãs,
não me foi lícito escapar à paixão do Ciclope, a não ser
745 com tanto sofrimento. ' E as lágrimas embargaram-lhe a voz.
A jovem enxugou-lhas com o polegar alvo como o mármore,
e, consolando a deusa, retorquiu: 'Conta-me, minha querida,
não encubras a razão da tua dor. Sabes que sou de confiança.'
E com tais palavras a Nereide respondeu à filha de Crateis:
31 O rio Simeto.
336 L I V R O X I I I Cila e Glauco
poderem travar a sua fuga; mas ela foge e, veloz pelo medo,
chega ao cimo de um monte que se ergue sobranceiro ao mar.
910
É um cume colossal defronte do estreito, coberto de árvores,
convergindo num só cimo, curvando-se sobre o mar adentro.
Aqui se detém ela, neste local seguro, sem saber se ele será
monstro ou então deus. E olha com espanto para a cor dele,
para o cabelo que lhe cobre os ombros e as costas mais abaixo,
915 por, a partir das virilhas, se seguir torcida cauda de peixe.
Dizia ele tais coisas, quando Cila abandona o deus, tendo ele
ainda mais para dizer. Agastado com a rejeição, enfurece-se
e ruma ao palácio assombroso da filha de um dos Titãs, Circe.
LIVRO XIV
1 O gigante é Tifeu.
2 Relembre-se que se trata de Glauco.
Cila, Glauco e Circe L I V R O X I V 339
85 ZARPA com as naus que Íris, enviada por Juno, quase queimara.
Passa pelo reino do filho de Hípotes e a região fumegante
de enxofre a ferver, os escolhos das Sirenes, filhas de Aqueloo.
6 O piloto é Palinuro.
7 O falecido é Miseno; ainda hoje este cabo se chama Miseno.
8 Por 'Juno do Avemo' designa o poeta Prosérpina.
342 L I V R O X I V A Sibila - Aqueménides
chega ao litoral, que ainda não tinha o nome da sua ama. [!OJ
ESTE conta acerca de Éolo, o rei do fundo mar dos Tuscos, r121
11
O chefe é Ulisses.
12
O mar Tirreno, entre a Itália, a Sardenha e a Sicília.
As aventuras de Ulisses: Circe L 1 V R O X 1 V 345
'Quando ela nos viu, após nos saudarmos uns aos outros,
desanuviou a expressão e aquiesceu a tudo o que pedimos.
Logo ordena que preparem uma mistura de grãos de cevada
torrados, mel, o poder do vinho e leite que sofreu o cardo;
215 e, sorrateira, acrescenta sucos que passam despercebidos
no sabor doce. Aceitamos as taças que a divina mão oferece.
Mal a sorvemos, sedentos como estávamos, com a boca seca,
e a cruel deusa nos tocou nos cabelos com a varinha mágica,
(que vergonha ! , mas contarei), começo a eriçar-me de cerdas,
280 e já não consigo mais falar, e em vez de palavras emito
roufenhos grunhidos, e vou caindo de cara para o chão.
Senti a minha boca a calejar-se e a ficar um focinho redondo,
o pescoço a inchar de músculos, as mãos com que há pouco
agarrara na taça, essas põem-se a deixar pegadas no chão.
285 Com os que tinham sofrido o mesmo (tal o poder da droga ! )
sou fechado numa pocilga. S ó Euríloco vimos que não tinha
a forma de porco: só ele recusara a taça que lhe ofereceram.
Se não a tivesse evitado, ainda agora faria eu parte da vara
de cerdosos porcos, nem Ulisses teria vindo, vingador,
290 até junto de Circe, informado por ele de tamanha desgraça.
16
Eneias; a filha de Latino é Lavfu.ia, que desposará Eneias .
352 LIVRO XIV DioÍnedes
19 São gaivotas.
354 L I V R O X I V As naus dos Troianos
530 jorrou dos dois lados. Eis que Turno traz ávidos archotes
contra os cascos de pinho: teme o fogo quem o mar poupou.
Já Múlciber queimava o pez e as ceras e os outros alimentos
para as chamas e avançava pelo longo mastro até às velas,
e os bancos travessos das curvas naus fumegavam, quando,
535 lembrada de que o pinho fora cortado no cimo do Ida, a santa
Mãe dos deuses enche os ares do tilintar do bronze percutido
pelo bronze, e do chinfrim das flautas de buxo assopradas. rioi
22 Alusão a Ulisses.
" Árdea, a cidade de Turno; em latim, ardea significa garça-real.
356 L I V R O X I V Eneias - Os reis latinos - Vertumno e Pomona
695 E para que tenhas mais receio (a longa idade fez-me saber
" Rómulo.
3 62 LIVRO XIV Róínulo - Hersília
3 2 A trahea é uma espécie de toga mais curta, de púrpura ou com uma banda de púrpura, de
1A cidade de Crotona.
2 Hércules, que tem como atributos a pde de leão e a clava.
Numa e Míscelo L I V RO XV 365
4 Aurora.
370 L I V R O XV O discurso de Pitágoras
' Helena foi, primeiro, raptada por Teseu e Pirítoo, depois, por Páris.
O discurso de Pitágoras L I V R O XV 371
6 Centauros.
O discurso de Pitágoras L I V R O XV 373
305 carneiro. O inchaço desse local ainda hoje ali está, e possui
o aspecto de alta colina; e, passado tanto tempo, endureceu.
7 O camaleão.
376 L I V R O XV O discurso de Pitágoras
9 Pitágoras, como acima ele próprio diz, achava-se a reincarnação de Euforbo, herói troiano.
378 L I V R O XV Numa - Hipólito e Egéria
10 Egéria.
1 1 Hipólito.
12
Fedra.
Hipólito e Egéria L I V R O XV 379
" Esculápio.
14 Hippolytu.r em grego significa 'o que desatrela os cavalos, o que os liberta', Virbiu.r poderia
sugerir ao auditório romano algo como 'duas vezes homem'.
1 5 Diana.
380 LIVRO XV Egéria - Tages e a lança de Rómulo - Cipo
565 Ou TAL como Cipo, ao ver nas águas do rio os seus cornos.
De facto, ele bem os via. Mas, julgando que o crédito dado
ao reflexo era falso, vezes sem conta levou os dedos à fronte
e tocou no que via. E já não acusando mais os próprios olhos,
deteve-se (ao vencer o inimigo, regressava então, triunfante) ,
570 e estendendo os olhos para o céu e também os braços, disse:
'Ó deuses, o que quer que seja que este prodígio pressagie,
se for algo feliz, que caiba feliz à pátria e ao povo de Quirino,
se for ameaçador, que caiba a mim.' E, queimando aromas
em altar de erva, colhida no verde prado, aplaca os deuses,
575 e derrama vinho de taças e sacrifica alguns borreguinhos
para consultar as vísceras palpitantes, a ver o que diziam.
Mal o arúspice do povo Tirreno se pôs a inspeccioná-las,
viu nelas, de facto, grandes acontecimentos no mundo,
embora não fossem claros. Mas mal ergueu o olhar agudo
5so das entranhas do animal para os chifres de Cipo, exclamou:
17 Esculápio.
Esculápio em Roma L I V R O XV 383
650 conservarem o seu bem, não enviar nem entregar o seu deus.
Enquanto hesitavam, o crepúsculo expulsou a luz da tarde.
E já a sombra recobrira de escuridão o globo das terras,
eis quando o deus Auxiliador surge em sonhos, parado
de pé diante do teu leito, Romano, mas tal como costuma
655 estar no templo. Segurando um tosco báculo na esquerda,
puxava a espessa e longa barba com a mão direita,
e, de coração plácido, pronunciou as seguintes palavras:
'Não tenhas medo: eu irei, e deixarei as minhas estátuas.
Observa apenas esta serpente, que se enrosca no báculo
660 com seus nexos. Fixa-a bem, para, ao vê-la, a reconheceres.
Transformar-me-ei nela, mas serei muito maior, e ver-me-eis,
tão grandioso como devem os seres celestes ao transformar-se.
De imediato, com a voz parte o deus, e com o deus e a voz
parte o sono, e a alma luz do dia persegue o sono em fuga.
18 Templo de Juno.
19 A cidade de Hércules é Herculano; as nascentes de água quente são em Baías.
20
O local onde Eneias sepultou a ama é hoje Gaeta.
21
O palácio de Antífates é hoje Formia.
Esculápio -Júlio César e Augusto L I V R O X V 385
760 Mas para que este não fosse filho de sémen de ser mortal,
aquele tinha de ser feito deus. Quando a mãe de Eneias, (221
22 Vénus.
23 Diomedes.
24 As Parcas.
César e Augusto L I V R O XV 387
25 Sexto Pompeio, que se intitulava Magno, tíntlo que seu pai assumira. Não foi Octaviano que
27 Tibério e Lívia.
Augusto - Epílogo L I VR O XV 389
Adónis: filho d e Cíniras e Mirra, metamorfoseado em flor ( X 503 , 5 1 3 , 532, 542, 68 1 , 7 12,
726, 73 1 ) .
Aelo ( 1 ) : 'Tempestade' , u m dos cães d a matilha d e Actéon (III 2 1 9).
Aelo (2 ): uma das Harpias (XIII 7 1 1 ) .
Afareu ( ! ) : pai d e Linceu e Idas, Argonautás e participantes n a caçada a o javali d e Cáli-
don (VIII 304).
Afareu (2) : Centauro que toma parte na batalha contra os Lápitas (XII 3 4 1 ) .
Afenor: u m dos filhos d e Níobe (VI 248).
Afidas: Centauro que toma parte na batalha contra os Lápitas (XII 3 16).
Agamémnon: um dos Atridas (o outro é Menelau), rei de Micenas, que chefiou a expedi
ção dos Gregos contra Tróia, casado com Clitemnestra, pai de Ifigénia e Orestes
(XII 623 , 626, XIII 189, 2 16, 230, 359, 3 64, 439, 444, 655, XV 855) ; cf. Atridas.
Aganipe: fonte no monte Hélicon, na Beócia, grata às Musas (V 3 12 ) .
Agave: filha d e Cadmo e mãe d e Pen teu, irmã d e Autónoe, Sémele e Ino (III 523 , 725 , IV
424).
Agenor: rei da Fenícia, pai de Europa e de Cadmo, avô de Sémele, bisavô de Actéon (II
858, III 7, 5 1 , 8 1 , 90, 97, 258, 308, IV 563 ) , e antepassado de Perseu (IV 772 ).
Agirtes: partidário de Fineu no combate contra Perseu (V 148).
Aglauro: filha de Cécrops, irmã de Pândroso e Herse, metamorfoseada em estátua (I 559,
739, 748, 785, 797, 805 ) .
Agre: 'Caça', uma das cadelas d a matilha d e Actéon (III 2 12 ) .
Ájax ( 1 ) : filho d e Télamon, herói d a guerra d e Tróia (X 2 0 7 , XI I 624 , XIII 2 , 17, 28, 97 ,
123 , 1 4 1 , 152, 156, 164, 194, 219, 23 1 , 254, 266, 32 1 , 3 05 , 327, 338, 340, 346, 390).
Ájax (2): filho de Oileu, herói grego da guerra de Tróia, rei de Nárico, na Lócride (XII
622 , XIII 356, XIV 468) .
Alastor: soldado lício às ordens de Sarpédon, morto por Ulisses (XIII 257 ) .
Alba ( 1 ) : rei d o Lácio (XIV 6 1 2 ) .
Alba (2) : Albalonga, cidade d o Lácio, fundada por Ascânio, filh o d e Eneias (XIV 609).
Albanos: montes perto de Roma, hoje monti Albani (XIV 674).
Álbula: primitivo nome do rio Tibre (XIV 328).
Alcandro: soldado lício às ordens de Sarpédon, morto por Ulisses (XIII 258).
Alcátoe: nome de Mégara por o seu fundador ser o rei Alcátoo, filho de Pélops (VII 44 3 ,
VIII 7 ) .
Alcátoo: rei d e Mégara (VIII 7 ) .
Alce: 'Força' , u m dos cães da matilha d e Actéon (III 2 1 7 ) .
Alceu: filh o de Perseu e Andrómeda, pai d e Anfitrião, avô d e Hércules (XII 539).
Alcidamante: pai de Ctesila, metamorfoseada em pomba (VII 3 69) .
Alcides: patronímico de Hércules derivado do nome do avô, Alceu (IX 1 3 , 50, 1 10, 2 1 7 ,
XI 2 1 3 ) ; cf. Hércules.
Alcimedonte: um dos marinheiros tirrenos que ataca Baco, metamorfoseado em golfinho
(III 618).
Alcínoo: rei dos Feaces, que acolhe Ulisses após o seu naufrágio (XIV 564).
Alcíone: filha de Éolo ( ! ) e esposa de Céix (VII 40 1 , XI 3 84, 415, 423 , 444, 447 , 458, 473 ,
544, 545 , 563 , 567 , 573 , 588, 628, 661 , 674, 684 , [7 10), 746).
Alcítoe: filha de Mínias (IV 1, 274).
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 395
Alcmena: mulher de Anfitrião, mãe de Hércules de Júpiter (VI 1 12, VIIl 544, IX 23, 276,
281, 3 12 , 3 96).
Alcméon: filho de Anfiarau (IX 408, 412 ).
Álcon: artesão de Lindo, cidade da ilh a de Rodes (XIII 683 ) .
Alémon: pai d e Míscelo da Argólide (XV 19, 2 6 , 48).
Alexírroe: filha do rio Granico e mãe de Ésaco (XI 7 62) .
Alfenor: filho d e Níobe (VI 248).
Alfeu: rio e deus correspondente, enamorado da ninfa Aretusa (II 250, V 487 , 576, 600).
Almão: rio do Lácio, afluente do Tibre (XIV 329).
Aloídas: patronúnico dos gigantes Oto e Efialtes (VI 1 17 ) .
Alpes: montanhas (II 226, XIV 795).
Altar: constelação (II, 139).
Alteia: rainha de Cálidon, filha de Téstio, irmã de Plexipo e Toxeu, esposa de Eneu, mãe
de Meleagro e Dejanira (VIII 445, 452 , 473 , 522, 53 1 ) .
Amatunte: cidade na costa sul d e Chipre famosa pelo seu templo d e Vénus e Adónis (X
220, 227 , 53 1 ) .
Amazonas: mulheres guerreiras d a Cítia, nas margens d o Mar Negro, combaterem Hér
cules e Teseu (que desposando Antíope ou Hipólita, tem o filho Hipólito) (XV
552).
Ambrácia: cidade do Epiro, na parte Ocidental da Grécia, hoje Arta (XIII 7 14).
Amenano: rio da Sicília, perto do Etna, e que corre por Catânia (XV 279).
Amiclas ( 1 ) : cidade da Lacónia, vizinha a Esparta, a sudoeste de Esparta (VIII 3 14).
Amiclas (2): fundador de cidade na Lacónia, pai de Jacinto (X 162 ) .
Âmico: Centauro que toma parte n a batalha contra o s Lápitas (XII 245).
Amimone: fonte em Argos (II 240).
Amintor: rei dos Dólopes, na Tessália, e pai de Fénix (VIII 307, XII 3 64).
Amitáon: pai do adivinho Melampo que curou as filhas de Petro (XV 325).
Ámon (1): deus egípcio, identificado com Júpiter, representado com cabeça de carneiro
(IV 670, V 17, 328, XV 3 09).
Ámon (2): irmão de Bróteas, que participa no combate contra Fineu (V 1 08).
Amor: personificação (1 480, 532, 540, IV 758, V 374, VII 55 , 698, X 26, 29, 5 16); cf. Cu
pido
Âmpico: um dos Cefenes, sacerdote de Ceres, partidário de Fineu no combate contra
Perseu (V 1 10).
Âmpix ( 1 ) : partidário de Fineu, petrificado ao olhar a cabeça da Górgone (V 184).
Âmpix (2) : Lápita, esposo de Clóris, pai de Mopso, que toma parte no combate contra os
Centauros (VIIl 3 16, 350, XII 450, 455 , 524).
Amúlio: rei de Alba, expulsa o irmão Numitor do poder e é derrubado pelos sobrinhos
neto Rómulo e Remo (XIV 772 ) .
Ânafe: ilha do mar Egeu (VII 461, 462).
Anapis: deus e rio da Sicília (V 4 17).
Anaxárete: princesa de Chipre amada por Ífis, descendente de Teucro, rei de Salamina,
em Chipre, metamorfoseada em estátua (XIV 699, 7 18, 750).
Anceu: participante na caça ao javali de Cálidon (VIII 3 15, 3 91, 40 1 , 407, 5 19).
396 G L O S S ÁRIO E ÍNDICE
Apeninos: montanhas que dividem a Itália de norte a sul, onde nasce o Tibre (II 226, XII
432) .
Apídano: rio d a Tessália, afluente d o Enipeu (I 580, VII 228).
Ápis: deus egípcio representado com a forma de boi (IX 69 1 ) .
Apolo: filho d e Júpiter e Latona, deus d a música, d a poesia e medicina, também desig
nado Febo; por vezes tomado pelo Sol, ou seja, Hélio, filho do Titã Hipérion; pai de
Esculápio (I 44 1 , 473 , II 454 , 543 , 598, 612, 64 1 , 677 , III 42 1 , VI 264, 3 84, VII 3 89,
VIII 15, IX 332, 455 , X 107, 167, 209, XI 8, 155, 174, 1 94, 3 06, 339, 4 12 , XII 585 ,
XIII 174, 7 15 , 63 1 , XII 143 , 144, 533 , 63 8, 63 9). Ver Febo; Sol; Péan; Délio; Titã.
Apúlia: região sul da península itálica, hoje Puglie (XIV 5 17).
Aquelóides: filhas do deus e rio Aqueloo (V 552, XIV 87) .
Aqueloo: rio entre a Acarnânia e a Eólia, que desagua n o mar Jónio; o deus a ele associado
é o pai das Sereias, das Aquelóides e de Calírroe; o corno arrancado por Hércules é
a Cornucópia; metamorfoseava-se em várias formas como serpente e touro (VIII
549, 560, 614, IX 68, 96, 4 1 3 ).
Aqueménidas: dinastia que reinou na Pérsia, e, por extensão, designando os Persas (N
2 12 ) .
Aqueménides: companheiro d e Ulisses que fica abandonado n o país dos Ciclopes (a Sicí
lia) e é salvo por Eneias (XIV 1 60, 1 63 , 1 67 ) .
Aqueronte: rio, e respectivo deus, d o Averno, o mundo subterrâneo da morte (V 540, XI
504).
Aqueus: naturais da Acaia, geralmente designando por extensão os Gregos (VII 56, XII
71, 60 1 , XIII 62 , 88, 1 13 , 136, XN, 1 9 1 ) .
Aquilão: vento d o Norte (I 2 6 2 , 329, V 285, VII 3 ) ; cf. Bóreas.
Aquiles: filho de Tétis e Peleu, rei da Ftia na Tessália, o grande herói grego da guerra de
Tróia (VIII 3 09, XI 265, XII 73 , 8 1 , 95 , 126, 138, 150, 1 62 , 1 63 , 168, 176, 1 9 1 , 3 63 ,
3 65 , 582 , 593 , 604, 605 , 608, 6 1 3 , 615, 618, XIII 30, 107, 130, 1 3 3 , 134, 157, 1 63 ,
166, 179, 273 , 2 8 1 , 285, 298, 3 0 1 , 442 , 448, 500, 502, 505, 582, 597, XII 856).
Arábia: região da Ásia (X 478).
Aracne: 'aranha' em grego, jovem da Lídia, rival de Minerva na arte de trabalhar ao tear,
metamorfoseada em aranha (VI 5, [7,] 83 , 1 03 , 1 3 3 , 149).
Arcade: filho de Júpiter e Calísto (II 468, 496, 500).
Arcádia: região do centro do Peloponeso (I 689, II 405 , III 2 1 0, IX 192, XII 332).
Arcésio: pai de Laertes e avô de Ulisses (XIII 144).
Arctos: constelaçôes da Ursa Maior e Ursa Menor, metamorfose de Calísto e seu filho Ar-
cade (II 1 3 2 , III 45, 595, N 625 , XIII 293 , 726). Ver Triões.
Ardea: cidade dos Rútulos no Lácio, hoje Ardea (XIV 573 , 580).
Arestor: pai de Argo (I 624) .
Aretusa: ninfa amada por Alfeo, transformada e m fonte na Sicília ( V 409, 487 , 496, 573 ,
599, 625 , 642) .
Areu: Centauro que toma parte n o combate contra o s Lápitas (XII 3 10).
Argíodo: 'o de Argos' , um dos cães da matilha de Actéon (III 223 ) .
Argivos: narurais d e Argos, designando por extensão o s Gregos (XII 149).
398 G L O S S ÁRIO E ÍNDICE
Argo ( 1 ) : barco com que Jasão e seus companheiros realizaram a viagem à Cólquida em
busca do velo de ouro (VI 72 1 , VII 1, XV 337).
Argo (2) : filho de Arestor, tinha cem olhos e foi incumbido por Juno de vigiar lo; após a
sua morte, os olhos passaram a ser as manchas da cauda dos pavões (I 624, 625 , 635 ,
636, 664 , 670, 679, 680, 720, 11 533 ) .
Argólide: região na Grécia, nordeste d o Peloponeso (I 726, II 524, VIII 267 , XII 627 ,
XIII 659, XV 1 9 , 276).
Argos: cidade da Argólide no nordeste do Peloponeso (I 601 , II 240, III 560, IV 609, VI
414, IX 276, 3 13 , XV 1 64).
Argonautas: cf. Mínias.
Ariadne: filha do rei Minos e Pasífae, abandonada por Teseu; o seu diadema transforma-
se na constelação Coroa Boreal (VIII 174).
Arícia: cidade do Lácio (XV 488).
Arménia: região da Ásia Menor, a sul do Cáucaso (VIII 1 2 1 , XV 86).
Ame: atraiçoou a ilha de Sífnos, metamorfoseada em gralha (VII 465 ) .
Ásbolo ( 1 ) : 'Farrusco', um dos cães da matilha d e Actéon (III 2 1 8 ) .
Ásholo ( 2 ) : Centauro que toma parte na batalha com o s Lápitas (XII 307).
Ascálabo: rapaz que provoca Deméter (Ceres) e é transformado em lagartixa (V 45 1 ) ; cf.
Estelião.
Ascálafo: filho de Aqueronte e Orfne, transformado em mocho por Deméter (V 539).
Ascânio: filho de Eneias (XIII 627, 680, XIV 610); cf.Julo.
Ásia: (V 649, IX 448, XIII 484).
Asopo: deus e rio da Beócia, pai de Egina e avô de Éaco (VI 1 13 , VII 484, 616).
Assáraco: rei de Tróia, avô de Príamo (XI 755).
Assíria: região da Ásia (V 60, XV 3 93 ) .
Astéria: filha d o Titã Ceo, amada por Júpiter, transformada e m codorniz e , posterior
mente, na ilha de Ortígia, mais tarde chamada Delos (VI 108).
Astíages: parúdário de Fineu no combate contra Perseu (V 203 , 2 05 ) .
Astíanax: filho d e Heitor e Andrómaca, atirado d o alto das muralhas d e Tróia pelo Gre-
gos no rescaldo da vitória (XIII 4 15 ) .
Astipaleia: ilha d o mar Egeu ( VII 461, 462 ) .
Astreia: filha d e Júpiter e Témis (I 149) .
Astreu ( 1 ) : parúdário de Fineu no combate contra Perseu (V 144).
Astreu (2) : Titã, filho do Titã Crio, teve de Aurora os filhos Zéfiro, Bóreas e o Noto (XIV
544).
Atalanta (1): jovem da Tégea, amada por Meleagro (VIII 3 17 , 380, 426, X 565, 589, 598,
669).
Atalanta (2 ) : filha do rei Esqueneu, esposa de Hipómenes; são os dois metamorfoseados
em leões (X 565 , 598, 609, 660).
Atamanes: habitantes de região montanhosa do Epiro (XV 3 1 1 ) .
Atamante: filho d e Éolo, irmão d e Sísifo, esposo de Leucótoe, pai d e Palémon, o deus ma
rinho (III 564, IV 42 1 , 467 , 47 1 , 489, 497, 5 12, XIII 9 1 9 ) .
Atenas: cidade da Ática ( I I 72 1 , V 652 , VI 42 1 , VII 5 0 7 , 723 , VIII 263 , XV 427, 430).
Ática: região de Grécia onde se situava Atenas (VII 492 ) .
G L O S SÁRIO E ÍNDICE 399
Átis ( 1 ) : jovem da Índia, partidário de Fineu no combate contra Perseu (V 47, 63 , 72).
Átis (2) : jovem da Frígia, amado de Cíbele, transformado em pinheiro (X 1 04).
Atlas: Titã, filho de}ápeto e pai das Plêiades (sendo a mãe Maia), avô de Mercúrio, meta
morfoseado em montanha na parte ocidental do Norte de África (I 682, II 296, 685 ,
704, 743 , 834, IV 368, 628, 63 1 , 644, 646, 653 , 657 , 772, VI 174, VIII 627 , IX 273,
XV 149).
Atos: montanha da Macedónia, na península Calcídica (II 2 17, XI 554 ) .
Átrax: cidade n a Tessália (XII 208) .
Atreu: filho de Pélops e Hipodarnia, pai de Agamémnon e Menelau (os Atridas) (Xlll
3 64, XV 855) .
Atridas: patronúnico d e Agamémnon (Atrida maior) e Menelau (Atrida menor), pelo
nome de seu pai, Atreu, rei de Micenas (Agamémnon: XII 623 , XIII 1 89, 230, 359,
3 64, 439, 655 ; Menelau: XII 623 , XV 1 62, 805 ) .
Augusto: primeiro imperador d e Roma, filho adoptivo d e Júlio César, e, por consequên
cia, alegadamente descendente de Eneias por intermédio de Julo-Ascânio (1 204,
562, XV 447 , 750, 758, 819, 850, 852, 860, 869) .
Áulis: cidade costeira na Beócia, de onde parte a expedição contra Tróia (XII 10, XIII
182 ) .
Aurora (gr. Éos): deusa d o amanhecer, descendente d o gigante Falante (1 6 1 , I I 1 13 , 144,
III 149, 1 84 , 600, IV 81, 63 0, V 440, VI 48, VII 100, 209, 703 , 72 1 , 835 , IX 42 1 , XI
296, 598, XIIl 576, 594, 62 1 , XIV 228, XV 1 9 1 , 665 , 700).
Ausónia: região do sul de Itália, designando por extensão Itália (V 350, XIII 708, XIV 7,
77, 320, 772, 786, XV 647 , 693 ) .
Austro: vento do sul (I 6 6 , I I 853 , V 285, VII 5 3 2 , 660, VIII 3 , XI 1 92 , 663 , XI I 5 1 1 , XIII
725 ) .
Autólico: filh o d e Mercúrio e d e Quíone, que casa com Mestra (a filha d e Erisícton) , pai
de Anticleia (a mãe de Ulisses) (VIII 738, XI 3 12 ) .
Autónoe: filh a d e Cadmo, i rm ã d e Agave, Sémele e Ino, tia d e Penteu, mãe d e Actéon (III
198, 523 , 720) .
Aventino: rei de Alba (XIV 620).
Avemo: Geralmente, equivalente a Tártaro, Orco, Érebo, designa o reino da morte, por
vezes, um lago deste reino. Uma das entradas seria em Itália, junto a Cumas, no
golfo de Nápoles (Laco Avemo) ; a outra no cabo Ténaro na Grécia (V 540, X 5 1 ,
XIV 105, 1 15 ) .
Babilónia: cidade d a Mesopotâmia (II 248, IV 44, 57 ) .
Babilónios: habitantes d a Babilónia (IV 99).
Bacantes (Ménades): devotas dos rituais báquicos (IV 25, IX 64 1 , XI 89).
Baco (gr. Dioniso) : deus do vinho, filho de Júpiter e Sémele (III 3 10, 3 17 , 42 1 , 518, 572,
573 , 629, 63 0, 69 1 , IV 3, 11 (=Brómio), 273 , 4 1 6, 523 , 605 , 765, V 329, VI 488 (=vi
nho), 588, 596, 598, VII 450 (=vinho), IX 642, XI 85 , 125 (=vinho) , 135, XI 17, XII
578 (=vinho=, XIIl 63 9 (=vinho), 669, XV 1 14, 4 1 3 ) .
Bactros: região d a Ásia, correspondendo vagamente à zona norte d o actual Afeganistão
(V l34).
Baias: cidade no golfo de Nápoles, hoje Baia (XV 7 1 3 ) .
400 GLOSSÁRIO E ÍNDICE
Citéron: montanha entre a Ática e a Beócia, relacionada com o culto a Baco (II 223 , III
702 ) .
Citeros: ilha do mar Egeu, à borda da qual nasceu Vénus da espuma do mar (IV 1 90, 288,
X 530, 640, 7 17 , XIV 487, 584, XV 3 86, 803 , 8 1 6 ) .
Cítia: região a norte do mar Negro, hoje correspondendo a parte da Ucrânia (1 64 , II 224,
V 649, VII 407 , VIIl 788, 797, X 589, XIV 33 1 , XV 285, 359, 460).
Cimos: ilha do mar Egeu do arquipélago das Cíclades (V 252, VII 464 ) .
Citoro: montanha de Paflagónia, na Ásia Menor, famosa pela sua madeira (IV 3 1 1 , VI 132).
Clânis (1): partidário de Fineu no combate contra Perseu (V 140, 143 ) .
Clânis (2) : Centauro que toma parte na batalha contra o s Lápitas (XII 379).
Claro: cidade costeira da Lídia, famosa pelo templo e oráculo de Apolo (1 5 16, XI 4 1 2 ) .
Cleonas: cidade situada no extremo noroeste da Argólide, no Peloponeso (VI 4 1 7 ) .
Cleópatra ( 1 ) : mulher d e Meleagro (VIII 52 1 ) .
Cleópatra (2) : rainha d o Egipto, como Cleópatra VII, esposa d e Júlio César e d e Marco
António, a última da dinastia dos Ptolemeus (XV 826).
Clície: jovem amada pelo Sol, metamorfoseada em hdiotropo (IV 206, 234, 256).
Clímene: mãe de Faetonte, esposa do rei etíope Mérops, filha do Oceano e Tétis (1 756,
765, II 19, 37, 43 , 3 3 3 , 355, 356, IV 204).
Clímeno: partidário de Fineu no combate contra Perseu (V 98).
Clitemnestra: esposa de Agamémnon, mãe de Ifigénia e Orestes (XIII 1 93 ) .
Clítio: partidário d e Fineu n o combate contra Perseu (V 140, 142 ) .
Clito ( 1 ) : partidário de Fineu no combate contra Perseu (V 87 ) .
Clito (2 ): jovem ateniense filho de Palante, amigo de Céfalo, irmão de Butes (VII 500, 665,
666).
Clitor: cidade da Arcádia, na vizinhaça da qual havia uma fonte e lago com poderes má-
gicos (XV 322).
Cnido: cidade da Cária na Ásia Menor, famosa pelo templo de Vénus (X 53 1 ) .
Cnóssios: habitantes d e Cnosso (VIII 40).
Cnosso: capital do reino de Minas em Creta (III 208, VII 52, 47 1 , VIII 52, 144, IX 669).
Cócalo: rei da Sicília que protege Dédalo (VIII 260) .
Calco: natural da Cólquida (VII 3 3 1 ) .
Cólofon: cidade d a Lídia, na Jónia (VI 9).
Cólquida: região na parte oriental do Mar Negro, pátria de Medeia (VII 120, 296, 3 0 1 ,
348, 3 94, XIII 24) .
Combe: filha d e Ófio, metamorfoseado e m pássaro (VII 3 83 ) .
Cometes: Lápita que toma parte n o combate contra os Centauros (XII 284 ) .
Carícia: gruta no monte Pamaso, relacionada com as Ninfas (1 320).
Coricíades: ninfas que vivem na gruta Carícia, no monte Pamasso (1 320).
Corinto: cidade da Grécia situada no Istmo do mesmo nome (V 407, VI 4 16, XV 507 ) .
Ver Éfira.
Córito ( 1 ) : Lápita que toma parte no combate contra os Centauros (XII 290, 29 1 ) .
Córito (2) : partidário d e Perseu n o combate contra Fineu ( V 124).
Córito (3 ) : filho de Páris e de uma ninfa do monte Ida, Enone (VII 3 6 1 ) .
Cómix: 'gralha', filha d e Coroneu, metamorfoseada e m gralha (II 547 , 695 ) .
406 GLOSSÁRIO E ÍNDICE
Díctis (2 ) : Centauro que toma parte na batalha contra o s Lápitas (XII 334, 337).
Dídime: ilha do mar Egeu (VII 469).
Dido: rainha de Cartago; apaixonada por Eneias, suicida-se após este a ter abandonado ao
partir para as costas itálicas (XIV 79).
Dimas: pai de Hécuba (XI 761, XIII 620).
Díndimo: montanha na Frígia (II 223 ) .
Diomedes ( 1 ) : herói grego, rei d e Argos, filho d e Tideu, neto d e Eneu, toma parte na
guerra de Tróia, sendo o companheiro mais frequente de Ulisses; no final da vida, es
tabelece-se em Itália (XII 622, XIII 1 3 , 68, 1 00, 1 02 , 239, 242 , 350, XIV 457 , 46 1 ,
491, 5 12 , XV 769, 806).
Diomedes (2) : rei da Trácia, filho de Ares e Pirene, que alimentava os cavalos com carne
humana (IX 1 94).
Dione: filha de Atlas, mãe de Níobe (VI 1 7 4 ) .
Dirce: ninfa e fonte famosa perto d e Tebas ( I I 239).
Dite: nome de Plutão, rei do mundo subterrâneo da morte (II 261, IV 438, 5 1 1 , V 356,
367 , 3 84, 3 95 , 420, 508, 520, 564, 567, 569, VII 249, X 15, 47, XV 535).
Dodona: cidade do Epiro, famosa pelo seu templo a Zeus (Júpiter) (VII 623 , XIII 7 1 6).
Dólon: espião troiano morto por Diomedes em famoso episódio da Ilíada (XIII 98, 244).
Dólopes: povo da Tessália (XII 364 ) .
Dorceu: 'Gazela', u m dos cães da matilha d e Actéon (III 2 1 0).
Dórilas ( 1 ) : rico proprietário da região dos Nasamones, no norte de África, partidário de
Perseu no combate contra Fineu (V 129, 130).
Dórilas (2 ) : Centauro que toma parte na batalha contra os Lápitas (XII 380).
Dóris: esposa de Nereu e mãe das Nereidas; mãe de Galateia (II 1 1 , 268, XIII 742 ) .
Dragão: constelação (III 45 ) .
Dríades: ninfas dos bosques (III 507, VI 453 , VIII 746, 7 7 7 , X I 4 8 , XI V 326).
Driante ( 1 ) : filho de Marte, tomou parte na caçada ao javali de Cálidon (VIII 307 ) .
Driante (2) : Lápita que toma parte n a batalha contra o s Centauros (XII 290, 296, 3 1 1 ) .
Dríope: filha d e �urito, metamorfoseada e m flor d e lótus (IX 3 3 0 , 3 3 6 , 342 , 3 64 ) .
Drómas: 'Veloz', cadela da matilha de Actéon (III 2 1 7 ) .
Dulíquio: ilha do mar Jónio, vizinha a Ítaca, parte dos domínios de Ulisses (XIII 1 07 , 425 ,
7 1 1 , XIV 226) .
Eácidas: descendentes de Éaco, em especial os seus filhos e o seu povo (VIII 4 ) .
Éaco: filho de Júpiter e Egina, neto do rio Asopo e rei de Egina, pai de Peleu, Télamon
(por parte de Endeis) e Foco (sendo a mãe Psâmate), avô de Aquiles (VII 472, 473 ,
478, 484, 494, 506, 5 17 , 666, 667 , 668, 798, 864, VIII 4, IX 435 , 440, XI 227, 246,
250, 275, 389, 399, XII 82 , 95 , 168, 3 65 , 603 , 6 1 3 , XIII 25, 27, 33, 505 ) .
Eagro: rei da Trácia e pai d e Orfeu (II 2 1 9).
Eante: rio do Epiro (1 580).
Ébalo: pai de Jacinto (X 196, XIII 3 96).
Ecália: cidade da Eubeia (IX 136, 330).
Ecleu: esposo de Hipermestra e pai de Anfiarau; companheiro de Hércules na sua expe
dição contra Tróia (VIII 3 1 6).
G L OSSÁRIO E ÍNDICE 409
Eco: ninfa enamorada de Narciso, transformada por Juno em eco (III 357, 359, [368] ,
3 80, 386, 493 , 5 0 1 , 507 ) .
Édipo: rei d e Tebas, filho d e Laio e Jocasta (VII 759, XV 429).
Edones: povo da região entre a Trácia e a Macedónia, famoso pelo seu culto a Baco; as
mulheres que assistiram à morte de Orfeu transformam-se em árvores (XI 70).
Eécion: rei de Tebas na Ásia Menor, pai de Andrómaca, a esposa de Heitor (XII 1 10).
Eeia: terra onde habitava de Circe, identificado em tempos romanos com o Monte Circeo,
no Lácio (IV 205 ) .
Eetes: rei d a Cólquida, pai d e Medeia (VII 7 , 9, 96, 1 02 , 170, 326).
Éfira: nome primitivo de Corinto (II 240, VII 3 9 1 ) .
Egéon: u m dos gigantes d e cem braços, p o r vezes identificado com Briareu o u mesmo
Neptuno (II 9).
Egéria: ninfa itálica, uma das Camenas, esposa de Numa, metamorfoseada em fonte (XV
482, 487, 548) .
Egeu ( 1 ) : rei de Atenas, filho de Pandíon e pai de Teseu; desposou Medeia; ao matar-se
nas ondas, deu o nome ao mar (VII 402, 420, 453 , 5 02 VIII 174, 406, 560, XII 237,
342, XV 856).
Egeu (2) : mar Egeu (IX 448, XI 663 ) .
Egina ( 1 ) : filha d o rio Asopo, amada por Júpiter e mãe d e Éaco (VI 1 13 , VII 524, 616).
Egina (2 ) : ilha do golfo Sarónico, não muito afastada de Atenas; o seu antigo nome era
Enópia (VII 472, 474, 490) .
Egipto: região no norte de África (V 323 , XV 826).
Egle: irmã de Faetonte (II 350).
Élato: pai de Cénis, transformada por Neptuno num homem invulnerável, Ceneu (XII
189, 497 ) .
Eleleu: título d e Baco (IV 1 5 ) .
Elêusis: cidade da Ática famosa pelo mistérios a Deméter (Ceres) (VII 43 9).
Élide: região e cidade a noroeste do Peloponeso (II 679, V 488, 494, 576, 608, VIII 3 08,
IX 187, XII 550, XIV 325 ) .
Élimo: Centauro que toma parte n a batalha contra o s Lápitas (XII 460) .
Elísio: morada após a morte dos heróis e homens virtuosos (XIV 1 1 1 ) .
Elpenor: companheiro d e Ulisses ( XIV 252 ) .
Emátia: região da Macedónia; por vezes, designa a Macedónia e Tessália juntas (V 3 13 ,
669, XI I 463 , XV 824) .
Emátides: outro nome para a s Piérides, derivado d e Emátia, região d a Macedónia (V 669).
Emátion: ancião dos Cefenes, morto na disputa entre Perseu e Fineu (V 100).
Enéadas: os descendentes de Eneias, ou seja os Romanos (XV 682 , 695 ) , e particular
mente César, cuja família se dizia descendente de Eneias, por intermédio do seu fi
lho Ascânio / Julo (XV 804 ) .
Eneias: filho de Anquises e Vénus, herói troiano, que, escapando ao incêndio de Tróia, viajará
para Itália e estará na base da origem de Roma (XIII 624, 665, 68 1 , XIV 78, 1 16, 155,
170, 247, 44 1 , 443, 456, 5 8 1 , 588, 600, 603, 608, XV 437, 450, 7 1 6, 761 , 806, 861).
Enésimo: filho de Hipocoonte, participante na caçada ao javali de Cálidon (VIII 362 ) .
Eneu: rei de Calidón, esposo de Alteia, pai de Tideu, Dejanira e Meleagro, e avô de Dio
medes ( 1 ) (VIII 273 , 2 8 1 , 4 14, 486, 522 , 529, IX 12, XIV 5 1 2 ) .
410 G L O S S ÁRIO E ÍNDICE
Filámon: poeta e adivinho, filho de Apolo, casado com a ninfa Argíope, de quem teve Tâ-
miris (XI 3 16).
Filémon: esposo de Báucis, metamorfoseado em carvalho (VIII 63 1 , 68 1 , 706, 7 14, 7 15).
Fileu: filho de Áugias, rei da Élide; participante na caçada ao javali de Cálidon (VIII 308).
Filio: jovem enamorado de Cicno (2) (VII 372).
Filipos: cidade na Macedónia oriental onde Marco António e Octaviano (mais tarde Au
gusto) venceram os exércitos da facção anti-César, comandados por Bruto e Cássio,
em 42 a. C., pondo assim termo a uma guerra civil (XV 824).
Fílira: mãe do centauro Quíron (II 676, VII 352).
Filo: cidade da Tessália (XII 479).
Filoctetes: filho de Peante, depositário do arco e flechas de Hércules, partiu para a guerra
de Tróia, mas foi abandonado por Ulisses na ilha de Lemnos (IX 23 1 , XIII 45 , 3 13 ,
329, 402).
Filomela: filha de Pandíon e irmã de Procne, metamorfoseada em rouxinol (VI 45 1 , 475,
502 , 5 1 1 , 520, 553 , 572, 60 1 , 643 , 657 , 666, 667).
Fineu ( 1 ) : irmão de Cefeu, noivo de Andrómeda, defronta Perseu e é metamorfoseado em
pedra ao olhar para a cabeça da Górgone (V 8, 36, 89, 92 , 93 , 107, 157, 2 1 0, 224,
229, 23 1 ) .
Fineu (2 ): adivinho d a Trácia, condenado a uma vdbice nas trevas, atormentado pela
Harpias, visitado pelos Argonautas (VII 2).
Flegetonte: um dos rios do mundo subterrâneo da morte (V 544, XV 532).
Flégias: partidário de Fineu na disputa contra Perseu (V 87 ) .
Flégios: povo d a Beócia, fundado por Flégias, herói grego d a guerra d e Tróia ( XI 414).
Flégon: 'o flamejante', um dos cavalos da quadriga do Sol (II 154).
Flegra: planícies na Calcídia, a sudeste da Macedónia, onde teve lugar a Gigantomaquia
(X 15 1 ) .
Flegreu: Centauro que toma parte n a batalha contra o s Lápitas (XII 378).
Fobetor: 'Assustador', divindade relacionada com os sonhos (XI 640).
Foceia: cidade costeira na }ónia, na Ásia Menor, entre Quios e Lesbos (VI 9).
Fócide: região central da Grécia, a oeste da Beócia e norte do golfo de Corinto, onde se si
tuava o monte Pamaso e o santuário de Delfos (I 3 13 , II 244, 569, V 276, XI 348).
Foco: filho de Éaco e Psâmate, e irmão de Télamon e Peleu (estes eram filhos de Endeis,
filha de Círon) (VII 477 , 668, 670, 685 , 733, 795 , 796, 798, XI 268, 3 8 1 ) .
Folo: Centauro que toma parte na batalha contra o s Lápitas (XII 306).
Fome: personificação (VIII 784, 785, 799, 791, 814).
Forbas (1): de Siene no Egipto, filho de Metíon, partidário de Fineu na disputa contra
Perseu (V 74, 78).
Forbas (2) : lendário salteador flégio que actuava na Fócide (XI 413 ).
Forbas (3 ) : Centauro no combate contra os Lápitas (XII 321).
Forco: pai das três Górgones (também ditas Fórcides), vencidas por Perseu: Medusa e
duas outras (Esteno e Euríale) que partilhavam o uso de um único olho (IV 743 ,
774, V 230).
Foroneu: filho de Ínaco e irmão de Io (I 669, II 524).
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 415
Fortuna: personificação e deusa romana (II 140, ill 141, V 140, VI 1 95 , Vill 73 , XIII 334,
525 ).
Frígia: região da Ásia Menor compreendendo Tróia (VI 147, 177, 400, Vill 162, 620, XI
9 1 , 203 , XII 38 XIII 44, 337, 429, 580, 72 1 , XIV 547, 562).
Frígios: habitantes ou referente à Frígia (VI 166, X 155, XII 70, 148, 612, XIII 244, 3 89,
435, XIV 80, XV 444, 452) .
Frio: personificação (Vill 790).
Frixo: filho de Acamante e de Néfele, irmão de Hele. A segunda mulher de seu pai, Ino,
quis sacrificá-lo junto com a irmã a Zeus, mas o deus, ou Néfele, enviaram um car
neiro alada de ouro, no qual Frixo e Hele lograram fugir; ao chegar à Cólquida, a
pele deste carneiro ficou preservada, guardada por um dragão, e este é o objecto al
mejada pela expedição dos Argonautas, chefiada por Jasão (VII 7 ) .
Ftia: cidade da Tessália, morada d e Peleu e pátria d e Aquiles (XIII 156).
Fúrias: as três Fúrias eram Tisífone, Aleto e Megera (IV 45 1 , VI 662 , X 3 13 ). Ver Erínia e
Euménides.
Galântis: servidora de Alcmena, transformada em doninha (IX 3 06, 3 16, 324).
Galateia: ninfa marinha, filha de Nereu e Dóris, amada por Polifemo e por Ácis (XIII 739,
749, 789, 798, 83 9, 858, 863 , 869, 880, 898).
Gália: Gália (I, 533).
Ganges: rio da Índia (II 249, IV 21, V 48, VI 63 6).
Ganimedes: irmão de llo e Assáraco, copeiro amado por Júpiter (X 156, 160, 155, XI 756).
Gargáfia: vale e fonte na Beócia consagrados a Diana (III 156).
Gérion: monstro de três cabeças que habitava no extremo da Ibéria (na Corunha ainda
existe o chamado farol de Hércules, de fundação romana) (IX 1 84) .
Gíaros: ilha do mar Egeu do arquipélago das Cíclades (V 252, VII 470).
Gigantes: seres primitivos monstruosos filhos da Terra (Geia), que combateram os deuses
olímpicos (I 152, V 3 1 9, 346, X 150, XIV 1, 1 84).
Glauco: pescador de Antédon, diante da Eubeia, transformado em divindade marinha,
apaixonado por Cila (VII 233 , XIII 904, XIV 4, 9, 38, 68) .
Gorge: irmã de Meleagro e de Dejanira, esposa de Andrémon, mãe de Toante (VIII 543 ).
Górgones: as três filhas de Forco, Medusa, Esteno e Euríale (IV 618, 699 (=Medusa) , 779,
80 1 , V 180 (=Medusa), 1 96, 202 (=Medusa), 209 (=Medusa) ).
Gortínios: habitantes da cidade de Gortina em Creta (VII 778).
Graças: três divindades (Eufrósine, Aglaia e Talia) (VI 429).
Gradiva: um dos epítetos de Marte (VI 427, XIV 818, XV 863 ) ; cf. Marte.
Granico: rio da Frígia, na Ásia Menor (XI 763 ).
Grécia: comunidade de cidades gregas (Xill 194, XIV 474).
Grego: (IV 16, 538, VII 2 14, XII 64, 609, Xill 24 1 , 2 8 1 , 402 , 4 1 1 , XIV 1 64, 220, 325 , XV
10, 645).
Grineu: Centauro que toma parte na batalha contra os Lápitas (XII 258, 268).
Halcioneu: guerreiro da Bactriana, partidário de Fineu no combate contra Perseu (V
135).
Haleso: Lápita que toma parte na batalha contra os Centauros (XII 463 ) .
Hálio: guerreiro lício à ordens d e Sarpédon, morto por Ulísses (Xill 258).
416 GLOSS ÁRIO E ÍNDICE
Lácio: região de Itália central, onde se situa Roma (I 560, II 3 66, XIV 327, 390, 422 , 452 ,
610, 624, 832, XV 4 8 1 , 486, 626, 582, 742) .
Lacne: 'Peluda', uma das cadelas d a matilha d e Acréon (III 222 ) .
Lácon: 'Espartano', u m dos cães d a matilha d e Actéon (III 2 1 9).
Lacónios: naturais da Lacónia, região sudeste do Peloponeso (III, 223 ) .
Láctea, Via: nebulosa (I 169).
Ládon (1): rio da Arcádia (1 703 ) .
Ládon (2) : u m dos cães da matilha d e Actéon, natural da região do rio homónimo na Ar-
cádia (III 2 1 6).
Ládon: gigantesco dragão que guardava o pomar de Atlas (IV 647 ) .
Laertes: pai d e Ulisses (VIIl 3 15, XI I 625 , XIII 4 8 , 124, 144).
Laio: pai de Édipo e esposo de Jocasta (VII 759).
Lamo: rei dos Lestrígones (XIV 23 3 ) .
Lampécia: uma das Helíades, filhas d o Sol (II 349) .
Lâmpeto: vate dos Cefenes morto durante a disputa entre Fineu e Perseu (V 1 1 1 ) .
Laomedonte: rei d e Tróia, pai d e Príamo ( VI 96, XI 1 96, 199, 203 , 757) .
Lápitas: povo d a Trácia, que travaram famoso combate com o s Centauros (XII 250, 2 6 1 ,
4 1 8 , 5 3 0 , 536, XIV 67 1 ) .
Larissa: cidade d a Tessália (II 542).
Latino (1): filho de Fauno (XIV 449, 570).
Latino (2) : rei de Alba (XIV 6 1 1 , 612).
Latona: filha do Titã Ceo, amada por Júpiter, mãe de Apolo e Diana (1 696, VI 1 60, 1 6 1 ,
162, 1 7 1 , 1 85, 200, 204, 2 14, 274, 280, 3 15, 336, 346, 366, 3 84, Vll 3 84, VIII 1 5 ,
277, 3 94, 543 , XI 1 94, XIII 635 ) .
Latreu: Centauro que toma parte na batalha contra o s Lápitas (XII 462 ) .
Laurentes: nome primitivo dos habitantes d o Lácio (XIV 3 3 6 , 3 4 2 , 598).
Lavínia: filha de Latino, rei do Lácio, prometida a Turo, mas que casa com Eneias (XIV
449, 45 1 , 570).
Lavínio: cidade no Lácio fundada por Eneias, designada pelo nome da esposa, Lavínia,
tradicionalmente identificada com Pratica di Mare, no Lácio (XV 728) .
Leão: constelação (II 2 8 1 ) .
Learco: filh o d e Atamante e Ino ( IV 5 17 ) .
Lebinto: ilha do mar Egeu (VIII 222).
Leda: filha de Téstio, irmã de AIteia, mulher de Tíndaro, mãe (por Júpiter metamorfose
ado em cisne) de Castor, Pólux e Helena (VI 109).
Lélaps ( 1 ) : 'Furacão', um dos cães da matilha de Actéon (Ili 2 1 1 ) .
Lélaps (2) : 'Furacão', cachorro que Prócris oferece a Céfalo, metamorfoseado em estátua
de pedra, juntamente com a raposa que perseguia (VII 77 1 ) .
Léleges: povo d a Ásia Menor que s e estabeleceu em regiões d a Grécia, como Mégara (VII
443 , VIII 6, 443 , IX 645 , 652) .
Lélex ( 1 ) : natural d e Nárico, na Lócride, participante na caçada ao javali d e Cálidon
(VIII 3 12 ) .
Lélex (2) : herói d e Trezena, na Argólide, filho d e Piteu, neto d e Pélops, companheiro de
Teseu (VIII 567, 617).
422 G L O S S Á R I O E ÍN D I C E
Lemnos: ilha d o mar Egeu consagrada a Vulcano, local d e desterro d e Filoctetes, herói
grego da guerra de Tróia (II 757, IV 1 85 ; XIII 46, 3 14, 400).
Leneu: 'o dos lagares', um dos títulos de Baco (IV 14, XI 132).
Lema: lago na Argólide, morada da Hidra, arúquilada por Hércules (1 598, IX 69, 130,
158).
Lesbos: ilha do mar Egeu (II 592, XI 55, XIII 173).
Lestrígones: povo lendário que comeu alguns companheiros de Ulisses em célebre episó
dio da Odisseia (XIV 233, 237).
Leteia: mulher de Óleno, transformada em pedra do monte Ida (X 69).
Letes: 'o rio do esquecimento' , rio que corre no mundo subterrâneo da morte, e que pro-
vocava o esquecimento (VII 152, XI 603 ) .
Lêucade: ilha no mar Jónio, frente à costa d a Acamânia (XV 289).
Leucipo: participante na caçada ao javali de Cálidon (VIII 3 06).
Lêucon: 'Branco' , um dos cães da matilha de Actéon (III 2 1 8).
Leucónoe: uma das Miníades, as filhas de Mínias (IV 168).
Leucósia: ilha do mar Tirreno, na costa da Lucânia (XV 708).
Leucótoe ( 1 ) : nome que Neptuno atribui a Ino após ser transformada em divindade ma
rinha (IV 542).
Leucótoe (2) : filha de Órcamo e Eurínome, amada por Febo, transformada em árvore do
incenso (IV 1 96, 208, 220).
Líber: divindade itálica da vinha assimilado a Baco (III 520, 528, 63 6, IV 17, VI 125, VII
294, 359, VIII 177, XI 1 04, 64 1 , XIII 65 1 ) ; d. Baco.
Líbia: actual Líbia, e por extensão África (II 237, IV 6 1 7 , XIV 77).
Líbio: natural da Líbia (V 75, 328).
Líbis: um dos marinheiros tirrenos que atacam Baco (III 617, 676).
Lícabas (1): um dos marinheiros tirrenos que atacam Baco (III 623 , 673 ) .
Lícabas (2) : partidário d e Fineu n a sua disputa contra Perseu (V 60).
Lícabas (3 ): Centauro que toma parte na batalha contra os Lápitas (XII 302).
Licáon: 'Homem-lobo', rei da Arcádia, pai de Calisto, metamorfoseado em lobo após ter
tentando matar Júpiter (I 165, 198, 2 1 8, 22 1 , II 495 , 497, 526).
Licas: servidor de Hércules metamorfoseado em rochedo (IX 155 , 2 1 1 , 2 1 3 , 229) .
Liceto: partidário de Fineu no combate contra Perseu (V 86).
Liceu ( 1 ) : 'o monte dos lobos', monte da Arcádia (I 2 1 7 , 699, VIII 3 17 ) .
Liceu (2) : local nos arredores d e Atenas onde s e situou a escola d e Aristóteles (II 7 1 0 ) .
Lícia: região da Ásia Menor; no livro VI, certos camponeses são metamorfoseados e m rãs
(IV 296, 297, VI 3 17 , 339, 3 83 , IX 645 , XII 1 16; XIII 255 ) .
Lícidas: Centauro que toma parte na batalha contra o s Lápitas (XII 3 1 0).
Licisca: 'Lobazinha', uma das cadelas da matilha de Actéon (III 220).
Lico ( 1 ) : rio da Ásia Menor, afluente do Meandro (XV 273 ) .
Lico (2) : Centauro que toma parte n a batalha contra o s Lápitas (XII 332).
Lico (3 ) : companheiro de Diomedes, metamorfoseado em gaivota (XIV 504).
Licormas (1): rio da Etólia (II 245 ) .
Licormas (2) : u m dos Cefenes, no combate entre Perseu e Fineu (V 1 1 9).
Licotas: Centauro que toma parte na batalha contra os Lápitas (XII 350).
GLOS SÁRIO E ÍNDICE 423
Nereides: ninfas d o mar, filhas d e Nereu (1 3 0 1 , V 1 7 , XI 3 6 1 , XIII 899, XIV 264). Refe
rência a uma Nereide em particular (Tétis: XI 258, XII 93 ; Psâmate: XI 3 80; Gala
teia: XIII 749, 858).
Nereto: cidade de Calábria (XV 5 1 ) .
Nereu: deus d o mar, esposo d e Dóris, pai d e cinquenta filhas, a s Nereides, entre a s quais
Tétis e Galateia (1 187, II 268, VII 685 , XI 2 19, 3 6 1 , XII 24, 94, XIII 162, 742 ) .
Nérito: monte d e Ítaca, considerado por Vergílio e Ovídio como ilha (XIII 7 12, XIV 159,
564).
Nessa: Centauro, filho de lxíon e Néfele, morto por Hércules (IX 1 0 1 , 1 08, 1 12 , 1 19, 12 1 ,
13 1 , 153 , XI I 308, 454) .
Nestor: rei d e Pilas, filho d e Neleu, famoso pela sabedoria e provecta idade (VIII 3 13 ,
365, XI I 169, XII 537, 542, 577, XIII 63 , 64, XV 83 9).
Nictélio: 'Noctumo', um dos epítetos gregos de Baco (IV 15).
Nicteu (1): pai de Antíope (VI 1 1 1 ) .
Nicteu (2) : companheiro d e Diomedes, metamorfoseado e m gaivota (XIV 504).
Nictímene: filha de Epopeu, metamorfoseada em coruja (II 592, 593 ) .
Nileu: suposto filho d o Nilo, partidário d e Fineu n o combate contra Perseu (V 187).
Nilo: rio do Egipto (1 422, 728, II 254, V 1 87 , 324, IX 774, XV 753 ) .
Ninfas: divinidades menores, que habitavam nos bosques, fontes e campos (1 192 etc.).
Nino: rei e fundador de Nínive, esposo de Semíramis (IV 88).
Níobe: filha de Tântalo e de Díone, esposa de Anfíon, rei de Tebas; transformou-se em rocha
no monte Sípilo de onde brota uma nascente (VI 149, 155, 165, 2 1 1 , 273 , 287, 403 ).
Nisa: local lendário na Índia, onde as ninfas locais criaram Baco (111 3 14).
Niseu: 'o de Nisa' , epíteto de Baco (IV 13 ) .
Nisa: filho d e Pandíon, irmão d e Egeu, rei d e Mégara, pai d e Cila, apaixonada por Minas,
metamorfoseado em águia marinha (VIII 8, 17, 35, 90, 126).
Nixo: constelação também chamada Engónasis, geralmente considerada a constelação
Hércules (VIII 182).
Nixos: divindades propiciadoras dos partos (IX 294).
Noite: personificação (IV 452, VII 1 92, XI 607 , XIV 404, XV 3 1 ).
Nómia: ninfa apaixonada pelo pastor Dáfnis; rejeitada, metamorfoseou-o em pedra (IV
277).
Nonácris: montanha na Arcádia (1 690, II 4 10, VIII 426).
Nórico: região entre a Rétia e a Panónia, a sul do Danúbio, parte da actual Áustria (XIV
7 12).
Noto: vento do sul, também designado Austro (1 264).
Numa: Numa Pompílio, segundo rei de Roma, tradicionalmente relacionado com a for-
mulação das estruturas religiosas da cidade (XV 4, 480, 486).
Numício: rio do Lácio (XIV 328, 599).
Númidas: povo da Numídia, em África (XV 754).
Numitor: rei de Alba, irmão de Amúlio (XIV 773 ) .
Nuvem: ver Néfele (3 ) .
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 429
Oceano: divindade marinha, esposo de Tétis (Il 5 10, Vll 267 , IX 499, 594, XIII 292, 95 1 ,
XV 12, 30, 830).
Ocírroe: 'Rio veloz', filha do centauro Quíron e da ninfa Caricio, metamorfoseada em
égua (Hipe ou Hipo) (II 63 8).
Odrísios: povo da Trácia, junto ao Hebro (VI 490, XIII 554).
Ofeltes: um dos marinheiros tirrenos que atacam Baco, metamorfoseado em golfinho (III
605 , 64 1 ) .
Ófio: pai d e Combe (VII 3 83 ) .
Ofíon: gigante, rei dos Titãs antes d o tempo d e Crono e Reia, destronado e lançado no
Tártaro por Júpiter, pai do centauro Âmico, que toma parte na batalba contra os Lá
pitas (XII 245).
Ofiúco: constelação (VIII 1 82 ) .
Ofiúsa: 'a das serpentes', nome dado a várias ilhas, sobretudo a Chipre e Rodes (X 230).
Oileu: rei dos Lócrios, pai de Ájax menor (XII 622) .
Óleno ( 1 ) : pai de Ege, que s e transformou e m cabra; mais tarde, metamorfoseou-se e m es
trela na constelação Auriga (III 594).
Óleno (2) : pai de Téctafo, um dos Lápitas que toma parte na batalha contra os Centauros
(XII 433 ) .
Óleno (3 ) : esposo d e Leteia; metamorfoseado com a esposa em rochedo n o monte Ida,
por Leteia se ter vangloriado de ser mais bela que uma deusa (X 68).
Olíaros: ilha do mar Egeu (VII 469) .
Olímpo ( 1 ) : montanha entre a Tessália e a Macedónia, lendária morada dos deuses (I 155,
2 12, II 60, 225, VI 487, VII 225 , IX 499, XIII 761).
Olímpo (2) : flautista, discípulo e hipotético filho do sátira Mársias (VI 3 93 ) .
Onetor: guardião dos rebanhos d e Peleu (XI 348).
Onquesto: cidade de Beócia (X 605).
Ops: deusa itálica, irmã e esposa de Saturno (IX 498).
Órcamo: rei de Babilónia, pai de Leucótoe (IV 2 12 , 236).
Orco: outro nome para o reino da morte (XIV 1 16).
Orcómeno ( 1 ) : cidade da Arcádia (V 607)
Orcómeno (2) : cidade da Beócia (VI 416).
Oréades: ninfas dos montes (VIII 787 ) .
Oresítrofo: 'criado nos montes', u m dos cães d a matilhade Actéon (III 23 3 ) .
Orestes: filho de Agamenón e d e Clitemnestra, vinga a morte d o pai matando a mãe e
Egisto (XV 490) .
Orfeu: poeta da Trácia, filho de Apolo e Calíope, esposo de Eurídice (X 3 , 1 1 , 12, 50, 64,
79, 89, 143 , XI 1, 5, 8, 22, 23 , 44, 66, 92) .
Orfne: 'Escuridão', ninfa d o mundo subterrâneo d a morte, mãe d e Ascálafo (V 539).
Onbaso: 'Montanhês', um dos cães da matilha de Actéon (III 2 10).
Oriente: (IV 20, 56, 197 , VII 266).
Orio: Lápita que toma parte na batalha contra os Centauros (XII 262 ) .
Oríon: caçador, filho d e Euríale e Neptuno, metamorfoseado e m constelação (Oríon); p ai
das Corónides, a s filhas que s e sacrificaram para salvar a cidade d e uma epidemia
(VIII 207 , XIII 294, 692 ) .
430 GLOSS ÁRIO E Í-N D I C E
Oritia: filha d e Erecteu, rei d e Atenas, irmã de Prócris, esposa de Bóreas, mãe de Cálais e
Zetes (VI 694, 707 , VII 695 , 7 1 1 ) .
Orneu: Centauro que toma parte n a batalha contra o s Lápitas (XII 3 02 ) .
Orontes: rio n a Síria (II 248).
Ortígia ( 1 ) : 'ilha das codornizes', antigo nome da ilha de Delas, berço de Apolo de Diana,
por isso apelidada Ortígia (I 694 , X'V 336).
Ortígia (2): 'ilha das codornizes', ilha junto a Siracusa na Sicília (V 499, 640)
Osíris: deus egípcio, esposo de Ísis (IX 693 ).
Ossa: montanha na Tessália (1 155 , II 225, VII 224, XII 3 1 9).
Ótris: montanha na Tessália (II 22 1 , VII 225, 352, XII 174, 5 12 ).
Outono: personificação da estação do ano (I I 29).
Pã: deus dos bosques e dos rebanhos (1 698, 705 , XI 147, 153, 160, 1 7 1 , XIV 515, 63 8).
Pactolo: rio da Lídia (VI 16, XI 87 ) .
Pafo ( 1 ) : cidade d e Chipre (X 290, 530).
Pafo (2) : filha de Pigmalião (X 297, 298).
Págasas: porto de Iolco na Tessália, de onde parte a nau Argo na expedição dos Argonau
tas (VII 1, VIII 349, XII 4 1 3 , XIII 24).
Paládio: estatueta sagrada de Palas em Tróia (XIII 99).
Palamedes: filho de Náuplio, herói grego na guerra de Tróia; denunciou o logro de Ulis
ses para escapar à guerra; mais tarde, Ulisses acusá-lo-á falsamente de trair a causa
dos gregos, forjando uma carta e escondendo ouro na sua tenda como prova de su
borno (XIII 38, 56, 308, 3 10).
Palante (1): filho de Pandíon, rei de Atenas, irmão de Egeu, pai de Clito e Butes (VII 500,
665, 666).
Palante (2) : filho dos Titãs Crio e Euríbia, pai de Aurora numa versão (noutra versão os
pais de Aurora são os Titãs Hiperíon e Teia) (IX 42 12, X'V 191, 7 0 1 ) .
Palas: epíteto d a deusa grega Arena, Mínerva e m Roma (11 553 , 567, 7 12 , 834 , III 1 0 1 , IV
38, V 46, 263 , 336, 375, VI 23, 26, 36, 44, 70, 129, 135, VII 399, 723 , VIII 252 , 275 ,
XII 15 1 , 360); cf. Minerva.
Palatino: um dos montes de Roma, berço de Rómulo e Remo; no tempo de Ovídio, aí vi
via Augusto (1 176, XIV 333, 622 , 822 , X'V 561).
Palémon: filho de Aramante e lno-Leucótoe, metamorfoseado em divindade marinha (IV
542, XIII 9 1 9) ; cf. Melicertes.
Palene: península na Macedónia (X'V 356).
Palestina: região no Médio Oriente (V 145)
Palestinos: naturais da Palestina (IV 45 ) .
Palicos: irmãos gémeos, filhos d e Júpiter, que na cidade d e Palica, na Sicília, eram consi
derados deuses protectores da fecundidade e do juramento, e relacionados com os
fenómenos vulcânicos (V 405 ) .
Palidez: personificação (VIII 790) .
Palilias: festa em honra da deusa Pales, celebrada em Roma a 2 1 de Abril, dia da fundação
da Cidade (XIV 774).
Palínuro: piloto da nau de Eneias (XIV 88).
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 43 1
Peletrónio: região d a Tessália habitada pelos Centauros e Lápitas, que toma o seu nome
do rei epónimo dos Lápitas, Peletrónio (XII 452) .
Peleu: filho d e Éaco, irmão d e Télamon e Foco, marido d e Tétis e p ai d e Aquiles (VII 477,
669, 864, VIII 309, 380, XI 2 17, 238, 227, 244, 246, 250, 259, 266, 275, 284, 289,
349, 350, 379, 3 89, 398, 399, 407, XII 1 93 , 366, 3 65 , 387, 604, 616, XIII 15 1 , 155,
XV 856).
Pélias: irmão de Éson (VII 299, 3 04, 322 ) .
Pélion: montanha na Tessália (I 155 , VI I 224, 3 5 2 , XI I 75 , 5 1 3 , XIII 108).
Pélops: filho de Tãntalo e irmão de Níobe, pai de Atreu e Tiestes (VI 404, 4 1 1 , 414, VIII
623 ) .
Peloro: ponta nordeste d a Sicília (V 3 5 0 , XI I I 726, XV 706).
Pémenis: 'Pastora', uma das cadelas da matilha de Actéon (III 2 15).
Penates: divinidades romanas do lar, frequentemente significando a casa (I 17 4, 23 1 , 773 ,
III 539, V 155 , 497, 650, VII 574, VIII 9 1 , 637 , IX 446, 63 9, XII 55 1 , XV 864).
Penélope: esposa de Ulisses (VIII 3 15, XIII 3 0 1 , 5 1 1 , XIV 67 1 ) .
Peneu: rio n a Tessália, e respectivo deus, pai d e Dafne (I 452 , 472, 504, 525 , 544a, 570, II
243 , VII 230, XII 209).
Pentesileia: filha de Ares (Marte), rainha das Amazonas; tomou parte na guerra de Tróia
do lado de Príamo, morrendo às mãos de Aquiles (XII 6 1 1 ) .
Penteu: rei d e Tebas, filho d e Equíon e d e Agave, neto d e Cadmo, opõe-se à introdução
do culto dionisíaco na cidade e acaba despedaçado pela mãe e suas companheiras de
delírio (III 5 1 3 , 526, 532, 5 6 1 , 577, 692, 701, 706, 7 12 , IV 22, 429, V 5 1 3 , 701).
Peónia: região no norte da Macedónia (V 3 03 , 3 14).
Peparetos: ilha no mar Egeu (VII 470) .
Perdiz: sobrinho de Dédalo, metamorfoseado em perdiz (VIII 237, 242 , 255) .
Pérgamo: cidadela d e Tróia, designando, por extensão, Tróia (XII 445 , 5 9 1 , XIII 168,
2 1 9, 320, 349, 374, 507 , 520, XIV 467 , XV 442).
Pergo: lago vizinho à cidade de Hena, no centro da Sicília (V 3 86).
Periclimeno: filho de Neleu, irmão de Nestor; metamorfoseado em ave por Posídon, seu
avô, foi morto por Hércules (XII 556).
Perifante ( 1 ) : rei da Ática, esposo de Fene, metamorfoseados em águia e falcão respectiva-
mente (VII 400).
Perifante (2) : Lápita que toma parte na batalha contra os Centauros (XII 449).
Perifetes: filho de Vulcano, salteador famoso do Epidauro (VII 437).
Perímele: ninfa amada por Aqueloo, metamorfoseada em ilha (VIII 5 9 1 , 605 ) .
Perrébia: região no noroeste da Tessália (XII 1 7 2 , 1 7 3 ) .
Perse: Oceãnide, m ã e d e Circe (IV 205).
Perséfone: nome grego de Prosérpina, divindade do mundo infernal da morte, esposa de
Plutão e filha de Deméter (Ceres) (V 469, X 15, 729) ; cf. Prosérpina.
Perses: pai de Hécate (VII 74).
Perseu: filho de Júpiter e de Dánae, salvador de Andrómeda (IV 6 1 1 , 63 9, 665 , 672, 697 ,
699, 7 1 8 , 730, 766, 770, 772, V 16, 30, 3 3 , 34, 56, 69, 79, 99, 128, 137, 167, 176, 178,
1 84, 190, 20 1 , 2 1 6, 236, 248, 250)
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 433
Saturno (gr. Crono): soberano do mundo antes de Júpiter; pai de Júpiter, Juno, Neptuno
e Plutão (1 1 13 , 163 , 6 1 3 , 616, 722, II 435, 53 1 , III 27 1 , 294, 3 3 3 , 3 65, IV 448, 464,
V 330, 420, VI 1 16, 126, VIII 703 , IX 176, 243 , 498, XIV 320, 7 8 1 , XV 858).
Século: personificação (II 26).
Sedição: personificação (XII 6 1 ) .
Sémele: filha de Cadmo, irmã d e Agave, lno, Autóne, e mãe d e Baco (III 260, 2 7 4 , 287,
292 , 329, 5 10, 520, V 329, IX 642 ).
Semíramis: rainha da Babilónia, filha de Dércetis, metamorfoseada em pomba (IV 47, 58,
V 85 ) .
Sereias: filhas d e Aqueloo, companheiras d e Prosérpina, metamorfoseadas e m ninfas do
mar, metade mulher, metade pássaro, cujo canto seduzia os marinheiros causando
-lhes a morte (V 555, XIV 87).
Serifo: ilha do mar Egeu do arquipélago das Cídades (V 242 , 252, VII 464).
Serpente: constelação (II 138, 173 , VIII 182).
Síbaris ( 1 ) : cidade na Lucârúa, no sul de Itália, no golfo de Tarento (XV 5 1 ) .
Síbaris (2 ) : rio perto d e Síbaris, hoje Coscile (XV 3 15).
Sibila: sacerdotisa de Apolo em Cumas, perto de da baía de Nápoles, uma fundação de
descendência da Eubeia (XIV 1 04, 1 2 1 , 135, 154, XV 7 12).
Sicília: ilha do Mediterrâneo, também designada Sicânia ou Trinácia, hoje Sicília (V 347,
361, 412, 464, 495 , 476, VII 65 , VIII 283 , XIII 724, 770, XIV 7 , XV 279, 706, 825 ).
Ver Sicânia, Trinácia.
Sídon: cidade do Peloponeso, a oeste de Corinto (III 2 16).
Sídon (1): cidade costeira na Fenícia, a moderna Sídon no Líbano (II 840, III 129, IV 572,
X 267 , XIV 79).
Sídon (2 ): designação dada à cidade de Tebas, fundada por habitantes de Sídon na Fení-
cia (IV 543 ) .
Siene: cidade d o Alto Egipto (V 7 4).
Sífnos: ilha do mar Egeu do arquipélago das Cídades, moderna Sifanic (VII 465).
Sigeu: cabo perto de Tróia (XI 197, XII 71, XIII 4).
Sileno: sátiro, ancião ébrio do séquito de Baco (IV 26, XI 90, 99, XIV 639).
Silvano: divinidade romana dos campos (1 193 ) .
Sílvio: rei d e Alba (XIV 6 1 0 ) .
Simeto: rio a sul d o Etna, na Sicília, e respectivo deus, avô d e Ácis, o amado d e Galateia
(XIII 750, 879, 886).
Simoente: rio da região de Tróia (XIII 324).
Simplégades: rochedos à entrada do Bósforo que chocavam um no outro esmagando os
barcos que passavam; após a passagem da nau Argo, ficaram fixos para sempre (VII
62, XV 338).
Sínis: salteador no Istmo de Corinto morto por Teseu (VII 440).
Sinuessa: cidade da Campârúa (XV 7 15).
Sípilo (1): monte entre a Lídia e a Frígia, onde Níobe permaneceu petrificada (VI 149,
3 1 1)_
Sípilo (2 ): filho de Níobe (VI 230).
43 8 GLOSSÁRIO E ÍNDICE
Siracusa: cidade n a Sicília, fundada pela dinastia dos Baquíades d e Corinto ( V 408, 499,
640) .
Siringe: n infa amada por P ã , metamorfoseada e m canavial, a partir d o qual o deus fabrica
a sua flauta (1 69 1 , 705 ) .
Siros: ilha d o mar Egeu, uma das Cíclades (VII 464).
Sirte: uma de duas áreas na costa entre Cartago e Cirene, proverbialmente perigosas para
os navios (VIII 120) .
Sísifo: filho de Éolo (2), célebre pelo castigo eterno de ter de subir um pedregulho por
uma encosta acima, que, prestes a atingir o cume, rola de volta para baixo (IV 460,
466, X 44, XIII 26, 3 1 ) .
Síton: u m hermafrodíta (IV 280).
Sitónia: região da Trácia, derivado de Síton, lendário rei epónimo, e, por extensão, a Trácia
(VI 587, XIII 57 1 ) .
Sol: deus ( II 1 , 3 2 , 154, 162, 3 94, 75 1 , 770, II 1 , 32, 153 , 162 , 3 04, 329, 3 8 1 , 394, IV 170, 192,
2 14, 234, 238, 24 1 , 157, 270, 488, 634, VII 96, 209, 663 , IX 736, Xl 353 , XIII 852, 853 ,
XIV 10, 3 3 , 346, 375, XV 30, 192); ver também Apolo, Febo, Hiperíon, Titã.
Sono: personificação (VIII 823 , XI 586, 593 , 623 , 646).
Surrento: cidade de Campânia, na ponta sul do Golfo de Nápoles (XV 7 10).
Sussurros: personificação (XII 61)
Tácio: rei dos Sabinos (XIV 775, 804, 805 ) .
Tages: nascido de u m torrão d e terra, ensinou aos Etruscos a arte dívinatória dos arúspi
ces (XV 558).
Taígete: uma das Plêiades, filhas de Atlas e Plêione, transformadas na constelação do
mesmo nome (III 595).
Támaso: cidade de Chipre (X 644) .
Tánais: rio da Cítia, hoje o Don ( I I 141).
Tântalo ( 1 ) : rei da Frígia, filho de Júpiter e da ninfa Pluto, pai de Níobe e de Pélops, avô
de Atreu e Tiestes, bisavô de Agamémnon e Menelau, condenado no Inferno a uma
fome e sede eternas (embora tivesse alimento e bebida a rasar os lábios) por tentar
roubar o alimento dos deuses (IV 458, VI 172, 2 1 1 , 240, 408; X 4 1 , XII 616).
Tântalo (2): filho de Níobe, neto do rei da Lídía do mesmo nome (VI 140).
Tarento: cidade do sul de Itália, na Calábria, Magna Grécia (XV 50).
Tarpeia: jovem romana do templo de Rómulo, que traíu os Romanos ao deixar entrar os
inimigos Sabinos na cidadela do Capitólio; como prémio pela traição, foi morta pe
los próprios inimigos sob os seus escudos (XIV 776); dá o nome a um rochedo no
Capitólio (hoje, rocca Tarpea) , associada ao castigo a infligir aos traidores (XV 866).
Tártaro: nome para o mundo subterrâneo da morte (1 1 13 , II 2 6 1 , V 3 7 1 , 423 , VI 675 , X
20, XI 670, XII 257, 523 , 619); por vezes é designado por Caos (X 30, XIV 404).
Tartesso: região sul da Península Ibérica, por extensão a Hispânia (XIV 416).
Taumante ( 1 ) : filho de Ponto (o rnar) e Geia (a terra); de Electra, uma das filhas do Oceano,
teve por filhas as Harpias e Íris (IV 480, XI 648, XIV 846).
Taumante (2): Centauro que toma parte na batalha contra os Lápitas (XII 3 03 ) .
Tauro: maciço d e montanhas na Ásia Menor (II 2 17).
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 439
Teseu: rei d e Atenas, filho d e Egeu (ou d e Neptuno), pai d e Hipólito e amigo de Pirítoo,
vencedor do Minotauro; abandona Ariadne em Naxos (também chamada Dia), que
o ajudara a vencer o monstro (VII 404, 42 1 , 433, VIII 174, 263 , 303, 406, 548, 55 1 ,
560, 565, 573 , 726, IX 1 , XI I 227 , 237, 342, 355, 359, XV 493 , 498, 504, 856).
Téspias: cidade na Beócia, perto do monte Hélicon (V 3 09).
Tessália: região nordeste da Grécia (VII 222 , VIII 768, XII 1 90) .
Téstio: rei de Plêuron, teve numerosos filhos, entre os quais Alteia (a mãe de Meleagro) ,
Leda, Hipermestra, Ificto, Evipo e o s Testíadas (Plexipo e Toxeu) (VIII 304, 433 ,
452, 473 , 487 ) .
Testor: pai d o adivinho Calcas (XII, 19, 2 7 ) .
Tétis ( 1 ) : deusa do mar, esposa d e Oceano ( I I 6 8 , 1 5 6 , 5 0 9 , IX 499, XI 784, XIII 95 1 ) .
Tétis (2) : ninfa d o mar, filha d e Nereu e d e Dóris, mãe d e Aquiles (XI 2 17 , 22 1 , 226, 237,
258, 264, 400, XII 93 , 1 94, XIII 162, 288, 3 0 1 ) .
Teucro ( 1 ) : primitivo rei d e Tróia (XIII 706) .
Teucro (2) : filho de Telámon e Hesíone, fundador de Salamina em Chipre (XIII 157, XIV
699).
Teucros: nome para os Troianos, derivado do nome do antigo rei Teucro (XIII 705, 728,
XIV 72); cf. Troianos.
Teutrante: rei da Mísia (II 243 ) .
Tiberino: rei d e Alba, d e quem o rio tomou o seu nome (anteriormente chamava-se Ál
bula) (XIV 614).
Tibério: enteado de Augusto e seu sucessor (XV 836).
Tibre: rio que atravessa o Lácio e Roma, chamado primitivamente Álbula (II 259, XIV
426, 448, 615, XV 432 , 624, 728) .
Tício: gigante condenado ao castigo de ter o fígado eternamente a ser debicado por abu
tres, por tentar violar Latona (IV 457, X 43 ) .
Tideu: pai d e Diomedes ( XI I 622 , XI II 6 8 , 2 3 9 , 3 5 0 , XV 769).
Tiestes: irmão de Atreu, filho de Pélops e Hipodamia; Atreu serviu os filhos de Tiestes
num banquete, e um outro filho seu, Egisto, vingou o pai, matando Agamémnon, fi
lho de Atreu (XV 462).
Tifeu: gigante vencido por Júpiter e esmagado sob o Etna (III 304, V 321, 325, 348, 352,
XIV 1 ) .
Tigre: 'Tigre', um dos cães da matilha d e Actéon (III 2 17 ) .
Timolo: ver Tmolo.
Tíndaro: rei de Esparta, esposo de Leda e falso pai dos Dioscuros Castor e Pólux, e de
Helena (Júpiter é, de facto, o pai) e Clitemnestra (VIII 3 0 1 , XV 232).
Tínia: região da Ásia Menor, identificada com a Bitínia e a Frígia (VIII 7 1 9).
Tioneu: 'filho de Tíone' , epíteto de Baco (IV 13 ) .
Tirésias: famoso adivinho cego d e Tebas, mudou d e sexo duas vezes (III 3 2 3 , 348, 5 1 1 , VI
157) .
Tiríntia: Alcmena, p o r s e r d e Tirinto ( V I 1 12 ) .
Tirinto: cidade da Argólide, pátria d e Hércules (VII 410, IX 6 6 , 268, XII 5 64, XIII 401)
Tiro ( 1 ) : cidade da Fenícia, famosa pela púrpura (II 845 , III 35, 258, 539, V 51, 390, VI 61,
223 , IX 3 4 1 , X 2 12, XI 166, XV 287 ) .
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 44 1
Tiro (2): filha de Salmoneu; de Neptuno, disfarçado de rio Enipeu, tem Pélias e Ndeu; de
Creteu tem Éson, Féretes e Amintáon (VI 1 17 ) .
Tirrénia: Etrúria, região d a Itália a norte d o Lácio, chamda a partir d o herói epónimo Tir-
reno (XIV 452 ) .
Tirreno: m a r que banha a costa ocidental d e Itália (XIV 8).
Tirrenos: outra designação para os Etruscos (III 576, 696, IV 24, XIV 8, X'I! 553 , 577).
Tisbe (1): jovem da Babilónia, amada de Píramo, cujo sangue coloriu para sempre as ba-
gas da amoreira (IV 55, 7 1 , 93 , 99, 1 1 6, 143 , 145 ) .
Tisbe (2 ): cidade d a Beócia (XI 300).
Tisífone: uma das Fúrias (IV 479, 98 1 ) .
Titã ( 1 ) : o Sol, filh o d o Titã Hiperíon (1 10, I I 1 1 8, VI 438, VII 3 98, X 7 8 , 174, XI 257,
XIII 968, XIV 14, 376, 3 82, 43 8).
Titã (2 ) : Hiperíon, pai do Sol (IV 192 , 24 1 ) .
Titã (3 ) : Jápeto, pai d e Epimeteu, avô d e Pirra ( 1 3 95 ).
Titã (4) : Ceo, pai de Latona, avô de Diana (III 173 , VI 1 85, 346, 366)
Titono: irmão de Príamo, amado de Aurora, que obteve a imortalidade (IX 422 ) .
Tiepólemo: filh o d e Hércules (XII 5 3 7 , 574).
Tmolo (ou Timolo): montanha na Lídia e o deus a ela associado (II 2 17, VI 15, XI 86, 150,
156, 163 , 170, 194).
Toactes: partidário de Fineu no combate contra Perseu (V 147 ) .
Toante ( 1 ) : rei d e Lemnos, pai d e Hipsípile (XIII 400).
Toante (2 ) : filho de Andrémon (XIII 357 ) .
Tonante: epíteto d e Júpiter como deus dos trovões e dos relâmpagos (1 170, I I 466, XI
198, 3 1 9).
Tóon: soldado lício às ordens de Sarpédon morto por Ulisses (XIII 259).
Tóos: 'Ágil ' , um dos cães da matilha de Actéon (III 22 1 ).
Touro: constelação (II 80).
Toxeu: filho de Téstio, rei de Plêuron, irmão de Alteia e Plexipo, morto com Plexipo pelo
sobrinho Meleagro na sequência da caçada ao javali de Cálidon (VIII 3 04, 434,
44 1 ) .
Tracas: nome d e Tarracina, cidade n o Lácio, e m Itália, moderna Terracina { X'I/ 7 17 ) .
Trácia: região nordeste d a Grécia, compreendo a Macedónia Grega, a Macedónia e parte
da Bulgária (VI 87 , 424, 434, 66 1 , 682 , IX 194, X 83 , XI 1, 92 , XIII 436, 439, 537,
565 , 628).
Trácios: habitantes da Trácia (V 277 ) .
Tráquin: cidade d a Tessália, onde reinava Céix ( XI 2 6 9 , 283 , 35 1 , 5 0 2 , 627 ) .
Trezena: cidade d a Argólide ( VI 4 1 8 , VIII 567, X'I! 296, 506) .
Trinácria: Sicília (V 347, 476) .
Triões: constdação da Ursa Maior, dita os Sete Triões, segunda transfiguração que sofreu
Calisto, sendo a primeira em ursa (1 64, II 17 1 , 528, X 447 ) . Ver Hélice.
Tríopas: pai de Erisícton e avô de Mestra (VIII 75 1 , 872) .
Triptólemo: filh o d e Celeu, rei d e Elêusis (V 645, 653 , 66 1 ) .
442 GLOSSÁRIO E ÍNDICE
Tritão: deus d o mar, filho e trompeteiro de Neptuno, génio d o lago Tritónis n a Líbia, e pai
de Palas, a companheira de Minerva (I 3 3 1 , II 8, VI 3 84, XIII 919).
Tritónia: epíteto de Minerva, ver Tritónis (VI 3 85 ) .
Tritónis ( 1 ) : lago n a Líbia o u ri o n a Beócia, consagrado a Minerva (frequente o epíteto Tri-
tónia) (II 783 , 794, III 127, V 250, 270, 645 , VI 1 , VIII 548).
Tritónis (2) : lago porventura na Calcídica, se não for o anterior (XV 358).
Triunfo: personificação (1 561, III 127, VIII 358).
Trívia: epíteto de Diana, identificada com Hécate e com a Lua, como ' deusa dos cruza
mentos' (II 4 1 6 ) .
Tróia: cidade na Frígia, junto a o estreito dos Dardanelos, geralmente identificada com
Hissarlik na Turquia (VIII 3 66, IX 3 , XI 200, 208, 215, 758, XII 20, 26, 587, XIIl 23 ,
53 , 169, 1 97 , 226, 246, 325, 336, 339, 343 , 348, 375, 379, 404 , 420, 429, 481, 500,
534, 538, 566, 577, 623 , 655 , 72 1 , XV 160, 422 , 440, 442 , 770) ; cf. Ílion; Pérgamo.
Troianos: naturais de Tróia (XI 773 , XII 66, 605 , XIII 9 1 , 269, 274, 42 1 , 481, 534, 538,
566, 572, 702, 705 ( = Teucros), 728 ( = Teucros), XIV 72 ( = Teucros) , 75, 1 10, 155,
220, 245 , 456, XV 437, 73 1 ) .
Túrios: cidade n a Calábria, n o sul d e Itália, junto a Síbaris ( XV 52).
Tumo: rei dos Rútulos no Lácio, adversário de Eneias quando conquistou este território
para fixar os Troianos fugidos da destruição de Tróia, metamorfoseado em garça
real (XIV 45 1 , 460, 530, 540, 567, 573 , 574, XV 773 ) .
Tuscos: outra designação para o s Etruscos (III 625 , XIV 223 , 615).
Ulisses: herói da guerra de Tróia, esposo de Penélope, filho de Laertes e rei de Ítaca (XII
625, Xlll 6, 14, 18, 48, 55, 62 , 65, 83 , 92 , 98, 103 , 107, 124, 240, 3 05 , 342, 3 87, 425 ,
485, 7 12, 773 , XIV 7 1 , 159, 169, 1 80, 1 92, 226, 242 , 289, 563 , 67 1 ) .
Urânia: 'a Celeste' , um das nove Musas, dedicada à astronomia ( V 260, 294, 337)
Venilia: ninfa, mãe de Canente, amada de Pico (XIV 334).
Vénulo: soldado rútulo, enviado a Diomedes para pedir auxilio (XIV 457, 460, 5 12 ) .
Vénus (gr. Afrodite): deusa d o amor, mãe d e Cupido e d e Eneias, esposa d e Vulcano ( 1
463 , III 132, 294, 323 , IV 1 7 2 , 1 90, 258, 288, 3 7 9 , 3 84, 53 1 , V 3 3 1 , 3 64, 3 7 9 , VII
802, IX 424, 482, 553 , 634, 728, 734, 796, X 80, 229, 239, 270, 277, 291, 324, 434,
524, 525, 529, 640, 7 1 7 , XI 3 06, XII 198, XIII 624, 674, 759, 875, XIV 27, 42, 1 4 1 ,
3 80, 477, 487, 494, 572, 587, 602, 634, 693 , 760, 783 , XV 3 86, 7 6 1 , 779, 803 , 816,
843 ) . Muitas vezes designa o próprio amor, matrimónio ou o acto sexual (Ili 294,
323 , IV 258, VI 460, IX 1 4 1 , 553 , 639, 728, 739, X 79, 324, 434, 548, XI 306, XII
198, XIII 875 , XIV 42, 1 4 1 , 3 80, 634). Cf. Ericina.
Vénus Espectadora: era venerada num templo em Salamina, na ilha de Creta (XIV 760) .
Verão: personificação da estação do ano (II 28).
Vertumno: deus itálico das estações, enamorado de Pomona, a deusa dos frutos (XIV 642,
678, 765 ) .
Vesta: deusa romana d o fogo doméstico e da cidade ( XV 73 1 , 7 7 8 , 864, 865 ) .
Vírbio: ' o que fo i homem duas vezes', nome d e Hipólito, ressuscitado p o r Esculápio ( XV
544).
Vitória: personificação e deusa (VI 82, VIII 1 3 ) .
GLOSSÁRIO E ÍNDICE 443
Vulcano: deus do fogo e da metalurgia, esposo de Vénus, por vezes personificando o pró
prio fogo (II 1 06, 757, IV 173 , 1 85 , VII 1 05 , 437, IX 25 1 , XII 614 (=fogo), XIII
3 14). Ver Múlciber.
Vulrurno: rio da Campânia, que corre a norte de Nápoles, moderno Volturno (XV 7 14).
Xanto (1): rio junto a Tróia, chamado também Escamandro; as duas vezes que ardeu foi
quando houve o combate contra Hércules, por Laomedonte se recusar a pagar o
preço pela construção das muralhas de Tróia, e depois na própria guerra de Tróia (II
245 ).
Xanto (2): rio na Lícia (IX 646) .
Zancle: nome primitivo da cidade de Messina, na Sicília (XIII 729, XIV 5, 47, XV 240) .
Zéfiro: vento de oeste, também chamado Favónio, geralmente considerado brando e suave
(I 64, 1 08, XIII 726, XV 700).
Zetes: filho de Bóreas e Oritia, que, juntamente com o seu irmão Cálais, participou na ex
pedição dos Argonautas, e libertou Fineu das Harpias (VI 7 1 6, VII 3 ) .
Acabou de imprinúr-se
em Outubro de 2014
na Pentaedro (Lisboa)
M A C E D O �I A
M A R J Ó N I O
...
M. Dír1dimo
CIROS
LÍDIA
M A R
PATMOS �