Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ISBN: 978-84-686-0375-9
Impresso em Portugal / Printed in Portugal
Impresso por Bubok Publishing
2
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
José Penedo
VIAGENS
do Cigano CASTANHO e da Cigana
MARIANA
ATRAVÉS DO MARAVILHOSO
por TERRAS do AQUÉM TEJO
I
I
3
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
4
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
J0SÉ PENED0
VIAGENS
do Cigano CASTANHO e da Cigana MARIANA
ATRAVÉS DO MARAVILHOSO
pelas TERRAS do AQUÉM TEJO
1ª JORNADA
LENDAS DO ALENTEJO I
1ª PARTIDA
lendo
LENDAS DE BEJA - O TOURO E A COBRA e outras lendas a ler
nas letras das estrelas
ou
A HUMANIDADE A CRESCER PARA A LIBERDADE
ou
o maravilhoso fantástico no imaginário alentejano
5
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
FICHA TÉCNICA
Título VIAGENS do Cigano Castanho e da Cigana Mariana através do
MARAVILHOSO por Terras do Aquém-Tejo
LENDAS DO ALENTEJO I
lendo LENDAS DE BEJA - O TOURO e a COBRA e outras...
Autor José Penedo
reescrita, introduções, estudos José Rabaça Gaspar
e pistas de leitura
coordenação e montagem
@
desenhos e arranjo gráfico JJO
ORRAG
AGAA
@ e montagens finais, pp. 397 e sg. com imgs da net.
processamento de texto e 1ª em 1989 - Amstrad PCW 8256 - JORAGA - Penedo Gordo, Beja
impressão 2ª recuperação de texto e desenhos por especial favor de Minerva,
todos os direitos reservados @ JORAGA – Pentium 200 - WinWord, Hewlett Packard Desk Jet 550C
Penedo Gordo, Beja 1993/94 a 1995/96, 2012, com todos os direitos
reservados.
ISBN 978-84-686-0375-9
O Cante dos Contos dos quatro cantos do AQUÉM TEJO
6
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
dedicatória
Para ____________________________________________
Com Amizade,
o desafio para uma Reflexão Crítica / Tomada de Consciência / para uma urgente e consciente Intervenção
Activa...
Após uma longa Aprendizagem e Docência em Permanência:, mais de 50 anos após o curso superior, mais
de 40 anos de exercício activo, e após 12 anos de Aposentação do ensino Oficial / vulgo Vida Activa / que
pode ser considerada de Professor Jubilado / Emérito no que eu chamo de ISSCCAA – Instututo Superior
de Superiores Ciências Complementares e Artes Aplicadas, aqui vos deixo
a minha ‘Tese de Mestrado a Catedra’ / ‘Oração de Sapiência’ / ‘Última Aula’ como Liturgia
Académica de uma vida que começa.
7
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
8
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E R A U M A V E Z N O A L E N T E J O...
apresentação
lendo
LENDAS DE BEJA - O TOURO E A COBRA
e outras lendas
a ler nas letras das estrelas
ou
A HUMANIDADE A CRESCER PARA A LIBERDADE
ou
o maravilhoso fantástico no imaginário alentejano
introdução
a
VIAGENS
do Cigano CASTANHO e da Cigana MARIANA
ATRAVÉS DO MARAVILHOSO
pelas TERRAS do AQUÉM TEJO
9
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
10
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
0 - em viagem...
Almeida Garrett
in VIAGENS NA MINHA TERRA (§ final)
E foi assim, leitor amigo, que um dia decidi convidar-te para entrar
no mundo do conto encantado da fantasia do ERA UMA VEZ...,
pegando de novo no bordão de romeiro que o ilustre visitante teve de
abandonar e, seguir contigo, apesar de nos escassear a sua arte, e
peregrinar por estas terras e por este Alentejo fora, em busca de
histórias, para te/me (en)co(a)ntar/es.
11
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
... até que, UMA VEZ... UMA VEZ descobri o que estava à vista de
toda a gente.
Poucos ainda o tinham descoberto. UMA VEZ descobri, disseram-me,
contaram-me, ouvi dizer que muitos dos que me diziam nem saber
ler nem escrever, liam e escreviam os mais belos contos de encantar
e cantavam dizendo os mais belos cantos capazes de cativar, e afinal,
me seduziam e embalavam, desde a meninice!
12
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
13
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
14
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
15
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
16
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
17
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
18
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
São os povos da planície do Alentejo, ouvi contar por quem corre com
eles, e os povos, da Estremadura espanhola, que eles mais sentem
19
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Não têm olhos para ver! gritou-lhe o poeta das imagens, que
andou a apanhar com a sua caixa de luz as cores da terra e das
paisagens alentejanas...
20
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Mas hoje não bailam. Mudos e que dos. Pararam ali para ouvir. O
quê? Cantar. Contar. A terra a falar. A água a correr. o ar a voar. O
fogo a crepitar. Répteis a deslizar. Grilos e ralos a gritar um grito
estonteante. Gente a murmurar. Grupos a cantar. Grupos de
namorados enlaçados ao luar...
21
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
estradas lisas e velozes pela planície além e não têm tempo de ver
que estão atravessando a terra com tesouros mais fabulosos que os
das mil noites... e uma, como diz o Borges, o poeta que via por ser
cego! ou das mil e uma noites de encantar, como dizem os poetas
que não sonham a dormir!?
Hoje é a hora de parar para ouvir esta Terra, este Povo cantar.
Contar-nos a vida com artes de encantar. Olha esta neblina de
madrugada! É a Terra a arfar. O campo a falar com sinais de fumo
que esvoaça. O seu corpo a abrir. O sol a penetrar. A Vida a gerar
Vida...
22
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
23
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
24
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E assim
25
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
ENTÃO
26
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E, cada vez que acabar uma história, lembra-te, como nos recorda
Selma Lagerlöf, quando nos fala da morte da sua avó, recordando
aquele seu hábito de se sentar no sofá de canto, no seu quarto, a
contar-nos histórias: “...sempre que terminava uma história,
passava-me a mão pela cabeça e dizia: Tudo isto é tão verdadeiro,
como eu estar aqui e tu aí, como vermo-nos uma à outra...”
27
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Basta ouvir uma vez pela milésima vez, o neto pedir: “„Vó conta
aquela da princesa... Conta aquela...”
É por isso que voltamos a parar para
CO/ANTAR
28
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
29
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
30
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Castelo de Beja
Subindo lá vai
Castelo de Beja
Tu metes inveja
Às águias reais.
(Cancioneiro Popular do Alentejo)
Beja tem uma lenda. Tem um brasão. Tem um castelo. Águias reais.
Um Touro...
Beja é uma legenda.
Rainha da planície. Centro do Baixo Alentejo. Tem no touro - rei da
planície - o símbolo da sua força. Tem nas águias - rainha das alturas
- o símbolo das suas ambições... Tem o castelo - morada de nobres
cavaleiros ao serviço do rei - o símbolo da sua nobreza.
Não tem cobras, nem serpentes, nem répteis que se revolvem no
ventre da terra!
31
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
32
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Então, quando tenho saudades dos tempos em que podia ser tudo, e
me canso de falar de futebol de política e de gravatas como as
pessoas crescidas, volto então a refugiar-me no desenho da jibóia
que engoliu um elefante e ―Depois as jibóias ficam sem se poder
mexer e dormem durante os seis meses em que fazem a digestão...‖
33
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
É esta pois a história que vamos contar, para que todos a possam
cantar e cantando se possam encantar e encantados a possam
representar apresentando a ficção que é, afinal, a realidade..., para
que enfim a possam reCRIAR.
34
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
35
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
36
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
37
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
O touro e a cobra?
A serpente e o touro?
O Bem e o Mal?
A Vida e a Morte
Guerra à opressão?
Grito: Liberdade?
Encontro fecundo de macho e de fêmea?
A revolta subtil da mulher escrava?
Encontro vital da vida e da morte?
A precariedade da vida feliz?
A busca sonhada da felicidade
sempre ameaçada?
... ...
Ou será que tudo isto
tem muito a ver afinal
com aquele mito proibido
que vedado, é consentido
no rito da morte risco
que é a tourada ancestral
que
põe frente a frente homem e touro
em combate desigual
38
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
39
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
a história esquecida
de todos sabida...
Leitura de letras
escritas nos astros
que podem ser lidas
olhando as estrelas
no céu do Alentejo
amplo e descoberto
por olhos abertos
de poetas sábios
mesmo analfabetos...
que apontam com o dedo
de olhos fechados
a Ursa maior
a Ursa menor
40
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
a Cassiopeia
o Touro, a Serpente
Signos do Zodíaco
sempre em movimento
em luta constante
donde nasce a vida
em mil repartida
pelo cosmos sem fim
onde este planeta
-pra nós o maior!
girando no espaço
em torno do sol
em torno da lua
em torno de si
à velocidade
de trinta quilómetros
num fugaz segundo
é ínfimo mundo
perdido em Galáxias
do imenso Universo.
41
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
42
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
43
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
44
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
garantiam que nada lhes faltasse, para que não faltasse nada a cada
um de todos os outros... "e assim eram felizes para sempre...‖ como
costumam acabar todas as histórias.
Começou então a ouvir-se dizer que tudo era devido a uma enorme
serpente que ainda ninguém tinha visto ao vivo, mas todos
suspeitavam já a ter entrevisto a esquivar-se e a esconder-se em
sítios esconsos esquisitos e havia mesmo quem afirmasse que o seu
esconderijo seguro era o poço do monte da cobra...
45
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
46
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
47
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
48
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
49
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
50
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
51
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
52
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Fugiu então por uma pequena rua que encontrou livre ludibriando a
multidão e serpenteando por entre a arcaria do açougue.
53
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Foram percebendo que afinal a bicha não fugia mas que se dirigia a
toda a pressa para o castelo. Que faria tudo para nele se instalar,
impedindo-os de entrar, governando então de lá, a seu bel-prazer...
Mas o povo todo junto, nesta altura era uma autêntica multidão... os
cantos-cantes redobravam de energia e de expressão... não havia
hipótese de os da frente terem medo e se deixarem atemorizar,
recuarem ou tentarem fugir... os que vinham detrás empurraram-nos
decididamente para dentro das muralhas do castelo e, os primeiros à
força por temerem o que lhes poderia acontecer, e os outros a seguir,
em catadupas, entraram.
54
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Aconteceu neste momento o imprevisto que todos afinal sabiam que podia
acontecer e desejavam ansiosamente. p. 58
55
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
56
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
57
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
58
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
59
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
60
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Conta-se ainda... Conta quem vive ou passa por aqueles lados... que
em certas noites de luar, se ouvem um rastejar e uns silvos
esquisitos e logo a seguir um restolhar de sons surdos e furiosos que
muito bem podem ser sinais de uma luta feroz e encarniçada de um
Touro e uma Cobra monstruosa... e tudo isto lá para as redondezas
do poço do monte da cobra...
61
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Conto reinventado,
todo dito e contado
como lenda encantada...
já completo encontrado
escrito com letras
no livro brilhante,
do céu cintilante,
pelo velho cigano
à luz das estrelas.
62
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
63
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
64
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
65
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
66
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
67
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
68
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
e liberta a cidade.
Há muitos muitos anos, quando Beja nem era ainda uma cidade, e
era uma terra pequena, mais pequena do que é agora, muito mais
pequena, era rodeada de campos de cultivo a toda a volta e, até
muito muito longe, até se perder a vista, havia uma mata muito
grande como se fosse uma floresta onde havia muitos animais
selvagens.
As pessoas viviam do amanho dos campos e iam à floresta para
arranjarem lenha para acenderem as lareiras e cozinharem a comida
e também para caçarem.
A certa altura tiveram de deixar de o fazer.
Os que se atreviam a entrar na floresta nunca mais voltavam e um
que conseguiu escapar falava muito aflito de uma cobra, um bicho
muito grande e muito feio, que ele vira engolir o seu companheiro.
69
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
... Saiu assim do mêo das árvores uma coisa a modos que um ramo
muito grosso que mais aparecia um tronco do qu‟ium bicho, sem
nada se poder fazeri, aquele braço apanhô o Maneli que lá ficou
apertadinho sem se poder mexeri coitadinho e foi engolido em menos
de um piscar d'olhos. Ê cá na pude fazeri mais nada sanão alargari a
fugiri e escapuli-me o mais depressa que pude...
Nunca mais houve descanso naquela terra. Nem ao campo se podia ir
trabalhar sossegado.
No tínhemos já avonde co trabalho e mais essas cavandelas todas,
e agora mais esta nos havera de aconteceri.
As pessoas da terra juntaram-se então para ver o que haviam de
fazer.
Lembraram-se de mandar um touro para os lados onde o Manel tinha
sido morto e, passados uns tempos, viram-no voltar muito
maltratado e com sinais de que esmagara a bicha.
Foi uma festa tão grande que o povo passou a pendurar nas paredes
as cabeças dos touros que tinha de matar e quando construíram a
muralha, fizeram uma grande cabeça de touro lavrada numa pedra e
lá a puseram à vista de todos, voltada para fora para meter medo às
cobras que se quisessem atrever a entrar na cidade.
E assim as pessoas puderam viver descansadas.
Vitória, vitória,
acabou-se a história.
E AGORA A TODA A HORA
O TOURO, LÁ NA MURALHA,
GUARDA A CIDADE DA COBRA.
PODEM DORMIR SOSSEGADOS!
70
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
e a cidade é libertada.
71
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
72
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Mas que é que vomecês stão p'raí aldeagando! Ele os intigos num
cuntavam nada assim! Isto é mesmo um esbarrunto ó mal
acomparado é com'ó ôtro que diz: quêm conta um conto, acrescenta
um ponto. Ele há cada paiolo mais taronjo qu'inté a gente já nem fica
esparsido!
Ora com'ê ovi contar era assim que contava o Jorge das
Cantigas imbora ê no m'alembre dirêto é assi al modos...
Era uma vez... e Beja ainda nem era uma cidade ... e tinha campos e
matas por tudo quanto era lado, apareceu uma cobra que metia
medo a toda a gente e não havia quem pudesse ir para o campo
trabalhar ou pudesse andar sossegado pelas ruas.
Andando assim o povo muito aflito e sem saber o que fazer,
juntaram-se num grande ajuntamento e discutiram o bom discutir até
resolverem como é que se havia de livrar daquela peste que não
deixava ninguém viver sossegado...
Lembraram-se então de deitarem um touro para que a cobra o
comesse e uma vez que ficava farta, desapareceria e deixava-os em
paz.
73
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
74
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
A cobra é envenenada
com um touro a que tinham dado veneno
e assim é libertada a cidade
Mas a ta Isabel Mateus é que no stava a modos... Que é qu'eles
stão p'raí aldegando que num dizem uma cum duas... o conto é mais
ó menos esse mas o certo é que a cobra foi morta cum veneno que
há pra matar as cobras e um homem de cá que tinha andado por
muitos lados é que sabia...
Algum dia, há anos muitos anos, quando Beja era rodeada de uma
floresta cheia de animais selvagens e nem tinha este nome e os
habitantes daqui trabalhavam os campos ao redor, aconteceu que
uma grande cobra apareceu e metia medo a toda a gente e causava
muito mal a tudo e até matava pessoas.
Muito preocupados com o que sucedia, as pessoas juntavam-se para
discutir o que haviam de fazer mas não havia modos de encontrarem
uma solução para tamanho mal.
Um dia, apareceu numa assembleia, um homem que tinha corrido
muito mundo e era um explorador aventureiro que tinha visto e
ouvido de tudo... No meio da barafunda e da altercação em que todos
estavam, pediu para falar e então contou que tinha visto as cobras e
as serpentes matarem gente e outros animais com o veneno mortal
que elas tinham, mas havia sempre um veneno mais venenoso e
mortal para atacar os outros venenos e ele sabia o segredo de um
veneno que até as cobras peçonhentas podia matar e não via outro
modo de se livrarem da cobra que tanto mal fazia a pessoas como a
animais e até aos campos que tanto trabalho davam a cultivar... o
problema era descobrirem o modo como haviam de dar o veneno a
comer à cobra, pois se o engolisse, o certo é que morreria e ficariam
livres da cobra para sempre.
75
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
76
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
e pela população.
Mas Carlos Miúdo que era filho do Joaquim Cardador que morava lá
para os lados da Boavista e lidava com touros e vacas desde que
nascera, ouvira e sabia a história do touro e da cobra duma outra
maneira que passamos a contar.
77
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
78
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
79
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
80
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Meada dobada.
história acabada.
81
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
E ASSIM,
NO FIM DA PELEJA,
COMO A HISTÓRIA NOS DIZ,
OS HABITANTES DE BEJA
FORAM,
PRA SEMPRE, FELIZES!
TODOS ELES?
NÃO.
SÓ QUEM QUIS
A FORTUNA BENFAZEJA!...
82
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
83
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Muito calada e fugidia, quando está num grupo, isola-se numa ponta
ou procura como que esconder-se ao fundo duma sala, e só pelos
olhos se adivinha que está atenta a tudo o que a rodeia e se
emociona e vive, reagindo ao que vai ouvindo e vendo – vivendo.
A lenda do touro e da serpente deixou-a, primeiro, surpresa e depois,
quase em segredo, contou a lenda do TOURO como a tinha ouvido
contar, e era uma lenda do tempo dos mouros, muitos séculos depois
de os romanos se terem ido daqui embora, tempos esses em que se
localizaria a lenda do touro e da serpente que ela ouvia surpresa aos
outros contadores...
Essa Fátima, que traz no nome evocações dos sons árabes da
princesa Alfátima, todos a conheciam por Míriam, nunca ninguém
soube porquê. Talvez porque se chamava Maria de Fátima como tem
que ser com toda a mulher portuguesa que se presa ou era conhecida
por Burrica que era o Má-nome que lhe vinha da família.
Contava assim ela, a história que era lenda...
84
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
85
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
86
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
87
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
88
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E depois?
Depois?!
Morreram as vacas e ficaram os bois!
Assim ficou
a meada enleada
história acabada,
até ser de novo,
outra vez dobada!
A HISTÓRIA CONTOU:
CO'A AJUDA DOS TOUROS
ASSIM SE LIVROU,
A BEJA, DOS MOUROS.
CORRENDO EM MANADA
PELAS CINCO ENTRADAS
89
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
VITÓRIA ALCANÇADA!
E O POVO ENCONTROU
NA TERRA LIVRADA
IMENSOS TESOUROS
DEIXADOS P'LOS MOUROS
NA TERRA LAVRADA!
90
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
...Mas o ti Luís Filipe, que lá na terra era mais conhecido por ―Bull - o
Touro", retirado lá pró fundo, sentado a um canto com o resto da
plaineta colada no bêço que ia mudando com a língua dum lado pró
outro da boca, já com um trancaço levado dos diabos que até metia
aflição a quem ouvia aquela tosse funda, olhava de soslaio toda
aquela história de estarem para ali a contarem histórias, com o seu
olhar miúdo de ironia e distante silêncio, e ia lá dizendo para os seus
botões:
91
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Ora a istória que a gente inventava, a saber, que não podia ser
verdadeira, pois parece que Beja nunca esteve interrada, dizem os
intendidos, mas há muita coisa interrada com'aquela casa romana lá
prós Pisões... e há esta terra toda que cá da banda debaixo do Tejo e
que uns donos disto acoimaram aí de Alentejo sem a gente ter que
ver ou ser tido nem achado e durante muito tempo esteve p'ráqui
mais que interrada e inda stá, ó se stá... é só ver o Alqueva ó as
minas das Neves Corvo se trouxerem algum interesse cá pró povo...
no andam nem um bocadinho até parece um atoco... Ele é comó
cante e comás décimas cá do povo e com‟estas lendas... só vêm cá
pra fora prós jornais e com letra de forma se for do interesse dos
latinfundiários e dos senhores, qu'isto ele há uns que o são das
agriculturas outros das culturas... isto é assim a modos qu'a gente a
conversar antes que mal pareça...
92
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Há muitos, muitos anos, quando Beja ainda não era uma cidade nem
tinha este nome... teria para aí uns trezentos habitantes..., ouvi
dizer, deu-se um terramoto e aquela povoação ficou completamente
enterrada por areias e calhaus.
Os tempos, aos poucos, foram passando e nunca mais se soube nada
da cidade ou lá o que era aquela terra que aqui havia dantes...
Um certo dia, um maioral que vivia aqui para esta zona, saiu com o
seu gado para pastar.
Andou, andou, andou e não reparou que o tempo se agravava.
Foi então que se desencadeou um grande temporal que mais parecia
um dilúvio.
O gado espantou-se fugindo cada uma das reses para cada lado e
tentando acudir a uns e a outros, armou-se ali uma tal confusão que
o homem acabou por se perder. Ao seu lado, só um Touro,
completamente Azul.
O maoiral lá se abrigou como pôde e não tendo mais o que pensar
senão no gado que andaria, sabe Deus por onde, não tirava os olhos
do intrigante Touro Azul que o não abandonava e continuava a pastar
como se nada fosse com ele.
Passadas algumas horas, a tempestade foi-se espalhando e, quando
o homem se dispunha a procurar o gado transviado com a ajuda do
Touro que lhe restava, o animal não se arredava do sítio onde
pastava e... parece que já não pastava mas tentava escavar...
parecia mesmo que procurava o que quer que fosse... começou
mesmo a escavar com mais força e depois com mais fúria como se
estivesse acossado por alguma coisa estranha... Teria descoberto a
cova de algum bicho ou o buraco de alguma cobra que se esgueirava
agora para o fundo.
93
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
94
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
95
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Mas o Jorge Corujo não se deixou convencer por todas estas histórias
de fantasias mal arquitectadas, que não respondiam ao seu sonho de
luta e de liberdade... e vai daí, contou assim...
96
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
97
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
DE VIDA OU DE
MORTE.
OU DE VIDA E DE
MORTE?...
98
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
99
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
100
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
101
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
102
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E...
Havia naquele reino uma clareira escondida no meio da floresta que
todos sabiam que existia mas ninguém nunca tinha visto... Nessa
clareira havia uma casa que não era casa e era habitada por uns
magos, os sábios que desvendavam os mistérios do Universo e da
Natureza Humana, mas que nunca sabiam muito bem o que era o
Universo e a Natureza Humana porque eles também eram um bocado
humanos, embora fossem magos e tentassem estar acima das coisas
humanas... Mas fora, não podiam estar, porque senão não podiam
perceber a Natureza Humana e não podiam falar ou comunicar com
as pessoas humanas... E estando dentro, procuravam aquele refúgio
da clareira escondida na floresta, onde estavam sempre a completar
os seus conhecimentos e a adaptar a sua linguagem porque os
conhecimentos da humanidade iam mudando e a linguagem
entendida pelos humanos era, de tempos em tempos, muito diferente
e por vezes tornava-se muito confusa...
É evidente, pelo que dissemos, que esses magos sábios não eram só
sábios magos porque senão não perceberiam nada da Humana
Natureza. Eram também magas e sábias que muitos conheciam por
fadas, por procurarem ter na mão dos seus conhecimentos o poder
de revelar o destino dos homens / da humanidade... Chegou mesmo
a dizer-se que havia também bruxas e feiticeiras à mistura, mas isso
eram influências de outras histórias, pelo que, essas, rapidamente
deixavam a clareira escondida na floresta, e fundavam, pelos reinos e
cidades, umas casas, que se pretendiam semelhantes àquelas, mas
não tinham nada a ver com esta história que é de pura e fantástica
103
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
104
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Em determinada altura, mas isso foi há muitos muitos anos que ainda
estão para acontecer, não se sabe bem quando, chamaram-lhe,
alguns, ESCOLA Superior de Investigação de/para Todos, porque ali
todos tinham de trabalhar e estudar muito, por uma razão muito
simples... como os minerais e os textos tecidos eram muito preciosos
e misturados com muitas coisas que o não pareciam, mas depois se
verificava que o eram, e mesmo muito preciosas, eram precisos
trabalhadores e investigadores e especialistas dos mais variados
quadrantes e ramos, e oriundos das mais diversas origens e
condições... e, todo este trabalho, não era possível, e não tinha
sentido nenhum, sem o trabalho exaustivo e profundo daqueles que,
bem agarrados à terra, afanosamente cavavam e abriam as galerias
e quase desesperadamente carreavam sacos e sacos de terra e a
acumulavam em montões e montões de lama, que por vezes mais
parecia esterco, e onde finalmente se podia procurar o mineral
precioso, que era de qualidade e valor diverso, mas muitas vezes
105
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
106
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Nessa clareira havia uma casa que não era casa e era habitada por uns magos, os
sábios que desvendavam os mistérios do Universo e da Natureza Humana... p. 103
107
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
108
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
109
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
110
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Bem!, sabiam cada palavra difícil estes sábios, que até diziam
algumas que ainda não existiam... Mas parece que não havia meio de
se entenderem os bons dos sábios e as encantadoras fadas,
encantados como estavam por desejar ter alguma coisa de sólido e
de verdadeiro e de seguro, de ordem, para dar sentido à sua escola
escondida na secreta clareira da floresta onde se reuniam para
desvendarem os segredos do Universo e da Natureza Humana,
quando subitamente repararam que a Ordem do Universo era o que
nós chamamos Caos/Confusão e que Tudo o que tem Vida está em
Movimento, e que a Natureza Humana é tão plurifacetada que é rara
ou inexistente a Pessoa Humana que se conhece a Si Mesma... !!!
111
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
112
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
113
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
tanto olharem e de tanto terem para ver, por vezes, parece que os
que vêem é que ficam ceguinhos..., para o que é essencial! “É que o
essencial é invisível para os olhos‖, dizia aquele mago que voava nos
aviões dos anos quarenta e punha principezinhos a falar com raposas
em coisas tão banais e corriqueiras e às vezes esquecidas por serem
essenciais!...
114
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
poder ser verdade e não sabiam... pois é este o desafio mais humano
e tentador para os seres inteligentes que caminham na vida...
115
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
116
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E assim ficámos com mais uma história. Lenda? Uma lenda cheia de
símbolos e sinais para explicar uma outra história mais complicada e
complexa que é a da origem da humanidade ou, mais propriamente,
a da origem dos seus males, permanecendo sempre o mito do
Paraíso/Éden! Uma explicação judaico-cristã que foi ou é sinal de
civilização ocidental cristã!!!
117
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
118
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
119
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Mas mais não contamos porque muito haveria e há para contar, mas
há mais pistas e exemplos que os nossos coartistas querem
apresentar...
... É que de facto, uma das coisas mais comoventes que acontecia
naquela Escola Secreta da clareira escondida na floresta que não
existia era, quando na clareira inacessível aparecia uma criança, um
velho ou um poeta com um poema um conto ou uma canção nas
mãos nos lábios ou no coração… e a mostrava aos sábios!
Alguns deles liam. Reliam. Sorriam. Liam-na depois alto e
expressivamente para que os outros a ouvissem. Cantavam-na
embelezada com a arte dos sons. Todos aplaudiam. Pediam para a
guardar e publicar aos ventos... Iam ao seu tesouro escondido e
davam-lhes uns grãozinhos de oiro ou pedras preciosas... Punham-
lhe a mão na cabeça... e lá voltavam para casa, mais felizes, do que
se tivessem encontrado todo o ouro do mundo, com o seu TESOURO
FABULOSO!
120
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
0.1.4
Possíveis formas de expressão
para as LENDAS do TOURO e da COBRA
Mas então que propostas temos dos coartistas, artífices que artam
lá na terra? e concretamente sobre estas lendas que contastes de
touros e de cobras?
Muitas propostas, ó caros comagos...
Há um grupo que se exprime com o corpo, o corpo inteiro que a
natureza deu. São jovens, crianças e gente madura. Propõem-se
contar a história sem palavras para ser universal.
A cobra é uma bailarina que gira e rodopia ameaçando uma cidade
inteira, cercando, ameaçando, aterrorizando...
O povo, com o medo e seduzido, tenta reagir... há perdas e mortes...
entra em pânico... procura soluções contra a cobra que foge, ludibria,
domina, se disfarça...domina... até que o povo decide mandar um
touro contra ela...
O touro que sai, observa o terreno, descobre a inimiga, enfrenta-a,
investe... numa ambiguidade de luta e jogo amoroso de vida e de
morte contra a serpente que já não é a serpente mas o povo que se
encadeou em cobra e depois já é povo que se transforma em touro e
luta com a serpente...
Procuram-se depois uma ou várias soluções estilizadas de cada um
dos dez mais um dos contos e termina com a festa da libertação ou
da catástrofe que gerará a libertação...
Há agora um PAR, só DOIS, ó caras cofadas, que se propõem dançar,
sozinhos esta lenda, voando nas asas da fantasia e inebriados na
música mais sublime que foi possível conceber pelos médiuns que
captam os sons do universo e emoldurados num cenário de cores de
sonho realidade que os artistas das formas e dos tons captaram do
arco-íris!
121
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
122
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
123
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
124
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
125
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
126
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
127
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
E o segredo é este.
É que entrar no mundo das lendas e dos contos não é para qualquer
um. É só para os que são capazes de regressar ao Futuro. Isso.
Exactamente o que dissemos. Entrar no Mundo das Lendas e dos
Contos é um REGRESSO AO FUTURO...
É um mergulho no tempo
um mergulho nos Tempos
um mergulho nas raízes
uma procura do estado puro original
numa tentativa encantada, sedutora, irresistível
de o alcançarmos de novo no Futuro...
128
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
129
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
130
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Mas além das Lendas do TOURO e da COBRA, Beja tem ainda mais
LENDAS com Touros e Cobras e outras Cobras e Touros ou Ícones ou
Signos carregados de significado e de mistério.
131
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
132
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
LENDAS DE BEJA
o Touro e a Cobra e outras lendas...
VIAGENS do Cigano Castanho e da Cigana Mariana através do
MARAVILHOSO
por José Penedo um deNómio de José Rabaça Gaspar
133
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
134
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
2ª PARTE
A/S LENDA/S DA
FONTE MOURO
Mas além das Lendas do TOURO e da COBRA, Beja tem ainda mais
LENDAS com Touros e Cobras e outras Cobras e Touros ou Ícones ou
Signos carregados de significado e de mistério.
135
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
136
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
137
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
138
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
139
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
... e que a COBRA pode ser vista, nas redondezas, em noites de lua
cheia...
...
Desde a noite mágica dançada no largo da feira, os nossos ciganos
andaram e cirandaram pelas ruas de Beja, por largos e praças, por
campos e montes...
Não lhe permitiam parar muito no mesmo local...
Ditos de pilhagens e ciganagens, que muitos aproveitavam para
fazer, caíam-lhe em cima… e eles lá seguiam pelos caminhos das
Terras de Santa Maria e Todo o Mundo a querer dizer que Todo o
Mundo é seu e nunca estão no seu Mundo e acolheram-se nas
sombras da saída da cidade lá para os lados das ruínas do Carmo
Velho depois de passarem a encruzilhada de S. Pedro... onde havia
uma FONTE de água fresca e abundante a correr generosamente pelo
valado...
140
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
141
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
142
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
143
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
144
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
2.01
145
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Allah, que sabe dos desígnios dos homens, não podia consentir na
fusão de duas crenças diferentes. Não favoreceu, por isso, ao cristão
a sua amorosa aventura e nem à jovem amada a felicidade que tanto
desejava. Então, com o seu poder divino, fez que o cristão se
mudasse em serpente, e ela, Aldonça, se transformasse numa fonte
de água cristalina.
146
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
―...há, quem tenha visto, em noites de luar, a enorme serpente ir, junto da fonte,
beber nela, as longas saudades de Aldonça...‖ p. 139
147
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
148
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
... lendas de moiros e cristãos que não podiam casar porque o grande
Allah não podia consentir na fusão de duas crenças diferentes!!!
fizeram brilhar na noite os olhos dos ciganos... ele o Cigano Castanho
a ver-se transformado em enorme serpente que ardente de sede
buscava nas sombras do barranco a água fresca e cristalina que para
lá corre de noite e de dia incessantemente para o saciar... em que se
tinha transformado a bela cigana Mariana...
Mas não, não era verdade. Eles eram da mesma crença e da mesma
raça e isto eram sonhos de encantar que lhes povoavam os sonos
encantados que dormiam enlaçados, misturados, embevecidos numa
felicidade que os fazia livres... e membros de uma religião universal
que estava acima e para além destes ciúmes e desavenças de deuses
antropomorfizados à medida dos preconceitos das multidões que os
concebem...
149
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
150
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
2.02
Na região transtagana,
Perto da velha cidade
De Pax-Julia romana
Já muito velha de idade,
Inda hoje há uma fonte
D'água pura, cristalina,
Que nasce num baixo monte,
Nas faldas duma colina;
muito fresca e afamada,
A FONTE MOURO é chamada.
151
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Particular afeição
A jovem moira votava,
Não a moiro, mas a cristão;
Sabendo-o, quem duvidava?
Era pobre a condição
Do amado cavaleiro,
Nos dons morais o primeiro
152
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Lá da sua freguesia.
Atanásio se chamava
E todo o mundo o sabia.
153
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Mas que sons são estes? Quem canta ao luar? Quem teima em
cantar as lendas contadas que são de encantar com a lua a brilhar?!!!
Autor desconhecido! Incógnito! Paternidade incognoscível!
Anónimo! Valores da cultura tradicional que, constatam os senhores
da cultura!, nascem da terra como a água das fontes sem ninguém os
criar! Sem direitos de autor!!!
154
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
155
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
156
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
2.03
157
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
158
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Conta a lenda que a Alá não prazia esta união de diferentes religiões
e, por isso, encantou para todo o sempre aquele par de namorados.
159
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
160
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
161
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
162
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
163
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
164
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
165
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
166
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Oh Silvanea, oh Silvanea
Oh Silvanea desgraçada!
Há-de vir o fim do mundo
E Silvanea aqui postada!
167
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Oh Silvanea desgraçada!
168
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
169
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Beja, 17.11.1900
Edmundo Belfonte (in "A Folha de Beja", 10 de Janeiro de 1901)
170
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
171
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
172
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Sentados ali à beira da fonte que sai duma mina e corre para um
barranco que atravessa uma azinhaga, foi assim que a Cigana
Mariana e Cigano Castanho ouviram o épico arrojado cantar as lendas
que a avó misturava da bela moura Aldonça que passa a Silvanea
desgraçada e aparece a uma formosa rapariga, amiga de a altas
horas ir beber à Fonte e fica com quatro passas transformadas em
ouro, fúlgido tesouro, que fica a testemunhar a verdade de toda esta
fantasia...!!!
Num outro ano havemos de cá vir, sem ninguém nos ver, na noite
de 23 para 24 de Junho... Prometeram!
173
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
174
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Mas os ciganos, mesmo apaixonados como o par jovem que nos leva
a correr pelo Mundo da Fantasia e do Maravilhoso, não vivem só da
água das fontes... deram conta que precisavam de comer, e como
eles, também os animais que puxavam as carroças e os
acompanhavam nas suas andanças... Correram os montes por palha
mas o ano não tinha sido lá muito bom... A primavera não tinha sido
luminosa como os mais anos... e umas chuvadas já no mês de Junho
tinham derrubado as searas e atrasaram as ceifas que só podiam ser
magras, e o mais do grão a rebentar com a humidade e o calor, e a
palha estava a apodrecer...
175
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Ele não há fonte como a das Cavadas!... Só nos anos da seca é que a
cortaram uns tempos para reforçar o abastecimento da água à cidade
mas quando veio a água do Roxo amanharam-na outra vez como
houvera de ser e ali corre ela generosa e perdulária a perder-se pela
valeira que ia encher o lavadouro e regar as hortas da quinta da
Faleira que faziam a abastança de tudo o que era verde no mercado
de Beja... isto nos anos em que aquilo tudo ali eram hortas...
Agora!!! perde-se por aí que é uma dor de alma... Uma água como
não há outra! ...que é muito melhor do que essa que vendem pr'aí
em garrafões... uma água que até é boa prós doentes e prós bebés...
É ver a quantidade de gente que, ainda agora, que já há água
canalizada nas casas do Penedro, vem aí com as bilhas metidas nas
rodelas dos carrinhos de mão que durante anos e anos foram a
canalização das casas deste povo todo... e os que já não têm esses
carrinhos, vêm com garrafões e depósitos, e vem gente da cidade e
doutros lados até de carro para beberem desta água que não há
176
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
outra igual... Mal há-de ser se vão ter de a cortar outra vez para a
misturarem com a outra água que vai para os depósitos e depois é
tratada e distribuída pelas casas... Mal há-de ser se nos tiram tudo o
que é são e autêntico como esta água que sai pura e verdadeira do
ventre da terra...
Eram então eles que contavam aquelas coisas sobre aquela fonte e
dizia-se que diziam muitas coisas mais?!!!...
Mal vai aos seres humanos se lhes tiram tudo o que é são e autêntico
como esta água pura e verdadeira que aqui sai do ventre da terra
para lha darem depois de misturada e tratada com produtos e
purificada, dizem eles, porque por este andar vão dizer que só são
bons para as pessoas os produtos de plástico misturados e
modificados e tantas vezes conspurcados que em vez de alimentarem
andam para aí a matar a gente aos bocadinhos como fazem com os
177
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
178
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
...hoje estamos aqui reunidos à volta desta fonte que rebenta em duas bicas cheias
de impulso e de força duma mina cavada nas entranhas da terra... p. 181
179
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
180
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Numa terra seca e deserta como esta imensa planície que chamaram
Alentejo é a água que produz o milagre da vida e a falta de água é
fonte de angústia desolação e de morte...
Esta força da água a correr forte por estas duas bicas é música
maravilhosa encantatória que as pessoas em grupos, sozinhos, aos
pares, às escondidas... vêm ouvir para alimentar o seu sonho de
fertilidade felicidade vida... É como a força sedutora da mulher, do
feminino... é o signo da beleza e do bem da fantasia... é o sinal de
que pode haver um mundo em que tudo, mesmo inacreditável, é
possível, e todos os desejos podem ser realizados.
181
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
182
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Chega por hoje, por esta noite que já vai bem alta, porque temos
mais convidados para uma festa de despedida... e era certo. Ansiosos
pelo calor da noite e intrigados pelas coisas misteriosas que se
passavam no ar ao luar daquela noite, os pares de namorados da
aldeia tinham-se levantado e com a desculpa aos pais que morriam
de sede e iam buscar água para toda a família, pegaram no carrinho
de uma roda com dois arcos e dois braços e com os potes vazios
partiram a caminho da fonte onde, por pressentimento, sabiam que
183
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
iam encontrar os seus amados. Não era novidade nenhuma isso, que
já tinham aprendido desde os trovadores medievais que cantavam os
encontros secretos dos amantes que todos acabavam por saber, mas
o que não sabiam é que naquela noite, se iam encontrar em tão
brilhante e encantatória assembleia... encantados de espanto de se
verem todos misteriosamente descobertos nos seus secretos sonhos,
em coro de magia de braço dado, fizeram uma grande roda à volta
dos magos e do par de ciganos e todos em roda puseram-se a
cantar...
as canções das FONTES de todo o tempo e lugar...
184
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
185
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
186
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
... Todos vocês sabem que esta Fonte das Cavadas, serviu durante
anos e anos o povo do Penedo Gordo, que inventou, para a
transportar, um carrinho de mão prático e original, que entre a roda
dianteira e as pegas para o guiar, se abria em dois arcos onde se
podiam transportar duas bojudas bilhas de água que eram a água
corrente das casas e a água que matava a sede à gente nos trabalhos
do campo...
Foi mandada construir pelo senhor Joaquim Filipe Fernandes, em
1876, como lá está gravado na pedra por cima das bicas, e era o
dono da Quinta da Faleira e das hortas que verdejavam por esta
regueira e forneciam o mercado de Beja durante anos e anos...
... Consta... Contaram-me... Ouvi dizer que havia por aqui um touro
e uma serpente.
A serpente, cobra, procurava delimitar o seu território de pasto, de
comida, de sustento e de domínio... para si e para as cobras suas
187
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
...Decidiram-se então por uma luta. Uma luta que seria de morte...
E... nessa noite, de lua resplandecente, quando a cobra se erguia no
seu corpo enroscado para abraçar o seu inimigo e o apertar no seu
abraço mortal...;
e o touro investia já de cabeça a rojar quase o chão com os
poderosos cornos apontados e levantava sucessivamente as patas
dianteiras para esmagar o réptil repelente, eis que se produziu o
encanto...
188
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
CAVADAS...
189
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
190
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Conta uma lenda, de tempos muito antigos, parece que de mil mais
mil anos, que correram incessantemente sobre a vida, que,
ali, no vértice do triângulo que os barros vermelhos da Almocreva,
Penedo Gordo, formam com o castelo de Beja ou com a casa da
Torrinha que é o solar Almodôvar e o solar dos Condes da Boavista, a
umas centenas de metros da sede do monte maior da Almocreva
nome feminino de almocreve que não é comum usar no feminino e
nos leva a supor que já em tempos muito antigos que se perderam
na memória, teria havido uma mulher que suplantou os homens no
ofício de organizar e conduzir as caravanas de bestas de carga, ali,
muito perto da propriedade mais conhecida pelo número e qualidade
de vacas leiteiras e de touros mais famosos da região...
havia um lugar especialmente fresco e verdejante, farto em bons
pastos para o gado, que era atravessado por um declive, uma valeira,
entre terrenos, que aparentava ser mais fresco e verdejante e
transmitia por assim dizer frescura e fecundidade aos campos e
montes de ao redor que eram ponteados aqui e além por recantos de
sombras raras no meio da campina abrasadora...
e no meio desse pasto, pachorrento e distante, como se nada fosse
com ele, havia um grande touro que dominava e protegia a maior e
mais luzidia manada de vacas leiteiras que se espalhavam pelos
imensos pastos abundantes e verdejantes e produziam leite em
abundância que eram o alimento, a força e o sustento de toda a
gente daquela esforçada e laboriosa região...
passava por ali muito perto a larga e espaçosa canada por onde, nos
períodos da transumância, corriam centenas e centenas de cabeças
de gado guiados por experientes almocreves que conduziam as
191
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
192
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
193
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
194
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Assim, Fonte das Cavadas, a Fonte das Duas Bicas, a Fonte do Touro
e da Cobra, são bicas que nos remetem ao início da História e afinal
ligam toda esta história.
195
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
196
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
197
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
198
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
199
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
200
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
201
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
202
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
203
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
204
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
205
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
206
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
207
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
208
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
…por Simplícia Maria das Dores, de Penedo Gordo, freguesia de Santiago Maior,
Beja, concelho e Distrito de Beja In CONTOS POPULARES E LENDAS, coligidos por
José Leite de Vasconcellos e preparados para a publicação sob a coordenação de
Alda da Silva Soromenho e Paulo Caratão Soromenho, e publicado POR ORDEM DA
UNIVERSIDADE, (Acta Universitatis Conibrigensis), Coimbra, 1963
209
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
210
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
211
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
212
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
213
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
214
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Então...
“...por pino da meia-noite lá haveria de aparecer feita de um
CARNEIRO.”
A mulher não teve medo e a princesa em que se transformou,
agradeceu-lhe.
“... na segunda noite veio feita num TOURO... TOURO muito bravo.”
―A mulher com muita coragem ameigou-o, levantou-o e o touro não
lhe fez mal.” e a princesa agradeceu-lhe pela segunda noite.
"... Na terceira noite, na última vez, é que era o mais perigo: vinha
feita numa SERPENTE e enrolava-se em volta da cintura e devia dar-
lhe um beijo na face esquerda;...”
E “A mulher assustou-se, quando ela lhe foi para beijar a cara, e ia
para lhe tirar os santos olhos; ela apertou-a e matou-a...”
215
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
216
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
217
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
218
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
3 - LENDAS ou HISTÓRIA
OU
PERSONAGENS REAIS QUE SE TORNARAM LENDA
219
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
220
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
221
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
modificava o primeiro
olhar sobre as pessoas?
até que ponto lhes dava a
conhecer as virtudes ou os
defeitos, os traumas ou o
desejo de deles se
libertarem?
E foi assim que andando
andando e cirandando
para tudo iam olhando
olhando e anotando...
E viram que em toda a parte
fosse por magia ou arte
aparecia com fulgor
o nome do LIDADOR.
Mas que LIDADOR é este
com estátuas e pinturas?
O que diz a esta gente
que o põe lá nas alturas?
É com certeza um herói
que diz muito a esta gente
Seja lá pelo que for.
Foi certamente um valente!
O que terá sido ao certo.
vamos sabê-lo de perto...
será mesmo um lidaDOR?
ou será uma DORlida
222
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
223
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
224
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
3.01 - O LIDADOR
225
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
226
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
227
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
228
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
229
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
230
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
231
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
232
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
233
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
234
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
235
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
236
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
237
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
238
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
239
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Vamos sair daqui, que já temos uma parte bem boa do tesouro das
Lendas e Tradições e da História deste povo para lha devolvermos
inteira ficando nós e eles muito mais ricos... gritaram mudos os
240
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
241
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
242
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
CAPÍTULO 42
DA CRÓNICA DE EL-REI D. JOÃO I DE BOA MEMÓRIA
de FERNÃO LOPES
243
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
244
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
A INSURREIÇÃO NA PROVÍNCIA
245
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
246
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E ele disse que lhe aprazia. Então juntaram-se com eles até uns
trinta e chegaram até onde estavam aqueles notáveis. Falou Gonçalo
Nunes e disse:
Que cartas são estas que vós assim ledes de que nós não
sabemos parte? Porventura esta vila se há-de manter e defender por
quatro ou cinco que vós aqui sois? Certamente não, mas por nós
outros que cá moramos.
Disse então Estevão Mafaldo.
Que união é essa com que vós assim vindes?
Respondeu Gonçalo Nunes dizendo:
Isto não é união, mas queremos saber que cartas são estas.
Falou então Mendes Afonso e disse que ele perguntava bem e
era razão que as vissem. Então se meteram todos os notáveis no
Paço do Concelho, e parte dos outros com eles, e, lidas as cartas,
deram-nas a um tabelião que as publicasse aos de fora.
E ele saiu a eles e disse-lhes:
Amigos, o feito é este, eu não sei para que mais me deter
em ler o que aqui vem. A conclusão é esta: se quereis antes ter com
a rainha ou com Mestre.
E eles responderam todos a uma voz, dizendo:
Com o Mestre! Com o Mestre!
Esses maiorais, quando isto ouviram, partiram-se logo cada um
para sua pousada e não ousavam mostrar-se.
Eles nisto, sem mais tardança, viram aparecer gente de armas
no Castelo.
Então começaram todos a bradar:
Levanta-se o castelo! Levanta-se o castelo!
Gonçalo Nunes cavalgou à pressa e os outros todos se foram
armar e começaram logo a atacar o castelo. O alcaide, quando isto
viu, pôs fogo a duas torres em que estava muita munição, para os da
vila se não aproveitarem dela, no caso de ser o castelo tomado; e, os
de dentro, defendendo-se rijamente e ferindo alguns dos atacantes,
247
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
248
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
249
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
250
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
251
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
252
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
253
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
254
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
255
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
256
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
257
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
258
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
259
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
A FREIRA DE BEJA
uma realidade semelhante a tantas outras
260
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
já tinha uma irmã mais velha e, aos nove anos, já tinha pelo menos
dois irmãos varões para que a ilustre família tivesse assegurados os
Bens e a continuidade.
Assim, Mariana entrou aos 11 anos, 1651, para o Convento de
Nossa Senhora da Conceição, onde professaria cinco anos mais tarde,
partilhando a comunidade com as freiras, na sua maior parte também
de boas e até ricas famílias que ali estariam, não por vocação ou
devoção, mas por desgostos de amor, algumas? poucas!, mas como
já podemos calcular, sobretudo por determinação paterna que tinha
de zelar escrupulosamente pela manutenção ou aumento dos
rendimentos familiares e não pelo seu esbanjamento, como
aconteceria se fosse dada em casamento a algum digno pretendente,
ainda por cima, com dote adequado!!! Nestas circunstâncias, é
evidente, que para estas senhoras, viverem entregues à sua fé e
fervor religiosos, teriam a servi-las uma quantidade de devotas e
fervorosas religiosas que, por vocação? (provocação? ou porbocação),
ou devoção?!, ou obrigação!? mais ou menos voluntária, assim
fugiam ao duro trabalho das classes mais baixas. Seguindo ainda a
mesma ordem de raciocínio ou de juízos temerários que estamos a
desenvolver, haveria tudo a esperar destas santas devotas: um
misticismo religioso assoberbado a sublimar as frustrações
recalcadas, ou então os devaneios fantásticos a dar asas aos sonhos
e inclinação natural para o casamento e a maternidade!!!
Mariana só dali viria a sair, se é que se pode chamar sair a
saída para o cemitério que era debaixo das lajes que vieram a ocupar
duas quadras do convento, com 83 anos de idade, quando morreu
em 28 de Julho de 1723.
E ali ficaria, ilustre e desconhecida, como aconteceu à grande
maioria de ilustres desconhecidas irmãs que durante quase quatro
séculos e meio, mais de vinte gerações, passaram pelo Convento de
Nossa Senhora da Conceição de Beja, não fossem as célebres CINCO
CARTAS a gritar o encanto dos amores que teria tido a dita de
261
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
262
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
263
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
264
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Desenho decalcado a partir de um desenho de Matisse? ou de ?, difundido pelo Museu Rainha D. Leonor,
de Beja, nos anos oitenta (86/87?).
265
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
266
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
A FREIRA DE BEJA
267
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
268
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
269
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
270
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
271
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
272
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
273
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
274
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
275
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
276
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
277
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
278
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
279
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Enfim...
As Cartas Portuguesas!
Les Lettres Portuguaises!
As Cartas da Freira Portuguesa!
Cinco Textos tecidos de DOR(ES),
GRITOS gritados em gritantes LETRAS
DE SENTIMENTOS angustiados e contrários
confusos, contraditórios
mas gritos que ecoam em estonteante ECO
dilacerante de encontro aos muros do convento,
do convencional que oprime e dilacera,
teimosamente olhando do balcão de Mértola
o Longe, o Azul, o Sul,
o Sol, a Luz, o Além,
A Felicidade!!!
GRITOS e GRADES!
Grades que provocam os gritos...
Gritos que procuram desesperadamente derrubar as grades
que os tentam sufocar e abafar .
Cartas Portuguesas!
Lettres Portuguaises!
Letras Portuguesas
GRITOS
DORES
SENTIMENTOS
280
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
281
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
282
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
283
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
284
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
285
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
bons e maus, mas eles, que só tinham um serviço completo com doze
pratos, digno de tais convidadas, convidaram só doze.
Chega. Disse o senhor Francisco Não é por faltar uma
que a menina ficará menos bem fadada!... e quem dá o que tem, não
é obrigado a mais.
Até porque, se convidamos mais uma, e não a podemos
servir na baixela de prata como as outras doze! disse a senhora D.
Leonor que ofensa, meu Deus! Que horror não seria! E uma mesa
com treze, até pode ser logo um mau agoiro para a nossa filha!...
Bem basta que tenha sido outra filha, e não um filho como tanto
desejávamos, para a ser mau presságio... Isto, pensava
secretamente e senhora D. Leonor, mas não disse nada.
A festa foi celebrada com muita alegria e esplendor e no meio
dos cantos e dos contos com que os convidados se encantavam uns
aos outros perante a beleza da menina que nascera, e, embora já
fosse encanto que bastasse, as fadas fadaram a princesa com dons e
encantos que tinham guardados no poder mágico das suas varinhas
de condão!
Veio então a primeira e disse:
Estás fadada, estás marcada,
para seres mui virtuosa,
e seres sempre consagrada
a um deus, como uma rosa!
A segunda disse:
Serás a mais inocente
no meio da tua gente!
A terceira disse:
E num dia especial,
quando passar um cortejo,
o teu ar celestial,
vai despertar tal desejo
que te há-de ser fatal
286
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
E a quarta disse:
De tal modo sentirás
que toda a terra ouvirá!
A quinta disse:
Não sentirás só o Amor
provarás todas as DORes!
A sexta disse:
Teu Amor e tua DOR
tua DOR e o teu Pranto
vão dar ao Mundo calor - cor
e encher tudo de Espanto - santo!!!
A sétima disse:
A tua DOR sem igual
Vai dar-te Prazer sem rival!
E a oitava:
‗Té na tua Solidão
vai vibrar teu coração
em luta contra a Razão
Labirinto e Confusão!!!
E a nona disse:
Os prazeres que vais sentir,
muitas damas, de o sonharem
dariam a vida e porvir, (a vida por vir)
de só um pouco, provarem!!!
E a décima:
Com todos os teus sentidos
misturados e vividos
os teus gritos de Prazer
serão Dores para... Morrer! Viver
E a décima primeira:
Vou-te lançar um encanto,
contado com doce canto.
287
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
e um tal deslumbramento
que verás o seu Encanto
no meio do sofrimento!!!
E como o cortejo das fadas a era muito longo e todos tinham
parado, com a boca seca, tensos sequiosos, parados suspensos, para
ouvir as palavras mágicas das fadas e procuravam adivinhar nelas o
que seria o futuro de tão prendada menina, no meio daquelas
palavras cantadas/encantadas, eis que de repente houve um barulho
infernal – BRRRUM BUM BUM – na sala da festa, que causou a maior
confusão. Entrara a fada de olhos brilhantes e coléricos, que não
tinha sido convidada, e vinha vestida de preto e pensava, na sua
raiva delirante, que a todas as fadas tinham fadado a menina com
tudo o que há de bom e desejável, e vinha para estragar todas as
promessas de felicidade que pairavam sobre o berço e a vida da
menina... (É assim, às vezes, a sorte do nosso fado! É que as magas
e as fadas também tem raivas e podem enganar-se ou distrair-se!...
ou até precipitar-se!)
Disse então a numero treze:
Abacadabra! Amor com DOR!
Ouvi todos com horror!
Brum Ruumm Bruummm...e com terror!
Por volta dos seus vinte anos,
Ai! esta bela menina
vai-se picar nalgum fuso,
ou nalguma agulha fina!
ou então vai encontrar
uma serpente encantada
como já acontecera
a sua mãe... para a ter !
Ficará ferida de morte!...
E, se conhecer o Amor,
há-de conhecer também
288
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
289
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
290
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
291
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
292
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
293
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
294
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
295
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
296
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
297
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
298
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Claro que não é só isso! disse uma das fadas que tinha
estado sempre muito calada.
Quantos gritos de mulheres enclausuradas e exploradas se
revêem na revolta de Mariana e quantas damas que ficaram para
tias, sonharam aquelas cartas que talvez tenham escrito nos seus
diários íntimos... E como elas, quantas terras? Quantas regiões
perdidas, isoladas, enclausuradas, exploradas, oprimidas... deixadas
estéreis em nome de leis como a dos morgadios... em nome do
desenvolvimento... (deles!); do envolvimento... (deles!); em nome
do regadio... (deles!); em nome da Pátria… (deles!); em nome da
crença... (deles!); em nome da Fé... (deles!); em nome do
progresso... (deles!).... quantas Marianas... Anas... Marias... Rios...
Rias... Mares... ficaram infecundos, sem AMAR... sem CRIAR... A
GRITAAAAAAAR: AIS! AI! AI! AI! IA!... ... ... IAAAAAAAAAAAAAAA M !
299
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
300
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
O Autor
301
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
302
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
VITÓRIA VITORIA
ACABOU-SE A HISTORIA.
E ASSIM FICA PROVADO,
DEPOIS DE BEM ENROLADO
O NOVELO JÁ DOBADO...
QUE AQUI NO ALENTEJO,
NÃO SE VIVE DE ILUSÕES
NEM DE SONHOS SENSAÇÕES... NEM TÃO POUCO DE PAIXÕES!
POIS TUDO ISTO
SÃO PURAS FICÇÕES...
ISTO TUDO É UM DESERTO,
ONDE NADA É PERTO...
ONDE NADA É LONGE!...
NÃO HÁ LONGE NEM DISTÂNCIAS, MAIS AMPLAS NESTE PAÍS...
MAS HÁ ESPAÇO PRÓ SONHO
E HISTÓRIAS DE PASMAR...
É O POVO QUEM O DIZ
COM SEUS CONTADORES DE HISTÓRIAS
E CANTADORES E POETAS...
QUEM NÃO CRÊ!!!?
SÓ QUER É TRETAS.
NÃO QUER POETAS
SÓ QUER PETAS
P‘RA REGAR A IDIOTICE!
MAS SE QUER SÓ ANEDOTAS
NÓS TAMBÉM LHAS CONTAREMOS
E MUITAS ATÉ COM CHISTE
PR‘ADOÇAR ESSA CHATICE
E ATÉ A PAROLICE
DOS PACÓVIOS DA CIDADE.
303
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
304
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
TAVONDE... TAVONDO...
305
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Então, acordei, não eu! claro! ...e pude ter o privilégio de VER
os segredos ocultos aos olhos humanos...
Assim, um dia, quando tiverem oportunidade de caminhar na
praia durante uma maré vazia excepcionalmente profunda, aquando
das marés vivas, que vos permita caminhar pela nudez do mar...
avancem sem medo pela nudez de a mar... da mar... d‘amar...
talvez nesse dia,
nos possamos ver
e enfim perceber
A LENDA DO TOURO,
A LENDA DA COBRA
E DA FONTE MOURO...
DA PRINCESA COBRA
E DO LIDADOR...
e até voltar,
vivendo outra vez,
a mil e trezentos
e oitenta e três...
levantar um povo,
tomar o castelo...
depois regressar
de novo ao futuro
a mil e seiscentos
nos anos quarenta
e então gritar
como a MARIANA
os gritos de DOR
desta TERRA fértil
e que fica estéril
de não fecundada...
e os gritos gritados
do povo esquecido
306
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
307
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
na humanidade
em constante guerra
pela liberdade
que seduz e aterra!...
eterno combate
do Homem na Terra
bem escrito em verso
no imenso Universo
que podemos ler
olhando as estrelas
que são como letras
das lendas que lemos... nós?...os analfabetos???
Para quem O MAR é A MAR… AMAR!!!
308
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
4 - OUTROS SIGNOS
4.1 – PISÕES
4.2 – AS MAIAS
309
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
310
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
4.1 - PISÕES
311
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
312
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
313
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
314
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
SEM MORRER!!!
MORRER? OU LIBERTAR-SE
DESTA HUMANIDADE CONHECIDA
QUE NÃO PODE SUPORTAR A LUZ INTENSA
DA VERDADE NUA E CRUA, IMENSA,
SECRETA E PROFUNDA, QUE A MANTÉM NA VIDA???!!!
315
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
316
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
317
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
318
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
4.2 - AS MAIAS
AS MAIAS – O 1º de Maio já era data antes de ser festa combativa: flores, meninos(as), destinos
Num trabalho de José Quitério, em COSTUMES:
319
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
320
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
AS MAIAS
A FESTA DAS FLORES
A FESTA DA PRIMAVERA
A FESTA DA ALEGRIA
A FESTA DA VIDA
E foi assim que há anos muitos anos que estão ainda para vir que a
cidade de Beja se vestiu de FLORES e de CORES para celebrar uma
FESTA nunca vista e nunca acontecida que afinal se celebrava desde
sempre e em muitos lugares porque já vinha no coração e no ser
íntimo de cada pessoa desde os tempos imemoriais e esteve sempre
na alma e nas raízes destes povos de aquém do Tejo...
321
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Cada rua, cada bairro, cada canto de cada freguesia tinha o seu trono
ricamente engalanado com todas as riquezas que permitia a fantasia
das cores e dos odores que a Natureza tão prodigamente proporciona
nesta época do ano e em cada trono, entronizada, a rapariga símbolo
da beleza, da juventude, da alegria e da vontade de viver de toda a
gente...
322
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Era uma FESTA como já dissemos nunca vista, uma festa total, uma
festa de todos, uma festa geral desde sempre celebrada por todos
com gestos e actos ou autos que todos inventavam e em que todos
participavam... festa cheia de todas as cores e cheiros e encantos de
todas as flores a sobressaírem dos tapetes imensos de verdura que
naquele ano providencial cobria toda a imensidão dos campos que
eram de terra de barro vermelho como se a terra se tivesse
misturado com o suor e o sangue de todos os que neles trabalham e
trabalharam em séculos e séculos de amanhos e sementeiras que
alimentaram as sucessivas gerações de senhores e de escravos
embora aqueles fossem mais bem alimentados mas estes sempre
gastavam mais, que foram sempre muitos, muitos mais milhares os
mal alimentados que sustentam os poucos bem alimentados e agora
ali estavam cobertos do verde e da esperança de virem a
transformar-se no amarelo dourado das searas e dos girassóis e do
junquilho e dos pastos com promessas de oiro e de pão e de
abundância para o corpo e para a alma de todos…
323
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Era a FESTA!
324
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
325
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
326
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
327
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
328
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
329
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
330
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
331
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
332
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Donde vêm então estas FESTAS das MAIAS que vamos reinventar?
E como eram celebradas?
Isso são contos largos que têm muito, ou quase nada de certo
para vos contar!
333
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
334
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
335
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
336
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
A FESTA
337
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
338
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
339
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
340
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
341
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
342
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Cita ainda Pinho Leal que no seu ―Portugal Antigo e Moderno‖ (vol. V,
1875) onde refere que “há alguns anos o governo proibiu a FESTA
DAS MAIAS”.
Aquilino Ribeiro:
―Quando os pães apendoam, pelos caminhos, na testeira das belgas,
no festo dos cabeços, as giestas desentranham-se em maias. Maias
amarelas, maias brancas, é uma epifania.‖
Alexandre Herculano,
«em ―O Monge de Cister‖ (Capítulo IV, ―A festa da Maia‖), cuja acção
decorre precisamente no tempo de D. João I, depois de citar a
postura da Câmara de Lisboa ―(...) esguardando a uns graves
peccados que se em esta cidade de mui longos tempos acá faziam, e
extremadamente peccados de dollatria e costumes danados dos
gentios‖, indica que a lei não atingia as comunas de mouros e as
povoações por eles principalmente habitadas, e
343
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
344
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
345
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
346
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
»«
347
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
348
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
349
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
350
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
351
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
352
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
sem interferências (ou apesar) dos donos e dos doutores, apesar dos
colonizadores que lhe chamaram ALÉM - TEJO - e, como ―pôr o nome
é ser dono!!!‖ - que a vieram explorar e banquetear-se com ela!
José Penedo
353
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
354
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
5 - BIBLIOGRAFIA/s
nota1
BIBLIOGRAFIA ou a referência às FONTES
apoios
e a solidão/ária
5.1 BIBLIOGRAFIA/s
5.1 – Bibliografia – referência às Fontes
5.2 – Bibliografia de Autores e Obras
5.3 Bibliografia Viva…
1
A BIBLIOGRAFIA, como aliás vou ter oportunidade de dizer para o/s índice/s, vão numerados, depois de
longas hesitações, porque são parte integrante da obra idealizada. Não são mero apêndice ou elementos
para facilitar a leitura. São capítulos de leitura que condicionam e orientam ou subvertem toda a Leitura.
Neste caso da BIBLIOGRAFIA, o mais importante, não é própriamente a Bibliografia como é entendida
em geral. A BIBLIOGRAFIA não escrita, essas HISTÓRIAS que você ouviu ccontar e de que já não se
lembra... Aqueles de que se lembra mas não ligou importância nenhuma porque foram contadas por
alguém sem cotação no mercado das economias ou ideias rentáveis... Essas mesmo, que não podem
estar aqui citadas, porque são as que voçê conhece, são A BIBLIOGRAFIA indispensâvel para entender
estas LENDAS e as reCONTAR e as subVERTER...
355
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
356
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
357
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
eis que subitamente descubro que nada disto teria sido possível sem
me sentir rodeado de uma multidão de sábios e estudiosos e amantes
da cultura, da CULTURA entendida na sua acepção global que vai ate
as raízes...;
358
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
359
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
360
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
PADRE JOÃO RODRIGUES LOBATO pelos rumos que abriu e continua a abrir com
suas recolhas, de lendas, falares e documentação em
AMARELEJA, RUMO À SUA HISTÓRIA, Évora, 1961 e pelo trabalho sobre
Aljustrel que não tive oportunidade de consultar;
361
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
ter visto nascer a televisão e temer pelo desaparecimento ―dos velhos e velhas‖ e
FERNANDA FRAZÃO pela sua crença nas raízes profundas da Tradição, apesar de
CARLOS OLIVEIRA e
antologia foram escolhidos de obras de Teófilo Braga, Adolfo Coelho, José Leite de
Vasconcellos, A. Tomás Pires, Consiglieri Pedroso, Ataíde Oliveira e outras
aqui.” em
colectâneas e revistas por onde tem andado disperso o tesoiro que hoje se reune
Júlio MARTINS professor efectivo no Colégio Militar, pela selecção dos textos e
comparação com os extractos dos
LIVROS DE LINHAGENS insertos no PORTUGALIAE MONUMENTA HISTORICA,
SCRIPTORES, e excerto da p. 279-280 da Morte do Lidador em TRECHOS
SELECCIONADOS DAS LENDAS E NARRATIVAS DE ALEXANDRE HERCULANO,
Didáctica Editora, Lisboa, 1974.
362
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
FERNÃO LOPES:
AS CRÓNICAS DE FERNÃO LOPES CRÓNICA DE EL-REI D. PEDRO,
CRÓNICA DE EL-REI D. FERNANDO, CRÓNICA DE EL-REI D. JOÃO em
português moderno, por
ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA, Antologias Universais da Potugalia Editora, sem
data <1982?), em especial o capitulo da página 215 e seguintes:
A INSURREIÇÃO NA PROVÍNCIA Como foi tomado o castelo de Beja e
morto o Almirante Micer Lançarote, que termina assim:..."O almirante
quando viu isto começou a defender-se o melhor que podia; e bradando-lhe
eles que viesse ca abaixo e não tivesse medo, assim o fez. Mas pensando
―postumeiros dias‖?
FERNÃO LOPES
HISTORIA DE UMA REVOLUÇÃO Primeira parte da CRÓNICA DE EL-REI
D. JOÃO I DE BOA MEMÓRIA, com actualização do texto, introdução e notas
de José H. Saraiva, Publicações Europa-América, Janeiro de 1977, em
especial pelo capítulo 42, p.158,
almirante Mice Lançarote, que termina assim: “...O almirante, quando esto
A REVOLUÇÃO EM BEJA Como foi tomado o castelo de Beja e morto o
FERNÃO LOPES
de AUBREY F.G. BELL Tradução do Inglês por ANTÓNIO ÁLVARO DORA,
José Ribeiro Editor, 3ª edição: Março de 1986, Ulmeiro, que tomou por base
363
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
A. KIBEDI VARGA
TEORIA DA LITERATURA, com a colaboração de Benoit de Cornulier, D.W.
Fokema, Heide Gottner, Michel Grimsud, Elrud Ibsch, P.W.M. de Meier,
Heinrich F. Plett, Horst Steinetz, Teun A. Van Di, Aart Van Zoest, Pierre V.
Zima, tradução de Tereza Coelho, apresentação e revisão de Eduardo Prado
Coelho, Editorial Presença, o Copyright by A. et J. Picard, 1981, pela vasta
bibliografia que apresenta em cada uma das colaborações, pela actualização
e desafios que faz a todo o trabalho de Análise Textual, abrindo-se ao
campo de inúmeras disciplinas e áreas de investigação.
RICHARD E. PALMER
HERMENÊUTICA, HERMENEUTICS NTERPRETATION THEORY in
Schleiermacher, Dilthey, Heidegger and Gadamer, Northwestern University
Press, 1969, Tradução de Maria Luísa Ribeiro Ferreira, Edições 70, Lisboa,
1986, pela profundidade que sugere para a Teoria da interpretação literária.
MESQUITELA LIMA
ANTROPOLOGIA DO SIMBÓLICO (ou o simbólico da Antropologia),
Editorial Presença, 1983, pelas pistas que apresenta e pelos exemplos
apresentados de, a partir de contos tradicionais em diversas variantes, e
analisando a sua estrutura, descobrir as suas simbólicas e então partir para
uma visão quase global das respectivas sociedades, o que se torna
impraticável como diz o autor.
CARLOS REIS
TÉCNICAS DE ANÁLISE TEXTUAL. Livraria Almedina, Coimbra, 2ª edição,
1978, por ser o livro fundamental para a abordagem de qualquer texto.
364
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
CHARLES PERRAULT (1628-1703) pela coragem de, na sua época, irromper pelo
―aprivoiser‖, com
desafios que nos deixou nas SUAS obras, em especial por nos CATIVAR
365
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
LYMAN FRANK BAUM (1856-1919) pela fantasia com que nos sabe levar com
Dorothy, to
THE WONDERFUL WIZARD OF OZ, que naquele dia de ciclone, não
conseguiu fugir para o subterrâneo para onde a chamava a tia Em, por
causa do Totó que lhe saltou dos braços e se foi esconder debaixo da
cama... e, aí vamos nós, depois da casa girar três vezes..., através dos ares,
viajar pelos mundos do sonho...
picantes contos do
DECAMERON (1349-1353)
sociedade do século XVII (ou ―...de tout temps/les petits ont pâti des sottises des
JEAN DE LA FONTAINE (1621-1695) por nos ter dado o retrato pedante da
VLADIMIR PROPP
AS FUNÇÕES DO CONTO, pelos meios que fornece...
NUNO BETELHEIM
PSICANÁLISE DO CONTO DE FADAS, pelas pistas que abre...
366
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
MIGUEL TORGA
PORTUGAL e o DIÁRIO, que em resumo são as suas viagens incansáveis e
de uma profundidade ímpar através do país, através do Tempo, do Espaço,
ADOLFO COELHO
CONTOS POPULARES PORTUGUESES, 1ª edição de 1879 e Publicações
Dom Quixote, Portugal de Perto, Lisboa 1988, e o prefácio de Ernesto Veiga
de Oliveira.
CONSIGLIERI PEDROSO
CONTOS POPULARES PORTUGUESES, (1ª edição em 1910 e edições Vega
1978 ), com prefácio de Maria Leonor Machado de Sousa que lhe agradece
pelos preciosos documentos para a compreensão dos vectores tradicionais
da nossa cultura.
J. DAVID PINTO-CORREIA
ROMANCEIRO TRADICIONAL PORTUGUÊS, Editorial Comunicação, Lisboa,
1984, pela apresentação crítica, organização, notas e sugestões para uma
análise literária do nosso romanceiro...
MANUEL DA FONSECA
367
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
OLÍMPIO NUNES
O POVO CIGANO, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1961, por
conseguir ir to longe e tão dentro de um mundo de mistério e maravilhoso
que escapa a todos ou a grande maioria dos que se sentem incomodados ou
fascinados por ele!
JOSÉ SARAMAGO
LEVANTADO DO CHÃO a retratar o ALENTEJO ou um ALENTEJO, e pelo
seu fantástico MEMORIAL DO CONVENTO e por nos ter posto a navegar na
sua inacreditável JANGADA DE PEDRA...
368
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
369
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
370
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
371
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
Falta citar
o grande LIVRO ABERTO que é a VIDA e em especial aqui A VIDA NO
ALENTEJO no seu apelo e solicitações constantes e, na sua imensa
SOLIDÃO, lembrando afinal que O ACTO CRIADOR só e possível no
AMOR, no AMOR PARTILHADO ENTRE O HOMEM E MULHER, mas
verificando, por contradição e ambiguidade, que o ACTO CRIADOR só
se realiza na SOLIDÃO absoluta... e no campo da arte, permito-me
citar os casos deste século:
A pintora VIEIRA DA SILVA que sentia necessidade de pedir aos
amigos que a deixassem não ter o prazer de ir tomar com eles o café
ou de ir a um concerto ou a uma festa, porque os seus quadros, sem
ela não nasceriam e a Humanidade ficaria mais pobre; o exemplo de
MIGUEL TORGA, o transmontano sempre chamado para o Reino
Maravilhoso da solidão de Trás-os-Montes, e sempre solicitado pela
vida, numa SOLIDÃO-SOLIDÁRIA inexprimível;
e ainda o exemplo do prémio Nobel da Literatura, Garcia Marques
que, depois de conceber os seus CEM ANOS DE SOLIDÃO, quando
durante uma viagem olhava o deserto e as montanhas!, e depois ...
tem de se isolar durante dois anos em que fica totalmente
dependente dos amigos e da família, para o tabaco, para a comida,
as necessidades primárias, e... até dos comerciantes que lhe
fiavam... para produzir a obra prima que deslumbrou o Mundo!
372
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Uma viagem que começou, parecendo solitária, fica afinal como uma
obra colectiva e daí e não a assinar com o meu nome, mas, como
optei desde o início, com o meu deNómio, José Penedo. Este
deNÓMIO fica aí, a significar toda esta gente que permitiu que eu
realizasse este trabalho. Publicá-lo?!!! Isso será outra aventura e
outro desafio. Acho que não é comigo nem depende de mim.
373
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
374
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
6 – EXTRAS
6.1
6.1.1 - Confidência
6.1.2 - Brinquedo de Miguel Torga
6.1.3 - Estrela de José Penedo
6.2
6.2.1 - Bibliografia do autor
6.2.2 - Uma Resenha d Ana Machado
6.2.3 - Referência à publicação destas lendas no Arquivo de
Beja pela mão do Professor Doutor José Orta
6.2.4 - O TOURO e a COBRA vistos por dois artistas de Tela e
do Barro – Paizana e Isaclino
6.3
SEPARATAS com várias montagens de imagens a permitir
sonhar com o tema do TOURO e da COBRA
375
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
376
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
6.1.1 - CONFIDÊNCIA:
ao seu serviço…,
José Penedo
377
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
378
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
379
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
380
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
381
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
382
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
A MAR – Como a água das fontes e dos rios, a VIDA, todas as VIDAS, correm sempre para O MAR… A MAR… AMAR…
Um deNómio de José Rabaça Gaspar.
ISBN 950-502-602-5 /e 6 – Preço para transferir €3 – Em papel – $7.28 mais custos de envio. (in LP euros 7.5)
Nestes poemas com a influência de Camões, Torga e Borges, é proclamada a subversão: O MAR é A MAR!
ISBN 1-4135-0116/7-8/6 – Preço para transferir €3 – Em papel – $6.44 mais custos de envio. (in LP euros 7.5)
descubram a MAGIA de criarem a sua própria ILHA em A MAR….
A FEIRA – Autor: José Penedo de Castro – Set/ Out 2003 –154 pp.
Um deNómio de José Rabaça Gaspar.
José Penedo de Castro é um cigano andarilho de FEIRAS que tenta mostrar com palavras e imagens o movimento e o
Publicou também, na mesma editora, como José d‘A MAR – A MAR e A ILHA.
colorido destes centros de Encontros e desEncontros...
ISBN 1-4135-0126/7-5/3 – Preço para transferir €3 - Em papel – $9.80 mais custos de envio. (in LP euros 10)
A COBRA – Autor: José Penedo – Dez 2003 / Jan 2004 – 184 pp.
Em A COBRA, José Penedo, outro deNómio como José d‘A MAR, e José Penedo de Castro, canta-nos aqui, em BALADAS, as
Um deNómio de José Rabaça Gaspar.
Lendas do Touro e da Cobra (uma LENDA de BEJA?) e o enCanto das Fontes… numa espécie de sinfonia em três
ISBN 1-4135-0135/6-4/2 – Preço para transferir €3.5; em papel – $10.64 mais custos de envio. (in LP euros 10)
Andamentos e várias Cantatas…
A SERPE – Autor: José Penedo de Serpa, Março / Abril de 2004 – 118 pp.
Outro deNómio de JRG, como José d‘A MAR, José Penedo de Castro e, e José Penedo, canta agora AQUI, as Lendas da
ISBN 1-4135-0142/3-7/5 – Preço para transferir €3 – Em papel – $7.68 mais custos de envio. (in LP euros 7.5)
SERPE, que pode ser o Rio ANA, e as origens de SERPA e Mértola…
A MOURA – Autor: José Penedo de Moura, Maio / Junho de 2004 – 136 pp.
José Penedo de Moura, outro deNómio de JRG, canta agora AQUI, através de 10 ―vozes‖ – autores diferentes, as Lendas
da MOURA, cidade cristã, com nome pagão – ou a UTOPIA da CONVIVÊNCIA (im)Possível!!!
ISBN 1-4135-0164/5-8/6 – Preço para transferir €3 – Em papel – $8.30 mais custos de envio. In LP euros 10)
ALFÁTIMA – Autor: José da Serra do Vale do Zêzere, Julho / Setembro de 2004 – 124 pp.
Com este livro sobre a LENDA da MOURA – ÁLFÁTIMA – o autor, decide regressar ao FUTURO, à sua Sterra – Serra da
Estrela – Manteigas, com 10 Lendas da Moura encantada, à espera de uma libertação gloriosa, com Cristãos e Mouros… A
ISBN 1-4135-0185/6-0/9 – Preço para transferir €3.5 – Em papel – $8.30 mais custos de envio. In LP euros 10)
HUMANIDADE, um só POVO, com o tesouro da sua polícroma diversidade interCULTURAL.
ISBN 1-4135-3547/8-X/8 – Preço para transferir €5 – Em papel – $19.80 mais custos de envio. (in LP euros 15)
O PASTOR – Lenda do Pastor dos Hermínios – por Viriato dos Hermínios – previsto para ser editado na e-libro.net,
O PASTOR – LENDA/s do PASTOR DOS HERMÍNIOS – é só uma MENSAGEM fascinante ditada pela ESTRELA – A SERRA, do
em Setembro de 2005 Novembro de 2005 (2º de uma outra trilogia da Serra da Estrela)
Pastor que conquistou os MONTES ERMOS! Viriato dos Hermínios foi encarregado de a divulgar a quem a quiser ouvir. Há
ISBN 1-4135-3600/1-X/8 – Preço para transferir €2.62; papel–US$ 9.80 (más gastos de 383edon). (in LP euros 10)
mais 5 lendas complementares.
MANTEIGAS – uma Terra na Serra 383edondilh em Lendas – Lenda da Fundação mítica de Manteigas, por
Hermes do Zêzere – previsto para ser editado na e-libro.net, em Novembro de 2005 – Março 2006 (enfim a outra
TRILOGIA sobre Manteigas, Serra da Estrela, com ALFÁTIMA e O PASTOR).
PORQUÊ de ser este nome usado, contrariamente ao uso corrente, no plural – manteigas… & o que são OU PODEM SER os
Manteigas enoVELADA em muitas lendas e A LENDA de como foi descoberto o lugar onde hoje é MANTEIGAS e do
«Lendas da Moura SALÚQUIA», Março de 2005, com mais de duas dezenas de versões, uma Edição de “Moura
OUTROS EM COLABORAÇÃO:
Salúquia” AMCM, 250 pp., tem prefácio e colaboração de 10 versões da lenda e uma Décima;
«OS LOBOS DE MANIAMBA» Moçambique 1968 / 1970» Memórias da CART2326, Janeiro de 2005, com 156
pp., tem recolha de dados, organização, plano, digitalização e apresentação (c/ versão do CANCIONEIRO DO
“Que modas?...que modos? (actas do 1º. Congresso do Cante Alentejano) (dos GRUPOS CORAIS
NIASSA).
ALENTEJANOS)”, edição de FaiALentejo, Horta, Faial, Açores, com 360 pp. – colaboração.
ISBN 972
DEIXAS… As DÉCIMAS e Os Poetas Populares… colaboração no jornal “Há Tanta Ideia Perdida”, da Confraria
9171 03 3
do Pão… Alentejo, Alandroal, Terena…
383
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
BIO(BIBLIO)GRAFIA
Nota: deNómios de José Rabaça Gaspar. (www.joraga.net )
Não são um pseudónimo nem um heterónimo (exclusivo de Pessoa) mas um neologismo
inventado, um NOME (outro), anjo ou demónio, musa inspiradora, que escreve através do
autor, o livro ou cada um dos poemas do autor.
e exerceu a sua actividade, desde 1961 em várias localidades da Serra – Loriga, Gouveia, Covilhã e
Nasceu na Serra da Estrela, Manteigas (1938), tirou o Curso Superior de Filosofia e Teologia, na Guarda,
Moçambique – Metanguala, Maúa e Nampula, (4 anos) tendo passado algum tempo em Angola – Luanda
Ferro, passando depois pela Academia Militar, em Lisboa, antes de cumprir o Serviço Militar em
e Benguela.
Frequentou depois, em Paris, um Curso intensivo de Animação Cultural, para os Povos em
Desenvolvimento e Alfabetização, com Paulo Freire, e esteve, 4 anos, nos Serviços de Apoio aos
Emigrantes Portugueses na Alemanha onde frequentou Cursos de Alemão e leccionou Português.
De regresso a Portugal, em 1975, esteve primeiro a trabalhar nas Cooperativas Agrícolas como
trabalhador agrícola, na Alfabetização e Animação Cultural tendo ingressado no ensino Oficial em 1976.
Leccionou em Rio Maior, Setúbal, Caldas da Rainha e cerca de 20 anos em Beja, Alentejo, procurando
levar os alunos a aprender o melhor da Língua e da Literatura Portuguesa, a partir das suas raízes
como a maneira característica de FALAR (saudações, nomes, alcunhas, expressões regionais…) serviam,
culturais. A Poesia Popular, as Canções, o Contos, as Lendas, os Provérbios e os usos e costumes, bem
09.2002.
2005 – Novembro – O PASTOR – LENDAS do Pastor dos Hermínios, por Viriato dos
Hermes do Zêzere (no prelo, na e-libro)
384
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
2003 – Julho – A ILHA, com o deNómio de José D‘A MAR, in www.e-libro.net (ver
2003 – Maio – A MAR, com o deNómio de José D‘A MAR, in www.e-libro.net (ver
em Poesia e Vanguardia).
Alentejo – Mértola…
2002 – Lenda/s do Pastor da Serra da Estrela (5 EXEMPLARES impressão e
2001 – Ceifeiro e Mil e Uma Noites – Grito do Índio, A LENDA do Pastor da Serra da
2000 – Dezembro – in Revista Arquivo de Beja – Vol. XV, série III – PRESÉPIO
Estrela, e NOMINALIA (5 EXEMPLARES impressão e encadernação manual)
1997 – Dezembro – in Revista Arquivo de Beja – Vol. VI, série III – MOURA –
de SERPA INFORMAÇÃO, 4º série, n.º 17 (12.000 exemplares).
1996 – Abril – in Revista Arquivo de Beja – Vol. I, série III – A/s LENDA/s do
manual).
1994 – Abril e Maio O CANTO DO CANTE – in Jornal Terras do Cante Ano I, 1ª série,
CULTURA /DESENVOLVIMENTO.
385
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
386
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
387
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
388
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
―fugir à regra‖.
pelo que esta lenda não poderia
Seja como for, a verdade é que esta lenda ainda está viva, e com por- menores que se vão
recombinando consoante as versões, e expressa a ideia de um mito de origem que organiza
e marca a sua concepção do mundo envolvente.
Num tempo em que o conhecimento científico impera, todos os ensina- mentos baseados na
oralidade, os contos, os jogos, os cantares, as crenças e as lendas, passados de boca em
boca, de geração em geração, parecem estar ameaçados de esquecimento e à deturpação
dos seus significados.
Ana Machado
Antropóloga
389
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
390
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
391
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
da Página 31 a 62
392
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
393
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
394
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
6.3 Separatas
IMAGENS EXTRA
Com montagem de obras de vários
artistas & outras ideias
395
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
396
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
397
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
398
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
399
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
400
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
401
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
402
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
403
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
404
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
405
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
406
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
407
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
408
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
409
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
410
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
7 - ÍNDICE/s
Nota 22
7 - ÍNDICE/s
7.1 – Índice de índices e indícios…
7.2 – Índice, lista das GRAVURAS
7.3 - PLANO GLOBAL DESTA OBRA
7.4 – PLANO de possíveis Jornadas pelo ALENTEJO
7.5 – LINKs – Páginas da Internet com Lendas do Alentejo
7.6 – ÍNDICE GERAL (manual)
7.7 – ÍNDICE GERAL (com ligações)
2
Assim como a BIBLIOGRAFIA, o ÍNDICE, ou os ÍNDICES, também vão numerados. Porquê? Como já foi
dito anteriormente, eles fazem parte da ESTRUTURA DA OBRA tal como foi concebida; ou antes, são
eles, e sobretudo o ÍNDICE GERAL, que tenta mostrar toda a articulação como foi concebida e
estruturada a obra, ou melhor dizendo, como se foi estruturando a partir das primeiras ideais e
sucessivas escritas e rescritas. Os índices, sobretudo o índice, é, sem dúvida, uma proposta de LEITURA
que, evidentemente, pode ser recusada pelo leitor.
411
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
412
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
anedotas…
ALENTEJANOS A definição de um tipo de pessoas únicas e
CANTE…
CANTO A arte de se expressar que, no Alentejo, se chama
413
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
comunidades alentejanas…
nas comunidades ciganas e pouco conhecida nas
populares…
DESFILES Relacionados com cortejos e manifestações
dizem DÉCIMAS…
especialmente aos analfabetos que criam e / ou
Amizade…
FESTA A expressão popular e colectiva da ALEGRIA e da
414
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
415
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
autoritarismo discricionário..
ROMANOS Ver as marcas do que permanece... com restos,
rastos de exploração e opressão... e de lições...
SOLIDÃO Fundamental para a preparação da gestação do
acto criador
SOLIDÃO Ou o milagre de criar o impossível...
SOLIDÁRIA
SOLIDARIEDADE Indispensável para que o acto criador e eficaz
aconteça...
TERRA Por exemplo os barros vermelhos, a terra mais
produtiva para as searas que podemos ver como
Terra empapada em suor e sangue que lhe da
uma fecundidade única . ..
TOURADA O seus ritos, rituais... o insólito possível..., a
contestação à sua desumanidade!, crueldade!....
TOURO O poder a fertilidade(a vaca) a força, a
abundância(o vitelo de oiro)... A força bruta que o
homem põe ao seu serviço...
416
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
417
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
418
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
419
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
420
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
421
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
422
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
5ª partida
Uma dramatização feita pela professora Maria Natália Quinta Queimada, com finalistas da
Escola Secundária Diogo de Gouveia, de Beja, Março e Abril de 1992 (com um VÍDEO);
Uma série de várias peças em barro do Mestre barrista, Isaclino, de Beja – a partir de 1986…(
propriedade da Câmara Municipal de Beja, e outras recriações em promessa ao autor destas lendas que
o mestre Isaclino considerou uma vez co-autor dessas peças!!!
2ª jornada
1ª partida
A FEIRA DE CASTRO – AS FEIRAS EM VÃS REDONDILHAS
A FEIRA DE CASTRO – AS FEIRAS – vista por um CIGANO CASTANHO andarilho de feiras,
penedo gordo – BEJA – 1987 /1991/1993/94
2ª partida – (um estudo das origens e linguagem da FEIRA a programar com entidades ou
pessoas de Castro Verde…)
423
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
3ª jornada
1ª partida: - LENDA/s da ILHA DO PESSEGUEIRO
autor: José d‘A MAR, Aivados, verão de 1989, Penedo Gordo, Beja, Outono de 1989, Ilha do
Pessegueiro, Ano Novo de 1992, Penedo Gordo, Beja, 1993794
2ª partida: - A MAR
autor: José d‘A MAR, Penedo Gordo, 424edo, 1989- 1991- 1993/94
4ª jornada –
autor: José Penedo de Moura, Penedo Gordo, Beja, Outubro de 1986 – 1994
2ª partida
SERPA ENC(O)ANTADA em LENDAS
424
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
7.5 - Links –
Alentejo…
com Páginas de lendas do Touro e da Cobra e outras lendas do
LENDAS DO ALENTEJO
- http://www1.ci.uc.pt/iej/alunos/2001/lendas/index.htm
- http://www1.ci.uc.pt/iej/alunos/2001/lendas/alentejo.htm
LENDAS DO ALENTEJO
- http://orgulhoseralentejano.paginas.sapo.pt/index.html
Por Miguel Gaspar Roque
- http://orgulhoseralentejano.paginas.sapo.pt/lend_alet.htm
LENDAS E TRADIÇÕES
http://www.alentejolitoral.pt/PortalTurismo/ARegiao/LendasTradicoes/Paginas/LendaseTradicoes.aspx
Por alentejolitoral
Canto da Terra
http://www.cantodaterra.net/ct/site/lendas/default.asp?fpage=0&page=1&find=Todas%20as%20lendas
&findbox=0
6- Património Nota: Esta ligação e a Fundação ‗Terra Mãe‘ foram desactivadas, mas
e Cultura mantém um Banco de Dados - http://www.bdalentejo.net/ - de notável
Imaterial / Os utilidade, com publicações sobre o Alentejo de muito e variados autores.
Contos e as
Estórias (http://www.alentejo-terramae.pt/index)
Alentejanas... (desactivada, fica para que conste)
425
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
http://www.joraga.net/contos/index.htm
http://www.joraga.net/contos/pags/53_contos&lendas_alentejo.htm
A ARTE de enCANTAR
na LITERATURA POPULAR PORTUGUESA
por JORAGA o acrónimo de JOsé RAbaça GAspar e outros mais de 1001
deNÓMIOS.. - contacto © joraga ®
http://www.joraga.net/eAlentejo/
Nota: Esta ligação, embora esteja com problemas de actualização do MOODLE, a rever em breve,
desempenhou o seu papel num curso de uma Universidade Sénior (USALMA) e apresenta um importante
esquema de trabalho e estudo sobre o Alentejo.
eAlentejo alguns aspectos «Caminhando e
a canção…»
de uma indentidade cantando e seguindo
TRABALHOS mais actuais, desde 2011, podem ser vistos no CANTO do CANTE no FaceBook e AQUI no
SBRIBD - http://pt.scribd.com/jose_gaspar_23
2012 e 1013, no que Dá especial relevo aos Grupos Corais e
decidi chamar ANO DO Instrumentais do CANTE...
CANTE, com mais de seis Levantamento de mais de sete
―modas‖ e canções...
dezenas de trabalhos... centenas de Pautas musicais das
sobre o CANTE... e mais
de 10.000 consultas e Empenho especial na elaboração do
leituras... imenso CANCIONERO...
http://pt.scribd.com/jos%C3%A9_gaspar_35
Com 33 Com variados temas, com especial
carregamentos e relevo para os POETAS POPULARES e
cerca de 3000 memórias do tempo da Guerra em
leituras, desde 2011 África (1967 / 1970) e Reforma
/ 05 / 22 até Maio de Agrária 1975...
2012...
http://www.joraga.net/
Página principal do autor Uma espécie de Enciclopédia, a que
com os mais variados
―aminhateianarede‖, com
tive de dar o nome de
temas desde a Família, à
Guerra, à investigação de
Valores Culturais actualização, pelo menos, mensal...
idententários do
Alentejo...
426
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
0 em VIAGEM 11
0.0 BEJA e A/s LENDA/s 29
DA COBRA – versão 03
1.03 A POPULAÇÃO LANÇA UM TOURO PARA SE LIBERTAR
427
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
428
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
2.01 - A LENDA DA FONTE MOURO recolha de Manuel Joaquim Delgado ................................... 145
2.03 - A LENDA DA FONTE MOURO (rescrita por Fernanda Frazão) .......................................... 157
2.04 - LENDA DE BEJA – A FONTE DA MOURA, por Edmundo Belfonte, ..................................... 163
0.2.1 - ENCONTRO DOS MAGOS NA FONTE DAS CAVADAS .............................................. 175
429
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
0.2.4 - os magos pesarosos pelo sucedido decidem não reunir... ................................... 211
3.03.3 - MARIANA ALCOFORADO - A lenda que (se) pode (en)co(a)nt(r)ar... ............................ 285
- In Arquivo de Beja – pela mão do Professor Doutor José Orta ...................................... 391
6.2.3
- O Touro e a Cobra vistos por artistas da tela e do barro… Paizana… Isaclino… ................ 393
6.2.4
6.2.5
430
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
–
– Pinturas – Picasso… Animalistas… ............................................................. 403
6.3 - Separata 3 Estatuas Touro / Mulher Cobra................................................................. 401
–
6.3 - Separata 4
–
6.3 - Separata 5 Pinturas (MIX) ....................................................................................... 405
–
6.3 - Separata 6 TC mitologia .......................................................................................... 407
6.3 - Separata 7 Desenhos Vários .................................................................................... 409
431
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
432
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
Escultura rara de um touro com cerca de três mil anos para ver em Beja
http://sicnoticias.sapo.pt/cultura/2012/04/30/escultura-rara-de-um-touro-com-cerca-de-tres-mil-anos-para-ver-em-beja
A escultura, devido à "sua raridade, particular relevância científica e valor iconográfico", vai estar patente ao público até
ao próximo dia 29 de junho na galeria de exposições da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva
(EDIA), em Beja.
...
A peça, com 23 centímetros de altura, 17 de largura e 45 de comprimento, representa "um touro em posição natural de
repouso, deitado sobre o ventre e com a parte traseira ligeiramente recostada sobre a perna esquerda", explica a
EDIA.
A escultura foi recuperada no sítio arqueológico Cinco Reis 8, intervencionado no âmbito da empreitada de construção
de uma infraestrutura da rede primária do subsistema de rega de Alqueva, o troço de ligação Pisão-Beja.
O sítio arqueológico Cinco Reis 8 é uma necrópole da 1. Idade do Ferro, "constituída por recintos limitados por fossos
de planta retangular, no centro dos quais se situam sepulturas individuais".
A EDIA, desde o início da construção do empreendimento de fins múltiplos de Alqueva, já promoveu cerca de 1.300
intervenções arqueológicas no âmbito da minimização de impactes decorrentes das obras do projeto.
Segundo a empresa, as intervenções arqueológicas "têm permitido conhecer em concreto os espaços de ocupação"
inseridos nas mais diversas cronologias, da pré-história aos tempos modernos, e tipologias, como necrópoles,
habitações e povoados.
"Este conhecimento vem trazer novas luzes sobre o passado e contribuir para uma revisão do atual estado do
conhecimento científico", sublinha a EDIA.
Lusa
• Possivelmente, NÓS, como sociedade, criámos, NÓS próprios, uma série de MONSTROS
INSACIÁVEIS e agora, não sabemos “destruir” ou lidar com eles...
Corroios, Primavera de 2012 – O Autor
------------------------------------------------------------------------------------------------
Corroios, 8 de Maio de 2012
433
José Penedo – um deNómio de José Rabaça Gaspar
JORAGA
em viagem...
434
Lendas de Beja – o Touro e a Cobra e outras LENDAS...
435