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Estudo

sobre
as
obras
de
RAMATIS
Vol. I

Organizado por
SERGIO GNIPPER
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ÍNDICE

Ramatís e sua obra............................06


Deus..........................................047
O Plano da Criação Divina.....................058
Involução e evol.no Plano da Criação..........079
A Lei do Carma................................103
Prâna.........................................123
Duplo Etérico.................................132
Os chacras do duplo etérico...................151
O Perispírito I Corpo Astral..................176
O Perispírito II Corpo Mental.................196
Mediunidade e fenômenos mediúnicos............224
Mediunidade natural e a de prova..............247
Responsabilidade e riscos da mediunidade......255
O médium de mesa e o médium de terreiro.......267
Animismo e misticação........................273
Sono, sonhos e recordações do passado.........279
Fenômenos de efeitos físicos..................293
Fenômenos de efeitos intelectuais.............322
Psicometria e radiestesia.....................343
Mediunidade de cura e terapêutica dos passes..363
1. Ramatís e sua obra 2

Foi então um iniciado nos conhecimentos ocultos da Aumbandhã, a Lei Maior Divina, Sabedoria Secreta ou
Conhecimento Integral, sistema religioso-filosófico-científico setenário esotérico, cultuado nos Templos da
Luz atlantes, trazido de outras constelações do infinito cósmico para contribuir com a evolução da
humanidade terrena e que embasou as filosofias espiritualistas posteriormente formadas, principalmente as
filosofias herméticas.

No século XIV a.C, no antigo Egito, Ramatís foi o grão-sacerdoteMerí Rá, no reinado do faraó Amenhotep
IV (1372 a.C – 1354 a.C), promotor de uma grande reforma religiosa, substituindo as antigas divindades do
panteão egípcio pelo culto monoteísta a Aton, o disco solar, tendo mudado seu próprio nome para
Akhenaton.

Nessa ocasião, Merí Rá teve a oportunidade de salvar da execução sumária um modesto aguadeiro, que,
inadvertidamente, respingou água nas sandálias de uma dama da nobreza egípcia, assumindo para si a sua
tutela perante o faraó, e que, mais tarde, reencarnou na figura de seu médium Hercílio Maes.

Posteriormente, em nova passagem pelo Egito, Ramatís teve outro encontro encarnatório com Kardec, que
foi então o sacerdote Amenófis, médico e estudioso do “Livro dos Mortos” e dos fenômenos do Além, ao
tempo do faraó Merneftá (1225 a.C. – 1215 a.C), filho de Ramsés II.

Segundo o mestre Hilarion de Monte Nebo, e outros sublimes mensageiros espirituais, Ramatís ainda viveu
anteriormente na figura de Essen, filho de Moisés e fundador da Fraternidade Essênia, fiel seguidora dos
ensinamentos Kobdas; mais tarde, viveu na Hebréia sob a roupagem de Nathan, o grande conselheiro de
Salomão.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 3

Na Grécia antiga, por volta do século V a.C, reencarnou como o famoso filósofo Pitágoras de Samos
(cerca de 570 a.C – 496 a.C), um possível discípulo de Anaximandro. Supõe-se que tenha visitado o Egito,
mais tarde transferindo-se para Crotona, na Magna Grécia (sul da Itália), onde fundou, por volta de 530 a.C,
uma comunidade religiosa e política, cujos membros ficaram conhecidos como pitagóricos.

As doutrinas pitagóricas primeiro se desenvolveram no seio dessa comunidade e depois entre os


pitagóricos dispersos pela Grécia e no sul da Itália, que acreditavam natransmigração das almas e
buscavam praticar um ascetismo purificador. Pitágoras considerava o número como a essência e o princípio
de todas as coisas, introduzindo uma noção de Cosmo que é essencialmente medida e número(harmonia
celestial), conceito elaborado numa metafísica que mais tarde influiu decisivamente Platão.

A literatura esotérica considera Pitágoras um alto iniciado nos mistérios egípcios, babilônicos e caldeus,
cuja doutrina resumiria os arcanos da natureza em suas teorias matemáticas transcendentes e em sua
música das esferas.

Posteriormente, ainda na Grécia antiga, por volta do século IV a.C., época em que se encontravam em
ebulição os princípios e teses esposados por Sócrates, mais tarde cultuados por Antístenes, discípulo de
Sócrates e mestre de Diógenes, Ramatís novamente reencarnou, agora na figura de conhecido mentor
helênico, pregando entre os discípulos ligados entre si por grande afinidade espiritual.

Supõe-se ter sido o próprio Platão, contemporâneo de Antístenes e igualmente discípulo de Sócrates,
conforme acreditava Hercílio Maes, segundo revelação de Breno Trautwein, um dos revisores das obras de
Ramatís. Na condição de herdeiro filosófico de Sócrates e trazendo a influência dos pitagóricos, Ramatís,
na roupagem carnal de Platão, levantou o problema da verdade, que desemboca no da salvação da própria
alma.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 4

Afirmava ele, então, que os objetos da percepção sensível, ou seja, aqueles do mundo físico, acessíveis
através dos sentidos humanos, não são verdadeiramente reais, apenas ilusórios; já os objetos do
pensamento (os números ideais) são a única realidade, e as coisas sensíveis são apenas seu reflexo;
somente deles é que se pode obter um conhecimento certo.

Para Platão, as realidades mais elevadas são os conceitos matemáticos e as idéias de beleza, bondade e
justiça, que existem como formas ou arquétipos de um mundo transcendente, cuja forma suprema é o Bem
(Deus). Ele pregava que a alma humana é imortal, purificando-se através de sucessivas existências e, se o
pensamento alcança a idéia suprema do Bem, é porque nele se opera areminiscência de uma vida anterior
da alma. A ambição suprema é poder voltar àquele mundo onde as formas podem ser vistas em toda sua
indescritível beleza.

Seus ensinamentos buscavam acentuar a consciência do dever, a auto-reflexão, e mostravam tendências


nítidas de espiritualizar a vida, em cujo convite incluía-se o cultivo da música, da matemática e da
astronomia, pois concluiu pela existência de uma Ordem Superior dominante no Cosmo, ao observar
atentamente o deslocamento dos astros.

A literatura esotérica conta que, após a morte de Sócrates, Platão viajou pela Ásia Menor e daí até o Egito,
onde se iniciou nos cultos misteriosóficos de Ísis, atingindo o terceiro grau, que lhe conferiu a perfeita
lucidez intelectual e a realeza da inteligência sobre a alma e sobre o corpo.

Mais tarde, ao tempo de Jesus de Nazaré, Ramatís reencarnou na figura do conhecido filósofo neoplatônico
egípcio, de cultura grega mas de origem judaica, Fílon de Alexandria, também conhecido por Fílon, o
Judeu (entre 20–10 a.C. e 50 d.C.), responsável pela famosa Biblioteca de Alexandria.

Profundamente versado tanto em ciência grega como em judaísmo, teve então influência dos filósofos
estóicos, pitagóricos e platônicos, defendendo em suas obras a tese daabsoluta transcendência de Deus
com relação ao mundo e a idéia da transmigração das almas.

Enquanto Fílon, Ramatís tornou-se especialista em Cabala judaica, e muitas de suas obras da época
destinaram-se a explicar o judaísmo a leitores pagãos, sustentando que os filósofos gregos deviam a
Moisés algumas de suas idéias fundamentais. Ele distinguiu-se na tarefa de sistematizar a interpretação dos
documentos religiosos por meio de doutrinas científicas, tendo elaborado ummétodo alegórico de
interpretação, que aplicou ao Antigo Testamento.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 5

As doutrinas espiritualistas de Fílon inspiraram em grande parte os gnósticos e os neoplatônicos, e seu


pensamento exerceu também extraordinária influência em escritores judeus e cristãos posteriores.

Na roupagem carnal de Fílon de Alexandria, Ramatís pode estar pessoalmente em contato com o Jesus de
Nazaré na Palestina, por cuja segurança muito lutou. Nessa ocasião teve a oportunidade de efetuar
indagações a Seu respeito a alguns de Seus próprios discípulos daquela época, o que lhe possibilitou mais
tarde elaborar a obra “O Sublime Peregrino”, em que trata dos principais fatos da existência do amado
Mestre no planeta, trazendo uma idéia mais nítida da realidade de seu Espírito angélico.

Mais tarde, no Espaço, Ramatís filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores espirituais, cuja
insígnia, em linguagem ocidental, ficou conhecida sob a pitoresca denominação de “Templários das
Cadeias do Amor”. Trata-se de um agrupamento quase desconhecido nas colônias invisíveis do Além, junto
à região Ocidente, e se dedica a trabalhos profundamente ligados à psicologia oriental.

Espírito muito experimentado nas lides reencarnacionistas, Ramatís já se havia distinguido no século IV
d.C., tendo participado do ciclo ariano, nos acontecimentos que inspiraram o famoso poema épico hindu
“Ramaiana”, onde o feliz casal Rama e Sita simbolizam, de forma iniciática, os princípios masculino e
feminino.

Unindo-se Rama e Átis, ou seja, Sita ao inverso, então resulta Ramaatís, como realmente se pronuncia em
indochinês. Nessa encarnação, Ramatís foi adepto da tradição de Rama, cultuando os ensinamentos do
“Reino de Osíris”, Senhor da Luz, na inteligência das coisas divinas.
.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 6

Os que lêem as mensagens de Ramatís, e estão familiarizados com o simbolismo do Oriente, bem sabem o
que representa o nome “RAMA-TYS” ou “Swami Sri RAMA-TYS”, como era conhecido nos santuários da
época. É quase uma “chave”, uma designação de hierarquia ou dinastia espiritual, que explica o emprego
de certas expressões que transcendem às próprias formas objetivas.

“Rama” é o nome dado à própria Divindade, o Criador, cuja força criadora emana para as criaturas quando
pronunciado corretamente. O nome “Ramatís” é um mantra, que reúne os princípios masculino e feminino
contidos em todas as coisas e seres; ao se pronunciar o vocábulo Ramaatís, saúda-se implicitamente o
Deus que se encontra no interior de cada ser.

Em sua última encarnação na Terra, Ramatís viveu, no século X na Indochina, no corpo de um menino de
cabelos negros como ébano, com pele da cor do cobre claro, e olhos verdes em tom castanho escuro,
iluminados de ternura, filho de Tiseuama, uma vestal chinesa fugida de um templo, que desposou um
tapeceiro hindu de nome Rama. Era de inteligência fulgurante e desencarnou bastante moço, com menos
de 30 anos de idade, no ano de 933 d.C., em razão de problemas cardíacos.

Nessa existência, após certa disciplina iniciática a que se submetera na China, tornando-se um bispo
budista sino-indiano, fundou e dirigiu um pequeno templo iniciático na Índia, às margens da estrada principal
que se perdia dentro do território chinês. O templo que Ramatís fundou foi erguido pelas mãos de seus
primeiros discípulos e admiradores. Cada pedra de alvenaria recebeu o toque magnético e pessoal de seus
futuros iniciados.

Como instrutor nesse templo, procurou ele aplicar aos seus discípulos os conhecimentos adquiridos em
suas inúmeras vidas anteriores. Alguns deles estão atualmente reencarnados no planeta e reconhecem o
antigo mestre através desse toque misterioso, que não pode ser explicado a contento na linguagem
humana; sentem-no, por vezes, e de tal modo, que as lágrimas lhes afloram aos olhos, num longo suspiro
de saudade!

Embora nessa existência tenha desencarnado ainda moço, Ramatis pôde aliciar 72 discípulos que, no
entanto, após o desaparecimento do mestre, não puderam manter-se à altura do mesmo padrão iniciático
original. Eram adeptos provindos de diversas correntes religiosas e espiritualistas do Egito, da Índia, da
Grécia, da China e até da Arábia.

Apenas 18 conseguiram envergar a simbólica “túnica azul”, e alcançar o último grau daquele ciclo iniciático;
os demais, seja por ingresso tardio, seja por menor capacidade de compreensão espiritual, não alcançaram
a plenitude do conhecimento das disciplinas lecionadas pelo mestre. A não ser 26 adeptos que estão
desencarnados, cooperando nos labores da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, o restante disseminou-se
pelo planeta em diferentes latitudes geográficas: de seus antigos discípulos, dezoito reencarnaram no
Brasil, seis nas três Américas, enquanto que os demais se espalharam pela Europa e, principalmente, pela
Ásia. Em virtude de estar a Europa atingindo o final de sua missão civilizadora, alguns dos discípulos lá
reencarnados emigrarão para o Brasil, em cujo território, segundo Ramatís, se encarnarão os
predecessores da generosa humanidade do terceiro milênio.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 7

Ramatís informou que voltará a reencarnar durante o ciclo do terceiro milênio, e um dos seus objetivos é
reunir novamente os seus discípulos, agora dispersos, a fim de que eles se congreguem e façam jus à
iniciação completa, para então serem integrados no “Raio” ou faixa mental da Ciência Psíquica do plano
cósmico.

No templo que Ramatís fundou na Índia, esses discípulos desenvolveram conhecimentos sobre
magnetismo, astrologia, clarividência, psicometria, radiestesia e assuntos quirológicos aliados à fisiologia do
“duplo etérico”. Os mais capacitados lograram êxito e poderes na esfera da fenomenologia mediúnica,
dominando os fenômenos da levitação, ubiqüidade, vidência e psicografia de mensagens que os instrutores
enviavam para aquele cenáculo de estudos espirituais.

Mas o principal “toque pessoal” que Ramatís desenvolveu em seus discípulos, em virtude do compromisso
que assumira para com a Fraternidade do Triângulo, foi opendor universalista, a vocação fraterna,
crística, para com todos os esforços alheios na esfera do espiritualismo.

Atualmente, Ramatís ainda opera como mestre nas tarefas dos teosofistas, conhecido entre estes como Kut
Humi (ou Koot Humi, o Mestre KH), não se cingindo a uma doutrina ou princípio, buscando incentivar os
conceitos de universalidade e integração do homem sob a égide do Cristo, através do Código Moral que é o
Evangelho.

Dentro do movimento teosófico, Kut-Humi Lal Singh, junto com o mestre Morya, foi o principal inspirador da
Sociedade Teosófica, fundada em 1875 por Helena P. Blavatsky e Cel. Olcott, e é consideradoMestre do
Segundo Raio, o do Amor-Sabedoria. Possui numerosos discípulos, se ocupa principalmente da vitalização
de algumas das mais importantes correntes filosóficas e se interessa por organizações filantrópicas.

Sabe-se que Ramatís não vive habitualmente em qualquer colônia espiritual situada no Astral do Brasil, mas
vem operando, do plano Astral há muito tempo. Dada a sua evolução, Ramatís já não mais dispõe de sua
vestimenta perispiritual astralina, utilizando-se de um corpo intermediário apenas em suas incursões no
plano Astral ou quando deseja mostra-se a encarnados videntes.

Conhecedor do trabalho sideral da humanidade terrena, ele vem se esforçando para cooperar na sua
evolução, cumprindo o compromisso assumido com a Alta Espiritualidade terrena na instrução espiritual das
criaturas, estabelecendo as bases de um pensamento universalista que transpõe conhecimentos ancestrais
para os encarnados, sucedâneos da codificação kardequiana.

Em seu trabalho em planos invisíveis, Ramatís atualmente supervisiona as tarefas ligadas aos seus
discípulos na Metrópole do Grande Coração, uma colônia espiritual no plano Astral congregada por espíritos
com índole universalista. Segundo informações de seus psicógrafos mais recentes, ele participa atualmente
de um colegiado no plano Astral de Marte.

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1. Ramatís e sua obra 8

2. A IMAGEM DE RAMATÍS À VISÃO PSÍQUICA

Ramatís se apresenta aos videntes na figura majestosa de uma


entidade espiritual, recortada em meio a uma intensa massa de
luz refulgente, cuja aura, de um amarelo-claro puro, com
nuanças douradas, é circundada por uma franja de filigranas
em azul-celeste, levemente tonalizada em carmes im.

Como as cores da aura humana são campos vibratórios que


resultam dos pensamentos e sentimentos inerentes ao ser,
indicando seus atributos emotivos e mentais, sabe-se que o
amarelo puro com franjas douradas revela-lhe elevadíssima
intelectualidade, característica de quem emite raciocínios
elevados, enquanto o azul claro celeste indica elevada
espiritualidade e devoção pura, típica daqueles mergulhados
em ardente desejo de oração; já o carmesim representa
afeiçã
o pura.
À vidência, Ramatís aparece no seio de uma massa de luz
policrômica tão cintilante e transparente, que elimina todas as
rugas, sulcos e sinais de maturidade de sua fisionomia,
apresentando-se com o aspecto ideoplástico adolescente de
um jovem de quinze anos, cujo rosto assume um tom rosado;
seus olhos amendoados arredondam-se pela luz que os inunda
facilmente.

Apesar da aparente fisionomia expressivamente ocidentalizada, na realidade é um tipo oriental,


descendente de pai hindu e mãe chinesa, amorenado, com olhos oblíquos. Ao contemplar-se sua imagem,
mesmo que em realidade não apresente aspecto de um adolescente de quinze anos, como aparenta,
Ramatís remoça-se de tal modo pelos fulgores luminescentes que se irradiam de sua intimidade, que é
dificílimo acreditar que o seu perispírito abandonou o corpo físico, em sua última encarnação, aos trinta
anos de idade, pois até seus lábios perdem os contornos orientais.

Ramatís tem aparecido à vidência ideoplástica dos terrícolas com as vestes religiosas que usava há mais
de um milênio, em sua última romagem carnal na Indochina, espécie de indumentária iniciática dos
bispados locais. Se ainda conserva a configuração de sua última existência terrena, em lugar de qualquer
outra plasmada por sua mente, ou vivida anteriormente alhures, isso o faz paraapoio à vidência ou intuição
dos terrícolas, pois que, em verdade, há muito já abandonou evolutivamente as roupagens anacrônicas do
corpo físico e do perispírito.

Seu traje, um tanto exótico, compõe-se de ampla capa aberta, descida até os pés, com mangas largas e
que lhe cobre a túnica, ajustada por um largo cinto esmeraldino esverdeado. As calças são apertadas aos
tornozelos, como as que usam os esquiadores. A tessitura de toda a veste é de seda branca, imaculada e
brilhante, lembrando um maravilhoso lírio translúcido. Os sapatos, em cetim azul-esverdeado, são
amarrados por cordões dourados que se enlaçam atrás, acima do calcanhar, à moda dos antigos gregos
firmarem suas sandálias.

Cobre-lhe a cabeça um singular turbante de muitas pregas ou refegos, encimado por cintilante esmeralda e
ornamentado por cordões finos, de diversas cores, caídos sobre os ombros, do qual se pode fugazmente
entrever manchas de cabelo preto como azeviche.

Essa indumentária, que não denuncia uma expressão definida, mas sugere algo de iniciático com sentido
esotérico, é um misto de trajes orientais, vestuário indochinês raríssimo, derivado de antigo modelo
sacerdotal, muito usado nos santuários da desaparecida Atlântida.

Sua fisionomia é sempre terna e ao mesmo tempo austera, com traços finos, tês morena e olhos
ligeiramente repuxados.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 9

3. SIGNIFICADO ESOTÉRICO DOS TRAJES DE RAMATÍS

É muito comum aos trabalhadores espirituais do Oriente apresentarem-se aos médiuns ostentando certos
emblemas iniciáticos do Espaço, como a esmeralda, o rubi, o topázio ou a safira nos turbantes, e que não
expressam a convenção comum das jóias terrenas, mas apenas certa identificação particular, tal como as
fraternidades terrenas usam a estrela de salamandra, o signo de Salomão ou o triângulo egípcio. Não se
trata apenas de talismãs ou insígnias supersticiosas, nem mesmo de distinções hierárquicas, mas apenas
de sinais que identificam entidades sob o mesmo gênero de trabalho e de responsabilidade espiritual nas
comunidades astrais do Oriente.

Afixada sobre o turbante de tipo indochinês, usado nos templos da Índia do século X, a esmeralda
ostentada por Ramatís é o emblema simbólico dos espíritos que operam na faixa das“radiações azuis”,
cujos efeitos são balsâmicos e terapêuticos. O cinto e a capa são reminiscência ou tradição dos templos da
extinta Atlântida.

As fitas ou cordões que lhe prendem o turbante, flutuando sobre os ombros, são velhas insígnias de
atividade iniciática, e definem atributos de teor moral ou de conhecimento: a cor carmim é a do iniciado
integrado na radiação do amor, que simboliza o “Raio do Amor”; a de cor verde designa o “Raio da
Sabedoria”; a amarela exprime a radiação da espiritualidade, o “Raio daVontade”; a azul indica o “Raio da
Religiosidade”, e um último cordão branco é o símbolo da “liberdade reencarnatória”, indicando que
Ramatís é um iniciado que já se libertou dos estigmas das reencarnações compulsórias em mundos físicos
(um Nirmanakaya). Sobre o peito porta uma corrente formada de pequeninos elos de fina ourivesaria, da
qual pende um triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma delicada cruz alabastrina. A cruz branca
representa a obra sacrificial de Jesus e é símbolo da filosofia cristã; o triângulo reporta-se à mística oriental,
constituindo ambos a insígnia espiritual da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, na qual exerce função de
Secretário Geral.

4. O QUADRO PSICOPICTOGRAFADO DE RAMATÍS

A imagem pela qual Ramatís foi imortalizado, deveras conhecida entre os seus admiradores, resultou de um
quadro recebido por meio de psicopictografia mecânica (“pintura mediúnica”), através da médium Dinorah
Azevedo de Simas Enéas na década de 50, no Rio de Janeiro, posteriormente presenteado ao médium
Hercílio Maes.

Dona Dinorah, como ficou conhecida, era possuidora de singular mediunidade psicográfica, a maravilhosa
faculdade de retratar, por influenciação psíquica, personagens do plano espiritual; para tanto, preparou-se
durante dois anos, freqüentando o curso de pintura clássica na Escola Nacional de Belas Artes, onde mais
tarde tornou-se professora. Ao contrário da psicografia intuitiva, que faculta ao sensitivo receber, através de
uma espécie de “fonação intracerebral”, as imagens que a entidade ou espírito do plano invisível lhe projeta
na tela mental, pela via telepática, a autora do quadro de Ramatís, era médium psicógrafa “mecânica” em
alto grau.

No momento em que a sua mão e braço eram envolvidos ou saturados de fluidos magnéticos, que os
transformavam em instrumentos neutros ou passivos, desarticulados ou libertos do seu comando cerebral, à
guisa de dócil “pincel”, ela então passava a desenhar retratos por captação mental, sentindo as radiações
áuricas do espírito a lhe utilizar o equipo carnal para desenhar, às vezes tendo conhecimento, também, da
presença da Entidade ou “modelo” a ser retratado, sem, no entanto, saber-lhe previamente a identidade.

Então, a mão dessa sensitiva ganhava tal autonomia de movimentos que, a um só tempo, enquanto
deslizava sobre o papel ou tela, desenhando ou pintando, ela podia até mesmo entreter conversação com
uma ou mais pessoas, abordando assuntos diversos do foco de atividade de sua mão, que atuava sob ação
puramente mecânica, obedecendo à influenciação mental do espírito que a ancorava e dirigia, em
conformidade com a “idéia” ou “plano” deste.

Curioso notar que Dona Dinorah não era médium vidente, não “via” previamente os espíritos para então
lhes desenhar o retrato por meios próprios; embora o braço e a mão da médium ficassem libertos do seu
comando cerebral, não deixavam de ser uma espécie de instrumentos perfeitos e afinados, em condições
de corresponderem às exigências técnicas da execução por parte do “artista” invisível, conseqüência de seu
prévio preparo e constante treino na arte do desenho.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 10

Sobre o quadro retratando Ramatís, captado pela via mediúnica mecânica, assim se expressou o seu
médium Hercílio Maes em depoimento, por carta, a José Fuzeira (revisor de suas primeiras obras), após tê-
lo recebido:

“Recebi o retrato de Ramatís e confesso o meu assombro pela sua espantosa fidelidade. Não conheço
Dona Dinorah, mas peço apresentar-lhe as minhas efusivas felicitações, pois, através da sua extraordinária
mediunidade, ela conseguiu fixar Ramatís conforme, na minha infância, o vi materializado, e como ainda o
vejo, de vez em quando, no plano Astral. É tal a similitude da expressão da sua fisionomia, exuberante de
paz e de bondade, que, ao contemplar seu retrato, meu espírito foi tomado por uma emoção de saudade
intensa, que me propiciou, num instante, ser transportado ao momento inesquecível da primeira vez que ele
me apareceu. Que Jesus abençoe essa irmã pela alegria espiritual que me proporcionou!”

5. AS FRATERNIDADES DO ESPAÇO

Nos planos astralinos, os espíritos desencarnados se agrupam segundo suasafinidades morais e seu
estado vibratório, ou seja, segundo as suas condições evolutivas, significando, para uns escravização e
temores, e, para outros mais evoluídos, ordem, disciplina, responsabilidade, unidade de sentimentos e
participação.

Ao contrário do que ocorre nas esferas mais inferiores, há entre os seres das esferas mais elevadas
predominância dos valores positivos da paz, da bondade, do respeito mútuo, da pureza, do idealismo, do
amor; enfim, dos valores eternos do espírito imortal que os fazem ascender em direção a Deus. Nas regiões
do plano Astral do planeta, zona vibratória mais próxima do plano físico dos encarnados, entidades das
mais diversas localidades se unem, agremiando-se em verdadeiras organizações interessadas nos mais
variados fins, seja por afinidade cármica passional e mesmo religiosa, com atuação junto aos encarnados.

No astral inferior, as organizações trevosas, formadas por espíritos malévolos e ignorantes, são chefiadas
por entidades arbitrárias, de pendores psíquicos em escala sempre degradante, buscando exercer cada vez
mais poder e prestígio individual à base de violência, astúcia e impiedade. Já nas regiões astralinas mais
evoluídas, os espíritos se agrupam em organizações voltadas para o Bem, que se mostram coesas,
disciplinadas, moralizadas e idealistas, dirigidas por espíritos altamente responsáveis, que se aproximam
dos encarnados para desempenhar atividades benéficas de auxílio, proteção, orientação pessoal e coletiva.

Essas organizações de espíritos voltados para a prática do Bem, geralmente se autodenominam


“Fraternidades”, termo utilizado para designar agrupamentos de pessoas ligadas entre si pelos mesmos
ideais, desejos e objetivos, e que, em sua essência, significa “irmandade, amor, aproximação”, formando
seus membros a partir de uma mesma comunidade, raça, povo ou nação. As Fraternidades do Espaço são,
portanto, agrupamentos eventuais de espíritos desencarnados de certa evolução espiritual, que se unem
sob um lema, uma bandeira, uma finalidade determinada, em busca de evolução ou de realizações
espirituais, através da prática do Bem em suas mais variadas formas.

As Fraternidades do Espaço têm oferecido, desde muitos anos, preciosa ajuda na execução das tarefas
espirituais no plano terreno, e o elo mais forte e dominante dessa cooperação é o interesse pelobem
comum e a difusão dos conhecimentos e ensinamentos de cunho elevado, que promovem o reajuste
espiritual das criaturas através de sua reforma de valores, visando sempre sua elevação espiritual; para os
cristãos, em particular, a difusão e a exemplificação, nos campos individual e coletivo, dos ensinamentos de
Jesus e das práticas evangélicas.

Essas fraternidades não são míticas, sobrenaturais ou fruto de superstições de fanatismo religioso, mas
grupos coesos, firmes e concretos de espíritos desencarnados, trabalhando de forma integrada, muitas
vezes lutando contra as organizações das trevas, que já envolvem o planeta nestes dias de final de ciclo
evolutivo, visando assegurar o predomínio do amor e da paz.

As Fraternidades do Espaço desempenham papel importante na organização e funcionamento de


organizações religiosas terrenas, concorrendo cada qual com o seu contributo espiritual, dentro de suas
próprias especializações de trabalho, geralmente atuando na segurança espiritual, na manutenção da
ordem, na proteção dos dirigentes e trabalhadores encarnados, na orientação dos cursos implantados e nas
diferentes formas de atendimento ao público, somando milhares de membros que estendem suas atividades
no Espaço, nas proximidades e nas próprias dependências das casas de reuniões de fito religioso.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 11

6. A FRATERNIDADE DA CRUZ E DO TRIÂNGULO

Ramatís, no Espaço, é líder da “Fraternidade da Cruz e do Triângulo”, comunidade sideral integrada por
espíritos ocidentais e orientais, em trabalho mais específico sobre o território brasileiro. No século XIX, após
significativa assembléia de altas entidades, realizada no Espaço, na região do Oriente, procedeu-se à fusão
de duas importantes “Fraternidades” pré-existentes, que dali operavam em favor dos habitantes da Terra.

Trata-se da “Fraternidade da Cruz”, com certa ação no Ocidente, que divulgava os ensinamentos de Jesus,
e da “Fraternidade do Triângulo”, ligada à tradição iniciática e espiritual do Oriente. Após a memorável fusão
dessas duas Fraternidades Brancas, consolidaram-se melhor as características psicológicas e o objetivo
dos seus trabalhadores espirituais, alterando-se a denominação para a “Fraternidade da Cruz e do
Triângulo”, na qual Ramatís exerce atualmente a função de Secretário Geral.

Seus membros, no Espaço, usam vestes brancas, com cintos e emblemas de cor azul-clara esverdeada;
sobre o peito, trazem suspensa delicada corrente confeccionada em fina ourivesaria, na qual se ostenta um
triângulo de suave lilás luminoso, emoldurando uma cruz lirial. É o símbolo que exalça, na figura da cruz
alabastrina, a obra sacrificial de Jesus e, na efígie do triângulo, a mística oriental.

Asseguram alguns mentores que todos os discípulos dessa Fraternidade, que se encontram reencarnados
na Terra, são profundamente devotados às duas correntes espiritualistas: a oriental e a ocidental. Cultuam
tanto os ensinamentos de Jesus, que foi o elo definitivo entre todos os instrutores terráqueos, quanto os
labores de Antúlio, de Hermes, de Buda, assim como os esforços de Confúcio e de Lao-Tsé. É esse um dos
motivos pelos quais a maioria dos simpatizantes de Ramatís, na Terra, embora profundamente devotados à
filosofia cristã, afeiçoam-se, também, com profundo respeito, à corrente espiritualista do Oriente.

Segundo Edgard Armond, os antigos fraternistas do Triângulo eram espíritos ávidos de conhecimentos
novos e mais amplos, que pediram reencarnação em várias regiões do globo que ofereciam condições para
valiosas experiências; mais tarde, ao se unirem aos novos companheiros da então Fraternidade da Cruz,
constituíram a Fraternidade da Cruz e do Triângulo, cujos membros ultrapassam 5.000 almas. Encontram-
se espalhados pelo globo, razão pela qual são pouco conhecidos; muitos se dedicam aodesenvolvimento
das forças psíquicas e morais da humanidade e outros estão ligados a trabalhos de atendimento no setor de
curas espirituais.

Da fusão das duas “Fraternidades” realizada no Espaço, surgiram extraordinários benefícios para a Terra:
alguns mentores espirituais passaram, então, a atuar no Ocidente, incumbindo-se mesmo da orientação de
certos trabalhos espíritas no campo mediúnico, enquanto que outros instrutores ocidentais passaram a
atuar na Índia, no Egito, na China e em vários agrupamentos que, até então, eram exclusivamente
supervisionados pela antiga Fraternidade do Triângulo.

Os espíritos orientais ajudam agora nos labores do Ocidente, ao mesmo tempo em que os da região
ocidental interpenetram os agrupamentos doutrinários do Oriente, do que resulta ampliar-se o sentimento de
fraternidade entre Oriente e Ocidente, bem como aumentar-se a oportunidade de reencarnações entre
espíritos amigos.

Assim, processa-se um salutar intercâmbio de idéias e perfeita identificação de sentimentos no mesmo labor
espiritual, embora se diferenciem os conteúdos psicológicos de cada hemisfério. Os orientais são lunares,
meditativos, passivos e desinteressados geralmente pela fenomenologia exterior; os ocidentais, por outro
lado, são dinâmicos, solarianos, objetivos e estudiosos dos aspectos transitórios da forma e do mundo dos
Espíritos.

O oriental e o ocidental sempre diferiram milenarmente quanto ao sentido da Vida. Enquanto a civilização
ocidental, filha do intelecto, viveu debruçada “para fora”, no afã de conquista do Mundo das Formas,
preocupada em “vencer na vida”, a do Oriente, nutrida de sabedoria introspectiva, filha da intuição, sempre
soube que o propósito maior era “vencer a vida” ilusória, transcender “Maya”, para viver na Consciência
Cósmica do Pai.

Os antigos fraternistas do “Triângulo” são exímios operadores com as “correntes terapêuticas azuis”, que
podem ser aplicadas como energia balsamizante aos sofrimentos psíquicos, cruciais, das vítimas de longas
obsessões. As emanações azul-claras, com nuanças para o esmeralda, além do efeito balsamizante,
dissociam certos estigmas “pré-reencarnatórios” e que se reproduzem periodicamente nos veículos etéricos.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 12

Ao mesmo tempo, os fraternistas da “Cruz”, preferem operar com as correntes alaranjadas, vivas e claras,
por vezes mescladas do carmim puro, visto que as consideram mais positivas na ação de aliviar o
sofrimento psíquico.

É de notar, entretanto, que, enquanto os técnicos ocidentais procuram eliminar de vez a dor, os terapeutas
orientais, mais afeitos à crença do fatalismo cármico da psicologia asiática, preferem exercer sobre os
enfermos uma ação balsamizante, aproveitando o sofrimento para mais breve “queima” do carma. Eles
sabem que a eliminação rápida da dor pode extinguir os efeitos, mas as causas continuam gerando novos
padecimentos futuros; preferem, então, regular o processo do sofrimento depurador, em lugar de sustá-lo
provisoriamente. No primeiro caso, esgota-se o carma, embora demoradamente; no segundo, a cura é um
hiato, uma prorrogação cármica.

Os integrantes da Fraternidade da Cruz e do Triângulo estão comprometidos com o Comando Planetário


na tarefa de transferir para as mentes ocidentais um conhecimento progressivo daquelas verdades
intemporais, chamadas de Sabedoria Oculta, que se encontram no cerne de todas as grandes religiões do
Oriente.

7. OS DISCÍPULOS DE RAMATÍS

Vários dos antigos discípulos de Ramatís estão atualmente reencarnados no Brasil, efetivamente
cooperando com entusiasmo nas tarefas daqueles que o conheceram na Indochina, na Índia, no Egito ou na
Grécia; os mais afins viveram com ele nas antigas Atlântida e Lemúria.

Os discípulos de Ramatís usam os conhecimentos adquiridos para ultrapassar as experiências físicas e


sensoriais limitadas pela matéria, respeitando todas as linhas espirituais e compreendendo a necessidade
que os homens têm de buscar a Verdade. Essa busca, segundo explicam, ativa o exercício de vôos mais
amplos, que acabam por desvendar a verdade crística do mundo.

Seus íntimos e verdadeiros admiradores são incondicionalmente simpáticos a todos os trabalhos das
diversas correntes religiosas do mundo. Revelam-se libertos de exclusivismo doutrinário ou de
dogmatismos e devotam-se com entusiasmo a qualquer trabalho de unificação espiritual. O que menos os
preocupa são as questões doutrinárias dos homens, porque estão imensamente interessados nos
postulados crísticos.

Servem-lhes o ambiente do templo protestante, a abóbada da igreja católica, a mesa branca dos "Tatwas"
esotéricos, os salões dos teosofistas, o labor fraternista "Rosa-Cruz", o acampamento Krishnamurtiano, a
penumbra da sessão espírita, o canto dos salvacionistas nas praças públicas, a ruidosidade da Umbanda,
as posturas muçulmânicas, os lamentos mosaístas, o fatalismo budista, o silêncio dos iogas, o sincronismo
dos cenáculos ou as estrofes mantrânicas dos iniciados.

Não os preocupam os invólucros dos homens movendo-se para solucionar o mistério da vida; sentem a
realidade contínua do espírito, que só lhes inspira o amor e a fraternidade, a qualquer momento e em
qualquer local!

Respeitam e compreendem a necessidade que os homens sentem de buscar a verdade, quando se situam
em círculos doutrinários simpáticos, a fim de se exercitarem para os vôos crísticos do futuro. Não se
adaptam, porém, a exclusivismo algum, e evitam que os postulados doutrinários lhes cerceiem a liberdade
da razão.

A respeito deles, diz textualmente Ramatís: "Não estamos fazendo revelações para todo o mundo; há
grupos eletivos para as nossas mensagens e que nos compreendem pela via intuitiva, sem necessidade de
demonstrações científicas ou de aplicação de equações algébricas.

Esses sentem-nos fundamentalmente, na atmosfera templária do coração. Indiferentes ao veredicto


acadêmico, eles consideram as nossas dissertações como de suma importância e de vigoroso ajuste
psicológico aos seus anelos de conhecimentos espirituais.

Os nossos simpatizantes atuais, que confiam em nossos dizeres, embora nascidos no Oriente, guardam
as tradições de Krishna, de Hermes, de Buda e de outros, porque são egressos das regiões orientais.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 13

Eles são mais intuitivos, místicos e sonhadores; algo despreocupados para com a exaustiva objetividade
do Ocidente, e nos aceitam incondicionalmente, sem as preocupações formais do intelecto; sentem-nos,
profundamente, no silêncio da alma, e advinham a divina realidade do "Eu Sou". Vivem um tanto fora
das fronteiras rígidas do "espaço" e do "tempo", símbolo dos vossos entendimentos positivos; são mais
negligentes para com as complexidades científicas e, embora vestindo o traje de carne dos ocidentais, os
reconhecereis facilmente sob a psicologia inata do oriental.

O oriental é essencialmente introspectivo; a sua agudeza mental "sente", muito antes, aquilo que os outros
geralmente só percebem através da matemática da forma. Na profundidade do seu espírito vibra a
misteriosa "voz sem som" que, no "caminho interior", adverte da realidade que transcende o reino de Maya
- a Ilusão!

É por isso que o que dizemos, lhes é eletivo; eles sentem na intimidade dos seus espíritos o exótico
perfume que se evola, e uma "voz familiar" lhes segreda: "Antes que a Alma possa ver, deve ser
conseguida a harmonia interior, e os olhos da carne tornados cegos a toda ilusão. Antes que a Alma possa
ouvir, a "imagem" tem que se tornar surda aos rugidos como aos segredos, aos gritos dos elefantes em
fúria como ao sussurro prateado do pirilampo de ouro.” Estas palavras quase não têm sentido para o
ocidental inato, porque para isso é preciso fazer o espírito mergulhar profundamente no seu interior,
abstrair-se da complexidade ilusória da forma exterior, que o oriental sabe ser profundamente enganadora.

Ele inverte fundamentalmente o problema, interessando-se em primeiro lugar pelo que a pitoresca
linguagem iniciática chama o "Dhâranã", ou seja, a abstração completa de tudo que pertença ao universo
físico, ao mundo dos sentidos; enfim, à dor de cabeça do cientista ocidental. As nossas palavras revivem-
lhes certas emoções fixadas na retina espiritual, enquanto que para os "não eletivos" podem até parecer
ridículas ou obscurecedoras da realidade prática. Nenhuma censura ou crítica aos nossos comunicados
causará perturbações a esses nossos simpatizantes, nem lhes anulará a confiança que já nos devotam.

Na realidade, as almas se aproximam e comungam em grupos afins com os mesmos ideais e os mesmos
sonhos; inútil será que outros se fatiguem para modificar essas simpatias, que se alicerçaram através de
milênios de contato espiritual.

Há sempre uma elite para cada tipo de mensagem, doutrina ou instrução religiosa; a simpatia íntima dos
adeptos só poderia mudar se lhes mudassem, também, o conteúdo psicológico individual, acumulado no
passado. Embora não pretendamos criar doutrinas ou seitas, existe um grupo eletivo, inconfundível e coeso,
que corresponde intimamente às nossas intenções."

7.1 ATANAGILDO

Atanagildo é espírito intimamente ligado ao grupo liderado por Ramatís, e foi seu discípulo algumas
vezes, principalmente na Grécia, onde viveu várias vezes, tendo lá sua encarnação mais importante
ocorrido entre os anos de 441 a.C. e 384 a.C, período em que foi contemporâneo de Ramatís na figura de
Platão.

Este discípulo de Ramatís é afeito à mesma índole universalista do seu mentor e amigo. Ligou-se ao
seu mestre desde antes do êxodo dos hebreus do Egito, tendo-o acompanhado em várias existências
físicas, haurindo-lhe os conhecimentos e a técnica espiritual de serviço no Além.

O seu modo eclético é muito comum a todos os discípulos, admiradores e à maioria dos leitores de
Ramatís que, em número de alguns milhares, permaneceram mais tempo reencarnados no Oriente,
sob a visão protetora da "Fraternidade do Triângulo".

Atanagildo está ligado a um plano de apressamento cármico combinado com Ramatís há alguns milênios,
juntamente com outros milhares de espíritos exilados de outros orbes, que tudo fazem para adquirir as
qualidades e o padrão vibratório que tanto precisam reajustar, a fim de poderem retornar ao seu planeta de
origem.

Ele delineou um plano severo de trabalho, estudo e cooperação aos terrenos, quando ainda se
encontrava encarnado no Egito, visando atividades sacrificiais, que poderão auxiliá-lo com mais êxito a
obter a sua mais breve alforria espiritual.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 14

Desde que se desenvolva com sucesso a execução coletiva desse plano, é provável que por volta de 2.300,
ou até do ano 2.400, ele possa se livrar das encarnações na Terra e retornar ao seu mundo planetário, do
qual foi exilado assim que na Terra florescia a civilização atlante. Esse grande plano de aperfeiçoamento
espiritual combinado por um conjunto de almas que desejam apressar a sua caminhada, também
significa um plano cármico, dentro do carma do próprio planeta Terra. Em virtude de haver sido enxotado
de outro orbe físico, em face de seu desequilíbrio espiritual, a Lei Cármica situou esse agrupamento de
espíritos na Terra, que é de civilização primitiva e de clima geográfico muito mais rude do que o mundo
que perderam.

Na sua última romagem pelo orbe, Atanagildo habitou o Brasil, tendo vivido até os 28 anos de idade na
cidade de São Paulo, onde desempenhava a profissão de agrimensor (topógrafo), tendo desencarnado
provavelmente na década de 40 do século passado; sua identidade permanece no anonimato a fim de se
evitar qualquer indiscrição em torno de sua família terrena.

Atanagildo foi incumbido por Ramatís para transmitir, pela psicografia intuitiva, para o médium Hercílio
Mães, as obras "A vida além da sepultura" e "A sobrevivência do espírito", em que descreve o processo
de sua última desencarnação, a colônia espiritual Metrópole do Grande Coração, onde passou a habitar no
Espaço, além de outras características do plano Astral. Além disso, transmitiu a obra "Semeando e
colhendo", onde revela, através da descrição e análise de inúmeros casos reais, a sublime atuação
da Lei do Carma, regendo o processo de reajuste espiritual das criaturas, rumo à eterna evolução.

7.2 NICANOR

Nicanor foi discípulo de Ramatís na Indochina e hoje, no Astral, colabora com as falanges que se dedicam
ao entrosamento espiritual entre o Oriente e Ocidente. Apresenta-se como um hindu e dá o nome de uma
encarnação que teve na Grécia. Nicanor cooperou com a médium de Ramatís, América Paoliello Marques,
na transmissão da obra "A rosa e o espinho", de exortação a temas filosóficos e morais, além de ser
responsável por vários capítulos da obra "Mensagens do Grande Coração", em co-autoria com Ramatís e
outros espíritos luminares.

7.3 "NHÔ QUIM"

Alguns videntes têm confundido Ramatís com seu fiel discípulo do passado, que o acompanha no Espaço,
também indochinês, conhecido por Fuh Planuh, e que aparece com o dorso nu, singelo turbante branco em
torno da cabeça e, comumente, com os braços cruzados sobre o peito. É também um Espírito jovem na
figura humana, embora conserve reduzida barba de cor escura, que lhe dá um ar mais sisudo.

Há dez séculos, Fuh Planuh foi irmão da vestal chinesa que esposou um tapeceiro hindu, nascendo de
ambos a entidade hoje conhecida por Ramatís, tendo se tornado discípulo deste após a fundação do
seu templo iniciático na Indochina. Mais recentemente viveu perto do litoral paranaense, na figura de "Nhô
Quim", individualização perispiritual de um excelente homem, filósofo sertanejo, espírito arguto, ágil,
finíssimo e repentista.

7.4 NAVARANA

Mestre Navarana evoca a suave figura do guru indiano, de amorosa vibração e poderosa mente, um
Mestre de discípulos que continua, como na velha e amada Índia, a treinar-lhes o coração e a mente na
senda da libertação de samsara – a roda das reencarnações.

É integrante da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, dirigida por Ramatís e comprometida com o comando
planetário na tarefa de transferir para as mentes ocidentais o conhecimento progressivo das verdades
intemporais, chamadas de Sabedoria Oculta. Apresenta-se vestido de branco e sua aparência lembra a
figura ascética de um daqueles clássicos magos do Oriente, cuja fisionomia é serena, mas enérgica.

Foi instrutor de mentalismo avançado do discípulo Atanagildo na Metrópole do Grande Coração, colônia
espiritual situada no Astral, sobre o território brasileiro, mas com habitantes de marcada ascendência
oriental. Foi também um dos mentores do médium Hercílio Maes nos trabalhos de diagnóstico radiestésico
de cura de que participava.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 15

8. O PENSAMENTO UNIVERSALISTA DE RAMATÍS

Os propósitos de Ramatís com sua obra objetivam a aproximação crística entre os valores doutrinários de
todos os espiritualistas de boa vontade. Considerando que o Cristo é umestado pleno de amor e de
associação divina, radiosa fisionomia espiritual destituída de rugas sectárias, então é também princípio de
nutrição cósmica para todas as almas, amor entre os seres e coesão entre os astros.

Ramatís advoga que a verdade crística não pode ser segregada por ninguém; é um estado permanente de
procura e de ansiedade espiritual, bem distante dos invólucros estandardizados das religiões tradicionais!
Assim, qualquer sistema ou seita religiosa que se considere o melhor pesquisador da verdade é apenas
mais um concorrente presunçoso entre os milhares de credos isolacionistas do mundo.

Por isso, Ramatís não é entidade exclusivamente devotada aos princípios doutrinários do Espiritismo de
Kardec, pois evita a exclusividade que exalta os caprichos e as teimosias sectaristas, e contraria o
dinamismo da vida espiritual, apesar de reconhecê-lo como a doutrina evolutiva que melhor atende às
necessidades espirituais da atual humanidade terrena, em seu conjunto geral.

Nos dizeres de Ramatís: “Antes de irdes ao vosso centro, loja, oráculo, igreja, tempo, terreiro ou instituição
iniciática, reconciliai-vos com os vossos inimigos; antes da prece recitada em público, lamuriosa e poética,
dedicai-vos tão abnegadamente aos vossos irmãos necessitados, de modo tal que nem vos sobeje tempo
para orardes. Não julgueis a embriagues do irmão sem lar e sem ânimo para viver, mas estendei-lhe as
mãos fraternalmente; abandonai o vosso veículo caríssimo e luxuoso, até que o infeliz aleijado do vosso
caminho tenha o seu carrinho de rodas.

Reduzi a quantidade excessiva de ternos que possuís, para que possais vestir alguns maltrapilhos da
vizinhança; diminuí o uísque e as compotas da vossa adega, para que sobre pão ao faminto e vitaminas
para a criança anêmica; economizai no gasto da “boate”, para socorrerdes a infeliz lavadeira que precisa de
descanso, a parturiente que pede fortificante ou o operário desvalido que não cobre com o seu salário as
suas despesas mensais.

Buscai a colocação para o desamparado e para a jovem doméstica que luta com dificuldades financeiras;
providenciai medicamento para o doente deserdado e livro para o estudante pobre. Não temais a abóbada
da igreja católica, as colunas do templo protestante, o esforço do esoterista, a reunião do teosofista, o
experimento do umbandista, as lições da Yoga ou a cantoria dos salvacionistas. Concorrei à lista para os
pobres de todas as religiões, sem exclusivismo para com a vossa seita; atendei ao esforço do irmão que
vos oferece a Bíblia em lugar do livro fescenino, e auxiliai a divulgação da revista religiosa que vos recorda
Jesus; rejubilai-vos diante do labor doutrinário adverso do vosso modo de entender, mas que coopera para
a melhoria do homem.

Aprendei que uma doutrina religiosa é sempre um “meio” e não um “fim”. Eis o motivo por que não nos
preocupamos em considerar esta ou aquela doutrina, esta ou aquela religião ou filosofia, como sendo a
mais valiosa entre as demais do vosso orbe, em cujo panorama seríamos, então, um “novo intruso” no jogo
atribulado dos problemas humanos.

O nosso desejo essencial, através destas mensagens, é o de invocarmos os princípios crísticos que devem
reunir todos os filhos de Deus. Importa-nos resguardar a idéia-mater, principalmente as conceituações
abençoadas do Evangelho de Jesus, muito antes da comprovação meticulosa de nossas advertências no
“espaço” e no “tempo”. Não pretendemos aliciar adeptos nem criar fascínios para as nossas singelas
comunicações, mas apenas despertar real interesse para os efetivos valores espirituais, sendo inútil, pois,
nos situarem neste ou naquele sistema filosófico ou doutrinário, pois não temos em mira aprovar ou
reprovar postulados.

Identificado com um pugilo de trabalhadores do bem espiritual do vosso mundo, operamos através de um
médium, afastado de qualquer outro motivo que não seja um serviço desinteressado. Não reclamamos
distinções pessoais no conjunto laborioso dos servidores de Jesus, nem fazemos exigências proselitistas.

Sem pretendermos que se extingam as instituições desse setor, devemos dizer que já é tempo de o ser
humano viver mais os princípios do Cristo do que os sistemas dos homens. Daí nossa mensagem especial,
que se destina aos seres de boa-vontade, avessos ao sectarismo e à exigüidade espiritual das afirmações
intransigentes.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 16

Já tendes maior alcance de pensamento e de consciência, graças aos tenazes esforços da ciência, às
meditações dos filósofos e à evolução social, para compreenderdes melhor a realidade cósmica da Criação.
Chegastes à desenvoltura do vosso intelecto que, liberto da canga dos dogmas asfixiantes, exige, para o
seu equilíbrio, um sentimento mais amplo do Amor, brilhante refulgência do Divino Jesus! “.

9. OBRAS DE RAMATÍS

9.1 OBRAS RECEBIDAS ATRAVÉS DE HERCÍLIO MAES:

9.1.1 A MISSÃO DO ESPIRITISMO

Universalista, como a tônica original da doutrina espírita, esta obra de


Ramatís examina sucessivamente os grandes movimentos religiosos – o
Catolicismo, o Protestantismo, o Budismo, a Teosofia e a Umbanda, e as
relações do Espiritismo com cada um deles, e ainda com o Evangelho, a
Bíblia e a Psicanálise, e a sua posição ante a Homeopatia.

Ramatís delineia a missão transcendental da doutrina espírita, que, ao


invés de “mais uma doutrina”, sectária e exclusivista, foi prevista pelo
Alto como elo de união fraterna entre crenças e religiõ
es.

Como síntese acessível ao homem contemporâneo das grandes


verdades “ocultas” iniciáticas, possibilita ao espírito ocidental, neste
século da transição planetária, efetuar a “iniciação à luz do dia”. Esta
obra vem recordar a alta missão de solidariedade universal do
Espiritismo, como um movimento libertador de consciências, destacando
sempre o ideal de Fraternidade que o anima, e sua alta função de
atender a todas as indagações do conhecimento humano.

Ao mesmo tempo, como um estudo de religiões comparadas, traz valiosas informações sobre os conteúdos
dessas diversas correntes, salientando-se as preciosas informações sobre a Umbanda e sua elevada
missão, esquematizada pelo Alto para o Terceiro Milênio.

Títulos dos capítulos: A Missão do Espiritismo; Espiritismo e Religião; O Espiritismo e o Evangelho; O


Espiritismo e o Catolicismo; O Espiritismo e o Protestantismo; O Espiritismo e a Teosofia; O Espiritismo e o
Budismo; O Espiritismo e a Psicanálise; O Espiritismo e a Umbanda; O Espiritismo e a Bíblia; O Espiritismo
em face da Homeopatia

9.1.2 A SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO

“A Sobrevivência do Espírito”, obra de Ramatís e seu discípulo


Atanagildo, aborda a fisiologia oculta do corpo astral, a vida nos planos
suprafísicos, e os poderes da alma em liberdade na sua verdadeira
pátria.

Analisa os sistemas e órgãos do corpo astral, com seu metabolismo


transcendental; as incríveis dimensões do sentido da vista, no Além, que
já prenunciam a onisciência futura do ser; a volição, precursora da
onipresença intrínseca à centelha divina; as forças mentais e suas
criações, tão fascinantes como contos de fada, atestando a onipotência
que vive na intimidade dos pequenos deuses que somos – como a
encantadora descrição da magia colorida e terapêutica de espíritos
angélicos sobre um chafariz de sua cidade astral.

Trata da música e seus efeitos, dos arcanjos constelatórios ao homem


encarnado. Atento repórter, Atanagildo desce a minúcias sobre a música
que se cultiva nas esferas astrais superiores, como instrumentos,
gêneros, compositores e executantes.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 17

Na segunda parte, inclui-se o mais singular estudo sobre um instrumento vital para a humanidade do
Terceiro Milênio: o Esperanto. Ramatís desvenda o planejamento oculto do Comando Planetário para a
Missão Esperanto na Terra, a estrutura mantrânica dessa língua fraterna, composta pelos técnicos siderais,
dotada de poderosa força esotérica para servir de elo entre os homens, e a missão de Zamenhoff e seus
aspectos ocultos. Atanagildo acrescenta a descrição de uma Academia de Esperanto no Astral Superior.

Títulos dos capítulos:

A SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO: Aspectos da mediunidade; O “sentido” da vista, no Além; Noções


sobre o Perispírito e suas delicadas funções; Revitalização do Perispírito no Astral – processos
empregados; A volição e o poder da vontade; As forças mentais e seus poderes; Um chafariz de alta função
terapêutica; O Diabo e a sede de seu reinado; A música e seus efeitos; Uma academia de Esperanto e sua
modelar organização. ESCLARECIMENTOS DE RAMATÍS: A missão do Esperanto na Terra; Os
“mantrans” e a língua Esperanto; O espírito do Esperanto; O Esperanto e o Espiritismo; Sonhos e
recordações do passado; O suicídio e suas conseqüências cármicas

9.1.3 A VIDA ALÉM DA SEPULTURA

"A morte do corpo é simples mudança de apartamento para o espírito".


Em "A Vida Além da Sepultura", obra inspirada por Ramatís, o fenômeno
da morte, despido de toda a morbidez, é descrito com a naturalidade
própria de uma "volta para casa". Para tanto, Ramatís convida, para
descrever sua própria "viagem de retorno", o discípulo que adota o nome
de Atanagildo — um filho da Grécia antiga, cuja última encarnação se deu
no Brasil. Com a salutar irreverência do espírito grego, Atanagildo
descreve sua própria travessia e chegada no Além, revestindo de
particular humor os velhos mitos fúnebres da humanidade.

Oferece uma ampla descrição da cidade do Astral Superior, onde reside,


conhecida como o "Grande Coração", cujo cenário de beleza sideral
justificaria o velho conceito de "céu" das crenças tradicionais. Em
contraponto, oferece um "tour" pelas colônias astrais de costumes
antiquados, e pelas cidades do Astral Inferior, incluindo as zonas dos
charcos, o ineditismo de um capítulo sobre Aves e Animais do Astral
Inferior, e outro que trata das Organizações do Mal.

Uma verdadeira anatomia do processo do desencarne, detalhando as providências técnicas de


desligamento do espírito do corpo denso, que se transforma, pela verve e humor de Atanagildo, em
fascinante relato desvendando a face luminosa da suposta Ceifadora de vidas: "Quando logrei despertar no
Além, tive a grata surpresa de ser apresentado a dois espíritos com uma irradiação de luz azulada a lhes
fluir pelo tórax, formando um halo em torno das cabeças: eram os dois espíritos técnicos que me haviam
ajudado a desligar-me do corpo físico. Quando tal acontecera, eu me achava diante da lendária "Morte", tão
temida... Aquelas fisionomias iluminadas, afáveis e sorridentes, junto do meu leito, eram um formal
desmentido à lenda da megera esquelética com a sinistra foice! Eles leram, então, o meu pensamento, com
certo ar travesso; depois, fitaram-me e, sem que eu também pudesse me conter, rimos francamente; um
riso farto e sonoro, que inundou o ambiente de vibrações alegres e festivas! Ríamos diante da farsa da
"morte"...

Na Segunda parte da obra, Ramatís trata diretamente de temas como a obsessão, a limitação de filhos, a
relações cármicas entre pais e filhos, e os processos de parasitismo de desencarnados sobre os
encarnados. Em quase cinqüenta anos de reedições sucessivas, esta obra de fascinante conteúdo e repleta
de informações continua uma das mais procuradas dentre as obras de Ramatís, como um oportuno "guia de
viagem" para a inevitável e — porque não? — feliz travessia para a Outra Margem da vida.

Títulos dos capítulos:

A VIDA ALÉM DA SEPULTURA: A caminho do Além; Primeiras impressões; A metrópole do Grande


Coração; Noções preliminares sobre o Além; O templo da “Grande Coração”; Noções gerais sobre o
panorama astral; O “sentido” da vista, no Além; Residências e edificações; Considerações sobre a

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 18

desencarnação; Colônias do Astral – aspecto geral; Colônias astrais de costumes antiquados; Colônias do
Astral – raças e regionalismos; Colônias do Astral – migrações; As relações entre vivos e mortos; A
desencarnação e seus aspectos críticos; Influências do “velório” sobre o espírito; A eutanásia e as
responsabilidades espirituais; Espíritos assistentes das desencarnações; Noções gerais sobre o Astral
Inferior; Noções gerais sobre as cidades do Astral Inferior; Organizações do mal; Os “charcos” de fluidos
nocivos do Astral Inferior; Aves e animais do Astral Inferior;

ESCLARECIMENTOS DE RAMATÍS: A obsessão, suas causas e efeitos; A limitação de filhos e suas


conseqüências cármicas; As relações cármicas entre pais e filhos; Como servimos de “repastos vivos” aos
espíritos das Trevas.

9.1.4 A VIDA HUMANA E O ESPÍRITO IMORTAL

O agrupamento doméstico é considerado no Espaço um curso vestibular


para o evento da família universal! É uma espécie de triagem onde se
classificam os cidadãos diplomados na fraternidade consangüínea; e que
se mostram eletivos para aplicar no mundo profano os dons superiores
adquiridos e desenvolvidos entre a parentela humana!

O lar proporciona ao espírito encarnado as iniciativas do sentimento


fraterno; incentiva-lhe a tolerância, paciência, humildade e a
conformação, adestrando-o para depois enfrentar as adversidades do
mundo! No mesmo lar, as almas reciprocamente hostilizadas em
existências pregressas contemporizam-se de suas diferenças porque se
vinculam à mesma linhagem consangüínea, em cujo ambiente doméstico
e por força da sobrevivência física avançam para a compreensão
espiritual definitiva. Os filhos são os hóspedes, nem sempre desejados,
que por força dos conflitos pretéritos achegam-se para substituir o ódio
pelo amor, a desforra pela indenização.

O lar funciona como um curso de confraternização e ajuste de sentimentos em conflito no passado!


Obviamente, isso não poderá ser conseguido em estabelecimentos educativos, colégios, conventos ou
quaisquer outras instituições profanas, as quais não podem proporcionar os ensejos de reajuste e
contemporização próprias da experiência espiritual sob a mesma vestimenta consangüínea.

Quando os esposos compreendem o objetivo real das leis espirituais, que os orientam na comunhão
fraterna quando encarnados, inclusive atinente à função do mecanismo sexual como técnica criadora e não
simples função de prazer transitório, é evidente que eles então se libertam da apregoada necessidade
biológica sexual incessante e consideram-se apenas como "procuradores divinos", investidos da missão de
criar outros corpos no mundo material. Muito antes de cultivarem deliberadamente a sensação física no
intercâmbio sexual, eles não desconhecem a sua função de "deusinhos", que sob a procuração divina
atuam no cenário da vida humana a fim de proporcionar novos equipos carnais para outros companheiros
elevarem-se conscientemente à angelitude.

Na hora do enlace sexual físico, a esposa e o esposo são apenas dois "campos magnéticos" de pólos
opostos e atrativos, cujas forças criadoras, que emanam do mundo animal instintivo, também se fundem às
energias captadas dos planos angélicos e estimulantes da ascese espiritual humana. Essas energias
sublimes irrigam o perispírito do homem e da mulher na hora sexual, pois se acasalam em misterioso
esponsalício na zona e no plexo solar e abdominal, onde o chacra umbilical controla os automatismos
genésicos criadores e desata o esquema do renascimento.

Títulos dos capítulos: Problemas da infância; Problemas da família; Problemas da limitação de filhos;
Problemas da alimentação; Problemas do trabalho; Problemas dos idiomas; Problemas dos Governos;
Problemas do vício de beber; Problemas de Religião; Problemas futuros do Brasil

9.1.5 A VIDA NO PLANETA MARTE E OS DISCOS VOADORES

Apenas dois sensitivos no Brasil, até hoje, receberam o aval da Espiritualidade Superior para transmitir
mensagens sobre a verdadeira natureza da civilização marciana: Francisco Cândido Xavier e Hercílio Maes.
São informações idênticas.
.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 19

Tanto Ramatís quanto a mãe de Chico Xavier ("Cartas de uma Morta") e Irmão X ("Novas Mensagens") são
portadores de notícias chocantes para o ceticismo dos terráqueos: uma avançada civilização, espiritual e
materialmente considerada, não só habita o Planeta Marte, como nos conhece perfeitamente. E nos visita,
há décadas, nos famosos "Discos Voadores" — hoje OVNIs.

Ramatís vai além, nesta obra revolucionária: transporta o leitor para o


quotidiano da civilização marciana, com suas cidades de fantástica
beleza, a arquitetura e transportes, o encanto transcendental dos
cenários desse mundo, com um avançado sistema de governo. Permite
ao nosso curioso olhar penetrar o interior da vida em Marte, com seus
usos e costumes, educação e lazer, esportes e estrutura social.

Conduz-nos à intimidade dos lares marcianos, para descobrir como se


vestem e alimentam, como se relacionam, como vivem, enfim; como são
a medicina e as crenças, as flores e escolas, a ciência e as crianças, os
"livros", filmes, a música.

Descreve a energia motriz superavançada que movimenta a vida


marciana, as naves espaciais e viagens interplanetárias. E garante:
"Marte é um grau sideral à vossa vanguarda e é, também, a vossa futura
realidade espiritual".

Essa obra entreabre à consciência as realidades que aguardam a


humanidade na comunidade dos mundos do universo.

Títulos dos capítulos: Aspectos gerais marcianos; Aspectos humanos; Casamento; Família; Infância;
Educação e escolas; Idioma, cultura e tradições; Religião; Medicina; Alimentação; Esportes e divertimentos;
Música; Canto, dança e teatro; Pintura; As aves; As flores; Fruticultura; Trabalho; Indústria; Comércio;
Edificações e residências; Energia motriz; Governo; Faculdades psíquicas; Reencarnação e
desencarnação; Aeronaves, espaçonaves, discos voadores; Viagens interplanetárias; Astrosofia; Filosofia
espiritual marciana.

9.1.6 MAGIA DE REDENÇÃO

"Malgrado os protestos e censuras dos conservadores e descrentes,


insistimos em advertir os terrícolas de que o "feitiço" existe, e só os
espíritos completamente liberados de resgates cármicos são
invulneráveis aos seus efeitos". (Ramatís)

O Grande Arquiteto, de tempo em tempo, envia à Terra mensageiros


ousados e fora de rotina, que expõem mensagens construtivas, mas
prematuras, as quais, mais tarde, são consagradas pela opinião da
maioria. Assim foram Krishna, Moisés, Buda, Confúcio, Fo-Hi, Jesus,
Kardec e Ghandi, que arriscaram sua estabilidade no cenário terrícola,
ousando perturbar os viandantes que trafegam tranqüilos pelas "estradas
asfaltadas" dos credos e religiões certinhas em direção ao Paraíso.

Ramatís poderia filiar-se à linha convencional das entidades que


transmitem para a Terra assuntos já consagrados. Porém, ele deu
preferência a abordar problemas controvertidos, desmontando as
prateleiras arrumadinhas das mentes condicionadas a clichês
tradicionais.

É o próprio Ramatís que lembra: "O espírito do homem atua num campo de forças em perpétua ação
vibratória, às quais obedecem à vontade potencializada dos que conhecem as suas leis." Ao processo de
convocar forças do mundo oculto para irradiar energias maléficas às criaturas, seja pela palavra,
pensamento ou objetos, a humanidade milenarmente apelidou de "feitiço". Curiosamente, a palavra, em si,
desperta geralmente mais repugnância e prevenção que muitas das próprias práticas que engloba.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 20

"Magia de Redenção" analisa objetivamente em que consiste a Magia, o significado do Ritual, os processos
técnicos de enfeitiçamento verbal, mental, através de objetos e animais, da aura humana, a produção de
enfermidades etc., e antecipa as conclusões da Medicina Ortomolecular sobre o envelhecimento humano e
as enfermidades, ao tratar do enfeitiçamento através dor metais organogênicos. Mas a principal revelação
de Ramatís, nesta obra, é sobre a natureza do verdadeiro combustível das guerras e processos obsessivos
e de parasitismos sobre os seres encarnados.

Títulos dos capítulos: Considerações sobre o feitiço; Enfeitiçamento verbal; Enfeitiçamento Mental;
Enfeitiçamento através de objetos; Enfeitiçamento através do sapo; Enfeitiçamento através do boneco de
cera; Enfeitiçamento através de metais organogênicos; Enfeitiçamento através da aura humana; O uso do
cabelo na feitiçaria; O mau olhado; O uso de amuletos e talismãs; Benzimentos e simpatias; As defumações
e as ervas de efeitos psíquicos; A importância dos ritos, cerimônias e conjuros; A influência das cores na
feitiçaria; Os males do vampirismo; O feitiço ante os tempos modernos; O feitiço e o seu duplo efeito moral.

9.1.7 ELUCIDAÇÕES DO ALÉM

Nesta obra, Ramatís simplifica temas transcendentais relativos à


constituição oculta do homem.Os corpos astral e mental (perispírito), o
duplo etérico e suas funções, a descrição e funcionamento dos chacras
etéricos e astrais, assim como noções sobre o prâna, são tratados de
forma didática, na característica forma de perguntas e respostas que o
luminoso Mestre da Grécia antiga utiliza para transmitir o conhecimento.

Faculdades psíquicas outrora comuns nas escolas iniciáticas – algumas


hoje tidas como "faculdades mediúnicas" – são analisadas de forma clara
e acessível: Radiestesia, a Psicometria, os fenômenos de efeitos físicos e
de "voz direta". Também é esclarecido o mecanismo que produz os
chamados "lugares assombrados".

Em capítulo especial, Mestre Ramatís desvenda o processo reeducativo


que se verifica, em casos de retardo mental severo, no psiquismo
enfermo dos espíritos fazedores de guerra do passado.

Outro capítulo peculiar descreve a missão social e espiritual do Brasil na liderança da Nova Era, analisando
os componentes do psiquismo do povo brasileiro que o credenciam para essa condição.

Títulos dos capítulos: O Brasil e a sua missão social e espiritual sob a égide do Espiritismo; O espiritismo
e o caráter da sua assistência material e espiritual; O sacerdócio ou apostolado crístico e o ambiente do
mundo profano; As almas enfermas dos responsáveis pelas guerras; Os trabalhos mediúnicos e a amplitude
do intercâmbio espiritual; Aspectos singulares das sessões mediúnicas; A responsabilidade e os riscos da
mediunidade; Considerações sobre as sessões mediúnicas no lar; Recursos enérgicos dos guias, junto aos
encarnados; Elucidações sobre o perispírito; Elucidações sobre a prece; Relato e análise da psicometria;
Relato e análise da radiestesia; Os trabalhos de fenômenos físicos; O fenômeno da “voz direta”; A música
nos trabalhos mediúnicos de efeitos físicos; Os fenômenos de efeitos físicos no caso das assombrações;
Algumas noções sobre o Prâna; O duplo etérico e suas funções; Os chacras; É possível a morte do
espírito?

9.1.8 MEDIUNIDADE DE CURA

O chamado Mundo Oculto sempre atuou na cura das enfermidades humanas, sob as mais diversas formas.
Assim se verifica nos relatos bíblicos, no xamanismo dos povos antigos, na tradição oculta e na
mediunidade contemporâneos, aqui descritos por Ramatís.

Nesta obra, que trata especificamente da terapêutica por via mediúnica, a profundidade do conhecimento
iniciático de Mestre Ramatís, aliada a sua peculiar objetividade, desvendam com clareza os mecanismos de
atuação curadora no duplo etérico do homem e na fisiologia dos chacras. Descreve a técnica utilizada pelas
equipes espirituais nos receituários mediúnicos, a razão dos equívocos possíveis, e o charlatanismo que
eventualmente ocorre nesse processo.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 21

Também descreve a metodologia das cirurgias espirituais, a tarefa do


médium receitista e suas dificuldades, os passes mediúnicos e o
receituário homeopático e de água fluidificada.

Desvenda a técnica dos “benzimentos” e “simpatias”, e elucida com


precisão inédita como atua na cura dos quadros dermatológicos.
Aponta os efeitos da eutanásia e da distanásia - a “morte difícil”, ou
prolongamento artificial da vida, que impede o homem contemporâneo
de morrer em paz!

É leitura indispensável para quantos se interessam pelos processos da


chamada cura espiritual, pela extensão e profundidade de análise dos
mecanismos ocultos da mediunidade curadora.

Títulos dos capítulos: A antiguidade do fenômeno mediúnico e sua


comprovação bíblica; Algumas observações sobre os médiuns; Novos
aspectos da saúde e das enfermidades; A assistência terapêutica dos
espíritos e a medicina oficial da Terra; Aspectos do receituário
mediúnico alopata; Os passes mediúnicos e o receituário de água
fluidificada; Por que nem todos se curam pelo receituário mediúnico; Os

Os impedimentos que prejudicam os efeitos das medicações espíritas; A tarefa dos médiuns receitistas e os
equívocos das consultas; Considerações sobre os pedidos de receitas apócrifas; Os médiuns de cura e os
curandeiros; O receituário mediúnico dos “pretos velhos”, índios e caboclos; A terapêutica exótica dos
benzimentos, exorcismos e simpatias; As receitas mediúnicas remuneradas; Ponderações a respeito do
médium enfermo; A psicotécnica espírita nas operações cirúrgicas; A assistência mediúnica aos
moribundos; A luz dos fatos dissipará as trevas da dúvida e da ignorância.

9.1.9 FISIOLOGIA DA ALMA

Nesta obra, Ramatís desvenda o mecanismo oculto que desencadeia, a


partir dos corpos sutis do ser humano, as enfermidades do corpo físico.
A origem e causa das moléstias, detida pelo conhecimento iniciático
milenar, é transposta em linguagem clara e acessível, que abre
extraordinários horizontes de compreensão do binômio saúde –
enfermidade.

A etiologia, raízes cármicas, tratamento e cura do câncer são analisados


desde sua verdadeira origem no “mundo oculto” das causas e em suas
relações com a extinta Atlântida.

Analisando a Homeopatia, Ramatís elucida o verdadeiro processo de


atuação das doses infinitesimais, a amplitude de sua atuação nos
corpos sutis e na raiz dos processos patológicos, suas infinitas
possibilidades terapêuticas ainda não inteiramente exploradas, e as
condições requeridas para o êxito integral do tratamento homeopático. O
capítulo “A Alimentação Carnívora e o Vegetarianismo” já se tornou um
clássico sobre
o tema.

Acabou por desencadear uma nova visão e postura comportamental em milhares de pessoas, que assim se
preparam para credenciar-se à cidadania terráquea do 3º Milênio. A atuação do álcool e do fumo, como
agentes patogênicos nos corpos energéticos e físicos, é analisada por Ramatís sob a ótica do mundo
oculto, além das conseqüências que se seguem à morte física, e o processo simbiótico dos “canecos vivos”.

Capítulos específicos sobre as patologias de retardo mental grave, o carma, a influência do psiquismo nas
moléstias digestivas e outros, completam essa obra fascinante para médicos e leigos, que transpõe em
linguagem ocidental simples e acessível os conhecimentos de medicina transcendental próprios da tradição
iniciática e dos terapeutas orientais.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 22

Títulos dos capítulos:

A alimentação carnívora e o vegetarianismo; O vício de fumar e suas conseqüências futuras; O vício do


álcool e suas conseqüências; A saúde e a enfermidade; A evolução da Homeopatia; A terapêutica
homeopática; O tipo do enfermo e o efeito medicamentoso; A Homeopatia e a Alopatia; As dinamizações
homeopáticas; A Homeopatia, a fé e a sugestão; A Homeopatia – precauções e regime dietético; A
medicina e o Espiritismo; Considerações gerais sobre o Carma; Os casos teratológicos de idiotismo e
imbecilidade; A ação dos guias espirituais e o Carma; O sectarismo religioso e o Carma; A importância da
dor na evolução espiritual; As moléstias do corpo e a Medicina; A influência do psiquismo nas moléstias
digestivas; Considerações sobre a origem do câncer; Aspectos do câncer e sua manifestação cármica;
Considerações sobre as pesquisas e profilaxia do câncer; Motivos da recidiva do câncer; Considerações
sobre a cirurgia e radioterapia no câncer; A terapêutica dos passes e a cooperação do enfermo; Motivos do
recrudescimento do câncer e sua cura.

9.1.10 MEDIUNISMO

O mediunismo, tão antigo quanto a humanidade, em seus múltiplos


aspectos e sutilezas, é abordado por Ramatís nesta obra com toda a
riqueza e profundidade de um Mestre de Sabedoria.

Todo o amplo espectro dos fenômenos mediúnicos, dos efeitos físicos à


mais sutil intuição telepática, passando por temas nunca ou raramente
tratados da complexa fenomenologia da mediunidade, são elucidados
com a peculiar objetividade de Mestre Ramatís.

Longe de trilhas a senda das instruções já conhecidas sobre o tema, ele


desbrava exatamente os territórios inusitados e controversos, dúbios ou
intrigantes, dessa matéria que fascina o ser humano desde os primórdios
de sua existência planetária.

Título dos capítulos:

No campo da mediunidade; Algumas palavras do médium; Preâmbulo; Considerações sobre o “Livro dos
Médiuns”; A mediunidade e o Consolador Prometido; Todas as criaturas são médiuns?; A prova da
obsessão; Os trabalhadores ativos no serviço mediúnico; O médium de “mesa” e o de “terreiro”;
Considerações sobre a mediunidade natural e a de prova; As dificuldades nas comunicações mediúnicas
com o Alto; A extensão e profundidade das comunicações mediúnicas; O médium anímico-mediúnico e o
intuitivo; Uma observação individual; A mediunidade mecânica; A mediunidade intuitiva e a de incorporação;
Mediunidade sonambúlica; Trabalhos de tiptologia; As comunicações perversivas pela tiptologia;
Considerações sobre a vidência; Vidência ideoplástica; Algumas observações sobre o animismo; O
aproveitamento anímico nas comunicações mediúnicas; A influência anímica na abertura dos trabalhos
mediúnicos; A sugestão e a imaginação nas comunicações anímicas; O espírita e o bom humor; A telepatia
e as comunicações mediúnicas; O problema da mistificação; As comunicações dos espíritos sobre tesouros
enterrados; Considerações sobre a castidade por parte dos médiuns; Aspectos psicológicos das
encarnações de apóstolos e líderes do cristianismo; A função dos guias e as obrigações dos médiuns; O
peditório aos amigos do espaço; As influências obsessivas sobre os médiuns e suas conseqüências;
Considerações sobre o desenvolvimento mediúnico.

8.1.11 MENSAGENS DO ASTRAL

Em que consiste realmente, e o que se oculta por trás dos eventos rotulados de “juízo final”, já em curso no
planeta? Qual o propósito da atuação do “astro intruso” e da verticalização do eixo terrestre, previstos para
demarcar a Era de Aquário? E a “seleção planetária”, realmente já está se processando?

Quem deverá continuar reencarnando no Planeta Terra, dentro da humanidade mais fraterna do terceiro
milênio, e quem precisará repetir o curso elementar em escolas planetárias primitivas? Como se processa o
fenômeno da profecia, e qual o verdadeiro simbolismo das imagens do Apocalipse?

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 23

Somente um Mestre de Sabedoria como Ramatís poderia esclarecer


questões como essas, desvendando o planejamento sideral oculto por
trás do rótulo do “juízo final”, detalhando o processo, e descrevendo a
Terra transformada, física e espiritualmente, após a transição.

Temas iniciáticos como Os Engenheiros Siderais e o Plano da Criação,


As Influências Astrológicas e O signo de Peixes, a distinção entre a
Descida Angélica e a Queda Angélica dos exilados de outros orbes,
completam o atrativo desta obra vanguardista.

Título dos capítulos: Os tempos são chegados; O juízo final; As


influências astrológicas; O signo de Pisces; O valor da profecia; O
simbolismo do apocalipse; A besta apocalíptica; O número 666 na
profecia apocalíptica; A queda Angélica e a ação satânica; O astro
intruso e a sua influência sobre a Terra; Os que emigrarão para um
planeta inferior; A verticalização do eixo da Terra; A higienização da
Terra, suas futuras riquezas e novas condições de vida; Os
Engenheiros Siderais e o Plano da Criação; O terceiro milênio e a nova
humanidade.

8.1.12 SEMEANDO E COLHENDO

"Quando encarnados, custamos a entender a função retificadora do


sofrimento como processo de aperfeiçoamento espiritual. Em verdade,
somos como diamantes brutos que, por meio da lapidação, iremos nos
transformar em "brilhantes" a irradiar Luz.

Por isso, se o homem encarnado soubesse da importância das


vicissitudes e dos sofrimentos, embora muitas vezes sob o guante de
adversários de vidas pretéritas, formaria fila defronte da oficina do
purgatório terreno, aguardando impaciente a vez de atenderem-lhe os
necessários consertos espirituais."

Esta verdade e outros belos ensinamentos compõem o enredo de


"Semeando e Colhendo", sabiamente transmitido do Espaço por
Atanagildo, co-autor de Ramatís em outras obras espíritas de igual valor.

"Semeando e Colhendo" apresenta dezesseis contos reencarnacionistas


de suprema beleza, dentre os quais o conto "O Polvo" premiou o médium
Hercílio Maes com o primeiro lugar num concurso literário nacional.

"Semeando e Colhendo" é literatura espírita que deve estar sempre ao alcance daqueles que desejam
aprender com as lições verídicas da Lei de Causa e Efeito relatadas pela Espiritualidade e atingir um estado
de equilíbrio mental que possa proporcionar-lhes uma trajetória segura no plano material.

Títulos dos capítulos: O Quebra Ossos; Não se levanta!; O Ergástulo de Carne; A Mina; Os Romeiros;
Assim estava escrito; Inquisição Moderna; O Cantor; A Serraria; Um mau negócio; Frustração;
Adestramento Materno; Hei de ser rico; A Vida contra a vida; Expurgo Psíquico; Anjos Rebeldes.

9.1.13 O SUBLIME PEREGRINO

Há séculos os homens desperdiçam seu tempo na indagação de minúcias em torno dos acontecimentos da
vida de Jesus. No entanto, descuram-se de considerar e praticar os seus admiráveis ensinamentos de
redenção moral e espiritual.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 24

Embora fosse um anjo exilado do Céu, o Mestre nazareno viveu junto


dos terrícolas, lutando na vida humana com as mesmas armas, sem
privilégios especiais e sem recorrer a interferência extraterrena para
eximir-se das angústias e dores inerentes à sua tarefa messiânica.

Nesta obra, Ramatís procura transmitir aos leitores uma idéia mais
nítida e certa da realidade do Espírito angélico de Jesus, recorrendo a
informações contidas nos "registros etéricos" e a indagações feitas a
alguns dos próprios discípulos do Mestre em serviço no Espaço.

Longe de ser uma biografia romanceada, Ramatís esclarece a todos


sobre diversos conhecimentos da vida oculta, preparando-nos para as
revelações futuras, com referência à contextura do espírito imortal.

Título dos capítulos: Considerações sobre a divindade e existência de


Jesus; Jesus e sua descida à Terra; A descida Angélica e a queda
Angélica; Considerações sobre o Grande Plano e o Calendário Sideral;
Jesus de Nazaré e o Cristo Planetário; A identidade sideral de Jesus;
A natureza do corpo de Jesus; Maria e sua missão na Terra; Maria e o
período gestativo de Jesus; Maria e o nascimento de Jesus; Maria e os aspectos do seu lar; Jesus e sua
infância; Considerações sobre Jesus e a família humana; Jesus e seus aspectos humanos; O aspecto
bíblico do povo eleito para a vinda do Messias; A influência benéfica do povo Galileu na obra de Jesus; Por
que Jesus teria de nascer na Judéia?; Aspectos da Judéia, Galiléia e Nazaré no tempo de Jesus; Jesus e
Maria de Magdala; José, o carpinteiro e seu filho Jesus; Jesus e os seus precursores; As pregações e
parábolas de Jesus; Jesus, seus milagres e sues feitos; Jesus e os relatos dos quatro evangelhos; Jesus e
a Boa Nova do Reino de Deus; Jesus e os essênios; Os últimos dias da vinda de Jesus; Jesus e sua
entrada triunfal em Jerusalém; A prisão e o julgamento de Jesus; Jesus e Pôncio Pilatos; O drama do
Calvário

9.1.14 O EVANGELHO À LUZ DO COSMO

Se na beleza irretocável dos ensinos e parábolas de Jesus nada pode ser


acrescido ou alterado, contudo, hoje pode ser feita a leitura mais esotérica
deles, e percebido o seu sentido interno e oculto, que durante séculos
permaneceu velado à consciência comum da humanidade.

É o objetivo da presente obra de Ramatís, que desvenda a dimensão


secreta e cósmica das histórias singelas do Mestre Nazareno.

A evolução mental do terrícola, atualmente, já permite desvelar essa


realidade mais profunda do Evangelho, que é a de se constituir uma
síntese das leis cósmicas, ou a "miniatura do metabolismo do próprio
Criador".

Nesta obra de cunho iniciático, mas na linguagem cristalina e acessível


característica de Ramatís, o leitor encontrará, além da interpretação mais
profunda e esotérica dos preceitos evangélicos, um estudo fascinante dos
temas "Deus" e "Evolução", tratados com a profundidade e clareza.

Títulos dos capítulos: Deus; Evolução; O Evangelho e a Lei do Cosmo; O Código Moral do Evangelho; A
Ciência e a Fé do Evangelho; Jesus e as suas parábolas; O Semeador; “Ninguém vai ao Pai senão por
mim”; “Meu reino não é deste mundo”; “Não se pode servir a Deus e a Mamon”; “Cada um será julgado
segundo as suas obras”; “Com o juízo que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que medirdes,
vos medirão também a vós”; “Sede Prefeitos”; “Ninguém poderá ver o Reino de Deus, se não nascer de
novo”; A Túnica Nupcial; O trigo e o joio

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 25

9.1.15 SOB A LUZ DO ESPIRITISMO

Como ficam os dilemas da vida quotidiana, à luz dos valores milenares da


Sabedoria Espiritual, que a doutrina espírita se propôs divulgar no
ocidente? Como serão vistos o aborto, a prostituição, o homossexualismo,
a eutanásia, o sexo, o suicídio, a dor humana — temas que perpassam
como fios de intenso colorido a trama do tecido social — sob a avaliação
da Lei Cósmica?

Distante do convencionalismo humano, mas falando dentro do coração


humano a linguagem cheia de compaixão e lucidez dos Mestres da
Sabedoria, Ramatís coloca esses temas na perspectiva em que são vistos
pela Espiritualidade Superior, não pela restrita ótica social humana.

No capítulo "A Mente", esse Mestre que há milênios se dedica a promover


a unidade do conhecimento oriental e ocidental, oferece uma síntese
admirável do conhecimento esotérico sobre as forças mentais, a ação da
mente sobre a fisiologia humana, a estruturação multimilenar da Mente
Instintiva e sua atuação no inconsciente humano.

Obra cativante pela clareza com que verte em linguagem ocidental, profundos conhecimentos da Sabedoria
Milenar, traz ao leitor elementos para repensar problemas de máxima atualidade, oxigenados pelo sopro
renovador da espiritualidade cósmica.

Títulos dos capítulos: A dor humana; Os fenômenos físicos; Exorcismo; Suicídio; Eutanásia; Aborto; A
mente; Sexo; Homossexualismo; Prostituição; “Buscai e achareis”.

9.2 OBRAS RECEBIDAS ATRAVÉS DE AMÉRICA PAOLIELLO MARQUES:

9.2.1 JESUS E A JERUSALÉM RENOVADA

Um novo encontro com o luminar mestre Ramatís, que nos revela,


no desenrolar da obra, de maneira simples, sem o simbolismo
rebuscado, tão em moda atualmente, mas norteado somente pelo
espírito aberto e claro do mestre Jesus, palavras “da última hora”.
Conforto e esperança na futura Terra, renovada e feliz. E,
sobretudo, de confiança em nós mesmos, em nossas
potencialidades e em nossa Essência Divina.

São momentos memoráveis em que nos sentimos em contato


íntimo e fraterno com um ser “liberado” que, numa prova de
profunda humildade, vem até nós procurando esclarecer,
reconfortar, dando-nos não somente normas de preceitos morais,
mas rotas de renovação interior, sem as barreiras do separativismo
religioso, político ou social.

São lições profundas, que farão eco naqueles espíritos já libertos


dos antolhos do sectarismo. espíritos fraternos, ansiosos pela união
dos seres, no amálgama das raças, e que se guiam unicamente
pelo Amor Crístico.

Os capítulos iniciais são a chave que nos abrirá as portas dos esclarecimentos seguintes. Colocam-nos
frente a frente com a realidade subjetiva dos ensinamentos do Mestre, sua aplicabilidade à nossa realidade
espiritual, à nossa verdade. Quem verdadeiramente são os seus discípulos? Onde estão os trabalhadores
da “última hora”? Refulge em suas linhas a essência da mensagem do Cristo, sem as deturpações
religiosas que se lhe impuseram no decorrer dos séculos. Chega-nos como um convite, não a que sigamos
esta ou aquela corrente, mas à reestruturação íntima e profunda, a níveis “subterrâneos”. Como seguir o
Mestre buscando acender em nós a verdadeira Luz do Amor Cósmico?

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 26

Tudo isso é analisado de maneira tão clara e cristalina que nossas mentes, acostumadas a intrincados
“desvarios” intelectuais, se maravilham.

No decorrer da obra, são abordados os mais variados temas atuais e vibrantes, todos dentro de um
contexto real de nosso tempo. O Amor, a Virtude, a Compaixão, a Fé, o Trabalho são enfocados à Luz do
Conhecimento Cósmico, sob um novo prisma, afinados com o Espírito da Nova Era do mentalismo, sem as
distorções criadas pelo interesse de atrair adeptos para essa ou aquela facção religiosa. Tais assuntos são
minuciosamente vistos como que através de uma lupa, onde se percebe, de maneira profunda e
insofismável, a trama real da verdade.

Sentimos, à proporção que nos aprofundamos em sua leitura, surgir um Novo Conhecimento vazado pelos
fragmentos de todos os antigos e preciosos ensinamentos através dos tempos. São os princípios filosóficos,
herméticos e orientais que foram trazidos e que se completam, não só na análise subjetiva do Homem,
como também aclarando o caminho que o levará à sua “definitiva morada”. Cremos, por isso, não nos
enganar quando afirmamos que este livro servirá ainda a muitas gerações futuras, ás gerações da
Jerusalém Renovada.

Títulos dos capítulos: Quem é o Pastor?; Como segui-Lo?; Quem são as ovelhas?; Trabalho e renovação;
O amor; A virtude; A fé; A compaixão; O homem adormecido; O trabalho e a recuperação; O círculo que se
fecha; Histórias de outras eras; Contrastes; Novos Apóstolos; Servos e Senhores; Ciência e Espiritualidade;
Servos infiéis; Profecias; Os enviados.

9.2.2 MENSAGENS DO GRANDE CORAÇÃO

A Metrópole do Grande Coração, cidade do Astral Superior localizada


sobre o território brasileiro, abriga entidades com elevado nível de
mentalismo e sintonia universalista, de origem oriental, mas hoje filiados
ao movimento espiritualista do Ocidente. Na presente obra, se propõem
traduzir conhecimentos dos templos iniciáticos do passado para as
mentes ocidentais.

Sob a orientação de Mestre Ramatís e de Akenathon — faraó que foi o


primeiro monoteísta da História — diversos espíritos "orientais" e
"ocidentais", como Irmão X, Sesóstri — o faraó, Ariel, André Luis, Dracus
— servo de Maria, Rama-Schain e Rubataiana — instrutores hindus, e
outros, desenvolvem estudos esotéricos variados.

O Logus Universal, a Mônada, o Carma, os Espíritos da Natureza, a


Intuição Mediúnica e muitos mais, acompanham abordagens inéditas de
temas seculares, tais como O Sexo como Instrumento de Purificação e
Engrandecimento da Alma, de Ramatís, Cristianismo e Rosacrucianismo,
de Akenaton.

Também traz os tocantes depoimentos sobre o Mestre Jesus, de João, o Discípulo Amado, e sobre a doce
Maria de Nazaré, do ex-legionário romano na Palestina, Dracus. Parte da obra aborda o fascinante
progresso da Recordação do Passado ou Regressão, com instruções e abordagens específicas sobre
Emigrantes Espirituais, Encarnações-Chave, o Sentimento de culpa entre outros.

A obra Mensagens do Grande Coração, que há décadas desperta a simpatia de estudantes espiritualistas
de vários matizes, retorna oferecendo uma rara associação da sabedoria de Mestres Orientais com a
clareza do espírito Ocidental.

Títulos dos capítulos de autoria de Ramatís: Do Oriente ao Ocidente; O amor às esferas superiores e a
necessidade de trabalho; O sexo como instrumento de purificação e engrandecimento da alma; Vitória;
Unificação das correntes espiritualistas do Oriente e do Ocidente; União das correntes religiosas; O Logos
Universal; A mônada; O carma; Os elementais ou espíritos da natureza; Mediunidade; Dúvidas no trabalho
mediúnico; Atitude defensiva cristã – afirmações; A orientação da mente e o progresso espiritual;
Renovação; As três zonas da consciência; Cromoterapia.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 27

9.2.3 BRASIL, TERRA DE PROMISSÃO

Esta obra trata da missão espiritual do Brasil diante da Transição


Planetária, ou dos “Tempos que são Chegados”.Em outras obras,
Ramatís chamou a atenção para os desafios espirituais e materiais que
estão reservados para a nação brasileira no terceiro milênio.

O livro está organizado em quatro partes, onde Ramatís aprofunda a


análise espiritual da preparação psicológica do povo brasileiro, da fase
de realização e consolidação da liderança da nação brasileira, das
conseqüências para a humanidade e dos testemunhos valiosos.

São descritas as características gerais que permitirão ao povo


brasileiro vencer as lutas de sua experiência do futuro, como um
conjunto de circunstâncias cuidadosamente planejadas pela Direção
Espiritual do Planeta, dentro dos quais serão enquadrados os espíritos
preparados para v
aloriza-las.
Segundo Ramatís, os valores da humildade constituem a base do
planejamento traçado por Ismael, entidade responsável diretamente
pela orientação espiritual da “Pátria do Evangelho, Coração do Mundo”.
O desgaste do conceito vigente de felicidade e as provações coletivas

tendem a se intensificar em todo o planeta. O bom uso do livre arbítrio poderá atenuar, mas não poderá
mais sustar um processo que já está em andamento, visando à higienização planetária, onde “serão bem-
aventurados os misericordiosos e pacíficos”.

E a índole fraterna do povo brasileiro representa uma semente que terá seu desenvolvimento acelerado
face à necessidade de prestação de socorro em escala mundial, para dar testemunho do verdadeiro sentido
do amor – o Amor Universal.

Título dos capítulos:

PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA – Origens étnicas; Desenvolvimento histórico; Características coletivas;


Composição espiritual; Lutas de formação; Amálgama espiritual; REALIZAÇÃO – Herança espiritual;
Liderança; Consolidação; Obstáculos; Realização; Harmonia; CONSEQÜÊNCIAS PARA A HUMANIDADE
– Virtude e cristianização; Abertura dos canais espirituais; Tradição e fraternidade; Paraíso terrestre;
Trampolim espiritual; Desligamento gradativo; CONCLUSÃO – Testemunhos valiosos; Mensagem de
esperança; Exortação.

9.2.4 EVANGELHO, PSICOLOGIA E IOGA

Obra inspirada por Ramatís e outros guias espirituais, constitui-se de


um conjunto de 28 estudos, organizados em sete ciclos de quatro,
numa ordem, ritmo e seqüência profundamente significativos, e que
serve de roteiro seguro para os que buscam abrir os canais interiores
para o contato com a sua Essência Divina.

Essas lições representam a fusão de ensinamentos do Mentalismo


Oriental e do Evangelho de Jesus, apoiando-se em orientações básicas
do Espiritismo, ditadas a Allan Kardec pelos Orientadores Espirituais da
Humanidade, visando também lançar luz sobre as modernas teorias da
Psicologia.

Segundo Ramatís, “pesquisar” a alma humana em dimensões do que


poderia ser classificado de “Psicologia Abissal” é conhecer os atalhos
através dos quais o homem desembocou na angústia dos tempos
modernos, e não temer descer às regiões escuras do passado
reencarnatório para, em seguida, impulsiona-la à grandiosa síntese do
Ser Imortal.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 28

São abismos inferiores e superiores, nos quais o homem de hoje precisará aprender a arrojar-se, tal como a
ciência material desce ao fundo dos oceanos, repositórios das reservas acumuladas pela Terra, e lançar-se
igualmente à aventura que o conduzirá ao futuro intercâmbio interplanetário.

Títulos dos capítulos de autoria de Ramatís: Magnetismo e Mediunidade; Maturidade espiritual; A


conquista do Superconsciente; O pensamento criador e o Espiritismo; A mulher e o terceiro milênio

Títulos das mensagens de Ramatís: “Venho concitar-vos”; Roteiro para alcançar a vitória espiritual no
esforço mediúnico; Intuição pura; Esclarecimentos; Plasmando os moldes mentais do futuro; Reformulação;
Autenticidade; Confiança; O pêndulo do progresso; Maleabilidade; Mensagem de Ramatís; Psicologia e
Evangelho; A missão do Espiritismo.

9.3 OBRAS DE MARIA MARGARIDA LIGUORI ATRIBUÍDAS A RAMATÍS

9.3.1 O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

O mundo no momento sofre, e o homem procura um lenitivo. Portanto, este trabalho é destinado
exclusivamente aos que sofrem aprisionados na encarnação, àqueles aos quais não é dada a oportunidade
maior de esclarecimentos; é destinado aos que lutam, procurando uma compreensão.

Todo o trabalho é destinado a você, meu querido filho, que é humilde e


ama. na seqüência em que estamos projetando nossa explanação tem
sido nosso objetivo maior o de servir ao homem, alertando-o para as
coisas mais simples de seu viver.

De que valeria falar de estrelas enquanto o homem não conhece suas


reações, por que falar do Sol se o homem igualmente não conhece sua
luz interior que tem maior potência?

As oportunidades da vida são apresentadas a todos, mas só alguns


conseguem conquistá-las e, assim aproveitando, encontram sua
própria evolução. Os momentos decisivos são inúmeros.

Títulos dos capítulos: Amar para voltar glorioso; Torne sua volta mais
amena; O homem será forçado a modificações; O preço da liberdade;
O homem é o microcosmo; Homem, sinta seu coração!; O homem da
nova era; Família – o grande poder do exemplo; O homem é igual aos
demais seres; Quando o homem será liberto?; Vigie sua porta de
entrada, seu coração; Você é responsável por sua família; ...E mais
cedo o homem despertará!; É importante o conhecimento dos próprios
sentimentos; Solidários no amor à mãe natureza; Os efeitos dos

pensamentos dos homens; Experiências genéticas – caminho muito perigoso; Somos todos irmãos; O
homem e seu meio ambiente; O homem é o exemplo; Volta, ó homem, a seu estado natural; Entrando na
grande fase da Terra; Urge despertar a solidariedade humana; Todos deverão estar em seus caminhos; É
preciso descobrir sua fonte; É tão fácil o ser feliz!; Há um sem número de escolhas; O poderoso poder de
dar; Com dignidade e clareza encontrará o caminho; Ser feliz e fazer outros felizes; o alicerce de sua
encarnação; Pelo caminho dos sentimentos nobres; Cumpra o ato de amar a própria vida; Homem e mulher:
seres que se completam; Dualidade de sentimentos; É preciso ser humilde no recebimento; O homem ainda
poderá se reencontrar; As verdadeiras posições do homem; Oportunidades lhe são dadas!; Sua
contribuição é importante; Quando não há mais nada a descobrir; A escolha pertence ao homem; Homem,
faça sua reciclagem!; Homem, cuide de sua morada!; Homem, equilibre seus sentimentos!; É preciso buscar
seus motivos na vida espiritual; Doação de órgãos; Por que sua presença se faz necessária? Reflita!; A
atenção solidária onde está?; O porquê da insegurança e intranqüilidade; Manutenção do corpo humano;
Não importa o tempo; A vida é feita de trocas; Formação familiar – sua importância; Descubra o tesouro de
seu coração; A vida dependerá da vida do homem, hoje; Sua fonte está jorrando auxílios, desperte!; Mulher
– árvore da vida; Siga a clareza de sua mente espiritual; Quando as portas de abrirem; Você é a presença
de Deus no plano terra; Os tempos são chegados, e o homem despertará; Surge uma nova era; Quando a
consciência despertar; O mesmo caminho percorrem muitos irmãos; Mistérios da encarnação; No transpor
do milênio; É hora de descobrir... e trabalhar!; O momento atual é de muita atenção; Procure seu caminho

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 29

de volta; A natureza é vida, e vida é oportunidade de evolução; É preciso vigiar sempre a mente física; Não
deixe passar a oportunidade; O homem é o principal forjador; É preciso ter livre arbítrio; O fim não existe, a
transformação sim!; O motivo maior é a harmonia; Preste atenção à linguagem dos sentimentos!; O
presente é a reprodução do passado; Se faz, tem que receber – é a lei!; O tempo é o agora, reflitam!; Terra,
homem, natureza, todos estarão em modificações; Tudo é sempre igual ao trabalho feito; O sentimento do
perdão; O ser humano é a fonte viva de auxílios mútuos; A voz do coração traz a mensagem da alma;
Quem é mais inteligente, o homem ou o animal?; A vigilância é o ponto principal; O estado natural do
homem é sua paz; Que seja o futuro um grande exemplo; Tudo volta ao ponto de partida; Muitos atalhos o
farão despertar; O viver do homem é uma oportunidade sem par; seria preciso que todos se amassem mais;
Tempos de paz que envolvem a humanidade; Procura compreender hoje sua origem.

9.3.2 O HOMEM E O PLANETA TERRA

Os que presenciam os acontecimentos que assolam o plano Terra, serão testemunhas de sua própria
destruição, serão os mesmos que em outras ocasiões prestarão socorro a outros povos, de outros planos, a
se erguerem do caos, pois suas próprias mãos é que estão exterminando a natureza que os acolheu. É
preciso refletir! Nas acomodações deste plano, em sua parte mais íntima, ligada aos reinos da natureza,
estão se passando grandes transformações.

Assim também acontece no plano da Terra; seus abalos estão se


fazendo sentir na superfície, mas em suas camadas profundas estão se
processando as alterações.

Nesta ocasião em que a Terra se modifica em sua estrutura física, está


dando, também, oportunidade a que sejam mudadas suas reações e
ações no plano mais sutil, na parte cósmica que envolve o planeta, ou
sejam, as modificações em seu plano oculto, pois todo corpo tem sua
contrapartida no oculto. Vamos chamar a parte oculta do plano como sua
alma.

A Terra, portanto, está sofrendo os abalos que refletem em seu íntimo e


que transformam os acontecimentos do plano em sua estrutura física.
Estão ocorrendo no momento grandes transformações, tanto em seu
clima, como em sua própria natureza.

O homem está interferindo em tudo que está a seu alcance, tanto assim
que as modificações atmosféricas, tais como a poluição, estão dando
uma outra investida a seus habitantes.

Estamos vendo que o homem é seu próprio algoz, e não há mais esperanças de sua ambição terminar;
todos estão num só princípio e numa só atuação de destruição. Portanto, é hora de reflexão! O homem
deve refletir em sua atuação, pois chega ao fim de um milênio e não sabe ao certo sua própria direção.

Que todos possam encaminhar suas ações para um bem comum, e não perder a rota, a direção que é o
verdadeiro caminho da LUZ, da PAZ, do AMOR. * É PRECISO ACERTAR SEU CAMINHO, NÃO SE
PERDER PELOS ATALHOS, POIS HÁ UM CENTRO A SUA ESPERA. REFLITA!

Títulos dos capítulos: Despertar radioso; Todos juntos serão um; Há um Centro e sua espera; Que é viver
a vida?; É preciso a vontade consciente; O homem é o alicerce do bem; Cuide para achar o seu caminho;
Homem – essência divina; O homem descobre seu destino?; É preciso cumprir o programa!; Cuide de seu
alvorecer!; Mantenha sua esperança!; É preciso cuidar da semente; Como são os sentimentos?; Corpo-
Espírito: intercâmbio de solidariedade; É chegada a hora!; É preciso querer ver!; É preciso refletir na
caridade!; Construindo o futuro; A visa tem história; Motivos e objetivos; Um – força ... muitos – resistência;
Cérebro humano – fonte concentrada; Tudo está ao alcance do homem; O despertar do homem; Espírito
itinerante; Bloqueio de sentimentos; Caridade – sublime perfume do amor; O que você recebe não é em
vão; Ressonância de paz; Amor – fonte de vida eterna; Seu trabalho começa agora; Faça sua parte; è
preciso acordar!; Homem: ainda é tempo de retroceder!; Caridade – força máxima; Cuida de seu
renascimento!; Cuidado com sua participação!; Quando o homem silenciar; Seu passado está presente

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 30

agora!; A escolha do caminho; A hora presente é a grande ilusão; Abra seu coração!; O valor da fé; Plano e
homem – amigos inseparáveis; Ser digno e ser objetivo; O destino do homem; É sempre tempo da procura
e do achado; A vida é um dom divino; É preciso enxergar a si mesmo; É preciso ser atento e estar atento; O
caminho está à frente de todos; A humanidade está em guerra; É preciso respeitar a vida; A conquista de
seu próprio Eu; Homem – principal motivo do plano; O homem está se levantando; A recompensa de viver;
è preciso estar e ser!; O valor da descoberta; O homem do século XXI; A responsabilidade dos pais; Se o
homem é um anjo; Sua oportunidade é esta; Você é um ponto de força; Características principais do
homem; O homem é feliz e não sabe; A descoberta mais importante; Esteja em guarda, sempre; Tempo –
grande aliado; O homem é sentimento; Venda nos olhos; A importância das ondas sonoras; Seja um ponto
positivo; Todos caminham seus caminhos; Equilíbrio de emoções; Pensamento – alimento também do corpo
físico; Acorde seus sentimentos; Viva e deixe que vivam; É preciso fazer sua parte; O homem vive e não
vive; Na sofrer por fazer outros sofrerem; Seria tão bom viver!; O infinito está nele mesmo; Toda evolução
se faz em grupo; Homem – é preciso cooperar!; Tudo é fim como foi princípio; O espírito programa sua
volta; O homem é predestinado; A Nova Era de esclarecimentos; O retorno a seu dono; O homem e sua
alma; Caridade – o dom maior.

9.3.3 JORNADA DE LUZ

Nem todos sentirão a tranqüilidade do dever cumprido, mas todos


terão sua oportunidade de evolução. As tendências dos homens estão
nitidamente ligadas a seu foro íntimo.

Todos sentimos o que fazemos, mesmo nas vezes em que fazemos


irrefletidamente; os sentimentos, embora desequilibrados, estão
presentes.

Os pensamentos são como os ventos; fazem oscilar as folhas, mexem


com os cabelos, mas os sentimentos colocam em perigo a
personalidade do homem, e, muitas vezes, toda sua estrutura.

No momento exato, o que tem que acontecer, acontece, mas, nesse


momento exato, se o homem colocasse em evidência seus
sentimentos básicos, nada de tão grave poderia acontecer. Portanto,
"fuja das ocasiões que Eu o guardarei".

Essas palavras estão escritas com letras bem claras no coração do


homem por sua própria consciência; são palavras sagradas.

Mas o homem, preocupado com sua hora presente, esquece-se de seu equilíbrio interior, deixando para
trás seu viver. No momento atual, muitos espíritos estão atuando no mundo espiritual; são falanges inteiras
que se lançam no plano, atuando sobre os homens; são espíritos querendo revanche.

E se assim não fora, existe uma leva perigosa deles atuando sobre a mente dos homens, transmitindo toda
a sorte de influências tais, fazendo com que o homem se desequilibre e cometa grandes atos, cheios de
vingança, muitas vezes, sem motivo aparente. A avalanche de correntes de destruição está investindo
sobre o plano, desequilibrando-o e é por isso que o momento atual é perigoso, é tenebroso, envolto em
densa penumbra.

Dando seqüência a série de mensagens de alerta iniciadas em obras anteriores, Ramatís aponta, neste
novo livro, a direção correta da conduta humana, da qual desviou-se o indivíduo. Ciente da urgência em
conscientiza-lo da necessidade de transformação moral, através da reforma íntima, o autor espiritual desta
obra, esclarece o leitor sobre os caminhos para alcançar esse objetivo e as conseqüências de seus desvios.

Títulos dos capítulos: Solidariedade: elo de sustentação do planeta Terra; É preciso compreender e
aproveitar a oportunidade; Modificações ocorrem no planeta Terra e no homem; Ouça o seu coração;
Homem e Universo pertencem a uma só Fonte; O poder mágico do amor; O poder da lágrima; A evolução é
um plano; Século XXI, novas descobertas; Núcleo familiar, esteio da sociedade; Procure o motivo; O
silêncio; Os tempos podem mudar, os sentimentos fraternos nunca; Contemple a própria Alma!; É preciso o

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 31

cultivo dos sentimentos; O homem tem poderes, mas é mendigo por insensatez; Família: poderio maior do
ser humano; Não há impulso maior sem fé; Família: centro de equilíbrio da sociedade; Irmãos solidários:
fortalezas que se juntam; O organismo humano reproduz o Sistema Planetário; O homem é produto
impresso de seu ser; Sem amor não existirá floração; O caminho está dentro do homem; A nenhum é dado
além de suas forças; Cuide de seu caráter; Alerta é o ser em constante vigília; Sentimentos; grande
sentinela de guarda do homem; Despertem para a vida; O poder do sentimento e da verdade; A grandeza
de um momento de encarnação; O dia de seu despertar está reservado. Decida!; Esteja atento à rede de
comunicação de seu corpo; A vida pode se multiplicar; Nada há de se interpor quando se está a serviço do
Pai; A vida evolutiva na fé; A vida é em equilíbrio; O poder do desejo controlado faz do homem um ser
equilibrado; O homem é seus momentos; O homem é uno com sua essência; Seus sentimentos revelados;
O caráter individual faz a ascensão do espírito; A harmonia é o ponto da felicidade do corpo – espírito; O
homem é uma fonte; O homem é sua guarda; O sofrimento dará oportunidade de evolução; As ocasiões
estão provando o despertar do homem para sua evolução; Todos são iguais perante a Lei de Evolução; A
harmonia da encarnação está na compreensão; A verdade é um dos alicerces da evolução; A orquestra da
natureza em harmonia; As necessidades de uma encarnação; O corpo físico bem dirigido encontra a
harmonia; A união física de irmãos dá segurança na caminhada; A encarnação na direção exata da
evolução; A humildade é um alicerce da evolução; A vida só é plena de vida se for pautada pelo amor; Não
deixe que seu ego inferior o destrua; A encarnação redentora e a atenção plena; Sua evolução dependerá
de seu amor; A evolução não poderá ser adiada, terá que ser feita; Estando juntos, tudo será mais fácil; No
momento atual, seu coração é sua defesa; O caminho é percorrido a dois; A vontade é força divina que une
encarnados; A vida estará presente sempre; A harmonia do grupo faz a subida do espírito; A fonte vigida dá
proteção e mata a sede; A reflexão e o conhecimento trazem segurança ao caminho; A força motriz que une
os encarnados está em sua criação; O homem é uma célula, faz parte de um sistema; A união dá a
sustentação de uma evolução; A sede do equilíbrio está na família; O momento é de escolha acertada; A
transformação do Plano Terra; As funções físicas dão sustentação ao desempenho no Plano Terra; A
harmonia será implantada, todos se beneficiarão; Homens, astros, Planos em harmonia; A presença da
Força Divina no viver do homem; É preciso estar alerta!; O homem, trabalhando em conjunto, consegue a
paz; As sentinelas de uma encarnação: a atenção e o propósito; Você pode contribuir, sua parte é
indispensável; Unidos, sentirão a vida passar como um prêmio e não como um castigo.

9.3.4 EM BUSCA DA LUZ INTERIOR

Os males sociais estão provando que não existe mais oportunidade de


intercâmbio entre as pessoas. Cada um cuida de si, como que não
tendo alguém para repartir suas alegrias, suas dores.

Os desencontros entre os homens constituem uma tendência


predominante na sociedade moderna. Assim, os tempos atuais têm sido
de provas para a transformação de seu caráter.

Quem sabe, com toda essa situação, ele não se erguerá do caos em
que se precipitou? Consciente de seus deveres, o homem tem
negligenciado e alijado seus sentimentos mais nobres. Porém, com tudo
que tem passado, sua transformação gradativa ocorrerá e ele irá se
recompor, buscando novos rumos.

Tanto assim que, embora enfraquecido seu núcleo familiar, tem


procurado manter-se entre seus irmãos. Temos certeza de que este
sentimento apenas está adormecido em seu centro, e logo despertará
após ter purgado seus próprios desatinos.

Neste belo livro, Ramatís traz novas mensagens esclarecedoras, buscando conduzir a consciência humana
ao seu real objetivo, que é a convivência fraterna entre os seus semelhantes - primeiro passo para entender
o mecanismo do Criador. Você faz parte integrante da verdade da vida, da verdade de estar aqui à
disposição das forças que regem a existência do espírito encarnado. Faça sua parte que é seu dever, e
estará cumprindo a Lei. Nada é mais forte do que o amor entre os irmãos. Todos deveriam se olhar com os
olhos do coração para sentir a união com Deus. Há uma necessidade urgente de todos se alimentarem do
pão que mata a fome da alma, que é a fé e a caridade.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 32

Nem sempre os que chegam primeiro sabem por onde vieram; são apenas impulsionados pelo hábito. Se
você tem um desafeto, trate-o com compreensão. Mais tarde ele poderá ser seu amigo e companheiro de
grandes aventuras no plano das encarnações.

Títulos dos capítulos: A força propulsora está no coração do homem; Nada se perderá, a oportunidade
está presente; O caminho a percorrer é igual para todos; O homem destrói seu paraíso; A participação
atuante do homem em seu meio; A vida depende do respeito humano; Sua atuação é importante na hora
presente; O respeito é fundamental à harmonia; O jovem ensina ao velho que o caminho é seguro; O
homem é a união corpo e espírito que voltará ao ponto de partida; O poder de construção e o poder de
destruição caminham juntos; A união será a alavanca para o engrandecimento do ser humano; Se você vai
só, terá dificuldades; A força do entendimento entre irmãos; Agora á seu tempo, não deixe para mais tarde;
A fé no coração do homem; Aparências são artifícios da mente; Seu momento é seu, aproveite-o!; A
destruição será feita pelas mãos do homem; As necessidades do ser humano; O esforço de cada um faz
parte de um todo; O homem faz aquilo que recebe; A vida é a guardiã do plano; Quem respeita, recebe; O
homem estará presente quando despertar; A meditação dá harmonia e paz; O homem não é solitário; O
amor pelo amor, o sofrer pelo sofrer; É preciso despertar; O tempo de permanência está à prova; Está na
vontade a força que o elevará; O fumo, inimigo do corpo são; É preciso compreender sua atuação; A
verdadeira direção do homem está em seus sentimentos; Há necessidades de mudanças na atitude dos
homens; As investidas dos elementos sobre o próprio homem; A direção certa está nos atos dirigidos com
discernimento; Pelo despojamento o homem será feliz; O homem, forjador de seus males; O homem à
procura de sua essência; O remédio da alma; A libertação se dará pelos sentimentos; As conquistas da
posse; A transformação do homem no cadinho do fogo; O caminho das descobertas; O homem e seu
conjunto caminharão; É hora de despertar; O alcance é fácil, a permanência importante; A evolução do
planeta Terra depende de todos; Os iguais se atraem; O destino do homem é ele quem faz; O homem e
suas ocasiões de progresso; A união dos que trabalham trará alegria de aqui estarem; A atenção é a grande
proteção; Atenção, a vida é sempre um despertar!; É hora de refletir; A hora é de trabalho; O dever
cumprido na preservação da vida; Todos por um só objetivo; O anel de luz formado pelos sentimentos dos
homens; Sua atuação será nefasta se não compreender sua posição; É tempo de reconstruir; O tesouro
escondido; A hora da distribuição; O remédio da alma; A vida precisa ser cuidada; A mãe, porto seguro do
filho; O estar e o ser; A modificação está presente; O dar e o receber fazem milagres; O momento preciso
atuando; É hora de mudar; O despertar para a consciência; A alegria de viver atuando na saúde; Homens e
astros sofrerão; O alcance depende de cada um; O itinerário do homem; Causando juntos a destruição; As
necessidades do momento; As riquezas do homem; Ainda é tempo de modificação; A recuperação do
homem depende dele mesmo.

9.3.5 MOMENTO DE REFLEXÃO - 3 volumes

Após a publicação deste livro, em mensagem à médium que o recebeu,


referindo-se ao assunto, ramatís escreve: “Quando nos referimos ao
trabalho que começamos com nossa filha, era nossa intenção atingirmos
essa faixa de leitores que não tiveram a oportunidade de conhecimento
profundo da espiritualidade, e esse objetivo está sendo alcançado.

Necessitamos da boa acolhida dos leitores, em cujas mãos caem esses


escritos; eles serão libertados quando for despertado seu coração. O
momento é de agradecimento, pois o alvo está sendo atingida. É preciso
notar o poder da simplicidade, até no transmitir. De que valem
ensinamentos que na sejam direcionados ao homem? É fácil atingi-lo
quando são simples em seu intento.

O médium varia em sua linguagem conforme o seu conhecimento;


portanto, caminhe, minha filha, no seu caminho sem nunca discordar do
caminho em que caminha o outro; todos se dirigem para um mesmo fim.

Esse trabalho que estamos transmitindo, pela minha filha, está sendo absorvido plenamente por muitos que
nunca foram tocados antes, e temos certeza de que o nosso desejo é este. Creiam no poder da palavra e
sejam envolvidos na Luz, na Paz, no Amor”.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 33

Títulos dos capítulos:

VOLUME I – A certeza do caminho a percorrer; Não há deserdados; Que a mão do homem se detenha;
Quando os astros se alinharem; É preciso urgente alerta de todos; Na hora da vida este a hora da morte; Se
todos se voltassem para um só ponto; Abra a porta da expiação; Quando as forças se encontram; É preciso
deixar que vivam os outros; Quer alcançar as estrelas; Entrando em silêncio interior; As faculdades foram
adormecidas; O homem aprenderá pelo seu próprio esforço; A morte dos sentimentos negativos; Encarar as
aparências enganosas; O homem é uno com sua essência?; Transforme o meio, é mais sensato; Círculo da
harmonia e da paz!; É preciso acordar e sentir!; A força da fé; Precaução e obediência; Agora é a hora do
amanhã; A natureza dá o exemplo; Unamo-nos para a grande vitória; Pela interiorização dos sentimentos; É
feliz quem distribui felicidade; Dar uma direção exata ao homem; Passando a limpo sua vida; Há uma longa
caminhada; Todo médium tem de viver em grupo; É preciso acordar para a vida do espírito; Por que não
cada qual em seu lugar?; Amor: sentimento-alicerce da humanidade; Faça seu irmão aprender a amar; O
objetivo do espírito; Nas estrelas está seu destino; Iluminação interior; É preciso estar de olhos abertos;Está
na hora do crescente; O tempo se escoa; Faça a aliança da fraternidade; Última estância de uma evolução;
E o homem se erguerá; Bendito aquele que deseja com o coração; O adiantamento espiritual está dentro e
não fora; É preciso ter coração-alma-razão; Os atalhos são muitos; Acorde enquanto é tempo; A amplitude
dos sentimentos; As duas faces de um acontecimento; Se todos afinarem seus instrumentos; O espírito
quer liberdade e evolução; Façamos nossa parte; Contágio espiritual; A foram básica para a evolução;
Aprumem-se na escalada de sua realidade; Quando esta harmonia se faz sentir; A concentração
espontânea; É pela mocidade que tudo caminha; Dar orientação e direção ao seu coração; Cosmo – fonte
de toda a energia; O achado de um coração; Seu motivo de ascensão; A energia atômica; As experiências
genéticas; Estado de graça; De onde veio, para onde vai; O ressurgimento do próprio homem; Que seja
agora o despertar!; O amor é a fala universal dos sentimentos; É preciso escolher e caminhar; O estar
consigo mesmo; Os momentos do homem estão incertos; A glória do homem está nele mesmo; O homem
está fadado á evolução; E o homem renascerá das próprias cinzas; A vida á um desejo de fé; Ajude seu
irmão em sua busca; É preciso erguer o pensamento; Cada um em seu mundo; Que cada um procure o
equilíbrio; No conhecimento exato do seu caminhar; Semeou ventos, colheu tempestades; Estar sempre
onde há necessidade de estar; A natureza é a mãe acolhedora da humanidade; Um grande centro de força
e poder; É hora de trabalho intenso; É preciso unirem-se pais e filhos; Levantem-se para andar; ...E o
homem se fez humano; Para alcance de seu definitivo lugar; Tempos de intemperança e descrença do
homem; Estarão cumprindo seu caminho?; Nos astros está o domínio dos homens; Surgirá o homem do
futuro; O grande selecionador de sentimentos; O que for do mundo aqui ficará; É preciso raciocinar mais
com o coração; O homem não poderá ficar de joelhos; Não deixem suplantar o mal.

VOLUME II – De que valeria falar de estrelas?; Supervisionar o seu proceder; Quem poderá mudar o rumo
de uma salvação?; Se você è parte de um todo...; É hora de refletir, de meditar, de escolher; Direção certa
do caminho escolhido; Sublimes deveres do espírito; A grande oportunidade se aproxima; Amar o próprio
amor; Volta ao seu estado primitivo; Encontrar uma saída!; E você sabe perdoar?; Apenas ouvir a voz
interior; Antenas vivas; Pobre é aquele que não conhece; A mãe é o depositário do espírito; Assim como
vieram, assim voltarão; O todo é um e o um é o todo; A saída é uma só, as entradas são várias; Homens
trôpegos pelo mundo estéril!; Astros e homens caminham juntos; O homem é produto daquilo que faz;
Procure a vida!; A perseverança do caminhante; Nada é em separado; Correntes magnéticas; A fonte de
fora e a de dentro; A força das mãos; Todos pertencem ao mesmo foco; Sentinela maior do ser constituído;
O poder da prece; O brilho do farol!; Hábito da interiorização; A posse; Quando se reparte, aumenta; O
momento é este; Amor – sublime aliado; O sofrimento maior; A intensidade da fé; O coração de quem serve;
Conhecimento da verdade; Na magia dos achados e perdidos; Todos clamam a Deus; Cabedal maior;
Saber dar com o coração; O homem é dono do seu destino; Será perdoado quem perdoar; O bem e o mal;
Na procura do seu caminho; É dever do homem estar alerta!; O plano Terra terá também coração?; O
homem tem tudo e não terá nada; A finalidade é cumprida; Na hora precisa, o momento exato; è tão
sublime encontrar!; Sentinela máxima do seu viver; O homem é um estranho na própria vida; Alerta, oh!
homem; Se todos ouvissem o seu coração; O momento é também de ação; Um pouco de atenção do
homem; A luz da aurora é para todos!; É preciso amar e saber por que se ama; Sendo ciência é também
amor; Vida é amor distribuído; Pontos básicos de uma sociedade; Coração – fonte de afeto e amparo; O
mal está entre os homens; ...Quando se é humilde na súplica; A sociedade moderna perdeu sua direção;
Perguntas sem respostas; Na reconstrução deste cenário; Você é responsável por sua fonte; Se o homem
se aliasse à Natureza; Caráter espiritual; Como se poderá estar em silêncio?; Por que o homem tem que
sofrer?; A estrela brilha; Que é viver o presente?; Os sedentos são muitos; O homem estará glorioso?; O
homem adquire os seus próprios hábitos; Atenção plena a seu momento de vida.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 34

VOLUME III – Grandes alicerces; Controle das atitudes; Crescimento do espírito; O corpo dos sentimentos;
Conceitos de conduta; Fantasias; É preciso a mente limpa; Influências espirituais; Harmonia corpo –
espírito; Celeiro maior; Canal de comunicação; Muitas saídas; Nada fica impune; O cultivo dos sentimentos;
Cuidados espirituais; Sem sair do lugar; Do átomo ao infinito; Lugares do encarnado; A evolução da
matéria; Lei do perdão; Hábitos – sua direção; Caridade e ser caridoso; O viver é servir; Caminho feito;
Alcance de um objetivo; Lembrança para o futuro; Sabedoria; Trabalho a dois; Liberdade encarnacional;
Ouça sua voz interior!; Elo de ligação; O homem do amanhã; Brada por socorro; O homem emite ondas; O
amor é vida; É preciso saber receber; Harmonia – estado permanente; O fluxo e o refluxo; Tudo conforme a
ação; Condutor mágico Ame e será amado; É preciso observar!; Sensores apurados; Aparições; Seu motivo
principal; Estar desperto; O sentido da expiação; Acerte seu passo; É preciso fazer a luz; Você conhece seu
próximo; A transformação do homem; Interpretar sentimentos; Sob o domínio dos sentimentos; Cuidado
com sua mente; Manifestações físicas; Tempos chegados; Para que haja perfeita sintonia; Escolherá
sempre sua senda; Fontes de força; A caridade dos sentimentos; Provas e expiações – reflexo de vida;
Passos incertos; Manifestações; Resistência; Equivalência; Quando surgir a estrela; A esperança é amiga
do homem; Mãos limpas; Antes que a estrela se apague; Circunstâncias; Transformação do planeta Terra;
Vida – renovação constante; Ouvir o clarim da alvorada; Dar sempre o melhor; É hora do despertar; Alma –
coração do encarnado; Você é uma parte do todo.

9.4 OBRAS DE NORBERTO PEIXOTO ATRIBUÍDAS A RAMATÍS

9.4.1 SAMADHI

Ramatís traz, nesta obra, um novo espectro de conhecimentos para


ampliar nossa penetração no infinito universo dos fenômenos "ocultos".

Na tônica universalista que o caracteriza, Ramatís empenha-se agora


em elucidar realidades pouco compreendidas que se conhecem como
orixás, sete linhas vibratórias, oferendas, magia na natureza, elementais,
agentes mágicos, e outros.

Situa essas realidades no contexto iniciático, correlacionando-as com a


regência vibratória dos astros e os Grandes Princípios Cósmicos que
representam. Umbanda e Apometria são analisadas com a peculiar
objetividade e profundeza do pensamento desse antigo mestre atlante.

Lembrando que "a maior parte dos grandes progressos tecnológicos e


científicos verificados na História ocorreu por influência de culturas
extraterrestres", aponta a intervenção genética dessas culturas na
formação de raças terrestres; e analisa os processos de clonagem
humana.

Uma preciosa contribuição para umbandistas e espiritualistas estudiosos é a participação da entidade


extraterrestre que adota a personalidade de Vovó Maria Conga. Com a mesma limpidez de estilo de
Ramatís, ela esclarece algumas das mais controvertidas facetas desse culto de raízes milenares - a
Umbanda. Esta obra é parte do grande livro esquecido da Sabedoria Cósmica, que a humanidade começa a
redescobrir para compor o Conhecimento Integral da Nova Era.

Títulos dos capítulos: Resposta a um ateu; Experimentação na matéria densa; Vida e clonagem; Criação e
cosmogênese; Consciência cósmica; Plano divino de evolução; Fé científica; Congraçamento mediúnico;
Umbanda e Apometria; Magia Aumbandhã; Oferendas e magismo da natureza; Orixás, corpos e chacras;
Regência vibracional dos astros; Irmãos de fé; Sobre mediunidade de cura; Sete vibrações e manifestações
mediúnicas; Breve elucidário umbandista (pelo espírito Vovó Maria Conga); Vivência crística e
universalidade; Aversão a outros credos, religiões e raças.

9.4.2 EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL

Periodicamente, a humanidade deste planeta azul recebe, de seus Altos Dirigentes, novos e mais
avançados recursos didáticos para promover o adiantamento consciencial dos matriculados nesta escola de
almas. A obra "Evolução no Planeta Azul" trata de dois desses avançados recursos: Umbanda e Apometria.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 35

Ramatís, o conhecido Mestre de Sabedoria, mostra a interação que se


processa nos planos invisíveis, enlaçando ambas no atendimento
espiritual à humanidade.

A Umbanda, já apontada por ele como a futura grande religião de


massas do Terceiro Milênio, é estudada em seus aspectos menos
superficiais, desvendando o significado esotérico, que se insere na
milenar Sabedoria Oculta, de seu conteúdo e suas práticas.

Vovó Maria Conga, sábia entidade extraterrestre que assim se


apresenta na Umbanda, responde junto com Ramatís a questões sobre
os temas mais controvertidos do universo umbandista, de forma clara e
didática.

Iniciantes e estudiosos irão enriquecer sua compreensão sobre


inúmeras facetas mal compreendidas desse culto que retoma as bases
da Sabedoria Sagrada mais antiga da humanidade.

A Apometria, técnica ancestral de larga disseminação na atualidade, é analisada de forma fascinante,


enfocando sob ângulos inéditos a sua técnica, com estudo de casos de variados transtornos anímicos e
obsessivos, relatando a atuação complexa das falanges invisíveis que dão cobertura aos trabalhos
apométricos, junto às organizações trevosas do Astral Inferior.

Desvendando novos horizontes para a humanidade do Planeta Azul, esses caminhos da Nova Era se
oferecem nesta obra com profundidade, mas transparentes e acessíveis a qualquer leitor, pela peculiar
objetividade com que Ramatís já cativou milhares de aprendizes da Sabedoria.

Títulos dos capítulos:

APOMETRIA: “NOVOS” CONHECIMENTOS: Consciência holística; Unidade cósmica; Técnica apométrica;


Fenômenos nos grupos de Apometria; Aparelhos parasitas e magia negra; MIRONGA DE PRETA(O)
VELHA(O): Caridade socorrista; Umbanda à luz do Cosmo; Magia das ervas e plantas astrais; Orixás –
vibrações cósmicas; Mecânica de incorporação; Agentes mágicos (exus) e seus arcanos; BREVIÁRIO:
Mediunismo nos grupos de Umbanda e Apometria; MEDIUNISMO NOS GRUPOS DE UMBANDA E
APOMETRIA NA CASA DO JARDIM: Histórico e objetivos do grupo; Relatos de casos.

9.4.3 CHAMA CRÍSTICA

Ramatís é porta-voz dos conhecimentos milenares da chamada


Sabedoria Secreta, que os Dirigentes Planetários desejam devolver
gradualmente à consciência da humanidade, num grande projeto que
envolve todas as correntes espiritualistas.

Em “Chama Crística”, ele estabelece a conexão dessa Sabedoria Oculta


com suas fontes originais: a Lei Maior Divina – Aumbandhã ou
Conhecimento Integral - trazida de outros mundos siderais, e presente
no planeta desde as mais antigas raças. Revela particularidades desses
exilados de outras constelações e sua trajetória no planeta, após a
chegada na Atlântida.

Para tanto, revive sua condição de antigo Mestre Atlante, mostrando as


técnicas sutis com que essa Magia Divina dos Templos da Luz continua
a operar no Plano Astral, no resgate dos sofredores e líderes das trevas.
Dos arcanos dessa Ciência Secreta, nos transmite noções de Física
Cósmica, chacras siderais e buracos negros, campos dimensionais e
eixo planetário.

Detalha a magia do magnetismo curador, dos enxertos ectoplásmicos, da fitoterapia astral, dos Quatro
Elementos, e da antiga medicina Ayurvédica da Índia.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 36

Entre múltiplos ensinamentos e revelações, ele sublinha o Universalismo, base da nova consciência
planetária: “A espiritualidade é universalista, crística, não existindo do lado de cá sectarismos, seitas ou
religiões, dogmas ou ritualismos exclusivistas”. Esta nova obra de Ramatís inicia uma nova espiral de
revelações para a Era de Aquário.

Títulos dos capítulos:

Consciência em expansão; Sentimento e influenciação; Repercussão vibratória; Aptidão psíquica imanente;


Princípio espiritual; Educandário da Alma; Impermanência do Ser; Instrumentos da fé; Divina Chama da
Verdade; Sete inverdades dogmáticas; Lei das correspondências vibracionais; Física cósmica universal;
Magia do magnetismo curador; Fitoterapia astral, cura milenar; Quatro elementos e mediunidade; Eu
crístico; Eixo planetário e campos dimensionais; Espiritualidade universalista; Posfácio de Ramatís;
Unidade.

9.4.4 JARDIM DOS ORIXÁS

Os instrumentos utilizados pelos magos negros das Sombras para


buscar o domínio das mentes encarnadas são variados e comp lexos.

Nesta obra, Ramatís prossegue na tarefa de transcender as fronteiras do


já-sabido para iluminar ângulos menos compreendidos do cenário oculto
do planeta, esclarecendo com peculiar objetividade alguns desses
processos indesejáveis. A manipulação dos Artificiais e o seqüestro de
corpos etéricos, a utilização do ectoplasma dos "vivos" e a manutenção
dos "centros de vampirização energética", dissimulados nos redutos de
prazer astralinos, a hipnose coletiva quotidiana das multidões imantadas
às regiões umbralinas durante o sono, são desvendados com clareza.

Vários recursos utilizados pela Umbanda e pela Apometria na libertação


e na cura são analisados aqui em profundidade. As experiências
extracorpóreas, os desdobramentos grupais, a experiência mística, as
capacidades psíquicas, entre outros.

A atuação das falanges de Umbanda e a sua estrutura mágica são ilustradas pelo trabalho de entidades
que incursionam com o médium no Invisível. Ramatís não deixa dúvidas quanto à natureza real dos
veículos do homem, e a verdadeira dimensão em que a Apometria atua sobre eles, restabelecendo as
verdades simples da Sabedoria Milenar, ensinada desde o alvorecer da raça humana pelos Instrutores
Planetários.

Títulos dos capítulos:

INSTRUMENTOS DE MAGIA: Historia de Tertuliano; Os artificiais, condensadores energéticos na magia


negra; Estímulos magnéticos transcranianos no atendimento apométrico; Pagamento pelo benefício dos
Espíritos e o fracasso dos médiuns; Relato de caso I; A EXPANSÃO DAS CAPACIDADES PSÍQUICAS E
AS EXPERIÊNCIAS EXTRACORPÓREAS: Aspectos psíquicos da experiência mística; Sexo na exploração
do plano extrafísico; Correntes astrais coletivas de pensamentos parasitas; Desdobramentos grupais na
apometria; Assédios psíquicos entre encarnados fora do corpo físico; Relato de caso 2; DEMAIS RELATOS
DE CASOS: Relatos de casos 3, 4 e 5; Anexo - A sabedoria milenar dos corpos espirituais

9.4.5 A MISSÃO DA UMBANDA

Embora surgida no Brasil em 1908, com a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas pelo médium
Zélio de Moraes, a umbanda é “mais antiga nos planos rarefeitos que o próprio planeta Terra”. Para
desvelar sua essência e seus verdadeiros fundamentos, Ramatís retorna à literatura espiritualista e delimita
o perfil doutrinário e ritualista desta religião eminentemente brasileira fundamentada no Evangelho do
Cristo, que em nada se parece com as práticas mágicas populares e os cultos de origem africana.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 37

O que são verdadeiramente os orixás e exus, o que representam os


assentamentos vibratórios, o surgimento da tela etérica e sua relação
com o mediunismo, as correspondências vibratórias entre os planos do
Universo, os corpos sutis, os chacras e os orixás; as escolas orientais e
a gênese desta religião de raízes cósmicas, os sincretismos e as
influências indígena, negra e branca, são elucidados com a objetividade
que lhe é peculiar.

E mais: a realidade oculta atrás dos sacrifícios de animais, prática que


nada tem a ver com a ritualística da verdadeira umbanda, assim como
os populares “despachos” nas esquinas urbanas, são definitivamente
esclarecidos. Esta obra é, portanto, um relevante marco na trajetória do
movimento umbandista, e sem dúvida uma importante referência para
todos os umbandistas sérios e espiritualistas estudiosos.

Títulos dos capítulos: Nascimento da Umbanda e centenário do


advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Projeto Divina Luz na
Terra. Parte 1: Formação da consciência umbandista e práticas
mágicas populares. 1. Umbanda e influências religiosas indígenas, negras e brancas. 2. A dualidade do
sincretismo na crendice popular: orixás santificados, exus demonizados. 3. Despachos e “iniciações” com
sacrifícios nos ritos, e cultos sincréticos distorcidos. 4. Preconceitos racistas contra os espíritos. 5. Magia e
dialética científica. Parte 2: Uma perspectiva esotérica da Umbanda. 1. Origem cósmica e universal da
Umbanda. 2. Mediunismo e surgimento da tela búdica. 3. Escolas filosóficas orientais e gênese umbandista.
4. Correspondências vibracionais das sete dimensões do Universo com os raios cósmicos ou orixás, os
corpos sutis e os chacras. Parte 3: Psicologia de preto velho. 1. Breve história de Vovó Benta. 2. Era “gira
de preto velho” no terreiro. 3. O milagre da mediunidade. 4. Por que isso foi acontecer justamente comigo?
5. A voz do silêncio. 6. Discriminação. 7. A bênção de Pai Benedito. 8. A lição de Pai Tomé. 9. A bengala de
Pai Antônio. Parte 4: Refletindo sobre a Umbanda.

9.4.6 VOZES DE ARUANDA

De Aruanda – estância do Astral Superior de onde se focalizam os


elevados mentores do movimento umbandista no planeta – Ramatís e
Babajiananda, dois mestres orientais de milenar afinidade, trazem novo
aprofundamento à temática Umbanda e Apometria, iniciada com as
obras Evolução no Planeta Azul e Jardim dos O rixás.

Babajiananda relata as vivências com seu guru ancestral, que o mundo


conhece como um dos mais sublimes iniciados do planeta. Esclarece a
natureza e a diferença das iniciações da Grande Fraternidade Branca e
aquelas dos médiuns da Umbanda – assunto tão pouco conhecido como
freqüentemente distorcido.

Temas de crucial interesse, não só para umbandistas e apômetras como


para todos os estudiosos da espiritualidade, são dissecados com a
peculiar objetividade de Ramatís. A vida mental, formas de pensamento,
a força mental e magnética, mecanismos da magia, magnetização de
objetos, rituais, mecanismos de atendimento à distância, entre outros.

Com seu característico empenho em desvendar novos territórios além do já sabido, aprofunda
conhecimentos sobre o eu superior e inferior e os veículos do homem, desfaz equívocos sobre a dinâmica
dos trabalhos apométricos, particulariza a natureza, contextura e atuação dos sete corpos, e define
realidades concernentes aos espíritos da natureza e sua participação nas lides apométricas e umbandistas.
Os estudos de caso incluídos na obra são fascinante roteiro de estudo prático dos fenômenos e patologias
peculiares ao universo da Apometria.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 38

Títulos dos capítulos: O que é Aruanda; Liberdade com responsabilidade.Parte 1: 1. A grande iniciação
(pelo espírito Babajiananda). 2. O mentalismo e a mediunidade. 3. Relato de caso I. 4. Pontos de fixação
mental na Umbanda. 5. Atos ritualísticos na dinâmica apométrica. 6. Relato de caso 2. 7. Relato de caso 3.
Parte 2: 1. Viciação mental-emocional. 2. Relato de caso 4. 3. Relato de caso 5. 4. Complexos psíquicos e
as imagens mentais. 5. Relato de caso 6. 6. Percepções supraconscientes. 7. Os espíritos da natureza. 8.
Microprocessadores astral-magnéticos. Parte 3: 1. Relato de caso 7. 2. Relato de caso 8. 3. Relato de caso
9. Anexo 1: A voz de Haiawata – A luz e a sombra de Peixes. Anexo 2: A voz de Haiawata –
Personalidades.

9.4.7 UMBANDA PÉ NO CHÃO

Impressiona a quantidade de leitores sedentos de esclarecimentos


sobre a umbanda cresce a cada dia, sejam eles freqüentadores de
centros espíritas kardecistas, de casas universalistas, ou mesmo dos
terreiros. Isso ocorre porque a Umbanda se caracteriza como um
movimento caritativo de inclusão espiritual que dissemina as verdades
universais com base no Evangelho de Jesus, sem se importar com a
raça, o status social ou a crença dos que a procuram em busca da
caridade e do consolo para seus males. Portanto, esclarecer,
desmistificar conceitos infundados, e fortalecer sua verdadeira
identidade, livre de preconceitos religiosos alimentados por uma
absurda desinformação, é tarefa emergencial providenciada pelo Alto.

Umbanda Pé no Chão esclarece de forma muito objetiva assuntos


relacionados com os Orixás (energias cósmicas, e não espíritos que
incorporam) e sua influência no psiquismo humano, os exus (elemento
deslocador de fluido cósmico entre os planos, e não entidade de
“chifres”) e sua atuação como agentes de reajustamentos cármicos,
as formas de apresentação dos espíritos, a finalidade dos amacis e

das ervas, os florais e suas afinidades com os orixás, a magia como movimentação de energia voltada
para a caridade, além de preciosos detalhes sobre o desenvolvimento mediúnico, as diferenças
ritualísticas nos terreiros, a importância dos condensadores energéticos, e uma abordagem inédita da
presença da vibração dos orixás nas passagens do Evangelho de Jesus. Sem sombra de dúvidas, este
guia de estudos contribuirá positivamente para que a umbanda seja melhor compreend ida e praticada.

9.4.8 DIÁRIO MEDIÚNICO

É considerável a quantidade de pessoas que chegam aflitas aos


centros de umbanda, em busca de cura e alento para suas dores
físicas e psíquicas, onde são acolhidas amorosamente por entidades
benfeitoras que respeitam profundamente as diferenças de crenças e
cultos. Essa índole universalista, que não discrimina ninguém, ao
contrário, pratica a caridade sem olhar “pra quem”, conduz os
cidadãos a uma convivência mais fraterna e benevolente.

O que acontece no “lado de lá”, após os atendimentos? Diário


Mediúnico, segundo volume da trilogia Um Guia de Estudos da
Umbanda, traz importantes elucidações sobre o dia a dia dos
trabalhos de um grupo mediúnico umbandista, apresentando um
paralelo entre os acontecimentos nos dois planos de vida.

Com a mesma linguagem simples e objetiva de Umbanda Pé no


Chão, este novo livro analisa os traumas psíquicos causados pelos
abusos espirituais, os processos sutis de obsessão aos médiuns e
de assédio às casas espíritas, as iniciações e os elementos
utilizados nos trabalhos, exaltando os verdadeiros fundamentos
umbandistas alicerçados no respeito à vida animal.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 39

Diário Mediúnico aprofunda também questões relacionadas com os métodos de socorro nos desligamentos
de recém-desencarnados, sob a égide dos orixás, e explica como se dá a recepção no “lado de lá”. E mais:
aborda com ineditismo a psicografia na umbanda. Entre preceitos de magias, consagrações, benzeduras e
patuás, riscando pontos e confortando pacientes entristecidos pela dura existência, os guias de umbanda
vão trabalhando com humildade e afinco. Estas e outras histórias são relatadas aqui amorosamente, pela
inspiração de Ramatís e de outros amigos da seara umbandista, para esclarecimento e aprendizado do
leitor.

9.4.9 MEDIUNIDADE E SACERDÓCIO

Este livro aborda relevantes questões sobre o mediunismo na seara


umbandista, a exemplo dos aspectos relacionados com os sutis
processos psíquicos de fascinação de que os médiuns são alvo, bem
como os esquemas de assédio direcionados para o agrupamento terreno
pelas altas inteligências das Sombras, temas que servem de pano de
fundo para a descrição das incursões de socorro no Umbral inferior, aqui
descritas de forma simples e objetiva como nos volumes anteriores. As
características dos guias espirituais que laboram do lado de lá, dando
cobertura aos trabalhos mediúnicos, são narradas com instigantes
detalhes - a proteção dos exus-guardiões, o uso da sonoridade como
elemento de aglutinação de energias, o agrupamento do Oriente e sua
movimentação no plano mental - , explicando com clareza a
“especialidade” ou esfera de ação de cada falange.

O esclarecimento de que orixá não é uma entidade extracorpórea, mas


sim uma essência primordial, energética e vibratória que influencia no
modo de ser e no destino de cada espírito, seja ele encarnado ou
desencarnado, elucida a formação de nossa genética espiritual cármica e

exalta a importância do entendimento da mediunidade na umbanda, como sagrado sacerdócio.

Por fim, Mediunidade e Sacerdócio apresenta um trabalho de pesquisa na área de Antropologia da Religião,
conduzindo o leitor a refletir sobre os motivos pelos quais a Umbanda, uma religião mediúnica tipicamente
brasileira, de inclusão espiritual, voltada para a prática de caridade, estaria perdendo espaço no imaginário
popular para os evangélicos neopentecostais, conforme apontam os últimos censos.

9.5 OBRA DE JAN VAL ELLAM ATRIBUÍDA A RAMATÍS

9.5.1 MUITO ALÉM DO HORIZONTE

Esta obra apresenta os pontos de ligação entre os espíritos de Allan


Kardec, Ramatís e J.W. Rochester, a partir do relato de algumas de
suas encarnações e tarefas realizadas na Terra e em ambientes
espirituais. Por volta de 300 a.C. até os dias atuais, essas três
personalidades estão envolvidas com alguns dos trabalhos mais
representativos do Plano Maior para a espiritualização do nosso
planeta.

Revendo a história dos últimos 2500 anos, Jan Val Ellam, assistido por
mentores espirituais e cósmicos, aponta as estratégias traçadas pelo
Mais Alto, os respectivos acertos e equívocos inerentes à natureza
humana, ressaltando o empenho e os esforços pessoais dos
personagens citados. Sob nova ótica de abordagem, é apresentado o
pano de fundo da Codificação, a escolha do espírito de Allan Kardec
para edifica-lo no mundo terreno e revelações quanto à equipe do
Espírito da Verdade.

O livro traz também outros painéis, ainda desconhecidos para a humanidade, quanto ao processo em curso
no Programa da Revelações Progressivas, elaborado pela Espiritualidade conforme promessas do Cristo.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 40

Título dos capítulos: Reencontro; O sonho de Alexandria; Projetos Espirituais; Fim do sonho romano;
Fantasmas do passado; Antes da Codificação; Plano da Espiritualidade Maior; O Imponderável e seus
caminhos; Alternativas do livre arbítrio; Cento e quarenta anos decisivos; Oriente e Ocidente; Onde as
religiões falham; Onde os homens falham; Diversos caminhos; Os avatares; O fator Rochester; O sonho de
Ramatís; As possibilidades humanas; A revelação espiritual; A revelação cósmica; Além do horizonte
terrestre.

9.6 RESENHA
9.6.1 RAMATÍS UMA PROPOSTA DE LUZ

O amplo espectro de ensinamentos iniciáticos transpostos nas obras de


Ramatís inclui textos sem paralelo, pelo ineditismo e profundidade, na
literatura espiritualista do ocidente. Ramatís ditou a vários médiuns,
dentre os quais se destaca Hercílio Maes, um conjunto de obras que
conquistaram, em meio século, um universo de leitores.

Numa linguagem clara, objetiva, acessível, traz profundas e inovadoras


informações que compõem um verdadeiro curso de Sabedoria Oculta
compatível com a mentalidade ocidental.

A par de conhecimentos sobre a constituição interna do homem, a sua


fisiologia oculta, a origem e causa das doenças, as sutilezas das
manifestações psíquicas, o mediunismo, Ramatís desvendou novos e
fascinantes horizontes do Conhecimento. Foi a primeira voz a alertar
para o fenômeno da Transição Planetária e a descrevê-lo, em
"Mensagens do Astral".

Enfrentando o ceticismo, ofereceu-nos um modelo de civilização, em "A Vida no Planeta Marte e os Discos
Voadores". Trouxe a mais detalhada e tocante descrição da vida do Mestre Jesus jamais escrita, em "O
Sublime Peregrino", fruto de sua experiência pessoal. Desvendou em detalhes inéditos o Astral Inferior e
Superior, em "A Vida além da Sepultura" e "A Sobrevivência do Espírito". E, numa obra única na literatura
espiritualista do Ocidente, lançou uma luz definitiva num tema controverso, em "Magia de Redenção".

Este livro é uma coletânea de trechos seletos das obras mais características de Ramatís, que dá ao leitor
uma dimensão real do seu pensamento universalista e uma visão sintética de seus principais ensinamentos.

Títulos dos capítulos: A vida no Planeta Marte e os discos voadores:capítulo 4 – Família; Mensagens do
Astral: capítulo 14 – A verticalização do eixo da Terra; A vida além da sepultura: capítulo 9 –
Considerações sobre a desencarnação; A sobrevivência do espírito: capítulo 3 – Noções sobre o perispírito
e suas delicadas funções; Fisiologia da alma: capítulo 20 – Considerações sobre a origem do câncer;
Mediunismo: capítulo 8 – As dificuldades nas comunicações mediúnicas com o Alto; Mediunidade de Cura:
capítulo 6 – Os passes mediúnicos e o receituário da água fluidificada; O Sublime Peregrino: capítulo 5 –
Jesus de Nazaré e o Cristo Planetário; Elucidações do Além: capítulo 19 – O duplo etérico e suas funções;
Semeando e colhendo: capítulo 16 – Anjos rebeldes; A missão do Espiritismo: capítulo 1 – A missão do
Espiritismo; Magia de Redenção: capítulo 10 – O mau-olhado; A vida humana e o espírito imortal:capítulo 5
– Problemas do trabalho; O Evangelho à luz do Cosmo: capítulo 3 – O Evangelho e a Lei do Cosmo; Sob a
luz do Espiritismo: capítulo 7 – A mente.

Fontes bibliográficas:

1. MAES, Hercílio. A vida no planeta Marte e os discos voadores– Obra mediúnica ditada pelo espírito

Ramatís. 10. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1991.

2. MAES, Hercílio. A missão do Espiritismo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5. ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1988.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


1. Ramatís e sua obra 41

3. MAES, Hercílio. Mensagens do Astral – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 1. ed. São Paulo:
Divino Mestre, 1956.

4. FUZEIRA, José. A luz e a dor salvarão o mundo.1. ed. Rio de Janeiro: Ouvidor, 1956.

5. THOMAZ, Martha Gallego. O Instituto de Confraternização Universal e as Fraternidades do


Espaço. 1 ed. São Paulo: FEESP, 1994.

6. OS MESTRES DO ESPÍRITO – Planeta Especial. 1. ed. São Paulo: Editora Três, s.d. Edição especial.

7. ARMOND, Edgard. Vivência do Espiritismo religioso 2. ed. São Paulo: SP. Aliança, 1989.

8. RAMATÍS, O MESTRE DA LUZ UNIVERSAL. Mestres Ascensionados.Revista Sexto Sentido, São


Paulo: Mythos, n. 23, 2007, p.14-19. Edição especial.

9. Fraternidade Espírita Ramatís – Disponível em < http://www.ramatis.org.br >. Acesso em abril de 2005.

10. Editora do Conhecimento – Disponível em < http://www.edconhecimento.com.br/ramatis.asp >. Acesso


em abril de 2005.

11. Sociedade Espírita Ramatís – Disponível em < http://www.ramatisrio.com.br >. Acesso em abril de 2005.

12. Grupo de Estudos Ramatís, Rio de Janeiro – GER Rio – Disponível em


< http://geocities.com/area51/zone/2407 > Acesso em abril de 2005.

Introdução ao estudo das obras de Ramatís


2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 2

A existência de Deus é, portanto, uma necessidade lógica, dado que as estruturas estáveis, perfeitas e
complexas, presentes no Universo, obedecendo a leis sensatas, lógicas e sábias, não podem ser
explicadas como fruto do acaso ou de um acidente imprevisível que pudesse produzir fenômenos e fatos
inteligentes, como a Vida no Cosmo, demonstrando um plano de inteligência incomum e superior ao mais
avançado índice de intelecto humano.

O homem sem presunção acadêmica, ao estudar as leis que regem a natureza, o destino do seu orbe e de
si mesmo, sente que Deus existe como causa das próprias leis atuantes, ainda, acima da capacidade e do
entendimento humano.

Apesar do homem não poder comprovar corretamente a realidade de Deus, ele pode
inferir quanto a Sua existência através das leis e dos fenômenos inteligentes da Natureza.

1.2 A IDÉIA DE DEUS

A idéia de Deus, como a certeza de sua existência, é inata no homem por que seu espírito é uma centelha
de luz divina despertando e se desenvolvendo incessante e conscientemente no seio do Espírito Eterno do
Criador:

GÊNESE O homem foi feito à imagem de Deus.

O reino de Deus está próprio no homem. O homem e Deus


JESUS
são um só.

SABEDORIA ORIENTAL Deus é o macrocosmo e o homem é o microcosmo; o que


(Hermes) está em cima está embaixo.

O homem em seus vários estágios evolutivos sempre buscou Deus:


.
Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 3

ALGUNS ESTÁGIOS EVOLUTIVOS DA IDÉIA DA DIVINDADE SUPREMA


(conforme o progresso, entendimento e cultura humana)

ENTIDADE
POVO / RELIGIÃO CARACTERÍSTICAS
SUPREMA

Silvícolas Tupã Deus do Raio e do Trovão

Atlantes / Egípcios / Astecas Sol Centro da Vida Divina do Criador

Hebreus Jeová Deus guerreiro e poderoso

Vive no Céu, distribui graças aos Seus


Católicos Deus
devotos e condena ao Inferno os pecadores

Suprema Inteligência do Universo / Causa


Espíritas Deus
Primária de todas as coisas

Deus não é apenas uma idéia ou fruto das necessidades psicológicas do homem; à medida que este mais
compreende a Vida, mais seu psiquismo se apercebe da Verdade Cósmica. A criatura tem uma visão de
Deus tanto mais fantasiosa ou mais próxima da realidade quanto maior for sua experiência, sabedoria,
sensibilidade e evolução, mas sem nunca atingir a solução que lhe ultrapassa a sua capacidade mental.

O progresso técnico e científico do mundo, ao contrário de causar prejuízos e enfraquecer a crença ou idéia
de Deus, substituíndo-a por uma realidade controlada pela própria ciência do mundo, ajuda o homem a
distinguir e a separar o real da fantasia improdutiva, em conseqüência do seu melhor ajuste a uma vivência
cada vez mais autêntica, com melhor percepção da realidade exata da Criação.

A Verdade definitiva e imutável é expressa pelas próprias leis e princípios


irrevogáveis do Cosmo ! “Buscai a Verdade e ela vos libertará !”

À medida que o homem se espiritualiza, pelo amadurecimento e amplitude de sua consciência, ele também
melhora a sua concepção sobre Deus e abrange maior área da manifestação Divina.
Não importam os diversos aspectos da imagem ou idéia de Deus elaborados pela humanidade ignorante da
Realidade Divina, quando os homens podem sentí-lo ou mesmo identificá-lo através das leis justas e sábias
que regem a Criação, pois que imanadas de um único Criador.

O terceiro milênio há de apresentar à humanidade terrena uma nova expressão da idéia de Deus esposada
até o presente, por cujo motivo, mesmo os mais avançados espiritualistas hão de sofrer o choque da
mudança para o sentido mais real, e no entanto, sumamente revolucionário perante toda a tradição
conhecida, obrigando a renovações mentais que trarão severo deslocamento psicológico e filosófico na
concepção de Deus.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
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O católico que só admite Deus como sendo um velhinho de barbas níveas, envolvido pelas nuvens
imaculadas do céu, sentirá seu coração sangrar, se tiver que substituí-lo pela idéia esotérica e sem forma
da Força, Luz, Amor e Sabedoria! A fase de transição para o terceiro milênio, conhecida por “fim de
tempos”, também é portadora de renovações mentais que obrigarão a severa deslocação psicológica e
filosófica na concepção de Deus.

3. CONHECIMENTO DA REALIDADE DE DEUS

A criatura humana jamais conseguirá definir ou identificar racionalmente a Realidade Absoluta do Criador,
embora ela seja também uma partícula divina, pois, tal como a parte não pode definir o Todo, o criado não
tem como definir o Criador.

Assim como um neurônio do cérebro humano não está em condições de avaliar o equipo “psicofísico” do
seu dono, a criatura, que é tão somente uma partícula microcósmica do Universo, também não está
capacitada para julgar e explicar o Cosmo em todos os seus aspectos. Caso o homem pudesse fazê-lo, ele
então seria outro Deus para ser descoberto, descrito e identificado, pois só outro Deus, além ou semelhante
ao que se pretende conhecer, é que poderia lograr tal intento.

Deus, fonte original e incriada da Vida, pré-existe antes de qualquer coisa ou ser; em conseqüência,
não pode o homem explicar o que já existe muito antes e independente de sua própria existência!

Deus é a própria Eternidade, e seria demasiada vaidade e estultícia o homem pretender conhecê-Lo em tão
curto lapso da vida humana. Deus é incessante e inesgotável alegria que mais interpenetra na intimidade
da criatura quanto mais o homem avança em sua realização cósmica. Deus é o Espírito-Uno que sustenta
cada forma e energia transcendental do Universo e existe no vazio do incriado, além de quaisquer
fenômenos concebidos pelas criaturas em realização do autoconhecimento.

Considerando-se Deus simbolizado por raios que


partem geometricamente de um ponto central e se
perdem no infinito, a consciência do homem pode ser
comparada à figura de uma esfera limitada sobre o
centro desses raios.

À medida que o homem, após situar-se no seio da


matéria, vai aumentando seu grau de
conscientização, realizando em si mesmo seu
desenvolvimento espiritual, vai ampliando, sua
compreensão de Deus na mesma medida da
amplitude da limitação humana. Embora essa
consciência se amplie e se desenvolva
incessantemente em todos os sentidos, ela jamais
alcançará os raios infinitos. Dessa forma, à medida
que o ser amplia essa consciência no contato
incessante e educativo com as formas dos mundos
planetários, ele também abrange maior porção divina
e mais se apercebe de Deus. É justamente esse
desejo incessante do homem de conhecer e
sintonizar-se com o Criador que o impele e o estimula

p ara sua mais breve elevação espiritual.

Considerando-se Deus, o Espírito Total Cósmico,


como “Chama” ou “Luz” infinita, acima e além do
tempo e do espaço, então os espíritos dos homens,
os filhos de Deus, podem ser comparados a
pequenas centelhas em anadas dessa eterna, infinita
e incognoscível Energia.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 5

No atual estágio de desenvolvimento espiritual do homem, de nada adiantaria o conhecimento da forma e


da essência do seu Criador, pois isso não provocaria de per si as modificações necessárias e louváveis em
sua vida, em direção à sua senda evolutiva, pela abdicação de interesses subalternos e pela dignificação da
experiência das relações humanas.

A criatura que ainda vibra num estágio espiritual primárionão se encontra preparada para entender a
natureza real de Deus e sua manifestação cósmica; para tanto, precisa emancipar-se do instinto primitivo
através do cultivo dos valores divinos adormecidos em seu próprio espírito.

O espírito humano precisa superar os resquícios da linguagem animal que lhe originou o organismo carnal e
adquirir o estado angélico, para se libertar definitivamente da matéria e realizar-se como ser espiritual
integral. Até que isso aconteça, deve procurar compreender os desígnios divinos através do respeito e do
amor a todas as criaturas. Não é apenas a luta para ser livre da matéria que fará o homem conhecer Deus,
mas é o binômio “sentir-saber” que realmente desvenda o panorama do infinito !

Liberdade sem sabedoria é poder ser direção.

O espírito realizado em Deus é aquele que já sobrepaira acima de todas as identificações com os sentidos e
permanece consciente, em incessante união com o Criador. Quando encarnado, vive ao mesmo tempo
consciente de sua realidade divina, e entende os motivos de sua própria existência e os objetivos de sua
eterna ventura, executando sua tarefa educativa no mundo, mas usufruindo sua jubilosa calma interior.

Em outras palavras, o espírito realizado é aquele que já dominou ou extinguiu em si “Maya”, a ilusão
cósmica dualista, citada pelos Vedas, ou seja, apercebeu-se daunidade divina do Cosmo, ao verificar que
ele não é autenticamente o próprio corpo, porém o seu corpo é tão somente a manifestação exterior, num
certo momento e num certo tempo, do Espírito Imortal !

A compreensão de Deus exige do homem:

UMA REALIZAÇÃO ATRAVÉS DA EXEMPLO

“COMUNHÃO COM DEUS“


estado de êxtase (samádhi)
INTERNA busca da sabedoria e do equilíbrio
atingido pelos iogues
psíquico (harmonia interior)

“AÇÃO POR DEUS“


prática da caridade
EXTERNA ação exterior de renúncia e serviço
pelos cristãos
fraterno a todos os seres na natureza

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 6

Jamais a criatura poderá equacionar o Universo e assimilar a natureza divina do Criador, confiando tão
somente nos seus sentidos, mesmo que amparado pela mais perfeita técnica instrumental do mundo
transitório e limitado da matéria. É mais fácil ao homem aperceber-se da Realidade Divina através da
intuição, cuja sensibilidade aumenta quanto mais ele aufere e ausculta o mundo espiritual, do que através
da inteligência, que, em realidade, é conseqüência da energia espiritual oculta que aciona a mente humana.

O homem poderia encontrar satisfatória solução da Realidade Divina através da própria Ciência,
transformada em filosofia transcendental, porém, com mais sucesso e precisão, se guiado nessa busca pelo
sentimento intuitivo, que é seu mais íntimo vínculo com a Mente Cósmica.

O destino glorioso do homem é a angelitude, e a luz que o guia queima no próprio combustível de sua
centelha interna. Em face da própria centelha divina existente no âmago do homem, à medida que este
amplia a compreensão mental também dinamiza o vínculo íntimo e intuitivo que liga a criatura ao Criador, a
saber: o seu sentimento religioso!

A incessante conscientização espiritual liberta-o das fórmulas, ritos, símbolos e dogmas interpostos pelas
religiões convencionais no seu contato íntimo com Deus, e que o isolam da pureza iniciática religiosa de
vibrar mais próximo da freqüência divina, pois, quanto maior for a amplitude de união eletiva entre os
homens, também mais lhes é favorecida a penetração de maior área de Deus e, conseqüentemente, maior
absorção de vibração divina.

Deus pode ser apercebido através das próprias leis imutáveis, sábias e criativas que agem
corretamente em todos os níveis de vida e nas mais longínquas latitudes cósmicas.

Através dessas leis e princípios, cuja finalidade é o equilíbrio e a ordem, e que visa sempre o
aperfeiçoamento da criatura, é que Deus opera sobre todos os seres e as coisas; são leis impecáveis,
sensatas e disciplinadas, que regem os fenômenos do mundo material e comprovam Sua presença oculta
no Universo!

É a Vontade que preside todos os fenômenos do Cosmo e comunica a todos o anelo de perfeição e
ascensão, pois o Universo é perfeito em sua criação infinita e eterna, porque perfeita é a Entidade Única
que o criou! Jamais essas leis causaram surpresas, equívocos ou alienação, cuja existência só pode ser
creditada à má interpretação ou ignorância humana. As próprias aberrações da Natureza, que poderiam
despertar a censura dos homens contra um Criador imperfeito, não passam deimportantes pesquisas e
ensaios na busca de maior perfeição.

Há perfeita ordem e coerência em todos os fenômenos ocorridos na Natureza física de nosso planeta, os
quais atestam o efeito inteligente, progressista e sensato, sob inflexível lógica que aperfeiçoa todas as
formas e seres. Tudo é harmonioso, sensato e coerente pois não há excentricidade ou qualquer aberração
injustificável. Basta a criatura sensível e sem premeditação perscrutar a intimidade dos acontecimentos
desagradáveis ou trágicos, considerados inúteis e onerosos, para descobrir, sob o véu do que é asqueroso
ou daninho, a mensagem de uma inteligência oculta que atua no mundo espiritual modelando na matéria as
futuras formas de estesia angélica.

Há sempre indícios benéficos no âmago das coisas e dos seres bons ou maus, belos ou feios, sadios ou
enfermos e que se pode evidenciar, aos poucos, à medida que se investiga e se conclui sobre os
fenômenos da própria vida.

As almas argutas podem perceber que essa ação oculta é mais sábia do que instintiva, é mais previsível do
que simples acaso, mais ação do que passividade, disciplinando os mínimos acontecimentos sucedidos no
Universo.

1.4 CRENÇA EM DEUS

Somente a crença em Deus não basta para a elevação do homem em Sua direção, mas sim o
desenvolvimento em si mesmo dos atributos divinos, ou seja, a ampliação da miniatura divina que todo ser
possui dentro de si próprio.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 7

Somente crer em Deus não é a vivência em Deus; não é propriamente achá-Lo !

A crença, de per si, não é uma auto-realização, não proporciona o autêntico encontro de Deus, mas apenas
uma simples projeção do próprio indivíduo no desconhecido. A simples crença traz em si uma recompensa
extramaterial, constituindo um verdadeiro mercado de redenção espiritual, onde os crentes investem na
expectativa dos dividendos da Divindade, pois têm na crença um motivo para viverem mais confiantes e
esperançosos, pretensamente garantindo a salvação, caso exista alguma coisa além e após a morte do
corpo físico.

As religiões organizadas ficam repletas de crentes que cultuam certos postulados afins a uma idéia
específica de Deus, condicionados a uma crença sistemática e padronizada, sem entretanto, modificarem o
seu “eu interior” e sem incorporarem os valores incomuns do “EU superior” divino, que é conquista
individual através do estudo, pela abnegação, serviço ao próximo e, sobretudo, ação independente de
qualquer interesse egoísta.

Pouco adianta o homem crer em Deus e não desenvolver em si mesmo os atributos divinos que possui
latentes no âmago do seu próprio espírito, pois somente a ativação em si mesmo dos princípios que
sintetizam o Amor, a Sabedoria e o Equilíbrio infinitos é que fará a criatura conseguir maior proximidade
com o Criador.

A crença puramente intelectual e especulativa torna-se atributo dispensável,


caso não modifique a maneira de agir e sentir do homem !

Embora o intelecto planeje através do poder mental, o centro psíquico que sublima e sensibiliza o ser é a
afetividade, que vitaliza o crescimento divino através do Amor! A crença em Deus é de pouca significação
no homem que não desenvolve em si próprio os valores críticos, mesmo que venha contribuindo
financeiramente com obras religiosas e caritativas, geralmente por medo de perder o Céu! Muitos são
aqueles que crêem veementemente em Deus, freqüentam instituições religiosas, mas vivem de maneira tão
censurável que desmentem frontalmente a posse dos atributos do mesmo Criador em que eles crêem
acreditar.

A descrença em Deus não é atestado de inteligência incomum, mas apenas fruto da excessiva escravidão
aos sentidos físicos do homem transitório, e conseqüência da ignorância humana de não saber que o
Criador permanece integrado na sua obra, podendo ser “sentido” pelas suas criaturas. Isso ocorre
quando o intelecto orgulhoso da personalidade humana transitória se sobrepõe à intuição do espírito
imortal, dinamizado pelo cientificismo querelante, sentindo-se humilhado em fazer concessões a uma
Realidade Divina, além de si mesmo.

O estágio nos mundos físicos tem somente a função restrita de despertar os valores psíquicos do cidadão
espiritual, mas impossível de lhe comunicar a Realidade Divina. O homem que ainda não se conhece a si
próprio, infeliz vítima dos vícios e das paixões da coação animal, jamais deve se orgulhar de negar Deus,
que criou o Universo.

A crença em Deus pode ser enfermiça e devastadora, quando contraria e desmente os próprios atributos da
Divindade, pelos crentes que ainda cultuam o ódio, a ignorância, a maldade e a injustiça, que são opostos
aos valores divinos do Amor, Sabedoria, Bondade e Justiça, ou seja, ainda cultuam as manifestações
normais da natureza inferior humana, em face de ignorarem a existência das leis divinas que regem o
Cosmo e que são emanadas do Ser Supremo.

O crente que age de modo censurável e repelente nega a sua assimilação a qualquer postulado religioso de
aspecto divino, e com isso demonstra o seu atraso espiritual. É necessário que o homem creia para se
renovar, para se higienizar espiritualmente, para se aperceber do divino e para atender ao impulso íntimo de
comunhão com Deus na busca de ascese angélica, mas é ignomínia toda crença que divide os homens, e
se transforma em atos censuráveis que desmentem frontalmente os valores autênticos da espiritualidade
ante o predomínio dos instintos inferiores da animalidade.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
2. Deus _______________________________ _________________________ ___________________ 8

Não se pode louvar qualquer crença em Deus que leve o


homem a se desgraçar em lutas antifraternas e religiosas.

A crença em Deus leva o indivíduo a demonstrar certa humildade, uma vez que confia em algo superior a si
próprio, ao admitir a existência de um Criador além de sua reconhecida incapacidade humana.

Essa humildade traduz um eficiente estado de apercebimento da própria vida superior, ou faculdade de
auscultação psíquica que favorece o fluxo de intuição e, enquanto manifestação transcendental, requer uma
certa eletividade do homem, uma espécie de encontro simpático no limiar de ambos os mundos espiritual e
material. Assim a crença em Deus, e a admissão da sobrevivência do espírito, já é uma comprovação de
uma sensibilidade mais incomum, embora possa ser rotulada de superstição, misticismo ou ingenuidade.

Por outro lado, todo aquele que tiver de provar, pela matemática e lógica do mundo, todo fenômeno ou
previsão do futuro, para só então crer em Deus, será lamentado pela infelicidade de nunca poder crer em
Deus, porque, além de não poder analisa-lo e descreve-lo, Ele é incomprovável!

A simples premissa de que para crer é preciso provar, torna o homem eternamente ateísta,
pois o maior e o mais importante fenômeno, que é Deus, nunca poderá ser “provado”!

1.5 PRESENÇA DE DEUS E EVOLUÇÃO

Há uma sabedoria muitíssimo além da capacidade e da ação humana, e da pretensa espontaneidade da


Natureza, que regula a procriação dos seres até um limite ou risco sensato, que permite a sadia e
inteligente continuidade da vida. A sabedoria e o poder de Deus são perceptíveis nos mais singelos
fenômenos da Natureza, nas incessantes mutações das coisas e dos seres orgânicos do mundo, antes da
mais sábia intervenção humana.

O psiquismo matriz da vida, de onde provém toda a substância do mundo, ampara a sobrevivência dos
insetos, répteis, aves, animais e dos próprios homens em incessante progresso. Todos os esquemas de
manifestação da vida, processada através das mais variadas formas físicas, compatíveis a cada tipo de
orbe pulsante no Universo, são fruto de um planejamento cuidadosamente antecipado.

Não é difícil ao homem verificar as inúmeras provas do seu progresso biológico de estados inferiores para
níveis superiores através dos milênios, num processo evolutivo e num sentido deliberadamente progressista
de harmonia e beleza, cuja constatação se verifica pelo exame e comparação de sua vida desde a idade
das cavernas até o conhecido estágio da atualidade.

O próprio homem, periodicamente e pessoalmente, intervém na Natureza corrigindo as coisas e melhorando


os seres do mundo físico, dirigindo o seu poder e aplicando a sua inteligência na fenomenologia da matéria,
mas sempre em obediência a uma Sabedoria Divina, que ativa as energias latentes que fluem pela
intimidade das formas, no milagre da incessante transformação.

Mesmo o modo intuitivo, característico das espécies inferiores, é conseqüência desse mesmo princípio
inteligente da Consciência Espiritual de Deus, que mobiliza os recursos adequados à sobrevivência e
subsistência a cada espécie, cujos corpos carnais transitórios de seus indivíduos são apenas vestimentas
passageiras, em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de servirem mais tarde a exigências
das mentes individualizadas. É uma fase de evolução em que esse psiquismo se ativa pelas experiências
vividas no orbe, mesmo as dramáticas ou trágicas.

Existe, portanto, um cuidado fundamental da Divindade em executar, pela vestimenta carnal mais instintiva,
a ação de um futuro psiquismo melhor elaborado. A constatação desse fenômeno, embora não induza a
qualquer conclusão cósmica definitiva acerca da comprovação direta da Divindade, oferece ao homem
arguto o ensejo de extrair ilações corretas e sensatas quanto à indiscutível verdade de uma Inteligência
Superior operando na intimidade de todos os fenômenos da natureza.

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Também ocorrem fenômenos na intimidade do corpo humano para comprovar a presença de uma
sabedoria oculta, inata ao próprio homem, que, embora atue de um modo instintivo, demonstra uma
faculdade deliberadamente inteligente.

O homem se revela um ser racional graças à sabedoria do seu psiquismo que lhe
opera na intimidade, sob a diretriz de uma potência oculta superior e poderosa !

A entidade humana, portanto, está submetida a uma série de leis, princípios e regras que lhe orientam,
instante a instante, o seu organismo, obedecendo, entretanto, a um esquema de alta precisão sob o
controle da Suprema Inteligência de Deus, através da interferência oculta da sabedoria do seu psiquismo,
no sentido de alongar a vivência do espírito do homem na matéria educativa.

A vida no campo denso da matéria é propositalmente eivada de experiências dificultosas, nas quais o
espírito do homem é ativado por energias que se atritam, requintam-se e se sublimam, para que ele supere
o instinto animal que o protege, mas também o escraviza à vibrações inferiores.

O homem luta sob o impulso energético das forças primárias da animalidade, sob a energia telúrica que
eclode da espécie animal instintiva e implacável, mas seu espírito deve se opor veementemente a essa
força bruta e alcançar os frutos definitivos dos princípios superiores. O corpo carnal é, portanto, o veículo
em que o espírito se engasta sob a disciplina das regras e das tendências da vida física, mas deve se opor
à vigorosa tirania do instinto animal, que o ajuda por um lado e que o escraviza por outro, ativando e
desenvolvendo o amor e a sabedoria, que são os princípios fundamentais do futuro anjo!

O processo evolutivo de transformar e sublimar a consciência humana até alcançar


uma freqüência superior permitirá ao homem aperceber-se da essência do Criador !

O homem, criado por Deus para ser feliz por toda a eternidade, entretanto, é o autor da sua própria
conscientização, o agente de sua própria evolução espiritual através dos mundos físicos transitórios, que
lhe proporcionam a aquisição dos valores autênticos de sua felicidade, de seu glorioso destino que é a
angelitude.

O mal e o sofrimento na vida humana são etapas transitórias do mesmo processo evolutivo, que tende
sempre a um resultado superior de aperfeiçoamento espiritual, visando despertar os valores eternos da
imortalidade e alcançar sua própria ventura, sua auto-realização, quando o espírito aprimora
conscientemente os seus poderes criativos e a possibilidade de plasmar nas formas do mundo toda a
intuição superior. Em todos os reinos da vida física, o sofrimento e a dor são características fundamentais
do aperfeiçoamento e embelezamento das formas e dos seres, sob a égide da justiça divina, que variam
conforme a sensibilidade e o poder de comunicação daquilo que sofre, com o mundo exterior:

REINO AÇÃO DEPURATIVA EXEMPLO

sofre silenciosamente a dor produzida o ferro na fundição sofre a fim de lograr a


MINERAL
em suas entranhas adormecidas qualidade superior do aço

estremece sob a ação externa os grãos do trigo e da uva sofrem torturante


VEGETAL (registrável através de aparelhos esmagamento a fim de se transformarem em pão
eletrônicos sensíveis) e vinho

exterioriza a dor física em gemidos sofre na muda, na gestação e na competição


ANIMAL
lancinantes agressiva pela sobrevivência

emotivo e racional, chega o homem a sofre a “dor humana” no renascer, na superação


HOMINAL dramatizar seu burilamento doloroso de enfermidades para adquirir resistência, no
em obras literárias despertar das sensibilidades superiores

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É vedado ao homem, em seu atual estágio, recusar-se a sofrer para evoluir em sua conscientização
individual, repudiando sua existência como criatura eterna no seio da Divindade, pois, mesmo se tratando
de uma partícula inerente ao Todo Único, como é o espírito humano, só depois de sua emancipação
espiritual, é que então poderia manifestar sua decisão pela continuidade de sua existência, ou por sua
desintegração no Todo Cósmico.

No entanto, quando tal estágio de desenvolvimento do espírito humano for alcançado, este já terá atingido a
angelitude fascinante, autêntica e venturosa, à custa das etapas prévias da dor e do sofrimento nas
existências ilusórias das vidas físicas efêmeras.

1.6 A VISÃO MONISTA DA REALIDADE DIVINA

O Universo é uma entidade que abrange e incorpora tudo o que é possível da criatura conceber por
existente. A ordem e a sabedoria que presidem os fenômenos da Vida no Cosmo comprovam a existência
de uma só Vontade criando e governando o Cosmo.

Em Deus está toda a sabedoria, a justiça, o amor e a realização, pois sendo a Unidade, Dele mesmo se
derivam todos os processos que estabelecem os fenômenos do Universo.

Monismo é a concepção da existência de que tudo o que existe resulta de uma única Fonte!

A conceituação monista desvincula a Divindade de um aspecto antropomórfico, indicando a convergência


da vida, em todas as latitudes cósmicas, para um princípio único ou central do Universo, em que Deus é a
sua Unidade Autêntica e Infinita, é o fundamento orgânico e ao mesmo tempo a função dinâmica do Cosmo!

Deus, a Inteligência Cósmica Incriada e Indestrutível é Uno, o Universo é monista; todas


as energias se reduzem e convergem para um só comando e fenômeno em movimento!

Em contraposição ao monismo, que assevera que tudo o que existe provém de uma única origem, e que
Deus está inserido em toda a Sua criação, pois ambos constituem uma única realidade, encontra-se o
dualismo, que, de outro lado, prega que a essência da realidade divina é imperscrutável e de natureza
desconhecida, distinta de tudo o que existe no Universo físico observável, que pode ser resumido no
binômio matéria-energia.

O Universo é UNO: Criador e criatura constituem uma única e inseparável realidade.


O UNO está nas partes e as partes integradas no UNO: CONCEPÇÃO TEÍSTA
MONISMO
(DEUS = espírito + matéria + energia)

O Universo é DUAL: O espírito, de origem divina, tem natureza totalmente diversa de


tudo o que existe na realidade física: CONCEPÇÃO DEÍSTA
DUALISMO
(UNIVERSO FÍSICO = matéria + energia / DEUS = essência espiritual distinta)

A aceitação do princípio de que Deus é a Inteligência Suprema e a Causa Primária de todas as coisas
implica em considerar, sem dúvida, que o Universo é monista, pois Inteligência Suprema é sinônimo de
“Suprema Lei”, que incide na existência de um só Deus e na idéia de um Princípio Único, Eterno e Infinito,
que anima, disciplina, movimenta e procria todo o Cosmo.

O Cosmo é tão somente o invólucro exterior e transitório da Divindade Absoluta,


diminuta fração do princípio original e único que lhe vitaliza a intimidade imodificável.

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Afora do monismo, ter-se-ia de aceitar a existência de mais de uma Vontade com poderes de criar e
comandar o Universo, ou aceitar a concepção de um Acaso inteligente criador, o que implicaria na
ocorrência de conflitos, desarmonia e choques no metabolismo cósmico em decorrência da possível
diferença de capacidade, objetos ou competições por parte das várias mentes atuantes, ou então dos
acidentes fortuitos, o que, na prática, não se verifica em absoluto no Cosmo observável. É inegável e ponto
definitivo que o princípio é um só, uma só origem e uma só vontade central criadora de todo o Cosmo; a
Realidade Monista divina é indissolúvel!

Deus é a única e imodificável essência e a substância da qual os homens


descendem como fagulhas, centelhas ou partículas espirituais divinas.

Depois de criadas no seio da Divindade, as mônadas ou centelhas divinas são lançadas em peregrinação
pelas formas educativas dos orbes físicos, no processo incessante de organizar sua própria consciência
individual e adquirir a noção de existir como entidade à parte, mas vinculadas intimamente ao próprio Todo,
ou seja, como Espírito Imortal. Deste estágio em diante, passam então a ampliar essa consciência espiritual
numa esfericidade sem limites, até abranger os fenômenos macro e microcósmicos da Vida.

O espírito do homem, como herdeiro dos atributos divinos, é único e indestrutível, pré-existe à
materialização ou gestação de um corpo físico na face dos mundos planetários, e sobrevive incólume ao
desgaste e ao desfazimento de seu organismo provisório carnal. Por isso se afirma que “Deus está no
homem”, que “o homem foi feito à imagem de Deus”, ou que “o Pai e o Filho são Um”.

Com o decorrer do tempo, os espiritualistas adquirirão uma nova concepção de Deus, muito além de uma
“Inteligência Infinita”, concepção mais adequada ao processo incessante da criatura humana. O excessivo
apego aos ídolos e a formulas religiosas do mundo terminam por cristalizar a crença humana sob a algema
dos dogmas impermeáveis a raciocínios novos, para não chocar o sentimentalismo da tradição.

As criaturas que estratificam no subconsciente uma crença religiosa, simpática, cômoda ou tradicional, terão
de sofrer quando, sob o impulso imperativo do pregresso espiritual, tiverem de substituir sua devoção
primitiva e saudosista por outras revelações mais avançadas sobre a Divindade.

Krishnamurti, numa concepção puramente monista, carregando toda a responsabilidade divina sobre os
ombros do próprio homem, em exposição rasante e demolidora da velha idéia deísta (dualista), malgrado
sua aparência herética, centrada no “pensar reto” e no “autoconhecimento”, afirma:

“É preciso o homem “matar” o velho Deus, limpar a mente das quinquilharias


do passado, a fim de evitar a exploração religiosa de outros homens tolos,
e encontrar a Divindade no microcosmo de sua própria alma !”

Essa afirmativa, em relação à busca de uma nova realidade divina, pode ser ilustrada considerando que
“assim como um aposento só pode receber mobília nova depois de convenientemente desimpedido da
mobília velha, a mente do homem também precisa arejar-se dos seus condicionamentos religiosos
anacrônicos, para então assimilar os novos conceitos autênticos da espiritualidade! “

Fontes bibliográficas:

1. Maes, Hercílio. O Evangelho à Luz do Cosmo - Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio

de Janeiro: Freitas Bastos, 1987.

2. Maes, Hercílio. O Sublime Peregrino – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 7 ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1990.

3. Maes, Hercílio. Mensagens do Astral – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 9 ed. São Paulo:
Freitas Bastos, 1989.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 2

Nesse processo de súbita expansão, essas subpartículas se recombinaram formando átomos e moléculas
em estado inicialmente gasoso, que, ao se condensarem por força do resfriamento, foram formando os
corpos celestes constituintes do Cosmo. Em suma, para a Ciência a matéria surgiu no momento da criação.
Atualmente, as galáxias continuam a se afastar mutuamente, tendo os cientistas formulado três hipóteses
matematicamente possíveis, representadas graficamente nas figuras a seguir:

1ª) O Universo se expande tão rapidamente que a atração gravitacional entre suas galáxias não poderá
jamais parar o processo de dilatação de suas fronteiras. Essa hipótese afirma que ele irá continuar a
se expandir eternamente.

2ª) O Universo se expande continuamente, porém na velocidade estritamente necessária para isso.
Nessa hipótese, a ação da atração gravitacional entre as galáxias é mais intensa que na anterior,
porém insuficiente para impedir seu infindável afastamento mútuo.

3ª) O Universo, após a grande explosão inicial (o Big Bang), num primeiro momento se expande
rapidamente, movido pelas forças que atuam nesse processo, porém a atração gravitacional entre
suas galáxias é de tal modo intensa que se contrapões àquelas forças originais, vencendo-as em
intensidade decorrido certo intervalo de tempo, após o qual passa a sobrepujá-las.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 3

As galáxias, então, começam a se mover umas em direção às outras e o Universose contrai, até que elas
se colapsem fundindo-se num único ponto concentrado e diminuto, acontecimento chamado de “Big
Crunch” (a grande contração).

A quantidade de matéria presente no Universo é o fator que irá determinar para


a Ciência se o seu processo de expansão continuará indefinidamente ou não.

Os cientistas especulam, baseados em argumentos teóricos, que após um“Big Crunch” seja criado um
novo Universo a partir de um “Big Bang” seguinte, que poderá formar tipos de partículas completamente
diferentes das do Cosmo atual.

A TEORIA CÍCLICA sugere que, pelo lado da Ciência oficial, o Universo pode continuar a
se expandir e contrair-se alternadamente, num processo infinito (UNIVERSO PULSANTE).

2. O GRANDE PLANO DA CRIAÇÃO DIVINA E A DESCIDA ANGÉLICA

Os velhos mestres do oriente, desde os iniciados dos Vedas há mais de 4.000 anos e dos instrutores da
Dinastia de Rama na antiga Índia, vêm propugnando que o Universo é pulsante.

Cada ciclo de expansão e correspondente contração é conhecido como “GRANDE PLANO” “(Manvantara”
na escolástica hindu), uma pulsação ou “respiração” completa de Brahma, e que compreende
4.320.000.000 de anos do calendário terreno, divididos em duas fases de igual duração, tempo exato em
que o Espírito Divino desce vibratoriamente até formar a matéria e depois a dissolve novamente, retornando
à sua expressão anterior de puro espírito.

Conforme os Vedas, “uma respiração ou pulsação macrocósmica de


Brahma (ou Deus) corresponde a uma respiração microcósmica do homem !”

Para Deus, na eternidade da Mente Divina, esse acontecimento entre principiar e cessar a explosão
formadora do Universo sideral é tão instantâneo como o explosivo que estoura no período de um segundo
terrestre. Aquilo que para Deus se sucede no “tempo” simbólico de um segundo terreno, na contagem do
calendário humano, abrange 4,32 bilhões de anos:

• O Sol faz a cobertura astrológica de um signo zodiacal (atualmente no término do “signo de Piscis”
e no início do signo de “Aquarius”) no prazo de 2.160 anos exatos, completando uma Era Zodiacal.
• Um grande ano astrológico é formado pela passagem do Sol pelos 12 signos (12 Eras Zodiacais),
perfazendo 25.920 anos.
• Dois milhões de signos somam exatamente o total de 4.320.000.000 anos terrestres, ou seja, o
tempo em que ocorre um Grande Plano da Criação Divina, chamado pelos antigos atlantes de
“Supremo Giro de Ra (Sol)”.

1 GRANDE PLANO = 166.666 Grandes Anos = 2 milhões Eras Zodiacais = 4,32 bilhões anos

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 4

Um Grande Plano da Criação Divina abrange duas fases ou etapas de igual duração, cada qual com
duração exata de 2,16 bilhões de anos do calendário terrestre: o Dia de Brahma, que vai do Big Bang até o
ponto de máxima expansão das galáxias, e a Noite de Brahma, que vai deste ponto até o Big Crunch.

Deus embora sendo único, revela-se sob a manifestação exterior do Universo formal, fase em que o Espírito
Divino desce vibratoriamente até formar a matéria, ou seja, se expande e pulsa centripetamente até atingir a
compactação conhecida por “matéria”, acionado por Sua vontade a energia, sob impulso expansivo e
criativo divino, para compor os mundos, as galáxias e os orbes físicos, ou seja, o próprio Cosmo.

Pode-se entender, dessa forma, que o Universo sob esse aspecto está na condição de umavestimenta
transitória da Divindade, constituída por toda a criação física, pois que Deus o interpenetra e o vivifica,
enquanto os espíritos se conscientizam, vibram e vivem no oceano cósmico, expandindo-se tanto mais
quanto mais absorvem o conhecimento inesgotável e o Amor do Pai Eterno no comando do Cosmo monista.

Esse processo de descida vibratória do princípio angélico, em que o Criador faz a criação emanar de Si
formando o Universo exterior das formas, e “desce” para criar novas consciências dentro de sua própria
Consciência Cósmica, é conhecido como descida angélica. Apesar de contínuo, esse processo é
costumeiramente apresentado subdividido em diversos graus ou etapas da descida do espírito até a
expansão da matéria: os Sete Planos da Manifestação Cósmica.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 5

A essa fase de descida vibratória às formas exteriores dos mundos materiais, segue-se a fase em que o
Espírito de Deus dissolve o Universo morfológico e retorna à sua essência anterior de Espírito Virginal.

O Universo é uma sucessão consecutiva de “Grandes Planos” ou“Manvantaras”, a se


substituírem uns aos outros, em que se forjam os seres espirituais (as consciências individuais).

A Criação, que é produto do pensamento de Deus, nunca teve começo, assim como não terá fim; não se
subordina ao tempo e ao espaço.

A manifestação divina é eterna, contínua e ilimitada, e não apresenta em si mesma divisão abrupta em duas
fases distintas, como a da descida à forma exterior-matéria e a do retorno ou dissolução da substância; há
uma passagem natural de uma à outra fase, num processo infinito.

1ª fase: 2,16 bilhões de anos 2ª fase: 2,16 bilhões de anos

“DIA DE BRAHMA” “NOITE DE BRAHMA”

do Big Bangaté o ponto de do ponto de expansão máxima


expansão máxima das galáxias das galáxias até o Big Crunch

“SÍSTOLE CÓSMICA” “DIÁSTOLE CÓSMICA”

Gênese e expansão do Universo Físico (Cosmo) Contração e desaparecimento do Universo Físico

FASE CRIATIVA DA MATÉRIA FASE DESTRUTIVA DA MATÉRIA


fase em que Deus cria fase em que Deus fisicamente desintegra
(dissolução ou retorno da Substância)

DESCIDA ANGÉLICA DESMATERIALIZAÇÃO


descida vibratória do Espírito Divino até libertação do Espírito Divino da forma, de volta
atingir a forma exterior “matéria” para o seu estado original (essência pura)

3. OS PLANOS DA MANIFESTAÇÃO DIVINA

No curso de um Grande Plano, na etapa em que o Espírito Divino desce vibratoriamente até a fase exterior
da expressão da matéria, há a formação de fases sucessivas intermediárias que graduam o processo de
descida angélica, demarcam as pulsações rítmicas da Criação Divina e assimilam as faixas vibratórias que
identificam as principais mudanças na energia do Cosmo.

Embora muito aquém da Realidade Cósmica, as diversas fases da descida do espírito Divino têm sido
apresentadas pelo conhecimento iniciático milenário com o “ritmo setenário”. Nele, o Universo emanado de
Deus abrange sete planos ou estados energéticos sucessivos, desde o Mundo Divino até o Mundo Físico,
que servem de degraus diferenciais no abaixamento vibratório e que a tradição Bíblica simboliza no trajeto
ascensional da escada de Jacó.

Esses planos ou mundos não se encontram em algum lugar particular do espaço e nem sobre postos entre
si em camadas; são estados de consciência, perceptíveis ou penetráveis de acordo com o estado evolutivo
de cada ser capaz de percebê-los.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 6

Como faixas vibratórias diferenciadas, esses planos interpenetram-se, coexistindo num mesmo espaço-
tempo (ou melhor, “fora” daquilo conhecido por espaço), sem interferirem entre si. São como Universos
paralelos interpostos, mutuamente e simultaneamente coexistentes.

PLANO DE MANIFESTAÇÃO
CARACTERÍSTICAS
CÓSMICA

7º MUNDO DE DEUS A Matriz-Base, o Pensamento Original e Total

MUNDO DOS Origem dos espíritos diferenciados em Deus antes da sua



ESPÍRITOS VIRGINAIS peregrinação através da matéria, e origem dos veículos do homem

MUNDO DO
5º Origem das mais elevadas influências espirituais no homem
ESPÍRITO DIVINO

MUNDO DO ESPÍRITO
4º Origem do aspecto intuicional no espírito do homem
DE VIDA

Contém as idéias germinais da forma mineral, vegetal, animal e


região do
humana, e idéias germinais do desejo e emoção dos animais e do
pensamento
homem. Origem do aspecto inteligente no espírito do homem
ABSTRATO
MUNDO DO (plano dos pensamentos puros)

PENSAMENTO
região do Origem das forças arquetípicas e da mente humana; reflete o
pensamento espírito na matéria e contém os arquétipos do desejo, da emoção,
CONCRETO da vitalidade universal e da forma

Poder anímico }
Luz anímica } atração

Vida anímica }
2º MUNDO DOS DESEJOS Sentimentos

Desejos
Impressionabilidade

Paixões e desejos inferiores

ÉTER QUÍMICO – responsável por todos os fenômenos de


assimilação e excreção nas relações do homem com o meio

ÉTER VITAL – permite a propagação no meio físico e impregna


desde o pólem até o espermatozóide
região
ETÉRICA ÉTER LUMINOSO – meio da percepção sensorial, capta as
(interior) vibrações do ambiente exterior e transmite as emoções e
1º MUNDO FÍSICO sensações interiores da alma

ÉTER REFLETOR – reflete toda a memória da natureza;


consciência reflexiva por acumulação no simbolismo do tempo e do
espaço

região
região composta pela matéria física nos estados sólido, líquido e
QUÍMICA
gasoso
(exterior)

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 7

Sob o ponto de vista dimensional, o Plano Físico apresenta três dimensões espaciais (todos os objetos
possuem comprimento, largura e profundidade) e uma dimensão temporal (o tempo), perfazendo quatro
dimensões. Entretanto, cada Plano de Manifestação Divina subseqüente ao Plano Físico, em direção ao
Plano Divino, agrega mais uma dimensão física. Por exemplo, o Plano Astral (Mundo dos Desejos),
imediatamente posterior ao Plano Físico (Mundo material) no diagrama a seguir, apresenta quatro
dimensões espaciais e uma dimensão temporal, porém em estado vibratório muitíssimo superior à vibração
letárgica da matéria densa. Nessa escala de sete planos de evolução da consciência, o Plano Divino totaliza
dez dimensões.

As várias escolas iniciáticas e religiões espirituais do oriente e do ocidente fazem diferentes designações
e/ou simplificações desses diversos planos vibratórios, apresentadas a seguir, para fins comparativos:

PLANOS DA CRIAÇÃO DIVINA EM DIFERENTES CORRENTES RELIGIOSAS

OCULTISMO ANTIGO
plano FILOSOFIA ROSA-CRUZ TEOSOFIA VEDAS ESPIRITISMO
ORIENTAL EGITO

PLANO
PLANO ÁDICO PLANO
7º MUNDO DE DEUS MAHAPARA-
OU DIVINO ADI PLANO OU
NIRVÂNICO PLANO
MUNDO
ESPIRITUAL
DIVINO
MUNDO DOS PLANO PLANO MONÁDICO PLANO
6º ESPIÍRITOS VIRGINAIS PARANIRVÂNICO OU ANUPÁDICO ANUPÁDAKA

MUNDO DO PLANO PLANO ÁTMICO PLANO


5º ESPÍRITO DIVINO OU NIRVÀNICO ÁTMICO
NIRVÂNICO

PLANO
MUNDO DO PLANO PLANO
BÚDICO OU
4º ESPÍRITO DE VIDA BÚDICO
BÚDICO
INTUICIONAL

região do
sem PLANO
pensamento ARUPA ASTRAL PLANO OU
forma
ABSTRATO MUNDO
MUNDO DO PLANO PLANO PLANO
3º PENSAMENTO MENTAL MENTAL MENTAL ESPIRITUAL
região do
com
pensamento RUPA
forma
CONCRETO

PLANO
2º MUNDO DOS DESEJOS PLANO ASTRAL PLANO ASTRAL
ASTRAL

região
ETÉRICO ETÉRICO
MUNDO ETÉRICA
PLANO PLANO PLANO PLANO
1º FÍSICO FÍSICO FÍSICO FÍSICO FÍSICO
região PLANO
DENSO DENSO
QUÍMICA FÍSICO

Cada plano ou região de manifestação cósmica é ainda subdividido em até outros sete subplanos em
graduações ascendentes.

4. OS TRÊS PRINCÍPIOS CÓSMICOS OU MANIFESTAÇÕES DA NATUREZA DIVINA


NO COSMO

Na ação de criar ou destruir sucessivamente o Universo físico, a Realidade Monista divina e indissolúvel,
que é Deus Único, ao mesmo tempo se manifesta demodo trifásico, sem qualquer alteração íntima. Essa
subdivisão em três aspectos distintos e mutuamente complementares é apenas recurso humano para
facilitar a Sua melhor compreensão.

A constatação desses três aspectos da Unidade Divina pela mente humana apenas gradua os atributos
divinos como fases de um mesmo fenômeno e não modifica internamente Sua natureza, sendo inegável e
definitivo que o princípio é um só, uma só origem e uma só vontade central criadora de todo o Cosmo, que
permanece indestrutível na sustentação eterna e sábia de tudo o que Ele criou. O próprio homem, embora
seja um único ser, pode se manifestar ao mesmo tempo sob o aspecto trifásico de PENSAR, SENTIR e
AGIR, sem que sofra qualquer alteração íntima na sua individualidade constitucional.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 8

OS TRÊS PRINCÍPIOS CÓSMICOS DE DEUS

1º princípio: 2º princípio: 3º princípio:


INCRIADO GERANTE CRIADO GERANTE CRIADO IMANENTE

A Unidade Cósmica O Cristo Cósmico Agente da ação que plasma o


O Espírito Eterno O Amor que estabelece o Pensamento Divino no desejo do
O Pensamento Original Cósmico equilíbrio entre os opostos Cristo Cósmico (concebe com a
Cimento que une o energia virgem para a gestação na
A Mente Abstrata do Supremo
Pensamento Cósmico à forma matéria)

CRIADOR ALENTO ANIMADOR AGENTE EXECUTOR


(ATIVIDADE CRIADORA) (ATIVIDADE SUSTENTADORA) (ATIVIDADE PRESERVADORA)
O pensamento abstrato fora de O pensamento divino derramado
O Pai Criador Absoluto Deus, manifestado como criação na Criação como Inteligência, Vida
pela ação de agentes cósmicos e Amor

ESFERA DO ESFERA DOS AGENTES ESFERA DAS


PENSAMENTO DIVINO CÓSMICOS CRIADORES MANIFESTAÇÕES
ABSTRATO: DE MUNDOS: DO ESPÍRITO DIVINO
associado aos Arcanjos, Devas NA CRIAÇÃO:
Deus em sua mais pura essência Maiores, Cristos, Logoi, O Verbo associado aos Anjos ou Devas
ou Engenheiros Siderais Menores

Uma água quente, perfumada e colorida mantém intacta sua estrutura original de líquido, comparação onde
a água representa Deus, seu calor “o espírito”, o perfume “a energia” e o colorido “a matéria” (forma, cor).

O ASPECTO TRIFÁSICO DA MANIFESTAÇÃO DIVINA NO COSMO

1º aspecto: ESTÁTICO 2º aspecto: DINÂMICO 3º aspecto: MORFOLÓGICO


(de equilíbrio) (de movimento) (de forma)
“ESPÍRITO” “ENERGIA” “MATÉRIA”

PENSAMENTO VONTADE AÇÃO


O Pensar Divino O Arquétipo Divino O Materializar Divino

As principais religiões da maioria dos povos, sob invólucro místico e religioso, sempre proclamaram os três
aspectos de Deus como derivados e não “divididos” da mesma Unidade, não podendo ser simplesmente
encarados como uma união de três pessoas numa só entidade divina.

OS TRÊS ASPECTOS DA MANIFESTAÇÃO DIVINA EM DIFERENTES CRENÇAS

religião 1º princípio 2º princípio 3º princípio

CATOLICISMO Pai Filho Espírito Santo

HINDUÍSMO Brahma Vishnu Shiva

BUDISMO Amittaba Alavokite Shavara Naudjousri

EGÍPCIOS Osíres Ísis Hórus

BABILÔNIOS Ea Ishtar Thamus

GREGOS Zeus Demétrio Dionísio

ASSÍRIOS Baal Astarté Adônis

PERSAS Orzmud Ariman Mithra

GERMANOS e CELTAS Voltan Friga Dnar

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 9

A pedagogia sideral ensina que há três princípios cósmicos, uníssonos, que constituem o próprio Deus, três
manifestações absolutas do Ser Supremo, e que não devem ser confundidos como sendo outras entidades
criativas e governantes isoladas do Cosmo.
O primeiro princípio está associado ao
aspecto Criador, a Mente Abstrata da
própria divindade, ou seja, Deus em sua
essência mais pura.

O Cristo Cósmico é o segundo princípio


emanado de Deus que, na forma do Amor,
serve de coesão entre o seu Pensamento
Original Incriado e os mundos que os
Arcanjos ou Engenheiros Siderais revelam
sob a Vontade Divina. Ele significa o
estado absoluto do Amor no Cosmo,
cimento de coesão entre os astros e a luz
pura que alimenta o amor entre o
s seres.

É o elo entre o pensar interno e o existir


exterior; é o canal que, no Cosmo e no
seio do próprio Absoluto, une as duas
margens externas da Criação: o Deus Pai
(pensamento incriado) ao Deus - Espírito
Agente, sua própria emanação na
configuração material, de que a matéria é
apenas vestimenta de Sua Idéia
Fundamental e cuja vontade é transmitida
pelo Cristo Cósmico.

O terceiro princípio, associado à ação


plasmando-se na forma, materializa a
Vontade de Deus pelo seu Pensamento
Incriado, recebendo o “sustento” através do
Cristo Cósmico, o segundo princípio, e
desce vibratoriamente até a configuração
material.

Quando isso ocorre, o terceiro princípio compõe a forma física ou incorpora-se como energia acumulada,
atingindo a vibração letárgica da expressão-matéria, fazendo o descenso até o existir exterior. Os
espiritualistas do Oriente denominam a Força Criadora do Universo pelo termo “LOGOS UNIVERSAL”, a
força ativa da Criação, em atividade criadora, sustentadora e preservadora do ciclo evolutivo de cada ser.
Brahm é a inteligência, é o comando e por assim dizer, a parte intelectual dirigente da Força criadora, ao
passo que o Logos Universal é a manifestação ativa dessa força; são duas maneiras de designar aspectos
diversos de uma única força.

É a Força Irradiante responsável pela vida, da qual tudo parte e para a qual tudo retorna, que o homem se
dirige em prece, quando invoca forças para a realização de seu destino de luz, ansiando pela paz e pela
harmonia, e para onde se sente irresistivelmente atraído, quando atinge o término do período básico da
consciência individual, sob o clamor interior da necessidade de uma integração ao seio do Eterno.

A essa Força Criadora que as escrituras Sagradas se referem quando afirmam que “no princípio era o
Verbo” e, após mostrarem ao homem de onde surgiu sua essência, passam os profetas a dar
recomendações que lhe permitirão voltar ao seio do Criador, assinalando a utilidade das normas de conduta
que proporcionam a felicidade do retorno ao ponto de partida: Deus ou O Logos Universal.

Deus, em seu aspecto transcendente, é incognoscível para a compreensão e o entendimento humano.


Deus Imanifestado, o Absoluto, o Inimaginável, só pode ser cognoscível quando toma um estado relativo
com Ele mesmo, transformando-se na Sua própria manifestação, o Universo, com sua infinidade de corpos
celestes. Esse Universo, com tudo o que Nele se contém, é a expressão de Sua Vida Consciente.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 10

Deus Imanifestado ou Transcendente = O Absoluto = O Logos Cósmico ou Universal

Deus é sempre uma Unidade, mas quando anima um


Universo (passagem do Imanifestado para o
Manifestado), o Uno o faz como uma trindade, com
três modos fundamentais de manifestação.

Quando o Logos Cósmico toma um estado relativo


consigo mesmo, cria no Plano da Mente Divina a
Ideação Cósmica, com todas as transformações que
advirão, do princípio ao fim.

Cria o arquétipo de todas as formas, forças e


estágios de evolução, nos mínimos detalhes, por
onde há de se desenvolver aquilo que se chama
Vida, ou seja, cria o esquema evolucionário do Seu
Sistema: o campo da evolução Logóica.

Depois escolhe a porção do espaço destinado ao


Seu Grande Plano de Evolução, onde nascerá toda a
matéria diferenciada que existe no Cosmo.

Nada existia ainda nesse espaço, formado de éter primordial ou raiz da matéria (Mûlaprakriti entre os
orientais), mais apropriadamente chamado de Kóilon, a negação da matéria, segundo a Teosofia.

4.1 O TRABALHO DO TERCEIRO ASPECTO DO LOGOS

Começa então pelo Terceiro Aspecto do Logos, a Grande Mente Universal, a construção propriamente dita
dos sete planos cósmicos, cada um com os respectivos sete subplanos, através do que se conhece como
Força-Matéria ou “Fohat”.

Antes da construção do Plano Físico, são construídos os planos hiperfísicos.

Depois de criados os sete planos cósmicos, o Terceiro Aspecto do Logos cria os sete subplanos de cada
plano. O primeiro subplano de cada plano cósmico, o mais elevado vibratoriamente, é sempre constituído
de átomos simples, enquanto os demais subplanos são formados das combinações desses átomos em
moléculas.

Dentro do Kóilon (o espaço primordial, vazio de matéria), o Terceiro Logos derrama sua poderosa energia e
abre vários pontos luminosos ou bolhas, que vêm a constituir vários pontos de sua consciência, porquanto
cada bolha ou ponto de luz só existe enquanto Ele conservar afastado o Kóilon que o envolve.

A matéria no Cosmo, tal como é conhecida, nada mais é do que“buracos” no éter primordial.

Em conseqüência, o átomo mais simples do plano físico não é constituído de matéria, mas de infinitos
pontos de consciência do Terceiro Aspecto do Logos, numa disposição, numa trajetória orbital particular,
para poder realizar um trabalho por Ele determinado: a construção do Plano Físico.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 11

Depois da formação dos estados atômicos de matéria, em cada um dos diferentes planos da natureza, o
Terceiro Aspecto do Logos (ou terceiro aspecto da Trindade), o Doador da Vida, submerge no mar de
matéria virgem do espaço e, em razão de sua vitalidade (Fohat, a Força – Matéria), desperta nos átomos
de matéria atômica novas possibilidades ou poderes, que darão como resultado a formação das subdivisões
de cada plano cósmico.

No plano físico, o subplano mais elevado é formado de átomos simples de duas naturezas: átomos positivos
e átomos negativos; pela combinação desses dois tipos de átomos, são construídos ou formados os
subplanos restantes, além do atômico, a saber: subatômico, superetérico, etérico, gasoso, líquido e sólido.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 12

4.2 O TRABALHO DO SEGUNDO ASPECTO DO LOGOS

Quando os sete planos cósmicos, com seus sete subplanos estão formados, após Fohat eletrificar essa
matéria, e os átomos se combinarem em moléculas, começa o trabalho do Segundo Aspecto do Logos, a
Segunda Emanação como Vida-Forma, através da energia conhecida como Prâna, energia ou fluido vital.

Através do Prâna, a Vida do Segundo Logos anima todos os planos e subplanos cósmicos, fazendo com
que toda a matéria que os constitui se torne apta para construirformas, a fim de abrigar a maravilhosa
qualidade chamada Vida.

Essa Vida do Segundo Aspecto do Logos modela a matéria dos diferentes planos, nas mais variadas
formas, e cada forma persiste (sobrexiste), tem duração, enquanto essa Vida Divina, a Segunda Emanação,
mantiver nela a matéria.

Surge, então pela primeira vez nesse Universo, o fenômeno do aparecimento e do desaparecimento,
porquanto uma forma nasce em razão da Vida do Segundo Logos ter um plano evolutivo para realizar por
Seu intermédio.

A forma de vida cresce quando esse plano prossegue até um determinado limite, e entra em decadência
quando o Segundo Aspecto do Logos vai retirando Sua Vida da forma, para finalmente morrer ou
desaparecer quando a Vida do Segundo Logos se retirar da forma a que animava, para ir constituir ou
construir uma nova forma, mais apta para evoluir em novas experiências e novas adaptações.

Essa Segunda Emanação, através de Prâna (Vida – Forma), recebe diferentes nomes nas diversas fases
de sua “descida” à matéria:

• Em conjunto, denomina-se Essência Monádica, principalmente quando está envolta unicamente


em matéria atômica dos diferentes planos.

• Quando anima matéria não atômica (já combinada em moléculas), denomina-se Essência
Elemental, nome dado pelos ocultistas medievais, que o atribuíram à matéria constitutiva dos
corpos dos Espíritos da Natureza, que por eles eram chamados de Elementais.

• Quando a Essência Elemental anima os três subplanos superiores do Plano Mental, denomina-se
Primeiro Reino Elemental Mental Abstrato.

• Depois de se desenvolver ao longo de um enorme período de tempo (uma “Cadeia de Evolução”),


passa a animar os quatro subplanos inferiores do Plano Mental, sendo então chamadaSegundo
Reino Elemental Mental Concreto; neste grau, a Essência é também conhecida como “Essência
Elemental Mental”.

• Na etapa seguinte, passa a animar o Plano Astral, quando fica conhecida comoTerceiro Reino
Elemental Astral.

Esses três Reinos Elementais, em várias manifestações de diferentes formas de vida, juntamente com os
reinos mineral, vegetal e animal, se constituem nos Reinos da Natureza. Tanto a Essência Elemental
Mental, como a Astral, estão ligadas intimamente aos corpos ou veículos de consciência do homem, e
logicamente à sua evolução.

A Essência Elemental se encontra no arco descendente, impropriamente conhecido como “involução”, pois
seu progresso evolutivo consiste em “descer” às formas de matéria mais densas, para aprender a se
expressar por intermédio delas. Para o Homem, a evolução se verifica no sentido oposto, ou seja, depois de
haver se aprofundado na matéria mais densa, começa a elevar-se na direção do Grande Fonte da qual
proveio.
Dessa forma, lenta e gradualmente, essa corrente de Vida flui através dos diferentes planos, permanecendo
em cada um deles um período de tempo correspondente a um intervalo que dura muitos milhões de anos
terrestres (uma Cadeia de Evolução).

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 13

A Vida do Segundo Logos, através da Segunda Emanação (Vida – Forma), não só vivifica os diferentes
planos cósmicos, trazendo à existência os diferentes reinos de vida, como também põe em atividade as
mônadas que, do Plano Anupádico, esperam que os outros planos inferiores estejam preparados para
poder iniciar o seu trabalho.

A Segunda Emanação, a Vida do Segundo Aspecto do Logos, toma a matéria vivificada pela
Primeira Emanação, do Terceiro Aspecto do Logos, modela-a e anima-a lenta e gradualmente,
para formar os três reinos elementais, e finalmente os reinos mineral, vegetal e animal.

Dessa forma, a matéria vivificada por Fohat (1ª Emanação, do Terceiro Logos) recebe Prâna (2ª Emanação,
do Segundo Logos), operação que resultou no dogma maior do Cristianismo:“O Filho encarna por obra e
graça do Espírito Santo na Virgem Maria”.

4.3 O TRABALHO DO PRIMEIRO ASPECTO DO LOGOS

O sétimo e último reino, o hominal ou humano, é criado pela descida da Vida do Primeiro Aspecto do Logos,
quando da individualização da Mônada no reino animal. Mônadas (Átomos – Vida ou “Jivas”) são unidades
de consciência geradas dentro da Vida Divina por um ato de Vontade do Primeiro Aspecto do Logos, antes
que esteja formado na Ideação Cósmica um Campo de Evolução (um Grande Plano ou Universo Imanente).

As Mônadas são os filhos que moram desde o princípio de ima idade


criadora no seio do pai; são originárias do Primeiro Aspecto do Logos.

As Mônadas são idênticas ao pai quanto à sua Divindade, mas inferiores quanto à natureza humana. Da
condição estática, envolvendo todas as potencialidades divinas, chegam à condição dinâmica
desenvolvendo todos os poderes divinos.
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 14

A morada das Mônadas é o Plano Anupádico ou Monádico (Paranivânico), embora as raízes de sua vida
estejam no Plano Ádico ou Divino (Mahaparanirvânico), pois são originárias do Primeiro Aspecto do Logos.
No Plano Anupádico, a Mônada é onipresente e onisciente, porém é inconsciente nos demais planos e,
através de sua involução até a matéria, chegará a ser onisciente e onipresente em todos os planos
cósmicos, para que, no final de sua evolução, no decurso de idades sem conta, se torne um Logos Criador,
produzindo de si mesma universos futuros.

AS TRÊS EMANAÇÕES DO LOGOS (MANIFESTAÇÃO DIVINA NO COSMO)

1º aspecto do Logos 2º aspecto do Logos 3º aspecto do Logos


VIDA - FORMA FORÇA - MATÉRIA

3ª Emanação: 2ª Emanação: PRÂNA 1ª Emanação: FOHAT

PRINCÍPIO ESPIRITUAL OU
PRINCÍPIO VITAL PRINCÍPIO MATERIAL
PRINCÍPIO INTELIGENTE

5. AS HIERARQUIAS ESPIRITUAIS, OS ENGENHEIROS SIDERAIS E O SEU PAPEL


NO PLANO DA CRIAÇÃO

A consciência espiritual de Deus é o único Comando, controle e fundamento do Universo! As galáxias,


constelações e sistemas planetários e os diversos reinos da Natureza, que constituem os orbes físicos, são
manifestações ou materializações deste Psiquismo Cósmico em sua descida vibratória criativa.

Nesse processo, Ele pode dispor de tantos centros de governo psíquico, no macro ou no microcosmo,
conforme sejam as características criadoras exigidas nos campos, sistemas ou quaisquer unidades de Vida.

Em verdade, Deus serve-se dos seus próprios filhos para exercer esse governo disciplinado e criativo
universal, uma vez que eles são potencialmente o próprio Cosmo em miniatura.

Os Espíritos são uma das Potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para
a execução de seus desígnios providenciais (a Providência Divina) em todos os níveis siderais.

Toda a obra Divina só é concretizada graças à infinita e imensurável hierarquia espiritual de elevada estirpe,
poder e sabedoria, que cria, disciplina e aperfeiçoa os mundos em cada “Grande Plano” ou “Manvantara”
da Criação, com seu limite extremo superior situado na própria Consciência Espiritual de Deus e o extremo
inferior na consciência do próprio homem.

Deus, a Mente Criadora, faz cumprir a sua Vontade através de seus prepostos, mantendo o Cosmo
em incessante atividade criadora, obra só concretizada graças à hierarquia de construtores, que se
inicia nos espíritos arcangélicos e decresce até se findar no próprio homem limitado no mundo.

Esse é o motivo porque a história religiosa iniciática e esotérica do mundo terreno sempre admitiu a imagem
de Deus cercado de uma corte refulgente de entidades de aparência luminosa, a cumprir-lhe a vontade
augusta e única. Para a tradição católica, por exemplo, há O Senhor, sentado no “Trono Divino”, rodeado
dos seus Anjos; já as religiões orientais conhecem esses seres radiantes por “Devas”. Os povos orientais
antigos e os primitivos celtas mostravam-se familiarizados com a idéia da existência de “deuses” que
rodeavam o “Trono do Senhor”, incumbidos das criações e providências mais avançadas e complexas do
Universo. Em face de sua aparência harmoniosa e muitíssimo refulgente, que ressalta desses “deuses”
tradicionais, reconhecíveis por exímios clarividentes, eles são conhecidos pela denominação de “DEVAS”,
que em Sânscrito significa “seres brilhantes”.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 15

Os Devas operam na Criação como prepostos de Deus, e são espíritos que se burilaram nas lutas
reencarnatórias, habitando e se aperfeiçoando nas diversas moradas do Pai. Os “Devas Maiores”
correspondem aos Arcanjos da tradição religiosa ocidental, e os “Devas Menores” equivalem aos Anjos.

O Arcanjo ou Deva Maior, projeta, cria, coordena e ratifica toda a atividade criadora e progressiva, por
exemplo, de toda uma constelação, enquanto os Anjos ou Devas Menores, sustentam cada orbe dentro do
esquema Arcangélico. Em conseqüência, a ação angélica pode ser mais íntima e sutil, ou mais periférica e
indireta, tanto quanto for a natureza e o aprimoramento de cada reino ou espécie onde ela atua.

As galáxias, constelações, os sistemas planetários, orbes e satélites são núcleos de vida psíquica que
transitam pelo Cosmo sob o comando de entidades siderais arcangélicas e angélicas que lhes penetram a
intimidade física com seu sublime psiquismo.

As auras dos espíritos angélicos e arcangélicos extravasam além dos


sistemas siderais (galáxias, constelações, etc.) a que dão forma.

Na sua incessante “descida vibratória”, o Psiquismo Cósmico, que atua e interpenetra todo o Universo,
possui as suas “subestações” de transformadores psíquicos, em ordem decrescente e conforme as
necessidades dos departamentos da vida “psicofísica”.

As indescritíveis consciências arcangélicas e angélicas, que lembram fabulosos transformadores vivos e


receptivos à elevada voltagem divina do Criador, passam dessa forma, a ser doadores de energia sideral
mais reduzida e adaptada às consciências menos capacitadas. O Psiquismo Cósmico, nessa transformação
de voltagem sideral, e sem qualquer alteração em sua Unidade Eterna, atinge, dessa forma, todos os
núcleos de consciência e de vida.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 16

Essas inteligências siderais absorvem e reduzem o “Potencial Virgem” do Criador para que o espírito imortal
se situe na percepção consciencial humana e possa recepcionar o “quantum” exato de luz que deve
alimentar-lhe o psiquismo e a noção diminuta de “ser” ou de “existir”, num fantástico processo de integração
de todas as partes do Cosmo ao Criador, desde as suas mais remotas partículas componentes.

Há uma intercomunicação criativa que pulsa incessantemente desde Deus e interpenetra todo o
Cosmo, a unir em ordem decrescente vibratória, desde a consciência arcangélica até a consciência
humana no reino hominal. O UNO ESTÁ NAS PARTES, E AS PARTES INTEGRADAS NO UNO !

Nesse descenso psíquico procedido pela Consciência Cósmica através das galáxias, constelações e orbes,
vão se elaborando, pouco a pouco, numa síntese regressiva, os próprios núcleos das futuras consciências
humanas.

5.1 O PAPEL DOS DEVAS MAIORES

O comando psíquico arcangélico de uma constelação, conhecido por “Deva Maior” entre os orientais, ou
ainda Arcanjo ou Logos Constelatório, atua intimamente nas fímbrias de todas as atividades físicas e
psíquicas se cada orbe habitado, ou em elaboração para futura moradia planetária, dessa constelação.

Os Arcanjos ou Devas Maiores são os agentes onipresentes e superfísicos da


Vontade Criadora do Pai, senhores e diretores de todas as energias, leis, princípios
e processos galaxiais, constelatórios, solares, interplanetários e planetários.

Embora o pensamento puro do Onipotente seja o princípio de todas as coisas e de todos os seres, existem
elos intermediários entre o “pensar” e o “materializar” divino, que se constituem de leis vivas, operantes e
imutáveis, que dão origem à matéria e à energia condensada. Esses conjuntos e leis vivas são Espíritos
Arcangélicos, verdadeiros “Engenheiros Siderais”, que apreendem o pensamento divino e o revelam no
plano denso da Criação. São entidades dotadas do poder e da força criadora, situados no Plano Anupádico,
plano cósmico imediatamente abaixo do Plano Divino, os mais altos intermediários do pensamento incriado
do Absoluto.

Essas Inteligências Divinas, como agentes diretos de Deus, pois vibram em perfeita sintonia com a Mente
Divina, corporificam e emitem ondas sucessivas de energia criadora inteligente, que se projetam nos
espaços, criando os átomos, germes de vida, que potencializam energias, inteligência e amor, os quais se
aglomeram e multiplicam dentro das leis divinas pré-existentes, formando os mundos materiais e seus
seres. São os agentes inteligentes que animam, santificam e presidem a formação de Universos e galáxias,
e que, a seu turno, delegam poderes a agentes seus: os CRISTOS ou LOGOI (“Logoi”: plural de Logos),
que, como VERBOS DIVINOS, corporificam seus pensamentos, executando a criação de planetas, satélites
e astros em geral (dos diferentes sistemas planetários), de que passam a ser seus governantes espirituais.

Os Engenheiros Siderais são entidades espirituais de elevada hierarquia no Cosmos que


interpenetram o pensamento de Deus e o plasmam na forma dos mundos e de suas humanidades !

Através da ação dinâmica do VERBO, “o pensamento fora de Deus”, aquilo que permaneceria em
condições abstratas na mente Divina, revela-se na figura de mundos exteriores.

Os Engenheiros Siderais são os “reveladores”, na forma tangível, daquilo que pré-existe eternamente no
mundo interior, mental e virgem de Deus; são intermediários submissos e operantes dessa Vontade
Absoluta e Infinita, para fazê-la pousar até nas rugas das formas dos mundículos microcósmicos. Eles
sustêm em suas auras imensuráveis a consciência física dos mundos e a consciência somática espiritual de
cada humanidade.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 17

Cada uma dessas Consciências Arcangélicas, que abrange um orbe, sistema planetário ou galáxia, “sabe” e
“sente” quais as necessidades evolutivas das humanidades ali existentes, assim como a consciência
humana, situada no cérebro físico, sente todas as carências do corpo e providencia-lhe os socorros para a
sua sobrevivência.

Os Arcanjos Siderais consolidam os mundos e os alimentam em suas primeiras auras constelatórias ou


planetárias, e ainda condensam e avivam as centelhas espirituais descidas do seio da Divindade até o
microcosmo, e ativando-lhes a dinâmica ascensional.

Todas as formas de vida estão impregnadas dos princípios espirituais: tudo tem alma e tudo evolui para
estados mais sublimes, desde o elétron que rodopia no seio do átomo até as galáxias que giram e se
arrastam em permanente afastamento mútuo.

Os Engenheiros Siderais presidem a ascensão de todas as coisas e seres para a Ventura Eterna.

Os Arcanjos Construtores são os “Divinos Condensadores” que se interpõem entre a Luz Máxima,
refulgente de Deus, cujo potencial virgem e poderoso desagregaria os espíritos a ela diretamente
submetidos e ainda incapacitados de suportar energia tão elevada, e a graduam pouco a pouco, dosando-a
até ajustar-se ao nível do homem, através de suas próprias Consciências hemisféricas, galáxias
constelatórias, planetárias e mesmo as que operam no comando dos quatro elementos da matéria, nos
reinos da natureza, nos continentes e raças humanas.

A série hierárquica dessas entidades, que agrupam em si mesmas o potencial mais alto e depois o
transmitem à faixa vibratória mais reduzida em suas próprias auras conscientes, é que permite logicamente
o crescimento e a ascensão do espírito humano para a sublime angelitude. Através de sua vibração
altíssima e impossível de qualquer receptividade humana, cuja luz e energia criativa, ao incidir diretamente,
pulverizaria qualquer ser, o Arcanjo ou Deva Maior é o campo vibratório de toda vida e aperfeiçoamento do
sistema planetário onde atua. Por exemplo, o Arcanjo ou Logos Solar é a consciência psíquica mais
evoluída do Sistema Solar, a nossa constelação em particular, e vibra na intimidade de todos os planetas,
orbes e satélites que o constituem.

O Sol do nosso sistema planetário é o local exato em que atua a consciência do Arcanjo, Engenheiro,
Construtor ou Logos da Constelação Solar, que é o alento e a própria Vida de todo o conjunto de seus
planetas, orbes, satélites ou poeiras siderais, inclusive todos os seres e as coisas viventes em suas crostas
materiais. Esse Logos não se situa num local ou latitude geográfica do Cosmo; o que o distingue
principalmente é o seu estado espiritual vibratório, inacessível ao entendimento humano, e que está
presente e interpenetra todo o campo constelatório solar que emanou de si mesmo, em harmoniosa
conexão com as outras demais constelações e galáxias que se disseminam pelo Cosmo, e que são, por sua
vez, presididas por outras consciências arcangélicas, formando progressivamente a inconcebível
humanidade sideral. À imagem e semelhança do Logos Cósmico, o Logos Solar é também uma trindade
quando anima, quando transforma de Si Mesmo, um sistema de evolução.

Desde o astro solar até a órbita do planeta mais distante de um sistema planetário, sua
respectiva Consciência Arcangélica se estende em todos os sentidos e coordena todas
as ações que ocorrem nesse campo de vida, sob a supervisão excelsa da Mente Divina.

Por sua vez, cada orbe físico de um sistema planetário possui o seu “Deva Menor” ou Logos Planetário, que
sob a ação e comando do Arcanjo do sistema planetário global, cumpre o desígnio criador em semear a
vida e incentivar o progresso de todos os reinos sob o seu governo. O Arcanjo Constelatório projeta, cria,
coordena e retifica toda a atividade criadora e progressiva de toda a constelação ou sistema planetário,
enquanto os “Devas Menores” sustentam cada orbe do esquema arcangélico. Há um incessante
intercâmbio entre as consciências menores, situadas nos reinos inferiores, e as maiores, que interpenetram
sistemas e galáxias, sob a vigilância e a coordenação da Consciência Infinita e Eterna de Deus:

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 18

Não cai um só fio de cabelo ou uma só folha da árvore sem que Deus o saiba!

Muitas criaturas abandonam-se à Intuição e confiam plenamente na Providência Divina porque sabem que,
através da escadaria infinita de consciências graduadas no Cosmo, a mais sutil aspiração humana
consegue sua realização, de conformidade com o seu merecimento espiritual.

Através do oceano etérico concentrado pela sua Consciência Mental e que banha e interpreta também as
fímbrias dos átomos dos mundos que condensou em si mesmo, o Logos Solar também atua na consciência
dos outros Arcanjos menores que corporificam os planetas e os governam em espírito, numa inconcebível
operação harmônica da consciência constelatória, ao comandar instantaneamente as humanidades que
palpitam em seus mundos constituintes, e que apresentam os mais variados matizes conscienciais. O
Logos Solar é o condensador sideral que absorve a energia demasiadamente poderosa, proveniente da
Mente Divina, e retém em si o “quantum” sideral inalcançado pelos espíritos menores.

Os Logoi Solares concretizam, na forma de sistemas planetários, viveiros de almas sedentas de


ventura, uma das peças componentes da engrenagem cósmica que faz parte de um Grande Plano.

No caso, em particular, de nosso Sistema Solar, o conjunto de orbes, satélites e asteróides em torno do Sol
significa o “corpo astro-físico” do respectivo Arcanjo Solar, cuja consciência espiritual é independente da
maior ou menor extensão desse sistema planetário, que é apenas seu prolongamento ou sua emanação,
assim como o corpo físico é apenas o prolongamento, instrumento ou emanação do espírito humano
encarnado na Terra.

Assim como as humanidades do Sistema Solar vivem mergulhadas na Essência Imortal do Logos Solar,
que interpenetra todo o cortejo de nossa constelação, também ele se situa intimamente inserido na aura de
outro espírito imensurável que, por sua vez, se liga a outro maior, e assim sucessivamente, até cessar o
poder conceptual em Deus, que é a última e absoluta Consciência Universal.

O refulgente Arcanjo Solar de nosso sistema planetário situa o seu comando no núcleo do Sol porque este é
o centro “astro-físico” da constelação, do qual emanam todas as ações e providências necessárias para o
governo de seus mundos e humanidades em evolução. Sua aura abrange todo o Sistema Solar e nutre
todos os seres nele pululantes que materializam a Sua Vontade na matéria; é uma entidade viva, pensante
e progressiva, inconcebivelmente mais viva do que qualquer um dos mais evoluídos seres a ele afetos, e
faz a conexão perfeita entre todos os liames de ação e de vida em nossa constelação.

Se, numa comparação, o corpo físico do homem fosse a figura de


Deus, então a consciência e a luminosidade áurica de um Arcanjo
Sideral seria do tamanho da aura do núcleo de um átomo desse corpo!

Não se deve confundir o “corpo sideral” material e visível de um Espírito ou Engenheiro Sideral, centrado
num sistema planetário, com sua “consciência sideral”, do qual o primeiro é apenas o seu prolongamento no
plano físico, e que pode ser desintegrado sem que ele fique reduzido em sua consciência, da mesma forma
que o espírito humano sobrevive à desintegração de seu corpo físico de uma dada reencarnação.

Em termos alegóricos, Deus, como Espírito Criador do Cosmo, realmente deve considerar
que os mundos emanados de si são como o seu próprio corpo físico no plano material.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 19

Nesse sentido, se o Onipotente for simbolizado como sendo uma infinita esfera translúcida pejada de
mundos e orbes que flutua disciplinadamente em seu seio, essa esfera pode ser subdividida mentalmente
em dois hemisférios iguais, duas partes exatas.

Embora Deus continue integralmente em toda a Esfera Infinita, essa simples divisão conceitual em dois
hemisférios implica em se perceber a necessidade de dois comandos espirituais: duas novas consciências
na figura de dois “condensadores siderais”, que devem então graduar o altíssimo potencial e a ilimitada
energia de toda a esfera, a fim de situar as cotas correspondentes de cada hemisfério, que passam a ter
vida à parte, nessa comparação, embora sem sair de Deus.

Surgem, portanto, os dois Arcanjos Hemisféricos Siderais, que a vontade de Deus situa em termos
conscienciais imediatamente abaixo de sua Vontade Infinita, e que atenderão a todas as necessidades da
nova vida em agitação nesses hemisférios da hipotética Esfera Divina. Ao se continuar mentalmente
subdividindo esses hemisférios, cada Arcanjo correspondente subdividir-se-á em outras duas consciências
menores às quais eles também transmitirão sua vontade e poder criador, mas sempre as abrangendo, pois
serão criações conscienciais de si mesmos.

Nessa suposta ordem decrescente e redutora, a Fonte Máxima de Energia, que é Deus, desce
vibratoriamente e vai compondo novas consciências cada vez menores, sem que por isso fique fora delas,
terminando por compor as galáxias, os sistemas estelares, os orbes, os satélites, asteróides e poeiras
siderais, onde se reconhece a respectiva graduação de subseqüentes consciências espirituais, que
comandam, em ordem decrescente, mas sempre obedecem hierarquicamente à imediata vontade mais alta.

Todas as galáxias possíveis de serem evocadas mentalmente formam o corpo de um Arcanjo Cósmico,
que por sua vez coordena harmoniosamente os Arcanjos de cada galáxia; em cada uma delas, o seu
Arcanjo Galaxial controla os respectivos sistemas solares e seus orbes, cujos Arcanjos Solares ou Logoi
Solares disciplinam e provêm cada sistema sob a sua direção mental e espiritual, materializam e alimentam
a substância e os orbes de seus sistemas.

Cada orbe, por sua vez, possui seu Arcanjo Planetário, do qual é o corpo visível, o verdadeiro
coordenador das necessidades dos reinos, seres e coisas ali existentes, e que constitui apenas a
materialização exterior de sua “vontade espiritual”, ligada ao rosário infinito de outras vontades maiores, que
se fundem na Vontade Última, que é Deus. A Terra, em particular, é a forma visível de uma vontade
espiritual que a comanda no seu campo interior e que a criou sob o ritmo da Vontade Maior, descida do Pai,
através dos seus prepostos que afloram cada vez mais à forma exterior, vontade essa conhecida como
Logos ou Cristo Planetário.

O Anjo ou “Deva Menor” é ainda capaz de atuar no mundo material, cuja possibilidade a própria Bíblia
simboliza pelos sete degraus da escada de Jacó, mas o Arcanjo não pode mais deixar o seu mundo divino e
efetuar qualquer ligação direta com a matéria, pois já abandonou, em definitivo, todos os veículos
intermediários (corpos sutis de evolução) que lhe facultariam tal possibilidade.

A fim de poder encarnar-se na Terra, Jesus de Nazaré, espírito angélico ainda passível de atuar nas formas
físicas, teve de reconstituir as matrizes perispirituais usadas noutros mundos materiais extintos. Jesus de
Nazaré, como agente da Entidade sob cuja jurisdição e dependência a Terra se encontra (o Logos
Planetário da Terra), como mundo formado em um sistema planetário, concorreu à formação de nosso
globo e de todos os seres que o habitam, passando a ser Governador Planetário.

O Cristo Planetário é uma entidade arcangélica, enquanto Jesus de Nazaré, espírito


sublime e angélico, foi seu médium mais perfeito na Terra. Cristo é um Arcanjo
Planetário, enquanto Jesus é o Anjo governador da humanidade terrícola.

Jesus é a mais Alta Consciência Diretora da humanidade terrena, mas não do Planeta Terra, porque ainda
permanece diretamente em contato psicofísico com as consciências terrícolas encarnadas ou não. Ele é o
Elo Divino e o mais lídimo representante de aspecto humano que se liga diretamente à Sublime
Consciência do Arcanjo Planetário da Terra.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 20

O Comando Sideral do Sistema Solar (o Logos Solar) atua no Arcanjo do Planeta Terra, e este na imediata
consciência espiritual abaixo de si e em condições receptivas de sentí-lo e cumprir-lhe a vontade no mundo
físico: o insigne Jesus. O mestre angélico, além de ser o Governador Espiritual de nossa humanidade,
participou da Assembléia Sideral em que o Arcanjo Espírito do Planeta Terra mentalizou os planos
preliminares para a formação de nosso orbe, em perfeita conexão com os projetos maiores do Arcanjo ou
Logos Solar do Sistema Solar.

A jurisdição de Jesus assemelha-se a sublime janela viva que se abre na forma material para que o Arcanjo
Planetário “veja” e “sinta” o que deve providenciar em seu interior espiritual para atender à progressiva
eclosão das consciências humanas delineadas na matéria terráquea.

Ante a incessante ascensão espiritual de Jesus e o seu conhecimento cada vez mais extenso sobre a
consciência coletiva de nossa humanidade, acredita-se que no próximo Grande Plano ele provavelmente se
torne um Arcanjo coordenador na criação dos mundos, sob a jurisdição direta de outro Logos Solar. Um
Arcanjo, Logos Planetário ou Solar, representa a miniatura de todos os atributos de Deus, como seja a
Sabedoria, o Poder, a Vontade, a Justiça e, obviamente, o Amor, que é o princípio crístico.

Durante o período sob cada signo da tradição astrológica relacionada ao planeta Terra, que dura exatos
2.160 anos, é destacado um dos aspectos do Logos Planetário, condizente com o atributo que deve ser
desenvolvido e cultuado pela humanidade terrena em evoluçãodurante o período de vigência desse signo.

Como o Amor foi o principal motivo destacado nos atributos do Logos do Planeta Terra para ser cultuado
pelo homem, sob a vibração amorosa do signo de Piscis, todas as atividades missionárias e incentivadoras
de nosso mundo atual giram em torno do aspecto CRISTO, ou seja, em torno da manifestação absoluta do
Amor, um dos aspectos sublimes desse Arcanjo Planetário, a ser cultuado à parte, em correspondência com
o favorecimento do magnetismo astrológico em vigor.

O Cristo Cósmico, em sua generalidade, é oSegundo Princípio emanado de Deus que, na forma do
Amor, serve de coesão entre o seu Pensamento Original Incriado e os mundos que os Arcanjos ou
Engenheiros Siderais revelam sob a vontade divina; significa, portanto, o estado absoluto do Amor no
Cosmo, cimento de coesão entre os astros, e luz pura que alimenta o amor entre os seres.

O Cristo revela-se em Deus na plenitude do Amor Eterno; o Cristo Galaxial é o próprio


Logos ou Arcanjo das galáxias, mas destacado na sua expressão de Amor sobre os seus
demais princípios de Poder, Sabedoria e da Vontade criadora. OCristo Solar também é o
mesmo Logos Solar, porém acentuado sideralmente no princípio do Amor e distinguido
do Poder, da Vontade e da Sabedoria Solar. O Cristo da Terra, conseqüentemente, é a
expressão absoluta do Amor do próprio Arcanjo de nosso planeta.

A ação angélica pode ser mais íntima e sutil, ou mais periférica e indireta, tanto quanto for a natureza e o
aprimoramento de cada reino ou espécie onde ele atua.

5.2 A AÇÃO DOS DEVAS MENORES

Os Devas Menores ainda representam um elevado estado do psiquismo Cósmico, mas já se constituem nas
consciências psíquicas que comandam os diversos reinos da natureza (chamados nesse caso de
“Psiquismo Diretor”), e ainda se subdividem em novos sub-comandos instintivos e responsáveis por cada
espécie diferente de mineral, vegetal e animal de cada reino: as “Almas-Grupo” ou “Espíritos-Grupo”.

Os Devas Menores atuam nos diversos reinos da natureza operando intimamente desde o
reino mineral, vegetal e animal e principalmente hominal. Senhores do psiquismo, pródigos
de sabedoria e poder criativo, eles criam, disciplinam, orientam, aperfeiçoam e sublimam
todas as manifestações de Vida nos mais diversos planos e regiões dos orbes físicos.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
3. O Plano da Criação Divina 21

Fontes bibliográficas:

1. Maes, Hercílio. O Evangelho à Luz do Cosmo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 1987.

2. Maes, Hercílio. O Sublime Peregrino – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 7 ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1990.

3. Maes, Hercílio. Mensagens do Astral – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 9 ed. São Paulo:
Freitas Bastos, 1989.

4. Feraudy, Roger. Umbanda, essa desconhecida – 1 ed. Porto Alegre: FEEU, 1984.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 2

No sexto plano cósmico, onde se disciplina a primeira descida dos espíritos virginais a caminho da matéria,
através das sete regiões de ascensão angélica, os Engenheiros Siderais, dotados de poder e da força
criadora, condensam e avivam o espírito descido até o microcosmo, e ativam-lhe a dinâmica ascensional.

A ação do Logos, em sua manifestação, consiste em nutrir as essências espirituais até que
possam atingir o grau de individualidade, tal qual mãe extremosa que vela por seu filho, que
o nutre enquanto embrião, até que ele possa ter uma existência separada, como uma
entidade autoconsciente.

O espírito do homem, como fragmento do espírito de Deus, descido à forma exterior da matéria, possui,
portanto, no seu invólucro perispiritual a miniatura de todas as energias e substâncias do Cosmo.
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 3

O espírito puro, nessa tradicional descida angélica até atingir a substância física,vai incorporando
gradativamente os elementos de todos os planos que se situam no caminho. Em sentido contrário, as
adaptações imaturas para o “mais alto” sempre oferecem maiores dificuldades, porque exigem um processo
de vigorosa libertação das energias inferiores.

Vezes há em que a própria vontade e a capacidade do espírito são débeis para a ascensão, enquanto que
as adaptações para os planos inferiores são mais fáceis porque ele comanda energias também inferiores e
se deixa plasmar pelo vigor atuante do “mais baixo”.

O espírito é o “agente” que concretiza, progressivamente, todos os pensamentos contidos na Mente Divina
e que, como centelha, evolui da inconsciência de grupos instintivos de reinos inferiores para a forma de
consciência individual humana, quando então se dá o despertar do raciocínio, da hipnose animal para a
ascese angélica! Essa interminável sucessão de movimentos ascensionais é sempre assistida por
inteligências cada vez mais altas na infinita hierarquia espiritual.

Assim como o espírito que ainda habita o organismo do homem das cavernas precisa de um guia que lhe
sobrepuje apenas a precária inteligência e o sentimento, e lhe conheça de perto as primeiras necessidades,
uma consciência tão ampla, como a de Jesus, inspira-se pela sublime entidade que é oArcanjo Gabriel,
Espírito Planetário (Logos Planetário da Terra), diretamente ligado ao Logos do Sistema Solar.

3. “DESCIDA ANGÉLICA” OU DESCENSO VIBRATÓRIO DO PSIQUISMO CÓSMICO

A metamorfose macrocósmica de Deus se dá no processo inverso da metamorfose microcósmica do


homem! Considerando-se que Deus é o Todo ilimitado, que interpenetra, coordena e ativa a vida universal,
é evidente que esse Psiquismo Cósmico gradua-se em diversas freqüências vibratórias, a fim de poder
governar tão eficiente e coerentemente uma galáxia ou constelação de astros, como se ajustar às
necessidades sutis e ínfimas de um simples átomo de hidrogênio.

Para tanto, a Mente Universal exerce a sua ação criativa e aperfeiçoativa através de entidades espirituais,
numa ação psíquica “transformativa”, que reduz vibratoriamente a Energia Cósmica Divina até ajustar-se ao
nível modesto de uma vida humana.

Assim, as indescritíveis consciências arcangélicas, que lembram fabulosos transformadores vivos e


receptivos à elevada voltagem divina do Criador, passam a ser os doadores de energia sideral mais
reduzida e adaptada às consciências menos capacitadas.

O Psiquismo Cósmico, nessa transformação de voltagem sideral, e sem qualquer alteração em sua Unidade
Eterna, atinge a todos os núcleos de consciência e de vida.

Todas as formas de vida estão impregnadas dos princípios espirituais; tudo tem alma e tudo
evolui para os estados mais sublimes, desde o elétron que rodopia no seio do átomo até as
galáxias.

Assim, todos os orbes físicos estão interpenetrados entre si, não só pelo pensamento de vida, de Deus,
como por todas as energias que se incorporam na descida angélica para a fase de matéria ou energia
condensada.

No decrescimento vibratório, desde o Arcanjo até a consciência humana, o Psiquismo Cósmico abrange
desde as partículas subatômicas até a estrutura física dos orbes e da singeleza unicelular e psíquica do
vírus, e à complexidade do homem! E depois faz o retorno pela “via interna”, quando o potencial divino
adormecido desperta no microcosmo, em incessante ascensão para o macrocosmo.

Os velhos mestres da filosofia oriental já pressentiam a lógica domonismo, doutrina que melhor resiste à
lógica do pensamento humano ante o vertiginoso progresso científico, inclusive da física nuclear, que assim
verifica a incontestável fusão das concepções espiritual e materialista na sutilíssima fase intermediária da
energia.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 4

Há um só comando em todo o Universo, que é monista! Para fins de mais fácil compreensão, pode-se
considerar o Universo governado pelo Psiquismo Cósmico, ou a própria Consciência Espiritual de Deus.

Entretanto, não é o Psiquismo Cósmico que “desce” através de galáxias, constelações, sistemas planetários
e reinos da natureza, desde o mineral até o hominal! Sob tal hipótese, então já deveriam preexistir essas
galáxias e constelações muito antes do Psiquismo Cósmico efetuar a sua descida vibratória. Na verdade,
trata-se das próprias fases ou etapas criativas, que ocorrem posteriormente no seio do Criador.

As galáxias, constelações ou sistemas planetários e os vários reinos da natureza que


constituem os orbes físicos, são manifestações ou materializações do Psiquismo Cósmico,
na sua descida vibratória criativa.

O Magnânimo Criador ativa incessantemente os sucessivos “Grandes Planos” ou“Manvantaras” da Criação


com o propósito divino de conduzir as suas criaturas à sublime condição angélica.

O homem sente em sua intimidade essa potencialização, que o impulsiona para as expressões mais
sublimes da vida, a partir do próprio conflito entre o instinto que o imanta à matéria e o espírito que o
convoca para Deus, embora muitas vezes isso o leve a praticar equívocos que exigirão futuras retificações,
comandadas pela Lei do Carma.

Há um esquema sideral do Cosmo, sintetizado em cada ser, que o programa para


despertar e desenvolver o potencial de energias criativas, como reflexo do próprio Deus.

4. ATUAÇÃO DO PSIQUISMO CÓSMICO NOS REINOS DA NATUREZA

Algum bom senso e um pouco de acuidade espiritual ajudam a comprovar que a Vontade, Sabedoria,
Beleza e Poder Divino estão latentes em toda a multiplicidade de expressões macro ou microcósmicas da
Vida. Em conseqüência, é sintomático que a mais sábia e venturosa finalidade da existência é a
transformação das potencialidades latentes na intimidade de todos os seres em poderes ativos e com
crescentes resultados criativos.

Há um sentido, um rumo ou objetivo criador de ordem superior, mesmo nos seres mais
execráveis, que comprova a generosa manifestação Divina, sem qualquer preferência, no
sentido de incessante evolução!

Nos próprios reinos da Natureza, onde, para alguns, tudo já está feito, pode-se observar essa tendência de
aprimoramento e beleza, como fatores de progresso que existem nas espécies de organizações mais
simples, ou mesmo nas criações consideradas mais inúteis.

Há um ideal superior para a consciência do reino mineral, que se manifesta no brilho facetado do quartzo
ou do diamante; é a beleza e a solidez da forma.

Para a consciência vegetal, o seu ideal é a multiplicidade de estruturas e formas, numa verdadeira orgia de
criatividade, onde a forma, a beleza, a complexidade fundem-se no fenômeno que manifesta as cores e a
fragrância odorífera das flores.

Para a consciência animal vale o instinto das satisfações físicas e também o despertar da sensibilidade.

Quando essas manifestações atingem a condição hominal ou humana, então surgem o pensamento e o
raciocínio, capazes de criar as mais complexas teorias no campo da abstração, manifestação mais evidente
dos poderes divinos latentes e criativos, que dormitavam nos reinos anteriores.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 5

A ação da lei do progresso e de economia da Vida, que age e interpenetra tudo, comprova que Deus opera
incessantemente sobre todos os seres e as coisas, no sentido de maior sobrevivência e mais breve
aperfeiçoamento da criação.

Na sua incessante “descida vibratória”, o Psiquismo Cósmico parece fragmentar-se na miniatura da


humanidade, mas isso é tão somente redução de potencialidade que, sob misteriosa atração, faz os seres
se unirem para o retorno consciente à intimidade do próprio Criador!

É a vontade conduzindo à onipotência, a sabedoria à onipresença e o intelecto à onisciência!

Não existem fronteiras ou linhas divisórias rígidas e bem definidas entre os diversos reinos da natureza; há
uma incessante e sucessiva evolução do reino mineral até o reino hominal.

Em cada reino se observa uma graduação que vai do mais simples ao mais complexo, do menos
organizado ao mais organizado, do menos sensível ao mais sensível, demonstrando os diversos graus
evolutivos e a passagem gradativa de um para outro reino.

Sempre há um vínculo oculto e transcendente, que atua na intimidade da Vida, com a finalidade de dirigir
as forças criativas, embelezando e aperfeiçoando todas as manifestações e expressões do Universo:

“A beleza da cor encontrada na forma das pedras preciosas, como a safira e a esmeralda, após a longa
experimentação da Consciência Psíquica no reino mineral, evolui manifestando-se mais livre na variedade
caleidoscópica dos incontáveis tipos de flores que, vivas e perfumadas, a bailarem nas hastes dos vegetais,
lembram pedras preciosas irrequietas. Novo triunfo da Natureza ocorre quando as irisadas borboletas, em
jubilosa liberdade, simbolizam as próprias flores, desobrigadas da limitação das hastes dos vegetais!”

O Psiquismo é que plasma, elabora todas as formas do mundo físico e intervém na atividade morfológica
criativa, efetuando experiências e promovendo iniciativas para o incessante aperfeiçoamento da própria
Criação.

Tudo evolui e se transforma em expressões mais apuradas! A pedra sublima-se no vegetal,


o vegetal no animal e o animal no homem!

Onde termina um reino, inicia-se o seguinte, porém intimamente ligados por umaConsciência Psíquica
que opera instintivamente no âmago de todas as espécies, objetivando sempre o apuro e a beleza da
forma.

Na realidade, o que se presume por “Natureza”, é simplesmente a manifestação da Sabedoria do


Psiquismo, inata, que não atua por acaso, mas cria, coordena, orienta e aperfeiçoa as espécies de todos os
reinos sob a sua responsabilidade.

As diferentes manifestações de vida dos reinos vegetal e animal nos demonstram que essa Natureza, tão
providencial, não passa de uma Inteligência Sideral, um psiquismo sábio, que promove a mobilização de
recursos da motricidade, instinto defensivo e da estratégia, que se completam pela riqueza dos meios de
ataque e proteção.

É por isso que o homem nada inventa de original, mas apenas desenvolve em sua faina racional o que a
própria Natureza já compôs e providenciou, numa manifestação aparentemente eventual ou intuitiva, porém
profundamente sensata, inteligente, produtiva e, sobretudo, diretiva.

Sob o aspecto de generosa providência na continuidade das espécies, essa Sabedoria do Psiquismo
modela nas plantas os órgãos que as firmam no solo ou nas paredes, e produz os espinhos, verdadeiras
garras que ferem, protegendo certas flores contra os impulsos alheios da destruição; orienta o vegetal nos
fenômenos do tropismo, onde os caules heliotrópicos orientam-se para o Sol, as raízes geotrópicas
infiltram-se na terra ou os tipos hidrotrópicos buscam a água.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 6

Essa Sabedoria do Psiquismo, em atuação no reino vegetal, ainda dissemina o pólen das flores, numa clara
demonstração de preocupação com a continuidade da mesma espécie: ora os deposita nas patas dos
insetos, ora os esparge ao mais leve tocar no dorso dos animais ou nas asas das aves, ora através do caldo
dos frutos, transformando todos os seres em novos semeadores das espécies que devem sobreviver.

Num admirável sistema, as flores se destacam pelo fascínio da cor e pela produção de perfume
embriagante e atrativo, cuja finalidade é despertar a atenção de novos propagadores de pólen, sempre com
a finalidade criadora. As espécies vegetais carnívoras também usam desses artifícios e assim prendem os
insetos imprudentes para sua alimentação.

O Comando Psíquico do reino vegetal ainda, através de entidades conhecidas na maioria das lendas
terrenas como gnomos, silfos, fadas e elementais, vitaliza, coordena e aperfeiçoa as incontáveis espécies
de plantas, árvores, flores, ervas ou frutos para fins cada vez mais sublimes. No entanto, são entidades que
obedecem a planos inteligentes traçados pelos espíritos responsáveis pelo progresso do reino vegetal em
concomitância com o reino mineral.

Finalmente, após terminar suas experiências, desde o reino mineral até o reino hominal, a Consciência
Psíquica, cada vez mais evoluída e capacitada em sua sabedoria instintiva, então finda a peregrinação
evolutiva global, para atuar de modo mais particular no homem, no controle do complexo metabolismo, que
a própria ciência ainda não conseguiu desvendar em toda a sua plenitude “psicofísica”.

5. AÇÃO DO PSIQUISMO CÓSMICO NA FISIOLOGIA HUMANA

Sob o invólucro exterior do homem, permanece em ação instintiva e controlada esse gênio invisível da
Sabedoria do Psiquismo, ainda ignorado pelos mais abalizados cientistas do mundo.

Após a multimilenária experiência pelos reinos da Natureza, o Psiquismo Cósmico atua na intimidade
humana, ali manifestando o seu conhecimento e habilidade, adquiridos através de todos os reinos
anteriores ao hominal:

ALGUNS EXEMPLOS DA AÇÃO DA CONSCIÊNCIA PSÍQUICA NA FISIOLOGIA HUMANA

• Faz crescer cabelos, unhas, dentes, ossos, nervos, músculos, ...

• Fabrica linfa, sangue, hormônios, fermentos, bílis, insulina, sucos gástricos, ...

• Providencia a drenação renal, filtração hepática, produção de enzimas, ...

• Ativa o peristaltismo do intestino;

• Regula a pressão de vesícula;

• Controla a portinhola do piloro; Substitui as células e os tecidos gastos;

• Extermina e desintegra os eritrócitos envelhecidos do baço;

• Queima o excesso de glicose;

• Exerce ação terapêutica, cicatrizante e anti-séptica ante o primeiro ferimento (mesmo que ignorado pelo
seu portador).

Tudo isso é efetuado sem o conhecimento consciente do homem, que assim não se atrapalha em suas
atividades cotidianas, exercendo-as plenamente enquanto na sua intimidade o Gênio Psíquico trabalha,
produzindo, controlando, retificando e, acima de tudo, aperfeiçoando a maravilhosa armadura humana que
veste o futuro anjo!

O homem é o produto final ou resultado superior da ação do Psiquismo Diretor através dos reinos da
Natureza, ou seja, da metamorfose incessante das espécies inferiores até as elaborações superiores,
processo em que a Natureza Divina despende milhões de anos a fim de elaborar o maravilhoso maquinário
carnal, que então serve para o espírito finalmente individualizado organizar a mente humana e se
manifestar educativamente nos planetas, que funcionam como espécie de estabelecimentos pedagógicos.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 7

A matéria sublima-se até organizar o corpo físico, resultante de um labor


minucioso e adequado à vida de relação e comunicação do homem!

O corpo humano, portanto, é uma organização produto de longa e seletiva pesquisa em todos os reinos da
chamada Natureza, que funcionam à guisa de verdadeiros compartimentos laboratoriais das operações
experimentais e criativas, desde o protozoário ao animal, desde o homem até o arcanjo.

Em verdade, o percurso é fastidioso e quase imperceptível, até que o minério bruto, passando pelo
laboratório vegetal, termina a modelação de uma vestimenta carnal compatível para um Cristo Jesus! Mas
no convencionalismo do tempo e espaço, é ainda mais longa e fatigante a senda para a centelha espiritual
do homem despertar para a sua responsabilidade consciente e criativa no seio do Universo.

Jamais a mente humana poderá aquilatar a escadaria infinita que toda alma deve
percorrer até a metamorfose indescritível do ser humano à condição de arcanjo galaxial !

Ninguém pode definir e avaliar, em medidas compreensíveis à mente humana, o caminho percorrido pelo
binômio “alma-corpo”, pelos vários reinos da Natureza, através dos incontáveis “Grandes Planos” ou
“Manvantaras”, que abrangem a criação e o desfazimento dos Universos físicos.

REINO REINO REINO REINO REINO


→ VEGETAL → ANIMAL → HOMINAL → ANGELICAL
MINERAL
(sensação) (irritabilidade) (instinto) (inteligência) (sabedoria)

Átomo por átomo, molécula por molécula, célula por célula, vão se organizando os sistemas solares e, de
auscultação em auscultação, experiência em experiência, incessantemente repetidas e recapituladas, o
Psiquismo Divino, após interpretar o Universo e subdividir-se por todos os orbes e reinos dos mundos, em
freqüências ajustadas aos mais variados fenômenos, tece e modela novos “deuses”, numa apoteose
criadora, aumentando eternamente a corte do Magnânimo Senhor Autor da Vida!

6. A AÇÃO DO PSIQUISMO DIRETOR

Sem dúvida, há em cada reino da Natureza uma consciência psíquica instintiva e particularizada, que atua
em determinada faixa e freqüência vibratória, vinculada à Mente Universal. Cumpre-lhe, especificamente
aperfeiçoar as espécies minerais, vegetais e as próprias espécies animais, coordenando a distribuição da
Substância e orientando, num sentido de despertamento e progresso, as espécies de cada reino.

Cada reino da Natureza possui o seu “Psiquismo Diretor” responsável pelas criações e transformações
ocorridas nesse reino, e que orienta a sua transposição para outro reino mais evoluído:

REINO AÇÃO DO RESPECTIVO PSIQUISMO DIRETOR

MINERAL determina a composição e a configuração de todos os minerais do orbe

VEGETAL plasma as inumeráveis espécies pertencentes à flora

ANIMAL responsável por todas as espécies zoológicas viventes no planeta

Sob tal comando e progresso incessante, esse mesmo psiquismo instintivo amolda e apura os minerais,
incorporando-os aos vegetais e, em seguida, os ajusta às espécies animais, providenciando a contextura do
organismo carnal anátomo-fisiológico, que deverá servir para o futuro homem.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 8

É por isso que a própria ciência humana comprova que existe umadireção, um sentido orientativo e
disciplinado na cristalização de alguns minerais.

Observa-se uma espécie de “arquétipo oculto”, que além de proporcionar a necessária composição
química, que se traduz por propriedades físico-químicas, ainda confere aos minerais as características
geométricas de cada tipo, a distribuição harmoniosa das cores, os aspectos e as variedades peculiares de
cada espécie.

Sob essa ordem, previamente esquematizada pela Lei Divina, é que opera aconsciência instintiva e diretora
do reino mineral, ou seja, o seu Psiquismo Diretor. Nada é procedido ao acaso, mas existe um método na
criação, cujos princípios agora a ciência começa a sentir e desvendá-los, eliminando a velha nomenclatura
da mística dos alquimistas.

Em cada mineral criado, há outras características observáveis que, por força de valências ou tipos atômicos,
lhe confere nova qualidade ou propriedade particular, tal como condutibilidade elétrica, brilho, estado de
agregação molecular, etc ...

O Psiquismo “dorme” no mineral, “sonha” no vegetal,


“desperta” no animal, “vive” no homem e “cria” no anjo!

A ação psíquica dessa consciência instintiva, em operação em cada reino da Natureza, difere em ação,
capacidade, graduação, poder e resultado progressista de consciência psíquica de um para outro reino, se
confrontados seu estado físico e sua graduação evolutiva.

Exemplificando, há considerável diferença entre o comando psíquico que atua instintivamente no reino
mineral, caracterizado somente pela forma, em relação ao comando psíquico responsável pela complicada
fisiologia do vegetal.

Igualmente, essa diversidade ainda é bem maior entre a ação da consciência psíquica que atua no reino
vegetal e a correspondente em atuação no reino animal, cujas espécies estão desligadas do solo, ensaiam
as primeiras simbolizações sonoras e já atuam em conjuntos afins, sob o controle das “almas-grupo”.

7. ALMA-GRUPO OU ESPÍRITO-GRUPO

Cada espécie que participa na composição de um reino da Natureza, constitui-se num “todo vivo”,
governado por um centro de consciência instintiva, conhecida como “alma-grupo” ou “espírito-grupo” desde
os pródromos da humanidade oriental.

Esse centro psíquico ou “alma-grupo” é responsável pelas características, temperamento, ações e reações
de certa espécie do reino mineral, vegetal ou animal.

Enquanto cada Psiquismo Diretor é mais propriamente um “campo-psíquico” total que abrange,
interpenetra, incentiva, inter-relaciona e aperfeiçoa cada reino da Natureza de forma global, a
Alma-Grupo, em contrapartida, já é um comando mais personalizado, mais particularizado, que
governa cada espécie desse reino.

No reino mineral, por exemplo, existe uma alma-grupo para cada tipo de minério; no reino vegetal, o
Psiquismo atua por diversos subcomandos psíquicos, conhecidos por almas-grupo, que regem cada
espécie vegetal, como a espécie pinheiro, pitangueira, repolho ou cedro; e, finalmente, no reino animal
governam as almas-grupo das águias, serpentes, peixes e elefantes, por exemplo.

Por haver, ainda, diferenças de nutrição e de experiências psíquicas, a alma-grupo de um certo tipo de
mineral, de certa espécie de ave ou de animal, pode ainda substabelecer comandos psíquicos menores,
com o critério de velar e desenvolver espécies variadas do mesmo gênero.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 9

Particularizando, dentro do próprio reino animal há o subcomando psíquico que rege a formação,
desenvolvimento e progresso dos mamíferos, que se subdivide ainda em outros comandos-grupos de
raposas, cães, elefantes e outros componentes.

Igualmente, outro subcomando psíquico atua nos insetos e é constituído pelas almas-grupo das borboletas,
pulgas, gafanhotos, besouros, entre outros, e assim sucessivamente, seguindo de modo aproximado a
escala biológica estabelecida pelas tentativas de sistematização zoológica ou fitológica engendradas pela
Ciência.

Quanto mais apurada é a alma-grupo de uma espécie em particular, mais se mostram


hábeis, adaptáveis ou sensíveis os componentes que constituem o seu corpo
coletivo, porque já é maior o fluxo ou a filtragem da sabedoria do seu psiquismo diretor.

Exemplificando a ação particularizada de cada alma-grupo, enquanto a alma-grupo do peixe “tainha” só


consegue lhe proporcionar a melhor orientação possível para a sua sobrevivência, tão somente lhe ativando
o instinto de defesa ou fuga, nutrição ou procriação, já a alma-grupo psiquicamente mais apurada da
espécie golfinho chega a dar-lhe condições de adquirir, sob treinamento, hábitos que indicam uma
inteligência rudimentar.

Enquanto o psiquismo-diretor comanda e incentiva a vida instintiva do reino vegetal ou animal, a alma-grupo
trabalha e governa mais particularmente cada tipo caracterizado à parte, definindo-lhes as propriedades,
que cumprem determinada função no esquema global da criação do mundo físico.

Cada uma das unidades de vida de uma certa alma-grupo, quando aparece no mundo ligada a um
organismo, vem provida da soma total de experiências adquiridas por toda a alma-grupo com a construção
dos organismos precedentes.

Cada unidade, pela morte do organismo, volta à alma-grupo e lhe traz, como contribuição, o que adquiriu
em capacidade de reagir às excitações anteriores, conforme os métodos novos.

8. AÇÃO DAS ALMAS-GRUPO x EVOLUÇÃO

Pode-se precipitadamente concluir que alguns animais já são espíritos movendo-se em organismos em vias
de aperfeiçoamento para a condição humana; entretanto, convém entender que o espírito já é uma
individualidade, um centro de consciência particularizada, dotado de capacidade analítica de sentir-se e
saber-se existente por meio do próprio raciocínio.

No entanto, o animal ainda vive e sente através de sua alma-grupo, que pode ser considerada o espírito
global da sua espécie em particular.

Assim, todos os cães agem e reagem da mesma forma e entendimento, sem quaisquer ações definidas ou
à parte, que os distinguam de sua alma-grupo.

Para um cão ou um cavalo agir de modo individual, com características diferentes das que a sua alma-
grupo impõe coletivamente, então seria preciso que ele já possuísse alguma substância mental, que é
justamente a base fundamental do raciocínio e, conseqüentemente, o princípio que permite a elaboração de
uma consciência particularizada.

Embora o pano de fundo da consciência psíquica coletiva dos reinos e das espécies de seres do mundo,
tanto quanto as consciências individualizadas dos homens, seja a própria Consciência de Deus, há perfeita
distinção entre o “psiquismo”, que é a base da vida espiritual, e o “espírito”, entidade já distinguida no
tempo e no espaço.

O organismo carnal do homem é o refinamento final de todos os testes e experiências do psiquismo, após
as múltiplas passagens através de todos os reinos da Natureza, especialmente pelo reino animal, até lograr
a metamorfose da consciência humana.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 10

Como o homem representa a síntese de toda a escala evolutiva até o seu estágio atual, cada
homem tem o seu psiquismo representado pelas experiências adquiridas e endereçadas
para as novas experiências a adquirir.

Na figura do macaco, a Sabedoria do Psiquismo ainda é instinto, que preserva e imita; jamais cria e resolve
simples problemas. Falta-lhe a riqueza de simbolização, que é a base do pensamento intuitivo e lógico;
também é mínima a substância que lhe irriga os lobos frontais, o que lhe impede a síntese e análise de
conceitos, fundamentos da razão necessária à escalonada humana em direção à linhagem angélica. Em
conseqüência, há uma relação entre a estrutura orgânica e o nível evolutivo do ser, em que o êxito de sua
manifestação também requer uma organização que lhe corresponda às atividades mentais e mesmo
espirituais.

Os animais não são espíritos definitivos ou entidades conscientes, mas apenas vinculadas
à alma-grupo governante da espécie, por cujo motivo as suas ações e reações são
peculiares a todos da mesma espécie.

Exemplificando, há uma instintividade única numa manada de elefantes e num cardume de peixes. Em tal
caso, não há fragmentação do psiquismo coletivo, ou da alma-grupo, que ali atua, pois a reação é
semelhante e idêntica em qualquer membro da mesma espécie, seja qual for a situação de defesa ou
ataque pela sobrevivência.

É o caso do peixe: a reação de um peixe no oceano Atlântico, Pacífico ou Índico é exatamente a mesma,
isoladamente ou em cardume, porque, sob o estímulo global e coordenador de sua alma-grupo, ele só
manifesta uma reação coletiva idêntica ou semelhante.

EXEMPLOS DA PRECISÃO DA AÇÃO GLOBAL DA ALMA-GRUPO

• Todos os salmões nadam contra a correnteza e saltam para águas mais altas nos rios da
América do Norte por ocasião da desova;

• Todas as abelhas constroem os seus favos de mel sob a mesma escala matemática;
• Todos os joões-de-barro fazem suas casas contra a próxima tempestade;
• Todas as formigas possuem o mesmo instinto de orientação.

Em conseqüência, para que um determinado indivíduo manifeste reações diferentes dos demais indivíduos
da mesma espécie animal, seria preciso que já possuísse algumanoção particular de si mesmo, o que o
faria reagir de modo algo diferente do instinto psíquico global de sua alma-grupo. Entretanto, os animais
selvagens manifestam reações uníssonas e semelhantes em qualquer circunstância de defesa, agressão,
nutrição ou procriação, porque todos os membros da mesma espécie constituem uma só vestimenta
física de sua alma-grupo, malgrado a diferença de latitudes e climas geográficos.

Quando ainda se trata de espécie selvagem, sem qualquer influência do homem, só lhe atua um instinto
global que orienta os seus integrantes para a conduta mais certa ou busca da sobrevivência, porque são
apenas unidades físicas dirigidas pelo instinto específico do mesmo comando grupal psíquico.

9. FRAGMENTAÇÃO OU DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DAS ALMAS-


GRUPO DAS ESPÉCIES MAIS EVOLUIDAS DO REINO ANIMAL

Um cardume de peixes, um bando de gafanhotos, uma alcatéia de lobos, são exemplos de espécies
coletivas do reino animal que agem sob um mesmo caráter instintivo, movem-se pelaação diretora de um
só Psiquismo, com suas reações perfeitamente idênticas.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 11

É um agrupamento que difere dos conjuntos animais de maior adiantamento, como os do cão, do gato ou
do cavalo, em que se pode verificar a fragmentação da “consciência de grupo”, pois alguns
componentes dessas espécies já revelam reações, gostos e preferências nitidamente individuais.

Há na espécie canina, por exemplo, certos tipos de animais que se distinguem do conjunto, revelando
emoções à parte: há o cão destemido que ataca de frente, e há o cão traiçoeiro, vingativo, que agride pela
retaguarda; enquanto o cão pacífico festeja o seu dono, esquecido da surra que levou, outro cão guarda
rancor para com ele e nunca mais esquece seu algoz.

Só depois que os animais ultimam todas as experiências determinadas e coordenadas por


sua alma-grupo é que então se verificam as primeiras oscilações ou características
individuais, que esboçam alguma individualização à parte; sob tal progresso psíquico, já é
possível observar alguma reação ou ação mais individualizada, em qualquer componente da
mesma espécie.

Encerrando o curso de instintividade global psíquica, regida pela alma-grupo de certa espécie do reino
animal, então se iniciam as primeiras fragmentações ou diferenciações psíquicas no animal ou na ave,
por exemplo um princípio de paixão, simpatia ou antipatia, que discrepa dos demais membros do conjunto.

Na Consciência Total de Deus, vão-se constituindo ou se fragmentando novos grupos de consciências


espirituais coletivas, que então abrangem e coordenam de modo instintivo todas as espécies de animais e
demais seres, disciplinando-lhes o progresso em grupos ligados pela mesma afinidade. Assim, permanece
sempre ativa uma “consciência-grupo” que dirige cada raça animal no mundo físico, seja a espécie bovina,
a eqüina ou a do peixe no oceano.

Entretanto, no seio dessas espécies ou raças, que são o prolongamento instintivo de uma consciência
diretora nos seus próprios componentes, vão-se destacando certas características psíquicas isoladas, que
pouco a pouco passam a constituir novas consciências menores movendo-se na corrente da vida, e
assumindo os deveres e as responsabilidades compatíveis com o seu entendimento já desperto.

Desse modo é que a espécie cães selvagens é um conjunto animal mais fácil de ser coordenado e dirigido
pela sua consciência psíquica diretora, porque, embora formando um agrupamento instintivo de vários
milhares ou milhões de cães, ainda funciona e só reage como uma peça homogênea, sem apresentar
quaisquer distinções isoladamente entre os seus componentes.

No entanto, quando se trata de espécie “cão doméstico”, dispersa pelos lares humanos, verifica-se que os
seus descendentes já reagem consciencialmente entre si, quer ainda estejam submetidos ao mesmo
espírito-grupo e sejam oriundos da mesma prole. No seio do psiquismo coletivo da espécie a que
pertencem, os exemplares já prenunciam um entendimento racional à parte,e em alguns até se observam
os primeiros bruxuleios do sentimento humano.

Enquanto os cães selvagens manifestam uma só índole instintiva, feroz e idêntica em toda a sua espécie
racial, os cães domésticos, sob a influência do homem, diferenciam-se de modo notável. Há desde o cão
heróico, o covarde, o valente, o flegmático e o jovial, assim como o animal ressentido, que não olvida os
maus tratos, até aquele que a dor inesquecível o faz morrer junto à sepultura do dono a quem se afeiçoou.

À medida que, na mesma espécie animal, os seus componentes vão-se distinguindo pela formação de uma
consciência individual destacada do seu espírito-grupo diretor, também a Lei Cármica que dirige o conjunto
passa a atuar com mais particularidade para lhes acelerar o progresso psíquico.

Ela os impulsiona para objetivos mais inteligentes e elevados sob a visão do homem e, quando preciso,
providencia até a transferência do animal para outros orbes, onde encontra condições mais favoráveis para
apressar a sua formação consciencial.

O que rege as espécies inferiores e coordena-lhes os movimentos evolutivos é o próprio determinismo


evolutivo, ou seja, a ação do Carma sobre os espíritos-grupo, que coordenam e dirigem as espécies
animais como uma só consciência coletiva, pois que orienta todo o conjunto ou espécie animal pela qual é
responsável, a fim de induzi-lo a agir de modo mais acertado e proveitoso.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 12

Mas, com o decorrer do tempo e a intervenção do homem, não tardam a se processar as fragmentações
psíquicas, que logo fazem distinguir as reações dos exemplares entre si e os destacam individualmente no
seio do psiquismo instintivo e uniforme do “espírito-grupo” dirigente. Independentemente do controle geral
da espécie ou raça, a Lei se desdobra orientando cada exemplar para que consiga a sua emancipação
individual.

10. DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DAS ALMAS-GRUPO DAS ESPÉCIES


DO REINO ANIMAL DOMESTICADAS OU SOB OS CUIDADOS DO HOMEM

Um cardume de peixes, um bando de gafanhotos ou uma alcatéia de lobos, espécies coletivas do reino
animal, agem sob um mesmo caráter instintivo, movendo-se pela ação diretora de um só psiquismo, com
suas reações perfeitamente idênticas. É um agrupamento que difere dos conjuntos animais de mais
adiantamento, como os do cão, do gato ou do cavalo, em que se pode verificar a fragmentação da
“consciência de grupo”, pois alguns componentes dessas espécies revelam reações, gostos e preferências
nitidamente individuais.

Há na espécie canina, por exemplo, certos tipos de animais que se distinguem do conjunto, revelando
emoções à parte; há o cão destemido, que ataca de frente, e há o cão traiçoeiro, vingativo, que agride pela
retaguarda. Enquanto o cão pacífico festeja o seu dono, esquecido da surra que levou, outro guarda rancor
para com ele e nunca mais esquece do seu algoz!

Uma ninhada de animais selvagens que, por exemplo, nasce no ambiente civilizado do homem, se
desvincula, pouco a pouco, do comando rígido e psíquico de sua alma-grupo correspondente, devido aos
novos estímulos, iniciativas e disciplinas próprias da vivência humana. Os membros dessa ninhada
principiam a reagir de modo mais individual entre si, embora apagadamente, sob a influência cotidiana dos
seus donos e dos demais componentes do ambiente onde vivem. A própria forma de o animal ser tratado
pelo seu dono influi-lhe frontalmente nos seus hábitos, o que desperta no animal reações, defesas e
recursos bem diferentes dos costumes coletivos.

Sob a força do domínio do homem, em face de sua insegurança num meio estranho à sua índole selvática,
onde lhe cerceiam todo impacto instintivo e de sobrevivência natural, o animal selvagem domesticado é
obrigado a mobilizar recursos novos, muito além da costumeira ação cômoda de sua alma-grupo.

O lobo, valente, feroz, livre e guiado instintivamente para solucionar da melhor maneira as suas
necessidades biológicas, quando domesticado, se transforma, à semelhança do cão surrado, exaurido e
temeroso, pois perdeu parte de sua característica instintiva, modelado pelo treinamento compulsório do
homem, num tipo dócil e obediente, diferente de sua espécie original.

Assim, o lobo selvagem, depois de domesticado, vive mais tempo com sua prole e perde o instinto
atabiliário de enxotá-la, confiando nas facilidades proporcionadas pelo auxílio do homem, criando assim um
novo comportamento que o distingue visivelmente dos hábitos de sua raça ainda selvagem.

O animal selvagem é violento e agressivo na defesa da prole e da própria vida e, após o cio, costuma
acomodar-se com certa tranqüilidade; sob a força ativadora de sua alma-grupo, enxota os filhotes já
crescidos para além do ninho ou da cova em que nasceram. Isto é instinto global e único de todas as
unidades da mesma espécie ou raça; entretanto, devido à vivência junto ao homem que lhe controla as
tendências primitivas sob a amenidade do meio ambiente mais refinado, o instinto feroz tende a se amansar
e a violência a enfraquecer.

Atualmente, alguns animais como o elefante, o cavalo e o macacojá podem vislumbrar algumas noções de
razão, sob fundamento mental, pois já manifestam, de modo insofismável, alguns bruxuleios de inteligência,
dado que podem adquirir diferenças instintivas, pelo treinamento ou comportamento orientando, de forma
semelhante às consciências humanas na fase de infância física.

Quanto ao afeto quase humano (e por vezes mais do que humano) que alguns animais têm demonstrado,
superando por vezes a própria afetividade do homem ainda tão egoísta, isso demonstra que já revelam uma
sensibilização fundamental na esfera do sentimento. Inúmeros casos foram demonstrados de afeto
incomum do animal pelo seu dono, ou de animais de uma espécie que criam ou cuidam de filhotes de
animais de outra espécie.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 13

Mesmo sob maus tratos de seus donos humanos, sob a guante da dor e do sofrimento, os animais
domésticos apuram o seu psiquismo, e apesar de toda a amargura, também principiam a despertar os
primeiros bruxuleios ou alvorada do sentimento, ante a necessidade de melhor se adaptarem às condições
adversas, problemáticas e às surpresas da vida doméstica.

Os peixes, os mariscos e os crustáceos, por exemplo, são “corpos coletivos”, correspondentes de um só


“espírito-grupo”, que lhes dirige o instinto e lhes gera uma reação única e igual em toda a espécie. Um
peixe, fora d’água ou dentro dela, manifesta sempre a mesma reação, igual e exclusiva de todos os demais
peixes do mesmo tipo. Entre milhões de peixes iguais, não se consegue distinguir uma única reação
diferente no conjunto.

No entanto, inúmeras outras espécies de animais já revelam princípios de consciência; podem ser
domesticadas e realizar tarefas distintas entre si. O boi, o suíno, o cão, o carneiro, o cavalo, o elefante, o
camelo já revelam certo entendimento consciencial à parte, em relação às várias funções que são
chamadas a exercer.

Eles requerem cada vez mais a atenção e o auxílio do homem, a fim de se firmarem num sentimento
evolutivo para outros planetas, nos quais as suas raças poderão alcançar melhor desenvolvimento, no
comando de organismos mais adequados às suas características. Quando o seu psiquismo se credenciar
para o comando de cérebros humanos, as suas constituições psicoastrais poderão então retornar ao
planeta Terra e operar na linha evolutiva do homem terreno.

11. A DIFERENCIAÇÃO OU INDIVIDUALIZAÇÃO DA CENTELHA ESPIRITUAL EM


ESPÍRITO IMORTAL E SUA EVOLUÇÃO NO REINO HOMINAL

Deus cria incessantemente novas consciências espirituais em todos os instantes da vida cósmica, que
então se constituem em outras “centelhas” ou “chamas”, com a noção individual de existirem no oceano
de energia Divina. Após o apercebimento de si mesmas, elas iniciam a amplificação de sua consciência
através de incessante expansão psíquica, e que se sucede por todos os reinos e todas as formas dos
mundos.

É evidente que, embora se criem novos espíritos em todos os momentos da Vida Universal, Deus
permanece inalterável em Sua Essência Eterna e, sem qualquer desgaste divino, as novas centelhas ou
chamas particularizadas de Sua Luz então passam a se sentir alguém no comando de sua consciência
individual.

Sob determinado impulso íntimo criador, as partículas de Luz provenientes do Espírito


Cósmico de Deus em certo momento principiam a viver e a se configurar como núcleos de
consciências centralizadas no Universo.

O apercebimento ou a definição psíquica aumenta pelo relacionamento incessante com o próprio mundo
educativo das existências físicas, a fim de compor a sua memória perispiritual no simbolismo do espaço e
do tempo. Eis o início da jornada ininterrupta e eterna do ser espiritual, que desenvolve tanta sabedoria e
noção de existir, quantas sejam as suas experiências educativas no comando dos corpos físicos, ou na
vivência nos mundos extrafísicos, quando desencarnados.

Na forma de “centelhas”, “chamas” ou “partículas luminosas”, eternas e indestrutíveis, os homens são filhos
de Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, a Luz Eterna e Infinita. No âmago da consciência
individual de cada homem, portanto, Deus é o fundamento eterno e a unidade espiritual de todos os seres.
Dessa forma, o homem é um “mini-Deus”, assim como a gota d’água do mar é um mini-oceano, pois o
homem possui em si mesmo a miniatura de todos os atributos do Criador.

Ao se criar um novo espírito no seio de Deus, ele já possui em si mesmo, latente e microscosmicamente, o
conhecimento e a realidade macrocósmica do Universo. Isso acontece, porque a individualização espiritual
do homem só ocorre depois que o Psiquismo Cósmico efetua o seu completo descenso vibratório, ou seja,
a inversão do “macro” até o “microcosmo”.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 14

Os velhos mestres orientalistas já afirmavam, há milênios, que o “macrocosmo”, ou o mundo grande, está
no “microcosmo”, o mundo pequeno, ou seja, “o que está em Deus está em sua criatura”.

O “macrocosmo divino” existe e contém-se na realidade do “microcosmo humano”, que


é o homem. O homem é a miniatura de Deus, e Deus a amplificação cósmica do homem.

O centro de consciência humana, que se organiza individualmente no seio do Psiquismo Cósmico, constitui-
se num campo íntimo, ou na miniatura psíquica do próprio macrocosmo: “O homem foi feito à imagem de
Deus.” Ao despertar individualmente, o espírito humano já possui em si mesmo a miniatura potencializada
do próprio Psiquismo Cósmico de Deus.

A título de exemplificação algo simplista, o “macro-pinheiro” (a araucária), cujos ramos buscam o alto, forte
e resistente na sua configuração definitiva, existiu inteirinho na “miniatura” do pinhão, ou seja, no “micro-
pinheiro”. Pode-se dizer que o pinhão é um pinheiro em miniatura, pois contém dentro de si todos os
atributos da araucária em estado latente, apto e prestes a desenvolvê-los paulatinamente.
Assim que a semente do pinhão é plantada no solo, depois de certo tempo germina e, gradativamente,
vence as adversidades do meio nos seus ajustes para a emancipação, até atingir a configuração gigantesca
decisiva do pinheiro.

É evidente que esse acontecimento ou fenômeno só se concretiza porque na intimidade do próprio pinhão
há todo um pinheiro em estado de latência (em potencial), cujos atributos criativos despertam, e se impõe
na própria razão do crescimento da árvore.
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 15

De modo semelhante, o espírito do homem também é ajustado ao solo das lutas cotidianas, onde deve
romper a crosta da personalidade animal inferior e desenvolver os atributos de Deus existentes em
sua intimidade espiritual, até alcançar a plenitude do anjo consciente, que é a sua Realidade Divina.

O “homem velho”, produto dos instintos da animalidade, também deve morrer, assim como
no fundo da terra o pinhão se modifica de simples semente até originar o pinheiro
majestoso, para em seu lugar renascer o “homem novo”, onde predominam os sentimentos
e a razão, meios para a ascensão angélica!

A consciência individual, ainda virgem e ignorante, mas excitada pelo dinamismo centrífugo, promove a sua
ascese espiritual desde a transformação do átomo em molécula, da molécula em célula, da célula ao
organismo, do organismo animal ao tipo humano, e depois, a metamorfose do homem até a configuração do
arcanjo constelatório.

Os atributos divinos, miniaturizados no espírito do homem, despertam e se amplificam à medida que ele
desenvolve a sua consciência humana na experiência de mais vida, sabedoria e poder. O espírito do
homem, eterno e incorruptível, uma vez desperto, cresce incessantemente, ampliando a consciência e o
sentimento superior, desenvolvendo os próprios atributos divinos, porque foi criado da essência eterna de
Deus, pois o Criador é o fundamento criativo e eterno de toda individualidade humana.

O espírito do homem é indestrutível, porque foi criado da essência eterna e inalterável de Deus, mas,
embora vinculado à “Consciência Cósmica”, é sempre uma consciência individual , que teve um princípio
ou uma origem “pessoal” em certo espaço-tempo. Em conseqüência, houve uma época ou um “momento”
em que o homem começou a ter noção de existir, como a criança a ter noção de si e do meio que a cerca.

O homem define-se e individualiza-se no Universo, figurando como entidade de importância


e a caminho de desenvolver, também, o potencial criativo tanto quanto amplia sua
consciência.

O espírito humano um dia iniciou sua conscientização, individualizou-se sob o impulso de uma vibração
centrípeta, e finalmente personalizou-se no seio da Divindade. Em seguida, a consciência espiritual do
homem, centro indestrutível de sua individualização, prossegue no incessante crescimento psíquico
qualitativo, e ao mesmo tempo panorâmico, a fim de abranger cada vez maior volume ou porção da própria
Mente Universal, sob processo contínuo e inexorável. Em conseqüência, o espírito do homem, embora seja
eterno e indestrutível, possui uma idade sideral a partir da época ou do tempo em que iniciou a sua
consciência particular e individualização no Cosmo, emancipando-se no tempo e no espaço, fichado nos
“Registros Cármicos” por um código sideral definitivo.

Os espíritos são classificados nos “Departamentos de Reencarnação”, no mundo espiritual, sob uma
determinada sigla e número que lhes identifica a individualidade permanente, pois os nomes e as
personalidades transitórias são de menos importância. Convém distinguir a idade que limita a personalidade
humana transitória, a qual existe somente entre o berço e o túmulo físico em cada encarnação, comparada
à consciência sideral, a entidade definitiva e inalterável, que se individualiza e se desenvolve na sucessão
de séculos, milhões, bilhões e trilhões de anos!

Através do perispírito, organismo que preexiste e sobrevive a todas as mortes físicas, a consciência
espiritual indestrutível manifesta-se em cada existência humana, materializando um novo corpo físico
transitório, mas sem perder o acervo e a memória das experiências de todas as vidas anteriores.

No aprendizado periódico que o espírito do homem realiza na superfície dos orbes


materiais, ele desenvolve tanto os seus poderes latentes criativos, como passa a conhecer
cada vez mais a sua própria individualidade.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 16

Tal qual imenso colar de contas que aumenta sucessivamente no tempo e no espaço pelo acréscimo
incessante de novas contas, cada uma representando uma vida humana, o espírito imortal é o fio
permanente que as une, sustentando as diversas personalidades humanas encarnatórias, moduladas nas
sucessivas existências físicas, através de organismos carnais que se substituem sucessivamente na
superfície dos orbes.

Enquanto essas contas ou encarnações físicas podem variar em sua forma, cor, raça ou contextura
personal transitória, o fio que as une, o espírito imortal, jamais se modifica. Não importa se em cada
encarnação ou cada conta desse suposto colar, a personalidade humana transitória venha a ser conhecida
por um determinado nome ou outro; o certo é que o fio do colar é a individualidade eterna que se emancipa
no tempo e no espaço.

Em cada existência física o espírito plasma um tipo de organismo cuja estrutura anátomo-fisiológica
depende também da herança biológica da família onde se encarna; em seguida, recebe um nome adequado
à raça ou parentela que lhe fornece a vestimenta anatômica, sem que isso lhe altere a identificação
individual definitiva e figurada nos registros de ordem sideral. A individualidade do espírito não se
enfraquece, mas se desenvolve e se encorpa, tanto quanto for o seu comportamento periódico às
sucessivas vidas humanas.

Todos os espíritos progridem lenta e incessantemente, sob o mesmo processo evolutivo, em consonância
com a Sabedoria, Justiça e o Amor de Deus, pois não há discrepância, privilégio ou graça na pedagogia
divina; assim, as distinções de capacidade, inteligência e cultura inata entre os homens são mais
propriamente diferenças de idade sideral de seus espíritos.

É o tempo de vida da consciência de cada espírito, ou mais propriamente a suaidade sideral, que o situa na
faixa vibratória eletiva ao seu maior entendimento psíquico, em vez do conhecimento ou da aquisição obtida
na precariedade de uma existência física.

O troglodita, por exemplo, ainda é um espírito infantil, que apura a sua sensibilidade psíquica através do
exercício dos cinco sentidos físicos em adestramento no mundo; é criatura que mal engatinha no
apercebimento de sua consciência sideral, demasiadamente imatura para impor o seu princípio espiritual
sobre a força milenária das tendências animais.

Assim como a criança que, sob a disciplina do mundo, desenvolve-se protegida até alcançar a condição de
homem adulto, e se liberta das irresponsabilidades da infância, todos os espíritos ainda crianças, ignorantes
e virgens, também ingressarão no seio da humanidade angélica, conscientes de sua vida imortal.

“Nenhuma ovelha será perdida no aprisco do Senhor”

Cada uma das criaturas humanas é um espírito indestrutível porque foi criado da própria essência divina e
eterna, mas variando conforme a idade sideral. Houve um tempo, ou momento, há séculos, milênios,
milhões, bilhões ou trilhões de anos do calendário terrestre, em que então começamos a existir como
indivíduos diferenciados no seio da criação. Assim, existem simultaneamente no Universo tantos
espíritos novos e infantis, como antigos e adultos, mas cuja graduação ou gabarito espiritual depende
exatamente do tempo em que eles principiaram a ter noção de existir.

Em todos os instantes da vida, nascem, surgem ou se iniciam novas consciências, isto é novos espíritos se
individualizam no Universo e adquirem a noção particular de existir, embora continuem vinculados sempre à
fonte criadora Divina.

Deus não concede privilégios especiais e extemporâneos, mas proporciona, eqüitativamente e sem
quaisquer preferências ou simpatias, os mesmos ensejos de conscientização e aperfeiçoamento a todas as
suas criaturas. Nenhum espírito é originalmente superior a outro, mas todos possuem em estado latente o
mesmo poderio, a mesma capacidade, sabedoria e anseio evolutivo rumo à Fonte Criadora. As
consciências majestosas e interplanetárias dos anjos e arcanjos, que iluminam e nutrem a intimidade
psíquica dos orbes e das constelações astronômicas, não passam de entidades emancipadas sob o
mesmo processo espiritual e evolutivoque preside a gestação e o desenvolvimento da consciência de
todos os filhos de Deus.

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4. Involução e evolução nos Planos da Criação 17

Assim, aquele que hoje é um pecador, no futuro será um anjo! Ante o determinismo do processo evolutivo,
que é justo, equânime e sem privilégios para os filhos de Deus, a centelha espiritual mais ínfima do Cosmo
um dia há de ser um Logos Solar, embora essa maturidade sideral só ocorra após a criação e a destruição
de alguns Universos físicos (Grandes Planos ou Manvantaras).

Ainda sob o invólucro de uma criatura primária e pecadora, Deus serve-se dos atributos divinos ali
existentes, e modela a criatura à sua imagem. Lenta e inexoravelmente, no residual da própria animalidade,
gesta-se a consciência radiosa de um anjo e o comportamento sublime de um santo.

O homem ainda vive sob os impulsos e as excitações da energia criativa do instinto animal, a qual lhe
organiza a vestimenta de carne na face dos orbes físicos, mas, depois que supera a animalidade, ele
também se converte num transformador sideral, capaz de absorver certo impacto energético do Psiquismo
Cósmico, a fim de distribuí-lo, por sua vez, gradativamente, na intensidade psíquica adequada à vida dos
seres menos evoluídos.

O Psiquismo Cósmico, em sua descida vibratória, filtra-se a atua através dos diversos
campos e reinos do mundo físico, até modelar a configuração do espírito do homem.

Entretanto, o nascimento, a formação ou definição do espírito individualizado do homem não é apenas um


simples fato, primário ou conseqüente de súbito fenômeno ocorrido no seio do Psiquismo Cósmico.

A centelha ou partícula espiritual, quando assinala o seu primeiro apercebimento íntimo e consciência de
existir e se diferencia do Todo Divino, já é a etapa final de um longo processo em gestação através de
todas as múltiplas formas do Universo. Não se trata de um acontecimento miraculoso, a diferenciar um
novo núcleo de consciência particularizada no seio de Deus, mas essa individualização consciencial só
ocorre após o descenso vibratório psíquico, desde a forma galaxial, constelatória e planetária até ultimar a
sua filtração pela intimidade dos reinos mineral, vegetal, animal e se definir no homem, como o produto
mais precioso e avançado. A alma humana, originária da essência angélica de Deus e portanto indissolúvel
e permanentemente ligada ao Criador, não reconhece “instantaneamente” a sua consciência divina, mas fá-
lo de modo gradual, à medida que passa por um processo ou aprendizado espiritual gradativo pelos
mundos planetários.

As almas dos homens são entidades espirituais “virgens” que se diferenciam no seio da própria
Consciência Cósmica e depois desenvolvem a sua consciência física e individual pelo acúmulo de fatos e
das imagens vividas nas existências carnais ou nos intervalos de sua permanência no mundo astralino. A
sua memória cresce e se amplia no infinito do tempo e do espaço, até se consolidar num apercebimento
consciente do ser-indivíduo que dali por diante se sente uno e inconfundível no seio do próprio Criador.

Durante a eclosão da luz crística que se manifesta na intimidade de toda criatura, num processo endógeno
(de “dentro para fora”), o espírito do homem vai se apercebendo do mistério de sua origem divina e da
coesão de conhecer-se a si mesmo. Ele passa a reconhecer e compreender o processo que o torna um
“ser-indivíduo”, à parte, no Cosmo, de modo gradativo, sem fundir-se com o Todo Criador, adquirindo a
consciência plena, global e completa.

Apesar do espírito do homem encontrar-se “ligado” eternamente com Deus, em cuja fonte ele se originou e
se alimenta, e que o torna a miniatura portadora dos mesmos atributos da divindade, ele deve “reunir-se”
ou “religar-se” com o Pai, ampliando e divinizando a sua consciênciapelo entendimento completo da vida
e pelo sentimento crístico incondicional, num estado de religiosidade, através da sublimação espiritual,
que o faz aproximar-se ou assemelhar-se com Deus.

O homem deve buscar a mobilização dos recursos sublimes do próprio ser, para então gozar de maior
intimidade com o seu Criador, num estado superior de espírito, quando ele procura realmente maior
aproximação com a “verdadeira” natureza de Deus.

Não importam os séculos e os milênios que já foram vividos na matéria em contato com a animalidade, em
que o homem desenvolve a sua consciência e enriquece sua memória sideral, pois no momento oportuno
de maturidade e progresso espiritual, a Faísca Divina eclode na alma humana, fazendo com que o anjo que
nela habita assuma definitivamente o comando do seu ser.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 18

O homem eleva-se ou afina-se em espírito, à medida que purga os seus pecados, abandona
os vícios ruinosos, domina as paixões perigosas e despreza os prazeres lascivos da carne.

Comumente o homem excita os seus nervos tanto quanto seja o seu interesse em maior contato com o
turbilhão da vida, e principalmente devido à cobiça pelas coisas do mundo material.

Aqueles que pretenderem uma existência tranqüila e quiserem libertar-se dos ciclos
aflitivos da vida física, precisarão orientar-se pela inteligente advertência de Jesus, quando
disse: “Buscai os tesouros que a traça não rói e a ferrugem não consome!”.

Conforme reza a tradição religiosa, o homem á inspirado à direita pela voz do anjo, que então o aconselha à
prática de virtudes mais sadias, e, à esquerda, recebe a sugestão capciosa do mal, simbolizada na figura
tenebrosa do Diabo mitológico.

Assim, de um lado, ele recebe o convite angélico para renunciar em definitivo às ilusões da carne e alçar-se
às esferas resplandecentes; do outro lado, o instinto animal, ou Lúcifer, exige-lhe a submissão completa ao
mundo das paixões crepitantes e dos vícios sedutores, no sentido de impedir a fuga do espírito, que há
tantos milênios ele domina.

Trava-se desesperado convite entre a “luz” e a “treva”, entre o “espírito” e a “carne”, pois
no mundo oculto do ser, a personalidade humana impõe as suas algemas tirânicas,
enquanto o espírito tenta a sua libertação definitiva!

Os santos e os gênios podem explicar isso, pois eles se sentiram perturbados, exauridos e desalentados
quando, em sua luta titânica, tentaram a vitória do espírito sobre o desejo animal.

Embora a alma forje a sua consciência de “ser” ou de “existir” no Cosmo, pela disciplina e coação educativa
da matéria, paradoxalmente ela só consegue a sua libertação definitiva depois que foi escrava dos instintos!

A alma liberta só se move no trânsito sideral quando logra o perfeito equilíbrio entre as suas duas asas, em
que uma significa a razão, e a outra o sentimento, emancipados.

Os credos, as religiões, os cursos iniciáticos e as doutrinas espiritualistas ajudam o homem a distinguir a


senda mais certa para sua ventura espiritual, mas só a “auto-realização ”, a vivência em si mesmo dos
ensinamentos evangélicos, é que lhe concedem o direito de habitar planos paradisíacos.

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4. Involução e evolução nos Planos da Criação 19

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4. Involução e evolução nos Planos da Criação 20

Depois de conhecer o programa superior do hábito do Bem e dos preceitos evangélicos, cabe-lhe a
responsabilidade de executá-los em si mesmo na experimentação cotidiana, a fim de expurgar os resíduos
da vida animal inferior que serviram de base à formação de sua consciência individual.

Todos os momentos que o homem vive na face dos mundos planetários devem ser
aproveitados na “auto-realização” superior, uma vez que já conhece o programa espiritual
que o conduz à felicidade!

12. O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA E SUA EVOLUÇÃO

A consciência humana, desde os seus primeiros bruxuleios de vida isolada no seio do Cosmo, cresce
continuamente em sentido esférico, passando por consciência grupal, racial, continental, planetária e
constelatória. À medida que abrange maior área de conhecimento cósmico, também se despe dos seus
pontos de vista, caprichos e limitações personalísticas, para então doar-se à condição de “divino alimento”
às consciências menores que seguem na esteira da caminhada. Assim, pouco a pouco, o espírito-indivíduo
desperta, reconhecendo-se intimamente ligado ao Pai e a todos os seres e coisas.

A sua potencialidade eterna está no pensamento único de Deus, o princípio gerador, o primeiro princípio
cósmico; a sua coesão está no amor, que reside no segundo princípio crístico, e a suaforça criadora é o
espírito operante, que vem a ser o terceiro princípio, componente da simbólica “divina trindade” numa só
expressão, que é Deus, o Absoluto Criador Incriado.

Tanto o perispírito como o corpo físico não passam de verdadeiros interruptores da visão espiritual infinita,
que reduzem a influência limitada da massa da Consciência Total do Criador. Eles apenas “eliminam” o
excesso de Onisciência, transferindo para o homem apenas o conhecimento menor, e apropriado a
consolidar a sua consciência individual.

É através desse conhecimento menor, mas incessantemente renovado e em expansão, devido ao


intercâmbio educativo com os mundos transitórios da matéria, que o espírito vai compondo o seu campo
consciencial e acumulando sua memória no seio da própria Consciência Cósmica de Deus.

As consciências individuais, que se constituem nos espíritos destacados do próprio Espírito Infinito,
ampliam-se sideralmente à medida que mais se lhe flui o conhecimento maior, fazendo-as progredir na
percepção real do Sublime Princípio da Vida Imortal.

Assim é que os cérebros do perispírito e do corpo físico, como principais órgãos de atração da consciência
do homem no seio do Cosmo, funcionam então como verdadeiros interceptadores e eliminadores do
potencial máximo da Onisciência, assemelhando-se a válvulas redutoras que graduam e transmitem só o
conhecimento suficiente para a razão coesiva do espírito individualizado em Deus. Eles interrompem, no
mundo astral e no físico, a excessiva massa de conhecimentos sem limites, cumprindo-lhes eliminar o que
ainda for inassimilável pelo núcleo espiritual humano, ainda imaturo.

Ademais, no Cosmo, tudo já existe perfeito e eterno, pois Deus não retrograda nem progride, mas é o
próprio Conhecimento, o Poder e a Vontade, elevados ao máximo potencial, e humanamente indescritível.
Só ele pode suportar o máximo e o infinito de “Ser” e de “Existir”, além e acima de qualquer outro limite ou
definição conceitual por parte do homem.

Em conseqüência, o homem não é um produtor de idéias nem criador de acontecimentos inéditos, mesmo
submetendo-os a incessante progresso; mas, como tudo já existe num estado de absoluta perfeição e
imutabilidade, integrado no Conhecimento Total do Criador, o espírito humano é apenas um captador da
quantidade de conhecimento cabível em sua mente finita, e que ele gradua conforme sua capacidade de
suportação racional ou de apreensão da própria consciência, forjada no simbolismo do tempo.

O cérebro físico é, pois, o redutor da Onisciência no mundo da matéria, sendo esta a última fase da
“descida angélica”, ou seja, a mais grosseira manifestação da Divindade. O cérebro perispiritual, no entanto,
é o responsável por essa redução no plano da vida astral.

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4. Involução e evolução nos Planos da Criação 21

Ambos selecionam, eliminam e ajustam somente aquilo que pode ser útil, suportável e entendível no campo
da consciência-indivíduo, e ajudam-na a se expandir e a despertar no seio da Consciência Cósmica de
Deus.

Embora existam ainda outros órgãos que cumprem o mesmo objetivo redutor em planos ainda mais sutis,
como no mental concreto e no mental abstrato, não convém alongar-se na descrição de tais processos e
veículos atuando na intimidade do Espírito Cósmico e que também amoldam o conhecimento infinito, de
modo suportável ao entendimento humano.

Os espíritos criados no seio da Onisciência representam outras tantas miniaturas da vida cósmica, que
despertam para o auto-entendimento e progridem incessantemente, alimentadas pelo próprio conhecimento
infinito de Deus.

A consciência do homem nada pode criar de novo no seio do conhecimento perfeito e infinito do Criador; no
entanto, ele desperta sob os incessantes impulsos que se manifestam do interior para o exterior,
despertamento esse ininterrupto e que prossegue por toda a eternidade, uma vez que Eterno é o próprio
Deus!

Esse processo e expansividade inata e ininterrupta de despertamento da consciência humana, os orientais


têm consagrado através de vários conceitos tradicionalistas da vida oculta, como estes: “Busca o caminho
avançando resolutamente para o exterior”; ou “Cresce como a flor, inconscientemente, mas ardendo em
ânsias de entreabrir sua alma à brisa”;ou ainda “Busca a integração no Existente antes de ti”!

Estas máximas referem-se ao convite incessante que a Consciência Total de Deus lança na intimidade da
consciência individual do homem que, na figura de verdadeiro filtro ativado por inextinguível poder e
inteligência, capta o conhecimento cósmico na conformidade do grau de sua própria percepção.

A alma humana busca o conhecimento definitivo e pré-existente da Vida Real originada do Sublime
Princípio Eterno, mas sem lhe poder acrescentar qualquer novidade, pois se pudesse fazer tal coisa, é
evidente que também criaria algo desconhecido dentro do seio do próprio Deus.

Então seria uma absurdidade que a centelha espiritual do homem, que é produto da Criação, pudesse criar
ineditismos no seio do próprio Criador donde emanou!

13. CARMA E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL NO REINO HOMINAL

O mundo, sem dúvida, seria um caos sem um planejamento antecipado que lhe aborda sensatamente
todos os esquemas de manifestação da vida, processada através das mais variadas formas físicas
compatíveis a cada tipo de orbe pulsante no Universo.

Examinando-se a história biológica e geológica da natureza do planeta Terra, apesar das lacunas
existentes, não é difícil ao homem verificar as inúmeras provas do seuprogresso de estados inferiores para
níveis superiores, pelos milênios, num processo evolutivo, e deliberadamente num sentido de harmonia e
beleza!

É fácil de se verificar esse evento progressista, pelo exame e comparação da vida do homem das cavernas
ao conhecido homem do concreto da atualidade!

A intervenção periódica e pessoal do homem corrigindo as coisas e melhorando os seres do mundo físico,
ele o faz somente dirigindo o seu poder e aplicando a sua inteligência na fenomenologia da matéria, porque
através dela também se derrama a Sabedoria Divina ativando as energias latentes, que fluem pela
intimidade das próprias formas, no milagre da incessante transformação.

Sem dúvida, toda criação é intrinsecamente protegida por Deus, o Criador, que promove os meios de
subsistência e de sobrevivência adequados a cada espécie animal.

Embora ainda predomine no mundo a “lei do mais forte”, em que as espécies mais débeis são facilmente
destruídas pelos tipos mais bem agraciados pela natureza, não há prejuízos definitivos, porque destruindo
os corpos carnais transitórios, o Psiquismo que comanda cada espécie permanece inalterável.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
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Pode-se considerar que os corpos físicos dos seres em evolução são apenas vestimentas passageiras,
em processo de adestramento e aperfeiçoamento, a fim de servirem mais tarde às exigências das mentes
individualizadas. É uma fase de evolução em que esse Psiquismo se ativa pelas exigências vividas no orbe,
inclusive nas próprias situações dramáticas ou trágicas.

Além do cuidado fundamental da Divindade em proporcionar mais tempo de vida orgânica à criatura, ainda
exercita, pela vestimenta carnal mais instintiva, a ação de um futuro Psiquismo melhor elaborado.

O Criador proporcionou na busca da vida um sistema de “autoproteção” particular a certas espécies de


animais que lhes permite uma defesa ou dissimulação mais adequada, para maior probabilidade de
sobrevivência no ambiente onde vivem: o fenômeno do mimetismo, que as disfarça convenientemente de
modo a iludirem ou desorientarem as espécies mais fortes e agressivas que deles se alimentam. O
mimetismo disfarça ou confunde o ser no meio ambiente onde vive e o ajuda a passar despercebido na sua
luta pela sobrevivência. Esse fenômeno, que serve de proteção à sobrevivência mais prolongada das mais
variadas espécies do reino animal, embora não induza a qualquer conclusão cósmica definitiva, ou
comprovação direta da Divindade, oferece ao homem arguto o ensejo de extrair ilações corretas e sensatas,
quanto à indestrutível verdade de uma Inteligência Superior operando na intimidade de todos os fenômenos
da Natureza.

A vida no campo denso da matéria, inegavelmente, é um gravoso palco de lutas fatigantes de


experimentações dificultosas, onde o espírito do homem é ativado pelas energias que se atritam, requintam-
se e se sublimam no sentido de ele superar o instinto animal, que o protege mas também o escraviza
desairosamente às vibrações inferiores.

O homem luta até uma certa freqüência sob o impulso energético das forças primárias da animalidade, as
energias telúricas que eclodem da espécie animal instintivas e implacáveis, e deve opor-se veementemente
à força bruta da tirania do instinto animal, que o ajuda mas o escraviza, para ativar e desenvolver em seu
espírito o amor e a sabedoria, que são os princípios fundamentais do futuro anjo.

O homem, criado por Deus para ser feliz por toda a eternidade, é o autor de sua
própria conscientização, caso contrário não haveria para ele qualquer valor.

Apesar do protesto justificável, de que não há mérito nem valiosidade no sofrimento da criatura para depois
ser venturosa, muito pior seria ela ter sido criada como um produto automatizado e elaborado
mecanicamente em série.

É a auto-realização, a transformação preliminar, a garantia de um futuro venturoso, quando


o espírito sentir conscientemente os seus poderes criativos e sentir a possibilidade de
plasmar nas formas do mundo toda a intuição superior como poesia, arte e imaginação
sublime.

Não importa se o homem, em princípio, confunde as quinquilharias dos mundos físicos transitórios como
valores autênticos de sua futura felicidade; o certo é que ele jamais se perderá nos labirintos educativos das
vidas materiais, porque o seu destino glorioso é a angelitude, e a luz que o guia queima no próprio
combustível de sua centelha interior! Para tanto, precisa crer e confiar na pedagogia traçada pelo Criador,
cujo resumo o ser possui em sua própria intimidade espiritual, na síntese microcósmica do “reino divino”.

Para a absoluta segurança de a criatura alcançar mais breve e corretamente a sua ventura eterna, a
Divindade estatuiu a Lei do Carma, que disciplina, corrige e ratifica os atos insensatos e enfermiços que o
espírito pratica nas vidas sucessivas na face dos orbes físicos.

Nenhuma criatura deve invadir o direito alheio ou perturbar o destino dos seus companheiros em curso de
aperfeiçoamento espiritual. Ninguém pode, sequer, carregar a cruz do seu irmão e sofrer por procuração
quaisquer reações desagradáveis e indesejáveis, que devem ser vividas pelos próprios responsáveis ou
culpados.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 23

O espírito do homem é o autor do seu próprio destino e pessoalmente responsável pelos


efeitos bons ou maus decorrentes dos seus atos pregressos! Cumpre-lhe a tarefa de
despertar e desenvolver em si mesmo os valores íntimos que lhe devem assegurar a
vivência futura entre as humanidades siderais felizes.

O homem pode semear dores, júbilos, prazeres ou tragédias; porém sob a Lei do Carma, que é inflexível e
correta, mas justa e impessoal, ele se torna autor e, ao mesmo tempo, o receptor de todos os
acontecimentos ou males praticados a favor ou contra o próximo.

Ninguém pode alegar ignorância das sanções da Lei do Carma, num atribuir injustiças a Deus, depois das
advertências insistentes de todos os instrutores e mestres da espiritualidade, que enunciaram que “a
semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, e que “a cada um será dado segundo as suas obras”. O
mal é tão somente uma condição transitória, de cujo reajuste resulta sempre um benefício futuro ao próprio
autor.

Mesmo sob a perversidade humana, que mata outro ser vivo, o criminoso só destrói o “traje” carnal
provisório e subalterno da vítima, sem atingir-lhe o espírito imortal. Assim, o Princípio de Causa e Efeito
proporciona uma nova existência física para a vítima, auferindo-lhe mais proveito e compensação, porque
ela foi perturbada no seu ciclo de evolução espiritual. O homicida, sob a mesma lei retificadora, então é
recolhido à oficina do sofrimento, a fim de retificar o desvio mórbido, que o torna uma criatura ainda
dominada pelas ações negativas. Depois ele retorna para a mesma estrada de aperfeiçoamento espiritual,
prosseguindo de modo a despertar os valores eternos da imortalidade e alcançar a sua própria ventura.

O mal ou o sofrimento são etapas do mesmo processo evolutivo,


cuja ação é transitória e tende sempre a um resultado superior.

Pode-se considerar, por exemplo, que é um mal a agressividade dos insetos, vermes e aves contra a planta
na sua luta para crescer; no entanto, tudo isso não passa de elementos que interferem e obrigam o vegetal
à maior concentração de energia íntima na defesa, culminando no sucesso do seu próprio
desenvolvimento.

O mal é tão somente acidente na escalonada evolutiva, a fase negativa que perturba mas se
corrige, prejudica e depois compensa, e que desaparece tanto quanto o espírito firma a
contextura definitiva de sua consciência.

Sob o princípio de “cada um colhe o que semeia”, todo mal pode causar dor e sofrimento para o seu próprio
autor, o que então não é injustiça, porque a mesma lei compensa a vítima; contudo, disso resulta também a
purificação do pecador e conseqüente melhoria de qualidade espiritual. Os considerados “atos malignos”
causam prejuízos a outrem; mas se a vítima é ressarcida vantajosamente no curso de sua própria
imortalidade, então desaparece o estigma detestável do “mal”, que é compensado pelo “bem” mais breve
a que faz jus pelo seu sofrimento.

“O feitiço sempre se volta contra o feiticeiro”; quando apanhado pela lei de retificação
espiritual, o autor do próprio ato destrutivo ou perverso é submetido ao processo
retificador, alcançando o reajuste e a redenção espiritual.

Na inconsciência da prática do mal, o espírito do homem aprende a consciência do próprio bem! A dor e o
sofrimento indesejáveis, embora estigmatizados pelo homem, são manifestações implacáveis que sublimam
todos os produtos ou seres criados por Deus, para ascensionar a estados e níveis siderais superiores.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
4. Involução e evolução nos Planos da Criação 24

Há sempre indícios benéficos no âmago das coisas e dos seres bons ou maus, belos ou feios, sadios ou
enfermos, e que se pode evidenciar, aos poucos, à medida que se investiga e conclui sobre os fenômenos
da própria vida. São fatos que se sucedem num encadeamento ordeiro e inteligente, mas a convergir
sempre para um fim proveitoso e benfeitor da humanidade. Isso comprova os princípios e as regras que
fundamentam a Bondade de Deus e, ao mesmo tempo, o amparo recíproco que existe entre todos os seres
e as formas a serviço da conscientização do espírito imortal encarnado na matéria.

Fontes bibliográficas:

Maes, Hercílio. O Evangelho à luz do Cosmo– Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1987.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 2

Metafisicamente, a palavra “Carma” se refere ao destino traçado e imponderável, que atua tanto nas coisas
animadas como nas inanimadas, pois rege e disciplina todos os ciclos da vida, que vão desde o finito ao
infinito, do átomo à estrela e do homem ao Universo! Há, pois o Carma do homem, o da família, o da nação,
o do continente e da humanidade.

Assim como se engendram destinos futuros, fundamentados nos atos ou pensamentos do homem, que
serão regidos e disciplinados pelo seu Carma, também os orbes que balançam no espaço obedecem a um
determinismo cósmico, de reajustamento de sua massa planetária, em concomitância com o efeito das
causas coletivas de suas próprias humanidades.

Há que considerar, portanto, desde o Carma atômico, que rege o princípio da vida microscópica no Cosmo
para a formação da matéria, até o Carma do Universo, que então já é aLei Cósmica manifestada fora do
tempo e do espaço. Com referência ao Carma do homem, convém lembrar que Jesus muitas vezes advertiu
sobre a existência de uma lei disciplinadora do mecanismo de relações entre os seres, e que liga as causas
aos seus efeitos correspondentes, quando afirmou:

• “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”;


• “Cada um há de colher conforme for a semeadura”.

Esses conceitos de Jesus não deixam dúvida de que o espírito há de sempre enfrentar os efeitos na
esteira das reencarnações físicas, submetido implacavelmente ao determinismo das causas que
gerou.

Tais conceitos vêm a ser os mesmos da Lei de Causa e Efeito, isto é, de que todas as causas engendram
efeitos futuros de igual intensidade e responsabilidade, com a diferença, porém, de que é lei imutável e
severa, que tanto disciplina os fenômenos da vida planetária, o amor entre os seres e a afinidade entre as
substâncias, como governa a coesão entre os astros dispersos pelo Cosmo.

Nenhum acaso rege o destino das coisas! É a Lei do Carma que tudo coordena, ajusta e
opera, intervindo tanto nos fenômenos sutis do mundo microscópico como na vastidão
imensurável do macrocosmo.

Ela tem por único objetivo dirigir o aperfeiçoamento incessante de todas as coisas e seres, de há muito
já previsto nos Grandes Planos que fundamentam a harmonia da Criação.

As condições psíquicas ou físicas das criaturas na Terra decorrem exatamente do engendramento das
causas cármicas que elas já efetuaram noutras vidas. Se alguém atualmente usufrui alegria, paz e ventura,
apenas goza o efeito cármico das boas sementes lançadas alhures; se lhe dominam a dor, a amargura e as
vicissitudes repontam em sua existência, não deve culpar a Deus, nem a qualquer “destino” injusto e
fatídico inventado por outrem, pois, de qualquer modo, só estará ceifando o resultado do plantio descuidado
do passado!

As regras inflexíveis de que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória” e a de que “a cada um será
dado conforme as suas obras”, não abrem exceções a quem quer que seja, mas ajustam todas as criaturas
à disciplina coletiva, tão necessária ao equilíbrio e harmonia da humanidade do orbe terráqueo.

O Carma, como lei imutável, aliada à de lei de Causa e Efeito,rege todo o processo de vida cósmica. É a
própria pulsação harmônica do Criador manifestando-se tanto na composição dos astros como no
aglomerado dos elétrons constituintes dos átomos. Cada orbe e cada elétron ajusta-se perfeitamente a esse
ritmo eterno e de aperfeiçoamento sideral, conjugando-se para a harmonia do Cosmo.

Há um entrosamento cósmico de ação e reação em todo o Cosmo!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 3

Assim é que a Terra, movendo-se e consolidando-se sob a regência disciplinadora do seu Carma, só se
aperfeiçoa em harmonia com o Carma da Constelação Solar a que pertence; mas esta, por sua vez, liga-se
ao Carma de sua Galáxia, a Via Láctea, que também se submete ao Carma das demais Galáxias,
dependentes do Carma dos Hemisférios Cósmicos.

O globo terrestre está submetido ao metabolismo cármico de todo o sistema visível ou invisível do Cosmo;
há uma rota definida e um ritmo ascensional, que o impulsionam para condições cada vez mais
progressistas no cortejo planetário do seu sistema solar.

Justamente devido à regência dessa Lei Cármica, que atua no sistema solar a que pertence a Terra, é que
em certas épocas determinadas para a consolidação de sua massa planetária e o reajustamento de sua
humanidade, se registram as seqüências dos“juízos finais” corretivos, conforme atualmente já está
sucedendo como o planeta.

Realmente a Terra já suportou muitos “juízos” parciais, sofrendo efeitos cármicos que reajustaram a sua
massa e modificaram certas regiões e zonas geográficas, em perfeita concomitância com a necessária
retificação de uma parte de sua humanidade, que, como viajeira da nave terrestre, também se encontra
sujeita ao seu Carma planetário.

Como a humanidade terrena ainda é composta de espíritos necessitados de experimentações em planetas


primários, eles tendem a se ajustar ao campo magnético da substância terráquea, assim como o barro se
ajusta à vontade do oleiro diligente.

A Terra, como divina escola de educação espiritual, não se revolta contra o aluno que tenta reparar o curso
perdido, embora, para isso, tenha que repetir novamente as lições atrasadas. A Terra, além de ajudar a sua
humanidade a desenvolver o sentido direcional da consciência, contribui para que seus habitantes se livrem
definitivamente das algemas das encarnações físicas.

O orbe terráqueo, com as suas seduções transitórias, simboliza o mundo de César, onde a
alma, quanto mais se apega mais se enleia sob a disciplina implacável do seu próprio Carma.

Em vez de lamentar o rigor e a inflexibilidade da lei Cármica, que opera no campo letárgico das formas
terráqueas, o espírito diligente e sábio deve entregar-se a uma vida derenúncia a todos os tesouros
transitórios da matéria e devotar-se incondicionalmente ao culto do amor ao próximo, a fim de mais
cedo se transladar para o mundo angélico, que será sua definitiva morada.

A lei do Carma não pune, mas reajusta!

Malgrado a ação inflexível da lei do Carma sobre as almas em trânsito pelos mundos materiais pareça uma
lei draconiana ou processo corretivo severo demais, como a da implacável lei do “olho por olho e dente por
dente”, em que a causa equívoca mais diminuta também gera um efeito milimetricamente responsável, tudo
isto se sucede sempre objetivando a felicidade do espírito e o mais breve desenvolvimento de sua
consciência angélica.

O Carma é, portanto, a lei benfeitora que indica o caminho certo ao viajante despreocupado ou teimoso,
corrigindo-lhe os passos titubeantes e os desvios perigosos, a fim de ajustá-lo mais depressa à sua ventura
imortal. A humanidade terrena já se encontra suficientemente esclarecida para compreender que o seu
sofrimento decorre, em particular, das suas infrações contra a Lei que justamente opera em seu favor!

Uma vez que Jesus já deixou elevados ensinamentos, que marcam o roteiro para o homem viver em
perfeita harmonia com a Lei Cármica e que regulam o equilíbrio da vida e da ascensão angélica, jamais se
justificam as reclamações humanas sob o pretexto de qualquer injustiça divina! Mesmo entre a humanidade
terrena, a ignorância da Lei não é motivo para o infrator se eximir de sua responsabilidade.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 4

Deus não é um cérebro atento e implacável que intervem punitivamente a cada momento em
que alguém se equivoca. O pagamento do “ceitil por ceitil” é efetuado automaticamente pelo
próprio espírito faltoso e, se a isso ele se sujeita, é porque costuma entrar em conflito com as
regras que dirigem a sua própria ascensão espiritual.

Então, ele há de sofrer a ação contrária, da Lei, assim como a criança que queima a mão no fogo, não
porque este seja vingativo e a castigue, mas apenas porque é um elemento comburente.

Deus não cataloga ofensas praticadas por seus filhos, assim como não concede condecorações àqueles
que o lisonjeiam constantemente.

Ele apenas estabeleceu leis equânimes e sábias, que agem sob a égide do próprio homem e arrebatam
os retardatários, os rebeldes e os teimosos que ainda estacionam à margem dos caminhos da vida ilusória
da forma, ajustando-os novamente ao curso exato de sua ventura espiritual.

A própria criatura é que se coloca diante de sua obra, devendo auferir-lhe os benefícios ou sofrer os
prejuízos conforme disponha de sua vontade no sentido do bem e do mal.

Mesmo considerando-se como severa e condenável a lei do “olho por olho, dente por dente”, convém notar
que o sentido exato dessa sentença punitiva só se entende como a responsabilidade da própria alma para
consigo mesma pois, se o conceito é draconiano, nada mais estabelece senão que qualquer ação boa ou
má, praticada pela alma, há de produzir-lhe uma reação ou efeito perfeitamente correspondente à sua
causa!

Todo aquele que pratica somente ações benéficas terá como inócua para si essa lei tão severa que,
semelhante à de que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, também só diz respeito ao cuidado da
alma para consigo mesma, e não para com o próximo.

3. ATUAÇÃO DO CARMA SOBRE AS CRIATURAS

A Lei de Moisés, lei vingativa em que era lícita a desforra do “dente por dente, e olho por olho”, não
significa um princípio ou regra cármica, pois era apenas uma regra humana modelada para se conter um
povo cujo temperamento e entendimento espiritual ainda eram rudimentares, e nada mais concebiam do
que o mesmo pagamento igual delito!

A fim de controlar o primarismo brutal da época, em que as paixões e as violências humanas não podiam
ser disciplinadas pelas exortações religiosas de acenos do Paraíso, Moisés estabeleceu e decretou a lei do
“olho por olho e dente por dente”, procurando diminuir crimes e pilhagens ante o direito da vítima de
também punir o seu algoz ou desafeto, tanto quanto tenha sido o mal praticado.

Mas entre o princípio e o direito do homem ser o próprio justiceiro dos prejuízos sofridos, capaz de exorbitar
dessa concessão e punir um delito menor com outro crime mais cruel, justifica-se a Lei do Carma,
implacável, justa e impessoal, que, além de indenizar a vítima, corrige e redime o criminoso.

Sob a lei pessoal de “olho por olho e dente por dente”, o homem agraciado pelo direito de punir, pode
abusar da desforra ultrapassando sadicamente o montante do débito da cobrança; mas sob a Lei do Carma,
em sua função técnica e impessoal, a liquidação da dívida pregressa ainda proporciona investimentos
benfeitores para o futuro do próprio culpado!

A Lei do Carma não é bem a lei do “olho por olho e dente por dente”, como geralmente se entende, pela
qual um fato delituoso terá que gerar outro fato idêntico e pagável pelo culpado.

A solução do problema moral de cada alma é para consigo mesma e não para com a Lei, pois esta não cria
acontecimentos iguais aos anteriores para, através deles, se cumprir a punição!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 5

Não seria justo que o delito de um homem em certa existência obrigasse a Lei a criar um
acontecimento criminoso no futuro, para que o culpado se ajustasse ao mesmo na próxima
encarnação.

A Lei Cármica não promove, por exemplo, a reencarnação de um assassino do passado de modo a que
venha a morrer de propósito nas mãos de outro impiedoso assassino, pois isso faria supor, sem dúvida, que
alguém se transformaria fatalmente em homicida para que fosse cumprido o seu destino trágico!

Na verdade, a Lei Cármica o situa num meio onde haja maiores probabilidades de ele ser vítima de
violências, quer por se encontrar entre maior número de homicidas em potencial, quer por se achar ligado a
adversários vingativos, que tenham sido suas vítimas no pretérito.

Nesse exemplo, o assassino do passado não se defronta com um destino implacável a confeccionar novos
homicidas para que se tornem instrumentos cármicos punitivos das infrações do passado. A Lei apenas
aproxima adversários que se unem dentro de suas próprias afinidades e tendências espirituais, por cujo
motivo terminam punindo-se entre si, ainda sob a lei de que “os semelhantes curam os semelhantes”.

4. OS ENSINAMENTOS DE JESUS SOBRE A LEI DO CARMA

Jesus, em suas advertências e admoestações evangélicas, também se referiu a essa “causa” e “efeito”, que
é a engrenagem do Carma. O Divino Mestre, como abalizado instrutor espiritual, conhecia perfeitamente o
mecanismo e a razão da Lei do Carma, que preside e disciplina o destino dos espíritos encarnados.

Sem dúvida, ele não podia expor claramente o mecanismo cármico ao povo de sua época, em face do
primarismo dos seus conterrâneos e, sobretudo, para não contrariar os dogmas do Judaísmo, que não
tardaria em protestar contra tal ensino inusitado. Mas esse conhecimento pode ser identificado em sua obra
através de símbolos e parábolas, bastando examinar a sua conceituação evangélica. Os conceitos
evangélicos de:

• “quem com ferro fere, com ferro será ferido”;

• “a cada um será dado segundo as suas obras”;


• “o homem pagará até o último ceitil”.

... são princípios insofismáveis da Lei do Carma, tanto quanto os aforismos e ditos populares, neste
particular, que advertem: “quem semeia ventos, colhe tempestades”, ou, “o mal que se planta à noite, colhe-
se de dia!”

Assim, quando Jesus aconselhava que o maior dos mandamentos é o “ama ao próximo como a ti mesmo”,
e também “faze aos outros o que queres que te façam”,a sua intenção era realmente orientar o homem
para evitar um “mau futuro”, libertando-se da severidade do Carma inflexível e da imantação às superfícies
dos orbes físicos.

Malgrado a sua expressão de ensino moral ou de advertência espiritual, o conceito expresso por Jesus de
“cada um colhe o que semeia” é uma lei científica. Além da conceituação moral dos ensinamentos do
Mestre Jesus, há também o fundamento derivado das próprias leis do Universo!

Jesus não foi apenas um instrutor espiritual, sociólogo ou expositor de um “Código Moral”, mas, acima de
tudo, um avançado espírito que já tinha sintetizado num único conceito, os demais conceitos de filosofia,
ciência e religião.

Sem dúvida, o conceito de Jesus de “cada um colhe o que semeia”, em equivalência com outras máximas,
como “a cada um será dado segundo as suas obras”, “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, ou ainda
“pagarás até o último ceitil”, evidenciam a presença de um princípio legislativo de “causa e efeito”, que
decorre da própria Lei Única de “ação e reação” do Cosmo.

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5. A Lei do Carma 6

5. MECANISMO DA AÇÃO DO CARMA SOBRE O HOMEM

O conceito de que se deve “colher conforme a semeadura” demonstra a existência deleis disciplinadoras
e coordenadoras, que devem proporcionar o resultado efetual conforme a natureza e intensidade da causa
fundamental.

Evidentemente, quem semeia “cactos” jamais há de colher “morangos”, assim como quem movimenta uma
causa funesta também há de lhe suceder um resultado igualmente funesto! O efeito destrutivo de um projétil
depende exatamente do tipo e da intensidade da força que o impeliu.

Todas as causas ocorridas no mundo material agrupam, atritam e movimentam elétrons, átomos e
moléculas de substância física. Da mesma forma, quando o homem mobiliza e gasta combustível espesso,
lodoso e quase físico do mundo astralino, para então vitalizar as suas atividades mentais inferiores, ele se
torna o centro da eclosão de tais acontecimentos negativos e censuráveis, porque deve sofrer em si mesmo
o efeito nocivo e danoso da carga patológica acionada imprudentemente.

Mas, se ele eleva o seu campo mental e emotivo vibratório à freqüência mais sutil, a fim de utilizar energia
superior para nutrir bons pensamentos e sentimentos, esse combustível sublimado então se metaboliza no
perispírito sem deixar resíduos enfermiços.

Após a desencarnação, o espírito densificado pelo fluido espesso é atraído pela sua compacidade
astrofísica e cai nas regiões astralinas purificadoras, vitimado pela própria atuação danosa aos outros, e,
sobretudo, a si mesmo.

O homem movimenta forças em todos os planos da vida, desde a mais sutil vibração de onda do reino
espiritual, até atingir a compacidade do mundo físico. Assim, o mínimo pensamento e a mais sutil emoção
do espírito encarnado, pela sua conexão ao corpo físico, exige o gasto energético proporcional à
intensidade e natureza das emissões mentais e ações emotivas, que repercutem plano por plano, até atingir
o campo da vida material.

De um modo geral, este conceito tem o seu equivalente nas conhecidas leis de reflexão da luz, do som, cujo
nome transcendental é a Lei do Retorno, bastante conhecida no processo cármico e atuação no ciclo das
encarnações!

Quando o artista pensa em pintar um quadro de rosas na sua mais bela florescência, essa ideação é real
em sua mente porque a tela florida em projeto só se delineia mentalmente graças à rapidíssima aglutinação
de elétrons e átomos específicos, para comporem os polipeptídios básicos da memória do cérebro físico,
com transformações energéticas para o espírito modelar o pensamento.

O certo é que na mente física há modificações, com perda e ganho de energia, para sustentar e evoluir a
idéia fundamental da futura pintura física, que então será visível aos sentidos humanos. Em verdade, a tela
reproduz tão somente a “materialização”, à luz do dia, daquilo que já existia vivo no campo mental do pintor.

No mundo das idéias tudo é real e possível num plano superior, graças ao eletromagnetismo dos átomos e
das moléculas, que, apesar de sua elasticidade e instabilidade, aglutinam-se nas substâncias mais variadas
sob o comando do espírito, assim como se fixam as tintas na tela física!

Em conseqüência, é a manifestação ideal do espírito, superior e mais real do que a do corpo carnal, que é
transitório, porquanto tudo o que é pensado registra-se no campo etérico do Universo por toda a eternidade,
através dos assim chamados “registros akáshicos“.

Desde que todos os pensamentos, atos e fatos são gravados na superfície do tempo e do espaço, o
indivíduo pode, através da meditação, desenvolver a arte de sintonizar esses registros akáshicos, quase da
mesma maneira como se pode reproduzir velhas fitas magnéticas gravadas.

Considerando-se que a vida espiritual é a original e definitiva, obviamente são mais definidos, vitais e
positivos os planos intermediários, que vinculam a entidade sideral à matéria, no chamado“descenso
vibratório”.

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5. A Lei do Carma 7

Assim, o plano espiritual é o mais real e importante e, em seguida, o plano mental, onde o espírito
corporifica primeiramente o seu pensamento e, sucessivamente, os planos astral da emoção e sentimento,
o etérico da vitalidade e usina da vida física, e o carnal, que é justamente o mais inferior e transitório!

Quanto o homem pratica um ato pacífico ou produtivo em favorecimento do próximo, ele apenas revela em
público e através das diversas fases ou escalas descendentes que separam o espírito da matéria, o que
realmente se sucedeu de modo positivo no seu mundo mental, e conseqüente repercussão na esfera do
sentimento.

Não é o ato puramente físico que lhe retrata a boa obra ou bondade interior, mastal sentimento foi acionado
primeiramente no campo definitivo da mente, isto é, da principal instrumentação do espírito imortal.

Assim, a seqüência é perfeitamente científica e disciplinada num prosseguimento matemático, que opera
gradativamente em cada plano da manifestação do espírito. A prática da mais singela virtude no mundo
físico movimenta cientificamente leis de controle criativo em todos os planos ou campos da vida etérea,
astral, mental, e mesmo espiritual.

Tal processo lembra rudimentarmente a nuvem invisível de vapor d’água, que pouco a pouco se condensa
sob condições adequadas de temperatura e pressão que regem os princípios da Física. Isso acontece
desde o plano imponderável até formar a mesma nuvem que, em suspenso e pejada de líquido, daí por
diante e pelo aumento de peso, sofre mais intensamente os efeitos gravitacionais do mundo físico, até se
transformar na nuvem benfeitora!

Sob o sol mais rutilante e o céu mais límpido e mais azul, a tempestade gera-se gradativamente, até eclodir
impressionando os sentidos físicos do homem! Mas isso só acontece depois de obedecer às leis e aos
princípios imperceptíveis aos sentidos humanos!

O carma do homem funciona também sob seqüências científicas e específicas a cada caso,
que abrangem desde a sua natureza espiritual e moral até a sua atividade física.

Deus não patrocina nem administra propositadamente nenhuma instituição punitiva ou departamento
específico de correção espiritual. Em verdade, toda conseqüência ou efeito desagradável, trágico, doloroso
e infeliz do homem é sempre fruto do seu descaso aos ensinamentos e às advertências dos
Instrutores Espirituais. A sua violência ou rebeldia aos princípios salutares e evolutivos decorrentes da Lei
Maior, que regula o equilíbrio, harmonia e coesão do Cosmo, é que então produzem as conseqüências
indesejáveis futuras.

Ninguém é castigado porque “peca”, assim como ninguém é premiado porque é “virtuoso”, mas todo desvio
do ritmo eletivo e da ascensão do ser espiritual resulta em atrito e reação retificadora da entidade imortal
existente em cada ser.

O estado de erro é vitalizado pelo consumo de energias de baixa vibração, porque são forças oriundas do
reino animal primário e que sustentam o campo instintivo inferior! Após o gasto do combustível primário,
então resta a fuligem aderida ao perispírito, que é resultante da movimentação dos desejos inferiores ou da
violência mental e astral do homem!

Quando o homem enxerga um terno de linho branco, convêm-lhe distanciar-se da proximidade de


ambientes graxosos, a fim de evitar uma possível poluição; no entanto, a mesma graxa, que pode ser um
“pecado” ou nódoa no terno de linho branco do turista, é louvável “virtude” como um símbolo de labor no
macacão do mecânico diligente!

A virtude e o pecado refletem apenas cada coisa no seu lugar certo, e cada ação visando um efeito útil no
seu devido tempo e necessidade circunstancial.

O que já foi virtude, como glória e consagração para a tribo de antropófagos, que devorava a carne do
guerreiro vencido e valente para herdar-lhe o heroísmo, hoje é um pecado ignominioso e crime à luz da
civilização!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 8

A virtude de ontem pode ser reprovada hoje, assim como o fato do homem do presente século ainda
devorar um frango assado, em virtude das famigeradas proteínas, há de ser um fato censurável se ocorrer
no seio de humanidades evoluídas de outros planetas, que se alimentam exclusivamente de frutas e
legumes.

Em face dos acontecimentos dolorosos e indesejáveis que ocorrem na vida humana, os reencarnacionistas
afirmam que as criaturas em sofrimento físico ou moral estão “pagando dívidas”, ou “sofrendo o seu carma”
passado.

Na realidade, o espírito sofre em si mesmo o efeito censurável que movimentou no passado, quando
contrariou, violentou ou desprezou o ritmo disciplinado e criativo em que as leis menores, derivadas da Lei
Única, governam a vida em todos os planos e campos da sua manifestação.

Eis o motivo por que o Evangelho do Cristo, com seus princípios e conceitos de aperfeiçoamento do
deusinho em miniatura que é o homem, também é a síntese “micro-organograma” da Lei Suprema do
Macrocosmo!

A Lei do Carma, que controla a “ação” e a “reação” do Cosmo, diversifica-se em leis e princípios menores,
que determinam e disciplinam o movimento e a função das galáxias, constelações e orbes, de modo a
existir o perfeito equilíbrio e harmonia universal.

Em rude analogia, caso o planeta Marte se revelasse contra essa Lei, pretendendo mudar a sua trajetória
ou decidir-se por uma vivência planetária isolada, ele sofreria de imediato o impacto vigoroso e um efeito
catastrófico corretivo, resultante da ação da Lei Única agindo através das leis menores.

Seria penas uma correção técnica sideral, jamais uma punição divina, em que a legislação cósmica apenas
evitaria maior catástrofe, repondo no rumo certo o orbe desgarrado do equilíbrio planetário.

Em sua natureza disciplinadora, a Lei do Carma evita prejuízos indevidos e deformações no progresso
incessante nas coisas e seres, adotando, de imediato, as providências que se fazem carentes no sentido de
permanecer a harmonia da manifestação criativa da vida.

É de advertência cármica que quem se isola será isolado, quem destrói sofrerá a destruição, quem calunia
será caluniado, quem menospreza será menosprezado, “quem com ferro fere com ferro será ferido”, “quem
semeia ventos colhe tempestades”!

É o perfeito entrosamento funcional da ação e reação equivalentes, como lei que regula o efeito à causa em
qualquer condição de vida ou latitude do Universo. Em suma, é assim que atua o processo do “Carma”
nessa motivação científica e independente de castigo, mas que constrange os espíritos faltosos à retificação
compulsória.

Desde que a legislação cármicaé educativa, e não propriamente uma resolução punitiva, mas apenas uma
decorrência de ações científicas, esse dispositivo científico pode produzir efeitos morais corretivos,
provenientes de causas morais censuráveis!

Por exemplo, o homem que se compromete conscientemente a sustentar e amparar a esposa e seus filhos,
pratica uma crueldade ou ato moral censurável quando os abandona, obcecado por outra paixão irregular,
ou mergulha no vício, transformando-se num marginal improdutivo.

Mas sob o cientificismo das leis criativas e disciplinadoras de cada plano de vida em ação nos diferentes
estados energéticos, cada vez mais densos, o homem, para concretizar o ato imoral de abandonar a esposa
e filhos, gasta energia mental, astral e etérea, consumidas nos diversos planos equivalentes, até se
materializar no fato físico do “abandono” à família.

É evidente que, antes, gera-se no espírito do homem a vontade ou decisão dele abandonar a família e,
secundariamente, isso adquire forma e força pelo revestimento energético no corpo mental, incorporando-se
na condição de prazer ou alívio no corpo astral dos desejos e sentimentos, para depois ser vitalizado no
campo do duplo etérico, que é o intermediário entre o perispírito e o organismo carnal.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 9

Conseqüentemente, para que se efetue o simples ato de fuga do homem aos deveres conjugais e paternos,
movimenta-se um processo científico e gradativo, desde a matriz do seu Espírito, sediado no plano
espiritual, cuja idéia “imoral” impregna-se de energia mental, e, no seu prosseguimento subdinâmico para
baixo, deve revestir-se da energia astralina e revestir-se no campo das emoções!

Finalmente, já no limiar do mundo físico, a idéia do abandono censurável projetado pelo Espírito,
dinamizada mental e astralmente, então se vitaliza pela energia “etéreo-física” do plano intermediário que
liga o mundo oculto e o físico, até se reproduzir “materialmente” num ato censurável, sob as leis e a moral
do mundo físico.

Em tal caso, o homem faltoso incorreu num ato “pecaminoso” porque se serviu maldosamente das forças
criativas da vida correta e vinculada pelo amor, como são as energias mentais, astralinas e etéricas, para
vivificar, sob a supervisão divina, a sua união a outros seres, traindo depois os vínculos de amparo e
responsabilidade. Usou energias de todos esses planos para cometer um ato irregular ao trair os votos
conjugais; a fim de praticar um ato “imoral”, mobilizou científica e tecnicamente as forças criativas do próprio
Cosmo!

Em conseqüência, ficou culpado, sob a Lei Cármica, de todos esses planos, cabendo-lhe corrigir o desvio
praticado no mau uso das forças arregimentadas num ato irregular no mundo físico, e que fará num
processo retroativo de compensação energética.

As causas perturbadoras, geradas pelo homem imoral nos diversos planos da vida oculta que
vinculam o espírito à matéria, também hão de gerar-lhe efeitos idênticos e perturbadores no
momento de sua retificação cármica.

Sob o julgamento humano e os preconceitos sociais do mundo, o abandono da família é tachado como ato
censurável ou acontecimento exclusivamente punível na esfera da ética humana. É apenas a atitude
censurável e comum de um pai de família que abandona o lar por vício, vagabundagem ou aventuras ilícitas
pecaminosas, onerando o equilíbrio social e agravando a economia coletiva.

Mas para a Lei do Carma humano, que se deriva intimamente da Lei Cármica do Cosmo, sob o mesmo
ritmo e a pulsação energética de que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, ela abrange toda
escala da perturbação, que decorre desde o mundo oculto, e altera a estabilidade do ritmo, equilíbrio e
harmonia, em todos os planos subseqüentes.

Há uma correção científica desde a atividade espiritual até a atividade física, que gera um efeito
disciplinador moral, partindo de uma causa científica.

A intenção fundamental da Lei perturbada é indenizar vibratoriamente todas as deformações


ocorridas, e ajustar o equilíbrio e a harmonia, que são violentadas nos vários setores de sua
ação e reação.

E sob a própria lei do bom senso, serve-se do próprio autor nocivo para ele próprio reajustar o ritmo
perturbado na seqüência da reação, e equilibra a ação que foi alterada!

6. O CARMA FUNDAMENTAL DO ESPÍRITO

Carma fundamental de um espírito é a condição a que ele fica subjugado, inapelavelmente, sob um destino
determinado pela natureza do próprio planeta, ou meio onde deve efetuar a sua nova experiência espiritual.

Embora o espírito reencarnante possa ser de alto gabarito espiritual, ou então apenas um tipo primário,
pouco importa se ele merece ou não renascer em tal ambiente, pois ficará inapelavelmente sujeito às
injunções naturais e próprias do orbe onde tiver de habitar.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 10

Assim, por exemplo, um campeão de natação, nem por isso fica livre das más conseqüências de nadar num
rio infestado de jacarés, bem como um espírito santificado terá de sofrer as injunções do clima, da pressão,
da instabilidade geológica e do solo geográfico do planeta onde ele tiver de se encarnar.

Seria bastante absurda a exigência de se modificar de imediato a composição geofísica de certo orbe só
porque lá se encarnou determinado espírito, cuja graduação espiritual não aprova tal ambiente onde deve
viver!

Assim, há muita diferença entre o “carma fundamental” do espírito que se encarna em Marte, cujo planeta
agradável, tranqüilo e saudável, devido ao fácil controle climático e topográfico conseguido pelos marcianos,
então proporciona existência física venturosa, quando comparado à natureza hostil e instável da Terra!

O Planeta Terra, devido à sua instabilidade geológica, natureza agressiva e rude, moradia de humanidade
primária, daninha, violenta, cruel, vingativa e destruidora, qualquer que seja o grau evolutivo e a
sensibilidade do espírito superior ali encarnado, jamais poderá fugir das conseqüências “naturais” e próprias
do meio primário onde precisa ou decidiu-se por habitar.

Em conseqüência, quer o espírito seja mau ou bom, sadio ou enfermo, ignorante ou sábio, o seu “carma
fundamental” deriva-se intrinsecamente da natureza e reação de cenário físico que lhe emoldura a vivência
humana.

Daí o motivo por que um espírito do quilate de um Francisco de Assis, que era absoluta renúncia, ou
mesmo de Jesus, sacrificado até a última gota de sangue pelo seu amor aos homens, ainda sofrem mais do
que o homem comum terrícola, porque este se defende com unhas e dentes pela melhor sobrevivência e
não alimenta os escrúpulos e a tolerância das almas sublimes.

Malgrado o seu elevado gabarito sideral, os santos não podem se livrar da agressividade da natureza
primária de um planeta como é a Terra, nem da ferocidade dos seus habitantes, recém-saídos das cavernas
da idade da pedra e que só entendem as especulações do mundo de César, mas descrêem da fantasiosa e
duvidosa felicidade do “Reino de Deus”!

Obviamente, Jesus não deve ter padecido na Terra efeito cármico de ter promovido uma crucificação no
pretérito, mas, para ele ministrar o “Código Moral” do Evangelho aos alunos terrícolas, obrigou-se,
conscientemente, a sofrer as injunções da escola primária em que viera lecionar, cujos alunos primários e
rebeldes, daninhos, desrespeitosos e cruéis, então o crucificaram, dominados pela sua irresponsabilidade
espiritual.

Num mundo de natureza agressiva, próprio dos seres ferozes e impiedosos, tanto quanto mais delicado for
o homem, mais facilmente ele será ferido pelo impacto violento e destruidor do meio.

Há o carma do indivíduo, e depois o carma da família, que se constitui na soma do ativo e do passivo de
todos os espíritos ali congregados para compor o grupo doméstico. Igualmente, há o carma de uma cidade,
que compreende o carma dos membros de todas as famílias aí residentes.

A soma do carma das cidades então é a do país, e a soma do carma de todos os países é o resultante do
continente, e finalmente a soma de todos os continentes é a do próprio orbe!

Considerando-se os vários tipos de planetas do sistema solar e as suas funções como orbes educativos
primários, ginasiais, secundários ou acadêmicos, a Terra é um mundo de carma bem mais rude do que
Marte, que lhe é um grau sideral superior.

A base fundamental do tipo de carma de cada espírito reside especificamente nas condições
mesológicas do próprio planeta onde é chamado a residir ou renascer.

Só pelo fato de qualquer espírito reencarnar-se na Terra, ele só fica condicionado a um carma mais
doloroso, por ser um orbe de natureza hostil e primária, portanto mais desventurado do que outro espírito
que renasce em Marte, cujo planeta é mais sublimado do que o mundo terreno!
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 11

Em relação aos valores cármicos escalonados em cada planeta, a Terra é considerada um planeta mais
inóspito e carmicamente inferior porque é uma escola de educação espiritual ainda primária, portanto um
planeta de carma sobretudo corretivo, ou seja, de finalidade purificadora.

É um orbe de natureza física instável, sujeito às inundações, tufões, secas, frio e calor extremos; suas
florestas são povoadas de insetos, répteis de toda sorte, de animais perigosos e selvagens, enquanto todo
o meio ainda é poluído de germes patogênicos nas imensas regiões pantanosas, ou de depósitos de
detritos humanos, provocando o envenenamento químico do próprio ar na evasão de gases nauseabundos.

Em conseqüência, geram-se epidemias mortais ou de efeitos deformantes, com proliferação de vírus e


ultravírus, além dos intempestivos acidentes geográficos, que não permitem uma vivência de absoluta
tranqüilidade.

Na sua composição primária, e para efeito de polimento espiritual, os vulcões são verdadeiras válvulas de
pressão da massa ígnea interna, e geram tragédias lamentáveis entre os povos, cujos espíritos muito
endividados situam-se justamente nas áreas vulcânicas ou de instabilidade geológica.

Assim como as escolas primárias do mundo são destinadas aos alunos incipientes, analfabetos e rudes, o
planeta Terra é o lar físico de espíritos primários, defeituosos e rebeldes, cujo conteúdo psíquico, ainda
bruto como o diamante extraído do solo, principia o ser desbastado para a louvável escultura do futuro
brilhante espiritual!

O Alto seria bastante incoerente, caso povoasse a Terra, que é um curso primário espiritual, com entidades
de alto gabarito e de melhor freqüência sideral.

Assim como a lixa amacia a madeira do tampo da mesa rústica, o ácido limpa a vidraça gordurosa, ou o
calor apura o ferro até a condição louvável de aço mais resistente, um planeta como a Terra serve para
desbastar as arestas grosseiras dos espíritos aí encarnados e prepara-los para outras vivências mais
sublimes!

Um planeta primário, como a Terra, cuja estrutura geológica instável oferece pouco conforto
no seu ambiente físico, só pode servir de palco ou moradia educativa para espíritos de
características psíquicas primárias ou deficientes, ainda necessitados de corretivos
redentores, como as intempéries, as mudanças climáticas e os cataclismos geológicos.

Entretanto, ao aluno diligente, estudioso e responsável, que verifica em nada poder contribuir para modificar
a escola primária e elevar a conduta dos seus colegas, só lhe resta uma decisão:devotar-se, paciente e
integralmente ao estudo libertador, e promover-se o mais cedo e eficientemente possível em seus
exames, a fim de se desligar da escola tão rude e tão eletiva apenas aos alunos daninhos, irresponsáveis e
rebeldes.

O mesmo cabe ao espírito encarnado na Terra, cumprir disciplinada e devotadamente as lições para a sua
mais breve libertação do jugo desconfortável da matéria, atendendo ao convite do Cristo, que assim
adverte: “a cada um será dado segundo as suas obras”, mas acrescenta: “quem quiser alcançar o reino dos
céus, apanhe a sua cruz e siga-me”.

7. O CARMA COLETIVO DA FAMÍLIA

Considerando-se que o conceito de “cada um colhe o que semeia” é um princípio da Lei do Carma,
constata-se que não é uma aberração os espíritos se encarnarem na Terrajá estigmatizados por destinos
fatalistas, que lhes cerceiam o livre arbítrio.

Embora cada espírito deva renascer na vida física com o seu programa previamente esquematizado pela
Administração Sideral da Terra, isso também se conjuga ao carma da raça e ao carma do próprio planeta
de provas.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 12

Há o carma individual do espírito reencarnante, que se conjuga ao carma da família em que


ele ingressa, e inclusive ao carma do povo ou da raça de que ele vai participar.

É uma conjugação perfeita de valores positivos e negativos, que não podem exorbitar das regras e dos
princípios disciplinadores da Lei do Cosmo, no esquema corretivo e indenizador das coletividades e dos
indivíduos em suas inter-relações pessoais.

A família terrena é constituída por espíritos dos mais variados tipos e graus evolutivos, os quais se
digladiam há milênios no curso das vidas humanas, sujeitos ao carma coletivo do próprio conjunto familiar
espiritual, povo, raça e da própria humanidade na sua eleição planetária.

Sob a vestimenta carnal dos mesmos ascendentes biológicos, disfarçam-se espíritos amigos e inimigos,
vítimas e algozes, credores e devedores, que ali se aproximam e se ajustam, sob a condição
contemporizadora e convencional do lar humano!

No seio da mesma família terrena, tanto vivem os espíritos amigos e unidos pelo amor, assim como as
almas inimigas e adversas imantadas pelo próprio ódio que geraram no passado!

Durante o treino afetivo e os interesses em comum que unem os membros da mesma família, amainam-se
ódios pregressos e cessam os impulsos irascíveis, e que ainda ficam mais fortalecidos pelo sentimento da
partida para o Além!

Afora de sua retificação individual, cada espírito encarnado ainda fica na dependência da correção do
conjunto dos espíritos afins, cuja família é também uma espécie de membro de cada povo e raça, e,
conseqüentemente da própria humanidade terrícola, compondo a síntese do Carma da próprio orbe onde
vivem!

Sob dores, sofrimentos, necessidades econômicas, vicissitudes morais e dramas de família, os espíritos
reunidos pelo mesmo tipo de delitos, culpas e dívidas cármicas então precisam amparar-se contra a
agressividade do mundo exterior enquanto isso os ameniza em suas próprias mágoas e ressentimentos
recíprocos do passado!

Ademais, as alegrias e os sucessos dos membros da mesma família, quando se projetam nas esferas
artística, política, social, intelectual ou mesmo desportiva, carreiam louvores e exaltações que lembram
indenizações dos maus entendimentos pregressos.

A euforia do conjunto, uma vez que a ventura de um familiar também se reflete no todo da parentela,
aumenta a satisfação recíproca e extingue de forma mais breve as animosidades cármicas pregressas.

Em face de cada família terrena se compor pela afinidade espiritual, atração e simpatia pelo afeto recíproco
do passado, ou então sob a injunção cármica de dívidas e culpas, existem famílias tradicionalmente felizes,
as quais passam pelo mundo deixando um rastro de júbilo, sucesso e venturas por parte de todos os seus
componentes.

No entanto, outras famílias carregam certo estigma doloroso, uma atmosfera trágica desde a sua formação,
que surpreende a própria história.

Há famílias totalmente agressivas, egocêntricas, degeneradas, inescrupulosas, vingativas, perversas,


trágicas ou desventuradas, cujos membros e descendentes findam suas vidas sob o mesmo tipo de carma
que os estigmatiza em conseqüência de vidas anteriores.

Aliás, verifica-se, também que, em certas famílias, os seus membros extinguem-se sob um mesmo tipo de
enfermidade, desde a tuberculose, lepra, cânceres ou forma de aleijamento, surdez, perturbações mentais,
que surpreendem os próprios médicos, uma vez que há falecimento da maioria por moléstia idêntica e não
contagiosa, ou mesmo hereditária, cuja explicação científica induz alguma predisposição atávica, mas na
realidade é carma coletivo!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 13

A Lei Cármica reúne sob a mesma vestimenta carnal e influenciados pelos mesmos
ascendentes biológicos, espíritos afins, por força de culpas, deslizes, dívidas e mazelas
semelhantes, compondo estigmas trágicos sob a dependência da mesma indenização
espiritual pretérita.

São exemplos de agrupamentos de espíritos afins às provas semelhantes na mesma família, quanto à
natureza das culpas ou pecados de vidas anteriores:

EXEMPLO DA SITUAÇÃO CÁRMICA: CAUSA PRETÉRITA:

Família cujos membros sofrem acidentes ou se


Trata-se de um conjunto de espíritos em prova
extinguem sob armas de fogo, às vezes de modo
semelhante, provavelmente de ex-caçadores
surpreendente, morrendo aparentemente sem
que no passado se divertiam em acabar com os
culpa, atingidas por uma bala sem rumo ou ao
animais nas florestas.
examinar uma pistola ou fuzil.

Geralmente são comparsas que operaram em


Vários componentes de um agrupamento familiar
desfavor do próximo por ações negativas de
coincidem em morrer de câncer; isso constitui um
magia, maledicência, calúnias, prejuízos ou
enigma para a ciência profana.
extrema inveja.

Cumpriram o carma de pirataria, quando


Descendentes de uma certa família desencarnam
lançavam ao mar os tripulantes dos barcos
por afogamento.
apreendidos.

Pais infelizes curtem a desdita angustiosa de só Foram responsáveis por induzir ao vício da
gerarem filhos hidrocéfalos, esquizofrênicos, cocaína, morfina ou ópio os espíritos dos seus
retardados ou mongólicos. próprios descendentes atuais.

8. A AÇÃO CÁRMICA PLANETÁRIA: DETERMINISMO x LIVRE ARBÍTRIO

Enquanto a humanidade ignorar o conceito evangélico de que “a cada um será dado segundo suas obras”,
jamais o homem alcançará a ventura de uma existência tranqüila.

Sob a regência do “livre arbítrio”, que permite ao espírito organizar a sua vivência nos mundos físicos, ele
ainda fica enquadrado no esquema retificador do seu carma, o qual, sem dúvida, foi também uma causa
que termina por reduzir a própria ação desse livre arbítrio.

O espírito deve sempre pesar e balancear quais serão os prejuízos que poderá causar ao
próximo toda vez que se movimentar para atender a satisfação das próprias necessidades e
prazeres.

Sob o conceito de senso comum, em que “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, o homem deve
medir rigorosamente o efeito dos seus passos na senda humana, porquanto “há de pagar até o último ceitil”,
toda culpa ou prejuízo causado a outrem.

Apesar do terrícola sofrer as limitações impostas pelo determinismo cármico do planeta Terra, o exercício
do livre arbítrio vai muito além do que se pensa, porquanto ele já é umavontade espiritual definida e
superior ao próprio orbe que habita!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 14

A diferença principal entre a ação do determinismo cármico planetário e o exercício do livre


arbítrio individual está em que o terrícola deve assumir a responsabilidade de todos os seus
atos, sejam bons ou maus!

O corpo material do planeta Terra representa a vestimenta exterior do seu Arcanjo Planetário, que em
espírito o alimenta desde a sua intimidade mental e astral. A sua vontade poderosa significa a própria Lei
atuando em harmonia com o carma dos demais planetas do sistema e agindo de comum acordo com o
Arcanjo Constelatório, que é o responsável pelo progresso de toda a constelação solar.

Aquilo que se poderia ser considerado um determinismo implacável, a tolher o livre arbítrio individual, é
apenas o conjunto de leis que emanam do Espírito Planetário como o crescimento harmonioso de sua
humanidade.

Quando o homem se ajustar a essas leis evolutivas e só souber operar em seu próprio benefício espiritual,
sem entrar em conflito com a coletividade, ser-lhe-á facultado o exercício do livre arbítrio de modo ilimitado.

Por enquanto, o homem terrícola não pode usufruir o direito de exercer a sua vontade absoluta, pois até nas
suas próprias relações genésicas ainda se mostra inferior aos animais, que as respeitam e praticam só nas
épocas adequadas e exclusivamente com a finalidade de procriar.

Em face do extremo egoísmo, cupidez e crueldade do atual cidadão terreno, a sua vida seria de contínua
desordem e conflito se os poderes humanos pudessem gozar impunemente do seu livre arbítrio!

Uma vez que é a irresponsabilidade do ser humano que lhe reduz o uso do livre arbítrio, este só poderá
aumentar e ser exercido de modo mais amplo à medida que o homem se libertar da escravidão das
formas e viver mais devotado ao mundo espiritual, onde a sua vontade pode ser exercida de modo
ilimitado.

O determinismo cármico da Terra, limitado pelo determinismo cármico de sua constelação solar, reduz
também o livre arbítrio e a plena ação da vontade humana.

O mundo material, com sua substância letárgica, significa o ergástulo que aprisiona o espírito, cuja natureza
essencial é a liberdade no Além. Em conseqüência, esse livre arbítrio só pode ser exercido mais
amplamente desde que a criatura também se liberte cada vez mais da substância material com compõe e
limita o corpo exterior do planeta.

À medida que o terrícola se integrar ao Cristo Planetário, que é o espírito excelso que nutre o orbe terreno,
sem dúvida também crescerá o seu livre arbítrio em relação aos demais seres e coisas, pois, angelizando-
se, o homem também será mais consciente da Verdade Eterna.

A fim de que desperte a consciência de sua individualidade, Deus lança as almas virgens na corrente da
evolução planetária dos mundos físicos; então, curtindo as lições da vida humana e sofrendo as injunções
da própria morada material, elas terminam consolidando as suas linhas demarcativas de “ser” e “existir” no
seio da própria Consciência Cósmica.

O Carma da Terra impõe à humanidade um determinismo resultante de suas próprias modificações


cármicas, decorrentes dos demais orbes do sistema solar.

Assim, os homens ficam também sujeitos às movimentações e às alterações cármicas terráqueas, e os


seus ideais, projetos e interesses individuais só podem ser realizados ou satisfeitos até onde não colidam
com os proveitos da coletividade.

A Lei Cármica, pois, na sua função de ativar o progresso do Cosmo, tanto regula e limita o movimento do
indivíduo para harmoniza-lo com a sua comunidade, como também as modificações e a estabilidade do
próprio campo planetário.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 15

9. A AÇÃO EDUCATIVA DA LEI CÁRMICA

A criatura humana é sempre beneficiada, mesmo quando submetida à mais terrível prova cármica.
Suponha-se, por exemplo, um espírito encarnado num corpo físico com paralisia total dos seus membros
inferiores. Isso para ele é um mal porque, devido ao efeito cármico que lhe tolhe os movimentos das pernas,
deixa de participar a contento do curso da vida transitória do mundo material.

No entanto, em tal caso, a ação restritiva da Lei não tem por objetivo fazê-lo expiar de modo doloroso
os seus erros do pretérito, mas apenas desenvolver-lhe um melhor senso diretivo dos seus passos
futuros.

Se, por um lado, o impede de participar ativamente das movimentações comuns da vida física e o manieta
pela paralisia, assim o faz para obriga-lo a uma existência mais introspectiva e ao constante esforço
reflexivo, que também lhe apura o psiquismo.

A paralisia ou deformidade, que o cinge a uma cadeira de rodas ou leito de sofrimento, não só o obriga a
uma vida mais psíquica, como o afasta das paixões perigosas e das ilusões que vicejam nos caminhos do
trânsito fácil da matéria.

O paralítico, então, pode melhor desenvolver os bens do espírito e instruir-se mais facilmente, pois bem
menores são as suas necessidades materiais e também lhe sobeja maior cota de tempo para compensar os
prejuízos do pretérito.

O que pode parecer punição ou expiação espiritual para as criaturas ignorantes do sentido
criador e da recuperação cármica da alma, nesse caso não passa de retificação da onda de
vida, que estava desarmonizada com a consciência do ser.

Da mesma forma, quando se represa o curso dos rios, não se faz para castiga-los, mas apenas para que,
do acumulo de suas águas resulte maior força para a usina benfeitora.

Assim, quando muitas vezes a Lei do Carma, ajustando o efeito à causa correspondente, represa a
liberdade do espírito e o paralisa no ergástulo de carne retificador, não o faz com o fito de qualquer desforra
divina, mas apenas para corrigir o desvio psíquico perigoso e reconduzir novamente a alma ao seu curso
venturoso.

A enfermidade física é apenas um efeito contensivo e transitório, que tanto ajusta o energismo espiritual
negligenciado no passado, como também se torna o meio pelo qual o espírito expurga os venenos
psíquicos que lhe impedem a diafanização do perispírito.

A Lei Cármica tem relação íntima com os padecimentos de certas criaturas submetidas a tratamentos
dolorosos através de cirurgia ou da terapêutica médica convencional.

Atualmente, devido ao estado moral e espiritual do cidadão terreno, a Lei Cármica ainda lhe preconiza um
tratamento doloroso, à base de seringas hipodérmicas, tubagens de órgãos combalidos, aplicações e
ingestão de medicamentos repulsivos, tóxicos e lesivos, que funcionam como efeitos das causas
culposas do passado.

Em face de haverem evoluído os métodos punitivos das leis humanas, com a abolição das torturas
medievais, os médicos (muitas vezes sem que o saibam) acabam por funcionar comoinstrumentos de
retificações cármicas nos seus pacientes.

Aqui, o usurpador cruel do passado, que oprimia os seus adversários políticos, sofre atrozmente devido à
chaga infecciosa e rebelde que surge num órgão que foi operado precipitadamente. Ali, é o velho inquisidor
do “Santo Ofício” que, estirado no leito de luxuoso hospital, mostra-se completamente perfurado por agulhas
hipodérmicas, com as carnes maceradas pelas seringas dos soros e transfusões de sangue, que pingam
através de tubos suspensos de aparelhos especiais, como se fossem instrumentos de tortura.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 16

Acolá, a feroz fazendeira, que se servia do fogo para supliciar os seus infelizes escravos, encontra-se
transformada noutra figura humana submetida a terríveis cautérios e intervenções cruciantes, enquanto o
seu coração combalido não permite a menor intervenção da anestesia para faze-la esquecer o sofrimento!

As criaturas que ainda precisam percorrer a “via crucis” dos consultórios médicos,
submetem-se a exames radiográficos, experimentações dolorosas, tratamentos espartanos e
hospitalizações urgentes, enquanto os seus males se agravam dia-a-dia, sem dúvida ainda
gemem sob um carma penoso!

A Lei não se vale dos acontecimentos cármicos para punir as criaturas, o que seria incompatível com a
bondade de Deus; mas transforma-os em recursos terapêuticos para as suas almas, efetuando-se a cura
através do processo homeopático, em que “semelhante cura semelhante! (“similia similibus curantur”).

A equanimidade da Lei do Carma é que marca o resgate do “último ceitil” de que falou Jesus.

A Lei do Carma exige que se pague “ceitil por ceitil”, ou seja, o total de todas as perturbações que o homem
ocasionar aos outros com a sua natureza animal inferior. Mas a bondade divina permite que ele diminua a
quantidade ou a intensidade do mal praticado, desde que ele trabalhe em favor dos miseráveis, ou então se
sacrifique heroicamente para a melhoria do mesmo mundo em que tenha contribuído para a sua
perturbação.

O homem tanto tem oportunidade de pagamento contínuo de sua dívida cármica, quanto
incessante crédito provindo dos serviços espontâneos de abnegação e amor
desinteressados.

Nesse sentido, há mil recursos oferecidos pela vida humana, que permitem à alma laboriosa e decidida
reparar os seus delitos do pretérito. Daí se infere que a Lei é rigorosa, mas é justa; que o Pai é
fundamentalmente Amor, e não simplesmente Justiça!

Não há júri punitivo no Espaço, ou instituição penal com a finalidade exclusiva de julgar e
acertar as contas dos desencarnados sob o conceito de “olho por olho, dente por dente!”

As leis cármicas, traduzidas pelos aforismos de “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, “a semeadura
é livre, mas a colheita é obrigatória”, ou ainda, “terás de pagar até o último ceitil”, são muito suavizadas pelo
conceito de auto-responsabilidade , que assim diz: “a cada um será dado segundo as suas obras”. Não se
trata de sentenças ou leis punitivas determinando castigos aos pecadores; trata-se simplesmente de
conseqüências técnicas, em que os efeitos resultantes derivam de causas semelhantes.

Assim, o homem rico, que consome sua fortuna em seu exclusivo bem e disso resultam prejuízos alheios,
estabelece uma “causa” culposa pelo abuso do livre-arbítrio, devendo corrigi-la ao sofrer os seus efeitos
danosos noutra vida, quando então enfrentará a prova da miséria como a terapêutica para o seu reequilíbrio
espiritual. Da mesma forma, a mulher que se nega a ter filhos, fugindo ao sagrado imperativo do “crescei e
multiplicai-vos”, numa existência futura poderão nascer-lhe gêmeos, trigêmeos e quíntuplos, constituindo
uma prole numerosa, para a compensação da negligência pregressa.

Os pais que abandoam os filhos nas vidas anteriores, como péssimos zeladores dos seus próprios
descendentes, a Lei do Carma os torna estéreis nas encarnações futuras, a fim de que se adestrem e
desenvolvam o sentimento paterno criando filhos adotivos!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 17

10. OS SENHORES DO CARMA

Raros espiritualistas mostram-se esclarecidos quanto ao verdadeiro sentido da recuperação cármica, pois
mesmo entre os espíritas ainda se confunde o programa técnico de limpeza perispiritual com a concepção
de castigos, sofrimentos ou resgates de culpas pregressas.

Não existem departamentos corretivos nos planos superiores para punir as faltas dos filhos
de Deus.

Afora alguns arremedos de tribunais de justiça, sediados nas regiões do astral inferior sob o comando de
entidades malévolas do submundo espiritual, a dor, desdita, desgraça, tragédia ou infelicidade são apenas
fases de um processo técnico benfeitor, traçado inteligentemente pelos “Senhores do Carma”, com o
objetivo exclusivo de proporcionar a felicidade breve aos espíritos ignorantes.

Os Senhores do Carma, assim conhecidos pela filosofia oriental, são espíritos encarregados
de esquematizarem os programas redentores dos encarnados no processo de retificação
espiritual.

Conhecidos por “Senhores do Carma” na escolástica hindu, ou por “Mentores Cármicos” na sinalética
oriental, eles controlam cada espírito desde os primeiros bruxuleios de sua consciência, através dasfichas
cármicas, com o prefixo sideral da família espiritual a que pertencem, acrescidas dos dados da sua
graduação sempre atualizados.

O número sideral é a identificação definitiva do “espírito-indivíduo”, em todas as suas encarnações e


ascese sideral. É evidente que, se determinado espírito se chama na Terra, João, Rafael, Júlio César ou
Sócrates, isso se refere apenas à sua existência transitória na carne, não propriamente à sua verdadeira
identifica espiritual, que é umnúmero sideral permanente.

11. LEI CÁRMICA x JULGAMENTO ALHEIO

Também o conceito evangélico de “não julgueis par anão serdes julgados”, ou “não condeneis e não sereis
condenados”, amplia-se no seu sentido moral, abrangendo já algo no processo cármico e no julgamento das
relações e conseqüências entre os espíritos nas suas encarnações sucessivas.

Esses conceitos de Jesus são importantes advertências de que toda ação negativa do espírito redunda
sempre em seu próprio prejuízo, pois julgar o alheio é “medir-se” a si próprio; nada mais é que um
mecanismo de defesa do “ego”, em que, para ressaltar-se ou elevar-se, o homem julga o próximo e o
diminui por uma conclusão inferior!

Muito além da simplicidade de um julgamento pessoal de homem para homem, essa sentença do Cristo
abrange a vivência do espírito através de suas encarnações. Ela é extensível à continuidade da vida
espiritual, abrangendo os maus e bons juízos que o espírito pronuncia no decurso de todo o processo de
sua angelização!

Isso se refere ao fato da criatura julgar os equívocos, as imprudências e os pecados dos seus irmãos, e
depois verificar a frustração de já ter procedido assim em vidas anteriores, ou aperceber-se de que ainda
poderá pratica-los no futuro.

Essa conceituação de Jesus é mais propriamente uma lei do que um aforismo, que além de funcionar fora
do tempo e do espaço, adverte e disciplina as atividades cármicas dos espíritos na sua ascese angélica. Ela
refere-se precipuamente à essência da vida espiritual do homem, pois abrange as causas e os efeitos
fundamentais de suas vidas sucessivas, sob o processo implacável e justo da Lei do Carma!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 18

Daí certa semelhança entre os vários conceitos evangélicos sob a mesma concepção aforística, em que o
Mestre Divino assim disse:

• “com a mesma medida com que medirdes, ser-vos-á medido”;


• “aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra”;
• “a cada um será dado segundo as suas obras”;
• “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.

... ou mesma síntese significativa, que assim adverte:

A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória!

Sob o invólucro dessas sentenças e aforismo cristãos, permanece sempre o inalterável conteúdo
evangélico, que então esclarece quanto à mesma lei cármica de ação e reação, atuando em todos esses
casos algo semelhantes.

Não se trata apenas de advertência, censura ou sentença moral, porém é referência indiscutível a uma lei
ou princípio específico, que age num determinado ângulo do Cosmo, visando sempre a harmonia e o
equilíbrio criativo da Vida!

O carma é lei que corrige e cerceia a causa a fim de eliminar o defeito, mas proporciona um
resultado educativo!

No âmago desses ensinamentos, o Mestre Jesus adverte e esclarece quanto aos prejuízos e à leviandade
do espírito que, julgando-se santificado diante de algum delinqüente, muitas vezes condena os mesmos
pecados que já cometeu alhures, ou que ainda poderá comete-los na atual e em existências futuras!

Quanto mais o espírito se integra no conceito de justiça suprema e desenvolve o Amor, ele deixa de julgar
os seus irmãos menos credenciados, livrando-se mais cedo da implacabilidade justa da Lei do Carma, que
atua na sua função impessoal e exclusivamente para a retificação espiritual.

12. A “QUEIMA” DO CARMA

Todos os pensamentos, sentimentos e ações do espírito encarnado geram um tipo decarma para o futuro,
ou seja, produzem uma soma de efeitos bons ou maus, perfeitamente vinculados aos atos praticados pelo
espírito em vidas anteriores.

Chama-se “queimar” o Carma, conforme é tão familiar nos ensinamentos orientais, quando os
seus próprios autores resgatam as dívidas ou “efeitos” assumidos pelas causas culposas do
passado.

Mas, em face de cada “causa” ou ação boa ou má de hoje também produzir um efeito bom ou mau nas
vidas futuras, o espírito encarnado reduz as duas dívidas pregressas e, ao mesmo tempo, gera um
novo carma, bom ou mau, através dos atos atuais, e cujos efeitos devem ser vividos na próxima
existência.

Satisfeita a Lei de Causa e Efeito em relação a algum débito em particular, cessa a sua ação em relação a
esse aspecto sobre a criatura endividada, cumprindo-se então aquilo de que avisou Jesus, ao prevenir: “o
que desligares na Terra, também será desligado no céu”!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 19

O Cristo deve servir de barômetro, a fim de se poder conhecer qual a “pressão” do espírito da criatura em
todos os seus atos, à semelhança de uma agulha bussolar, que a guia sempre para o norte da bem-
aventurança eterna!

Só existe um caminho para a definitiva libertação das algemas cármicas nos mundos físicos: a renúncia e o
sacrifício absoluto para com os próprios algozes e detratores! E “se o teu adversário obrigar-te a andar
uma milha, vai mais uma com ele e, se te tirar a capa, larga-lhe também a túnica”, é o conceito que melhor
indica a solução desses problemas adversos do passado.

Todos os espíritos bem intencionados, que progridem tomados de novos ideais e propósitos superiores,
reconhecem que a sua libertação definitiva da carne lhe será mais breve se também se dedicarem a
proteger os seus próprios algozes do passado. Não se trata de sentimentalismos de almas privilegiadas
entre a humanidade sideral; são apenas condições naturais e comprovadas por aqueles mais
experimentados na vida espiritual.

Na verdade, muda o diapasão da ventura do ser, quando também ele se torna criador de
venturas alheias.

É a exata comprovação do ensinamento divino de Jesus, quando aconselha que “se caminhe mais uma
milha a favor do adversário” ou que, depois de “exigido o manto, também se dê a túnica”. Quando isso lhe
acontece em sua divina espontaneidade, sem quaisquer laivos de vaidade ou interesse mesmo espiritual, é
porque então Deus já flui por intermédio dele, e porque ele já reflete parte do Seu Amor Incondicional!

13. LEI CÁRMICA x EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

Dentre os meios mais indicados para o indivíduo modificar para melhor o seu carma, o principal é o
controle de seus pensamentos, palavras e obras, pois à medida que ele reduz ou modifica para melhor o
seu Carma do passado, é certo que também cria um novo Carma para o futuro, e este ser-lhe-á tão amargo
ou venturoso de conformidade com o Carma restante, das encarnações passadas e as causas que criar no
presente.

O Carma, em seu sentido específico, registra as ações da alma desde o momento em que ela principia a
sentir-se “algo” existente dentro do seio da Divindade e, embora sem poder desprender-se do Espírito
Criador da Vida Cósmica donde proveio, já se distingue como uma consciência individual existente à parte.

A mesma Lei sábia que rege o mecanismo do Universo também se amolda e se ramifica gradativamente
para regular o movimento dos elétrons no seio dos átomos.

Os astrônomos conhecem a infalibilidade de certas leis que disciplinam o curso dos astros; os químicos
sabem quais são os fatores reagentes, exatos e indiscutíveis, que orientam a afinidade de suas
combinações costumeiras; os matemáticos reconhecem a precisão dos cálculos que geometrizam o
Universo, enquanto a humanidade já principia a compreender que o homem também é o plano matemático
do futuro anjo!

Há uma lei indesviável, uma lei cármica reguladora da causa e do efeito, que tanto transforma a bolota em
carvalho, a lagarta em libélula, como o celerado no ungido do Pai! Na verdade, uma Vontade Diretora
espraia-se por tudo e sobre todos, como um imperativo de segurança e harmonia cósmica, tendo por único
fim a Beleza e a Perfeição.

O Carma, como um ritmo submisso da Vontade Superior, é a própria pulsação do Criador


atuando em ciclos disciplinadores, desde as órbitas dos elétrons até as órbitas dos sistemas
solares.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
5. A Lei do Carma 20

É por isso que, em face do equilíbrio e da ordem absoluta na manifestação criadora do Universo, o
conhecimento iniciático desde os tempos pré-históricos afiança que “o que está em cima também está
embaixo”, e “o que está no átomo também está no Universo”.

O Carma, para um sentido de compreensão geral, é a própria Lei do Progresso Espiritual, pois embora seja
implacável na sua ação disciplinadora, é lei que só se aplica sob a decorrência da própria vontade do
homem. Tanto apressa como imobiliza temporariamente a sua ventura espiritual, mas sempre o faz de
acordo com o seu entendimento e grau de consciência desperta.

A finalidade precípua do Carma é a de promover o progresso e a retificação dos orbes e suas


humanidades, ajustando as causas boas ou más aos seus efeitos correspondentes.

Eis porque o próximo acontecimento profético do “Juízo Final” ou “Fim dos Tempos”, que já se desenrola à
superfície do orbe terráqueo, ainda é um efeito de ação irredutível da Lei Cármica, que tanto procura
reajustar a massa planetária para melhores condições astrofísicas, no tráfego sideral, como encaminhar as
almas rebeldes para objetivos superiores.

O Carma, como lei atuando ininterruptamente nos eventos progressistas entre seres e orbes, age tanto no
macro como no microcosmo, mas tem por único fim impelir todas as formas de vida para expressões cada
vez mais altas e requintadas.

Fontes bibliográficas:

1. Maes, Hercílio. O Evangelho à luz do Cosmo– Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3 ed. Rio

de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. p 195, 201, 206.

2. Marques, América Paolielo. Mensagens do Grande Coração – Obra mediúnica ditada pelo espírito
Ramatís. 5 ed. São Paulo: Freitas Bastos, 1995. p 117-126.

3. Maes, Hercílio. A missão do Espiritismo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1988. p 22, 23, 27.

4. Maes, Hercílio. A vida humana e o Espírito imortal – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5
ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1987. p 177.

5. Maes, Hercílio. A vida além da sepultura – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6 ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1991. p 27-31, 189, 191, 247, 250, 254, 261.

6. Maes, Hercílio. A sobrevivência do Espírito – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 1989. p 240.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 2

1. FUNÇÃO DO PRÂNA

Na matéria (Plano físico denso) o Prâna é a energia que edifica e coordena as moléculas físicas, ajustando-
as de modo a comporem as formas em todos os reinos: o mineral, o vegetal, o animal e o hominal.

Sem o Prâna, sopro indispensável, não haveria coesão molecular e nem a conseqüente formação de um
todo definido, pois é ele que congrega todas as células independentes e as interliga em íntima relação,
sustentando as formas. Assim como o cimento une os tijolos de um edifício, o Prâna é a liga, o elo vital ou
elemento oculto que associa os átomos, as moléculas e as células para compor o Universo, no plano
material

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 3

A coesão celular formada pelo Prâna assegura a existência de uma consciência vital instintiva,
garantindo uma unidade sensível e dominante, que atua em todos os demais planos internos da Vida. O
Prâna é a Vitalidade em todos os planos de manifestação dos seres e das coisas:

PLANO DE PRÂNA
FUNÇÃO OU ATUAÇÃO
MANIFESTAÇÃO CARACTERÍSTICO

Mantém a figura iniciática do Espírito no seu


ÁDICO Prâna espiritual virginal
primeiro plano para a individualização

“ “ “

MENTAL Prâna mental Responsável pela vida do pensamento

ASTRAL Prâna astral Nutre o desejo, o sentimento e a emoção

ETÉRICO Prâna etérico Alimenta o duplo-etérico através dos chacras

Enseja e produz a ação concreta da consciência


FÍSICO Prâna físico
“física” ou humana

O Prâna manifesta-se, subdivide-se ou incorpora-se conforme a necessidade e a natureza vibratória de


cada plano em que o espírito do homem atua.

O Espírito, ao “baixar” do seu mundo espiritual para formar sua individualidade consciente nos mundos
materiais, submete-se a um processo gradativo inerente a cada plano da vida, sendo esse um fenômeno
uniforme em todo o Universo.

No mineral, essa “consciência” em formação permanece estática e adormecida, mas depois evolui para a
irritabilidade de “consciência” do vegetal ainda em “sonho”; em seguida, vivendo novos estágios de
adaptações, ela alcança o estado de consciência instintiva animal; e finalmente, atinge o raciocínio glorioso
do homem!

Em todo esse modelamento progressivo e demorado, é o Prâna ou energia vital o fio dadivoso que une
as contas do imenso colar de moléculas para plasmar as múltiplas formas da Vida!

A Consciência do Espírito “dorme” no mineral, “sonha” no vegetal,


“desperta” no animal, “vive” no homem e “cria” no anjo!

O Prâna não é um efeito ou conseqüência da Vida, pois o mineral, o vegetal, o animal e o homem é que são
realmente seus produtos resultantes, visto absorverem em sua intimidade o"quantum” dessa energia vital
indispensável para se manifestarem no mundo.

O Prâna está presente e atuante em todas as expressões de Vida no Universo, porque ele é a essência
vital que alimenta o “combustível” mental necessário ao homem para compor os seus pensamentos e
idéias, assim como também vivifica a substância astralina que fotografa e manifesta todos os sentimentos e
as emoções do Espírito.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 4

O Prâna é “sangue vital” de incrível poder e amplitude cósmica, que se manifesta em todos os planos da
Vida, pois sua falta implicaria na desintegração e no desaparecimento instantâneo do Universo exterior, que
é visível e sensível à consciência humana.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 5

2. AS CORES DO PRÂNA

O Prâna físico pode ser identificado pelos sentidos dos espíritos desencarnados e pela vidência de médiuns
encarnados, e se apresenta à visão etérica na cor branca em sua manifestação unitária. No entanto, essa
cor é a síntese ou associação de outros sete matizes e tons diferentes, algo semelhante ao espectro solar
ou ao disco colorido de Newton.

Em verdade, não se pode avaliar as cores ou os matizes que sintetizam o Prâna pela mesma nomenclatura
ou convenção das cores conhecidas no mundo físico, devido à focalização vibratória do olho humano, pois
que entre os próprios homens há diversidade na recepção vibratória ocular da cor; enquanto certas criaturas
distinguem com absoluta nitidez o azul do verde, outros enxergam outros tons nessas cores.

Os matizes do Prâna que sintetizam a cor branca são:amarelo, azul, roxo, verde, alaranjado e dois tipos de
vermelho, sendo um destes mais carregado e o outro num tom róseo, que em certos casos emite reflexos
lilases. É por isso que o Prâna, ou energia vital, em sua cor original branca, subdivide-se em outros
diferentes matizes ao fluir pelos chacras do duplo etérico, que funcionam como verdadeiros prismas
energéticos.

Cada um dos sete matizes do Prâna possui função distinta na vida do homem, pois enquanto o tom do
amarelo claro, formoso e transparente, alimenta as atividades superiores do intelecto, já o amarelo sujo e
opaco, de aspecto oleoso, é mais característico do homem animalizado, cujas elucubrações cerebrais só
operam nas regiões profundas do mundo instintivo.

Os vegetais, os animais e os homens assimilam e irrigam-se de Prâna, como elemento


fundamental de sua vida, mas que possui cor em sintonia perfeita com seu tipo biológico
e suas características psíquicas.

Só em casos raríssimos o homem seria capaz de absorver em si mesmo todo o conteúdo setenário do
Prâna, ou seja, todas as suas sete tonalidades simultaneamente e, como conseqüência, adquirir a
plenitude de consciência desde o mundo mental, astral, etéreo, até o físico.

Nem mesmo através de práticas de magia ou exercícios iniciáticos, seria possível ao homem
desenvolver a capacidade de assimilar o Prâna em toda a sua manifestação setenária.

O próprio Buda, cujo intelecto era de nível super-humano, revelou um tom dourado despedindo cintilações
na transfusão prânica pelo chacra coronário, mas não manifestava, ainda, o branco absoluto da síntese total
do Prâna. De todos os seres humanos que já estiveram encarnados no planeta até hoje, somente Jesus,
em alguns raros instantes de sua vida terrena, durante seus momentos de êxtase, conseguiu revelar o
aspecto níveo e imaculado do Prâna, em sua integridade lirial absoluta.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 6

No reino animal, no entanto, o gato é capaz de absorver o Prâna físico de baixa qualidade em todos os seus
sete matizes inferiores, ou seja, a síntese das sete cores prânicas físicas animalizadas; por isso os
sacerdotes do antigo Egito o consideravam um animal sagrado, com “sete fôlegos” ou “sete vidas”.

3. PRÂNA E EVOLUÇÃO

A matéria nervosa é que faculta ao homem a sua condição tanto de sentir o prazer como a dor, gozar ou
sofrer; no entanto se tal matéria fosse composta unicamente de Prâna físico, ela seria insensível ao
homem, assim como no mineral.

Os seres e as coisas que já possuem sensibilidade extramaterial, a saber, o vegetal, o animal ou o homem,
também possuem o Prâna astral ou substância astralina, que é o fundamento vivo da emoção, do desejo e
do sentimento, mesmo sob manifestações primárias ou muito rudimentares.

A matéria nervosa é fruto da combinação harmoniosa do Prâna astral com o Prâna físico
que, ao darem vida à célula nervosa, lhe concedem também a sensibilidade própria das
emoções e dos sentimentos humanos do Plano Astral.

No entanto, quando o homem pensa, pratica uma ação mais íntima do que “sentir” ou “emociona-se”, pois
ele o faz através das células nervosas do cérebro que, além de estarem associadas ao Prâna astral da
emoção, acham-se também impregnados do Prâna mental ou sopro vital sustentador do mundo do
pensamento.

Durante seu “descenso” através dos planos vibratórios cada vez mais densos do mundo
interno, o Espírito vai incorporando o Prâna de cada plano em que se manifesta, até poder
atuar através do corpo físico.

Na contextura do mineral predomina o Prâna físico, e a vida nele não vai além de umadormecimento
profundo, cuja atividade só é perceptível pelo desgaste; nosvegetais, principalmente nos de forte
odorância e nos carnívoros (insetívoros), o Prâna astral se equilibra com o Prâna físico, razão porque eles
reagem pela irritabilidade através das nervuras, ou espécie de sistema nervoso rudimentar.

Nos animais, a maior proporção prânica astralina já lhes faculta uma consciência astral instintiva, tão
desenvolvida ou avançada conforme seja a espécie, dando-lhes, por vezes, uma capacidade de sentir
quase humana, principalmente entre os mamíferos superiores como o cão, o cavalo, o elefante, o gato, o
carneiro, o macaco e o boi. Finalmente, o homem, que além do “sentimento” também é “pensamento”,
abrange, numa associação ou síntese trifásica, o Prâna físico, o astral e o mental, razão porque ele possui
as faculdades de pensar, de sentir e de agir simultaneamente em três planos diferentes: o físico, o astral
e o mental:

REINO DA
PRÂNA ABSORVIDO CARACTERÍSTICA
NATUREZA

MINERAL Prâna Físico Adormecimento profundo

Prâna Físico
VEGETAL Irritabilidade
Prâna Astral (-)

Prâna Físico
ANIMAL Consciência Instintiva
Prâna Astral (+)

Prâna Físico Ação


HOMINAL Prâna Astral Sentimento
Prâna Mental Pensamento

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 7

Os elementos inorgânicos, como a pedra no reino mineral, e também os orgânicos nos vegetais, nos
animais e no homem, já manifestam vida; todos nascem, crescem, desgastam-se e morrem, graças ao
Prâna que está presente em todas as metamorfoses da Vida.

O Prâna atua substituindo as formas estáticas ou cansadas, vivificando o mecanismo da procriação,


selecionando as espécies mais puras das inferiores, concretizando assim o programa do Pensamento
Ingerado e Incriado de Deus.

O Prâna é o elemento que permite ao espírito baixar do seu reino sutil de origem até a vida
física e despertar-lhe a consciência individual de “Ser” e de “Existir” no seio do Cosmo;
enfim, é o sublime revelador da Vida Espiritual à periferia dos mundos materiais!

Graças ao Prâna, segundo a tradição oriental, “o Verbo se fez homem”, porque a Vitalidade do Universo e
dos seres, é, enfim, o próprio Prâna! Ante a manifestação incondicional e ilimitada do Prâna, os sábios
orientais dizem que “o espírito, mesmo desprovido da palavra, é um Ser que fala!”.

O Sol é um sublime condensador e reservatório de Prâna e o distribui para os seus “filhos planetários”,
na forma de energias e fluidos, que alimentam todos os seres vivos, assegurando a estabilidade no Cosmo.
Entre as inúmeras forças que emanam do Sol, fertilizando e interpenetrando as próprias energias dos orbes
físicos que compõem o seu sistema planetário, a tradição espiritual do Oriente destaca três, que são as
mais importantes e úteis ao conhecimento da humanidade atual:

Energia conhecida no ocidente como eletricidade, que pode se transformar em calor,


FOHAT
magnetismo, luz, força ou movimento.

Energia solar muito vigorosa que se concentra no seio da Terra e depois flui
KUNDALINI violentamente para a periferia, ativando as coisas e os seres num impulso dinâmico
de alto poder criativo e transformador.

Energia ou vitalidade em potencial, responsável por todas as manifestações da Vida


PRÂNA
no Universo.

Essas três manifestações energéticas emanadas do Sol, que é o principal centro da Vida na Terra,
conhecidas no Oriente por “Fohat”, “Kundalini” e “Prâna“, jamais se transformam em outras formas de
energia, pois são tipos específicos, à parte, que atendem exclusivamente às funções e necessidades
mencionadas.

O Prâna, portanto, está presente em todos os fenômenos do mundo exterior da matéria, assim como nutre a
vida no mundo oculto espiritual, mental, astral e etéreo. Em suma, o Prâna age em equilíbrio com cada
plano de Vida e manifesta-se também em perfeita correspondência com a natureza vibratória desse plano.
No plano físico ele constrói os minerais, as plantas, os animais, e os homens, e ainda está presente como:

• energia vital da sensibilidade nervosa;

• na oxigenação;

• na excitabilidade muscular;

• na vibração sangüínea;

• na pressão do empuxo cardíaco;

• na contração e dilatação dos brônquios;

• na diástole e sístole do coração;

• nos cinco sentidos;

• nas modificações atômicas e fisiológicas;

• nos estímulos endócrinos que fabricam os hormônios

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 8

Sem o Prâna, o perispírito não poderia aglutinar os átomos e as moléculas do mundo físico para
materializar a sua forma fetal no útero materno, e nem o duplo-etérico conseguiria modelar-se em torno da
figura humana em gestação.

O Prâna é a rede energética vital que interpenetra, afiniza e compõe a estrutura das
coisas e dos seres em qualquer latitude ou longitude cósmica.

Entretanto, o Prâna não é o éter, o oxigênio ou o azoto, tidos como fonte criadora de vida na intimidade dos
seres vivos, pois, na realidade, esses elementos é que vivem do Prâna que, em síntese, não é efeito, mas
causa!

O Prâna, que estrutura e nutre os nervos, é independente e distinto do conhecidomagnetismo do homem


ou fluido nervoso, porquanto estes são originários do éter físico exsudado do próprio corpo, ou seja,
energia radioativada. O Prâna, no entanto, é energia independente, que flui pelos nervos do homem, mas
não é o seu magnetismo, nem o fluido nervoso.

4. QUANTIDADE DE PRÂNA E SAÚDE

Os organismos vivos, quando em equilíbrio e harmonia, só absorvem a quantidade exata do Prâna


indispensável para manterem o seu corpo sadio e eufórico. O Prâna em excesso no homem afeta-lhe a
saúde, pois o sistema nervoso se torna excitado e irregular, configurando em quadro mórbido, que se torna
campo favorável às enfermidades físicas; em certos casos, pode resultar mesmo na morte, sob a paradoxal
diagnose de “apoplexia vital”. É caso idêntico ao do sangue, que, em excesso, é danoso para o organismo
humano, podendo resultar em ataque de apoplexia.

O Prâna em excesso no homem equivale à eletricidade com voltagem muito elevada, que
“queima” ou danifica os aparelhos elétricos de capacidade reduzida, adequados a menor
quantidade de força.

Em sentido oposto, quando há Prâna em quantidade insuficiente para atender às necessidades vitais
comuns, o homem torna-se anêmico e morre pela exaustão.

Se o homem realmente se dispusesse a investigar e conhecer a natureza, o potencial e a função do Prâna,


sabendo ativá-los nas entranhas de seu organismo, ele conseguiria eliminar certas moléstias ainda
freqüentes em sua existência. Através da purificação de sua respiração e pela graduação consciente e
proporcional dessa maravilhosa energia vital para o seu corpo, o homem viveria à semelhança de um
seguro aparelho de precisão, com excelente transformador de estabilidade a lhe regular a voltagem mais
certa para seu tipo biológico. Nessas condições, o homem gozaria de um equilíbrio vital, semelhante a uma
usina viva a fornecer energia vigorosa e criadora, para vitalizar os próprios familiares e proporcionar saúde
aos enfermos. As criaturas que atingem estas condições literalmente são os que“vendem saúde!”

Aqueles que dominam o metabolismo e a função dos “chacras”, do duplo etérico, são capazes de repor, de
imediato, a carga vital faltante, consumida nas relações com as criaturas desvitalizadas, ou então, reduzir o
excesso prânico, que resulta em tensão nervosa, excita os movimentos e conduz o homem a atos violentos,
como expansão equilibrante de seu vitalismo. Basta ao homem um conhecimento singelo da fisiologia e
dinâmica do chacra esplênico, que absorve o Prâna à altura do baço físico, para saber melhorar a cota e a
qualidade de seu sangue, obtendo uma purificação sangüínea capaz de livrar sua pele e seu corpo de
excrescências, verrugas, manchas e impurezas.

Os antigos iniciados podiam apresentar-se remoçados e belos, com epiderme viçosa e acetinada, porque
conheciam todos os segredos do Prâna e o distribuíam harmoniosamente na sua constituição psicofísica. Já
as mulheres que usam excesso de maquiagem apresentam envelhecimento prematuro, pois o Prâna físico
que se renova pela pele, rarefaz-se e reflui para a intimidade do corpo ante o entupimento dos poros.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Prâna 9

Durante o dia, quando o Sol brilha, aumenta a vitalidade das coisas e dos homens; mas com
o tempo sombrio, carregado de nuvens, ou nos dias tristes, diminui gradativamente a
formação dos chamados “glóbulos vitais”, que constituem os fundamentos do Prâna, que é
a Vida, a Vitalidade em todos os seres e em todos os planos da Criação.

À noite, decai quase que totalmente a manifestação ou a produção do Prâna, quando o homem vive das
suas reservas prânicas acumuladas durante o dia. Depois da meia-noite, o Prâna ou a vitalidade se reduz
no orbe, justificando-se, pois, o motivo porque uma hora de sono antes da meia-noite pode valer por
duas ou mais usufruídas depois. As desencarnações são mais freqüentes depois da meia-noite, porque
os espíritos desencarnados preferem libertar o agonizante quando ele também possui menos Prâna, pois a
sua vitalidade mais baixa facilita-lhes cortarem os cordões fluídicos que ligam o perispírito ao corpo.

5. PRÂNA E ENFEITIÇAMENTO

O feitiço é freqüente na Terra porque os seus habitantes ainda são desabusados em relação à vida de seu
irmão, pois são raros os que sabem guardar o pecado do próximo sem revelá-lo em público ou criticá-lo de
modo malicioso. Sem dúvida, aqueles que se descontrolam no mau falar, pensar e agir, quetransbordam
sua carga de Prâna nas práticas viciosas e nas paixões aviltantes, à noite estão exauridos, com sua
vitalidade rarefeita e, portanto, mais suscetíveis às cargas maléficas do feitiço.

Os impactos de magia negra ou as cargas enfeitiçadas que são enviadas pelos desencarnados à distância,
contra certas vítimas previamente escolhidas, ajustam-se facilmente às pessoas maledicentes e
desvitalizadas de Prâna, incapazes de reagirem vitalmente contra tais ofensas fluídicas.

Os bons sentimentos e os bons pensamentos, justos e elevados, é que realmente agem


sobre o Prâna, e por isso conservam o homem saudável e vigoroso, transbordante de
vitalidade e imune às investidas do astral inferior.

O Prâna que se irradia do homem bom, reto e evangelizado é de um tom rosado, transparente e de um odor
agradável aos desencarnados; pela sua luminosidade, ele é capaz de desfazer ou fundir imediatamente as
nódoas, as manchas e os impactos das cargas venenosas que se projetam contra o seu dono.

Durante as relações entre o corpo físico, o duplo-etérico e o perispírito, o Prâna, sob a ação da luz, é o
combustível sublime que aumenta ou diminui as defesas morais e vitais do ser contra tudo que é abjeto,
ofensivo ou enfermiço. É por isso que os hindus, seguindo os ensinamentos de Buda, sabem que o primeiro
passo no caminho do Nirvana (ou da Angelitude), é uma saúde perfeita, ou seja, saúde física e moral.

Se os bons sentimentos e os bons pensamentos melhoram a qualidade do Prâna astral, etéreo e físico,
revitalizando e fortalecendo o homem contra as ofensas do mundo exterior, é evidente que só podem ser
enfeitiçadas as pessoas de um mau viver, mau pensar, mau falar, porque elas já cimentam em si mesmas
as bases do feitiço físico, mental e verbal.

Fontes bibliográficas:

1. Maes, Hercílio. Elucidações do Além –Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1991.

2. Maes, Hercílio. Magia de redenção – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1989.

3. Powell, Major Arthur E. O duplo etérico. São Paulo: Ed. Pensamento, 1992.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 2

Não existem distâncias “métricas” ou lineares entre o reino do Espírito eterno e o mundo material, pois essa
pretensa separação é apenas uma diferença de estados vibratórios de cada plano entre si.

É óbvio que o Espírito, em face de sua natureza superior e vibração sutilíssima, para poder “encarnar-se”
na matéria, precisa servir-se de veículos intermediários. Assim como o raio do Sol não pode mover um vaso
de barro, o Espírito, pela sua natureza imaterial, também não é capaz de movimentar diretamente um corpo
físico.

Entre o Espírito e o corpo carnal existe um “espaço” ou “distância vibratória” que precisa
ser preenchido pelos corpos sutis, veículos ou elos intermediários, confeccionados da
mesma substância que forma cada plano intermediário.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 3

O homem, na verdade, é centelha imortal; é consciência e memória já acumuladas no tempo e no espaço,


que age através de vários veículos ocultos no mundo invisível a vibrar nos seus planos correspondentes,
para só depois situar-se na cápsula de carne, que é o corpo físico.

Em conseqüência, o homem é composto da essência da vida cósmica e também se liga a todas as


manifestações de vida no Universo. O corpo físico pode ser comparado a uma espécie de ímã que atrai em
torno de si, no espaço por ele ocupado, as partículas constitutivas dos corpos mais sutis.

O homem, dependendo do estágio evolutivo, dispõe de até sete corpos ou veículos autônomos de
consciência para sua expressão nos diferentes planos de manifestação da criação divina, porém, essa
constituição setenária é quase desconhecida no ocidente, onde essa realidade costuma ser reduzida e
simplificada conforme a escola de iniciação ou organização religiosa em questão(ver quadro comparativo
adiante, na próxima página).

Comparando-se a classificação setenária às divisões gregas, espírita e à tradicional cristã, verifica-se que a
divisão em dois ou três corpos é apenas simplificação de uma divisão mais detalhada, pois todas as
classificações procuram expressar didaticamente a mesma realidade, embora a divisão setenária defina
melhor o “Eu Real” e seus veículos através de cada plano de expressão da Criação Divina.

Nela, qualquer que seja a classificação correspondente, o corpo físico denso, veículo de expressão da
consciência humana encarnada no plano material, é constituído de matéria química (nos estados de
agregação sólido, líquido e gasoso), seguido nos demais planos por outros corpos nele interpenetrados,
ditos corpos sutis, ou seja, seus veículos de expressão nos planos hiperfísicos.

1. O DUPLO ETÉRICO DO HOMEM

O duplo-etérico, por vezes designado “corpo etérico”, é um veículo intermediário, espécie de mediador
plástico ou elemento de ligação, entre o corpo físico do homem e o seu perispírito (complexo formado pelo
corpo astral e pelo corpo mental concreto). É um veículo já conhecido e estudado desde há muitos séculos
pelos velhos ocultistas e iniciados hindus, egípcios, caldeus, assírios, essênios e chineses.

O duplo-etérico, à semelhança de um fio elétrico, cumpre a função de mensageiro submisso, que


transmite ao corpo o que o espírito sente no seu mundo oculto, ou seja, as emoções que a alma plasma na
sua mente espiritual imponderável. O duplo-etérico, portanto reage e transmite ao corpo físico todas as
sensações que primeiramente atuam por via etérea.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 4

O duplo-etérico recebe os impulsos do perispírito e os transfere para o corpo de carne, agindo


também em sentido inverso.

O duplo-etérico, no entanto é a reprodução exata do corpo físico do homem e se distancia ligeiramente da


epiderme, formando uma cópia vital e de contornos iguais. Apesar do duplo-etérico ser um corpo invisível
para os olhos carnais, ele se apresenta aos videntes e à visão espiritual dos desencarnados como uma
capa densa, algo física.

Os clarividentes treinados vêem o duplo-etérico como um veículo vaporoso, que cobre o corpo em todos os
sentidos e interpenetra-lhe os poros físicos e perispirituais. A sua configuração é transparente e a sua
emanação etéreo-física ultrapassa o corpo do homem em cerca de 6 mm em todas as direções.

Para os clarividentes, e também para os desencarnados, o duplo-etérico se apresenta colorido, com


tonalidades que dependem do estado de saúde do homem e de sua maior ou menor capacidade de
absorver energia vital (ou Prâna), havendo predominância de tom róseo esbranquiçado, fracamente
luminoso, impregnado ainda por tons azulíneos e emitindo algumas fulgurações violáceas. Há casos em
que a sua cor pende para os matizes do alumínio transparente ou do vidro fosco.

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7. O duplo etérico 5

O duplo-etérico, de aparência violeta-pálido ou cinza-azulado, em condições normais, se


estende cerca de seis milímetros além da superfície do corpo físico denso correspondente, e
atua como um intermediário entre o corpo físico e o corpo astral, não sendo, portanto, um
veículo separado de consciência.

O duplo-etérico possui em sua periferia um sistema de chacras, ou centros de forças etéricas, e sua
principal função é transmitir para a tela do cérebro do homem todas as vibrações das emoções e impulsos
que o perispírito recebe do Espírito ou Alma Imortal. Além disso, ele tambémabsorve Prâna ou a vitalidade
do mundo oculto, emanada do Sol, conjugando-a com as forças exaladas do meio físico, e em seguida as
distribui pelo sistema nervoso e por todas as partes do organismo do homem.

O Prâna (ou vitalidade) é a energia integradora que vitaliza e interpenetra todas as moléculas e todas as
células, as mantêm unidas nos organismos definidos e possibilita a sua atuação como um conjunto com um
fim determinado. É esse alento de vida do Logos que possibilita a criação das formas mais variadas, pois
sem Prâna atuando na intimidade dos organismos, não haveria organização celular, apenas meras
moléculas independentes.

Absolutamente necessário para a vida do corpo físico denso, o duplo-etérico tem por função absorver e
redistribuir para o corpo físico a energia vital (o Prâna), uma das sete forças emanadas pelo Sol, ou seja,
das energias emitidas do Logos Solar.

2. O DUPLO ETÉRICO, OS CHACRAS E A AURA DA SAÚDE

O duplo-etérico, além de suas importantes funções de intercambiar todas as reações entre o


perispírito e o corpo carnal, é também um indispensável “reservatório vital”, razão porque,
por vezes, é também chamado indevidamente de “corpo vital”.

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7. O duplo etérico 6

Os órgãos do duplo-etérico responsáveis pela absorção e circulação do Prâna ou energia vital no corpo
físico denso são os centros de força, conhecido por “chacras”, cada qual com uma localização e função
principal, em correspondência com uma região de plexos nervosos do corpo físico, sendo sete os principais
chacras, ligados entre si por condutos conhecidos como meridianos (nadhis), por onde flui a energia vital
por eles modificada.

Do duplo-etérico irradia-se uma aura radioativa resultante da exsudação do Prâna que, depois de
absorvido pelo organismo etéreo-físico, é novamente expelido para o exterior formando a conhecida “Aura
da Saúde”, que ultrapassa, em sua forma ovóide vários centímetros da periferia do corpo humano.

Externamente à configuração do duplo-etérico, se forma uma aura radioativa semelhante a um


imenso ovo, que desprende, por vezes, umas chispas argênteas (prateadas), conhecidas entre
os ocultistas e magos como “Aura da Saúde”, que atinge de 5 a 10 cm além do corpo físico.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 7

A “Aura da Saúde” exsudada pelo duplo-etérico de um antropófago é um ovóide gorduroso, denso, a


escorrer um visco de alguns centímetros além do corpo físico, ao passo que, em Jesus de Nazaré essa
aura era como rica vestimenta fluídica e cristalina, e de vitalidade tão poderosa que fazia curar
instantaneamente os enfermos e portadores de moléstias das mais estranhas e cruciantes.

É por isso que os lugares onde sepultam criaturas de elevada estirpe espiritual ficam impregnados de uma
“aura vitalizante”, ou energismo terapêutico capaz de curar certos doentes mais sensíveis.

Porém, nesses lugares, com o decorrer do tempo, essa aura curativa também vai se tornando inócua, e
eles, pouco a pouco, perdem a sua fama, conforme já sucede com as Águas de Lourdes, cujo éter-físico
“miraculoso” já se exauriu.

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7. O duplo etérico 8

3. O DUPLO-ETÉRICO EM FACE DA MEDIUNIDADE DE PROVA

Os médiuns “de prova”, isto é, aqueles que se encarnam na Terra com a obrigação principal de cumprirem o
serviço mediúnico, especialmente os médiuns de fenômenos físicos que elaboram e consomem
ectoplasma, já nascem com certo desvio na linha magnética vertical dos pólos positivo e negativo do seu
perispírito devido a uma intervenção deliberada que os técnicos siderais processam nele antes de se
encarnarem.

Os médiuns de prova, principalmente os de fenômenos físicos, apresentam desviada para a


esquerda de seu corpo, em diagonal, a linha magnética perpendicular, que desce do alto da
cabeça, passa pelo umbigo e cruza entre os seus pés, atravessando assim a zona do baço.

O perispírito, com esse desvio magnético inclinado alguns graus à sua esquerda, cuja linha, que deveria
cruzar-lhe os supercílios, atravessa-lhe o olho esquerdo, fincando-lhe entre os pés, termina por também
modelar no útero feminino, durante a gestação do corpo físico, um duplo-etérico com esse mesmo desvio à
esquerda.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 9

Portanto durante o nascimento e o crescimento do homem com a prova de mediunidade, também se


modela o seu duplo-etérico obedecendo à mesma inclinação da linha magnética do perispírito, que fica
assim algo deslocado à altura do baço físico e do chacra esplênico, facilitando-lhe o transe mediúnico do
modo mais freqüente.

Dessa forma, em obediência às linhas de forças que lhe determinam o desvio à esquerda de seu corpo
físico, o duplo-etérico se transforma em janela viva constantemente aberta para o mundo oculto, pondo o
homem em contato mais íntimo com os fenômenos extraterrenos, o que lhe confere a condição de um
médium, ou seja, aquele indivíduo que pressente e ausculta a vida invisível mediante fenômenos incomuns.
(“médium de prova”).

No entanto, a dupla inclinação do perispírito e do duplo-etérico, que faculta a mediunidade de efeitos físicos,
a psicografia mecânica ou a incorporação completa, nada tem a haver com as faculdades espirituais inatas
no homem superior, como o poder da Intuição Pura ou a Clarividência Espiritual, cujas qualidades sublimes
dependem fundamentalmente da formação moral e do grau sidéreo da alma (“médium natural”), em vez
de uma simples intervenção técnica extemporânea.

Os médiuns, em geral, são mais sensíveis que o homem comum, pois se mostram nervosos e doentios,
facilmente afetados pelos fenômenos materiais do meio onde vivem, e pelas reações morais, emotivas e
mentais dos demais seres que os cercam no mundo. Eles vivem superexcitados pelas preocupações mais
comuns, enquanto as coisas mais simples se avolumam e os afligem, devido a sua mente hipersensível e
ao contato mais freqüente do seu duplo-etérico com o mundo oculto.

O desvio parcial do duplo-etérico e do perispírito, que é bem mais acentuado nos médiuns de efeitos
físicos do que nos outros medianeiros, é responsável por mantê-los em sintonia freqüente com a
humanidade desencarnada e por fazê-los sofrer a influência dos sentimentos e das emoções boas ou más,
projetadas do plano astral pelos espíritos desencarnados.

Essa porta etérica aberta para o Além, devido ao desvio da linha perispiritual magnética, torna o médium de
prova um ser hipersensível em contato mais demorado com os fenômenos do mundo oculto, mas lhe é
também, uma faca de dois gumes, pois poderá arriscá-lo ao fracasso espiritual na vida física por
imprudência, caso falseie em seus costumes, se devote às paixões violentas e cultive vícios degradantes.
Portanto, os médiuns de prova necessitam de constante vigilância de seus atos no mundo físico, pois
as entidades malfeitoras do Invisível os espreitam a todo o momento através desta porta psíquica
vulnerável.

Raros médiuns de fenômenos físicos puderam atingir o final de sua existência terrena de modo lisonjeiro,
pois, em geral, os maquiavélicos das sombras conseguiram perturbar-lhes o mandato sideral, explorando-
lhes o orgulho, a vaidade, a cupidez, despertando-lhes interesses mercenários na especulação censurável
de sua mediunidade.

Infelizmente os médiuns de prova são criaturas que vivem a atual existência humana onerados por grandes
responsabilidades ou delitos do passado e por isso, em face de qualquer descuido ou invigilância espiritual,
eles se tornam vulneráveis às investidas perniciosas do mundo invisível, pois os de efeitos físicos, com
raras exceções e devido à expulsão violenta do seu duplo-etérico, entram em transe à semelhança de
ataques epilépticos ou dos viciados em entorpecentes.

O médium deve observar uma vigilância constante nas suas emoções, pensamentos e atos, e
fugir das paixões e dos vícios lesivos, caso deseje resistir à vontade subvertida, as desmedidas
ambições e aos projetos sinistros de espíritos malévolos e mistificadores.

Quando o médium de prova faz uso indiscriminado de anestésicos, entorpecentes, fumo, álcool e carne,
essas substâncias tóxicas expulsam com violência do duplo-etérico do corpo físico; se ele se entrega
desbragadamente às paixões violentas, aos vícios e aos prazeres condenáveis, então se isola
imprudentemente dos próprios guias responsáveis pela sua segurança mediúnica no mundo terreno.
Somente as criaturas de elevada estrutura espiritual, durante a sua existência heróica, mostram-se médiuns
poderosos, e se colocam em freqüente contato com as entidades desencarnadas, sem correrem o risco de
serem vítimas do poderio e da fascinação das Trevas.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 10

Os médiuns regrados, serviçais e magnânimos, alcançam o seu transe mediúnico sob a assistência dos
espíritos técnicos benfeitores que os protegem a partir do mundo oculto e os livram das interferências
nocivas e conseqüências espirituais. Sob esse controle espiritual amigo, o médium afasta ou retoma o seu
duplo-etérico sem o desperdício inútil de energias, uma vez que fica amparado contra a investida do astral
inferior, protegendo-se, dessa forma, contra a infiltração de microorganismos perigosos à sua contextura
etéreo-física (seu duplo-etérico) e de uma desvitalização que lhe abale a saúde física.

4. EXTERIORIZAÇÃO DO DUPLO-ETÉRICO

O duplo-etérico se separa do corpo carnal durante a anestesia, no transe mediúnico ou quando o espírito
vaga fora do corpo carnal adormecido no leito, e isso provoca no homem uma redução de vitalidade física
e queda da temperatura.

Em tal condição, o duplo-etérico adquire mais liberdade de ação, aumenta seu energismo e se torna
hipersensível, porque o corpo físico, estando adormecido ou em transe, se mantém com reduzida cota de
Prâna para nutrir-se, não sendo difícil que o corpo depois manifeste, em sua contextura material, os
eventuais efeitos de qualquer acontecimento ofensivo ocorrido durante a separação de seu veículo etérico.

O passe magnético, o passe espírita, a hipnose, a prática mesmérica e o transe mediúnico,


bem como casos de acidente, são situações que podem afastar parcialmente o duplo-etérico,
enquanto a morte, sem dúvida, o separa definitivamente do corpo físico.

Mesmo quando o duplo-etérico se afasta do organismo físico, ainda conserva a sua forma humana,
lembrando o homem como recortado em massa nebulosa um tanto brilhante e movediça.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 11

Durante o processo de materialização, hipnose, anestesia e durante o sono, reduz-se muito a taxa de Prâna
ou vitalidade que é absorvida comumente através do meio ambiente pelo chacra esplênico. Nessa ocasião,
o duplo-etérico tende a projetar-se para o mundo oculto, no qual ele se sente “à vontade” e se mostra mais
sensível e eufórico, enquanto se revigora de Prâna, sem necessidade de alimentar o corpo físico
adormecido.

O transe mediúnico, a catalepsia, a anestesia total, a hipnose e o ataque epilético resultam,


mais propriamente, do afastamento súbito do duplo-etérico, responsável pela absorção vital do
meio, em relação ao corpo físico.

São fatores que afastam o perispírito (corpo astral) e o duplo-etérico:

• Transe mediúnico (efeitos físicos)


• Ataque epilético

• Catalepsia
• Anestesia total
• Hipnose, mesmerismo
• Sono
• Passe magnético, passe espírita

• Acidentes bruscos

5. SENSIBILIDADE DO DUPLO-ETÉRICO

Tratando-se de um veículo etérico de acentuada sensibilidade suprafísica, simultaneamente interpenetrado


pelo perispírito e pelo organismo carnal, o duplo-etérico tanto sofre como acusa acidentes, traumatismos,
choques, lesões e agressões, que sucedem em ambos os corpos de que é fiel intermediário.

O duplo etérico acusa de imediato, hostilidade ao corpo-físico e ao perispírito, através


dos centros sensoriais correspondentes, na consciência perispiritual e na física.

Algumas criaturas, havendo sofrido mutilação de um ou de outro membro do seu corpo, queixam-se de
dores nesses órgãos físicos que já lhes foram amputados. Essa sensibilidade ocorre porque a operação
cirúrgica não foi exercida sobre o duplo-etérico, que é inacessível às ferramentas do mundo material.

É, pois, muito comum nos hospitais cirúrgicos, os operados que sofreram mutilações das pernas ou dos
braços, ainda conservarem, por algum tempo, uma sensibilidade reflexa, que é transmitida à sua
consciência física pelos correspondentes membros etéricos, que subsistem após a operação feita no corpo
carnal.
Os clarividentes desenvolvidos, frente a um amputado dos pés ou das mãos, conseguem ver os moldes
invisíveis de tais órgãos.

O perispírito, por sua vez, como um equipamento de atuação nos planos sutilíssimos do Espírito Imortal, ao
manifestar o seu pensamento pelo seu corpo mental e os seus desejos ou sentimentos pelo corpo astral
em direção à consciência física, também obriga o duplo-etérico a sofrer-lhe os impulsos bons e maus, tal
qual os espíritos desencarnados quando lhe atuam do mundo oculto, inclusive acusando aos sentidos
físicos os ataques dos espíritos malfeitores.

O duplo-etérico é um corpo energético provisório que, além deconstituir campo de efervescência da


própria vida microbiana sutil, é veículo sensível a diversos elementos do meio material. São fatores que
afetam o duplo-etérico:

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 12

• frio, calor
• eletricidade, magnetismo
• perfumes, fumo, gases voláteis
• condimentos
• sedativos, antiespasmódicos, substâncias hipnóticas, anestésicos, entorpecentes (barbitúricos, certos
alcalóides como mescalina e ácido lisérgico ou LSD, diversas drogas psicotrópicas, excitantes ou
depressivas do sistema nervoso)
• ácidos, óxido de carbono
• toque humano (em certos momentos de maior concentração)

Os médiuns são também indivíduos mais vulneráveis aos efeitos tóxicos secundários das medicações
sedativas, das drogas hipnóticas, anestesias operatórias ou entorpecentes, porque as substâncias
alopáticas, tóxicas, agressivas e entorpecentes, deixam resíduos cruciantes no éter-físico que flui
pelo seu sistema nervoso, assim como pressionam o seu perispírito e o seu duplo-etérico, aumentando a
“frincha” ou “janela viva” que se entreabre para o mundo espiritual (ou seja, o desvio magnético).

6. AÇÃO DE CERTAS DROGAS SOBRE O DUPLO-ETÉRICO

As anestesias operatórias, os antiespasmódicos, os gases voláteis, as drogas e sedativos hipnóticos, o


óxido de carbono, o fumo, os barbitúricos, entorpecentes, o ácido lisérgico e certos alcalóides, como a
mescalina, são substâncias que operam violentamente nos interstícios do duplo-etérico. Embora a
necessidade por vezes obrigue o médium a se utilizar de algumas dessas substâncias, em momentos
imprescindíveis, é sempre imprudente abusar delas sob qualquer pretexto ou motivo .

As drogas entorpecentes e os gases anestesiantes, em geral afastam o duplo-etérico pelo lado esquerdo do
corpo, à altura do baço físico, sobre o qual funciona o chacra esplênico, o que provoca transes,
hipersensibilizações e inconvenientes, caindo a temperatura do corpo e reduzindo-se a vitalidade orgânica.

Um exemplo da ação de droga farmacológica sobre o duplo-etérico foi o uso imprudente da conhecida
“talidomida” pelas mulheres em gestação, que provocou o nascimento teratológico de crianças com
deficiências de má formação fetal que iam desde o lábio leporino (fendido) até mãos diretamente ligadas
aos ombros, pendendo-lhes dali como folhas atrofiadas.

Indubitavelmente, essa droga exerce um impacto tóxico e deformante através do duplo-etérico em formação
do feto, agindo nos genes formadores do nascituro alterando-lhes as linhas de forças que comandam o
processo normal dos cromossomos e gerando criaturas deformadas.

Em sua ação anestesiante ou isolativa, a talidomida se interpõe entre a contextura do duplo-etérico do


nascituro e sua matriz espiritual, principalmente na região“mater” dos membros superiores.

No entanto, sob o mesmo processo, os tóxicos perniciosos como os barbitúricos, entorpecentes e


anestésicos também atuam e produzem alterações de modo nocivo na estrutura vital etérea (duplo-etérico)
dos médiuns, levando-os a deformações de ordem psíquica.

Assim como a talidomida age na contextura do feto em crescimento no ventre materno e o deforma, certas
drogas, quando usadas em excesso pelos médiuns, podem deformar-lhes os hábitos comuns e
enfraquecê-los na sua defesa psíquica, deixando-os ao desamparo nas suas relações com o mundo físico e
oculto.

O médium abusando de entorpecentes que atuam com demasiada freqüência no seu


duplo-etérico e no seu sistema nervoso, também pode se tornar umaleijão psíquico,
pois se transforma num alvo mais acessível ao assédio do mundo inferior.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 13

7. DUPLO-ETÉRICO E EPILEPSIA

O epiléptico também é criatura cujo duplo-etérico se afasta com freqüência do seu corpo físico, e por
isso, o ataque epiléptico e o transe mediúnico de um médium de fenômenos físicos apresentam certa
semelhança entre si. A diferença, no entanto, é que o médium ingressa no transe de modo espontâneo e no
momento oportuno, para o cumprimento de seu trabalho mediúnico determinado antecipadamente pelos
Mentores do Espaço, tratando-se de fenômeno disciplinado pela intervenção da Técnica Sideral antes do
espírito reencarnar-se, ao passo que o epiléptico á atirado ao solo, assim que seu duplo-etérico se satura
dos venenos expurgados pelo perispíritoe se afasta violentamente, para depois escoá-los no seu meio
ambiente, sob absoluta imprevisão do seu portador.

Em certos casos, verifica-se que o epilético é também um médium de fenômenos físicos, em


potencial, pois a incessante saída do seu duplo-etérico abandonando-lhe o corpo-físico, termina
por abrir uma brecha mediúnica, que depois o sensibiliza para a fenomenologia mediúnica.

8. DUPLO-ETÉRICO E HIPNOSE

Durante as sessões de hipnose, o corpo físico do hipnotizado pode sofrer e revelar efeitos cruciantes de
diversas emoções, assumindo as mais variadas reações, pois, sob a sugestão do hipnotizador, ele pode
baixar a temperatura, acelerar batimentos cardíacos, enrijecer a musculatura, elevar ou baixar a pressão
arterial, acusar dores inexistentes, e até mesmo aliviar-se de sofrimentos indesejáveis.

O hipnotizador atua pela sugestão na mente do hipnotizado e o induz ao estado de transe hipnótico, disso
resultando o afastamento parcial do duplo-etérico, que fica “à deriva”, permitindo assim a imersão no
subconsciente de modo a impor-lhe a exteriorização da sensibilidade correspondente a cada uma das
emoções ou sentimentos que o hipnotizador fixar. Com isso o hipnotizado abre uma “fresta” no plano
espiritual que o permite até mesmo manifestar e dar vivência aos estágios de sua infância e juventude, ou
mesmo de alguns acontecimentos e fatos de suas vidas pretéritas.

Sendo o duplo-etérico constituído do próprio éter físico do mundo terrestre, na forma de uma
emanação radioativa, quando ele se distancia do perispírito e do corpo carnal, torna-se um veículo
“catalisador” que acelera as vibrações em torno do hipnotizado e, por isso, favorece o despertamento do
seu subconsciente e a imersão ou exteriorização dos acontecimentos arquivados nas camadas mais
profundas do ser.

Durante o seu afastamento do corpo físico, o duplo-etérico eleva sua freqüência vibratória
porque ele também se liberta da função passiva de obedecer ao comando do perispírito.

Desse modo, o hipnotizado corresponde e obedece às intimações do hipnotizador, integrando-se ou


vivendo os estados psicológicos que lhe são sugeridos. Porém, somente os pacientes muito sensíveis, que
ingressam facilmente em sono profundo, conseguem trazer à superfície da sua mente o acervo de suas
vidas passadas.

A hipnose possibilita experiência para comprovação da possibilidade do duplo-etérico transferir para o corpo
físico do médium as ofensas que lhe forem feitas à distância, com isso provar como é profunda a
sensibilidade do duplo-etérico em sua íntima conexão com o perispírito e o corpo carnal.

Se o hipnotizador recortar um boneco de papelão ou de cera, configurando-lhe a cabeça, os braços, o


tronco, o abdômen e as pernas, e, em seguida colocando-o nas mãos do hipnotizado, ordenar-lhe a
transferência do seu magnetismo e sensibilidade nervosa para o mesmo, assegurando ao hipnotizado que
ele irá sentir fisicamente, durante o transe, todas as picadas, beliscões ou ofensas que forem feitas no
boneco ligado a sua pessoa, e depois ferir o boneco em qualquer lugar, logo o hipnotizado também acusará
a dor em seu corpo, no local correspondente.
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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 14

No entanto, raros hipnotizadores sabem que durante a hipnose o duplo-etérico se afasta do corpo físico
pela esquerda, ficando mais sensível ao contato material, e se torna tão mais hipersensível quanto mais
profundo for o sono hipnótico. Em tal caso, o duplo-etérico do hipnotizado se torna um prolongamento
vital sensibilíssimo entre o perispírito, o boneco e o corpo físico, podendo registrar qualquer ação que o
hipnotizador exerça sobre ele, mesmo à distância.

Essa possibilidade de se transferir a sensibilidade do duplo-etérico do homem para o boneco provocando-


lhe ofensas à distância, explica em parte as práticas de “feitiço”, pois a experiência com o boneco, bastante
convincente, serve para comprovar a veracidade da antiga magia, cujas práticas ignóbeis são exercidas
através de fragmentos de cabelos, peças de roupas e fotografias, entre outros objetos de suas vítimas.

Porém, se as pessoas a quem o feitiço é dirigido cultivam sentimentos nobres, estas estão resguardadas de
serem vítimas desses fluídos magnéticos de mau caráter, visto não haver afinidade para estabelecer o
circuito.

Se as práticas tenebrosas de feitiço maligno ainda infestam a Terra, isso é culpa exclusiva da humanidade
terrena, que ainda vive indiferente à sua evangelização, a despeito dos esforços empreendidos pelos
espíritos benfeitores na limpeza fluídica purificadora das residências de seus pupilos.

9. O AUTOMATISMO INSTINTIVO DO DUPLO-ETÉRICO

O duplo-etérico não é um veículo consciente, poisé incapaz de atuar por si ou de modo inteligente,
mesmo quando desligado do homem.

Embora realize certos ajustes e tome providências defensivas, isto sucede devido aoautomatismo
instintivo e biológico do próprio organismo carnal, pois este último, quando se move
independentemente do comando direto do espírito imortal, revela um sentido fisiológico inteligente e
disciplinado; por exemplo, nutrindo e reparando as células gastas ou enfermas, substituindo-as por outras,
sadias do modo a se recuperar de todas as perdas materiais.

Apesar do duplo-etérico ser desprovido de inteligência e não apresentar sensibilidade consciente, não é
apenas um intermediário passivo entre o perispírito e o organismo carnal, porquantoreage de forma
instintiva às emoções e aos pensamentos daninhos que perturbam o perispírito e depois causam efeitos
enfermiços no corpo carnal.

Mesmo sendo um corpo desprovido do atributo mental do raciocínio, o duplo-etérico é movido por um
seguro automatismo de instinto, ou sensibilidade diretora própria do éter físico que é exalado da Terra, e
que lhe possibilita, até certo ponto, deter a carga deletéria dos aturdimentos mentais que baixam do
perispírito para o corpo físico; do contrário, bastaria o primeiro impacto de cólera para desintegrar o
organismo carnal e romper sua ligação com o perispírito, resultando na desencarnação.

Considerando que os pensamentos desatinados provocam emoções indisciplinadas, gerando ondas, raios
ou dardos violentos, que depois se lançam da mente incontrolada sobre o cérebro físico através do duplo-
etérico, é claro que o sistema nervoso do homem se destrambelha sob esse mar revolto de vibrações
antagônicas.

Em seguida, perturba-se a função delicada do sistema endócrino, do linfático e do sangüíneo, podendo


ocorrer conseqüências físicas na forma de patologias, como o surgimento de eczemas, de apoplexia
decorrente do derrame de sangue vertido em excesso pela cólera, de síncope cardíaca pelo frenamento
súbito da corrente sangüínea alterada pelos impactos do ódio, ou da repressão violenta da vesícula devido
a uma explosão de ciúme.

Todas as emoções afetam o duplo-etérico na sua tarefa de medianeiro entre o perispírito e o corpo físico;
porém, quando submetido a impactos agressivos do perispírito perturbado, o duplo-etérico baixa seu tom
vibratório, impedindo que os raios emocionais que descem da consciência perispiritual afetem o corpo
carnal, promovendo assim uma espécie de “fuga vibratória”.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 15

Nos momentos de perturbações muito agudas, o duplo-etérico mobiliza recursos para sua
autoproteção contra a excessiva turbulência projetada no perispírito pelo Espírito Imortal.

Assim, ele se adensa ou se encorpa, e este fenômeno aumenta-lhe a sua carga de éter-físico, fazendo com
que se imunize contra a freqüência vibratória violenta do perispírito.

O duplo-etérico contrai-se, isolando-se dessa forma do perispírito. Porém, ante os impactos súbitos e
violentos do perispírito, o chacra cardíaco é o centro de forças etéricas que mais sofre os efeitos de tal
descarga, pois é ele o responsável pelo equilíbrio vital e fisiológico do coração.

Quando o duplo-etérico não consegue reagir com seus recursos instintivos de modo a proteger o corpo
físico contra uma “explosão” emocional do perispírito, o duplo-etérico recebe um impulso de afastamento
compulsório e, neste caso, cai instantaneamente a vitalidade orgânica do homem, o qual desmaia,
correndo o risco de um enfarte cardíaco de conseqüências fatais. No entanto, o duplo-etérico, pelo seu
instinto de defesa, mobiliza todos os recursos no sentido de evitar que os centros de forças etéricas se
desintegrem por completo.

Porém, se devido à reação defensiva do duplo-etérico, a descarga violenta do perispírito não consegue
atingir o corpo físico, então essa carga de toxinas emocionais sofre um choque de retorno, tornando a
fixar-se no perispírito, e nele fica “instalada” até que seja expurgada na atual encarnação ou noutra futura
reencarnação, pois a única válvula de escape por onde esses venenos psíquicos podem ser expelidos
é o corpo físico, que, para propiciar essa “limpeza”, sofre o traumatismo das moléstias específicas
inerentes às causas que lhes dão origem.

Aliás, o ambiente do mundo atual, impulsionado por constantes agitações sociais, fruto do desajuste moral
de seus habitantes, é uma fonte crescente de distúrbios psíquicos, degenerando em número cada vez maior
de indivíduos neuróticos, esquizofrênicos, e de desesperados que resultam em suicídios, tudo isso como
conseqüência da intensa explosão de emoções alucinantes que destrambelham o sistema nervoso.

Isso resulta no cotidiano aumento do índice de vítimas de síncopes e enfartos do miocárdio, pois o chacra
cardíaco do duplo-etérico se torna impotente para resistir ao bombardeio incessante das emoções tóxicas e
agudas vertidas pela alma e alojadas no perispírito até que o “dreno” do duplo-etérico as transfira ao corpo
físico.

Essas descargas tóxicas, provenientes do perispírito, acabam por produzir no corpo físico eczemas,
urticárias, neuroses, má circulação, distúrbios coronários, congestões renais e hepáticas, hemorróidas,
entre outras disfunções nos órgãos delicados.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 16

Se a carga deletéria acumulada em vidas anteriores for aumentada com desatinos da existência atual,
então essa saturação degenera em afecções mórbidas mais rudes e cruciantes, como a lepra, o pênfigo
(fogo-selvagem), a leucemia, a tuberculose, o câncer e outras enfermidades insuperáveis.

O duplo-etérico contrai a sua densidade no sentido de evitar o fluxo dessas toxinas mortíferas
oriundas do perispírito, impedindo dessa forma, que um impacto psíquico de ódio, cólera, ou
ciúme fique possibilitado de fluir livremente e atingir o sistema fisiológico do corpo físico.

10. NATUREZA DO DUPLO-ETÉRICO

Conforme a concepção oriental, a essência virgem que interpenetra e alenta o Universo, a Substância
Virgem é chamada de éter cósmico. O éter cósmico flui através dos poros da Terra, que funciona como um
condensador de éter; sob tal condição, o éter cósmico perde a sua característica de essência “virgem” ou
“pura”, para se tornar uma substância impregnada das impurezas do planeta durante a sua exsudação,
transformando-se em éter físico que passa a irradiar da Terra.

O éter-físico, embora seja invisível, é matéria rarefeita que possui cor, peso, temperatura e odor. Os
clarividentes conseguem vê-lo na forma de ondas, vibrações ou emanações coloridas, vibrando em
correspondência com as sete cores fundamentais e os matizes do arco-íris ou do espectro solar.

O duplo-etérico é constituído de éter-físico emanado do próprio planeta Terra.

O duplo-etérico é um veículo invisível à vista do homem comum, e ainda desconhecido da medicina terrena,
constituindo-se em corpo etéreo, cuja contextura é um produto específico do éter físico, isto é, do éter
impuro exalado através do orbe terráqueo. Deste modo, o duplo-etérico pode funcionar com êxito no limiar
do mundo astralino (o plano astral) e no mundo físico (o plano físico denso), pois, enquanto a sua
composição exterior é do éter físico terráqueo, a sua base íntima e oculta é o próprio éter cósmico.

O duplo-etérico, por ser o veículo responsável por todos os fenômenos do mundo invisível em manifestação
na matéria, abrange as diversas categorias de “matéria etérica”, próprias da vida do orbe, como sejam a
eletricidade, o odor, a luz, o calor, etc...

É a contrapartida do corpo físico denso no campo etérico, a sua duplicata perfeita formada por matéria física
em estado mais sutil, em seus quatro níveis de subdivisão (matérias etérica, superetérica, subatômica e
atômica, respectivamente ao grau de sutilização, segundo designação da Escola Teosófica) em proporções
que variam de acordo com a raça, o tipo de indivíduo e até mesmo com o seu Carma.
A contrapartida etérica de um pinheiro físico, por exemplo, contém em si todos os éteres do subplano
etérico do mundo físico:

• o éter químico assimila e excreta no metabolismo da seiva;


• o éter vital procria e constitui, depois, as novas sementes para que a espécie se reproduza
continuamente em novos arvoredos;
• o éter luminoso dá ao vegetal a sensação de existir como um centro de sensação do “espírito-vegetal”
(o correspondente espírito-grupo ou alma-grupo) no mundo etéreo-físico; e, finalmente,
• o éter refletor conserva o “registro memorial” de todo o processo de gestação, crescimento e
desintegração vegetal, após a desagregação física da árvore.

No entanto, como esse éter-físico é tão grosseiro ou transparente conforme também o seja a própria
natureza biológica do ser humano, então é óbvio que o duplo-etérico de seres extraterrestres mais
adiantados é um corpo mais perfeito e delicado do que os dos terrícolas, porque são espíritos mais
evoluídos. Assim, nos planetas inferiores, os seus habitantes também são portadores de um duplo-etérico
mais grosseiro e opaco, de acordo com o ambiente físico mais compacto em que vivem.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 17

Os clarividentes treinados podem verificar a grande diferença que existe entre o duplo-etérico de um
troglodita e o de um iniciado ou espírito superior. No primeiro caso, o duplo-etérico é de aspecto sujo e
oleoso; no segundo, é translúcido, luminoso e róseo.

A contextura do duplo-etérico varia conforme seja o tipo biológico humano, pois ele
será mais sutil e delicado nos seres superiores e mais denso nas criaturas primitivas.

Durante a gestação do feto no ventre materno, processa-se uma retenção e acúmulo de éter-físico do meio
em que o espírito se encarna, cujo éter então penetra elétron por elétron, átomo por átomo, molécula por
molécula, na intimidade da carne em formação, modelando pouco a pouco, a figura física e etérica do
homem, resultando dessa forma, no surgimento do duplo-etérico, indispensável para o perispírito agir na
matéria. À medida que o espírito vai plasmando o seu corpo de carne seguindo o molde pré-existente do
perispírito, o duplo-etérico também vai se formando pela exsudação do éter-físico e se consolidando como
fiel intermediário das sensações físicas para o mundo oculto, e deste para a consciência física.

Embora o duplo-etérico seja um veículo ou corpo provisório constituído pelo éter-físico do meio ambiente
exsudado da Terra e que figura como mediador plástico ou elemento de ligação entre o perispírito e o corpo
físico, ele incorpora em si toda a carga de éter-físico que o homem absorve através do alimento, da
respiração e das emanações telúricas do orbe. Por isso os médiuns deveriam ter o máximo cuidado em
evitar alimentos que possam ofender o seu duplo-etérico, pois é dele que derivam os fenômenos
mediúnicos de natureza mais física (fenômenos mediúnicos de efeitos físicos).

A matéria não passa de “energia condensada”, o que ficou comprovado pela própria desintegração atômica
conseguida pela ciência moderna, transformando novamente a matéria em energia. Deste modo, o que
parece substância sólida, absoluta, é um campo dinâmico em contínua ebulição, cuja forma é apenas uma
aparência resultante desse fenômeno admirável do movimento vibratório.

ÁTOMO FÍSICO ULTÉRRIMO (base do éter físico)

Não há estaticidade absoluta no Cosmo, uma vez que, no seio da própria matéria sólida, há
vida dinâmica, incessante, condicionada a atingir freqüências cada vez mais altas e perfeitas.

É assim que, na intimidade do corpo físico, o perfeito equilíbrio gravitacional das órbitas micro-eletrônicas,
governadas pelas forças de atração e repulsão, é que lhe dá a aparência ilusória de matéria compacta.

O corpo humano é apenas um aspecto ilusório de “matéria”, na qual predomina um número inconcebível de
espaços vazios, denominados “interatômicos”, prevalecendo sobre uma quantidade microscópica de massa
realmente absoluta, que, se totalmente comprimida, resultaria num punhado de pó compacto, que caberia
numa caixa de fósforos! Em conseqüência, o organismo humano, na realidade, constitui um portentoso
acumulador ou rede de energia, que a precariedade dos sentidos humanos distingue sob forma aparente
de um corpo de carne, ou de “matéria”. Porém, a sua individualidade intrínseca e preexistente é o espírito
eterno, cujo “habitat” adequado é o plano espiritual, onde ele utiliza os seus atributos de pensar e agir, sem
precisar de um corpo físico.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 18

Quando o homem se alimenta, ele apenas ingere massa ilusória, repleta de espaços vazios ou
interatômicos, nos quais a energia cósmica prevalece sustentando a figura do ser. Embora a alimentação
comum do homem se componha de substância material, ela se destina essencialmente a nutrir os espaços
vazios do “campo magnético” do homem.

O corpo físico funciona como um desintegrador atômico, que extrai todo


o energismo existente nas substâncias que ele absorve em sua nutrição.

Na verdade, tudo se resume em “revitalização magnética”, isto é, aquisição de energia e não propriamente
de substância. Os alimentos, o ar, a energia solar e demais fluidos ocultos do orbe terráqueo estão
saturados de princípios similares aos da eletricidade, os quais, na realidade, é que asseguram a
estabilidade da forma humana em sua aparência física.

Embora seja um intermediário entre os centros sensoriais da consciência perispiritual e os


centros da consciência cerebral física, o duplo-etérico é resultante da emanação radioativa do
próprio corpo físico da Terra (“éter-físico”).

O planeta Terra, evidentemente, também possui o seu duplo-etérico, o qual é composto da soma do éter-
físico de todos os corpos etéricos de seres existentes à sua superfície.Considerando-se que o duplo-etérico
da Terra a interpenetra por todos os poros e interstícios físicos, transbordando numa aura gigantesca
radioativa que se irradia a alguns quilômetros do seu contorno esférico, o certo é que também não
coincidem no orbe a sua linha vertical magnética com a linha geográfica do pólo Norte ao pólo Sul,
fenômeno ainda inexplicável pela ciência (a diferença entre os pólos geográficos e os pólos magnéticos da
Terra).

Verifica-se assim, que também existe uma diferença entre a linha perpendicular dos pólos geográficos com
a perpendicular dos pólos magnéticos, o que pode ser facilmente comprovado pelo desvio da agulha
magnética da bússola, sempre a apontar o pólo Norte magnético mais à esquerda do pólo Norte geográfico,
fato comum e explicável para os iniciados, mas no terreno das conjecturas para os cientistas terrenos.

O desvio do duplo-etérico da Terra é também uma hiper-sensibilização natural do orbe em


seu progresso para desideratos superiores e que só traz benefícios à sua humanidade.

11. O DUPLO-ETÉRICO E A DESENCARNAÇÃO

O duplo-etérico é um veículo intermediário entre o corpo físico e o perispírito que se dissolve no túmulo
depois da morte física do homem, por ser constituído de éter-físico, isto é, de uma substância emanada
da própria crosta terrestre; por isso ele exerce a sua ação exatamente no limiar do mundo material e do
mundo espiritual, ou seja, onde termina o primeiro e começa o segundo. Durante a desencarnação, ele
funciona como um “amortecedor” ou espécie de “colchão” etérico, uma vez que ao afastar-se do corpo físico
cadaverizado, também suaviza a passagem do perispírito para o Além. Nesse caso, o duplo-etérico desliga-
se do perispírito como se fizesse a sua devolução suave e gradativa ao verdadeiro “habitat”, sem provocar
comoção ou choque pelo abandono ou rompimento brusco da vida física.

Em vez de o perispírito promover um salto brusco e arrancar-se violentamente do corpo físico para
ingressar-se no mundo espiritual, ele, por assim dizer, “escorrega-se" de leve através do duplo-etérico,
possibilitando-lhe uma libertação mais suave.

Enquanto o corpo do falecido repousa no seu ataúde, e antes de ser sepultado, os espíritos técnicos ainda
podem servir-se do duplo-etérico e intercambiar energias de amparo energético para o perispírito do
desencarnado; em concomitância, também eliminam para o cadáver os resíduos psicofísicos que ainda
existem ligados ao perispírito.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O duplo etérico 19

Porém, no caso de morte por acidente, suicídio ou síncope cardíaca, tudo se processa de modo diferente
devido à expulsão violenta do duplo-etérico e do perispírito pelo rompimento brusco dos cordões fluídicos,
que se desligam instantaneamente pela desintegração dos movimentos vorticosos (rotativos) dos chacras,
ou centros de forças etéricas.

Quando isso acontece, o duplo-etérico e o perispírito, em vez de se desligarem lenta e suavemente do


corpo, sem choques inesperados, são projetados com violência no ambiente astral que lhes corresponde.

O duplo-etérico, na hora da morte, às vezes se projeta até junto dos parentes distantes ou amigos do
agonizante, e faz-se sentir pela repercussão vibratória de batidas ou ruídos, que se assemelham a areia
lançada no telhado da casa, ou lixa esfregada no assoalho.

Fontes bibliográficas:

1. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

2. Magia de redenção – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989.

3. O duplo etérico – Powell, Major Arthur E. São Paulo, SP. Ed. Pensamento, 1992.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 2

Os desencarnados e os videntes podem julgar o grau da capacidade espiritual do indivíduo pela simples
visão da transparência, do colorido e do tamanho de cada chacra de seu duplo-etérico:

CARACTERÍSTICAS DO FUNCIONAMENTO DOS CHACRAS

ASPECTO E
INDIVÍDUO DIÂMETRO CORES FUNÇÃO
FUNCIONAMENTO

por vezes só atendem às necessidades


PRIMITIVO E lentos, com giro reduzido,
escuras e vitais do duplo etérico e do
RUDIMENTAR emperrado cerca de 5 cm
oleosas corpo físico

formosos,
canalizam maior quantidade
brilhantes,
ESPIRITUALMENTE ampliado, tons de energias vitais e
esplendorosos,
BEM com 15 e coloridos, psíquicas que facilitam o
translúcidos,
DESENVOLVIDO até 20 cm fascinantes desenvolvimento das
dinâmicos, potentes
faculdades do espírito
e acelerados

2. FUNCIONAMENTO DOS CHACRAS ETÉRICOS

O movimento giratório vorticoso dos chacras resulta do choque ou contato turbilhonante das energias
etéricas sutilíssimas descidas do Alto, com forças etéricas primárias, agressivas e vigorosas que sobem da
Terra, carregadas de impurezas próprias do mundo animal instintivo (éter físico).

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 3

Esse fenômeno é algo semelhante às correntes de ar frio que descem de nuvens carregadas de água e
entram em choque com as correntes de ar quente que sobem da crosta terráquea, resultando nos
conhecidos fenômenos atmosféricos dos ciclones, tornados ou redemoinhos de vento.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 4

Os chacras, quando observados de perfil em seu veloz funcionamento giratório, se assemelham a


verdadeiros "pratos" ou "pires" de energias turbilhonantes, com uma concavidade característica no centro;
quando vistos de frente, lembram o movimento acelerado e vertiginoso das hélices dos aviões em alta
velocidade, porém emitindo cintilações de cores devidas a absorção de Prâna ou Vitalidade, que os irriga e
neles se decompõe em cores, como a luz solar ao incidir num prisma de vidro (ver figura na próxima
página).

Embora cada chacra do duplo-etérico possa apresentar diversos matizes de cores ao mesmo tempo, e que
diferem entre si pelos tons mais belos, mais límpidos ou mais feios e sujos, há sempre uma tonalidade de
cor predominante sobre as demais, que revela o tipo vibratório ou energia útil que ativa este ou aquele
sistema ou órgão do corpo físico, em sua absorção prânica.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 5

São, portanto, os centros humanos responsáveis pela irrigação de vitalidade, ao captarem o Prâna, que
é o combustível essencial da Vida, e sem o que o Espírito não poderia exercer o seu controle e sua
atividade sobre o corpo físico, e nem tomar conhecimento das sensações por este vividas, pois os chacras
transferem à correspondente região anatômica cada decisão assumida pelo Espírito em seu mundo oculto.

Os chacras do duplo etérico situados nas regiões mais instintivas do homem, a saber, o umbilical, o
genésico e o básico, mostram-se em cores mais densas, mais robustas ou “materiais”, assimilando
atividades de ordens mais afins ao mundo físico.

Já os chacras situados nas zonas mais elevadas do duplo etérico do homem, a saber, o cardíaco, o
laríngeo, o frontal e o coronário, se manifestam nas pessoas de boa índole espiritual sob aspectos
cromosóficos formosos, transparentes e com maior número de raios (ou “pétalas” ).

Isso acontece porque o Prâna físico, ao filtrar-se pelos chacras das regiões instintivas do ser, mostra-se
mais grosseiro e decai em sua freqüência vibratória habitual, ao sustentar sua atividade mais animal.

Mas assim que essas diversas cores fluem pelos chacras mais inferiores e depois atingem as regiões mais
elevadas do homem, elas então se modificam, clareiam e sutilizam-se, aumentando a sua beleza e colorido,
pois recebem a contribuição das energias sublimes descidas das regiões angélicas através do sublime
canal espiritual situado no alto da cabeça do homem: o augusto chacra coronário de “união divina”,
permanentemente aberto para a região alta da vida do Espírito Imortal.
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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 6

3. CHACRAS DO DUPLO-ETÉRICO x CENTROS DE FORÇAS DO PERISPÍRITO

Existem centros de forças tanto no duplo-etérico quanto no perispírito, intimamente ligados uns aos outros e
diretamente em contato energético entre si, situando-se sobre os plexos nervosos do corpo físico:

CENTROS DE FORÇAS DO DUPLO-ETÉRICO E DO PERISPÍRITO

CENTROS VEÍCULO
DESIGNAÇÃO
DE A QUE CARACTERÍSITICAS DURAÇÃO
HABITUAL
FORÇA PERTENCEM

Não tem consciência própria e nem


funcionamento autônomo. TRANSITÓRIOS
DUPLO Prismam cores conforme as Desintegram-se
ETÉRICOS CHACRAS
ETÉRICO respectivas desintegrações de Prâna. com a morte do
Conexão entre os mundos material e corpo físico
astral

PERMANENTES,
CENTROS Núcleos de força impregnados de
ESTÁVEIS E
substância astral e mental acumulada.
ASTRAIS PERISPÍRITO DE DEFINITIVOS
Subestações do Espírito sob um
FORÇA Preexistentes
automatismo inteligente
no perispírito

O centro coronário do perispírito, por exemplo, é um fabuloso órgão sem analogia entre nós, sede das mais
avançadas decisões do Espírito Imortal, ao passo que o mesmo chacra coronário do duplo-etérico é tão
somente um elo de conexão, uma ponte viva sensibilíssima, mas sem autonomia, unindo o mundo divino
perispiritual com o mundo humano da criatura em desenvolvimento.

Existe uma ligação entre os chacras do duplo-etérico e os correspondentes chacras do corpo astral,
constituída por uma rede ou capa de átomos etéricos do sub-plano atômico muito comprimidos entre si e
impregnados de uma variedade especial de Prâna, que os interpenetra e serve de proteção, impedindo a
comunicação direta entre os planos físico denso e o astral.

Sem essa tela protetora, denominada TELA ETÉRICA, TELA ATÔMICA, ou TELA BÚDICA, poderiam
chegar à consciência física todas as experiências astrais acumuladas pelo cérebro perispiritual, de
existências físicas anteriores, o que ocasionaria certamente os mais diferentes danos.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 7

Essa tela pode ser rompida ou danificada em conseqüência de choques emocionais violentos, acessos de
ira, alcoolismo, dependência de drogas e de desenvolvimento mediúnico desordenado, entre outras causas,
ou apresentar-se naturalmente rompida por efeito de carma acumulado em encarnações anteriores, que
determina a mediunidade de prova no indivíduo (provação cármica).

4. DESPERTAMENTO OU DESENVOLVIMENTO DOS CHACRAS

Os chacras mais importantes do duplo-etérico podem ser acelerados, desenvolvidos ou "despertos" através
de certas disciplinas de "positivação da vontade" ou "técnica respiratória" como ensinado pela Krya-Yoga,
mas é aconselhável que isso seja feito em concomitância com o aperfeiçoamento moral e o controle
mental do ser.

De todos os chacras, o mais perigoso de ser "desperto" prematuramente é o chacra básico, sede da energia
Kundalini (ou fogo serpentino), pois sem a garantia de uma boa graduação espiritual, o homem que o "abrir"
perderá o seu domínio ante o primeiro descontrole emotivo ou mental em desfavor alheio, pois sua ira,
desejo de vingança ou maus pensamentos serão quase que imediatamente concretizados sobre as vítimas
em mentalização.

O desenvolvimento dos chacras deve se dar de forma natural e progressiva,


à medida que o homem promove o seu próprio crescimento espiritual.

5. A ENERGIA KUNDALINI OU FORÇA PRIMÁRIA

A energia Kundalini é uma energia poderosa, extravasada do Sol, violenta e agressiva, embora criadora,
que embebe e se mistura à força telúrica do planeta terráqueo, e flui de modo centrífugo do centro da Terra,
numa ondulação retilínea que lembra, de fato, uma serpente de fogo; daí sua denominação de "fogo
serpentino".

Os clarividentes observam que esse fluxo energético, provindo do âmago da Terra, a energia "mãe do
mundo", (pois ele é realmente o principal fundamento da Vida na matéria), ao entrar em simbiose com as
forças que descem do Sol, se assemelha a uma torrente de fogo líquido que aflui pelo chacra básico do
duplo-etérico, situado na base da coluna vertebral do homem, sobe pela medula espinhal, avançando em
ondulações turbilhonantes e serpentinas, e depois lhe ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do
mundo animal, acelerando a rotação dos demais chacras.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 8

A energia Kundalini é, portanto, um combustível poderoso que flui da intimidade terráquea ou das zonas de
maior ebulição primaria, onde as energias criadoras do planeta se fundem num abraço agressivo, embora
elas sejam o sustentáculo que alimenta a vida rudimentar, primaria, selvática e vigorosa no orbe, constituída
por emanações de ondas de éter-físico, para alimentar a natureza animal das criaturas.
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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 9

A energia Kundalini faz pressão violenta quando se defronta com a energia espiritual descida pelo chacra
coronário, situado no topo da cabeça do homem.

O "fogo serpentino" ou Kundalini é força adormecida, primaria e hostil, como um braseiro sob as cinzas,
espécie de serpente de fogo enrodilhada que, ao despertar, aviva o poder primário do homem e
proporciona a libertação do ser quando habilmente controlado pelo chacra básico ou fundamental, desde
que esse despertamento seja efetuado por espírito equilibrado, sem vícios e paixões perigosas,
despreocupado também dos tesouros e poderes das vaidades do mundo carnal; assim, os sábios, os
santos e os yogas se tornam "senhores da Kundalini".

Entretanto, os tolos, os fracos de vontade, os ambiciosos e os imorais, quando de posse de tal energia
incomum, tornam-se vítimas de sua própria imprudência, escravos e joguetes de uma força que os
massacra, sem poder controlá-la, por lhes faltar a força moral superior.

É a simbólica e enganosa serpente que fez Eva, o espírito, tentar Adão, o corpo, dando ao homem o poder
de criar no mundo físico, depois de expulso do Paraíso da contemplatividade, a fim de adquirir consciência
individual no seio doloroso da carne.

O indivíduo que abrir o chacra básico prematuramente dará entrada a uma torrente de energia tão poderosa
que irá lhe alimentar todas as paixões e todos os desmandos! Os seus desejos serão satisfeitos quase que
de imediato, e terá poder sobre as demais criaturas, mas o orgulho poderá explodir e o recalque sensual
dominá-lo-á, de modo a realizar os piores caprichos e ações sobre o próximo.

Essa energia poderosa, quando incontrolada, atinge maleficamente o perispírito da criatura de


insuficiente preparo moral, alucina-lhe as células perispirituais e destrambelha os nervos do
imprudente que, depois de desencarnado, é atirado nos charcos do astral inferior, como um
animal ferido por mil aguilhões!

Quando essa energia descontrolada sobe pela medula e irriga o centro frontal de um homem inferior,
alimenta-lhe o orgulho da personalidade terrena. Quando, em vez da fronte, atinge o coração sem o devido
controle espiritual emotivo, termina por avivar-lhe os maus sentimentos, dando-lhe força e estímulo para a
dureza de sentimentos.

A Kundalini disciplinada sob a direção moral superior, em criatura evangelizada, termina


por ativar-lhe os centros de força do perispírito e faculta o desenvolvimento mais breve da
mediunidade.

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6. Os chacras do duplo etérico 10

6. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS CHACRAS DO DUPLO-ETÉRICO

São em número de sete os chacras mais importantes do duplo-etérico, embora existam mais três centros de
forças menores em desenvolvimento nas criaturas, porém de somenos importância nas relações entre o
mundo oculto e o plano físico (ver quadro comparativo ao final deste item). Além destes, há ainda chacras
considerados secundários e mesmo terciários no duplo etérico do homem.

6.1. CHACRA BÁSICO, RAÍZ, KUNDALÍNEO OU FUNDAMENTAL

O chacra básico é o mais primitivo e singelo de todos em sua manifestação, um dos principais modeladores
das formas e dos estímulos da vida orgânica. Quando muito desenvolvido, mas de insuficiente controle,
pode levar o homem à loucura, pois sua ação muito forte acirra o desejo sexual, semeando a satisfação
aberrativa.

No entanto, o chacra kundalíneo é utilíssimo, pois em função normal e sob disciplina biológica própria do
homem superior, reativa os demais chacras através do fluxo de seu fogo serpentino, que se acumula e se
distribui à altura do plexo sagrado.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 11

Quando a energia Kundalini é controlada e desviada de sua ação agressiva e ativadora da sexualidade
inferior pelo homem que se mantém sob castidade e discernimento espiritual, então o fluxo vitalizante e
sublimado sobe, em proporção benfeitora, pela coluna vertebral até o cérebro, irrigando-o energeticamente
até fazer redobrar as atividades mentais do mundo superior.

Torna o homem lúcido, dinâmico e portentoso ao nível das vibrações crísticas, e sua ação se exerce pela
intimidade espiritual da criatura.

Sob o comando de um espírito superior, de alta graduação e de vida sacrificial em favor da humanidade, a
energia primaria do chacra kundalíneo se sublima, pela contínua aplicação somente às coisas elevadas,
fazendo com que os seus resíduos deletérios baixem para o subsolo do planeta, local de onde provieram.

6.2. CHACRA GÁSTRICO OU UMBILICAL

É um centro de forças etéricas de natureza rudimentar, e quando é muito desenvolvido, o homem aumenta
sua percepção das sensações alheias, uma espécie de empatia, pois adquire um tato instintivo ou
sensibilidade astral incomum, que o faz aperceber-se das emanações hostis existentes no ambiente onde
atua, e também as vibrações afetivas que pairam no ar.

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6. Os chacras do duplo etérico 12

6.3. CHACRA ESPLÊNICO

O chacra esplênico, de excessivo magnetismo, é o principal centro energéticovitalizador do corpo físico,


funcionando ainda como o auxiliar do metabolismo da purificação sangüínea. Sua função energética muito
intensa torna-o um pequeno sol rodopiante, emitindo cintilações ao absorver Prâna, impregnado de forças
ativas solares, na forma de glóbulos de vitalidade do Sol, naturais na atmosfera, que promovem a
revitalização sangüínea, favorecendo o aumento na produção de glóbulos vermelhos, em conjunto com
demais forças magnéticas do orbe planetário.

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6. Os chacras do duplo etérico 13

Depois que o centro esplênico atrai e incorpora as energias do meio ambiente, como a eletricidade, o
magnetismo, os raios cósmicos, as emanações telúricas e as energias projetadas do Sol, ele as desintegra
e as distribui na forma de átomos etéricos saturados dePrâna, anexando-os às diversas partes do corpo
físico, conforme as funções vitais de cada órgão ou sistema orgânico, através do sistema circulatório, ao
qual se acrescentam outras energias que fluem através dos chacras frontal e coronário, impregnando,
desse modo, o conteúdo do sangue com o tom espiritual da alma imortal.

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6. Os chacras do duplo etérico 14

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 15

O chacra esplênico também regula a entrada doPrâna para todo o duplo-etérico do homem (o corpo vital
intermediário e energético entre o perispírito e o corpo físico), pois tem por função principal irrigá-lo e
vitalizá-lo em toda a sua contextura.

O Prâna, ao ser absorvido pelo esplênico, possui à vista astralina uma coloração branca, síntese de sete
matizes de cores fundamentais presentes: o roxo, o azul, o verde, o amarelo, o alaranjado, o vermelho forte
e o róseo.

Cada matiz, em separado, é uma ondulação energética que atende determinada função orgânica vital do
corpo humano, formando ainda novos tons ao fundir-se com as outras energias sutis descidas do Alto.

O chacra esplênico também vitaliza o corpo astral, o veículo responsável pelos desejos, emoções e
sentimentos do espírito encarnado, e que permite as saídas do espírito quando o corpo físico adormece.

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6. Os chacras do duplo etérico 16

O Prâna róseo, ao penetrar pelo chacra esplênico e envolver-se em seu turbilhão etérico, irriga o baço
físico, enquanto algumas de suas emanações mais suaves e delicadas atingem o baço do perispírito,
resultando uma íntima relação de alta sensibilidade entre ambos os órgãos.

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6. Os chacras do duplo etérico 17

Em seguida, essa energia rosada, distribuindo-se pelo duplo-etérico, enfeixa toda a estrutura da coluna
vertebral e depois vitaliza todo o sistema nervoso do indivíduo, pois irriga o bulbo, o cerebelo e os
hemisférios do cérebro, e depois desce pelo sistema nervoso central, derramando-se pelos plexos ao longo
dessa trajetória; a seguir, ativa as principais glândulas do sistema endócrino.

Depois de irrigar o corpo físico em toda sua extensão e profundidade, e ativar as relações entre o perispírito
e o corpo de carne, o Prâna róseo perde seu tom róseo fundamental, exaurindo sua vitalidade ou energismo
peculiar, à medida que se distribui pelos diversos órgãos ou sistemas do homem.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 18

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 19

Uma vez cumprida a sua função vitalizante, o Prâna se descolore e passa a fluir algo enfraquecido para o
mundo exterior, formando uma aura em torno do duplo-etérico, conhecida como aura vital pelos ocultistas.

É a conhecida "aura da saúde", constituída pela exsudação de Prâna residual, anteriormente penetrado
através do chacra esplênico, e que depois passa a se apresentar aos clarividentes num tom róseo bastante
descorado, ou num tom azulado pálido.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 20

A aura da saúde que envolve o duplo-etérico não deve ser confundida com a "aura do perispírito", que flui
dos corpos astral e mental, cujas emanações e cores obedecem a processo diverso.

CARACTERÍSTICAS DA PESSOA QUANTO À CAPACIDADE DE


SEU CHACRA ESPLÊNICO ABSORVER O PRÂNA RÓSEO

CHACRA DEFICIENTE
CHACRA EM PLENA
ATIVIDADE (absorção desproporcional às
necessidades metabólicas)

assemelha-se a uma usina vitalizante (“vende saúde”) torna-se irritável, hipersensível, com
e deixa ao redor de si uma elevada taxa de energia nervos aguçados e se incomoda ou
vital, perceptível nos seus atos, gestos e palavras. se aflige por qualquer coisa ou ruído

As criaturas, cuja aura da saúde é pródiga de energismo, com sua simples presença fortalecem, reanimam,
vitalizam e beneficiam terapeuticamente os outros, pois nelas as partículas róseas do Prâna utilizado em
seu corpo físico alimentam-se de um magnetismo muito intenso.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 21

No entanto, aquelas cujo chacra esplênico funciona de modo deficiente, tornam-se verdadeiros vampiros
involuntários das forças alheias, pois absorvem dos outros as energias que lhes vibram à flor da pele,
tanto mais intensamente quanto maior for a sua capacidade inconsciente de captar o Prâna róseo alheio
para a sua nutrição pessoal.

Os médiuns e passistas que puderem desenvolver com proficiência o chacra esplênico tornar-se-ão
excelentes terapeutas, a produzir curas milagrosas ante a abundância de fluidos róseo-prânicos absorvidos,
um dos mais eficientes restauradores dos plexos nervosos.

A insuficiência no funcionamento do chacra esplênico pode levar o indivíduo à leucemia, como


decorrência da redução da absorção dos glóbulos de vitalidade do Sol presentes na atmosfera,
necessários a revitalização sanguínea.

Certas árvores como o pinheiro, o eucalipto, o cedro e a mangueira absorvem do ambiente o Prâna róseo
adequado ao próprio homem, e, sob sua sombra ou vizinhança, as pessoas que sofrem de esgotamento
nervoso podem manter-se eufóricas e recuperadas em sua saúde ao captarem do mundo oculto as forças
benfeitoras que lhes são doadas de modo elogiável e superior por essas espécies vegetais.

6.4. CHACRA CARDÍACO

O chacra cardíaco recebe eficiente contribuição vital do chacra esplênico, cujo Prâna róseo, ao atingi-lo,
assume um tom do chamado "raio amarelo", que penetra no sangue pela via cordial e vitaliza-o,
especialmente para que atenda à função cerebral.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 22

Para isso, esse raio amarelo, partindo do cardíaco, se eleva até atingir o chacra coronário, no alto do crânio,
do que então resulta a consciência dos sentimentos ou das emoções, que costumam estimular as
cogitações filosóficas de natureza elevada, confirmando a velha tradição de que o sentimento e a emoção
geram-se no coração do homem.

O homem cujo cérebro é fortemente vitalizado pelos fluidos prânicos do chacra esplênico, depois de
combinados com os do chacra cardíaco, apresenta emoções e sentimentos mais propriamente resultantes
das elucubrações metafísicas.

6.5. CHACRA LARÍNGEO

Situado na perpendicular do fluxo energético prânico para o chacra frontal (do qual também recebe certa
cooperação), estabiliza definitivamente a voz da criatura depois da época da puberdade, pois carreia a
vitalidade que deve suprir o mecanismo vocal e o dispêndio energético no falar.

Por isso, o chacra laríngeo é um órgão muito ativo e brilhante nos grandes cantores, poetas célebres,
oradores sacros e homens que revelam o dom incomum da palavra, o magnetismo, a voz hipnótica.

Seu aspecto geral, quando em boa disposição funcional, lembra a tonalidade de formoso raio de luar
pousado sobre o mar tranqüilo.

A sua cor azul-clara fundamental, bem como o seu tamanho e sua luminosidade variam de acordo com o
potencial e a qualidade verbal da criatura, e a sua função e o seu aspecto colorido se modificam
rapidamente, de acordo com sonoridade, agudeza ou intensidade com que são pronunciadas as palavras
pelo homem.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 23

É um chacra que influi muitíssimo nos demais centros de força e nos plexos nervosos do organismo
humano, porque o ato da materialização das idéias através da fonação é um fenômeno que concentra todas
as forças etéreo-magnéticas do perispírito, atuando em vigorosa sintonia com os demais centros
energéticos reguladores das funções orgânicas.

6.6. CHACRA FRONTAL

O centro etérico frontal se nutre do raio róseo-amarelo vitalizante do chacra esplênico, combinando-o com
algo do raio azul do centro laríngeo, e se encontra intimamente ligado com o correspondente centro de
forças astrais do perispírito.

Quando abundante de Prâna e em boa atividade com os outros chacras, confere ao homem encarnado, e
também ao desencarnado, a faculdade de aumentar ou diminuir o seu poder visual, podendo até mesmo
penetrar e observar com êxito a própria vida microbiana, impossível à visão comum.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 24

6.7 CHACRA CORONÁRIO

Conhecido entre os hindus por "lótus de mil pétalas", possui 960 raios principais e um centro menor em
turbilhão colorido, apresentando 12 ondulações ou raios.

Enquanto os demais chacras do duplo-etérico apresentam certa depressão no seu centro vorticoso,
lembrando a figura de um pires ou hélice em movimento turbilhonante, o chacra coronário mais se
assemelha a um intenso foco de energias giratórias a despedir fulgores na forma de uma cúpula ou coroa
fulgurante em torno da cabeça do homem, espargindo radiações que lhe formam um halo luminoso ou aura
translúcida.

Este chacra é o centro de forças mais importante do ser humano, de maior potencial e radiações,
responsável pela sede da consciência do Espírito e elo da consciência angélica com o mundo material.
Os demais centros de forças recebem-lhe o influxo superior e se sensibilizam em suas funções de
intercâmbio entre o mundo físico e o mundo oculto.
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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
6. Os chacras do duplo etérico 25

É o mais brilhante de todos os chacras do duplo-etérico e o regente orquestral dos demais centros de forças
etéricas, aos quais se liga interiormente, ajustando-os e afinando-os para um metabolismo harmônico,
presidindo-lhes as diversas funções sob uma regência ou comando emanados diretamente do Alto.

À medida que o homem desenvolve os seus princípios espirituais superiores, seu chacra coronário se
transforma num verdadeiro Sol rutilante de beleza inigualável, irradiando matizes de cores impossíveis de
serem definidas pela retina física.

A sua ação também é algo convergente à glândula pituitária ou hipófise, que é o único elemento de
comunicação físico-psíquica com os planos superiores.

Há certas criaturas em que o chacra frontal ainda se acha muito ligado à hipófise, e nelas o centro coronário
se apresenta inclinado ou algo desviado, coincidindo e em relação direta com a glândula pineal ou epífise,
cuja função psíquica, ainda ignorada pela ciência oficial, é de relevante importância na relação entre o
Espírito e o corpo mental inferior.

Nessas condições especiais, o chacra coronário permite a vidência astral, mas como sua ligação com a
glândula pineal é um canal que serviu outrora ao ser mais animalizado, tal vidência se circunscreve às
regiões inferiores, ou seja, a zona primitiva do mundo oculto, sendo, portanto, de pouco valor ou utilidade ao
homem comum, dado que não lhe pode prestar qualquer benefício, em face de seu atual grau evolutivo.

Poucos homens, excepcionais em sua evolução espiritual, graças ao desenvolvimento do seu chacra
coronário, adquirem a capacidade de abandonar o corpo físico sem interromperem as atividades
habituais da consciência, em vigília, podendo manter-se, ao mesmo tempo e cônscios de si, na fronteira
do mundo angélico e do físico, num estado de percepção panorâmica, capaz de abranger os fenômenos
de ambos os mundos ou planos.

A Igreja Católica Romana costuma pintar seus santos, benfeitores ou líderes com umaauréola de luz
dourada em torno da cabeça, comprovando a antiga tradição iniciática de que o chacra coronário é um
potencial de beleza que aumenta na medida que progride o Espírito do homem, liberando energia psíquica
no contato do Espírito imortal com o mundo físico.

Fontes bibliográficas:

1. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

2. Os chakras – Leadbeater, Charles W. São Paulo, SP. Ed. Pensamento, 1990.

3. O duplo etérico – Powell, Major Arthur E. São Paulo, SP. Ed. Pensamento, 1992.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 2

Para os espíritas é suficiente enfeixar todas essas “subdivisões” e “veículos” intermediários, da filosofia
Oriental, num só corpo: o perispírito.

O corpo astral, por vezes confundido com o “duplo-etérico”, muito familiar dos esoteristas, teosofistas, rosa-
cruzes e yogas, em verdade compõe o mesmo veículo que Allan Kardec generalizou sob o nome de
“perispírito”.

1. ESPÍRITO x PERISPÍRITO

O Espírito é a “chama”, a centelha ou o clarão etéreo, espécie de luz imaterial, que se justapõe ou se
conjuga a um “invólucro”, o perispírito, no dizer de Kardec, a fim de lhe ser possível baixar e ajustar-se a um
mundo planetário sob a configuração de um corpo físico ou humano.

“A vida do Espírito é a espiritual, que é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira,


verdadeiro minuto na eternidade”. (Allan Kardec).

O Espírito, portanto, é a entidade imortal e sem forma humana, enquanto o perispírito é o seu invólucro, ou
seja, o seu corpo fluídico, estruturado com fluidos mentais e astrais que o envolvem e lhe dão a
configuração humana.

2. O CORPO ASTRAL

O Corpo Astral, também chamado de “corpo dos desejos”, é um veículo ou expressão da consciência, de
aparência bastante semelhante à do corpo físico correspondente, à visão astral ou clarividência; é o veículo
pelo qual o homem expressa suas paixões, sentimentos, desejos e emoções, servindo de ponte ou
intermediário, meio de transmissão, entre o cérebro físico e a mente.

A tradição ocultista ensina que o corpo astral, como um dos veículos que compõem o perispírito, é
realmente o “corpo dos desejos”, no qual sedia-se odesejo do espírito e se conservam todos os resíduos
produzidos pela emotividade e paixões vividas nos milênios findos.
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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 3

OS VEÍCULOS DA ALMA

veículo de
plano finalidade produto característico
consciência

ideais
superior corpo causal para evoluir com
pensamentos abstratos
PLANO
MENTAL
idéias
inferior corpo mental para pensar com
pensamentos concretos

emoções
PLANO ASTRAL corpo astral para sentir com
desejos, sentimentos

ações
PLANO FÍSICO corpo físico para agir com
reações sensoriais

Através desse sutilíssimo corpo astral, constituído de toda a essência psíquica emotiva desde sua origem
planetária, é que realmente se manifesta o desejo do espírito.

Nessa contextura delicadíssima atuam, gritam e dominam todos os ecos e estímulos das paixões, desejos e
vícios que hajam vibrado na alma através de suas encarnações físicas anteriores.

PRINCIPAIS FUNÇÕES DO CORPO ASTRAL

• Atua como veículo de consciência e de ação totalmente independente no plano astral.

• Torna possíveis ao ser as paixões, desejos e sentimentos de qualquer natureza.

• Serve de intermediário entre o cérebro do corpo físico e o corpo mental.

Dessa forma, o corpo astral atua como um transmissor de vibrações, tanto do corpo físico para o corpo
mental, como do mental para o físico.

No ser humano, a inteligência normal do cérebro produz-se em virtude da união


do desejo com a mente, o conhecido binário Kâma-Manas na terminologia hindu.

• Kâma: desejo, sentimento, paixões.

• Manas: mente, interessando-se por coisas externas, objetivas.

• Kâma-Manas: o Ser, o Eu pensante, a personalidade do homem (o Ego).

No atual estágio da evolução humana, o corpo astral está intimamente ligado ao corpo mental concreto
(“rupa” ou com forma), advindo daí o indissolúvel binárioKâma-Manas, o conhecido “perispírito” entre os
espíritas. Entretanto, através do Yoga ou de práticas de outras escolas iniciáticas, é possível ao homem
libertar-se desse binário, passando a atuar livre e conscientemente quer no veículo astral, quer no mental.

O corpo físico não pode realizar as emoções e sentimentos da criatura, pois suas células não têm
capacidade para sentir, limitando-se a colher e a transmitir aos veículos etérico (o duplo etérico) e astral (o
corpo astral) as vibrações provenientes do mundo exterior. Quando essas respostas vibratórias atingem o
corpo astral, são imediatamente transformadas nas mais diferentes sensações, sentimentos e emoções,
como amor, ódio, prazer, dor, alegria, tristeza, etc.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 4

3. CORPO ASTRAL E PLANO ASTRAL

O corpo astral é composto de matéria mais sutil que a física, a saber, amatéria astral, que compõe todo o
plano astral da Criação Divina, e que antecede o plano físico. A matéria astral existe em sete graus de
adensamento, ou ordens de contextura que, por falta de nomes específicos, recebem os mesmos nomes
usados para a matéria físio-etérica:

• Atômico

• Sub-atômico

• Super-etérico nível de sensibilidade


• Etérico e de freqüência
• Gasoso vibratória diminuem
• Líquido

• Sólido

Tais graus ou subplanos evidentemente superpõem-se uns aos outros, dos mais grosseiros aos mais sutis.
Como a matéria astral é muito rarefeita, ela interpenetra a matéria física.

Todo átomo físico flutua em um mar de matéria astral que o envolve e o interpenetra.

Dessa forma, um ser que vive no mundo astral pode ocupar o mesmo espaço ocupado por um ser vivente
no mundo físico, totalmente inconscientes um da presença do outro, pois estão em planos de diferentes
dimensões.

O plano astral e os outros diferentes planos da natureza, embora possam ser interpenetrados, não se
acham separados em espaço, isolados uns dos outros, mas sim sobrepostos em diferentes estados
vibratórios, em outros estados de consciência. É uma condição da natureza, não uma localidade própria.

Caso se pudesse, hipoteticamente, produzir fenômenos com um objeto tridimensional em um mundo


bidimensional, ocorreriam os mais estranhos fatos ou evidências. Nessa condição, uma humanidade que só
conhecesse o comprimento e a largura verificaria, com surpresa, o aparecimento e o desaparecimento de
vários objetos através da terceira dimensão, a altura. No mundo astral, tal fenômeno se verifica através da
quarta dimensão, pois o plano astral é quadridimensional, assim como o mental tem cinco dimensões e o
plano búdico ou intuicional tem seis.

Se existem sete dimensões, então não há seres de três ou de quatro dimensões; a diferença aparente está
no limitado poder de percepção e não em alguma mudança nos objetos ou seres percebidos.

O plano astral ainda pode ser subdividido em sete subplanos ou faixas vibratórias seletivas, com variações
graduais de freqüência característica, que vão desde uma faixa ou zona vibratória luminosa até uma faixa
ou região trevosa, representadas didaticamente na figura da próxima página, na forma de esferas
concêntricas associadas ao planeta Terra.

Há, portanto, uma seletividade de freqüências nos subplanos vibratórios do plano astral, sendo os mais
densos constituídos de matéria astralina com estados de agregação igualmente mais densos, como sólidos,
líquidos e gases astrais, e os mais sutis formados por matéria astral mais quintessenciada, nos estados
etérico, super-etérico, sub-atômico e atômico. Essa característica confere aos habitantes do plano astral do
planeta, situados vibratoriamente em subplanos distintos e com faixas de freqüência muito diferenciados,
coexistência sobreposta, uma vez que um não toma conhecimento do outro no astral, devido à diferença
dos próprios estados vibratórios.

É assim que um desencarnado, vivendo em região luminosa do astral superior da Terra, não tem acesso ou
percepção, por meio dos seus sentidos perispirituais, de um outro desencarnado que vive em região trevosa
do astral inferior.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 5

As zonas luminosas ou do astral superior estão referidas como “supracrostais” enquanto as trevosas,
umbralinas ou do astral inferior estão indicadas como “subcrostais”.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 6

A matéria astral é composta de átomos de viva luminescência, em constante movimento,podendo ser


moldada ou plasmada a cada emissão de pensamento, e tomará uma forma efêmera enquanto durar a
ação do pensador.

Assim como as formas-pensamento, os sentimentos imprimem na matéria astral uma determinada cor, cujo
brilho varia de acordo com a intensidade do sentimento ou emoção:

PRINCÍPIOS QUE REGEM A PRODUÇÃO DAS FORMAS DOS PENSAMENTOS-EMOÇÕES

aspecto determinado pela

• COR • qualidade do pensamento ou emoção

• FORMA • natureza do pensamento ou emoção

• NITIDEZ DA FORMA • precisão do pensamento ou emoção

• DURAÇÃO DA FORMA • tempo, intensidade e precisão do pensamento ou emoção

O perispírito é o veículo mais avançado da alma


para o ser encarnado, cujo grande potencial de
energias não apenas sobrevive à destruição do
corpo carnal, como ainda se revigora
continuamente, a fim de servir às futuras
encarnações.

Ele é o instrumento para que o espírito possa


descer novamente à Terra e aqui viver tanto tempo
quanto seja o da resistência do seu corpo físico.

Durante as inúmeras existências reencarnatórias,


ele vai colhendo experiências através da dor, do
sofrimento e das vicissitudes humanas.

Após a desencarnação, ele se torna o precioso


instrumento de que a alma se utiliza nos planos
sutis do astral, pondo-se em relação direta com
todas as energias originárias do próprio meio.

À medida que o perispírito se torna mais sensível,


devido ao sofrimento que lhe favorece contínuas
expurgações da escória agregada durante as vidas
materiais, também a sua alma consegue maior
expansão na vida espiritual e favorecimento para
um intercâmbio de realizações felizes.

Só depois de desencarnado é que o homem


compreende a ilusória realidade da existência
carnal, ao compará-la com a vida de sensações
maravilhosas e positivas que ele pode gozar depois
de sua morte física, graças à cooperação do
perispírito sobrevivente, preexistente à encarnação
que se finda.

Diversamente do duplo etérico, que se extingue ao término de cada encarnação na matéria, o perispírito é,
portanto, um veículo autônomo de consciência do espírito, sobrevivendo à morte do corpo físico e do duplo
etérico, podendo ainda servir de veículo independente de consciência nas seguintes situações:

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 7

SITUAÇÕES EM QUE O CORPO ASTRAL SERVE DE VEÍCULO INDEPENDENTE DE CONSCIÊNCIA

• durante o sono, em sonho, ou em transe, o corpo astral pode se separar do físico e atuar
livremente no plano astral.
• durante o período de vigília, com o cérebro e os sentidos físicos despertos, a ação da
consciência no veículo astral pode se processar, mediante prévio desenvolvimento dos chacras.
• consciente e deliberadamente, a qualquer momento que se queira, pode-se abandonar o veículo
físico denso e atuar livremente no astral, com passagem de um plano para outro feito em
absoluta continuidade de consciência, mediante exercícios de Yoga ou de práticas iniciáticas.

• após a morte do corpo físico, o Ego se retira para o plano astral em corpo astral, e terá nesse
plano existência de duração variável, dependendo da evolução espiritual de cada um.

4. CONSTITUIÇÃO DO PERISPÍRITO

Na época da codificação espírita, o conceito generalizado dos seus adeptos era de que a morte do corpo
carnal compacto deixava o espírito desencarnado tão somente atuando no campo mental, alegando que o
espírito, depois da morte física, é pensamento.

Em conseqüência, após a desencarnação, todos os fenômenos próprios do mundo físico não passariam de
ilusões, que poderiam ser eliminadas nas doutrinações de espíritos sofredores, por exemplo; deste modo, a
maior preocupação dos doutrinadores resumia-se em eliminar da mente dos comunicantes as “miragens”
obstrutivas ou reminiscências da vida material.

No entanto, com o advento de obras mediúnicas psicografadas posteriormente por bons médiuns,
comprovou-se que o perispírito não é apenas um corpo tão simples como se supunha nas primeiras
revelações espíritas.

Trata-se de um equipo complexo, sobrevivente, que, além de sua capacidademental, também se constitui
do veículo astral, conhecido desde os vedas como o “corpo dos desejos”, e transmissor dos sentimentos e
outros fenômenos do Espírito imortal.

Em conseqüência, o simples desvestimento do corpo carnal não extingue vícios, desejos e velhos hábitos
estratificados no mundo físico, assim como os fenômenos “post mortem” de sofrimento, lesões, fadiga, fome
e sede não são frutos do pensamento indisciplinado no Além, mas cruciante realidade, atuando com mais
intensidade no espírito desencarnado, cuja morte apenas o transfere para outra moradia, sem lhe violentar
o campo de idéias e emoções cultuadas no mundo material.

Há os religiosos dogmáticos que consideram os desencarnados no plano astral como bandos de almas
penadas, sofrendo o castigo das chamas do inferno, ou então como felizes borboletas em eterno vôo sem
pouso, no seio das nuvens amigas, ou presas no céu a contemplar a “face de Deus...”, há os que crêem que
os mortos detestam qualquer parente, afeto ou coisa que tenha ficado no mundo terreno do pecado e que,
por isso, não abandonam o céu para visitá-los.

Outros já os consideram como prolongamentos vivos de seus ideais e responsabilidades, vivendo em


ambiente sensato e sem hiatos violentos, possuindo corpos adequados às relações com o meio astral,
porém temem-nos como espantalhos ou figuras doentias e caricatas de um mundo melancólico!

Muitas pessoas ainda imaginam, erroneamente, o perispírito de um desencarnado como um corpo


constituído de bloco de fumaça, ou então igual a uma espécie de massa vaporosa e informe, um corpo
constituído de éter flutuante, que esvoaça à vontade do espírito, vagueando daqui para ali, sem qualquer
organização ou função que lembre o corpo físico. Muitos consideram que o perispírito tudo vê, ouve e sente,
como se um floco de nuvem tivesse inteligência e vida própria!

Na verdade, um espírito desencarnado vivendo no plano astral tem para si uma percepção de vida
muitíssimo mais viva do que se estivesse no corpo físico!

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 8

Isso ocorre porque ele atua no plano astral, um campo vibratório excessivamente mais dinâmico e
fenomenicamente mais elástico do que é o plano letárgico e pesado da matéria, a ponto de considerar ter
deixado na sepultura terráquea um pesado escafandro de carne ao qual estava algemado.

Para o desencarnado existindo no plano astral, o seu espírito é tão material como o corpo físico o é
para o encarnado no mundo da matéria, e isso lhe é perfeitamente perceptível pelo sentido do tato.

Se o perispírito fosse uma dessas supostas configurações esvoaçantes etéricas, o desencarnado não
poderia, por exemplo, apoiar a sua mão em sua cintura, pois seria de crer que essa mão afundasse no seio
da imaginada massa gasosa de que deveria ser constituído, o que, em verdade, não ocorre.

Servindo-se de seu perispírito, um desencarnado move-se tão logicamente no meio astral quanto o espírito
encarnado se movimenta com naturalidade no mundo material, porque em ambos os casos cada corpo é
feito da mesma substância que constitui o meio onde atua.

Se um homem fosse feito de fumaça não poderia sentar-se numa cadeira de madeira; no entanto, sob a lei
comum da reação igual entre as substâncias iguais, ele sentar-se-ia facilmente em outra cadeira que fosse
construída de fumaça.

Portanto, desde que o solo, as coisas, os seres e tudo o que constitui o mundo astralino são feitos da
mesma substância, a vida de relações de um espírito desencarnado também decorre tão logicamente como
decorre a vida na Terra, apenas com uma diferença:a vida astral é muito mais intensa e dinâmica do que a
terrena.

Isso ocorre porque os desencarnados atuam na matéria astralina quintessenciada que, além de mais rica na
reprodução vibratória de suas emoções, ainda lhes oferece elevado padrão de beleza, dotada da pitoresca
propriedade de uma encantadora luminosidade interior.

O espírito desencarnado move-se num ambiente de matéria astralina sutil do mesmo


modo como o homem carnal se move dentro do cenário pesado do mundo terreno.

O homem, por ser portador de um corpo material, toca, apalpa ou manuseia perfeitamente a sua veste, o
seu sapato ou o seu alimento, que são feitos de substâncias materiais. Do mesmo modo, mas sob outra
modalidade vibratória, o espírito desencarnado, com o seu corpo feito de substância astral, pode sentar-se
numa cadeira astral, vestir roupa astral ou ingerir sucos de frutas astrais.

Depois de desencarnado, o homem atua pelo perispírito, que é o seu verdadeiro organismo, que tanto
preexiste ao nascimento como sobrevive após a morte do corpo físico. Como esse delicado instrumento de
relação com o ambiente astral é mais sensível às percepções do espírito, o desencarnado passa a gozar de
maior sensibilidade psíquica.

Visto que a chama espiritual (o “espírito”) é na realidade o centro da consciência individual do homem no
seio do Todo, o seu corpo físico e o seu perispírito significam tão somente os seus respectivos veículos de
atuação nos planos material e astral.

Desses dois veículos, o mais valioso e importante para a estrutura espiritual do ser é, sem dúvida, o
perispírito, porque, além de ser um organismo definitivo, é o que se liga mais intimamente à sua consciência
imortal.

Enquanto o corpo de carne é um organismo pesado e denso, que atende dificultosamente às intenções e
necessidades do espírito reencarnado, o perispírito, devido à sua contextura sutilíssima e quintessenciada,
é maravilhoso instrumento de ação no seio das energias vivíssimas do mundo astral. A sua leveza e
dinâmica permitem atender, de imediato, à mais insignificante vontade do espírito desencarnado.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 9

O corpo físico, para o espírito encarnado, é como um escafandro a oprimir os movimentos do mergulhador
no fundo do mar, restringindo-lhe os sentidos físicos no ambiente modificado pela água! Assim que o
mergulhador despe o seu escafandro à superfície da água, logo se reintegra na posse de todos os seus
movimentos naturais e passa a gozar da paisagem colorida e iluminada pelo Sol, que constitui o panorama
da vida ao ar livre.

Essa falsa idéia a respeito da verdadeira constituição


do corpo perispiritual tem por base as deformações
apresentadas nos trabalhos mediúnicos de
materialização em que, muitas vezes, as figuras dos
desencarnados parecem instáveis e sem continuidade,
movendo-se no seio de massas gasosas, como se
realmente fossem nuvens de algodão, com
movimentos espasmódicos e d eformantes.

Outras vezes, durante a produção desses fenômenos


de materialização, os espíritos desencarnados
aparecem semelhantes a máscaras carnavalescas,
cujos olhos, bocas e nariz horrendos não só assustam
os neófitos, como ainda impressionam mal muitos
freqüentadores habituais de sessões de fenômenos
físicos, que então julgam-nos egressos de um mundo
mórbido e lúgubre, no qual é provável que só vivam se
compondo e se desfazendo incessantemente no seio
da fumaça leitosa do astral.

Porém, tudo isso é conseqüência das dificuldades no


trabalho de efeitos físicos, devidas aos tipos de
ectoplasma de certos médiuns.

Em muitos deles, a fluidificação é rude e primária, produzida em centros orgânicos demasiadamente


instintivos, sem a sutilização vibratória suficiente para configurar todas as minúcias e contornos da
verdadeira configuração perispiritual.

No entanto, a verdadeira aparência do desencarnado no astral é outra: os espíritos, quanto mais evoluídos
são, mais belos e rejuvenescidos em seu aspecto humano se tornam; os seus modos são agradáveis, com
certa graça e beleza que só pode ser comparada à delicadeza dos movimentos dos pássaros!

O espírito desencarnado, no plano astral, não é nenhum fantasma compungido ou consagrado


pelas lendas fantásticas do passado, ou um produto virtual da imaginação dos médiuns.

5. FISIOLOGIA NO CORPO ASTRAL

Ainda são raras as criaturas que se apercebem da complexidade de todos os órgãos e atividades do
perispírito, que tanto preexiste ao nascimento físico como sobrevive após a morte carnal.

Bem ao contrário de uma massa gasosa, uma simples fumaça astral, simulando mórbida caricatura, o
perispírito possui órgãos, semelhantes e bem mais complexos do que os existentes no corpo grosseiro de
carne, tais como coração, pulmões e fígado astrais, dotados de fisiologia sofisticada, e apresentam
considerável semelhança com a configuração carnal.

Os órgãos do corpo físico são apenas cópias resumidas dos modelos ou das matrizes
orgânicas esculpidas na substância etéreo-astral do perispírito e que há muitos milênios
constituem a sua exata fisiologia.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 10

Enquanto o corpo de carne é temporário, feito para o homem viver na Terra por 60 a 80 anos em média, o
corpo sobrevivente à morte física, o perispírito, é muito mais complexo e de maior valor do que aquele,
sendo organização definitiva, cuja vida não pode ser medida pelo calendário humano.

A constituição do perispírito remonta há alguns milhões de anos terrenos, durante os


quais ele veio se plasmando através de todos os reinos da natureza, no seio de todas as
espécies inferiores.

Durante esse prolongado mas progressivo desenvolvimento, nele se acumularam as energias


fundamentais, plasmaram-se os órgãos e os sistemas etéreo-astrais, até alcançar o progresso e a
sensibilidade suficientes para servir como o mais valioso veículo intermediário entre o mundo invisível dos
espíritos e o mundo físico dos encarnados.

O perispírito é um organismo cuja fisiologia etéreo-astral é muito mais complexa e avançada do que a do
corpo físico. Embora funcione num plano vibratório imponderável aos sentidos físicos, ele é o “molde
preexistente” ou a matriz original do corpo físico, possuindo as contrapartes astrais de todos os órgãos
carnais.

Essas contrapartes astrais do perispírito, pouco a pouco, também se atrofiam pelo desuso, devido ao
progresso espiritual da alma, que então se ajusta a planos cada vez mais sutis.

O perispírito, mesmo desligado do corpo físico e apesar de liberto das exigências da vida
material, apresenta ainda uma fisionomia etéreo-astral que lembra o velho casulo de carne.

O perispírito de um desencarnado que se materialize em trabalho de fenômenos físicos, permite que se lhe
ausculte o coração, que bate de modo perceptível, podendo até mesmo escutar-lhe a débil respiração,
própria do ser vivo no plano físico, para a surpresa de muitos, comprovando nos desencarnados uma
fisiologia semelhante à do organismo carnal.

Não há discrepância ou anormalidade no fato de os encarnados apalparem ou ouvirem as pulsações dos


órgãos de espíritos materializados, pois o seu invólucro perispiritual é anatômica e fisiologicamente idêntico
às suas contrapartes do organismo físico. A diferença consiste em que esses órgãos palpitam noutra
freqüência vibratória mais sutil e cumprem a função adequada ao plano em que se manifestam (o plano
astral).

Convém destacar a grande importância e preponderância do perispírito sobre o corpo físico, pois ele é a
matriz, o molde, ou seja, a origem exata da organização de carne e o “detonador” de todos os demais
fenômenos corporais projetados pela mente humana.

Todos os seres vivos, inclusive os vegetais, são dotados de um duplo etérico que lhes configura a forma e
também traça os limites do seu crescimento e expansividade. Assim como o homem é portador de um
perispírito que lhe dá forma humana e o mantém equilibradamente no meio onde habita, as espécies
vegetais também possuem um corpo etérico provisório, nutrido pelo Prâna ou vitalidade, o qual se desata
da semente e se expande até um limite peculiar.

Se o homem não fosse um perispírito limitado na sua configuração humana, é obvio que ele cresceria
indeterminadamente em todos os sentidos, durante a sua existência física, tornando-se a humanidade
terrena um conjunto de gigantes em relação à sua estatura tradicional atualmente conhecida. Em breve, sob
essa hipótese, o orbe terráqueo estaria saturado e superpovoado por tais gigantes, ainda coberto por uma
vegetação em incessante crescimento.

No entanto, graças ao perispírito, que funciona à guisa de um “cartucho” ou “molde” invisível, a impedir o
crescimento anormal do homem e do animal, e ao duplo-etérico que contém os vegetais, a Terra ainda é um
planeta suficiente para ser povoado e cultivado por incontáveis milênios.

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7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 11

O perispírito, situado no mundo oculto, modela, disciplina e sustém o corpo físico.

Em suas funções transcendentais, ele também possui órgãos astrais como o coração, fígado, baço, rins,
pâncreas, estômago e intestinos, de substância idêntica à do meio astral e alguns novos projetos de
acessórios orgânicos que servirão ao homem do futuro!

O perispírito é um organismo definitivo, hipersensível, consideravelmente mais aperfeiçoado do que o corpo


físico transitório; é, enfim, o molde original, a matriz ou “contraparte” astralina, que tanto preexiste no
nascimento físico, como sobrevive à morte do corpo de carne.

Todas as emoções de sentimentos deprimentes da alma repercutem na contextura sutilíssima do perispírito,


dando lugar a afecções mórbidas no mesmo, as quais, por sua vez, repercutem e afetam o corpo carnal,
que, na realidade, é o seu fiel prolongamento ou reprodução materializada.

A mínima infecção ocorrida no fígado carnal do homem basta para também mudar a cor, a densidade, a
temperatura, a luminosidade, o magnetismo, o odor ou o tipo de éter físico circulante no fígado matriz, ou
seja, da contraparte “hepática astral” existente no perispírito. Os sinais cromosóficos, as alterações
magnéticas, a transparência ou a luminosidade que o fígado perispiritual apresente à visão dos espíritos
desencarnados e aos clarividentes terrenos servem para indicar-lhes a natureza e a gravidade da doença
que grassa no fígado do corpo carnal.

Assim como o duplo etérico, o corpo astral também é dotado de centros de forças ouchacras, sendo sete
os principais, verdadeiros vórtices de quatro dimensões, que se estendem em direções muito diferentes das
do corpo etérico; não são de forma alguma limítrofes com aqueles, ainda que alguma porção sempre
coincida.

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7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 12

Qualquer alteração na saúde física, por menor que seja, perturba o bom funcionamento dos chacras, ou
centros de forças etéricos, situados no duplo etérico, que é o intermediário entre o corpo físico e o
perispírito.

Dessa conexão resulta que toda e qualquer emoção deprimente, dinamizada pela consciência do homem,
gera os seus efeitos tóxicos que se manifestam e evidenciam tanto no perispírito como no organismo
carnal.

Quando os espíritos desencarnados examinam diretamente o perispírito dos encarnados, eles podem
avaliar o tom vital e a resistência dos órgãos físicos do homem segundo seja o diâmetro, a transparência, o
colorido e a dinâmica dos chacras, que, embora situados no duplo etérico, ficam à altura dos principais
plexos nervosos.

Através desses chacras fluem do organismo carnal para o perispírito os diversos tipos de energias
sutilíssimas, casadas ao éter físico, aos elementos magnéticos procedentes do Sol (energia cósmica e
prâna, ou energia vital), ou emanados da Terra (energia telúrica ou kundalini), e também dos fluidos
provindos da aura astral dos orbes mais próximos (energias cósmicas planetárias).

Em sentido inverso, o perispírito se utiliza desses mesmos centros de forças do duplo etérico para também
alimentar o corpo físico com as energias espirituais superiores, que convergem pelo centro ouchacra
coronário, a fim de sublimá-lo na sua espécie humana.

Essa ligação íntima das energias do mundo angélico, em descenso para o homem encarnado, efetua-se
principalmente pelo centro etérico ou chacra coronário, situado no alto da cabeça, que é por excelência o
órgão de relação com o mundo espiritual superior, ou centro de “união divina”, supremo comandante dos
demais chacras.

6. NUTRIÇÃO DO PERISPÍRITO

O fato de se dizer que o perispírito possui órgãos semelhantes aos do corpo físico não implica em afirmar
que o seu metabolismo é perfeitamente idêntico ao do corpo carnal. Esses órgãos atuam no perispírito em
funções algo semelhantes às dos órgãos da matéria, mas não iguais, poisa nutrição do perispírito é outra, e
bem diferente, de acordo com o mundo astral que passa a habitar, sendo inconcebível que continuasse a
ingerir substâncias idênticas às fornecidas na Terra.

A nutrição perispiritual se exerce mais pelo fenômeno da osmose magnética, por absorção e eliminação do
magnetismo do meio ambiente astralino.

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7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 13

No entanto, conforme o grau de materialidade do espírito recém-chegado da Terra, ele exige recursos afins
e grosseiros para atender ao seu metabolismo astral, ainda fortemente condicionado às funções também
grosseiras do corpo físico.

Durante a absorção prânica, a energia magnética do astral, processam-se no metabolismo do perispírito


transformações químicas de natureza transcendental muito mais acentuadas do que as que se registram
para a alimentação e sustento do corpo de carne.

Os resíduos das substâncias astrais consumidas pelo perispírito também precisam ser expelidos para o
exterior, dissolvendo-se no meio ambiente astral através de um processo denominado “emanações
residuais”.

Os espíritos mais elevados se ajustam a essa alimentação magnética, e só quando descem para as regiões
do astral inferior é que se servem de sucos etéricos de frutas, ou mesmo de caldos de substâncias de
essências etéricas reconfortantes.

À medida que o espírito vai ascencionando para esferas mais distanciadas da matéria, os órgãos do
perispírito vão se atrofiando pelo desuso, mas enquanto ele ainda necessita de encarnações nos mundos
físicos, é obvio que precisa manter em atividade os órgãos do seu perispírito, que são as contrapartes
etéricas exatas dos mesmos órgãos físicos.

Quando se trata, porém, de espíritos de certa elevação, que já se habituaram com a nutrição prânica astral
e estão entrosados na vida sutilíssima do plano mental, o seu perispírito vai se tornando obsoleto, e então
se encaminham para o fenômeno da “segunda morte”, no plano astral, porque tais espíritos não só já se
imunizaram contra as emoções humanas alimentadas pelos fluidos astrais do “mundo dos desejos”, como
também estão, em definitivo, dispensados dos renascimentos na carne.

Passam, então, para o plano mental concreto, que lhes é imediato, onde o espíritovive instintivamente
tudo aquilo que criou e pensou.

As matrizes originais do perispírito modelam os órgãos do corpo físico em cada nova


encarnação, mas futuramente eles se atrofiam pelo desuso no ambiente astralino.

Só então a alimentação do espírito será exclusivamente mental e ele poderá dispensar o perispírito e
poupar os cuidados para mantê-lo ativo, a fim de servir às futuras reencarnações. Alcançando, então, tal
progresso, e habitando definitivamente um plano tão sutil, o espírito poderá dispensar o uso de fígado,
estômago, intestino, rins, dentes astrais e uma infinidade de cuidados como os que os encarnados precisam
ter com seus corpos carnais.

O homem deve buscar ter muito equilíbrio psicofísico, porque se materializa na Crosta em
perfeita conformidade com o produto de suas criações mentais e espirituais, passando a
possuir um organismo físico de acordo com o zelo e cuidado dispensados ao seu molde
perispiritual; por isso, deve sempre se manter regrado, zelando pelas energias do perispírito.

7. O CÉREBRO DO CORPO ASTRAL

Entre o espírito e o corpo físico, portanto, interpõe-se o perispírito, que é o verdadeiro veículo ou elo das
relações boas ou más que o homem estabelece com o mundo invisível.

O domínio do corpo físico não se exerce por uma ação energética, produto exclusivo da matéria, nem ele é
uma entidade estranha, controlada por processo especial e isolado do pensamento humano; a carne
materializa em sua configuração todos os atributos e conquistas milenárias não dela, mas do perispírito, que
é o sobrevivente absoluto de todas as transformações físicas.

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7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 14

O perispírito é um conjunto de natureza vital poderosíssima e de intensa atividade no seu plano eletivo do
mundo astral, sendo organização levíssima e de tão assombrosa plasticidade, que reage imediatamente à
mais sutil cogitação mental do espírito, por cujo motivo é extraordinariamente influenciável pela natureza
dos pensamentos bons ou maus das entidades desencarnadas.

Durante a encarnação, o perispírito “desce” vibratoriamente, a fim de aglutinar a matéria carnal do mundo
físico, mas sempre o faz com sua poderosa influência magnética e com o seu psiquismo elaborado nos
milênios findos; a seguir, submete-se às leis da vida física e sofre a ação das tendências hereditárias do
corpo de carne, malgrado os seus princípios milenários.

O organismo físico, apesar dos seus ascendentes biológicos, que parecem dar-lhe uma autonomia toda
especial e um valor exclusivo em sua linhagem hereditária carnal, é apenas o revelador objetivo da alma à
luz do ambiente do mundo material.

No período de gestação do corpo carnal, o perispírito recapitula rapidamente todas as lições vividas na
escalonada animal, e que lhe foram proporcionadas nos vários contatos anteriores com o mundo material,
para, em seguida, servindo-se da nova oportunidade da vida física, poder ampliar e consolidar as suas
próprias realizações anteriores.

O comando do espírito sobre a carne não se faz diretamente pelo cérebro físico, mas sim através do
cérebro do perispírito, que é a sua matriz etéreo-astral, o maravilhoso aparelhamento que se assemelha a
poderosa e divina usina a serviço da vida superior.

O cérebro do perispírito é o valioso órgão responsável pelo pensamento humano, desempenhando as


admiráveis funções de transmissor da vontade e da inteligência da alma, como um produtor de onda, luzes
e energia de todos os matizes, fazendo cintilar as suas altíssimas emissões desde o encéfalo até as forças
e os elementos que se agrupam na região dos lobos frontais, que será o campo avançado das atividades
do homem do futuro.

O corpo físico, embora servindo de escafandro ou de muralha de carne protetora do espírito, é no mundo
exterior o agente e o reagente dos fenômenos provindos das relações do espírito com o meio ambiente. E o
seu verdadeiro domínio, obviamente, se processa no seu mundo interno e através do controle delicadíssimo
do perispírito.

O verdadeiro controle do organismo de carne, portanto, é processado por via interna, através do perispírito,
isto é, exatamente onde tanto podem atuar os espíritos benfeitores como os malfeitores, isso dependendo,
sem dúvida, da natureza elevada ou inferior das simpatias psíquicas de cada um.

O cérebro do perispírito, embora estruturado com substância sutil, também se apresenta com os dois
hemisférios característicos e sulcados pelas circunvoluções tradicionais configuradas pelos lobos,
convenientemente separados entre as cissuras da massa encefálica. Mesmo o seu mecanismo orgânico, no
plano “etéreo-astral”, guarda grande identidade com a própria função dos centros motores, descrita nos
compêndios humanos, no tocante ao cérebro físico.

Mas a supremacia excepcional do cérebro do perispírito consiste em que, à semelhança de complexo


aparelhamento elétrico, jamais conhecido pelos olhos humanos, ela se transforma em verdadeirausina de
força radiante, controlando as mais complexas operações exercidas pelo espírito e emitindo sinais
luminosos, que variam tanto de zona para zona, como de lobo para lobo.

São bem grandes as diferenças de potencial radiante das criaturas humanas: enquanto as almas
mentalmente evoluídas emitem fulgurações luminosas nos lobos frontais, as desprovidas do conhecimento
espiritual se tingem de sombras em torno da importante região frontal.

Através de seu cérebro maravilhoso, talhado na substância astral e muito mais complexo e eficiente do que
a sua cópia física, o espírito dirige e controla o seu perispírito, harmonizando o seu funcionamento de
acordo com a qualidade dos seus pensamentos. Quando estes são elevados, realçam a luminosidade dos
centros criadores mentais, mas quando de desregramento ou irritação, submergem a fronte diáfana na
fuligem sombria das energias animalizadas.

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7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 15

O cérebro do perispírito lembra, também, o automatismo do cérebro físico no seu comando de todas as
operações instintivas, que se subordinam às atividades do subconsciente e são produtos de esforço
milenário da evolução do homem.

O corpo físico é o “efeito” e não a “causa” da vida psíquica!

Em rude exemplo, pode-se compara-lo a um encorpado “mata-borrão”, capaz de absorver todas as


substâncias exaladas pelo psiquismo do espírito encarnado. Do mesmo modo, a natureza das
manifestações do corpo carnal depende fundamentalmente das funções do perispírito, pois este é
realmente o verdadeiro molde ou o plasmador da configuração do organismo físico.

Em verdade, o perispírito suporta simultaneamente a carga da vida humana em dois planos diferentes: o
físico e o astral, embora ambos estejam profundamente interpenetrados, tanto em sua origem como na
produção de seus fenômenos. É veículo preexistente ao nascimento e que, pelo fato de sobreviver à morte
do corpo físico, é dotado de um energismo e produção vital muito intensos, que se disciplinam sob o seu
inteligente automatismo milenário.

O perispírito é o equipo mais completo e valioso do ser humano, significando a sua


veste indestrutível e o seu arquivo inalterável, onde se conserva toda a memória da
alma, acumulada no pretérito!

As células nervosas do corpo físico, além de suas propriedades e manifestações objetivas, são núcleos
sobrecarregados de eletricidade inteligentemente armazenada pelo perispírito.

Os neurônios não servem unicamente para atender o curso das sensações exteriores, mas são também
responsáveis pelas mensagens que os neurônios perispirituais lhes transmitem, como fruto das impressões
internas enviadas pela consciência do espírito.

Se são complexos os elementos físicos classificados pela ciência, e que no cérebro carnal funcionam à
semelhança de interruptores, fusíveis, condutores, condensadores e osciladores constituídos pelos “plexo”,
agrupamentos de gânglios nervosos e filamentos neurocerebrais na área do sistema nervosos, muito mais
importantes e complexos são eles quando se referem ao cérebro do perispírito.

Este significa admirável estação radiofônica, submissa ao serviço da mente, e ativada por indestrutível
potencial de energia, ondas e emissões da mais alta freqüência vibratória, o que presentemente ainda é
inacessível mesmo à mais avançada instrumentação científica. É central elétrica, funcionando entre o plano
invisível e o material, atendendo às mensagens que são captadas no campo da vida física, e expedindo as
sugestões provindas do mundo interior do espírito.

8. O AUTOMATISMO DO PERISPÍRITO

O perispírito é possuidor de um automatismo permanente, conseqüente da onda de vida que flui por ele e o
alimenta, automatismo esse que teve o seu impulso inicial há muitos milênios. Devido a esse poderoso
impulso, que não só sustém coeso o perispírito como torna sensível a sua memória etérica, e alicerçada a
consciência individual do espírito, não é possível que se destrua essa delicada e importante organização.

Mesmo que muitas almas se desesperem a ponto de pretenderem extinguir-se definitivamente como
entidades conscientes, isto lhes é impossível, em face de jamais poderem neutralizar aonda vital que se
formou alhures, na maré da vida planetária.

O perispírito é um organismo tão sábio, que é capaz de corrigir quase todos os descuidos do espírito e
obedecer docilmente às leis imutáveis que lhe regulam o intercâmbio entre o mundo espiritual e o material.
Esse automatismo, tão sábio e eficiente, se transfere para o corpo físico em cada encarnação do espírito, a
fim de que possam ser controlados os fenômenos que podem dispensar a consciência.

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Sob a ação do automatismo milenário do perispírito, o homem não precisa pensar para dormir ou andar,
nem precisa cogitar de promover a assimilação nutritiva e a produção de sucos ou hormônios, dispensando
também o controle pessoal dos fenômenos excretivos de toxinas, suores e substâncias perigosas à
integridade física.

Graças a essa inteligente direção e capacidade de controle automático e milenário do perispírito, o corpo
físico do homem realiza centenas de funções, sem que seja preciso intervir no fenômeno, e todos os
dispêndios e recuperações de energias se efetuam sob elogiável disciplina e se destinam ao mais breve
progresso e aperfeiçoamento do espírito.

A prova da existência desse automatismo sábio do perispírito se revela, por exemplo, durante o seu
afastamento no processo de anestesia, quando cai a temperatura do corpo físico e diminuem as suas
funções orgânicas.

As energias próprias do perispírito, que lhe sustém esse automatismo característico, se ativam mais durante
o verão, quando o magnetismo perispiritual se torna mais ativo, e então as unhas, os cabelos e os pelos
crescem mais rapidamente do que no inverno.

O conhecimento avançado dessa maravilhosa organização, que é o perispírito, do qual a maioria dos
homens ainda ignora o alto valor, permitirá solucionar muitos de seus problemas como paralisias,
epilepsias, doenças desconhecidas e distúrbios nervosos.

Isso porque ele é realmente o principal organismo onde está sediada a onda de vida que flui pela
constelação solar, e depois através dos planetas e da Terra, para então se infiltrar pelos reinos mais
inferiores, nutrindo o vegetal, o animal e o hominal.

9. A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO MATERIAL SOBRE O PERISPÍRITO

O perispírito sofre em sua contextura até mesmo a influência da alimentação material do próprio corpo
físico. Os carnívoros, por exemplo, são mais letárgicos em sua sensibilidade psíquica porque as fortes
emanações de uréia e de albumina, que exsudam das vísceras animais durante a digestão, costumam
obscurecer o delicado tecido etéreo-astral.

O vegetarianismo contribui para higienizar a estrutura do perispírito, livrando-o dos fluidos viscosos da aura
do animal sacrificado, cuja carne se decompõe no estômago humano; recorda o fato de que “as lentes dos
óculos se conservam límpidas quando não sofrem os efeitos da gordura exsudada pelo calor do rosto”.

10. PERISPÍRITO E EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

Todas as coisas e seres possuem o seu duplo etérico, estruturado do próprioéter físico exalado da Terra,
que os relaciona com o mundo invisível e com as forças do atavismo animal.

Entretanto, nem todos os animais são portadores de um perispírito, pois este é um veículo mais avançado
porque incorpora em si o corpo astral dos “desejos” e o corpo mental do “pensamento rudimentar”.

Os animais primitivos, sem capacidade cerebral para distinguir as reações emocionais, quando morrem, o
que lhes sobrevive é um duplo etérico compacto, pois suas “ações” estão subordinadas ao instinto ou ação
do espírito-grupo, sem qualquer resquício de consciência individualizada.

Está nesta categoria, por exemplo, o peixe, cuja vida, circunscrita aos movimentos instintivos do cardume,
faz com que seja sempre igual a outro peixe quanto ao modo de sentir.

No entanto, as espécies mais evoluídas como o cão, o gato, o macaco, o elefante, o cavalo e o boi, já
possuem um perispírito rudimentar, porque, além do duplo etérico, já possuem um corpo astral que, embora
rude, já está em condições de lhes facultar a manifestação de certos desejos e emoções que demonstram
vislumbres de sentimento.

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Enquanto são mais inferiores os corpos etéricos do peixe, dos pássaros e de certos animais
de menor importância, que não passam de apêndices do “espírito-grupo” que os comanda
instintivamente, o duplo etérico do cão, do cavalo ou do gato são portadores de certa dose de
consciência à parte, e já se emancipam da consciência instintiva global do Espírito diretor da
espécie e, conseqüentemente, da generalidade do seu corpo etérico.

Os animais que já possuem certa sensibilidade mental dediscernimento, depois que morrem, o seu
“espírito” embrionário é encaminhado para outros planetas, onde se lhes oferecem condições de vida num
ambiente compatível com a sua consciência em formação; assim, pouco a pouco, eles adquirem a sua
independência individual e se desprendem do espírito-grupo da sua espécie.

Essas espécies de animais citadas são as que, na atualidade, mais se afastam do comando espírito-grupo,
pois já denunciam emoções e reações diferentes no ambiente de sua própria raça.

É comum, atualmente, uma ninhada de cães apresentar emoções diferentes entre cada um deles, pois se
um é covarde, outro é fiel e valente; há também o que é mais afável e o que é mais egoísta.

Isso prova que já existe uma individualização na espécie “cão”, ou seja, a sua sensibilidade emotiva, à
medida que se desenvolve e se apura, amplia a sua faculdade do raciocínio, assim que a “alma-cão”
encarnar em corpos com sistema cerebral ou fisiológico mais apurado.

Na contínua evolução dos centros sensoriais físicos e dos centros astralinos dos animais, também se
aperfeiçoa e sensibiliza o intercâmbio das células nervosas, pela constituição de um sistema somático e
parassimpático mais adequado e sensível.

Tal sensibilidade passa a ativar o cérebro animal e abrindo caminho, pela “via interna”, para o
desenvolvimento do corpo mental, que é responsável pelo encadeamento dos raciocínios, encetando assim
a sua mancha “individual” e a ascese, cada vez mais consciente rumo à perfeição.

Por outro lado, quanto mais evoluída é a espécie vegetal, tanto maiores são as suas qualidades etéricas.
Há plantas carnívoras cujo eterismo já está impregnado de desejos e de paixão, pois já participam do
mundo astral, que é o dos desejos e que precede o mundo etérico na progressão formativa do planos da
criação no esquema sideral dos Grandes Planos.

11. A AÇÃO MENTAL SOBRE O PERISPÍRITO

Os espíritos desencarnados que já possuem a própria força mental razoavelmente desenvolvida podem
impor a sua vontade sobre o funcionamento dos seus órgãos perispirituais; por exemplo, podem facilmente
controlar, através da vontade, o seu ritmo de batimentos cardíacos, acelerando ou reduzindo o seu coração
em seus movimentos de diástole e sístole, coisa que o ser encarnado ainda não consegue fazer com o seu
coração carnal.

Atualmente, os homens terrenos atuam nos órgãos originais existentes em seus perispíritos eaceleram
inconscientemente os seus órgãos físicos; mas, não o fazem por maturidade espiritual, e sim através da
violência, do desregramento, da irascibilidade, ou como conseqüência da cólera, do ódio, do ciúme ou do
amor-próprio ofendido.

As criaturas que mais sofrem dos intestinos, do duodeno ou do fígado, são geralmente as que mais se
queixam de ser muito nervosas, ou de apresentarem exagerada sensibilidade, mas, na verdade, elas são
muito descontroladas mental e psiquicamente e, por isso, vivem molestando os órgãos do perispírito e
lesando continuamente as suas contrapartes físicas.

Embora o homem possa ser portador de virtudes que o elevariam a planos superiores, ainda está sujeito a
sofrer as conseqüências de certos descuidos com os principais órgãos do corpo físico.

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Todos os órgãos do corpo físico são duplicatas exatas ou cópias perfeitas dos originais
correspondentes, existentes no perispírito; tanto o zelo como o descaso humanos com
seus órgãos físicos produzem efeitos duradouros nos correspondentes órgãos delicados
e valiosos do perispírito.

Por exemplo, a ação de fumar é nefasta ao perispírito porque, quando o fumo se carboniza,desprende
substâncias etéreo-astrais nocivas, que então agridem os seus pulmões delicadíssimos e causam
dificuldades ao espírito após a desencarnação.

A vontade desenvolvida e a mente disciplinada com dignidade tanto podem remover os empecilhos do
corpo físico, como controlar as próprias operações dos órgãos autônomos e desenvolvê-los a contento, de
forma sadia.

Muitos descrêem de tal possibilidade porque ainda não conseguiram o domínio espiritual de si mesmos,
esperando que esses segredos, que sempre foram guardados sob o respeito das instituições iniciáticas, lhe
sejam revelados como que por magia.

O desenvolvimento da capacidade mental do homem, através da perseverança e tenacidade, sempre foi


muito buscado pelos orientais, que não se deixam condicionar exclusivamente aos fenômenos transitórios
dos cinco sentidos físicos.

Muitos faquires, submetidos a experiências científicas em avançados centros médicos do Ocidente, já


comprovaram a força real do pensamento ao demonstrarem absoluto controle mental sobre o metabolismo
de seus corpos físicos.

Muitos deles aceleram ou retardam a sua pulsação cardíaca, atuando deliberadamente nos centros
térmicos de seus organismos, produzindo temperaturas gélidas ou quentes; outros logram inverter as
funções peristálticas do intestino e apressam a diurese ou a produção de sucos gástricos e pancreáticos.

Esses fenômenos são conseguidos no plano da matéria pela feliz atuação da vontade treinada sobre o
perispírito e, em conseqüência, seus órgãos astrais, via os correspondentes órgãos do duplo etérico,
reagem nas suas cópias físicas, sustendo funções ou incentivando o dinamismo material.

É o que ocorre, por exemplo, na hipnose, quando o paciente, ao receber sugestões imperiosas do
hipnotizador, agindo através de reflexos condicionados, atua nos seus centros térmicos e tanto pode baixar
como elevar sua temperatura, sob a vontade daquele que o induz a sentir frio ou calor.

Se alguns homens sem grandes atributos crísticos, mas teimosos e tenazes em sua disciplina física,
conseguem exercer o domínio e controle em seus corpos carnais, esse domínio, no astral, dos
desencarnados sobre o seu perispírito, pode ser alcançado de modo mais positivo e com absoluto sucesso,
por já estarem livres das algemas da carne.

O perispírito, sob ação mental elevada, respira aprimorado magnetismo; mas, submetido à violência
psíquica e emotiva, se debilita e se intoxica, tornando-se então ponto convergente das energias do baixo
astral.

O seu magnetismo se adensa e o seu peso específico aumenta, nessas ocasiões, muito acima do normal e
natural, fazendo-o precipitar-se nas regiões infernais, ao passo que, atuando por pensamentos sublimes,
ele se adelgaça e se purifica, elevando-se para planos felizes, logo em seguida ao abandono do corpo
físico.

Quando o Mestre Jesus de Nazaré afirmou que “os humildes serão exaltados e os que se exaltam serão
humilhados”, revelando a justeza do ensinamento da ciência transcendental, aludiu veladamente ao peso
específico do perispírito, que tanto se adensa na exaltação da cólera ou do orgulho, como se afina e se
eleva na humildade e na bondade.

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A cólera revela fraqueza do espírito e, portanto, comprova debilidade de caráter, pois aquele que se
encoleriza perde a direção do seu comando mental em favor dos impulsos do instinto animal:obscurece-se
a sua mente e se aniquila a sua vontade. O arrebatamento irascível semeia discórdia e conduz à revolta,
transformando o homem racional num louco momentâneo.

Por isso, quando o perispírito é submetido a tal processo pelo homem exaltado e desgovernado, enche-se
de sombras e fulgores sinistros, que depois o sobrecarregam da fuligem gasosa do baixo astral, para onde
se inclina em “queda específica”, devido ao aumento do seu peso magnético.

12. A INFLUÊNCIA DA MENTE SOBRE O PERISPÍRITO DOS DESENCARNADOS

Nas colônias astrais há a necessidade de se manter o perispírito emequilíbrio com o meio no qual
ingressou; por isso, se estabeleceu certa disciplina para os recém-chegados e débeis de vontade, para que,
cultivando o espírito, possam sustentar-se no meio energético e ajustar-se mentalmente ao alto teor
vibratório do ambiente em que se encontram.

Essa disciplina especial visa, portanto, despertar nos desencarnados os seus poderes mentais e as suas
energias vitais, que tanto subestimaram na matéria.

Como os desencarnados aportam a certas esferas espirituais de melhor elevação grandemente


desvitalizados em seu perispírito, devido à ignorância do mecanismo “magnético-respiratório”, que é o
responsável pela absorção energética do meio ambiente astralino, são lá então submetidos a um tratamento
e um exercício baseados na atuação da força astral do Sol, espécie de “helioterapia”, que muito ajuda a
desenvolver as energias circulatórias do perispírito.

Muitas metrópoles e colônias do Astral contam com cursos e exercícios, orientados por hábeis instrutores,
que têm por finalidade ensinar o aproveitamento inteligente do magnetismo astral do Sol, que ajuda os
desencarnados a ativar o dinamismo do perispírito e apurar ainda mais a sensibilidade para mais eficiente
contato com o meio astralino, e maior clareza no intercâmbio emotivo com seus moradores.

O perispírito é muitíssimo complexo, particularizando-se por sistemas delicadíssimos, que


são responsáveis pela produção de força, luminosidade, cores, magnetismo e temperatura,
que precisam ser ativados e disciplinados, principalmente naqueles que ainda são fracos de
vontade e débeis de energias para futuras reencarnações.

Após a desencarnação, o desenvolvimento do perispírito depende tão somente da sua energia mental, ou
do próprio pensamento do espírito. Sem dúvida, a mente é o principal fator da atividade espiritual, em
qualquer latitude cósmica em que se encontre.

A mente do espírito é a força propulsora com que ativa a sua consciência.

A mente desequilibrada é fonte de enfermidades no perispírito, produzidas pelas paixões destruidoras. Para
extirpar os grandes males que comumente o atacam, é necessário empregar inteligentemente aforça
mental valiosa, para que sejam extintas a vaidade, a maledicência, o medo, a melancolia, a cobiça, e outros
sentimentos que podem ferir a delicadeza do corpo astral.

Acontece que só depois de desencarnar é que realmente o homem começa a perceber sua grande
ignorância com relação ao potencial assombroso que significa o seu pensamento!

Não só os sentimentos baixos, como a maledicência, a inveja, a sensualidade, a prepotência, o orgulho,


etc., prejudicam a organização perispiritual e interferem na delicadeza do corpo astral, mas também os
vícios do corpo carnal, tais como o do fumo, o do álcool, bem como a ingestão de carne de animais, pois
com isso o homem o esbanja não só as suas forças vitais, como prejudica o seu perispírito, no
desenvolvimento das leis que regulam o divino mecanismo da vida.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
7. O Perispírito – 1ª parte: Corpo Astral 20

13. A TRANSIÇÃO PARA O PLANO MENTAL CONCRETO

No mundo astral ocorre uma transição completa do espírito para o plano mental, que a tradição oriental
esotérica chama de “segunda morte”. É quando o espírito abandona o corpo astral, que é o veículo
revelador da emoção, e ingressa no plano mental, onde então passa a viver instantaneamente aquilo que
“pensa” e não o que “sente”; porém, muitos espíritos abnegados e heróicos protelam por longo tempo esta
“segunda morte” para o plano mental, a fim de não perderem o contato com os seus tutelados na Terra.

Após a perda do corpo astral, que reflete as emoções algo terrenas do espírito, é dificílimo para este
reconstruí-lo a tempo de atender a trabalhos mediúnicos.Também não compensam o consumo energético
“mento-astral” e a colaboração exaustiva de entidades técnicas para procederem a uma fugaz exposição
aos encarnados.

Eis porque certos espíritos, que se encontram em esferas inacessíveis ao contato terreno, não podem se
comunicar mediunicamente, e também porque nem sempre se encontra presente nos trabalhos
medianímicos a entidade que foi convocada ou se presume falar, porquanto pode faltar-lhe o elo
intermediário do corpo astral, já desintegrado e somente sintetizado noátomo-semente, muito conhecido
dos ocultistas.

O espírito nessa situação então transmite a sua mensagem para aqueles que operam em esfera abaixo do
seu plano de moradia, os quais, por sua vez, a transferem para os encarnados. Por isso, em cada equipe de
trabalhadores desencarnados, no astral, há sempre um elemento medianímico responsável pela
transmissão dos recados daqueles que não podem se manifestar diretamente na matéria.

Fontes bibliográficas:

1. O Evangelho à Luz do Cosmo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3ª ed.

Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987.

2. Umbanda, essa desconhecida – Feraudy, Roger. 1ª ed. Porto Alegre, RS. Ed. FEEU, 1984.

3. Mensagens do Astral – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 9ª ed. São Paulo,
SP. Ed. Freitas Bastos, 1989.

4. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 2

A matéria de que se compõe o corpo mental é muito mais sutil que a astral, mais refinada e sutilizada,
apresentando luminosidade própria íntima.

PRINCIPAIS FUNÇÕES DO CORPO MENTAL:

• Serve como veículo do Eu Superior para expressar pensamentos concretos.

• Expressa esses pensamentos concretos por meio do corpo físico, atuando por intermédio do

corpo astral, do cérebro etérico e do sistema cérebro-espinhal.

• Desenvolve os poderes da memória, da imaginação, do raciocínio e da conceituação.

• Serve como veículo de consciência no plano mental, à medida que avança a evolução do ser.

• Assimila a experiência adquirida em cada vida encarnada e transmite sua essência ao Ego (Eu

Superior) que mora no corpo causal, a tríade superior.

O corpo mental, funcionando como um todo, pode atuar como veículo independente de consciência, sendo
possível ao espírito fazer grandes deslocamentos no espaço através desse veículo.

Através do corpo mental, atuando de forma independente como veículo de consciência, o


tempo e o espaço desaparecem, são absorvidos, podendo o homem atuar livremente em
dimensões superiores.

Por essa razão, abalizados cientistas já concluíram que a telepatia, faculdade própria do corpo mental,
independe da distância e não pertence ao sistema físico de espaço e tempo; existe, para eles, um “espaço
psicológico” que faz desaparecer as distâncias quando dois cérebros entram em perfeita sintonia mental.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 3

1. A AÇÃO E NATUREZA DO PENSAMENTO

O homem, ao pensar, imprime impulsos vibratórios no seu corpo mental resultando, simultaneamente, na
produção de ondas mentais e de formas-pensamentos.

O pensamento é uma vibração da mente que, embora sutilíssima, é constituída de matéria do


plano mental.

É um fenômeno análogo ao da luz, pois se propaga em ondas, as quais vão se enfraquecendo à medida
que aumenta a distância que percorrem. Entretanto, o pensamento é muitíssimo superior ao fenômeno da
luz, porque ele é uma vibração de matéria mais quintessenciada, e a sua produção exige múltiplos
fenômenos fisiológicos do corpo humano; por exemplo, a contenção cerebral, exigida pela função de
pensar, faz afluir para o cérebro físico maior volume de sangue.

Para que se possa compreender o sutil mecanismo do pensamento humano, deve-se inicialmente verificar
como ele se processa. Quando se formula um pensamento concreto , qualquer que seja, imediatamente
forma-se na mente a imagem correspondente a esse pensamento. Isso se verifica devido à grande
plasticidade da matéria mental que, muito mais do que a matéria astral, pode ser modelada em detalhes
pela emissão de energia mental, de forma imediata.

O homem, ao formular pensamentos, produz vibrações na matéria de seu corpo mental, que
tenderão a se propagar no meio ambiente que lhes é próprio (o plano mental), como ocorre
com quaisquer outras classes de vibrações.

Enquanto a “onda mental” apenas desperta sensações semelhantes onde recai, já a “forma-pensamento”
transmite a idéia mais completa porque, além de fortemente sobrecarregada da substância mental de
quem a emite, agrega-se facilmente ao campo do pensamento de outra pessoa e ali perdura a sua ação
contagiante. O corpo mental do homem, ao ser tocado por uma forma-pensamento alheia, tende a produzir
na sua mente um pensamento semelhante ao que surge , tanto quanto seja o grau de sua receptividade.

Sem dúvida, o poder e a ação dominante das ondas mentais e formas-pensamentos projetadas por alguém,
variam conforme a força de vontade de quem as emite, enquanto também se enfraquecem tanto quanto
mais longe estiverem de sua fonte original. Os pensamentos, quando vitalizados por uma pessoa de
vontade forte e experimentada, podem ser guiados tão seguramente quanto um operador à distância
maneja o seu controle remoto.

A onda de devoção, emitida por pessoa contrita em sua fé, também desperta noutra pessoa propícia a tal
sentimento, um estímulo de devoção, que será tão forte quanto seja a força da onda mental e a
sensibilidade do seu receptor; da mesma forma, uma onda mental de natureza especulativa, também aviva
na pessoa receptora, impulso para transações comerciais

PRODUTO DO CORPO MENTAL CARACTERÍSTICAS

• ondas mentais transmitem mais propriamente os sentimentos, as divagações e


reminiscências de especulações propriamente psíquicas.

• formas-pensamentos recortam figuras nítidas ou configuram símbolos de uma natureza


mais objetiva e compreensível para os clarividentes.

Através da onda mental, há casos em que o vidente bem desenvolvido chega a ver a pessoa que a
transmite, enquanto a forma-pensamento só se impõe por sua própria imagem.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 4

O ser humano absorve e esparge energias radiantes em todas as faixas vibratórias no Cosmo; por exemplo,
no plano físico, em forma de calor ou eletricidade animal; no etérico, na espécie de forças imponderáveis
vitalizantes impregnadas de éter-físico e químico, projetadas pelo duplo etérico.

O pensamento propaga ondas mentais, que agem e reagem noutros seres, afetando-lhes o caráter da
vontade e do temperamento. Funcionando como usina criadora de forças em todos os campos da vida
oculta, o homem também é um receptor e transformador energético, absorvendo e transformando a carga
que recebe de fora, devolvendo-a depois conforme a sua mentalidade moral e emotiva.

Há uma interpenetração incessante entre todas as criaturas, que se processa através de suas expressões
mentais, etéricas e elétricas. Nada existe completamente separado, pois tudo é interligado por imensurável
rede de vibrações, que pulsam conforme as influências e reações recíprocas entre os homens.

A mente humana, portanto, assemelha-se a poderosa estação receptora e emissora, criando em torno do
homem uma atmosfera boa ou má, que varia de acordo com a sua conduta e os seus pensamentos.

O metabolismo nas trocas áuricas faz-se por afinidade eletiva ou em simpatia com as vibrações provindas
de forças mentais, astrais, etéricas ou eletromagnéticas emitidas por outros seres, pois a mente humana
vibra em absoluta sintonia com a natureza substancial das energias que lhe vêm do exterior.

Assim, entre bilhões de encarnados e desencarnados em intercâmbio incessante através do pensamento à


superfície da Terra, a aura do orbe parece o centro de imenso oceano etérico, vaporoso e cintilante,
alimentado pelas fabulosas energias que transmitem e refletem as formas-pensamentos dos homens,
lembrando verdadeiros cardumes de peixes fantasiosos, coloridos ou pétreos.

As mais absurdas e inconcebíveis configurações mentais flutuam, atritam-se e encorpam-se, para projetar-
se em várias direções, arrastando inapelavelmente formas semelhantes. É um turbilhão de ondas mentais
propagando-se em todos os sentidos e de formas-pensamentos entrecruzando-se e buscando pouso
incessante na multiplicação das mentes que compõem a consciência coletiva da humanidade.

Há, na aura do planeta, uma riqueza de cores formosas e fascinantes, porém que jamais se misturam ou se
fundem à massa de tons escuros, repulsivos, irascíveis e pegajosos do submundo mental.

De conformidade com as leis transcendentais que regem o mundo mental:

PRINCÍPIOS QUE REGEM A PRODUÇÃO DOS PENSAMENTOS:

aspecto determinado pela

• COR • qualidade do pensamento

• FORMA • natureza do pensamento

• NITIDEZ DA FORMA • precisão do pensamento

• DURAÇÃO DA FORMA • tempo, intensidade e precisão do pensamento

As cores do pensamento são fundamentais e jamais desmentem a sua cromosofia peculiar; assim, o
pensamento de amor ou de paz, de ódio ou de guerra, possui sempre a mesma tonalidade colorida, quer
seja produzido por um europeu, asiático, africano ou latino.

Isso acontece porque a Mente Divina, em qualquer latitude cósmica do Espaço, fundamenta a mesma cor
do pensamento e interpenetra todos os interstícios da mente humana.

As ondas do pensamento projetam-se lenta ou violentamente, fraca ou fortemente, construtiva ou


destrutivamente, segundo os sentimentos e as emoções que as geraram.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 5

Os pensamentos de amor, candura, tolerância, comiseração, piedade, júbilo, ânimo ou renúncia,


impregnam-se de fluidos vitais de um elevado energismo, manifestando-se cores claríssimas e fascinantes,
como o rosa, azul-celeste, verde-seda, amarelo-translúcido, carmim e lilás, que ainda se tornam mais belas
quando agregadas a outros pensamentos semelhantes.

No entanto, quando são gerados por sentimentos de cólera, ciúme, inveja, vingança, avareza, ódio, luxúria,
egoísmo, irascibilidade, crueldade, desespero maledicência ou desânimo, poluem-se durante a sua
trajetória, incorporando outros produtos mentais inferiores e degradantes, que lhe aumentam o teor original.

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NATUREZA DAS FORMAS-PENSAMENTOS ASPECTO

• sublimes e benfeitoras límpidas, translúcidas e formosas

• subvertidas e alimentadas por energias inferiores obscuras, pétreas e oleosas

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Infelizmente, devido à graduação primária da humanidade terrena em geral, ainda predominam na aura
humana as cores escuras, viscosas e densas, como resultado de pensamentos nebulosos e próprios das
mentes mal desenvolvidas.

No estado presente de evolução humana, a maioria dos pensamentos dos homens ainda estão
centralizados neles mesmos, porque são fundamentalmente egoístas e só circulam em torno dos seus
próprios autores ou pensadores, formando-lhes uma espécie de couraça ao redor do seu corpo mental.

Quando tais pensamentos são mórbidos, odiosos, tristes ou coléricos, eles criam preocupações aos seus
próprios autores, pois lhes avivam os estados emotivos de melancolia, inquietação e desespero,
justificando-se a velha lenda de que “o feitiço sempre se volta contra o próprio feiticeiro”.

Sem dúvida, os pensamentos heróicos, decididos, animosos e confortantes, também incentivam as mentes
sob tal vibração, pois influem incessantemente na propagação de idéias semelhantes. No entanto, os
produtos mentais vigorosos, que depois geram vinganças, crimes ou suicídios, são verdadeiros
enfeitiçamentos mentais que chegam a impelir outras criaturas a cometer iguais desatinos.

Atualmente, já não se opõe dúvida de que os pensamentos são elementos tão poderosos como são a luz, o
calor, a eletricidade e outras manifestações de energias mais inferiores. No futuro, tal qual acontece noutros
planetas de vida humana superior, as criaturas serão educadas de modo a se utilizarem do pensamento,
assim como hoje se ensina nas escolas as crianças a bem se utilizarem das mãos.

O pensamento, usado inconsciente e tolamente, é arma que se volta contra o seu próprio autor, pois ele é
realmente força que germina, condensa-se e revigora-se, retornando à fonte de que é lançado.

Os pensamentos, além de nutridos pela substância mental, também impregnam-se


do fluído astralino que, no momento, nutre sentimentos semelhantes no corpo astral.

Assim, em qualquer ponto do Universo, a cor clara e límpida sempre decora os pensamentos de amor puro:

COR DO PENSAMENTO TIPO DE EMOÇÃO OU SENTIMENTO ASSOCIADO

• branco prateado fundamenta os sentimentos messiânicos

• azul celeste identifica a elevada emoção religiosa

• amarelo-ouro chispante esforço mental para produzir raciocínios elevados e benfeitores à


humanidade

O pensamento concreto regula-se pela assim chamada “Lei de Afinidade”, que pode ser expressa como
“pensamento atrai pensamento na razão direta de sua intensidade ou freqüência vibratória”.

Bons pensamentos atraem pensamentos que lhes são afins, ao passo que maus
pensamentos atraem outros maus pensamentos.

Quando o espírito pensa, ele agita todos os campos de forças que baixam vibratoriamente, até atingirem o
seu perispírito e o corpo físico; assim, projeta em todas as direções as energias benfeitoras ou malévolas,
criadoras ou destrutivas, segundo a natureza dos seus pensamentos e sentimentos.

Os bons pensamentos, sublimes e altruístas, são de vibração muito rápida e sutil, alimentados por um
combustível diáfano, que não deixa resíduos no perispírito. Quando atraídos por outras mentes afins, eles
também ativam os sentimentos e as emoções superiores; mas tratando-se de pensamentos mais raros, só
influem em seres de boa estirpe sideral.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 8

As idéias, sugestões e criações mentais sobre o amor, a paz e o bem, em verdade, são energias
extraordinárias e de qualidade incomum, que adubam o crescimento sadio do espírito humano. Há
pensamentos científicos, religiosos e teosóficos que influem preferencialmente em certo setor da atividade
humana.

Os pensamentos malévolos, vingativos, coléricos e odiosos, imantam-se de magnetismo inferior e


sobrecarregam-se de fluido mental, astralino e etérico de baixa vibração, agindo tão eficaz e
rapidamente na atmosfera terrena, que justificam realmente o velho rifão: “O mal se propaga mais
facilmente que o bem!”

Enquanto a energia diáfana utilizada pelos bons pensamentos volatiliza-se do perispírito, absorvida pelo
éter superior, a substância mental e astralina necessária para sustentar e mover os pensamentos daninhos
e pecaminosos adere fortemente à vestimenta perispiritual, formando escórias que, mais tarde, produzem
sofrimento ao serem drenadas para a carne, manifestando-se posteriormente na forma de doenças físicas,
ou desintegradas nos charcos terapêuticos do astral inferior.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 9

O homem é aquilo que pensa! O seu espírito, quando escravo das manifestações desregradas, faz da
mente apenas o instrumento de sua relação egoísta com o mundo inferior e, depois da morte, submerge-se
num mar de magnetismo viscoso e aderente.

Entretanto, sob a lei de que “os humildes serão exaltados”, eleva-se aos níveis angélicos todo aquele que
usa o poder mental para aniquilar as paixões do mundo animal, em vez de hostilizar o próximo!

O pensamento elevado volatiliza-se no perispírito, tal qual a eletricidade que abastece um fogão
elétrico, ao passo que um pensamento malévolo deixa resíduos no perispírito, como acontece
num fogão alimentado a lenha.

2. AS ONDAS MENTAIS

A mente humana assemelha-se a poderosa estação receptora e emissora, criando em torno do homem uma
atmosfera boa ou má, que varia de acordo com a sua conduta e os seus pensamentos.

Conforme a lei de repercussão vibratória, as vibrações do corpo mental do homem, originadas quando este
se põe a pensar, propagam-se pela matéria mental que o rodeia, assim como a vibração da campainha se
dissemina pelo ar atmosférico no ambiente onde é acionada.

A atmosfera e o éter, que interpenetram todas as coisas do macro e do microcosmo, também estão
impregnados de substância mental proveniente da própria Mente Cósmica e respondem prontamente a
quaisquer impulsos vibratórios da mente humana.

Esses impulsos mentais vibratórios produzem uma espécie de ondulações, à semelhança das ondas
produzidas pelas pedras lançadas sobre a superfície da água, e que se propagam em todas as direções e
muitas dimensões, assim como acontece com a irradiação da luz do sol ou de uma lâmpada.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 10

As ondas mentais, que se formam e se expandem em todas as direções, são multicolores e opalescentes,
mas se debilitam à medida que se difundem à maior distância, lembrando o fenômeno que acontece
comumente com as bolhas ou bolas de sabão, que vão se diluindo conforme o seu tempo de vida.

As ondas mentais lembram as ondas geradas pela pedra jogada sobre a superfície da água, mas não são
muito precisas na sua ação porque logo se desfazem onde incidem, sem produzir uma idéia completa na
sua trajetória ou objetivo final. Como toda a onda vibratória, a “onda mental” possui três características:

CARACTERÍSTICAS DE UMA ONDA MENTAL:

• Intensidade ou freqüência vibratória;

• Alcance da onda vibratória mental;

• Duração da onda vibratória mental.

• A intensidade depende da classe de pensamento ; se ele for elevado e altruístico, terá maior potência

vibratória, fazendo vibrar os subplanos mais sutis da matéria mental que constitui o plano mental. Já os
pensamentos mais grosseiros farão vibrar com menos intensidade de potência os subplanos mais
baixos, pois os pensamentos altruísticos e nobres têm sempre maior poder ou potência do que os
indignos e torpes.

• O alcance da onda vibratória mental depende exclusivamente da força mental do seu criador.

Pensamentos indignos e torpes podem ter um alcance muito grande, quando o emissor da onda mental
persiste, pelo poder da concentração nesse objetivo, ou quando tem grande força mental.

• A duração da onda vibratória mental depende da clareza e precisão da imagem mental criada.

Pensamentos vagos, imprecisos, terão menor duração, ou menor tempo de atuação na matéria do
mundo mental, do que aqueles bem claros e precisos, que perdurarão por bastante tempo no plano
mental, na forma de vibração ondulatória.

3. AS FORMAS-PENSAMENTOS

O pensamento produz uma série de vibrações no corpo mental e este então projeta uma porção de si
mesmo, em perfeita conexão com a matéria mental circundante.

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Desse fenômeno, gera-se uma forma-pensamento simples e pura, cuja configuração, radiação, brilho e
colorido, perduram tanto quanto seja a força ou a convicção de quem a emite.

A forma-pensamento, também conhecida por “elemental” ou “elemental artificial”, lembra uma entidade
vivente, temporária, mas dotada de intensa atividade e animada pela idéia-mater que a gerou. É um produto
da própria alma, mas nutrida pela essência elemental vivificante e eletrônica do corpo.

Quando maligna, a forma-pensamento move-se implacavelmente para se impor sobre a pessoa escolhida
para vítima, e alimenta-se pela força do ódio, inveja, cólera, despeito, ciúme ou vingança, que encontra em
sua trajetória até arremessar-se no seu alento vital selvático.

É tão obstinada como a semente lançada no seio da terra que germina, malgrado a sufocação do solo, a
ação destruidora dos vermes, que tudo fazem para devorá-la.

A forma-pensamento constitui-se de matéria sutilíssima, embora para alguns seja um produto


fantasioso, pois, além de sobrecarregada de substância mental e astralina, fortemente vitalizada
pelo éter-físico que se escoa pelo duplo-etérico humano, também se impregna da eletricidade e
do magnetismo biológico da criatura.

Eletrizando-se no seu curso benéfico ou maléfico, a forma-pensamento atinge o objetivo qual dardo criador
ou destrutivo, valendo conforme a intenção e o poder de quem a projeta.
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O pensamento, a vontade, o desejo são forças reais, talvez ainda mais poderosas do que a dinamite ou a
eletricidade; sob tal influência, a matéria astral plástica faz-se compacta e toma forma, sob o alimento
incessante das mesmas vibrações, pensamentos, etc.

Então se produz um ser ou manifestação que adquire vida, animado de uma força boa ou má, conforme os
pensamentos emitidos, influindo vigorosamente em todos os que passam a subordinar-se à sua influência.

O pensamento é tão real quanto o ar que rodeia os seres na vida material.

Comumente, a sua forma sutil, invisível e de aparência nebulosa, lembra um vapor d’água que varia de cor,
densidade e de conformação característica, em perfeita sincronia com o temperamento e o poder do
homem que pensa.

Quando os pensamentos são emitidos com veemência e nutridos por aquela “fé que remove montanhas” da
enunciação evangélica, eles então absorvem boa quantidade de prâna ou fluido vital , que mais lhes fortifica
a contextura benéfica ou maléfica que lhes deu origem, multiplicando-lhes a ação em curso para
determinado objetivo.

Assim, o pensamento de amor sobre a criatura que nos tem feito mal é como que um refrigério, que lhe cai
na mente apaziguando-lhe a raiva, o desespero, e ajudando-a à sensibilização espiritual superior;
entretanto, a energia mental dosada pelo ódio é como a ave feroz que voa num ímpeto destrutivo.

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A força do pensamento e o vigor da emoção também determinam a forma mental e o seu tempo de vida
como uma entidade separada do ser; no entanto, ela se deforma numa configuração instável e sem
qualquer tom de beleza, manifestando-se como nódoas repugnantes e mórbidas, quando interpreta desejos,
paixões e emoções predominantes do mundo animal.

Há médiuns e ocultistas bem desenvolvidos, ou clarividentes inatos, que podem ver os pensamentos; outros
os sentem e, no futuro, a ciência poderá pesar e identificar os pensamentos através de instrumentação de
elevada precisão.

Quando um homem pensa num objeto concreto, como uma casa, um livro, um pássaro ou uma paisagem,
ele também constrói uma diminuta imagem de tal objeto na substância de sua mente ou corpo mental.

Assim, quando o pintor, o cientista ou o escultor imaginam alguma criação para o futuro, eles projetam para
além de si uma forma-pensamento do que pretendem criar no mundo exterior da matéria.

Sob a lei de afinidade e correspondência vibratória, essas formas-pensamento vagueiam até encontrar um
campo mental semelhante e então passam a atuar com insistência até incorporar outras formas-
pensamento afins.

Isso explica as razões de certos acontecimentos desairosos que por vezes acontecem na Terra, quando
certas descobertas ou invenções surgem simultaneamente em mais de um cérebro humano, dando azo a
mútuas censuras de plágios.

O novelista, o poeta e o escritor, não só criam os seus personagens quando eles os imaginam, como ainda
os impregnam de sua força e vivência mental; depois, os movimentam em suas obras como bonecos vivos,
comandando-os pela mente criadora a seu bel-prazer, daqui para ali.

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Embora se trate de imagens ou personagens criados mentalmente, de existência física fictícia e podendo
durar muito pouco tempo no campo espacial da mente do orbe, eles ficam sob a dependência do potencial
da matéria mental de quem os criou.

As imagens ou formas-pensamentos criadas pelos homens, às vezes, são tão vigorosas e perfeitas que, em
certos trabalhos espiritistas, umbandistas ou esotéricos, onde o ambiente mental e psíquico se torna
hipersensível, os videntes mal desenvolvidos chegam a confundi-las com espíritos desencarnados, o que
não passa de um fenômeno de ideoplastia mental.

Em trabalhos de hipnotismo, é possível conduzir-se o “sujet” a ver numa folha de papel as formas-
pensamentos criadas simultaneamente pelo hipnotizador e que, então, lhes parecem objetos físicos e reais.

Há personagens criados pelos seus autores, sob tal vitalidade e incessante nutrição mental, que
permanecem na esfera da vida de todos os povos e destes ainda recebem mais alimento mental,
espantando certos espíritos recém-desencarnados, que ficam boquiabertos revendo, vivos no Espaço, os
personagens de um mundo de fadas!

A existência de uma forma-pensamento depende precipuamente da vitalidade mental ali acumulada e da


força de impulsão de quem lhe deu origem.

Há formas-pensamentos que têm a duração de uma bolha de sabão, enquanto outras persistem meses,
renovando-se mental e continuamente pela adesão ou incorporação de outras formas-pensamento
semelhantes.

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4. AS EGRÉGORAS

Há profunda tendência dos pensamentos emitidos por certas pessoas de se atraírem e se combinarem a
outros pensamentos de natureza semelhante, resultando um aumento de força, além da produzida pela
fonte original.

Assim, os pensamentos misturam-se e combinam-se entre si, deixando a sua marca característica nos
lugares onde são aglomerados, compondo uma egrégora ou aura constante do que ali se pensa
freqüentemente.

A egrégora é uma composição astral gerada por uma coletividade , pois o pensamento, o desejo e a vontade
são forças tão reais e mesmo superiores às mais potentes energias da Natureza; debaixo dessa influência,
a matéria astral, altamente plástica, faz-se compacta e toma forma. Então essa egrégora se torna um
campo de influência coletiva, impelindo os que dela se interessam, para realizações positivas no mesmo
gênero.

Egrégora é uma forma astral gerada e alimentada, mental e sentimentalmente, por uma
coletividade, pela persistência de motivos, costumes, devoções ou ideais num mesmo
ponto ou objetivo.

Assim, a egrégora é uma forma mental coletiva alimentada pelos pensamentos semelhantes; ela nasce,
cresce e amplifica-se conforme a alimentação incessante de pensamentos sob o mesmo diapasão mental.

Os pensamentos emitidos por diversas pessoas visando incessantemente a mesma finalidade, num certo
ambiente, terminam por dar-lhe uma cor ou tom mental, facilmente reconhecido pelas pessoas mais
sensíveis.

Os lugares, assim como as pessoas, conservam as peculiaridades e características, boas ou más,


depressivas ou vitalizantes, agradáveis ou desagradáveis, que são produto da soma dos pensamentos ali
entretidos durante muito tempo.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 16

Há grande diferença entre o ambiente sedativo, inspirativo e acolhedor da quietude de uma igreja, em
contraste com a atmosfera nauseante, mórbida e coercitiva de um matadouro!

As pessoas que penetram numa igreja ou templo religioso, embora não sejam prosélitos de tais religiões,
não conseguem fugir a um estado de espírito reverente, pacífico e altamente emotivo, que ali se exsuda da
soma dos pensamentos e sentimentos das pessoas freqüentadoras, causando impressões mentais
superiores.

No entanto, ninguém sentiria a mesma emoção no ambiente de um matadouro, embora possa estar
enfeitado com as flores mais belas.

O ar ambiental do mais estético e moderno hospital modifica o pensamento do visitante logo à entrada, não
pela sua função material, mas devido à atmosfera mental triste, melancólica e de dolorosa expectativa, que
se emana dos enfermos tomados por suas dores e apreensões negativas.

O ambiente de uma penitenciária provoca repulsa, depressão e estímulos inferiores contundentes, devido
ao aglomerado mental pernicioso que ali é emitido incessantemente por facínoras, tarados, ladrões,
viciados e malfeitores.

Há aldeias, cidades e nações que despertam nas criaturas suave simpatia ao sentirem a sua atmosfera
mental; outras, no entanto, embora mais progressistas e fascinantes, desagradam-nas à primeira vista,
porque sentem a composição hostil dos pensamentos dos seus moradores.

As cidades novas são estimulantes e otimistas, assim como a juventude; mas as metrópoles envelhecidas e
condenadas ao desaparecimento breve traem a sua imanência mental pessimista.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 17

As pessoas costumam dizer que gostaram do “ar” desta ou daquela cidade, deste ou daquele povo e,
inadvertidamente, estão realmente se referindo ao espírito ou egrégora mental da mesma.

Esse ar peculiar, agradável ou desagradável, é como o calor que persiste num aposento mesmo depois de
extinto o fogo; ou como o perfume que continua fragrante na sala, após retirarem o frasco ou as flores que
ali estiveram.

5. A AURA DAS COISAS E DOS SERES

Todas as coisas e seres criados por Deus são centros de energia condensada e comprimida, conforme as
concepções einsteinianas; porém, essa energia condensada no seu estágio material da vida, é um estado
“anti-natural”, pois ela forceja continuamente por retornar ao seu plano original de energia livre, onde
realmente ela se manifesta em sua plenitude integral.

Deste modo, o mundo exterior ou físico desmaterializa-se segundo a segundo, ante a fuga incessante
dessa energia, inerente à aura de cada objeto, planta, ave, animal ou homem, variando apenas quanto ao
tempo ou prazo de sua liberação.

Há minerais, como o rádio (radium), que se extinguem mais cedo no cenário físico, pois, decorrido certo
tempo, ele será apenas energia desintegrada e perderá a sua forma transitória no mundo físico, mas
continuará a existir, ainda mais vivo e poderoso, no seu verdadeiro reino oculto do Cosmo.

Todas as substâncias, coisas e seres têm a sua aura de irradiação oriunda dos seus
princípios elementares constitutivos, pois a expansividade e a fuga energética
constituem seu determinismo de vida.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 18

A matéria, de maneira figurada, “é uma coisa anormal”, pois todas as formas do mundo palpitam em alta
tensão, e não passam de prisões transitórias de energia, que se esforça incessantemente para retornar ao
seu plano vibratório de origem.

O conteúdo íntimo de qualquer objeto, forma ou ser, no mundo físico, vibra numa reação rebelde e
constante para fugir da sua condição incômoda e anormal de matéria! É um esforço expansivo e incessante
para regresso à sua autenticidade energética.

Por isso, os hindus aconselham o homem a libertar-se de “Maya”, a grande ilusão representada pelo mundo
material, efêmero e instável, onde os mais atraentes aspectos e fascinantes prazeres não passam de
formas transitórias a caminho de sua dissolução em energia.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 19

A desintegração atômica é somente a libertação prematura da energia, prisioneira da condição matéria; isto
é, graças à intervenção violenta da ciência humana no campo de força nuclear, então acontece de modo
apressado aquilo que seria feito em longo prazo!

A configuração exterior do Cosmo é apenas energia comprimida, que


escapa ou se sublima sem descanso, para retornar à sua fonte real.

Disso resulta uma aura esferóide ou ovalada que se irradia de tudo, ultrapassando sempre o espaço
ocupado pelas coisas e pelos seres vivos. A aura lembra a chama que se evola esfericamente do pavio da
vela, o calor irradiado de uma estufa, o perfume evolado de uma flor ou a luz de uma lâmpada.

A aura é somente a irradiação de um núcleo, veículo ou corpo


central, que gera ou mobiliza as energias em incessante desgaste.

O homem é um espírito ou núcleo espiritual que centraliza em si todos os tipos de forças imanentes dos
diversos planos da vida.

O corpo físico é a vestimenta transitória de menor importância no conjunto do homem, pois a energia que ali
se condensa, na forma de matéria, forceja incessantemente a sua fuga e libertação para retornar ao seu
plano de origem.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 20

Essa energia, aprisionada em todas as formas do mundo, produz, na sua exsudação permanente, as
diversas auras que se compõem das radiações dos objetos e seres. É a polarização resultante do impulso
centrífugo da energia condensada, tentando readquirir a sua vivência normal, ou estado de absoluta
liberdade.

5.1. A AURA HUMANA

A aura humana mostra-se, à visão do clarividente, semelhante a um enorme ovo evanescente, resultante da
própria irradiação psíquica do indivíduo. A sua forma característica, comumente oval, circunda o homem até
80 a 90 centímetros em torno de seu corpo.

A aura humana não é o próprio indivíduo, mas apenas sua irradiação; é a síntese dos eflúvios
de vários princípios energéticos que funcionam em diversos planos vibratórios, inclusive a
soma das radiações resultantes do desgaste e resíduos do próprio duplo etérico.

A aura humana resulta do amálgama ou da fusão de sete princípios fundamentais que compõem o homem
e variam na sua massa de luz, cor, energia e odor, conforme seja o caráter, temperamento e a graduação
espiritual do ser; ainda se fundem no todo áurico do homem outras emanações provenientes do próprio
corpo físico, como o seu magnetismo, calor, odores e a eletricidade biológica.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 21

5.2. A “AURA DA SAÚDE” OU AURA DO DUPLO-ETÉRICO

A “aura da saúde”, configurada pelos eflúvios prânicos ou vitais, funde-se com a própria aura física
revestida de calor e odor humano, especificidade magnética e eletrização do homem, formando o conjunto
mais compacto à visão perispiritual.

Ademais, ela irradia também as exsudações dos próprios minerais organogênicos em atividade no corpo
carnal, como ferro, níquel, cádmio, fósforo, flúor, cobre, titânio, cálcio e outros, inclusive o que se pode
chamar de “transmigração nervosa”.

Há, ainda, uma cintilação que vai do alumínio fosco, por vezes rosado, até o tom de prata ou níquel, que se
exorna diretamente do duplo etérico e dos chacras, ou centros de forças que interligam o perispírito à
sensibilidade humana.

Essa aura da saúde, a mais grosseira do homem, mostra-se numa cor branco-azulada de água clara, em
sua manifestação comum, algo metálica e brilhante.

Tem o aspecto do ovo vaporoso e estriado, cuja casca é semelhante a uma crina eriçada de agulhas
cintilantes, retas e claras quando há saúde e vitalidade, porém retorcidas, enroscadas ou obscuras, como
cabelos encrespados, nas zonas enfermiças do corpo humano.

Lembra uma veste de pele de marta onde, por exemplo, em vez de pelos existam agulhas finíssimas, em
tom de alumínio brilhante.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 22

A aura da saúde desprende partículas radioativas impregnadas de éter-físico, que permanecem longo
tempo no local onde são projetadas, assinalando a pista da pessoa ou animal que por ali transitou, e que os
cães farejam, pondo-se no encalço de fugitivos ou desaparecidos. Entretanto, como a água absorve a
eletricidade, os cães perdem o faro do fugitivo que atravessa a água corrente.

A aura do duplo-etérico, também conhecida por “aura prânica” ou vital, é distinta da aura do corpo físico e,
quando saudável, lembra a aparência de uma chispa elétrica gigantesca, de cor rósea-pálida, suave, mas
brilhante, incolor e vaporosa.

As pessoas com muito prâna ou vitalidade “vendem saúde”, conforme o velho ditado popular, mas também
são facilmente vampirizadas em suas energias vitais quando cumprimentam outras criaturas mais
enfraquecidas, ou quando se gesticulam em demasia, movendo os braços em direção aos ouvintes,
praticando uma espécie de passe, inconscientemente.

Assim como a ciência já assinala e examina a aura do corpo-físico do homem, que lhe irradia o
eletromagnetismo, o calor e o odor, no futuro ela também conseguirá identificar a presença do éter-físico do
duplo-etérico do homem e as suas quatro funções, a saber: química, vital, luminosa e refletora.

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5.3. AS CORES DA AURA HUMANA

As cores e os eflúvios coloridos da aura são resultantes dos pensamentos e sentimentos humanos; são
campos vibratórios, segundo as revelações emotivas e metais dos seres, que podem revelar aos
clarividentes o estado de espírito da criatura naquele momento.

Os sentimentos amorosos e pacíficos, o desejo ardente de proteger e servir o próximo, criam uma aura
benéfica protetora matizada de cores agradáveis, nítidas, claras e quentes.

As formas-pensamentos e as ondas mentais de alta vibração espiritual, além de se revelarem no mais belo
colorido à visão transcendental, transformam-se em verdadeiros guardiões luminosos em torno do ser.

Os pensamentos e sentimentos movem-se revestidos de cores inerentes à sua origem boa ou má:

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COR PREDOMINANTE NA AURA SITUAÇÃO CARACTERÍSTICA

mãe devotando-se amorosamente aos filhos em estóica


lilás-róseo suave, refulgente e imantador
vigilância

azul-claro atraente pessoa mergulhada em ardente desejo de oração

verde-seda, brilhante e afável pessoa emitindo impulsos de simpatia

amarelo puro com franjas douradas pessoa emitindo raciocínios elevados

Daí decorre a necessidade de o homem dominar o corpo mental e o astralino, a fim de evitar a criação de
formas-pensamentos degradantes e ofensivas, porque elas vagueiam em busca de outras mentes afins e
depois retornam centuplicadas em sua força perniciosa de origem.

A projeção mental insistente de uma certa cor sobre outra pessoa pode despertar-lhe estímulos e
associações de idéias que geram tal cor.

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6. O CORPO CAUSAL

Também denominado de morada da “Tríade Superior”, o corpo causal é assim chamado por ser a causa da
formação dos veículos ou corpos mais inferiores do homem.

COMPOSIÇÃO DA TRÍADE SUPERIOR

• corpo átmico (atman) ou corpo espiritual

• corpo búdico ou intuicional

• corpo mental abstrato

• O corpo mental abstrato possibilita ao homem ter pensamentos e idéias abstratas, sem forma

associada, pois a matéria dos três subplanos superiores do plano mental, que constituem esse veículo
de consciência, receberá as vibrações mais sutis que compõem essa qualidade de pensamentos ou
idéias.

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Quando se pensa em uma “casa”, imediatamente a matéria mental nos seus quatro subplanos inferiores,
devido à sua grande plasticidade, modelará essa forma concreta; porém, ao se pensar “casa é algo
necessário para abrigar o homem”, se está pondo em vibração a matéria mental abstrata dos três
subplanos superiores, idéia abstrata, que é incapaz de tomar qualquer forma.

• O corpo búdico, mais sutil e refinado do que o mental abstrato, é o veículo de consciência superior pelo

qual o homem pode realizar os ideais mais sublimes e impessoais; é a via natural daquilo que se
conhece por intuição. É o veículo que faculta ao homem ter o conhecimento global de todas as coisas,
sem o recurso do raciocínio ou do intelecto, atributos relativos ao corpo mental.

• O corpo átmico, o mais refinado e sutil de todos, é o veículo da Centelha Divina que habita em todos os

seres, a morada verdadeira do Ego Superior, o veículo da Divina Mônada.

Ao contrário dos quatro corpos inferiores já mencionados (físico, etérico, astral e mental concreto), o corpo
causal é imperecível durante toda a evolução humana, em suas múltiplas existências.

O nome “corpo causal” se deve ao fato de nele residirem as causas que se manifestam como
efeitos nos planos inferiores.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 27

O corpo causal é constituído de matéria dos três subplanos mais sutis do plano mental, e não se encontra
em atividade no homem normal; somente em criaturas muito evoluídas espiritualmente, como os Mestres,
tal veículo se acha plenamente desenvolvido, podendo servir de veículo separado de consciência.

Todo o grande trabalho desenvolvido durante tempos sem conta, antes do aparecimento do Corpo Causal,
tem por finalidade desenvolver a matéria dos planos físico, astral e mental concreto, para que possam ser
habitações adequadas para o Espírito Divino, que os ocupará com homem.

PRINCIPAIS FUNÇÕES DO CORPO CAUSAL:

• serve de veículo do Ego, Eu Superior ou Eu Verdadeiro; por isso, o corpo causal é também
chamado de Corpo de Manas, o aspecto-forma do homem real, da individualidade.

• serve de germe e de receptáculo de todas as experiências vividas pelo homem nas diversas

encarnações; como germe, ele irá projetar as qualidades e defeitos que irão exteriorizar-se nas
próximas encarnações.

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8. O Perispírito – 2ª parte: Corpo Mental 28

Fontes bibliográficas:

1. O Evangelho à Luz do Cosmo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 3ª ed.
Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987.

2. A Sobrevivência do Espírito – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. São
Paulo, SP. Ed. Freitas Bastos, 1987.

3. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

4. Magia de redenção – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989.

5. Umbanda, essa desconhecida – Feraudy, Roger. 1ª ed. Porto Alegre, RS. Ed. FEEU, 1984.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 2

Curiosamente, a mediunidade, enquanto faculdade extrasensorial, quase não se modificou com o passar
dos milênios, mantendo praticamente inalterados os seus diversos aspectos e pouco variando as suas
manifestações, pois os bons médiuns de hoje dominam os mesmos fenômenos que antigamente exaltavam
os profetas, os oráculos, as pitonisas, os astrólogos, as sibilas e os magos, o que demonstra a lentidão da
ascensão espiritual do homem nesse terreno.

Ao se interrogar os Vedas da Índia, os templos do Egito, os mistérios da Grécia, os recintos de pedra da


Gália, os livros sagrados de todos os povos por toda parte, nos documentos escritos, nos monumentos e
nas tradições antigas da humanidade, se encontra a crença universal nas manifestações das almas
libertas de seus corpos terrestres, associados de um modo íntimo e constante à evolução das raças
humanas, a tal ponto que se tornaram inseparáveis da História, e que têm permanecido através das
vicissitudes dos tempos.

Essas manifestações mediúnicas surgiram como conseqüência do culto dos antepassados entre os povos
primitivos, nas homenagens prestadas aos manes (“espíritos”) dos heróis e, nos lares, aos gênios tutelares
da família, que lhes erigiam altares e dirigiam evocações, culto que foi posteriormente estendido a todas as
almas amadas, ao esposo, ao filho, ao amigo falecido.

Nos primórdios das civilizações antigas da humanidade, as sombras dos mortos sempre se
misturaram com os vivos, quer em vigília durante as manifestações mediúnicas, quer durante
o sono, revelando o futuro, aparecendo nas materializações de fantasmas ou através da
telepatia, da premonição, da psicografia, de forma abundante, pois em toda a parte e em
todos os tempos a vida interrogou a morte, e dela obteve respostas.

Sem dúvida, os abusos, as superstições pueris, os sacrifícios supérfluos se misturaram com o culto das
almas invisíveis, mas esse íntimo intercâmbio propiciava aos homens que haurissem novas forças, pois
sabiam poder contar com a presença e o amparo dos seus antepassados amados, e esta certeza os tornou
mais firmes em suas provações, aprendendo a não mais temer a morte. Com isso os laços de família se
fortaleceram intimamente, principalmente no Oriente.

Na China, na Índia e no território céltico havia reuniões, em dias fixos, na “câmara dos antepassados”, com
a presença de numerosos médiuns de fé ardente e com faculdades paranormais poderosas e variadas,
onde os fenômenos obtidos ultrapassavam em intensidade tudo aquilo que se pode observar atualmente.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 3

1.2 A PRESENÇA DE FENÔMENOS MEDIÚNICOS NAS TRADIÇÕES FOLCLÓRICAS E


RELIGIOSAS DOS POVOS DA ANTIGUIDADE

A humanidade tem sido dirigida, desde sua origem, por leis do mundo oculto, que atuam com profunda
influência nas criaturas, pois todas as suas histórias, lendas e narrativas de tradição milenária estão
repletas de acontecimentos, revelações, fenômenos e manifestações extrafísica que confirmam a existência
da mediunidade entre os homens das raças mais primitivas. A história das religiões desses povos é
caracterizada pela presença dos chamados demônios, gênios e deuses, sempre por trás de fenômenos
sobrenaturais, hoje entendidos como da esfera mediúnica; nada mais do que espíritos desencarnados a
se manifestarem entre os chamados “vivos”, através da faculdade da mediunidade em seus múltiplos
aspectos.

Qualquer tribo, clã, raça ou povo ou mesmo civilização, do presente ou do passado, ainda conserva em seu
folclore a tradição vivida por magos, fadas, gnomos, duendes, silfos, bruxas, ondinas, nereidas,
salamandras, ou seres exóticos, que se divertiam no mundo invisível, tanto ajudando quanto hostilizando a
vida dos homens encarnados.

As civilizações do passado, com as da Atlântida, Lemúria, China, Índia, Hebréia, Egito, Persa, Caldéia,
Cartago, Assíria, Babilônia, Grécia, Germânia, Escandinávia ou da Arábia, comprovam, pela história, pelas
lendas e pelo seu folclore, que os fenômenos mediúnicos surgiram em todos os recantos do orbe terráqueo
quase ao mesmo tempo e sem privilégios especiais, manifestando-se igualmente em todos os
agrupamentos humanos. Por exemplo, versão suméria do Dilúvio conta que, cheios de inveja do homem,
os deuses resolveram destruir completamente a raça dos mortais, afogando-os impiedosamente. Um deles,
no entanto, revelou o segredo a um habitante da Terra, seu favorito, ensinando-lhe a construir uma arca
para a sua salvação e da sua espécie quando da inundação, que imperou durante sete dias seguidos até
que toda a superfície ficou coberta pela água.

Finalmente, quando o turbilhão sossegou e as águas baixaram, o homem favorito e seus irmãos saíram da
arca e ofereceram um sacrifício aos deuses em ação de graças. Esfomeados, devido à longa privação dos
alimentos, os deuses “aspiraram o doce cheiro e se juntaram como moscas sobre o sacrifício”, segundo a
narrativa, decidindo nunca mais tentarem a destruição do homem, revelando assim se tratarem de espíritos
desencarnados, ávidos das emanações etéricas do animal sacrificado, num processo atualmente
designado por “vampirismo”.

Os fenômenos mediúnicos são comuns a todas as raças terrícolas. A fenomenologia mediúnica tem sido
acontecimento comprovado por todos os povos e civilizações e ficou evidenciada até mesmo nos objetos e
nos propósitos guerreiros desses povos primitivos, tendo-os influenciado seriamente, embora velada pelo
simbolismo das tradições lendárias. Comprova-se isto pela sua história, lendas ou pelo seu folclore.

Os escandinavos, principalmente os “vikings”, narram seus encontros com bruxas, sereias e entidades
fascinadoras, que surgiam das brumas misteriosas, perseguindo-os durante as noites de lua cheia. As
histórias e as lendas musicadas por Wagner em suas peças sinfônicas ou óperas magistrais, confirmam o
espírito de religiosidade e a crença no mundo invisível por parte dos povos germânicos e anglo-saxãos.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 4

Eles rendiam sua homenagem aos deuses, numes, gênios e os consideravam habitantes de um mundo
estranho, muito diferente do que é habitado pelos homens.

As próprias lendas brasileiras são também férteis de fenômenos mediúnicos. No cenário das matas
enluaradas surge o “boitatá” lançando fogo pelas narinas; nas encruzilhadas escuras aparece o
fantasmagórico “saci-pererê”, saltitando numa perna só e despedindo fulgores dos olhos embraseados; na
pradaria sem fim, corre loucamente a “mula-sem-cabeça”, ou na penumbra das madrugadas nevoentas, os
mais crédulos dizem ouvir os gemidos tristes da alma do “negrinho do pastoreio”.

Nas épocas em que a humanidade viveu sob regime patriarcal, circunscrito a clãs ou tribos, a mediunidade
era atribuída a poucos, que exerciam um verdadeiro reinado espiritual sobre os demais, em conseqüência
do exercício dos seus supostos “poderes mágicos”, geralmente atribuídos a origem divina ou sobrenatural.

As práticas mediúnicas se transferiram posteriormente para os círculos fechados dos colégios sacerdotais
formados por castas privilegiadas de inspirados e, aos poucos, foram se difundindo entre o povo, dando
nascimento aos videntes, profetas, adivinhos e pitonisas que, por sua vez, passaram a exercer inegável
influência nos meios em que atuaram.

No passado, a comunhão com as almas dos mortos foi, sobretudo, privilégio dos santuários,
preocupação de alguns limitados grupos de iniciados. Fora desses círculos esclarecidos, asilos
da verdadeira sabedoria antiga, as manifestações de além-túmulo eram, muitas vezes,
consideradas sobrenaturais e associadas a práticas supersticiosas que lhes deturpavam o
sentido. Ao homem comum, ignorante das leis da Vida e da Natureza, era vedado aprender os
ensinamentos que se ocultavam sob os fenômenos mediúnicos.

1.3 A MEDIUNIDADE NA HISTÓRIA SECRETA DAS RELIGIÕES ANTIGAS

A história religiosa dos povos da antiguidade mostra que, desde épocas remotíssimas na História, a
evocação de espíritos dos “mortos” era praticada por categorias de homens que faziam disso sua
especialidade. Desde os escritos religiosos mais antigos, como os Vedas (cerca de 5.000 a.C.), já se tem
notícia do intercâmbio espiritual com os chamados “mortos”. Tal atividade, porém, era somente exercida por
homens e mulheres dedicados especialmente ao mister religioso, eram os “iniciados”, que às vezes
levavam dezenas de anos se preparando para poderem, depois de desenvolvidas as suas faculdades
mediúnicas, exercitar o seu poder sobre o povo e seus governantes, sendo, por isso, pessoas temidas e
respeitadas por todos, pois formavam os círculos sacerdotais responsáveis pela orientação da massa.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 5

Contrariamente ao que ocorre hoje em dia entre os praticantes do Espiritismo, por exemplo, as atividades
que possibilitavam entrar-se em contato com as almas desencarnadas eram apanágio exclusivo da classe
sacerdotal, que monopolizara essas cerimônias, não só para delas fazerem fonte lucrativa de renda,
mantendo o povo em absoluta ignorância quanto ao verdadeiro estado da alma depois da morte, como
também para revestirem, aos seus olhos, um caráter sagrado, dado que somente eles detinham os
segredos da morte.

Com o passar do tempo, e em conseqüência das guerras e invasões que forçaram parte da população
primitiva hindu a emigrar, o segredo das evocações dos espíritos dos mortos nas práticas mediúnicas se
espalhou em toda a Ásia, encontrando-se posteriormente entre os egípcios e ainda entre os hebreus, essa
tradição proveniente da Índia.

Nas antigas civilizações de expressão, como as do Egito, da Grécia, da Pérsia ou em Roma, o mediunismo
passou então a ser utilizado como fonte de poder e de dominação, razão porque era concedido somente a
poucos indivíduos, sob as mais rigorosas condições de mistério e formalismo, dando nascimento a seitas e
fraternidades que funcionavam baseadas em longas e difíceis iniciações, cujo objetivo era estabelecer um
certo espírito de disciplina e seleção.

A mediunidade passou, assim, a exercer papel preponderante sobre a administração pública e na vida
política das nações de então, pois os seus dirigentes jamais aventuravam qualquer passo importante sem
prévia consulta aos oráculos, astrólogos e videntes. Mesmo na Roma imperial, caracterizada pela visceral
amoralidade, os Césares não dispensavam essas consultas, submetendo-se de bom grado às inspirações e
conselhos dos “deuses”.

Todas as formas materiais exteriores, as cerimônias extravagantes dos cultos das religiões
desaparecidas, das crenças extintas, que se realizavam nos templos e criptas sagrados,
tinham por fim chocar a imaginação do povo, sob o qual fora estendido um “véu exterior e
brilhante”, com a intenção de ocultar das massas os grandes mistérios das realidades do
mundo espiritual.

Por trás desses véus, as religiões antigas apareciam sob aspecto diverso, revestindo-se de caráter grave e
elevado, simultaneamente científico e filosófico. Seu ensino era duplo: de um lado, exterior e público,
propagando os ensinamentos ditos “exotéricos”, a saber, as informações e instruções liberadas aos leigos
ou profanos; de outro lado era interior e secreto, reservando os ensinamentos e conhecimentos
“esotéricos” somente aos iniciados nos antigos mistérios. Um exemplo disso foi a transmissão de
conhecimentos sobre Magia, entendida como arte de empregar conscientemente poderes invisíveis para
obter efeitos visíveis. Tais recursos, empregados para fins benéficos, significam “magia branca”, mas quem
os empregar para o mal então pratica “magia negra”.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 6

Em conseqüência, desde a antiguidade das civilizações existiram homens poderosos que desenvolveram
suas forças ocultas e as empregaram na magia branca, a serviço do próximo, enquanto os malfeitores
praticaram a magia negra visando aos seus exclusivos interesses e domínio nefandos. Para evitar que
esses conhecimentos ocultos fossem franqueados a criaturas mal intencionadas ou despreparadas, que
deles fariam mau uso, eles foram revestidos de símbolos e alegorias inofensivas, e ocultos na liturgia e
alegoria religiosas.

Todas as grandes religiões do passado tiveram, portanto, duas faces: uma aparente, a “forma ou a letra”, e
outra oculta, encerrando o seu “espírito”. O Bramanismo na Índia, o Hermetismo no Egito, o Politeísmo na
Grécia, e o próprio Cristianismo em suas origens apresentaram esse duplo aspecto. Seus adeptos eram
escolhidos, preparados desde a infância para a carreira que deveriam preencher e depois eram
gradualmente levados à plenitude intelectual, de onde podiam dominar e julgar a vida. Os princípios da
ciência secreta lhes eram comunicados na proporção relativa ao desenvolvimento de suas inteligências e
qualidades morais.

O processo de iniciação, no lado oculto das religiões antigas, constituía para os seus adeptos uma
refundição completa do caráter e um acordar das faculdades latentes da alma, entre as quais se destacava
a mediunidade.

Somente quando tinha conseguido extinguir em si próprio o fogo das paixões, suprimir os
desejos impuros e orientar os impulsos do seu ser para o Bem e para o Belo, é que o adepto
podia participar dos grandes mistérios, passando então a obter certos poderes sobre as
forças da natureza e a se comunicar com as potências ocultas do Universo.

Os iniciados passavam então a conhecer os segredos das forças fluídicas e magnéticas, pois que a ciência
oriental dos santuários havia explorado o domínio dos fenômenos do sonambulismo e da sugestão.

Neles encontravam meios de ação incompreensíveis para o vulgo, mas facilmente hoje explicáveis pelo
Espiritismo, pois nada havia de sobrenatural nesse mundo oculto, conhecido dos antigos e regido por leis
exatas e que, justamente ao contrário, constituíam uma manifestação das forças sutis, face então
ignorada da Natureza.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 7

Os ensinamentos secretos abriam ao pensamento dos iniciados perspectivas suscetíveis de


causarem desequilíbrios aos espíritos mal preparados que, ao vislumbrarem o infinito, ficavam
perturbados e desvairados, sendo, portanto, vedados às almas mais débeis e somente reservados
aos mais fortes e valentes; daí a necessidade de passarem pelos processos de iniciação.

Os iniciados, após adquirirem o conhecimento das leis superiores do espírito, praticavam uma fé
esclarecida, com serena confiança no futuro e tolerância para com todas as demais crenças religiosas, por
inferirem que a verdadeira religião se eleva acima de todas as crenças.
Todos os ensinamentos religiosos do passado na verdade se ligam, porque em sua base se encontra uma
só e mesma doutrina, transmitida de idade em idade a uma série ininterrupta de sábios e pensadores.

Essa doutrina secreta da antiguidade, mãe das religiões e das filosofias, revestiu-se de aparências diversas
no decorrer das idades, mas sua base permaneceu imutável em toda parte. Nascida simultaneamente na
Índia e no Egito, daí passou ao ocidente acompanhando as ondas migratórias, espalhando-se por todos os
países ocupados pelos celtas e difundindo em seu esteio as práticas mediúnicas entre os seus iniciados.

Por toda parte, através da sucessão dos tempos, em diferentes povos se verificou a existência e a
perpetuidade de um ensino secreto que se encontra no fundo de todas as grandes concepções religiosas ou
filosóficas do passado.

Os sábios, os pensadores, os profetas dos templos, dos mais diversos países nele acharam a energia e a
inspiração, que os fizeram empreender grandes coisas e transformar almas e sociedades, sempre as
impelindo para frente no estado evolutivo do progresso, revelando uma grande e misteriosa corrente
espiritual saída do mundo invisível que a tudo domina e envolve, onde vivem e atuam os grandes Espíritos
que têm servido de guias à humanidade terrena, e que com ela jamais cessaram de se comunicar.

1.3.1. A MEDIUNIDADE NOS PRÓDROMOS DO HINDUISMO

O hinduísmo, também chamado bramanismo, é considerado a mais antiga religião do mundo. Seus livros
sagrados são os Vedas e, posteriormente, os Upanishads, palavra sânscrita que significa “sentar-se ao
lado”, (isto é, “lição oral”), tidos como conclusão dos Vedas. Considerado o código religioso mais antigo que
se conhece, os Vedas remontam a datas muito recuadas na História, admitindo-se ter o mais antigo e o
mais importante desses textos sagrados, o Rig-Veda, surgido há cerca de 10.000 a.C.

Esses escritos antiqüíssimos, cuja idade correta ainda não pôde ser fixada, constituem o molde em que se
formou a religião primitiva da Índia e são os primeiros livros em que se encontra exposta a doutrina secreta,
fundo de todas as religiões e dos livros de todos os povos.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 8

Durante a época védica, anacoretas “rishis” (sábios videntes) passavam o dia em retiro na vasta solidão dos
bosques e às margens de rios e lagos; como intérpretes da ciência oculta, a doutrina secreta dos Vedas,
eles possuíram misteriosos poderes que, transmitidos de século em século, exercem ainda hoje os
chamados “faquires” e “iogues”.

Desde tempos imemoriais, os sacerdotes brâmanes, iniciados nos mistérios sagrados, preparavam
indivíduos chamados “faquires” para a obtenção dos mais notáveis fenômenos mediúnicos, tais como a
levitação, o estado sonambúlico até o nível de êxtase, a insensibilidade hipnótica a dor, entre outros, além
do treino para a evocação dos “pitris” (espíritos que vivem no Espaço, depois da morte do corpo), cujos
segredos eram reservados somente àqueles que “apresentassem quarenta anos de noviciado e de
obediência passiva”.

Os Vedas trazem referências às comunicações mediúnicas, por exemplo, através do grande legislador
Manu: “Os espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes convidados para
as cerimônias em comemoração aos mortos, sob uma forma aérea, seguem-nos e tomam lugar ao seu lado
quando eles se assentam”. O antigo texto sagrado hindu “Bagavatta” declara: “Muito tempo antes de se
despojarem do envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem, como as que habitam o corpo dos
“sannyassis” e dos “vanaprastha” (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as
almas que as precederam no “swarga” (mundo espiritual); é sinal que para essas almas, a série de
transmigrações sobre a Terra terminou”.

Krishna, educado pelos ascetas no seio das florestas de cedros no sopé da Himalaia, apareceu na História
como o primeiro dos reformadores religiosos dos missionários divinos, renovou as doutrinas védicas, e
afirmava no livro sagrado “Mahabhârata”: “Muito tempo antes de se despojarem de seu envoltório mortal, as
almas que só praticaram o bem adquirem a faculdade de conversar com as almas que as precederam na
vida espiritual”. E isso ainda hoje é afirmado pelos brâmanes na doutrina dos “Pitris”, pois, em todos os
tempos a evocação dos mortos tem sido uma de suas formas de liturgia.

1.3.2 A MEDIUNIDADE NA RELIGIÃO DO ANTIGO EGITO

A religião desempenhou um papel predominante na vida dos antigos egípcios, deixando sua marca em
quase todos os setores de sua civilização, a ponto de sua arte ser uma expressão de simbolismo religioso,
e de sua literatura e filosofia estarem embebidas de ensinamentos religiosos. As concepções filosófico-
religiosas no antigo Egito propagavam a idéia de um universo eterno regido por uma inteligência suprema, a
noção de ciclos de acontecimentos que se reproduziam constantemente, e a doutrina das causas naturais,
lastreados num idealismo moral e ético.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 9

Seus adeptos criam na consciência inalterável de Deus como o Arquiteto do destino humano, na
imortalidade da alma, na providência divina, no perdão dos pecados e nas recompensas e punições depois
da morte. Contudo, a verdadeira alma do Egito, o segredo de sua vitalidade e do seu papel histórico, reside
na doutrina secreta dos seus sacerdotes, cuidadosamente velada sob os mistérios de Ísis e Osíris, e
experimentalmente analisada, no fundo dos templos, por iniciados de todas as classes e de todos os
países.

O culto popular de Ísis e de Osíris não era senão uma brilhante miragem oferecida à multidão. Debaixo da
pompa dos espetáculos e das cerimônias públicas, ocultava-se o verdadeiro ensino dos pequenos e
grandes mistérios.

Sob formas austeras, os princípios dessa doutrina secreta foram, posteriormente, expressos nos livros
secretos de autoria de Hermes, identificação feita pelos gregos ao deus egípcio Toth, cujo conteúdo incluía
o conhecimento da teologia e da filosofia (Hermetismo erudito), da astrologia, alquimia e magia,
(Hermetismo popular), apelidado “Trismegisto” (três vezes grande), autor ou inspirador de 42 livros: 36
conteriam a ciência dos egípcios e os restantes, os conhecimentos da medicina, constituindo assim uma
vasta enciclopédia; mas nem todos chegaram até os tempos atuais.

De forma idêntica às práticas religiosas da antiga Índia, as faculdades mediúnicas no Egito foram
desenvolvidas e praticadas no silêncio dos templos sagrados sob o mais profundo mistério, e
rigorosamente vedadas à população leiga.

Hermes Trismegisto afirmava, em relação aos conhecimentos ocultos, entre os quais se achava o
mediunismo: “O véu do mistério cobre a grande verdade, pois o conhecimento total desta só pode ser
revelado àqueles que atravessarem as mesmas provas que nós (“provas iniciáticas”). É preciso medir a
verdade segundo as inteligências, velá-la aos maus, que dela fariam arma de destruição”.

A iniciação nos templos egípcios era cercada de numerosos obstáculos e de reais perigos, cujas provas
físicas e morais eram longas e múltiplas, passando, entre outras, pelas provas da morte, do fogo, da água e
da escravidão dos sentidos. Exigia-se o juramento de sigilo, e a menor indiscrição era punida com a morte.
Essa temível disciplina dava forma e autoridade incomparáveis à iniciação e à religião secreta. À medida
que o adepto avançava em seu curso, descortinavam-se-lhes os véus, fazia-se mais brilhante a luz e se
tornavam mais vivos e animados os símbolos. O alvo mais elevado a que um iniciado podia aspirar era a
conquista dos poderes sobrenaturais, cujo emblema era a coroa dos magos.

Saídos de todas as classes sociais, mesmo das mais ínfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores
do Egito; os reis, por eles escolhidos e iniciados, só governavam a nação a título de mandatários.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 10

Todos os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do Antigo Egito poderes que pareciam
sobrenaturais e misteriosos. Os magos dos faraós realizavam todos esses prodígios que são referidos na
Bíblia; mas, deixando de lado o que pode haver de lendário nessas narrações, é bem certo que eles
evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem a
essas práticas.

Portanto a comunicação com os espíritos sempre existiu e é tão velha quanto o mundo. Se o próprio Moisés
proibiu o intercâmbio do povo hebreu com os mortos, é porque isso era razoavelmente possível.

Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face dos poderes
mediúnicos, que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de prestidigitação.
A ciência dos sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito a ciência atual, pois conheciam
o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sono provocado, praticavam largamente a
sugestão, provocavam a clarividência com fins terapêuticos e eram célebres pelas práticas de
curas hipnóticas.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 11

2. A FACULDADE MEDIÚNICA E O ESPIRITISMO

É evidente que o despertamento do “homem interno” pela disciplina esotérica e a exigência moral
superior, que formam as bases da iniciação nos templos iniciáticos, são dignas de acatamento. Mas,
embora louvando a iniciação tradicional que, desde épocas remotas, gradua o discípulo estudioso e
disciplinado para receber o seu mestre ou “guru” no momento de seu despertamento espiritual, deve-se
advertir que a humanidade terrena atingiu atualmente o período do seu mais grave e doloroso reajuste
cármico.

Os tempos apocalípticos atuais e a época profética de “Fim dos Tempos” reclamam abertura de todas as
portas dos templos iniciáticos, pois o fenômeno mediúnico generaliza-se à luz do dia e se manifesta
quotidianamente a todos os homens, independente de raça, casta, cultura ou situação financeira.

Quando o Alto convocou o espírito hábil, genial e laborioso de Allan Kardec para codificar a Doutrina
Espírita e disciplinar a prática mediúnica, já tencionava livrar a humanidade dos sortilégios, das invocações
lúgubres, das posturas melodramáticas, dos compromissos ridículos, da magia exaustiva e dos ritos
extravagantes.

Ainda no século XIX, só os iniciados mais felizes sabiam manipular os ingredientes mágicos e promover o
clima de “suspense”, destinados a proporcionar o ambiente favorável para se manifestarem as entidades do
outro mundo. Depois de exaustivos rituais e cantilenas cabalísticas, longo desperdício de tempo, emprego
de drogas misteriosas e uso de instrumentos exóticos, eles então conseguiram algumas fugazes
materializações de “larvas” ou entes do astral inferior, que se moviam à guisa de fenômenos importantes e
assustadores.

Sem dúvida, houve magos que também puderam vislumbrar algumas almas elevadas e seres
resplandecentes, mas isso não lhes aconteceu por força dos ritos ou das práticas extravagantes, porém
devido ao seu próprio caráter nobre e à sua melhor graduação espiritual.

Embora o fenômeno mediúnico seja manifestação intrínseca do mundo espiritual invisível, ele
se manifesta entre os homens de acordo com a sensibilidade, a cultura, a moral, a capacidade
nervosa e a dependência do compromisso assumido pelos médiuns antes de se encarnarem.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 12

No entanto, a sua técnica nas relações entre os “vivos” e os “mortos” poderá melhorar consideravelmente,
assim que houver maior cooperação da própria ciência terrena, ajudando a eliminar as excrescências
mórbidas e os fatores nocivos e ridículos do falso mediunismo. Aliás, inúmeros cientistas e homens de
letras, desde o aparecimento do Espiritismo, já contribuíram salutarmente para livrá-lo de superstições e
ritos indesejáveis.

É certo que atualmente já não existem as fogueiras da Idade Média, quando as autoridades eclesiásticas
torravam os médiuns por considerá-los feiticeiros mancomunados com o Diabo; mas, infelizmente, ainda
permanecem acesas as chamas do sarcasmo, da calúnia, do despeito e da injúria! Num extremo, os
cientistas envaidecidos pelos seus pruridos acadêmicos atacam os médiuns e clamam contra o perigo de
uma psicose espirítica coletiva; noutro lado, o sacerdócio organizado os excomunga de seus púlpitos,
injuriando-os diante da imagem do próprio Jesus, que foi um defensor do amor incondicional! Mas ninguém
poderá deter a marcha evolutiva do Espiritismo, pois os bons médiuns de hoje já dominam os mesmos
fenômenos que antigamente exaltavam os profetas, os oráculos, as pitonisas, os astrólogos, as sibilas e os
magos.

Graças ao espírito sensato e inteligente de Allan Kardec, as relações mediúnicas entre os encarnados e os
desencarnados já se efetuam desembaraçadas das complicações, das verborragias e dos desperdícios de
tempo, que eram essenciais à velha magia, pois as práticas mediúnicas sadias nos seio do Espiritismo
ocorrem sem ritos exaustivos ou práticas misteriosas.

Quer os médiuns kardecistas de “mesa”, durante as comunicações copiem os notáveis tribunos, expondo
em linguagem culta e castiça o pensamento dos desencarnados; quer os “cavalos” de Umbanda cuidem dos
filhos do terreiro, transmitindo os conselhos dos “pais de terreiro” em linguagem simples ou arrevesada;
quer os esoteristas, em suas “sessões brancas”, se digam inspirados para as prédicas doutrinárias; e os
teosofistas confiem unicamente nos seus mestres tradicionais, ou os discípulos iniciáticos aguardem o seu
“mestre” no momento de sua maturidade espiritual, isso tudo enfim não passa de fenômenos mediúnicos,
embora varie o ambiente de sua manifestação e seja diferente o rótulo de cada conjunto religioso ou
espiritualista.

Foi o Alto, e não o homem terreno, quem atribuiu ao Espiritismo a vigilância e o controle da
manifestação mediúnica na Terra, além da divulgação dos seus postulados de esclarecimento
da Vida Imortal e de renovação moral do homem.

Os fenômenos de materializações e as mais diversas manifestações mediúnicas de comunicação entre


vivos e mortos já foram perquiridos, analisados e concluídos pelos mais avançados homens de ciência.
Assim, médicos, filósofos, químicos, escritores e estudiosos, como Gabriel Delanne, Leon Denis, Aksakoff,
Paul Gibier, William Crookes, Césare Lombroso, Bozzano, Carl Duprel, Gonzáles Soriano, Oliver Lodge,
Conan Doyle, Dennis Bradley e outros, recorreram aos mais avançados aparelhamentos de laboratório e de
investigações precisas, concluindo pela realidade dos fenômenos mediúnicos e pela lógica dos postulados
espiritistas. Não importa se os adversários do Espiritismo alegam que tais cientistas foram ingênuas cobaias
nas mãos de hábeis prestidigitadores! Os aparelhos de precisão e máquinas fotográficas que registraram as
experiências não mentem nem distorcem os fenômenos!

Só depois do advento do Espiritismo é que realmente surgiu um corpo organizado, um sistema competente,
filosófico, religioso e científico, com o intuito de disciplinar e controlar as experiências com os
desencarnados. Os espíritos então preencheram as necessidades dos indagadores; e, além de
comprovarem a imortalidade da alma, ainda ofereceram diretrizes para o melhor comportamento do homem
no intercâmbio com os “falecidos”. Antes da codificação espírita, os magos, feiticeiros e iniciados mantinham
intercâmbio com os desencarnados, mas só o conseguiam através de práticas absurdas e complexas, para
lograr um breve e confuso contato com o mundo oculto.

A codificação espírita é a responsável pela prática mediúnica mais sadia e sensata nas relações entre os
“mortos” e os “vivos”, atendendo a promessa de Jesus de que enviaria o “Consolador” para derramar-se
pela humanidade. Desde que o Espiritismo não é uma iniciativa destinada exclusivamente à especulação
filosófica “extraterrena”, mas ainda deve zelar pelo exercício eficiente e sensato da mediunidade entre os
homens, então realmente lhe cabe vulgarizar o intercâmbio com os “mortos”, para melhor esclarecimento
dos “vivos”.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 13

O médium difere do tradicional adepto filiado aos templos iniciáticos, porque deve enfrentar
as suas provas e tentações à luz do dia, entre as atividades e vicissitudes cotidianas.

O discípulo da iniciação oculta deve provar suas virtudes e vontade através de símbolos e das reações
provocadas pelos “testes” iniciáticos, ao passo que o médium enfrenta as mais duras provas no convívio da
família, no ambiente de trabalho, nas suas relações cotidianas, nas obrigações sociais e durante as
deficiências da saúde.

O Espiritismo foi inspirado pelo próprio Mestre Jesus para esclarecer os homens, cabendo-lhe atender
desde os cérebros mais cultos até os mais pobres de entendimento intelectual. Assim como o Divino Amigo
desceu à Terra para servir a “todos” os homens, o Espiritismo também assumiu a responsabilidade crítica
de atender toda a humanidade, sem qualquer exceção de seita religiosa, casta social ou privilégio de
cultura.

Alguns críticos afirmam que a fenomenologia mediúnica, sob os auspícios do Espiritismo, só atende a um
sentido espetacular, uma vez que os fenômenos do mundo oculto impressionam os sentidos físicos do
homem, mas não contribuem para despertar a sua natureza Angélica. De fato, a fenomenologia mediúnica,
considerada exclusivamente como espetáculo incomum aos sentidos humanos, não é suficiente para
modificar o raciocínio do homem impertinente.

Os fenômenos mediúnicos podem “convencer” o homem de sua imortalidade sem, no entanto, o


“converter” à vida moral superior, pregada pelos mais abalizados instrutores do reino angélico.

É justamente por isso que o Evangelho é a base ou o cimento indestrutível da Codificação Espírita, porque
o homem, além de reconhecer-se imortal, deve também angelizar-se através da mensagem do Cristo.
Assim, pois, que vale a convicção salutar de sua imortalidade, se ele não se prepara para usufruir a ventura
espiritual depois da morte física? Evidentemente, o Espiritismo não é culpado por muitos de seus adeptos
não lhe seguirem os princípios de libertação espiritual e renovação moral, preferindo apenas usufruir-lhe os
fenômenos que só afetam os sentidos físicos.

A despeito de muitos afirmarem que a generalização da prática mediúnica sensibiliza prematuramente o


homem, colocando-o em relação e contato desvantajoso com o astral inferior, quando ele ainda não
desvendou os meios de defesa psíquica contra o assédio perigoso dos espíritos perversos e mistificadores,
vale lembrar que nenhuma criatura precisa “desenvolver” sua mediunidade, para depois se ligar ao mundo
oculto inferior!

Os asilos de loucos estão repletos de indivíduos egressos de todas as religiões e condições humanas, que
de algum modo exercitaram sua mediunidade ou participaram de algum movimento espiritualista. Eles se
arruinaram pela índole moral deficiente, pelo vício, pela fraqueza moral e espiritual ou pelo débito cármico
do passado, e não por qualquer “exercício mediúnico” !

O contato perigoso com espíritos inferiores não é fruto exclusivo da freqüência dos trabalhos
mediúnicos de mesa ou de terreiro, mas depende muitíssimo da natureza dos pensamentos e
das emoções do homem.

São atitudes desfavoráveis que sensibilizam mediunicamente qualquer pessoa para ligá-la às entidades das
sombras:

• a corrupção moral;

• o vício degradante;

• a paixão inferior;

• a lascívia mental ou verbal.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 14

Enquanto Rasputin, sem freqüentar qualquer trabalho de desenvolvimento mediúnico, punha-se em contato
diário com os espíritos diabólicos, Francisco de Assis, atuando noutra faixa vibratória, podia comunicar-se
com Jesus!

O Espiritismo pesquisa, estuda, controla e divulga o fenômeno mediúnico e as relações com os


desencarnados, pois isso realmente lhe constitui a base prática dos seus princípios doutrinários em
conexão com a Lei do Carma e da Reencarnação. Tratando-se de doutrina que não depende de rituais,
compromissos religiosos ou iniciáticos, e não firma sua divulgação nos ingredientes da magia terrena, mas
sim na elevação moral na vida prática, o Espiritismo é realmente o mais credenciado movimento
espiritualista para popularizar os fenômenos de contato com o Além. Embora concordando em que todos os
homens são espíritos encarnados, e conseqüentemente médiuns potencialmente inatos, não é preciso que
o homem seja necessariamente espírita para só então ser considerado médium; o importante é que ele seja
bom e digno a fim de cercar-se de boas influências e atrair os bons espíritos.

O Catolicismo o e Protestantismo não admitem a mediunidade com a denominação específica que lhe dá o
Espiritismo, mas consideram-na uma “graça” extemporânea que Deus só concede às almas santificadas. No
entanto, a interpretação diferente ou a denominação do fenômeno mediúnico não lhe muda o caráter só
porque se revela noutro ambiente espiritualista ou ocorre num seio religioso adverso aos postulados
espíritas.

Tanto a Bíblia como as histórias das religiões católicas e protestantes estão repletas de relatos de visões e
outros fenômenos mediúnicos, malgrado os explicarem à conta de “milagres” ou “graças” inesperadas
outorgadas por Deus. E isso se comprova pelas visões proféticas de Dom Bosco, Francisco de Assis,
Antônio de Pádua, Papa Pio XII, Tereza de Jesus e outros, inclusive pelas aparições de Lourdes e Fátima,
que também não passam de fenômenos mediúnicos registrados por crianças e por pessoas “médiuns”.

Muito embora certas instituições espiritualistas procurem sublimar ou aristocratizar os acontecimentos


incomuns do intercâmbio de seus adeptos com o mundo oculto, esses foram médiuns na acepção exata e
vulgar da palavra, apesar de tentarem disfarçar os fenômenos mediúnicos com uma terminologia iniciática.
A diferença é que o Espiritismo trata o assunto da mediunidade às claras, sem “tabus” iniciáticos ou
nomenclaturas complexas; ele os expõe à luz do dia e os examina sem quaisquer ritualismos complicados.

O homem que é beneficiado pelo Alto com o “acréscimo” da faculdade mediúnica, através
da Doutrina Espírita, conhece quais são os seus deveres para com o mundo físico e a sua
responsabilidade para com a própria alma!

Mas, acima de tudo, quer o médium seja beneficiado pela riqueza ou senhor de um cérebro genial,
glorificado pelo academicismo do mundo, ou então apenas criatura paupérrima e ainda onerada pelo fardo
da família, o seu dever é servir na medida de suas forças, pois isso é também a tarefa de sua própria
redenção espiritual.

Desprezando-se todas as interpretações sibilinas, as nomenclaturas afidalgadas e as graduações


excepcionais dos acontecimentos iniciáticos de muitas instituições espiritualistas, em essência elas são
puro fenômeno mediúnico. Como exemplo, pode-se citar a Sociedade Teosófica, em que Helena
Blavatsky, o bispo anglicano Leadbeater, Geoffrey Hodson, Elsa Barker e outros filiados eram médiuns que
receberam comunicações diretas ou indiretas do mundo oculto, apesar de lhes darem uma procedência
completamente oposta ao fenômeno propriamente mediúnico e o modo como o encara a Doutrina Espírita.
Embora tais movimentos espiritualistas ou religiosos não usem em seus domínios o vocábulo “médium” na
sua expressão espiritista, nem por isso os seus medianeiros deixaram de se enquadrar na técnica sideral da
manifestação mediúnica, quando captavam mensagens diretamente de seus Mestres, ou o faziam por
intuição.

As escolas Teosóficas, Rosa-Cruz, Esotéricas e Yogas sempre evitaram em seus ensinamentos e práticas o
contato mediúnico com as regiões inferiores do mundo invisível, assegurando que: “assim que o discípulo
está pronto, o Mestre também aparece”. Louvavelmente, propõe que os seus adeptos se modifiquem
primeiramente em sua intimidade espiritual, para só depois tentarem as relações com os seres etéreos do
mundo invisível.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 15

Não há dúvida de que se trata de uma disposição sadia, meritória e sensata em relação ao mediunismo,
mas nesse campo o Espiritismo revela-se movimento popular e de amplitude geral, destinado a todos os
homens. Muito antes de atender somente àqueles que já se colocam no “Caminho da Verdade”, ele se
destina a amparar principalmente os homens incrédulos, desajustados e torturados pela eclosão de sua
mediunidade de prova.

O despertamento da faculdade mediúnica nos médiuns de prova exige cuidados urgentes e


roteiro seguro, a fim de se evitar o fracasso do programa delineado pelos mentores no Astral.

A manifestação mediúnica não depende da crença ou poderio religioso, nem de convicções pessoais do
homem ou do ambiente onde vive, mas é conseqüência inalterável do compromisso que o espírito assumiu
antes de se reencarnar, cujo mandato ele requereu em seu próprio benefício e deve ser cumprido na hora
aprazada.

Quer então seja ateu, participe do ambiente espírita, devote-se a qualquer seita religiosa ou tenha se
comprometido com alguma instituição iniciática, a faculdade mediúnica de “prova” eclode no momento exato
em que se deve realmente iniciar a sua tarefa sacrificial.

Ignoram muitos teósofos, esoteristas, rosa-cruzes e alguns outros fraternistas filiados a cursos iniciáticos
que, embora se deva louvar o método ideal de o homem desenvolver conscientemente suas faculdades
ocultas, independentemente do intercâmbio espiritual sadio com as almas superiores, desde que reencarne
na matéria comprometido em exercer a “mediunidade de prova”, tem ele que se submeter ao processo
gradativo e disciplinado pela técnica espírita de desenvolvimento, preconizada por Allan Kardec. No
entanto, os homens que, devido ao seu elevado aprimoramento espiritual, são médiuns naturais, já
usufruindo o dom espontâneo da intuição pura, é fora de dúvida que sempre apresentarão as condições
psíquicas incomuns e satisfatórias para lograrem graduação destacada em qualquer doutrina ou
instituição iniciática, sem precisar exercer a função passiva de médium em serviço com os espíritos do
astral inferior.

Já aqueles que, em vidas pretéritas, abusaram do seu comando mental e serviram-se de sua inteligência
lúcida para tripudiar sobre os menos agraciados pela sorte, que pela cupidez, egoísmo, avareza ou calúnia
usufruíram os bens alheios, semeando prejuízos irreparáveis, hão de cumprir o seu mandato mediúnico
na condição humilhante de ceder sua organização carnal para que velhos adversários, comparsas ou
vítimas do passado possam reajustar-se mais brevemente aos preceitos do Cristo.

2.1 ESPIRITISMO x MEDIUNISMO

É conveniente, de início, distinguir-se o que é Espiritismo e o que significa Mediunismo. Espiritismo é


doutrina disciplinada por um conjunto de leis, princípios e regras, que tanto orientam as relações entre os
espíritos encarnados e os desencarnados, como também promove a renovação filosófica e moral dos seus
adeptos. No entanto, a faculdade mediúnica pode existir independentemente de a criatura ser espírita ou
mesmo indiferente aos fenômenos mediúnicos.

Há médiuns que operam em vários setores espiritualistas, mas não aceitam nenhum dos postulados
básicos do Espiritismo, assim como também existem espíritas que são alérgicos às sessões mediúnicas e
se interessam exclusivamente pelo conteúdo filosófico da doutrina.

Aliás, muitas vezes é preferível admitir unicamente os conceitos lógicos e sensatos com que Allan Kardec
integrou a codificação espírita, antes mesmo de se buscarem provas e coligirem os princípios doutrinários
do Espiritismo por intermédio de alguns médiuns manhosos, tolos, anímicos e preguiçosos, que nem
sempre mantém conduta regular no mundo profano.

Só pelo fato de se verificar a atuação de espíritos em qualquer gênero de trabalhos mediúnicos, não se
infere disso que ali se pratique Espiritismo. A Doutrina Espírita só é realmente confirmada em sua prática
quando, independentemente dos fenômenos mediúnicos, os seus adeptos aceitam e cultuam as suas
regras e os seus princípios morais elevados no trato da vida material.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 16

É necessário que os adeptos da Doutrina Espírita, muito além de assíduos espectadores das reuniões
mediúnicas e pedintes contumazes e incorrigíveis dos benefícios doados pelo Além, se integrem, também,
ao cumprimento incondicional dos seus postulados morais que devem melhorar a conduta do homem.

Antes da Codificação Espírita, já existiam espíritos sofredores que eram doutrinados no Espaço, e
dispensavam os trabalhos mediúnicos na Terra, pois isso é tarefa comum no Astral, e dispensa mesmo a
interferência dos encarnados. Mas, em face da época profética de “fim de tempos” e seleção espiritual, além
da carga magnética inferior que satura todo o orbe, os Mestres Siderais autorizaram a eclosão da
mediunidade entre os homens, a fim de cooperarem espiritualmente na redenção dos seus irmãos infelizes
desencarnados. Em conseqüência, o Espiritismo é o movimento espiritualista mais eficiente e sensato para
disciplinar os médiuns e orientar-lhes as relações perigosas entre “vivos” e “mortos”, dando-lhes a garantia e
segurança contra as investidas malfeitoras do mundo oculto; por isso, é doutrina sem mistérios, tabus ou
compromissos religiosos.

3. A MEDIUNIDADE NOS TEMPOS ATUAIS E O CONSOLADOR PROMETIDO

Assim se manifestou o Divino Amigo, com suas palavras inesquecíveis: “Se me amais, guardai os meus
mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente
convosco o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê e absolutamente não o
conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador,
que é o Santo Espírito que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar
tudo o que vos tenho dito”. (João, capítulo XIV, versículos 15, 16, 17 e 26).

Procurando-se o sentido exato da figura que Jesus enunciou na promessa referida, verifica-se que ele
aludiu em particular a espíritos desencarnados de ordem superior, ou seja, às equipes de estirpe Angélica.
Sob a alegoria do “Espírito Santo”, ou o “Consolador” prometido, não é difícil se identificar as cortes, as
falanges ou os exércitos angélicos que já operam atualmente através de médiuns dignos e desinteressados
dos tesouros do mundo ilusório da carne. Explicando que o Consolador seria o Espírito Santo capaz de
ensinar aos homens “todas as coisas e ainda recordar suas próprias palavras”, não há dúvida de que Jesus
se referiu aos Espíritos Benfeitores Angélicos, desde que só estes é que, realmente, por intermédio da
faculdade mediúnica do homem, poderiam ensinar “essas coisas, pregar o Evangelho e recordar suas
próprias máximas”.

É evidente que, pelo fato de Jesus haver se referido a “outro” Consolador, em sua promessa profética, ele
quis advertir de que na Terra já havia se manifestado anteriormente “um” Consolador, que seria Ele mesmo,
com a missão de salvar o homem da animalidade inferior. Desde que o Mestre foi realmente um salvador da
humanidade, deve-se considerá-lo como esse primeiro Consolador que, através do Evangelho, sintetizou
aos homens as próprias Leis regentes da Vida Cósmica. Mas, o “outro” Consolador, portanto o Espírito
Santo, ainda por vir e a derramar-se sobre a carne, em todas as criaturas, traria o ensinamento “salvador”
diretamente do mundo espiritual, servindo-se das vozes dos próprios espíritos desencarnados e imortais. É
muitíssimo claro que só um espírito imortal é que, evidentemente, poderia ficar eternamente com os
terráqueos.

Jesus também esclareceu que os povos de sua época messiânica ainda não podiam “ver” ou “conhecer” o
Espírito de Verdade porque, é fora de dúvida, não estavam mentalmente capacitados e mediunicamente
sensibilizados para compreender e recepcionar com êxito a mensagem dos espíritos elevados.

Na primeira revelação do Consolador aos homens, Jesus foi o único representante direto do Santo Espírito,
pois só Ele conversava, ouvia e confabulava com os “anjos” sobre a salvação do homem. Mas, de
conformidade com o seu vaticínio, esse mesmo Espírito Santo, em sua segunda vinda, ensinaria aos
homens todas as coisas, comprovando a glória e a justeza dos ensinamentos do Evangelho.

Há ainda na enunciação do Mestre um tópico indiscutível e que confirma plenamente a sua referência sobre
a faculdade mediúnica a derramar-se entre os homens nos tempos atuais: é justamente quando ele
menciona que o Consolador, o Santo Espírito, faria os homens recordarem-se de tudo o que Ele, Jesus,
dissera anteriormente. Na verdade, graças ao intercâmbio mediúnico, que progride gradativamente,
familiarizando os espíritos desencarnados com os homens, pouco a pouco também se restabelece
corretamente a identidade do Mestre em sua pregação terrena.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 17

Algumas obras psicografadas por médiuns ajuizados e competentes já revelaram com mais nitidez o porte
exato de Jesus, naquela época, e o distanciam das obras milagrosas e das contradições psicológicas no
seu tipo espiritual, quando a história religiosa lhe atribui a função de mago de feira deslumbrando multidões
no cenário bíblico da milenária Judéia.

Os espíritos de responsabilidade, em suas comunicações mediúnicas, isentam cada vez mais o Mestre das
prendas tolas com que o adornou a ignorância humana, assim como desfazem o mito religioso do seu
nascimento contrário às leis respeitáveis da genética humana.

Em verdade, o Santo Espírito ou o Consolador prometido é o “conjunto” dos espíritos sábios,


benfazejos e angélicos que, através dos médiuns, ensinam aos homens as coisas que só o atual
progresso da mente humana permite avaliar e conhecer.

4. MEDIUNIDADE E CIÊNCIA

Os fenômenos mediúnicos já se generalizam de tal forma, no século atual, que se manifestam tanto aos
homens que os desejam ou procuram, como entre aqueles que os detestam ou os temem, acreditando
serem manifestações diabólicas. Malgrado o prestígio da Ciência acadêmica no mundo atual, os cientistas
terrenos já não podem fugir à contingência imperiosa de estudarem a mediunidade, cada vez mais atuante
no seio da humanidade terrena.

Em países mais cultos, se efetuam pesquisas e estudos sérios no gênero, embora ainda sob o rótulo de
“parapsicologia”, nomenclatura que atende aos superficialismos da vaidade acadêmica. O cientista, no
entanto, só em raros casos se acha liberto da prerrogativa religiosa ou do preconceito acadêmico,
geralmente desinteressado de submeter o fenômeno mediúnico ao estudo das faculdades superiores. Mas
a verdade é que a ciência do mundo não poderá fugir a sua própria missão de sanear a prática da
fenomenologia mediúnica no futuro, quando os laboratórios também ajudarão a selecionar os médiuns
verdadeiros dos charlatões, dos histéricos, mercenários ou enfermiços que, por vezes, militam no
espiritismo sem possuir as credenciais exigidas para a tarefa.

Considerando-se que o Criador permanece integrado em toda a Sua Obra, é evidente que Ele também
opera através da ciência do mundo material, como um dos recursos benfeitores para a mais breve felicidade
de seus filhos. E quando o fenômeno mediúnico se impuser definitivamente à ciência profana, os médiuns
também se livrarão da tradicional excomunhão dos próprios sacerdotes que, irritados pela mensagem
sensata do Espiritismo, ainda confundem o século atual com a época sombria da Inquisição, quando
queimavam ciganos, bruxos e esoteristas à guisa de afilhados do demônio!

5. NATUREZA DA FACULDADE MEDIÚNICA

A mediunidade é um patrimônio do espírito: é faculdade que se engrandece em sua percepção psíquica,


tanto quanto evolui e se moraliza o espírito do homem. A sua origem é essencialmente espiritual e não
material. Ela não provém do metabolismo do sistema nervoso, como alegam alguns cientistas terrenos, mas
enraíza-se na própria alma, onde a mente, à semelhança de eficiente usina, organiza e se responsabiliza
por todos os fenômenos da vida orgânica, que se iniciam no berço físico e terminam no túmulo.

A mediunidade é faculdade extraterrena e intrinsecamente espiritual; em sua manifestação no campo de


força da vida material, ela pode se tornar o elemento receptivo das energias sublimes e construtivas
provindas das altas esferas da vida Angélica. Quando é bem aplicada, transforma-se no serviço legítimo da
angelitude, operando em favor do progresso humano. No entanto, como recurso que faculta o intercâmbio
entre os “vivos” da Terra e os “mortos” do Além, também pode servir como ponte de ligação para os
espíritos das sombras atuarem com mais êxito sobre o mundo material.

Muitos médiuns que abusam de sua faculdade mediúnica e se entregam a um serviço mercenário em favor
exclusivo dos seus interesses particulares, não demoram em se ligar imprudentemente às entidades
malfeitoras dos planos inferiores, de cuja companhia dificilmente depois eles conseguem se libertar.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 18

A mediunidade não é apenas um fenômeno orgânico, fruto da carne transitória, nem provém de
qualquer sensibilidade ou anomalia do sistema nervoso; é manifestação característica do espírito
imortal.

É percepção espiritual ou sensibilidade psíquica, cuja totalidade varia de indivíduo para indivíduo, pois, em
essência, ela depende também do tipo psíquico ou do grau espiritual do ser. Embora os homens se
originem da mesma fonte criadora, que é Deus, eles diferenciam-se entre si porque são consciências
individualizadas no Cosmo, conservando as características particulares que variam conforme a sua maior
ou menor idade sideral. Há um tom espiritual próprio e específico em cada alma, e que se manifesta por
uma tonalidade particular durante a manifestação mediúnica.

6. A GENERALIDADE ATUAL DO FENÔMENO MEDIÚNICO

A mediunidade atualmente generaliza-se e recrudesce entre os homens de modo ostensivo e tal fenômeno
resulta da hipersensibilidade psíquica que presentemente sobressai entre as criaturas, em concomitância
com o “fim de tempos” ou “juízo final”, tanta vezes já profetizado. Os tempos atuais são o remate final da
“Era da Matéria”, que até o momento tem sido regida pela belicosidade, cobiça, astúcia, cólera, egoísmo e
crueldade, paixões mais próprias do instinto animal predominando sobre a centelha espiritual.

A humanidade se encontra no limiar da “Era do Espírito”, em que se sentirá impulsionada para o estudo e
o cultivo dos bens da vida eterna, com acentuado desejo de solucionar os problemas de origem espiritual,
quando então as comprovações científicas da imortalidade da alma, através do progresso da fenomenologia
mediúnica, reduzirão bastante a fanática veneração do homem pela existência transitória do corpo físico.
Assim como o organismo carnal do homem em certo tempo verticalizou-se para servi-lo em nível biológico
superior, o seu espírito também há de se erguer da horizontalidade dos fenômenos e dos interesses
prosaicos da vida física provisória, para atuar definitivamente na freqüência vibratória do mundo Crístico.

Na época profética que atualmente vive, sob a emersão coletiva do instinto animal simbolizado na “Besta do
Apocalipse”, que tenta subverter o espírito do homem ainda escravo das formas terrenas, a humanidade
pressente que já chegou a sua hora angustiosa de seleção espiritual e consolidação planetária, em que a
criatura terá de se decidir definitivamente para a “direita” ou para a “esquerda” do Cristo, conforme reza a
profecia, pois serão separados os lobos das ovelhas e o joio do trigo.

O magnetismo do ser humano freme à periferia do seu psiquismo exaltado pela energia animal, a qual
emerge em sua desesperada tentativa de subverter os costumes, as tradições e a disciplina do espírito
imortal. Os homens se encontram confusos no limiar de duas épocas extremamente antagônicas, pois,
justamente com o reiterado apelo do Alto para a Cristificação humana, recrudesce também a
efervescência do automatismo instintivo da vida animal.

Os hospitais estão abarrotados de criaturas alienadas ou obsediadas, que provêm desde as favelas até as
altas esferas sociais, cuja maioria é torturada pelas crises financeiras ou morais. Nessa miséria espiritual,
abrangendo tanto os ateus como os seres egressos das mais variadas doutrinas e religiões, fica
comprovado que o sacerdócio organizado das religiões oficiais realmente fracassou em sua missão
salvadora. O pior é que, durante essa eclosão incontrolável do instinto inferior, os espíritos desencarnados e
malfeitores firmam o seu alicerce na carne e executam também o seu programa diabólico contra os
terrícolas que, tolamente, são apáticos aos sublimes ensinamento salvadores do Cristo-Jesus.

Atuado pelas mais contraditórias circunstâncias, vivendo em minutos o que os seus antepassados não
viveram em alguns anos, o homem do presente século acaba por destrambelhar os seus nervos e
superexcitar o seu psiquismo, perdendo terreno no seu controle espiritual e tornando-se um instrumento
dócil nas mãos dos espíritos desencarnados malévolos.

Essa constante relação dos “vivos” com os “mortos”, embora os primeiros sejam inconscientes do que
acontece, termina por sensibilizar cada vez mais a criatura humana, com o agravante de que se efetua nela
um verdadeiro desenvolvimento mediúnico de qualidade inferior. Daí, pois, a necessidade inadiável de o
homem prudente e bem intencionado integrar-se definitivamente nos preceitos salvadores do Cristo e vivê-
los incessantemente à luz do dia.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 19

O próprio progresso científico atual também contribui para essa hipersensibilização humana, em que o
homem cada vez mais se sintoniza com as forças do mundo oculto. O cientificismo avançado dos tempos
atuais, as pesquisas corajosas dos velhos “tabus” e segredos da mente humana, sem dúvida são
importantes contribuições que não só aceleram a dinâmica de pensar e aumentam a área da consciência,
como também sensibilizam a emotividade do ser.

O homem, atualmente, vive em algumas horas, e de modo simultâneo, os raciocínios, as


conjecturas e as mutações mentais e emotivas que os seus antepassados não chegavam a
experimentar em dezenas de anos.

O cidadão atual defronta e resiste obrigatoriamente a uma multiplicidade de fenômenos “psicofísicos” tão
eqüidistantes em suas manifestações variadas, que isso seria suficiente para endoidecer a maioria dos
habitantes terrenos de alguns séculos atrás.

Cresce assim a sensibilidade psíquica entre os homens terrícolas; acentua-se-lhes a eclosão da


mediunidade em comum, porque também vivem sob o incessante acicate dos espíritos desencarnados, que
assim exploram essa oportunidade cada vez mais favorável para agirem sobre a matéria.

O próprio Jesus preconizou a vinda do “Consolador” a derramar-se pela carne de todos os homens e
facultando a profecia e o dom de curar às crianças, aos moços e velhos, focalizando assim o advento da
mediunidade generalizada. O Mestre previu que, no decorrer do século atual, a humanidade estaria cada
vez mais neurótica, aflita e desesperada, ante a emersão do instinto animal inferior tentando romper o temor
religioso e as convenções sociais do mundo. Por isso, João Evangelista profetizara que “no fim dos tempos”
a Besta do Apocalipse tentaria o seu domínio sobre os homens pela prática das sensações inferiores,
sedução do luxo e da fortuna!

Em verdade, cresce a perturbação no seio da humanidade terrícola, pois foram abertas as comportas do
astral inferior e descem para a carne a multiplicidade de espíritos trevosos, que viviam estagnados no caldo
de cultura dos pântanos infernais. Assim, aumenta a fauna dos desregrados, rebeldes, viciados, tiranos,
perversos e inescrupulosos, revelando taras estranhas e cometendo crimes aviltantes! Segundo o Livro da
Apocalipse, “Satanás seria solto depois de mil anos, e teria pouco tempo para agir”, pois Satanás, na
verdade, é o símbolo da escória espiritual atuando sobre a face do orbe.

Indiscutivelmente, confirmam-se os vaticínios de Jesus, de que no “fim dos tempos” os velhos, os moços e
as crianças teriam visões, ouviriam vozes estranhas e profetizariam, isso logo em seguida ao advento do
Espírito de Verdade.

O Mestre indicou claramente os tempos atuais, quando predisse os acontecimentos materiais


incomuns dos dias de hoje e a eclosão simultânea da mediunidade se generalizando entre os
homens, simbolizando o “Consolador” prometido a se derramar pela carne das criaturas.

A mediunidade, portanto, é um recurso de emergência, espécie de “óleo canforado” para erguer a vitalidade
espiritual do terrícola e mantê-lo desperto para a severa argüição do Juízo Final.

7. EVOLUÇÃO DA MEDIUNIDADE

A mediunidade evolui tanto quanto evolui o psiquismo do homem, pois ela é correlata com seu progresso e
a sua evolução espiritual, mas é necessário distinguir que o padrão evolutivo da mediunidade não deve ser
aferido pela produção mais ostensiva dos fenômenos incomuns do mundo material.

Assim é que o médium de fenômenos físicos, embora possa produzir uma fenomenologia espetacular e
surpreendente aos sentidos carnais, nem por isso se sobrepõe ao médium altamente intuitivo , como fruto de
elevado grau espiritual do homem.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 20

Enquanto os fenômenos físicos dependem fundamentalmente da maior ou da menor cota de ectoplasma


produzido pelo médium a fim de permitir a materialização dos desencarnados no cenário físico, o médium
intuitivo é de alto nível espiritual, capaz de transmitir mensagens que ultrapassam a craveira comum da vida
humana. Embora não surpreenda, nem satisfaça os sentidos físicos com suas comunicações de caráter
puramente espiritual, ele pode traçar roteiros definitivos para o progresso sideral dos homens.

No primeiro caso, a mediunidade de fenômenos físicos se manifesta de modo espetacular ao operar no


mundo das formas, mas é acontecimento transitório que, embora a muitos convença da realidade espiritual,
nem sempre os converte para o reino amoroso do Cristo. No caso da intuição pura e elevada, o ser
descortina a realidade crística dos planos superiores, despreocupado de provar se a alma é imortal, pois
“sente” em si mesmo que a sua ventura lhe acena além das formas perecíveis do mundo fenomênico da
matéria.

A mediunidade de Francisco de Assis era para si mesmo a faculdade divina que o fazia deslumbrar a
paisagem do mundo angélico de Jesus, sem necessidade de qualquer demonstração espetacular e
fenomênica de materializações, levitações ou voz direta dos desencarnados. Em conseqüência, a
mediunidade intuitiva ou mais propriamente, a “mediunidade espiritual”, é faculdade superior a qualquer
outra mediunidade que ainda dependa da fenomenologia do mundo terreno e transitório, para então se
provar a realidade do espírito imortal.

Embora seja louvável a preocupação de muitos estudiosos do Espiritismo com a maior produção de
fenômenos mediúnicos destinados a convencer as criaturas sistematicamente incrédulas, a mais evolvida
mediunidade ainda é a Intuição Pura, porque auxilia o homem a relacionar-se diretamente com fonte real
de sua origem divina.

8. A TEOSOFIA FACE À MEDIUNIDADE

Baseados nas explicações de Helena P. Blavatski, é crença de todos os teosofistas que, em verdade, são
“cascões astrais” com certa inteligência instintiva, herdada após a morte dos seus donos, que se
comunicam nas sessões mediúnicas, em vez de espíritos desencarnados, conforme preceitua o Espiritismo.
No entanto, o próprio Coronel Olcott, um dos mais íntimos colaboradores de Blavatski, admitiu que ela havia
se equivocado.

Em razão disso, os teosofistas não aceitam a mediunidade, nem a comunicação dos espíritos, tal como
acontece com os espíritas, pois o seu modo de trabalhar é diferente. Eles se reúnem em grupos de estudo,
argüições e pesquisas de filosofia espiritual, e o fazem mais pela intuição, em vez de comunicações
mediúnicas diretas. É óbvio que também se relacionam com os espíritos desencarnados, embora o neguem
fazê-lo diretamente pelos recursos mais ostensivos da mediunidade. Todos os homens estão cercados de
espíritos desencarnados que os assistem, tentam, protegem, ajudam ou exploram, quer sejam teosofistas,
rosa-cruzes, yogas, espíritas ou católicos.

Os encarnados atraem espíritos de conformidade com suas idéias,


paixões ou intenções, pouco importando a sua crença ou religião.

Ninguém se livra de comunicações mediúnicas, conscientes ou inconscientes, boas ou más, quer seja
espírita, teosofista, yoga ou católico, apenas por rejeitá-las. De nada vale tentar resistir desde o início à
influência oculta dos desencarnados, pois estes espíritos “rodeiam os homens”, no dizer de Paulo de Tarso
em suas epístolas, e acionam as criaturas encarnadas de conformidade com a sua receptividade moral.

Que adianta o teosofista condenar o médium espírita, quando ele também é antena viva, capaz de
recepcionar os desencarnados, variando a qualidade dos comunicantes conforme o seu modo de agir e
pensar? Os teosofistas dizem que é contraproducente o exercício da mediunidade passiva, conforme
proclama a doutrina espírita, alegando que o médium, ao receber espíritos perturbados, torna-se vítima de
enfermidades orgânicas ou alienações mentais. O risco de fluidos enfermiços dos espíritos inferiores
provocarem transtornos nos médiuns depende do estado psíquico e das condições morais do próprio
médium.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 21

O homem só se resguarda dos fluidos perniciosos dos maus


espíritos quando se integra no critério moral superior.

Os espíritos obsessores e malfeitores vivem aderidos ao pó do mundo e perambulam pela crosta terráquea
alimentando-se com os eflúvios pecaminosos, frutos das paixões e dos vícios detestáveis da humanidade.
Eles só entendem a natureza do mundo terráqueo, onde já viveram conturbados, e simpatizam-se à
linguagem dos homens fesceninos e inescrupulosos. São almas prenhes de ressentimentos e revoltados
contra qualquer empreendimento conciliador que lhes exija modificações íntimas. Mas, rasteando com os
homens, elas terminam envolvidas pelos pensamentos e sentimentos de bons trabalhadores do Cristo, até
se submeterem aos serviços mediúnicos, cujos médiuns serão os intérpretes de suas próprias aflições e
problemas atrozes.

Jamais o Criador perderá uma só ovelha; e, por isso, os próprios


“satanases” também serão salvos no momento oportuno!

No entanto, a criatura não está completamente indefesa a certas influências do mundo oculto, pois o
perispírito, através de milênios de adaptações e atividade no seio das energias dos mundos planetários,
também desenvolveu a sua capacidade de defesa contra as investidas maléficas. Assim como acontece
com o organismo físico, ele consegue regenerar as zonas ofendidas e corrigir as lesões da hostilidade do
mundo inferior. Evidentemente, sendo a matriz fisiológica ou astral da organização humana, é óbvio que
também supera as investidas malfeitoras dos espíritos das sombras.

O perispírito dispõe de recursos maravilhosos para a sua sobrevivência e proteção no seio das energias
inferiores, tal qual o corpo físico mobiliza recursos para defender-se de quaisquer reações nocivas ao seu
equilíbrio vital.

A simples picada de um inseto no corpo físico faz o mesmo carrear água em torno da zona ofendida ou
afetada, para enfraquecer o veneno ali injetado. Igualmente, o perispírito enfraquece ou desintegra os
fluidos malfazejos que lhe penetram pela aura desguarnecida, ante a invigilância espiritual do seu dono.
Sem dúvida, essa defesa também será de tal êxito, quanto seja a contribuição espiritual do próprio ser.

Os “fótons” perispirituais projetados pela Luz que é intrínseca do


próprio homem, têm ação profilática, e desintegram os maus fluidos.

Em conseqüência, os médiuns também são protegidos naturalmente pela sua segurança perispiritual,
embora essa resistência varie conforme sua estrutura moral. Assim como os fluidos perniciosos agem
de modo coercivo, adensando a aura perispiritual das criaturas e favorecendo a nutrição de miasmas ou
bacilos do astral inferior, os fluidos luminosos ministrados pelos espíritos angélicos são recursos profiláticos
que ajudam a dissolver a carga dos fluidos infectos.

É evidente que não depende da criatura ser médium ou espírita para se expor aos perigos dos espíritos
inferiores, pois os encarnados também são espíritos e podem causar prejuízos tão nefastos como os
próprios desencarnados. As próprias sugestões, os convites e os conluios para o vício, o pecado e atos
condenáveis ainda são mais perigosos quando feitos pelos vivos do que pelos mortos! Ademais, o exercício
perigoso da mediunidade passiva não se efetiva tão somente em torno de mesas espíritas ou dos terreiros
de Umbanda. Isto acontece a qualquer momento e conforme as “invocações” boas ou más que os vivos
fazem aos mortos em seus projetos de vingança, disposições maledicentes, desejos lúbricos,
ressentimentos, excesso de orgulho e de amor próprio!

Sem dúvida, seria ideal que o homem pudesse alcançar os grandes desideratos da mediunidade somente
através da intuição ou da inspiração dos espíritos superiores. Seria um desenvolvimento sadio e consciente,
sem espasmos e sofrimentos próprios da presença de espíritos inferiores e conturbados.

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11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 22

Os teosofistas afirmam que o médium espírita é prejudicado pela sua passividade perigosa às entidades
sofredoras ou malévolas, e que os médiuns que se desenvolvem junto à mesa espírita ou nos terreiros de
Umbanda, não passam de “bengalas vivas”, submissas à vontade boa ou má dos desencarnados.
Indubitavelmente há certo exagero nessa conceituação, pois as criaturas de má qualidade espiritual,
embora não sejam médiuns espíritas ou “cavalos” de Umbanda, também na passam de “bengalas vivas” de
espíritos malfeitores, ainda que invoquem as suas credenciais de teosofistas! O homem não consegue fugir
do contato com o mundo invisível, nem se livrar facilmente da horda de almas sedentas de prazer, de
vingança e de paixão, que se debruçam avidamente sobre a humanidade.

Não é o homem que busca a sensibilidade mediúnica; esta, porém, é que surge em sua vida, malgrado
qualquer descrença ou rebeldia aos postulados espiritistas ou umbandistas. Nem a Teosofia, mormente a
sua aversão à mediunidade ostensiva, poderá resguardar seus adeptos da possibilidade de serem
“bengalas vivas” dos desencarnados!

Não é a doutrina, crença ou religião, a simpatia ou participação em confrarias iniciáticas que


imunizam o homem dos maus espíritos, porém essa defesa depende exclusivamente de sua
conduta moral.

Os teosofistas afirmam que a libertação espiritual só é possível através da “autotransformação” ou


“autoconhecimento”, e não pela prática mediúnica. Inegavelmente, é o aprimoramento iniciático
espiritual, a abdicação consciente das ilusões da vida carnal, ou o treino mental de libertação dos
instintos inferiores, o que realmente gradua o espírito para sua ascese angélica.

Enquanto as confrarias iniciáticas do passado resguardavam os valores do espírito somente aos eleitos, o
Espiritismo, embora seja doutrina vulgarizando os segredos iniciáticos à luz do dia, é a clareira que se abre
na escuridão do ceticismo humano, para mostrar a todos os homens a estrada larga da vida imortal. Não
importa se os ensinamentos e segredos das confrarias iniciáticas foram vulgarizados pelo Espiritismo e
traído o sigilo dos templos, mas a verdade é que o Alto assim proporciona os recursos de salvação para
todos os homens! Então, salve-se quem quiser, mas o Senhor tudo fez para “não se perder uma só ovelha!”

As velhas escolas espiritualistas só puderam iniciar os homens que já revelavam qualidades ou tendências
para o conhecimento superior. Admitiam exclusivamente os discípulos de capacidade psíquica e
adestramento mental que já pudessem corresponder aos “testes” severos e às argüições complexas
exigidas pelos Mestres dessas confrarias. Os candidatos eram selecionados através de provas que lhes
identificavam as qualidades superiores, mas os céticos, os curiosos e os menos aquinhoados em
espiritualidade, isto é, os que mais precisavam de esclarecimentos espirituais, esses ficavam à
margem, reprovados pela sua insuficiência! Enfim, eram admitidos os mais esclarecidos e desaprovados os
mais necessitados. Por isso, o Alto então optou pela prática mediúnica, embora reconhecesse tratar-se de
um evento ainda imaturo para os homens escravos das paixões inferiores, aguilhoados aos postulados
separativistas de pátria, raça e religiões, que servem de combustível às guerras fratricidas.

É verdade que as confrarias iniciáticas do passado proibiam o desenvolvimento da faculdade mediúnica


passiva, assim como o “sujet” se deixa hipnotizar à vontade estranha de outrem. Os seus adeptos não
deviam se submeter ao comando do mundo oculto e à interferência mental de qualquer outro ser fora da
influência dos seus mestres e guias consagrados.

Antigamente sustentava-se que o desenvolvimento das forças ocultas, latentes em todos os homens, só
devia ser tentado depois do aprimoramento moral e discernimento mental do discípulo sobre as coisas do
mundo. Nos templos iniciáticos ocultistas, ensinava-se que o metabolismo psicofísico do homem dependia
fundamentalmente do seu nível espiritual.

O perispírito, o controle dos chacras ou centros de forças etéreas eram objetos de estudos meticulosos.
Exigia-se a disciplina sexual, pois o fluido que circula pela coluna vertebral em coesão com o “fogo
serpentino” dos eflúvios telúricos da Terra, a energia kundalini, fertiliza a mente quando é endereçado para
fins superiores, e dispensado do mecanismo sexual. O discípulo era vegetariano e frugal em sua
alimentação; dominava os vícios e superava os desejos inferiores. Mesmo assediado pela dor, era avesso a
entorpecentes, mas habituado à oração e às invocações sublimes.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
11. Mediunidade e fenômenos mediúnicos 23

Isso o ajudava a se imunizar contra a investida de entidades inferiores, carnívoras, viciadas, luxuriosas e
alcoólatras, que desistiam de agir sobre quem não lhes daria o mínimo prazer ou gozo sensual na prática
desregrada.

É certo que a maioria dos médiuns espíritas ingere álcool, fuma, empanturra-se nas mesas carnívoras,
discute, irrita-se e acende desejos lúbricos ante o primeiro corpo feminino ondulante! Isso os torna mais
vulneráveis às penetrações do astral inferior e justifica, em parte, o temor e a crítica dos teosofistas.

Embora louvando as considerações prudentes dos teosofistas e outras escolas espiritualistas sobre os
perigos de mediunidade, convém distinguir-se a época atual comparada ao tempo das confrarias ocultas e
da rigorosa exigência nas práticas espirituais.

Não é o desenvolvimento mediúnico ao gênero kardecista ou umbandista o que realmente


pode trazer perigo ao homem! Indubitavelmente, se Jesus de Nazaré ou Francisco de Assis
tentassem o desenvolvimento mediúnico, só poderiam transmitir comunicações angélicas!

O próprio Allan Kardec, em suas obras, advertiu que o êxito do intercâmbio mediúnico reside principalmente
nas condições espirituais dos médiuns, resultando êxitos ou prejuízos, de acordo com a intenção e a sua
pose moral. Assim, os médiuns ficam mais desprotegidos e suscetíveis à influência oculta dos
desencarnados quando se despreocupam da higiene física, moral e espiritual.

Malgrado o julgamento exagerado dos teosofistas contra a prática mediúnica, alguns deles têm encontrado
em suas famílias dolorosos problemas de obsessões e vinganças do mundo invisível, independentemente
de qualquer intercâmbio propositado com o mundo oculto. E muitos deles só puderam solucionar tais
problemas aflitivos através de trabalhos espíritas de tratamentos desobsessivos, falhando as invocações
aos mestres e os recursos intelectuais da Loja Teosófica.Não se olvide que Jesus permaneceu trinta e três
anos na crosta terráquea, em permanente contato com o mundo oculto, e, no entanto, jamais algo lhe
contaminou a alma sublime!

Os teosofistas alegam que o homem pode lograr a sua redenção espiritual dispensando a prática da
mediunidade. Contudo, a humanidade só poderia dispensar o complexo processo da mediunidade,
desenvolvida com espíritos sofredores e rebeldes, que às vezes conturbam, desde que cumprisse
integralmente os ensinamentos ministrados em todas as latitudes geográficas por instrutores espirituais
como Hermes, Orfeu, Moisés, Krishna, Zoroastro, Fo-Hi, Confúcio, Buda ou Jesus! Então a humanidade
desenvolveria a sua mediunidade somente no plano da Intuição Pura, tal qual acontecia a Jesus, que podia
conversar com os anjos, embora o seu espírito estivesse enclausurado na carne!

Fontes bibliográficas:

1. Maes, Hercílio. Mediunismo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 1987, 244p.

2. Maes, Hercílio. Mediunidade de Cura – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 7 ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1989, 240p.

3. Maes, Hercílio. Missão do Espiritismo – Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5 ed. S. Paulo:
Freitas Bastos, 1988, 225p.

4. Burns, Edward Mc Nall. História da Civilização Ocidental. 2 ed. Porto Alegre: Globo, 1970. v I. 581p.

5. Armond, Edgard. Mediunidade - seus aspectos, desenvolvimento e utilização. 28 ed. São Paulo:
Aliança, 1992. 295p.

6. Delanne, Gabriel. O Fenômeno Espírita. 6 ed. Brasília: FEB, 1992. 227p.

7. Denis, Leon. Depois da Morte. 18 ed. Brasília: FEB, 1994. 329p.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís - Estudo da mediunidade
12. Mediunidade natural e a de prova 2

1. MEDIUNIDADE NATURAL

Os médiuns naturais são aqueles que já gozam de sensibilidade psíquica avançada, cuja mediunidade é
fruto exclusivo do seu aprimoramento espiritual. São espíritos que já atingiram um alto nível moral e
que, portanto, integraram-se à vida psíquica superior e que, quando encarnados, são mais sensíveis aos
fenômenos do mundo oculto, embora isto não aconteça de modo ostensivo, mas apenas através da
intuição pura. A sua faculdade mediúnica é o sagrado coroamento do seu próprio aperfeiçoamento
espiritual, em vez de uma “concessão extemporânea”.

São criaturas que se transformaram em centros receptivos das manifestações incomuns que transcendem
os sentidos físicos; sua alta sensibilidade, fruto de avançado grau espiritual, afina-se incessantemente com
os valores psíquicos do melhor quilate, facultando-lhes não só o conhecimento instantâneo dos
acontecimentos presentes, como ainda as revelações mais importantes do futuro. O abençoado dom da
Intuição Pura foi a faculdade iniciática que serviu para que grandes espíritos que passaram pelo mundo
terreno, como Buda e Jesus, entre outros, liderassem admiráveis transformações no espírito do homem.
Eles tanto aferiram os fenômenos imediatos do mundo invisível, como ainda descortinaram amplamente a
síntese dos acontecimentos futuros mais importantes da Terra.

O médium espontâneo e natural, em conseqüência da graduação moral e grau superior do seu espírito,
dispensa qualquer treinamento ou intervenção técnica para relacionar-se com o mundo oculto, pois o
consegue unicamente através de sua alta sensibilidade intuitiva.

Embora a maior parte dos médiuns naturais não guarde a consciência nítida e completa de grande parte
dos acontecimentos sublimes de que são intermediários, eles se constituem nas antenas vivas avançadas
que, sob a inspiração dos espíritos angélicos, fluem para a superfície da matéria as mais confortadoras
esperanças e as mais importantes revelações. Instrumentos exclusivos do Bem, eles distribuem orientações
benfeitoras, advertências justas e incentivam todos os bons propósitos de vida. No âmago de suas almas, a
“Voz Silenciosa” do Senhor os anima, orienta e revela sua obra, tal como faz a todos os seres; no entanto,
só os puros intuitivos é que realmente O sentem em sua plenitude divina.

Embora esses seres não necessitem participar obrigatoriamente, e a horas certas, dos serviços mediúnicos
tradicionais e oficializados na matéria, pois a sua natureza elevada os dispensa do peculiar
desenvolvimento torturado da maioria dos médiuns em prova, e sob a atuação dos espíritos imperfeitos,
eles são sempre os melhores intérpretes da verdadeira vida imortal. Eles focalizam, numa visão global e
fecunda, todas as manifestações gloriosas e concernentes à Criação, que restitui à humanidade as parcelas
de fé destruídas pelos maus escritores, filósofos ou líderes religiosos ignorantes.

1.1 MÉDIUM INTUITIVO NATURAL

A mediunidade “natural”, faculdade espontânea e intrínseca do espírito já sublimado, isto é, uma


decorrência ou corolário do seu próprio grau espiritual, manifesta-se-lhe geralmente pela via intuitiva.
Aquele que usufrui da Intuição Pura, como percepção angélica, fruto abençoado de milênios de sacrifícios,
renúncias e renovação moral na escalonada espiritual, apresenta as seguintes características:

• põe-se facilmente em contato com a Consciência Crística do Criador, pois já vive em sua intimidade o

estado de paz e euforia das almas santificadas;

• não está sujeito a sofrer alterações que o contradigam espiritualmente na sua faixa vibratória já

alcançada;

• é imune às influências menos dignas, pois não vibra com as modulações inferiores dos vícios, das
paixões ou das seduções da matéria;

• não se dessintoniza com o Comando Angélico do orbe; sua alma filtra os pensamentos e as revelações

angélicas, assim como a lâmina diamantífera fulge à luz suave do Sol, sem se ofuscar o seu brilho
natural;

• não exige que os altos dignatários da Vida Oculta desçam vibratoriamente até sua organização humana

para efetuar o serviço mediúnico, uma vez que ele se encontra ligado permanentemente à fonte angélica
e representa na Terra o seu prolongamento vivo;

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
12. Mediunidade natural e a de prova 3

• nunca apresenta contradições em sua mediunidade, a qual é somente a emanação de sua própria

graduação espiritual, dado que não há retrogradação na intimidade do espírito; a faculdade mediúnica é
intrínseca à sua própria índole superior, não podendo poluir-se com as imperfeições do meio em que
vive, porque não há decadência em seu nível superior já consolidado;

• não pode causar nenhuma decepção às almas que o inspiram pela “via interior” e o induzem a elevar o

seu padrão espiritual do mundo físico, não estando, portanto, sujeito às frustrações muito comuns no
intercâmbio mediúnico dos espíritos benfeitores para com a Terra, como costuma acontecer com os
médiuns “de prova”.

• jamais precisa ser atuado para agir corretamente, uma vez que permanece continuamente ligado ao

pensamento crístico da vida sublime e, em qualquer momento, constitui-se na sentinela avançada do


Alto sobre a Terra;
• quando pensa, deseja e age, ainda reproduz vivamente o alto grau da mensagem angélica porque,

sendo íntegro no trato evangélico com todos os seres, em seus atos reflete sempre a vontade definitiva
do Criador!

Assim o foram Francisco de Assis, Antônio de Pádua, Krishna, Tereza de Jesus (Tereza d’Ávila), Pitágoras,
Buda, Jesus de Nazaré, e muitos outros anônimos que o mundo desconhece, pela sua grande renúncia e
humildade!

O médium natural é o cidadão sideral que desceu de sua moradia sublime, mas sem se
desligar do Plano Divino, cuja mente vibra sempre à distância de qualquer pensamento ou
resíduo moral menos digno.

2. A MEDIUNIDADE DE PROVA

Os Mentores Siderais, apiedados dos espíritos demasiadamente onerados em seu fardo cármico para o
futuro, lhes oferecem no Espaço oportunidade de reajuste mais breve para alcançarem a ventura mais
cedo.

O médium de prova renasce na matéria já comprometido com a obrigação de um trabalho


constante a favor da idéia da imortalidade da alma, inclusive o dever de melhorar a sua
própria graduação espiritual.

Através de processos magnéticos especiais, os técnicos do Astral hipersensibilizam o perispírito daqueles


que precisam encarnar com a obrigação de trabalhar, pelo serviço da mediunidade, a favor do próximo, e
também empreender a sua própria recuperação espiritual.

No Além existem departamentos técnicos especializados, que ajudam os espíritos a acelerar determinados
centros energéticos e vitais (chacras) do seu perispírito, despertando-lhes provisoriamente a sensibilidade
psíquica para a maior receptividade dos fenômenos do mundo oculto, enquanto se encontram encarnados.
Assim, sua mediunidade é faculdade transitória, concedida a título de “empréstimo” pelo Alto; no entanto,
ela é faca de dois gumes, pois exige severa postura moral no mundo, porque tanto situa o seu portador
em contato com os espíritos benfeitores, como também o coloca facilmente na faixa vibratória sombria das
entidades do astral inferior.

Embora a faculdade mediúnica pareça a alguns um privilégio extemporâneo, contrariando o conceito de


Justiça e Sabedoria Divinas, essa “concessão” prematura ao espírito faltoso implica justamente em sua
maior responsabilidade e laborioso trabalho espiritual. A graça “fora de tempo” do mandato mediúnico de
prova, portanto, não exime a alma de preocupações e dos obstáculos futuros de sua evolução espiritual;
constitui somente o “empréstimo” que lhe permite ressarcir-se de suas tolices e insânias cometidas no
passado, compensando o tempo perdido com um serviço extraordinário.

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12. Mediunidade natural e a de prova 4

Malgrado a mediunidade fenomênica impressione profundamente os sentidos físicos dos encarnados, na


profundidade da estrutura espiritual do médium de “prova” quase sempre ainda não se consideram o caráter
moral superior, a renúncia angélica, o desapego às ilusões da vida física, ou a capacidade heróica para o
cumprimento do mandato redentor.

2.1 MÉDIUM DE PROVA

O médium de prova é o homem diretamente comprometido com a Direção Espiritual do planeta para realizar
um serviço definido junto à humanidade, e também em favor de sua própria renovação moral superior.

O médium de prova é apenas o instrumento convocado para o serviço compulsório de


favorecimento ao próximo ou o transmissor da realidade imortal; mas acima de tudo é o
devedor interessado em reduzir o seu débito cármico para com o planeta que o serviu
desinteressadamente.

Visto não poder eximir-se de sua obrigação pré-encarnatória, que assumiu no Espaço, o médium de prova
deve apurar o seu caráter, controlar suas emoções e aprimorar o seu intelecto no contato incessante
com os valores preciosos da espiritualidade. Em consequência, não é de muita importância a preocupação
de se distinguir os médiuns comprometidos particularmente com espíritos sublimes, destinados a exercer
trabalhos incomuns do mundo físico e que se ligam a severos compromissos com o Alto, daqueles que só
resgatam o seu fardo cármico no serviço mediúnico.

Mesmo reconhecendo que os médiuns, em geral, oferecem tão diversas condições morais e variam tanto
em sua capacidade intelectual, o mais certo e proveitoso é que todos os médiuns cultuem dignamente a
vida humana e renunciem em definitivo às ilusões do mundo, protegendo-se assim contra as perfídias do
astral inferior e credenciando-se eletivamente para cumprir na íntegra qualquer mandato sob o comando
das falanges angélicas!

Ainda quanto à distinção existente entre os homens que são médiuns necessitados do desenvolvimento
mediúnico junto à mesa espírita e aqueles que, embora médiuns, como são todos os homens, podem
dispensar tal desenvolvimento, deve-se considerar que os “médiuns oficiais” na Terra são justamente os
que reencarnam comprometidos com serviços obrigatórios na seara espiritista.

Estes requerem um desempenho incessante de sua atividade incomum, porquanto necessitam com maior
urgência compensar os prejuízos causados a outrem e também acelerar a sua própria recuperação
espiritual. Destacando-se dos demais homens, pois gozam de faculdade mediúnica mais acentuada,
relacionam-se mais direta e rapidamente com os desencarnados. Conforme seus pensamentos, sua
conduta e objetivos na vida, sem dúvida atraem os espíritos da freqüência vibratória sideral que, de
conformidade com sua contextura espiritual, passam a influenciar para o bem ou para o mal as pessoas
com as quais entram em contato. Mas, justamente porque são raros os médiuns missionários ou de Intuição
Pura, também são poucos aqueles que alcançam o auge abençoado do serviço mediúnico sem a preliminar
do desenvolvimento torturado.

Há médiuns nos quais eclodem ainda os resíduos das velhas paixões que já os conturbaram no passado;
os seus pensamentos, palavras e sentimentos são alvo de ataque dos desencarnados, que tudo fazem para
impedir o êxito do serviço mediúnico na seara espírita. Eles tentam faze-los buscar o desenvolvimento de
sua mediunidade à parte de qualquer disciplina ou proteção doutrinária; exploram-lhes o amor próprio e a
vaidade, afastando-os dos ambientes onde criaturas experimentadas poderiam ajuda-los na imunização
contra o astral inferior.

É a fase torturada e contraditória, eivada de dúvidas e de esperanças, quando o homem sente o despertar
de sua faculdade mediúnica, mas infelizmente ainda não possui a força moral, a mente desenvolvida e
os sentimentos equilibrados, que deveriam sintonizar imediatamente com as almas benfeitoras, à medida
que se abrem as portas de acesso ao mundo invisível.

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12. Mediunidade natural e a de prova 5

Às vezes, muito tarde é que o médium compreende a natureza e os objetivos do seu


exercício mediúnico obrigatório, pois, malgrado ter enfrentado sacrifícios severos, só então
comprova que tudo era feito exclusivamente em seu próprio bem!

Então, como um semeador incondicional dos ensinamentos elevados do Alto, tanto precisa imunizar-se
contra as críticas alheias, como se impermeabilizar contra as lisonjas ou evidências perigosas à vaidade
personalista da vida humana. As suas dores, ingratidões e injustiças são menos importantes do que as
desventuras do próximo; as suas próprias opiniões não podem provocar qualquer conflito ou hostilidade
alheia contra a doutrina espírita, que o acolhe e beneficia para usufruir o ensejo de renovação espiritual. Os
demais homens, embora médiuns em potencial, serão unicamente responsáveis pelos seus atos e por
aquilo que possa influir nos seus familiares; mas os médiuns já consagrados ou admitidos como
trabalhadores ativos no serviço mediúnico organizado da seara espírita, representam no mundo profano
uma idéia espiritual elevada, que não pode nem deve ser tisnada pelos seus interesses pessoais ou
caprichos vaidosos.

2.2 O DUPLO ETÉRICO EM FACE DA MEDIUNIDADE DE PROVA

Os médiuns “de prova”, isto é, aqueles que se encarnam na Terra com a obrigação principal de cumprirem o
serviço mediúnico, especialmente os médiuns de fenômenos físicos que elaboram e consomem
ectoplasma, já nascem com certo desvio na linha magnética vertical dos pólos positivo e negativo do seu
perispírito, devido a uma intervenção deliberada que os técnicos siderais processam nele antes de se
encarnarem.

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12. Mediunidade natural e a de prova 6

Na figura anterior, as linhas A e B correspondem à perpendicular que passa entre os supercílios do corpo
humano e o divide em duas metades, passando entre os pés. As linhas 1 e 2 (tracejada) correspondem à
mesma perpendicular desviada à esquerda, sobre a altura do baço, o que o “abre” à mediunidade
prematura, pois o perispírito e o duplo etérico ficam algo desviados à esquerda do corpo físico, como
janelas vivas entreabertas para o Além.

Os médiuns de prova, principalmente os de fenômenos físicos, apresentam desviada para a


esquerda de seu corpo, em diagonal, a linha magnética perpendicular que desce do alto da
cabeça, passa pelo umbigo e cruza entre os seus pés, atravessando assim a zona do baço.

O perispírito, com esse desvio magnético inclinado alguns graus à sua esquerda, cuja linha, que deveria
cruzar-lhe os supercílios, atravessa-lhe o olho esquerdo, fincando-lhe entre os pés, termina por também
modelar no útero feminino, durante a gestação do corpo físico, um duplo-etérico com esse mesmo desvio à
esquerda. Portanto durante o nascimento e o crescimento do homem com a prova de mediunidade, também
se modela o seu duplo-etérico obedecendo à mesma inclinação da linha magnética do perispírito, que fica
assim algo deslocado à altura do baço físico e do chacra esplênico, facilitando-lhe o transe mediúnico do
modo mais freqüente.

Dessa forma, em obediência às linhas de forças que lhe determinam o desvio à esquerda de seu corpo
físico, o duplo etérico se transforma em janela viva constantemente aberta para o mundo oculto, pondo o
homem em contato mais íntimo com os fenômenos extraterrenos, o que lhe confere a condição de um
médium, ou seja, aquele indivíduo que pressente e ausculta a vida invisível mediante fenômenos
incomuns (“médium de prova”). No entanto, a dupla inclinação do perispírito e do duplo etérico, que faculta
a mediunidade de efeitos físicos, a psicografia mecânica ou a incorporação completa, nada tem a haver
com as faculdades espirituais inatas no homem superior, como o poder da Intuição Pura ou a Clarividência
Espiritual, cujas qualidades sublimes dependem fundamentalmente da formação moral e do grau sidéreo
da alma (“médium natural”),em vez de uma simples intervenção técnica extemporânea.

Os médiuns, em geral, são mais sensíveis que o homem comum, pois se mostram nervosos e doentios,
facilmente afetados pelos fenômenos materiais do meio onde vivem, e pelas reações morais, emotivas e
mentais dos demais seres que os cercam no mundo. Eles vivem superexcitados pelas preocupações mais
comuns, enquanto as coisas mais simples se avolumam e os afligem, devido a sua mente hipersensível e
ao contato mais freqüente do seu duplo etérico com o mundo oculto.

O desvio parcial do duplo etérico e do perispírito, que é bem mais acentuado nos médiuns de efeitos
físicos do que nos outros medianeiros, é responsável por mantê-los em sintonia freqüente com a
humanidade desencarnada e por fazê-los sofrer a influência dos sentimentos e das emoções boas ou más,
projetadas do plano astral pelos espíritos desencarnados.

Essa porta etérica aberta para o Além, devido ao desvio da linha perispiritual magnética, torna o médium de
prova um ser hipersensível em contato mais demorado com os fenômenos do mundo oculto, mas lhe é
também, uma faca de dois gumes, pois poderá arriscá-lo ao fracasso espiritual na vida física por
imprudência, caso falseie em seus costumes, se devote às paixões violentas e cultive vícios
degradantes. Portanto, os médiuns de prova necessitam de constante vigilância de seus atos no mundo
físico, pois as entidades malfeitoras do Invisível os espreitam a todo o momento através desta porta
psíquica vulnerável.

Raros médiuns de fenômenos físicos puderam atingir o final de sua existência terrena de modo lisonjeiro,
pois, em geral, os maquiavélicos das sombras conseguiram perturbar-lhes o mandato sideral, explorando-
lhes o orgulho, a vaidade, a cupidez, despertando-lhes interesses mercenários na especulação censurável
de sua mediunidade.

Infelizmente os médiuns de prova são criaturas que vivem a atual existência humana onerados por grandes
responsabilidades ou delitos do passado e por isso, em face de qualquer descuido ou invigilância espiritual,
eles se tornam vulneráveis às investidas perniciosas do mundo invisível, pois os de efeitos físicos, com
raras exceções e devido à expulsão violenta do seu duplo etérico, entram em transe à semelhança de
ataques epilépticos ou dos viciados em entorpecentes.

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O médium deve observar uma vigilância constante nas suas emoções, pensamentos e atos,
sendo aconselhado que fuja das paixões e dos vícios lesivos, caso deseje resistir à vontade
subvertida, as desmedidas ambições e aos projetos sinistros dos espíritos malévolos e
mistificadores.

Quando o médium de prova faz uso indiscriminado de anestésicos, entorpecentes, fumo, álcool e carne,
essas substâncias tóxicas expulsam com violência do duplo etérico do corpo físico; se ele se entrega
desbragadamente às paixões violentas, aos vícios e aos prazeres condenáveis, então se isola
imprudentemente dos próprios guias responsáveis pela sua segurança mediúnica no mundo terreno.

Somente as criaturas de elevada estrutura espiritual, durante a sua existência heróica, mostram-se médiuns
poderosos, e se colocam em freqüente contato com as entidades desencarnadas, sem correrem o risco de
serem vítimas do poderio e da fascinação das Trevas.

Os médiuns regrados, serviçais e magnânimos, alcançam o seu transe mediúnico sob a assistência dos
espíritos técnicos benfeitores que os protegem a partir do mundo oculto e os livram das interferências
nocivas e consequências espirituais. Sob esse controle espiritual amigo, o médium afasta ou retoma o seu
duplo-etérico sem o desperdício inútil de energias, uma vez que fica amparado contra a investida do astral
inferior, protegendo-se, dessa forma, contra a infiltração de microorganismos perigosos à sua contextura
etéreo-física (seu duplo etérico) e de uma desvitalização que lhe abale a saúde física.

2.3 PERCALÇOS NO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE DE PROVA

O aguçamento imaturo, muitas vezes leva o espírito em prova a desenganos, malogros e rebeldias, tal qual
o jogador de xadrez que, após muitos lances frustrados, vacila em mover no tabuleiro a peça de menor
importância.

Tratando-se de faculdade prematura e ainda provisória, que exige árduo e sacrificial exercício no seio das
atividades terrenas, o médium sem a acuidade espiritual espontânea, que orienta facilmente o indivíduo
entre os problemas confusos da vida, quase sempre só conclui o seu programa mediúnico depois de muitos
tropeços verificados nos atalhos falsos, que são trilhados à guisa de caminho certo.

Só a perseverança, o bom ânimo, a tenacidade, o estudo incessante, o combate impiedoso


contra as paixões da animalidade inferior e a integração definitiva ao Evangelho de Cristo é
que, realmente, podem assegurar o êxito mediúnico.

3. CONVERSÃO DA MEDIUNIDADE DE PROVA EM MEDIUNIDADE NATURAL

Embora seja agraciado prematuramente com um sentido psíquico mais avançado e ao qual ainda não fazia
jus, o médium sinceramente devotado à sua definitiva recuperação espiritual no serviço mediúnico sacrificial
poderá transformar em uma faculdade “natural” aquilo que lhe era somente uma faculdade de “prova”.
Evidentemente, isso é difícil, mas não impossível, pois alguns raros médiuns lograram alcançar a graça da
faculdade mediúnica natural, pela graça da faculdade de prova.

Não é impossível que o médium de prova, integrado absolutamente no serviço mediúnico sob a égide de
Jesus, venha a depurar-se de tal modo que, ao desencarnar, já esteja gozando, em grande parte, da
sublime mediunidade natural, que é na realidade a verdadeira mediunidade espiritual.

No entanto, é necessário compreender que não existe uma linha demarcatória específica entre a
mediunidade de prova e a mediunidade natural, pois, sendo o médium um espírito encarnado, há momentos
em que, por força de alguma virtude já bastante desenvolvida, ele também logra ser o instrumento excelso
da revelação superior, do mesmo modo como alguns homens experimentam, parcialmente e de modo
fugaz, o inefável estado de espírito que é o êxtase.

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12. Mediunidade natural e a de prova 8

Fontes bibliográficas:

1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 2

1. OBSTÁCULOS E VICISSITUDES NO SERVIÇO MEDIÚNICO

Geralmente, o médium é um espírito em débito com seu passado, e a faculdade mediúnica ajuda-o a
redimir-se, o mais cedo possível, no serviço espiritual em favor do próximo, lembrando uma pessoa
que, depois de arrependida de seus desatinos, passa a empreender atividades benfeitoras, a fim de
compensar o seu passado turbulento. Então, além de suas obrigações cotidianas, sacrifica o seu repouso
habitual e coopera nas iniciativas filantrópicas e nos movimentos fraternos, atende à parentela pobre, aos
amigos em dificuldades, aos presidiários e aos deserdados da sorte, funda instituições socorristas, participa
de agremiações educativas e auxilia sociedades de proteção aos animais. É obvio que, apesar dessas
atividades filantrópicas, os médiuns não se livram dos imperativos biológicos do seu corpo físico e a sua
faculdade mediúnica, longe de constituir-se privilégio, não os isenta das vicissitudes e das exigências
educativas da vida humana, pois a saúde ou a doença não dependem especificamente do fato de o
homem ser ou não médium de prova.

Malgrado o esforço socorrista elogiável e as atividades religiosas ou caritativas de muitos


médiuns, eles também estão submetidos ao trabalho comum e sujeitos igualmente ao instinto
animal e às tendências ancestrais da família terrena.

O espírito que já renasce na Terra comprometido com o serviço mediúnico, que o ajudará a reduzir o fardo
cármico do seu passado delituoso, deve cumprir o programa que ele mesmo aceitou no Espaço! Aliás,
quando o médium retorna ao Além, ele já se dá por muito satisfeito caso tenha desempenhado um mínimo
de dez por cento do programa a que se comprometeu e foi elaborado pelos seus mentores siderais. Deste
modo, o espírito que em vida anterior zelou pelo seu corpo físico e viveu existência sadia, sem vícios e
paixões deprimentes, obviamente há de merecer na vida atual um organismo sadio e de boa estirpe
biológica hereditária, que lhe permite gozar boa saúde; mas aquele que no passado esfrangalhou o seu
equipo carnal e o massacrou na turbulência viciosa, gastando-o na consecução dos apetites inferiores, terá
um corpo físico dotado de funções orgânicas precárias.

A mediunidade de prova é um ensejo, espécie de “aval” concedido pelo Alto ao homem demasiadamente
comprometido em suas existências anteriores, mas é do seu dever cumprir a tarefa mediúnica de modo
honesto, sublime e caritativo, cabendo-lhe a responsabilidade moral na boa ou má aplicação dos bens
cedidos pela magnanimidade dos seus guias.

O médium não é um missionário, na acepção exata da palavra, pois, salvo raras exceções, é um espírito
devedor, comprometido com o seu passado, e a sua faculdade mediúnica é um ensejo de reabilitação
concedido pelo Alto, no sentido de acelerar a sua evolução espiritual. Portanto, além de dar cumprimento
aos deveres inerentes à faculdade mediúnica, terá ele de enfrentar também as contingências que a vida
impõe a todos, pois os problemas que lhe dizem respeito só podem ser solucionados e vencidos mediante a
luta, e não pela indiferença ou preguiça, e nem pela ajuda dos seus guias, pois estes somente ajudam os
pupilos que fazem jus, pelo esforço próprio empreendido. Quando o médium se empenha em dar fiel
cumprimento à sua tarefa mediúnica e enfrenta as adversidades da vida com estoicismo e resignação,
sempre é assessorado no Astral por uma equipe de espíritos beneméritos, que o amparam a fim de tornar-
lhe mais fácil vencer os obstáculos da sua jornada.

É grande a responsabilidade do médium na função de “ponte viva” entre o setor invisível e o


mundo físico, pois, além de tratar-se de um encargo que ele mesmo aceitou antes de
reencarnar, a mediunidade é um ministério ou contribuição de esclarecimento destinada a
despertar e esclarecer as consciências, um serviço em favor da própria humanidade.

A função do médium assemelha-se à do carteiro que, embora seja a peça de menor destaque na
correspondência entre os homens, caso se recuse a cumprir a função de entregar as mensagens aos
destinatários, semelhante negligência constitui uma falta bastante grave. Em tais condições, desde que se
rebele contra a sua obrigação ou se escravize a vícios e paixões que prejudiquem e inutilizem a sua tarefa
mediúnica, então será vítima dos espíritos das sombras e, por sua culpa, enfraquecerá o serviço
libertador do Cristo.

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13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 3

O aguçamento imaturo da mediunidade de prova muitas vezes leva o espírito a desenganos, malogros e
rebeldias, tal qual o jogador de xadrez que, após muitos lances frustrados, vacila em mover no tabuleiro a
peça de menor importância.

No entanto, o médium laborioso e desinteressado, disposto a vencer todos os obstáculos, conseguirá


transpor todos os empecilhos do mundo, e até os que estão em si próprio, pois há casos em que o médium,
apesar de alijado e quase paralítico, mesmo assim ele consegue reunir em volta do seu leito uma turma de
irmãos dispostos a ouvirem a sua palavra fraterna e instrutiva, ligando todos à faixa vibratória sublime da
Vida Angélica. Em suma, embora ele esteja impossibilitado de dar passes, participar de trabalhos de
incorporação ou passar receituário, mesmo assim dá cabal desempenho à missão a que se obrigou.

À semelhança da bolota que se desenvolve no solo, sujeita a crescer naturalmente por efeito da sua
dinâmica genética, o médium de prova sabe que se cultivar cuidadosamente a sua faculdade mediúnica,
então também conseguirá tornar-se uma espécie de carvalho generoso, cuja sombra amiga beneficiará
muitos viajantes necessitados de repouso.

Assim como o modesto veio d’água, nascido e vertido da encosta de uma cordilheira, depois de sulcar
prodigamente extenso solo ressequido por onde passa, e contornar obstáculos imensos, se transforma em
caudaloso e imenso rio, o médium também precisa transpor e vencer as pedras que surgem no caminho do
seu aprendizado e aperfeiçoamento mediúnico. No entanto, se quiser vencer mais facilmente as decepções
e os desânimos na sua caminhada evolutiva sobre a face do planeta, o talismã milagroso para conseguir
esse objetivo é integrar-se, de alma e coração, no roteiro luminoso do Evangelho de Jesus!

2. A FUNÇÃO REDENTORA DA MEDIUNIDADE E O ÊXITO NO SERVIÇO MEDIÚNICO

No aprimoramento mediúnico estão em jogo os elevados ensinamentos da vida evangélica, e a sua


finalidade é a de proporcionar ao homem a sua mais breve libertação espiritual. Entretanto, o êxito
depende muitíssimo das condições morais e dos conhecimentos do médium, que deve se afastar de tudo
aquilo que possa despertar o ridículo, a censura ou o sarcasmo sobre a doutrina espírita. O médium
desenvolvido, na acepção da palavra, é fruto de longas experimentações em favor do próximo!

Só o serviço desinteressado, a imaginação disciplinada e o equilíbrio moral-emotivo é que


poderão garantir ao médium o sucesso nas suas comunicações com o Alto!

São dignos de censura os médiuns preguiçosos, que sentem estranho prazer em se conservar na mesma
ignorância de quando iniciaram o seu desenvolvimento mediúnico.

O êxito do mandato mediúnico e a sua transparência espiritual exigem que os seus


intérpretes, além do seu apuro moral, também despertem o seu comando mental e melhorem
o seu intelecto.

O êxito no serviço mediúnico depende muito mais da renúncia, desinteresse, humildade e ternura dos
seus medianeiros, do que mesmo de qualquer manifestação fenomênica espetacular, que empolga os
sentidos físicos, mas não converte o espírito ao Bem. A faculdade mediúnica, destinada a objetivos
sublimes, bem mais importante e complexa do que o desempenho das profissões comuns do mundo,
igualmente exige, na sua preparação, um roteiro inteligente, sensato e criterioso, sob o mais devotado
carinho e desprendimento de seus cultores.

3. AS VICISSITUDES NO DESPERTAMENTO DA MEDIUNIDADE

Só a mediunidade saudável e natural, decorrente da evolução humana e fruto do maior apuro espiritual da
alma, revela-se de modo sereno em sua espontaneidade e se manifesta de modo pacífico, como dom inato
e sem produzir quaisquer sensações desagradáveis no ser.

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13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 4

Entretanto, no caso da mediunidade de prova , isto é, de uma “concessão” provisória, feita pela
Administração Sideral, como decorrência de uma hipersensibilidade prematura, despertada
excepcionalmente pelos técnicos do mundo astral com o fito de favorecer aos espíritos muito endividados, o
seu despertamento é, em geral, sujeito a várias circunstâncias desagradáveis.

Durante o período de florescimento da mediunidade, a maior ou menor perturbação psíquica ou orgânica do


médium também depende muitíssimo do tipo de suas amizades espirituais e do seu modo de vida no
mundo material. As alegrias, os sofrimentos ou as tristezas que o tomam de súbito também decorrem do
tipo das aproximações do invisível, que se sintonizam perfeitamente aos seus pensamentos e
sentimentos manifestos.

A tarefa mediúnica não compreende somente a função mecânica de o médium transmitir as comunicações
dos espíritos desencarnados para o cenário terrícola, atendendo à prosaica função de “ponte viva” entre o
mundo material e o Além.

O compromisso da mediunidade requer, sobretudo, que os seus medianeiros vivam


existência digna e operosa na carne, a fim de lograrem sintonia com espíritos sublimes e
responsáveis pela redenção do homem.

Toda imprudência, desleixo, rebeldia, má vontade ou paixão viciosa por parte dos médiuns em prova no
mundo físico, geram toda sorte de distúrbios psíquicos e mesmo sofrimentos físicos incontroláveis que, por
essa razão, tornam o desenvolvimento mediúnico um processo torturante.

É muito comum à maioria dos médiuns iniciarem o seu despertamento mediúnico sob a atuação dos
espíritos sofredores, imperfeitos ou obsessores que, aproveitando-se da “porta mediúnica” aberta para a
fenomenologia do mundo físico, atiram-se à satisfação dos seus objetivos impuros e cruéis.

Desde que o médium invigilante e desregrado ainda esteja comprometido por dificultoso
resgate cármico, ele então se converte em instrumento favorável para o vampirismo dos
desencarnados, que se debruçam avidamente sobre o mundo material.

A mediunidade, num sentido geral, só desperta nos homens pela ação do sofrimento, que lhes afeta a carne
e o psiquismo, para depois amainar sob um desenvolvimento ordeiro nos ambientes evangélicos, dirigidos
por elementos experimentados.

Só então é que o médium neófito e perturbado, pouco a pouco, se ajusta à tarefa incomum e assume o
controle psíquico de seu corpo, enquanto procura sintonizar-se vibratoriamente com o espírito guia e
benfeitor, que deverá protegê-lo na sua tarefa de intercâmbio com o mundo invisível.

A mediunidade é um meio para encarnados e desencarnados atingirem objetivos excelsos e,


por isso, não dispensa a educação, o afinamento moral, a cultura do seu próprio intérprete, e
também o seu despertamento espiritual.

É mais importante para o bom “guia” o progresso intelectivo, o desembaraço e a integração evangélica
do seu médium, do que mesmo o êxito brilhante de sua manifestação mediúnica.

O mentor espiritual, sábio e sensato, muitas vezes protela as revelações extemporâneas do Além pelo seu
pupilo ansioso do seu próprio destaque pessoal, para que este em primeiro lugar se revele pela modéstia
sensata do homem evangelizado.

O médium, como uma criatura de responsabilidade pessoal para com a família e a sociedade, acima de
tudo deverá aprender a caminhar pelos próprios pés, no tocante ao entendimento da vida imortal, e procurar
ser útil ao próximo.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 5

4. CONSUMO ENERGÉTICO E O EXCESSO DE TRABALHO MEDIÚNICO

O excesso de trabalho mediúnico, na forma de um labor prolongado, pode resultar em fadiga, que varia de
indivíduo para indivíduo, conforme a maior ou menor capacidade física de sua resistência. O médium,
mesmo nos seus momentos de pura inspiração, consome certa quantidade de energias neurocerebrais,
porque a mais sutil mensagem inspirada pelos espíritos exige uma série de operações intermediárias algo
fatigantes, a fim de atingir a consciência física e depois se manifestar, por exemplo, na forma de palavra
falada ou escrita. Aliás, o próprio pensamento, para se manifestar a contento, depende do consumo de
certas energias que o ajudam a atingir o cérebro material:

O INTERCÂMBIO MEDIÚNICO PELO PENSAMENTO COM OS DESENCARNADOS:

• consome diversas substâncias energéticas da massa encefálica;

• produz certa desmineralização do sangue;

• reduz as cotas vitais magnéticas da rede nervosa;


mobiliza os hormônios necessários para ativar as glândulas do sistema endócrino e movimentar
as cordas vocais (no caso da psicofonia) ou o braço do médium (no caso da psicografia).

Mesmo a mais singela meditação do homem eleva e excita sua tensão psíquica, mobilizando os
elementos magnéticos do seu maquinismo carnal; isto acontece ainda que ele não sinta qualquer fadiga
corporal. Evidentemente, o intercâmbio mediúnico mais complexo exige maior consumo de energias do
homem para o êxito dessa operação psicofísica, de alta intensidade e sob o comando do mundo oculto. No
entanto, a intensidade do cansaço ou fadiga, no homem, também se manifesta de acordo com a resistência
biológica e o controle emotivo da sua tensão mental. Em consequência, o médium que se entrega à
atividade mediúnica com sua mente descontrolada, embora permaneça sob a proteção dos espíritos amigos
e benfeitores, nem por isso se livra da contingência das leis físicas que lhe disciplinam as atividades
biológicas. O Alto não exige do ser humano a carga de um “fardo” maior do que suas costas!

A faculdade mediúnica não é uma proposição atrabiliária, mas a oportunidade compensativa


para o espírito endividado quitar-se consigo mesmo..

O médium desleixado, negligente, rebelde, ou que se exceda nos seus labores mediúnicos, agrava os
seus equívocos de vidas anteriores!

5. OS EXCESSOS MEDIÚNICOS, AS DOENÇAS E A LOUCURA

Sem dúvida, a luta do médium para sobreviver no mundo físico é bem mais intensa e sacrificial do que a
existência do homem comum, que apenas atende às contingências instintivas de cuidar da prole, que é fruto
do cumprimento da lei do “crescei e multiplicai-vos”.

Como o espírito reencarnado na Terra não pode isolar-se completamente das contingências inerentes ao
próprio meio em que o indivíduo, na sua vida de relação, está sujeito a hostilidades e emoções que lhe
afetam o equilíbrio psíquico, é obvio que o exercício da mediunidade poderá causar-lhe até mesmo a
loucura, desde que ele a exerça de modo insensato e ultrapasse o limite fixado no programa elaborado
antes de sua encarnação.

O médium precisa agir com muita prudência na vida física, a fim de não confundir
sua responsabilidade mediúnica com os acontecimentos naturais da vida material.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 6

Embora ele seja protegido pelos amigos desencarnados, que lhe endossaram a tarefa mediúnica na Terra,
eles não podem impedi-lo de modificar sua vida, quer tomando rumos inesperados perniciosos, quer
tomando decisões insensatas, que podem levá-lo à loucura, por ultrapassar o limite de sua segurança
espiritual.

Sabe-se que os ascendentes biológicos hereditários da carne conservam, em sua intimidade, em estado
latente, os germens de taras, vícios, estigmas e enfermidades, como a sífilis, morféia ou tuberculose,
inclusive os reflexos das alienações mentais sofridas pela geração ancestral. No próprio conteúdo
sanguíneo do homem permanecem os vírus morbígenos de sua linhagem hereditária que, quando se
apresentam as condições favoráveis, acabam por proliferar além da sua quota normal ou inofensiva,
podendo ferir o sistema neurocerebral.

Durante os estados de debilidade orgânica muito acentuada, agravados ainda pelo bombardeio incessante
das paixões violentas, como o ódio, ciúme, inveja, raiva, perversidade e outras emoções indisciplinadas, o
homem desenvolve em si um clima “psicofísico” negativo, que facilita o desenvolvimento de certas
coletividades microbianas patogênicas, já existentes na sua intimidade sanguínea. Assim, a loucura, nesse
caso, não é propriamente fruto do exercício da faculdade mediúnica, mas sim uma conseqüência da
predisposição mórbida do tipo orgânico do próprio homem. Quer ele seja médium ou não, poderá
enlouquecer desde que ultrapasse o limite de sua resistência biológica, quaisquer que sejam as causas.
Seja ele um compositor, matemático, pintor, filósofo, escritor ou líder religioso, pode vir a se tornar um
alienado mental desde que atue além do limite de sua resistência psicofísica, findando sua existência
transformado em paranóico, esquizofrênico e até psicopata furioso.

No entanto, isso pode acontecer sem que ele seja um médium espírita, mas sim por exercer atividades
tensas e de emotividade contínua, as quais, superexcitando-lhe o íntimo da alma, terminam por afetar-lhe o
equilíbrio dos órgãos cerebrais.

Em todas as pessoas que se desgovernam pelo excesso de elucubrações mentais quanto aos problemas
complexos da ciência ou da arte superior, que lhes empolgava o espírito, a agudeza, a vivacidade que os
dominava para expressar as suas emoções, terminaram por lhes destruir a saúde e prejudicar o intercâmbio
pacífico com o mundo oculto. Contudo, é evidente que, nesses casos, o gênio não se lhes extinguiu na alma
imortal, cuja centelha divina, após a morte física, retorna ao seu equilíbrio, pois os conhecimentos
adquiridos, com vistas a um ideal superior, jamais se perdem, pois são um patrimônio do próprio espírito .

6. O EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE PELO MÉDIUM ADOENTADO

Quanto ao médium doente ou perturbado, a sua cura positiva ou o exercício mediúnico sadio depende mais
dos recursos sublimes da oração, da boa leitura espiritualista, assim como da freqüência a reuniões de
caráter evangélico. Caso ele, aflito e enfraquecido física e psiquicamente, tente os trabalhos mediúnicos, há
de sentir-se ainda mais agravado pela sua excitação mediúnica; daí a necessidade de reconfortar-se no
orvalho sedativo do Evangelho do Cristo!

Em tais condições, ele deve atender à sua saúde física, abstendo-se de bebidas alcoólicas, condimentos
excitantes, entorpecentes e de sedativos, geralmente ingeridos a granel para anestesiar a dor mais ínfima;
caso contrário, será criatura assediada pelos espíritos glutões, gozadores e fesceninos, uma vez que o
médium é porta aberta, em permanente contato com o Invisível. Por isso, deve cultuar vida saudável e
correta, que lhe preserve o corpo físico dos excessos esportivos violentos, cujas emoções dão motivo a
desperdício do seu magnetismo terapêutico.

7. O DESENVOLVIMENTO PREMATURO DA MEDIUNIDADE NA CRIANÇA

Quando a mediunidade é prematuramente desenvolvida na criança, sob estímulos catalisadores ou


exercícios medianímicos de contatos insistentes com os desencarnados, isso acaba por superexcitar a sua
sensibilidade psíquica e causar-lhe distúrbios orgânicos. Considere-se ainda que muitos fenômenos
mediúnicos assemelham-se a acontecimentos da fisiologia humana, tais como a esquizofrenia, a paranóia,
a histeria e a certos complexos freudianos, no que se pode erroneamente julgar tratar-se de um médium em
potencial. Por isso, é de todo imprudente provocar-se o desenvolvimento mediúnico da criança, mesmo
quando julgado tratar-se de um médium em potencial.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 7

A mediunidade é como a flor; deve desabrochar no momento próprio e não em estufa!

O organismo infantil é delicado e bastante influenciado pelo fervilhamento das forças biológicas que ainda
lhe consolidam o maquinário neurocerebral. As suturas, os contornos da carne de criança para a formação
de sua figura humana, ainda dependem fundamentalmente das trocas simpáticas entre átomos, moléculas,
células e fibras, cujo ritmo só se estabiliza depois da puberdade, quando o menino ou a menina se torna
homem ou mulher.

A excitação psíquica inoportuna, as impressões mentais dramáticas, os choques emotivos ou


as comoções imprevistas, tendem a alterar a segurança nervosa das crianças e podem
causar-lhes desarmonias orgânicas, cujos reflexos prejudiciais afetarão a estrutura íntima do
perispírito, ainda parcialmente afastado do corpo físico.

A mediunidade, portanto, é como a flor, que exige o cultivo somente no momento próprio do seu
desabrochar. É óbvio, entretanto, que a criança, que já é portadora de fenômenos incomuns, devido à
faculdade mediúnica espontânea, ela os exerce como um fato inerente à sua própria pessoa, sem sofrer
angústias ou aflições, produzindo-os sem esforços ou espanto, tal como ri, canta ou salta, o que para ela é
manifestação natural de sua própria constituição ancestral. É acontecimento que ela não discute, nem
guarda prevenções, por considerá-los próprios da criatura humana.

Muitas crianças narram acontecimentos miraculosos sem demonstrar espanto ou receio, considerando
como um fato natural à sua existência física, até mesmo as visões psíquicas que elas identificam; em
conseqüência, depois de adultas, terminam por relacionar os fenômenos mediúnicos que viveram
espontaneamente na infância, ligando-os então aos postulados doutrinários do Espiritismo, mas sem
considerá-los indesejáveis ou fruto de distúrbio mental.

Como o intercâmbio mediúnico é serviço de grave responsabilidade espiritual, resulta, sem dúvida, de
pouco sucesso quando entregue ao menino ou menina, ainda sem os compromissos próprios do adulto.

8. RISCOS DECORRENTES DA INATIVIDADE MEDIÚNICA

O médium de prova é um espírito que, antes de descer à carne, recebe um “impulso” de aceleração
perispiritual mais violento do que o metabolismo do homem comum, a fim de se tornar um intermediário
entre os “vivos” e os “mortos”. Assim, é criatura cuja hipersensibilidade, oriunda da dinâmica acelerada do
seu perispírito, o faz sentir, com antecedência, os acontecimentos que os demais homens recepcionam de
modo natural. Esse é o motivo porque o desenvolvimento mediúnico disciplinado e o serviço caritativo ao
próximo proporcionam certo alívio psíquico ao médium e o harmonizam com o meio onde habita.

Tal qual um acumulador vivo, ele se sobrecarrega de energias do mundo oculto e depois necessita
descarregá-las num labor metódico e ativo, que o ajuda a manter sua estabilidade psicofísica. A descarga
dessa energia excessiva, acumulada pela estagnação do trabalho mediúnico, não só melhora a
receptividade psíquica, como ainda eleva a graduação vibratória do ser.

O fluido magnético acumulado pela inatividade no serviço mediúnico transforma-se em tóxico


pesado na vestimenta perispiritual e causa desarmonia no metabolismo neuro-orgânico.

O sistema nervoso, como principal agente ou elo de conexão da fenomenologia mediúnica para o mundo
físico, superexcita-se pela contínua interferência do perispírito, hipersensibilizado pelos técnicos do Espaço,
e deixa o médium tenso e aguçado na recepção dos mínimos fenômenos da vida oculta. Deste modo, o
trabalho ou intercâmbio mediúnico significa para o médium o recurso valioso que o ajuda a manter sua
harmonia psicofísica.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 8

9. ABDICAÇÃO DO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE

As criaturas que são médiuns e desistem de exercer a mediunidade devido à insuficiência de suas
condições físicas, emotivas, financeiras e até morais, demonstram que não estão cônscias de sua
responsabilidade espiritual.

Os médiuns nascem comprometidos para um serviço excepcional a favor do próximo, além de sua própria
redenção, e isso é escolha feita livremente antes deles ingressarem na carne. Imprudentemente, muitos
esquecem esse compromisso severo e se entregam a todos os caprichos e vícios próprios do homem
comum; deste modo, atravessam a existência terrena na figura do caçador de emoções e aventuras
censuráveis, enquanto subestimam a mediunidade, que lhes pesa à conta de um fardo insuportável.
Embora sejam portadores de mensagem incomum, vivem presos aos preconceitos e às convenções tolas
da sociedade terrena, pois transitam pelo mundo material, escravos das minúcias e das futilidades mais
tolas. Esquecendo a responsabilidade da faculdade mediúnica, eles vivem inconscientes do seu próprio
destino espiritual elevado; em tais condições, negligenciam o seu labor mediúnico e desperdiçam tempo
precioso entre companhias censuráveis e nos ambientes viciados. Qual antenas vivas de maus fluidos,
terminam saturados pelo desânimo, pessimismo e desconfiança, completamente derrotados diante das
vicissitudes humanas.

São médiuns que encerram sua existência na condição de elementos improdutivos, gastos e
desesperançados; excessivamente onerosos para o Alto, mesmo quando atendem ao mais singelo serviço
mediúnico, eles exigem junto de si, a todo o momento, a presença de espíritos técnicos e cooperadores,
que lhes devem cuidar da saúde periclitante, afastá-los dos lugares perniciosos e guiá-los às boas ações.
Em verdade, até para fazerem o Bem, falta-lhes o senso e a iniciativa própria! No entanto, assim que se
sentem higienizados pelos bons fluidos do Além, e assistidos pelos seus guias, eis que novamente relaxam
sua vigilância e defesa psíquica, para retornarem às mesmas condições perniciosas anteriores. Em
consequência, o recurso mais prudente a ser providenciado pelo Alto é o de afastá-los definitivamente do
serviço mediúnico ativo, pois, em caso contrário, serão vítimas da superexcitação nervosa que lhes
causará ainda coisa pior.

10. FRACASSOS E ABUSOS NO EXERCÍCIO MEDIÚNICO

Ainda é grande a porcentagem dos médiuns que fracassam no exercício da mediunidade, após terem
gozado o prestígio de faculdade mediúnica incomum. Não é propriamente a posse antecipada da faculdade
mediúnica o motivo responsável pelo fracasso muito comum de alguns médiuns em prova na matéria; isso é
mais conseqüente de sua imperfeição ou contradição espiritual.

O médium, em geral, é espírito que decaiu das suas posições privilegiadas do passado, sendo
ainda muito apegado à sua personalidade humana transitória; deste modo, ele subestima a
transcendência dos fenômenos que se processam por seu intermédio e os considera,
erroneamente, mais como produto exclusivo de sua vontade e capacidade mental.

Embora muitos médiuns sejam inteligentes e mentalmente desenvolvidos, o orgulho, a vaidade, a ambição,
a prepotência, a cupidez ou a leviandade ainda os fazem tombar de seus pedestais frágeis, porque
falsamente se crêem magos excepcionais ou indivíduos de poderes extraordinários para a produção
de fenômenos extemporâneos ou revelações incomuns.

A Terra ainda é pródiga de magos de feira, curandeiros mercenários ou iniciados sentenciosos que, através
de rituais extravagantes, atraem e exploram as multidões ignorantes. São verdadeiros “camelôs” da
espiritualidade que, beneficiados pela graça mediúnica concedida pelos espíritos benfeitores, exploram-na
sob o disfarce da magia ou dos poderes esotéricos, mas sempre evitando a disciplina espírita que, sem
dúvida, lhes exigiria conduta ilibada e o absoluto desinteresse pecuniário no trato das coisas espirituais.
Entretanto, chega o momento em que eles são atingidos em cheio pela Lei Sideral, que lhes estanca a
exploração do veio aurífero da mediunidade a serviço do comércio indigno e dos interesses pessoais, e
assim terminam os seus dias sob terrível humilhação espiritual, sofrendo as agruras do mau emprego dos
favores concedidos pelo Alto.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 9

Muitas lendas terrenas são verdadeiros simbolismos e alusões ao mau uso dos dons mediúnicos, quando
certos médiuns traem a confiança dos seus mentores siderais. A tradição lendária narra o caso de criaturas
que, depois de favorecidas com poderes excepcionais concedidos por anjos, fadas ou gênios benfazejos,
terminam perdendo-os lastimavelmente pela avareza, cupidez, vaidade, desleixo ou interesse mercenário.
Sem dúvida, tais narrativas não passam de lendas e contos fantásticos, mas em sua profundidade
permanece o ensinamento espiritual do fracasso daqueles que fazem mau uso dos talentos que os gênios
do Bem concedem aos espíritos endividados, e que necessitam urgentemente de sua própria reabilitação
espiritual. No entanto, a faculdade mediúnica pode desaparecer a qualquer momento, desde que o seu
portador a comprometa na Terra, para satisfazer sua vaidade ou obter proveitos ilícitos.

A nenhum médium é facultado servir-se da mediunidade para o seu uso exclusivo ou


aproveitamento excêntrico, nem expô-la em público na forma de tábua de negócios, pois é
também um dos talentos concedidos por Deus a seus filhos, tal como ensinou Jesus em suas
parábolas.

As forças psíquicas tanto se degradam na manifestação espetacular, que só exalta a personalidade humana
transitória, como se deturpam quando são transformadas em mercadoria destinada a criar todas as
facilidades ou atender aos caprichos da vida física.

Os valores legítimos da faculdade mediúnica, quando são desenvolvidos e praticados com o Cristo, não
produzem quedas e as humilhações que abalam a vida tumultuosa dos médiuns imprudentes. O médium,
como instrumento fiel da vontade do Senhor, revelada no mundo das formas, elabora um dos piores
destinos para o futuro quando, pela sua negligência ou má fé, subverte o programa espiritual que prometeu
divulgar à superfície da Terra.

Há sempre atenuante para aquele que peca por ignorância, mas é indigno da tolerância quem
o faz deliberadamente, depois de haver-se comprometido para a efetivação de um serviço que
diz respeito ao bem de muitas criaturas.

Os mentores siderais só concedem a faculdade mediúnica para os espíritos que se prontificam a cumprir
leal e corretamente, na Terra, todos os preceitos e normas necessárias para um aproveitamento espiritual
em seu favor e em favor da humanidade.

Os espíritos endividados rogam aos técnicos siderais a sua hipersensibilização perispiritual, para então
desempenharem um serviço mediúnico que promova o ressarcimento de seus débitos clamorosos do
passado.

No entanto, estes não podem prever antecipadamente a ganância, a vaidade, a subversão ou a


desonestidade dos seus pupilos quando, depois de encarnados, se deixam fascinar pelas tentações, vícios
e convites pecaminosos que os fazem fracassar na prova da mediunidade.

Em geral, depois de encarnados, deixam-se influenciar pelas vozes melífluas dos habitantes das Trevas e
passam a comerciar com a mediunidade à guisa de mercadoria de fácil colocação. Sem dúvida, quando
percebem sua situação caótica espiritual, já lhes falta a condição moral e o potencial de vontade para o seu
reerguimento ante o abismo perigoso.

Nenhum espírito encarna-se na Terra com a tarefa obrigatória de ser médium psicógrafo, mecânico,
incorporativo ou de efeitos físicos, pois, na verdade, cada um o faz por sua livre e espontânea vontade,
pois solicitou previamente do Alto o ensejo abençoado para redimir-se espiritualmente num serviço de
benefício ao próximo, uma vez que no pretérito também usou e abusou dos seus poderes intelectuais ou
aptidões psíquicas em detrimento alheio.

Mesmo na Terra, as tarefas mais perigosas devem ser aceitas de modo espontâneo, para que o seu
responsável não venha a fugir posteriormente de cumpri-la por desistência pessoal, e, sem dúvida, a
escolha do serviço perigoso sempre recai sobre o homem mais apto e capacitado para o bom êxito.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 10

Em especial, a mediunidade de fenômenos físicos é um serviço incomum, difícil e perigoso,


cujos óbices vultosos e surpresas exigem o máximo de prudência, humildade, e segurança
moral.

O médium, antes de encarnar-se, sabe disso e se depois vem a comerciar com os bens espirituais e
fracassar no desempenho contraditório de sua função elevada, tal fato não pode ser creditado ao Alto, que
só lhe proporcionou o ensejo redentor. A culpa, evidentemente, cabe ao próprio fracassado ante a sua
imprudência em aceitar tarefas mediúnicas acima de sua capacidade normal de resistência espiritual.

As oportunidades mediúnicas redentoras são concedidas aos espíritos faltosos, mas quanto
à responsabilidade do êxito ou fracasso, somente a eles deve ser atribuída, pois é o médium
quem produz as próprias condições gravosas ou ditosas no desempenho de sua tarefa
mediúnica.

A mediunidade de prova não se refere propriamente à concessão de faculdades mediúnicas prematuras ou


poderes concedidos extemporaneamente, pelos mentores da Terra, aos homens imaturos ou que ainda não
se encontram espiritualmente seguros de cumpri-las. Às vezes, estes não passam de antigos magos que
dominavam facilmente as forças ocultas, exerciam o fascínio sobre os elementais e usavam de hipnose
para fins interesseiros, tal como no caso de Rasputin, que se aproveitou dos seus objetivos torpes, como
instrumento vil das trevas. Quando tais espíritos retornam à carne para tentar a sua renovação espiritual
manejando os mesmos poderes que desvirtuaram no passado, mas sob a promessa de só os
empregar a favor do Bem, nem sempre logram sustentar por muito tempo o tom espiritual elevado que
lhes é requerido pelos mentores siderais.

O coração atrofiado e a mente aguçada pela vontade poderosa, que é exercitada em vidas anteriores,
traem esses espíritos no trabalho mediúnico do Bem, caso não se curvem humildes e desde o princípio de
sua tarefa sob os postulados redentores do Cristo. Quando os responsáveis pelo progresso do orbe
verificam a inutilidade de conservá-los no serviço ativo da seara, vêem-se obrigados a alijá-los de
qualquer modo, a fim de que cessem os graves prejuízos decorrentes de sua atividade descontrolada. Mas
Deus sempre concede a oportunidade de renovação moral e do trabalho digno a todos os seus filhos, e a
prova mais evidente disso é que aqueles que presentemente já esposam princípios espirituais dignos e
superiores devem isso à bondade divina, que tolerou as suas iniqüidades do pretérito, concedendo-lhes
também a graça do serviço redentor tantas vezes quantas foram os seus equívocos.

Em verdade, os pecadores são justamente aqueles que mais precisam de Amor, tanto quanto os enfermos
necessitam do médico. Desde que do lodo pode surgir o lírio imaculado, é óbvio que dos lábios dos homens
impuros também é possível nascerem a esperança e o roteiro para os seres desarvorados na estrada da
vida humana. E se Deus, o Criador do Universo, que deveria exigir do homem o máximo de submissão e
acatamento aos objetivos sublimes de Sua Obra, multiplica os ensejos de sua mais breve redenção
espiritual, sem dúvida, a sua criatura não tem o direito de odiar, maltratar, roubar, e execrar o seu próprio
irmão de destino sideral. Eis porque motivo o grande sucesso de todo médium, fenomênico ou intuitivo,
ainda se fundamenta num único compromisso incondicional: cultuar sua mediunidade com o Cristo e
tornar-se um trabalhador ativo na seara do Mestre.

Não basta ver, ouvir e sentir espíritos em seu plano invisível. O médium, em qualquer hipótese, deve ser o
homem que, além de contribuir para a divulgação da imortalidade do espírito na Terra, é cidadão
comprometido pelos deveres comuns junto à sua coletividade encarnada, onde só a bondade, o amor, o
afeto, a renúncia e o perdão incessante podem livrá-lo das algemas do astral inferior.

Considerando que a faculdade mediúnica de “prova” ou de “obrigação” é sempre o acréscimo que o Alto
concede ao espírito endividado para conseguir a sua reabilitação espiritual, sob hipótese alguma deve ela
ser negociada ou vilipendiada. É o serviço de confiança que o médium exerce em favor alheio, sem deixar
de cumprir todas as suas obrigações para com a família, a sociedade e os poderes públicos. Os mentores
siderais não lhe exigem o sacrifício econômico da família, a negligência educativa da prole, o descuido com
as necessidades justas da parentela, para só atender indiscriminadamente ao exercício da sua faculdade.

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13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 11

Cada médium, como espírito em evolução, conduz o seu próprio fardo cármico gerado no pretérito
delituoso, o que também lhe determina as obrigações em comum no lar, onde vítimas e algozes, amigos e
adversários de ontem empreendem o curso de aproximação espiritual definitiva. Assim é que, em última
hipótese, deve prevalecer sobre o serviço mediúnico o cumprimento exato das determinações cármicas que
lhe deram origem à existência na matéria.

Considerando-se que o mundo de César é o reino transitório dos interesses da vida material
para a educação do espírito imperfeito, o dom mediúnico é a dádiva espiritual do reino do
Cristo, e não mercadoria de especulação mundana.

11. CONSEQUÊNCIAS DO MAU USO DA MEDIUNIDADE

Há médiuns poderosos, que produzem fenômenos incomuns e curas extraordinárias e que, no entanto,
mercadejam com sua faculdade mediúnica, enquanto há outros que são escravos dos vícios mais comuns.
Quantas vezes as autoridades públicas do mundo material também credenciam determinados indivíduos
para desempenharem serviços de importância em favor do povo, porque os julgam homens de bons
propósitos, honestos e leais? No entanto, comumente eles enodoam o seu trabalho e traem a confiança dos
seus superiores, deixando-se tentar pela cobiça, avareza ou fortuna fácil, terminando por cumprir
desonestamente aquilo que lhes fora solicitado para o bem comum! O mandato mediúnico, que autoriza o
seu outorgado a prestar um serviço útil à coletividade encarnada, também lhe beneficia o espírito imperfeito,
por cujo motivo é compromisso que deve ser executado com toda a dignidade e elevação moral .

Aceitando a tarefa mediúnica de suma importância para si e para o próximo, é evidente que o
médium fica responsável por qualquer desvio ou perturbação que venha a produzir durante o
exercício de sua tarefa no mundo profano.

Mas é evidente que os anjos do Senhor, por serem almas repletas de ternura e amor, sempre guardam
suas esperanças na corrigenda ou renovação dos espíritos que, embora sendo imperfeitos e culposos, são
convocados ao serviço espiritual superior da mediunidade no mundo físico. Assim, eles não os privam
subitamente da faculdade que os põem em contato com o mundo espiritual; multiplicam-lhes as
oportunidades de recuperação das novas faltas e os ajudam a sanar os deslizes cometidos no seio da
doutrina que os apóia na carne.

Paradoxalmente, quais árvores nutridas de seiva arruinada, esses médiuns ainda continuam a dar bons
frutos, mas ignoram que é o generoso “toque” angélico, que tudo higieniza e sublima, o que realmente
promove as curas e garante as revelações sadias. Cegos pela vaidade de se julgarem auto-suficientes,
capazes de tudo realizar na suposta independência de qualquer comando invisível, abdicam da vigilância e
do bom senso, imunizam-se à vibração angélica e tombam fragorosamente no lodo de suas próprias
imprudências. Infelizes e orgulhosos, não conseguem perceber quando também “muda” a presença oculta
que os protegia; quando se retira o anjo e em seu lugar surge a figura maquiavélica e astuta do gênio das
sombras! Dali por diante, há um “dono” e não um “guia”; em lugar do orientador terno e tolerante, que a
todos os equívocos e interesses inconfessáveis do médium apunha o selo da sua responsabilidade
espiritual, surge a alma cruel, daninha, orgulhosa e viciosa, que exige, domina e castiga!

Desaparece o anjo amoroso, que conduz as almas para o reino da Luz, e se manifesta o
senhor de escravos, que depois arrasta do túmulo o espírito imprevidente para as regiões das
trevas!

Esse o fim dos médiuns que, depois de agraciados por destacados poderes espirituais no trato do mundo
físico, para o bem de si e da coletividade encarnada, terminam enodoando sua tarefa com a vileza da
negociata impura e carregando a desconfiança e a hostilidade para o serviço mediúnico.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
13. Responsabilidade e riscos da mediunidade 12

O sofrimento dos médiuns que não cumprem o seu mandato espiritual dignamente na Terra, e que eles
mesmos requereram para a sua própria redenção, bem antes de se reencarnarem, negligenciando seus
compromissos espirituais, não é imposto pelo Alto, à semelhança dos julgamentos da justiça humana.
Embora não lhes seja aplicado deliberadamente nenhum castigo determinado pelas autoridades sidéreas,
as suas condições vibratórias demasiadamente confrangedoras e o remorso cruciante, devido ao
desrespeito à confiança angélica, são suficientes para vergastar-lhe a consciência e maltratar-lhe a alma
angustiada.

Depois que despertam no Além e reconhecem, à luz meridiana de sua consciência espiritual, os enormes
prejuízos que causaram na consecução do elevado programa organizado pelos espíritos benfeitores, os
médiuns delinqüentes se tornam ainda mais infelizes, verificando a necessidade de recomeçar novamente a
mesma tarefa na Terra, não só em piores condições, como ainda deserdados do endosso angélico de que
abusaram negligentemente. E como ainda há extensa a fila dos espíritos desencarnados aguardando novos
corpos físicos para uma reabilitação espiritual que lhes amaine as dores perispirituais e lhes olvide o
remorso das vidas pregressas mal vividas, esses médiuns perdulários e faltosos terão de permanecer
muitos anos no mundo astral, a meditar nas suas desditas e sofrer o efeito de suas mazelas íntimas.

Fontes bibliográficas:

1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
14. O médium de mesa e o médium de terreiro 2

O médium kardecista é mais propriamente um “procurador” ou “representante” dos espíritos,


mas sempre vigilante ante o perigo de fascinação ou obsessão por descuido, fanatismo ou
conduta desregrada.

Mas os espíritos desencarnados que atuam em candomblés, macumbas ou atualmente em Umbanda,


chamam de cavalos os seus médiuns, por que deles exigem a abdicação de personalidade, cultura,
temperamento, linguagem correta e preocupação de oratória.

O médium de terreiro, como o cavalo domesticado, deve ser dócil e submisso à vontade do
seu dono, sem protesto e nem negaças.

Embora possa ser culto ou excelente orador, o médium de terreiro fala arrevesado e limita-se à filosofia
doméstica, miúda e popular dos pretos velhos; malgrado o seu prestígio no mundo profano, seu curso
acadêmico ou graduação superior, há de ser humilde, comunicativo e tolerante, capaz de atender
seriamente às solicitações mais tolas ou criticáveis.

TIPO ATUAÇÃO CARACTERÍSTICA

devem manter o controle espiritual e mental, sem perder o domínio de sua


MÉDIUNS DE MESA individualidade, a fim de evitar a infiltração perigosa dos espíritos
malfeitores.

obedecem cegamente às entidades que incorporam e lhes correspondem


CAVALOS DE TERREIRO quanto à linguagem truncada, às configurações peculiares, aos cacoetes e
costumes, além de fumarem, beberem cachaça, vinho ou cerveja.

Enquanto a Umbanda aperfeiçoa a prática mediúnica no campo do fenômeno e favorece a reprodução


plástica mais fiel dos espíritos através da passividade e versatilidade dos cavalos, o Espiritismo doutrina os
homens para a sua libertação definitiva das formas do mundo transitório da carne. Malgrado a aparência de
ambas se contradizerem, a Umbanda “ajusta o vaso” e o Espiritismo “asseia o líquido”; a Umbanda
“aprimora a lâmpada” e o Espiritismo ”apura a chama!”

Enquanto o Espiritismo restringe os fenômenos mediúnicos em sua manifestação


propriamente física, a Umbanda deve assegurar plena liberdade de ação dos espíritos
comunicantes sobre os cavalos.

No entanto, considerando a questão sobre se o trabalho mediúnico de “mesa” é superior ao trabalho


mediúnico de “terreiro”, ou vice-versa, o mais importante em ambos os casos, ainda é a qualidade
espiritual daqueles que operam neste ou naquele setor de intercâmbio com os desencarnados. A presença
de espíritos inferiores não depende do gênero de trabalho mediúnico, nem do tipo de doutrina espiritualista,
mas exclusivamente da conduta, do critério moral dos seus componentes e adeptos.

A Umbanda, pelas características que lhe são próprias, é doutrina mais apegada aos fenômenos materiais,
pois o seu principal metabolismo de vida é justamente baseado sobre as forças grosseiras da Natureza.
Vale-se de arsenal que lhe constitui o culto religioso atual e lhe faz conexão com os espíritos primários da
Natureza, diferenciando-se por isso do Espiritismo, cuja atividade é feita mais propriamente no plano
mental.

Enquanto a Umbanda opera nos desvãos nauseantes do subsolo astralino, no foco convergente das forças
violentas e selváticas da criação inferior, o Espiritismo não mexe com “formigueiros” tão perigosos, pois a
sua atividade no plano mental é menos acessível à investida agressiva dos magos das sombras.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
14. O médium de mesa e o médium de terreiro 3

Não se deve endossar o serviço mediúnico mercenário, nem a magia degradante, a superstição que algema
o progresso mental, a prática primitiva que degrada o espírito ou a negociata censurável dos despachos de
encruzilhadas, com que alguns astuciosos “cavalos” de Umbanda exploram os incautos e os ignorantes.
Mas também não se deve louvar o médium espírita que comercia com os bens da espiritualidade, ou então
vive desmentindo, na vida profana, os mesmos preceitos morais que tenta impor aos frequentadores do
centro espírita. Ambas as doutrinas buscam a mesma Verdade, o serviço caritativo ao próximo e o
movimento no sentido de o homem atual entender e assumir conscientemente a sua responsabilidade
cármica gerada nas existências anteriores. Não importa por qual das correntes mediúnicas o médium venha
a se desenvolver, desde que através dele consiga fazer desaparecer de sua alma as “feridas morais” que
atraem as influências do astral inferior, quando então poderá prescindir de ambos os trabalhos, porque
então já estará curado espiritualmente!

1. DIFERENÇAS ENTRE AS MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS NOS MÉDIUNS DE


“MESA” E NOS DE “TERREIRO”

O simples desvestimento do corpo carnal não extingue vícios, desejos e velhos hábitos estratificados no
mundo físico, assim como os fenômenos pós-morte de sofrimento, lesões, fadiga, fome e sede não são
frutos do pensamento indisciplinado, mas cruciante realidade, atuando com mais intensidade no espírito
desencarnado.

A morte apenas transfere o espírito para outra moradia, sem lhe violentar o campo de idéias e
emoções cultuadas no mundo material.

O homem culto volta a comunicar-se com a Terra, expondo o seu vasto cabedal de conhecimentos e
experiências incomuns, em linguagem castiça e correta; já o ignorante e o primário comunicam-se num
linguajar deturpado ou regional.

A questão da manifestação mediúnica mais autêntica ou menos autêntica depende precipuamente da


versatilidade ou submissão do médium às características do comunicante; daí o fato dos índios, caboclos e
pretos velhos manifestarem-se nos terreiros com as suas peculiaridades vividas no mundo físico, por
encontrarem ali o campo mediúnico adequado aos seus tipos. Manifestam-se sem qualquer
constrangimento, de conformidade com a sua estatura espiritual e o mecanismo de linguagem que lhes foi
habitual no mundo físico, despreocupados de qualquer advertência severa de que não devem “falar errado”.

Que vale ao preto-velho dispor de um médium letrado e altiloqüente, mas que lhe desfigura a
individualidade ou o tipo peculiar de ancião exaurido na escravidão, pelo artificialismo de uma oratória
brilhante e vocabulário fidalgo? Não seria absurdo exigir que a criança devesse usar de puro vernáculo e
elevada conceituação moral, só porque se encontra entre adultos?

A liberdade de manifestação mediúnica nos terreiros e a docilidade proposital do cavalo aos estímulos
ocultos, permitem aos espíritos comunicantes atuarem-lhe mais fortemente nas regiões dos plexos
nervosos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais características; então,
índios, pretos velhos e caboclos, vovozinhas e tiazinhas revelam-se nos terreiros com linguajar deturpado,
costumes, cacoetes, risadas, adágios e tradições, à semelhança de verdadeiras cópias de sua realidade no
Espaço! Tais práticas, se conduzidas em trabalhos de mesa, seriam tidas à conta de imprudência,
contrariando as advertências sensatas e lógicas de Allan Kardec, que têm por fim tornar os médiuns
prudentes e vigilantes contra a penetração de espíritos zombeteiros e malfeitores, e poderiam até mesmo
conduzir à obsessão.

Enquanto o Espiritismo restringe os fenômenos mediúnicos em sua manifestação propriamente física, a


Umbanda deve assegurar plena liberdade de ação dos espíritos comunicantes sobre os cavalos, os quais
estão amparados pela defesa dos pretos velhos e caboclos, que escorraçam as entidades mal-
intencionadas. O terreiro significa, na realidade, a “mucamba” do preto e a “choça” do bugre, em que eles
podem dar vazão à sua alegria, manter suas tradições primitivas, crenças religiosas e manifestações de
acordo com suas idiossincrasias. É óbvio que o caipira se sente mais à vontade na casa do amigo pobre, do
que sobre as poltronas de veludo do palácio do rico moderno!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
14. O médium de mesa e o médium de terreiro 4

Um dos principais fundamentos da Umbanda é manter o ambiente eletivo para os pretos e caboclos se
comunicarem à vontade, na sua vivência regionalista, no seu linguajar pitoresco e truncado, plasmando-se
através dos cavalos sem quaisquer constrangimentos e na sua forma característica:

ENTIDADE MANIFESTAÇÃO CARACTERÍSTICA

saúdam em grande estilo; tornam os médiuns altivos e fortes, capazes de


ÍNDIOS
movimentos rápidos, quase felinos, e até de saltos vigorosos

são curvados, sentenciosos nos seus rifões morais, voz macia, alegres e
PRETOS VELHOS
afáveis, no linguajar característico dos velhos escravos do Brasil

revelam a finura própria do sertanejo brasileiro e são repentistas, afiados,


CABOCLOS espertos, sinceros e desconfiados, falando no modo original e arrevesado do
interior

Por isso, os freqüentadores de Umbanda identificam facilmente os pais de terreiro, logo de chegada, por um
gesto ou toque peculiar na pronúncia de meia dúzia de palavras ou no próprio jeito de incorporar. Já essa
caracterização mais fiel dos comunicantes não poderia ocorrer junto às mesas espíritas, pois nelas são
raríssimos os médiuns de transfiguração, capazes de manifestarem, com espontaneidade, a configuração
exata dos desencarnados.

Como quase a totalidade dos médiuns em atividade são conscientes ou semiconscientes,


qualquer coação ou advertência contensiva no exercício da mediunidade reduz-lhe a
passividade mediúnica e desperta a condição anímica.

Ademais, a disciplina mediúnica junto às mesas kardecistas segue outra orientação, em que é mais
importante o conteúdo e a natureza moral das mensagens dos desencarnados, do que mesmo
caracterização quanto ao seu tipo ou personalidade. É da tradição espírita kardecista que os espíritos se
manifestam pelo “pensamento”, cabendo aos médiuns transmitirem as idéias com o seu próprio
vocabulário e não as configurações dos comunicantes! Em face do habitual cerceamento mediúnico junto às
mesas kardecistas, os desencarnados têm que se limitar ao intercâmbio mais mental e menos
fenomênico; isto é, “mais ideias e menos personalidade”! Quando o médium é culto, eloqüente e prolixo, os
espíritos comunicantes também são desembaraçados e intelectivos; no entanto, quando inculto ou lacônico,
ele então reduz ou desfigura a individualidade do comunicante.

Às vezes, ocorre o paradoxo de espíritos primários se comunicarem junto às mesas kardecistas em


linguagem escorreita, bom rendilhado verbal e alto nível de idéias, porque dispõem de um médium
primoroso e culto, enquanto escritores, oradores e cientistas consagrados pela história do mundo,
transmitem mensagens empobrecidas e de baixo nível intelectivo através de médiuns broncos.

Os bons médiuns de mesa ampliam, sinonimizam elegantemente e até clareiam o pensamento


obscuro dos comunicantes iletrados, enquanto os medíocres ensombram e contradizem os
nomes famosos com que identificam as suas mensagens.

É certo também que existem médiuns psicógrafos excelentes operando na seara espírita, os quais revelam
através da escrita mediúnica as características fundamentais dos comunicantes, sem necessitar da técnica
tradicional do desenvolvimento nos terreiros.

2. O DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO NA “MESA” E NO “TERREIRO”

É bem grande a diferença entre o modo de se desenvolver o médium junto à mesa kardecista e a técnica de
desenvolvimento do “cavalo” de Umbanda.
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14. O médium de mesa e o médium de terreiro 5

Frequentemente se diz que os médiuns se desenvolvem mais rapidamente nos terreiros de Umbanda, do
que junto à mesa kardecista, onde demoram longo tempo; entretanto, como o desenvolvimento mediúnico
não consiste numa série de movimentos rítmicos, algo parecidos à ginástica física muscular, o candidato a
médium deve apurar os seus atributos angélicos, antes da preocupação de se tornar um intermediário
fenomênico dos espíritos desencarnados. Que vale um desenvolvimento mediúnico rápido, se o médium
ainda não possui nada de útil e bom para ofertar ao próximo?

A faculdade mediúnica não é banho miraculoso capaz de transformar instantaneamente o seu portador num
sábio ou santo, só porque transmite comunicações do Além. Tratando-se de uma hipersensibilização
prematura e de prova, é o seu próprio agente o mais necessitado de recuperação espiritual, antes de
cogitar do sucesso do fenômeno. Por isso, há médiuns que demoram junto das mesas kardecistas para
desabrochar sua mediunidade, pois ainda lhes falta incorporar as virtudes do Evangelho do Cristo, bem
antes de comunicar o pensamento dos falecidos! Não basta apenas plasmar o porte altivo do índio, a
configuração servil do preto velho ou interpretar o modo caipira do caboclo, para se comprovar o sucesso
da mediunidade. Tanto os kardecistas, como os umbandistas, perdem o seu precioso tempo junto de
médiuns ou cavalos cuja compostura moral é sumamente inferior à sua desenvoltura mediúnica. Que
vale a taça vazia diante de quem agoniza de sede?

O melhor processo para desenvolver o médium que prefere atuar sob a doutrina espírita ainda é aquele que
Allan Kardec indicou no “Livro dos Médiuns”; no entanto, quem por simpatia, índole espiritual,
temperamento psicológico ou serviço comprometido no Espaço, escolhe o mediunismo de Umbanda, sem
dúvida deverá seguir os métodos prescritos pelos “pais de cabeça”, submeter-se à técnica dos “caboclos
desenvolvedores” e enquadrar-se sob os preceitos ritualísticos das linhas de Ogum, Xangô, Ori do Oriente,
Oxossi, Oxalá, Iemanjá ou Yori-Yorimá.

O desenvolvimento mediúnico é mais demorado, como fenômeno, junto às mesas kardecistas porque, de
acordo com os preceitos doutrinários do Espiritismo, os médiuns são advertidos para sustarem qualquer
manifestação excêntrica ou indisciplinada. Assim, as comunicações são quase telepáticas e as próprias
agitações e cacoetes de alguns médiuns são levados à conta de animismo. Deste modo, as mensagens
mediúnicas da maioria dos médiuns de mesa ficam bastante submissas à maior ou menor cultura e
capacidade dos mesmos.

O animismo, ou seja, interferência inconsciente do próprio médium em suas comunicações, pode acontecer
em algumas mesas espíritas quando certos neófitos enfermiços, histéricos, esquizofrênicos ou
neurovegetativos confundem o fenômeno mediúnico com as suas próprias manifestações mórbidas.
Algumas criaturas inexperientes e até perturbadas, às vezes se transformam em missionários dominados
pela preocupação febril de “salvar a humanidade”, e assim pontificam na seara espírita como doutrinadores
ou médiuns, expondo coisas ridículas à guisa de revelações de elevada sabedoria espiritual.

A preocupação fundamental do médium de mesa é evitar exageros, esgares ou módulos pitorescos dos
comunicantes, reduzindo muito a possibilidade fenomênica dos desencarnados manifestarem a sua
personalidade ou focalizarem as suas características particulares. Não há dúvida de que os médiuns de
elevado gabarito reproduzem gestos, tom de voz e inúmeras outras particularidades dos comunicantes,
embora não façam parte de terreiros; no entanto, esse tipo de médiuns, se participassem dos labores
mediúnicos de Umbanda, indubitavelmente, também seriam os melhores “cavalos” de terreiro!

Os umbandistas afirmam que, em face dos métodos de desenvolvimento adotados nos terreiros, os
médiuns ou cavalos ali são inconscientes e livres do animismo, tão peculiar das mesas kardecistas;
entretanto, a mediunidade inconsciente é raríssima , tanto nos terreiros como nas mesas espíritas. Essa
afirmação origina-se do fato de que os espíritos primitivos ou sofredores são mais “possessivos”, porque
seus fluidos, demasiadamente vitalizados pelo éter-físico da Terra, atuam de modo coercitivo,
reduzindo assim algo da consciência dos seus instrumentos. Isso acontece geralmente com as criaturas
obsediadas, que perdem o domínio de seu corpo e, ao voltarem de suas crises obsessivas, pouco se
lembram do que lhes aconteceu.

Quanto mais sublime é o espírito, tanto menor é a sua ação física sobre o médium e mais
predominantemente inspirativa é sua comunicação.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
14. O médium de mesa e o médium de terreiro 6

3. A DEFESA MEDIÚNICA NOS TRABALHOS DE “MESA” E DE “TERREIRO”

Nas práticas mediúnicas espíritas, a defesa do médium reside quase exclusivamente na sua conduta moral
e elevação de pensamentos, porquanto seus guias de mesa, após cumprirem suas tarefas benfeitoras,
devem atender outras obrigações inadiáveis. Por isso, as advertências sensatas e lógicas de Kardec têm
por fim tornar os médiuns prudentes e vigilantes contra a penetração de espíritos zombeteiros ou
malfeitores. Já a principal atividade dos terreiros de Umbanda se exerce no submundo das energias
degradantes e fonte primária da Vida. Os cavalos lidam com toda sorte de tropeços, ciladas, mistificações,
magia e demandas contra entidades sumamente poderosas e cruéis, que manipulam as forças ocultas com
absoluto êxito.

Em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente os labores de


espíritos das falanges negras, os cavalos de umbanda são permanentemente alvejados pelas
confrarias ocultas malfeitoras.

Em consequência, a proteção dos filhos de terreiros é constituída por verdadeiras tropas de choque sob o
comando de chefes experientes e decididos, conhecedores profundos da manha e astúcia dos magos
negros. Sua atuação é permanente na Crosta terráquea e vigiam atentamente os cavalos contra as
investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela “elevação de
pensamentos” ou de conduta moral superior, ainda tão rara entre os homens!

Não se trata apenas de confortar o espírito sofredor, comover o obsessor obstinado ou orientar o irmão
confuso, como é comum nos trabalhos de mesa, mas ao cavalo de Umbanda compete ser o ponto de apoio,
de firmeza, dos pais de terreiros em sua luta pertinaz contra agrupamentos e falanges poderosas das
Trevas! Em conseqüência, os chefes das Linhas e falanges de Umbanda também assumem pesados
deveres e severa responsabilidade de segurança e proteção dos seus pupilos, num compromisso de serviço
e fidelidade mútua, porém de maior responsabilidade dos pais de terreiros. Daí se explica a necessidade
das grandes descargas fluídicas que se processam nos terreiros e dos banhos de ervas recomendados aos
cavalos, cambonos e cooperadores, a fim de expulsarem os maus fluidos, convergidos depois dos trabalhos
de desmanchos ou demanda entre tribos adversas!

Fontes bibliográficas:

1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
15. Animismo e mistificação 2

Evidentemente, uma boa garimpagem psicanalítica talvez pudesse sanear a mente complicada de muitos
médiuns, ajustando-os na sua função de intérpretes do Além. Sob tais condições, então predominam as
idéias fixas, os falsos messianismos, auto-exaltações, recalques, fobias e sublimações enganosas. Embora
esses médiuns sejam vítimas de sua própria exaltação psíquica, agindo sem má intenção, tornam-se
improdutivos e até semeiam prejuízos por confundirem o sensato com o ridículo, e o verdadeiro com o falso!
Sem dúvida, o método de psicanálise freudiano poderia ajudar esses médiuns quanto à drenagem de suas
próprias contradições e complexos, levados à conta de mediunidade.

Algumas criaturas inexperientes e até perturbadas, às vezes se transformam em missionários, dominados


pela preocupação febril de “salvar a humanidade”, e assim pontificam na seara espírita como doutrinadores
ou médiuns, expondo coisas ridículas à guisa de revelações de elevada sabedoria espiritual.

O médium anímico inculto, sugestionável, enfermiço ou moralmente falho é vítima passiva


das suas próprias idéias, das emersões da memória pregressa e das sugestões anímicas
medíocres.

Facilmente ele há de tomar por manifestação de espíritos desencarnados tudo aquilo que se potencializa à
superfície de sua mente e sob a influência de qualquer clima catalisador de animismo.

O ambiente de uma sessão mediúnica nos moldes espíritas é um clima adequado para favorecer a
associação de idéias, a emersão do subconsciente ou o ajuste das impressões do dia nas criaturas mais
sugestionáveis, que assim se confundem a ponto de se crerem mediunizadas pelos espíritos; ali tudo
converge para impulsionar, acelerar o conteúdo psicológico, a bagagem freudiana e os automatismos
incontroláveis do médium excessivamente anímico.

2. O MÉDIUM ANÍMICO-PURO OU PSEUDOMÉDIUM

É um pseudomédium, que não participa de fenômenos psíquicos, mas apenas os imagina, dominado pela
autossugestão, histeria, automatismo psicológico ou fantasia da mente deseducada; isto é, ele mesmo é o
autor exclusivo da comunicação, que atribui a um espírito desencarnado. Ele sugestiona-se para o transe
anímico já no ingresso à atmosfera tradicional do ambiente espiritista e o seu subconsciente excita-se à
meia-luz, pela abertura dos trabalhados, sob a leitura do Evangelho ou dos temas mediúnicos.

As instruções do doutrinador, o convite para os médiuns se concentrarem e receberem o guia ou os


sofredores, tudo isso funciona à guisa de um clima catalisador, que aciona inadvertidamente a maquinaria
psíquica da criatura ansiosa por ser médium e desafogar seus dramas e angústias íntimas, que
erroneamente a fizeram crer como sendo fruto da influência de espíritos sofredores. Além das condições
que aceleram a mente do médium anímico, ele pode dar largas à sua imaginação desenfreada, até pela
presença de algum espírito desencarnado, às vezes seu comparsa do passado, que por isso também se
ligou às próprias aflições morais e dores que o dominam durante o transe mediúnico.

A aproximação dos espíritos junto aos seres encarnados assinala-se por várias formas de pressentimento,
modificação do campo magnético ou sensações psíquicas estranhas, que também podem se enlear
facilmente com outros fenômenos próprios da vida física, confundindo-se a criatura anímica com o médium.

É muito difícil distinguir se um espírito está se comunicando ou se é o médium que se põe a


interferir animicamente, pois no entrosamento entre ambos se processa acentuada
oscilação vibratória, espécie de “focalização” e “desfocalização” alternadas, o que só é
passível de controle ou observação segura pelos espíritos desencarnados e competentes.

Entretanto o médium totalmente anímico pode se tornar um médium de comunicação dos espíritos
desencarnados, porque o animismo, como manifestação da alma do ser, também é sensibilidade
psíquica, que é o meio para a comunicação dos espíritos desencarnados.

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O médium anímico tende à eclosão do fenômeno mediúnico, em face de sua


hipersensibilização psíquica, cumprindo-lhe estudar e procurar distinguir quando realmente é
o seu espírito quem comunica e quando se trata de entidade do Além.

Além disso, ele precisa evitar a cristalização da mente nos quadros familiares que costumava comunicar
animicamente, e isso só é possível pelo estudo, pesquisa e consulta aos mais experimentados.

O médium totalmente anímico é sempre a vitima passiva do seu próprio espírito, que pensa e expõe sua
mensagem particular sem qualquer interferência exterior; já o médium propriamente dito, mesmo quando
obsediado, ainda é um medianeiro, um instrumento das intenções ou dos desejos de outrem. O médium
totalmente anímico pode enquadrar-se em duas classificações:

CLASSIFICAÇÃO DOS MÉDIUS TOTALMENTE ANÍMICOS

CATEGORIA CARACTERÍSTICA

ANÍMICO PASSIVO é vitima absoluta de suas próprias idéias e impressões.

capaz de perquirir os acontecimentos e os fenômenos da vida oculta, para


ANÍMICO ATIVO
depois expô-los em nome de terceiros.

Entre os fatores mais responsáveis pela cristalização do “animismo puro” de alguns médiuns, que só
transmitem mensagens sugeridas pelos acontecimentos da vida cotidiana, está o automatismo
psicológico, em particular, um dos estados de alma bastante influente nas manifestações anímicas, em
que o subconsciente comanda as idéias ou os fatos que afloram ao cérebro do médium, impondo-os à
conta de manifestação de espíritos do Além. Em tal condição, o médium assume a personalidade alheia e
passa a viver facilmente o temperamento, os sentimentos ou o caráter das criaturas que ele conheceu
pessoalmente ou pelos relatos históricos, deixando-se empolgar pelo desejo de imitá-los.

Alguns médiuns, embora não sejam completamente anímicos, deixam-se empolgar em demasia, por
exemplo, pela vida dos apóstolos ou dos seguidores do Mestre Jesus, vivendo impressões íntimas que,
mais tarde, passam a comunicar à guisa de manifestações mediúnicas daqueles que tanto admiram.

Os grandes líderes, profetas, santos, escritores, artistas, governadores, ministros e demais personalidades
que se destacam no cenário do mundo material, exercem profunda impressão nos médiuns muito anímicos,
fazendo-os rotular os seus próprios guias com esses nomes tão em evidência na história religiosa ou
literatura profana. Outros, devido à sua excessiva imaginação, muito ativada na sua mocidade quando se
deixavam arrebatar pelos romances de aventuras decalcados da história, vivem no transe mediúnico essas
impressões excitantes e que se sobrepõem, às vezes, à identidade e ao assunto dos espíritos
comunicantes.

O automatismo psicológico, ou personalismo, que domina profundamente a subconsciência


do ser, estratifica com o tempo as imagens mais simpáticas e que produziram maior
impressão nas criaturas sugestionáveis, fazendo-as emergir por associação de idéias ou
devido ao clima psíquico adequado.

Então o médium anímico, muito indisciplinado em suas emoções e entontecido pelo excesso de fantasia
motivado pelas imagens que bailam na sua mente descontrolada, não tarda em transferir para o ambiente
espíritico as personalidades que mais o impressionam na existência, dando-lhes vida triste, heroica ou
desafortunada. Através de supostas comunicações mediúnicas do Além, os personagens exaltados nos
romances aventurescos e de fundo histórico, ou grandes vultos da ciência, ainda continuam a se manifestar
com insistência em certos trabalhos mediúnicos, impondo as mesmas características que há séculos
deveriam ter possuído em vida.

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15. Animismo e mistificação 4

Assim, aqueles que a história romanceada os descreveu heróicos, benfazejos ou desprendidos, “baixam”
nas sessões espíritas a cumprir missões elevadas e que condizem perfeitamente com o seu caráter e
temperamento tradicionais. Já os que a pena do escritor os retratou tiranos, cruéis, falsos, maquiavélicos ou
cúpidos, também se apresentam nas sessões espíritas corroídos pelo remorso ou pelas dores, ou então
jurando vingança e prorrompendo em ameaças contra os que pretendem doutriná-los.

Os vultos trágicos de revoluções, guerras e episódios históricos já foram doutrinados dezenas de vezes,
pois determinado número de médiuns ainda não conseguiu libertar-se completamente da fascinação
exercida na sua mente pelas leituras românticas e históricas, cujos personagens excitam-lhes a memória e
interferem animicamente nas comunicações dos espíritos, impondo-se, por vezes, com foros de profunda
realidade. Embora esses médiuns muito anímicos sejam vítimas de sua própria exaltação psíquica, agindo
sem má intenção, é óbvio que nem todas as comunicações em nome desses personagens históricos são
apócrifas, pois alguns espíritos, que a história destacou pela sua turbulência, crueldade ou maquiavelismo,
ainda curtem o remorso de suas aventuras ignóbeis ou dos crimes exercidos, comparecendo eventualmente
a certos trabalhos espíritas sem qualquer modificação espiritual.

Entretanto convém advertir quanto aos prejuízos da imaginação indisciplinada dos médiuns anímicos, que
revivem nas sessões mediúnicas a figura de certos personagens históricos e aventureiros, cuja índole e
temperamento, quase sempre são apenas a suposição daquilo que os autores, que os descreveram em
seus romances, imaginaram terem eles sido na realidade.

3. O MÉDIUM ANÍMICO-MEDIÚNICO

O médium que é ao mesmo tempo anímico e mediúnico abandona o seu corpo físico, mas não o cede a
ninguém; ele mesmo é quem toma conhecimento dos fenômenos do mundo astral e depois os relata,
convicto de que esteve sob a incorporação ou influência de um desencarnado.

O médium anímico-mediúnico é aquele cujo espírito se afasta do seu organismo material e,


em liberdade, entra em relação com os espíritos desencarnados, e mesmo com os
encarnados.

Trata-se de um médium cujo espírito e perispírito se afastam realmente do corpo carnal durante o sono
hipnótico ou por qualquer acontecimento emocional incomum, ficando preso unicamente pelo cordão
fluídico ou ectoplásmico, também conhecido por “cordão prateado”.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
15. Animismo e mistificação 5

Esse tipo de médium, enquanto dorme, pode ausentar-se facilmente do seu organismo físico e até
manifestar-se à longa distancia, em cuja liberdade astral às vezes emerge a sua memória etérica do
passado, e ele passa a descrever cenas e fatos de suas vidas precedentes, embora os confunda por
vezes com acontecimentos próprios de sua atual existência. Atuado pela influência regressiva da memória
sideral, pode reassumir nas sessões espíritas a sua própria personalidade, vivida em existência anterior,
crente de que é agora um espírito desencarnado em comunicação.

Em geral, é criatura facilmente hipnotizável; cede também às sugestões alheias e às vontades mais fortes,
entrando rapidamente no transe sonambúlico natural, durante o qual revela sonhos premonitórios, descreve
paisagens distantes e reflete com clareza os acontecimentos submersos ou estratificados na sua memória
sideral etérica. Quando hipnotizado, divulga os mínimos detalhes de suas existências passadas e impregna
os seus relatos de fortes emoções que impressionam pelo aspecto comovente. A sensibilidade e, ao mesmo
tempo, a destreza com que opera fora do seu corpo, faz do médium anímico-mediúnico um tipo eletivo à
hipnose, porque os seus relatos são vivos, nítidos e impressionantes.

Embora o indivíduo seja anímico, pois vê e capta no astral os fatos e as idéias que depois
reproduz e relata como sendo transmitidos por espíritos desencarnados, é também um tipo
mediúnico, uma vez que ele “comunica” pelo seu próprio organismo em “transe”.

Situa-se na categoria dos médiuns de desdobramento ou de bilocação, que podem exteriorizar o seu
“duplo-etérico” a consideráveis distâncias e que, em certos casos oportunos, chegam a ser vistos e ouvidos
como se estivessem no seu próprio corpo físico.

3. O APROVEITAMENTO ANÍMICO NAS COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS

Não se pode endossar os abusos de imaginação, os exotismos e as excentricidades dos médiuns avessos
ao estudo, presunçosos, interesseiros ou exibicionistas, mas deve-se reconhecer, no entanto, a
interferência ou associação de idéias no caso do médium consciente porque, no seu esforço para lograr a
passividade no transe, ele toma o conteúdo de sua alma como sendo manifestação alheia.

Nem todos abusam do animismo sob propósitos condenáveis ou para fins vaidosos, por cujo motivo não se
deve acolher a desistência do desenvolvimento mediúnico, só porque a interferência do médium perturba a
transparência cristalina das comunicações dos espíritos desencarnados.

O êxito mediúnico se apóia, sem dúvida, inicialmente nos percalços do animismo.

Sabe-se de muitos médiuns experiente e com vários anos de serviço mediúnico que ainda alimentam
dúvidas a respeito de suas próprias comunicações mediúnicas, certos de que tudo aquilo que transmitem
provêm apenas de sua própria alma. Os mais escrupulosos chegam a alimentar desejos de abandonar a
tarefa mediúnica, a fim de não iludirem o público com pseudocomunicações, que nada têm a haver com
espíritos desencarnados!

Entretanto, o médium não é um boneco vivo, insensível e de manejo mecânico, mas sim uma organização
ativa, com vocabulário próprio e conhecimentos pessoais adquiridos pela sua experiência e cultura
humanas. Além de tudo, é alma guardando em sua memória, forjada nas experiências pregressas, a síntese
dos seus esforços para a ascese espiritual.

Quando se trata de médium consciente ou semiconsciente, só lhes resta a tarefa de vestir e ajustar honesta
e sinceramente as idéias e as frases que melhor correspondem ao pensamento que lhes é manifesto pelos
espíritos desencarnados através do seu contato perispiritual.

Deste modo, os comunicantes ficam circunscritos quase que totalmente à vontade e às diretrizes
intelectuais e emotivas do seu intérprete encarnado, que fiscaliza, observa e até modifica conscientemente
aquilo que foi incumbido de dizer.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
15. Animismo e mistificação 6

Lembra o mensageiro terrestre que ouve o recado para transmitir verbalmente a outrem, mas na hora de
cumprir sua tarefa, tem de usar de suas próprias palavras para comunicá-lo. No caso, tanto o mensageiro
como o médium são intérpretes do pensamento alheio e, por isso, influem com o seu temperamento,
engenho e cultura nas mensagens que traduzem, resultando disso textos lacônicos ou prolixos, precisos
ou truncados.

Só o médium com propósitos condenáveis é que poderia ter remorsos de sua interferência anímica, pois
nesse caso tratar-se-ia realmente de uma burla à conta de animismo. Entretanto, não é passível de censura
aquele que impregna as mensagens dos espíritos com forte dose de sua personalidade, mas o faz sem
poder dominar o fenômeno, ou mesmo distingui-lo da realidade mediúnica.

É tão sutil a linha divisória entre o mundo espiritual e a matéria, que a maioria dos médiuns
conscientes e bisonhos dificilmente logra perceber quando predomina o pensamento do
desencarnado ou quando se trata de sua própria interferência anímica.

Só depois de:

• alguns anos de trabalho assíduo na seara mediúnica,

• estudos profícuos,

• afinada sensibilidade mediúnica,

• muita capacidade de autocrítica e introspecção freudiana,

... é que o médium logra dominar e distinguir com êxito o fenômeno anímico, recepcionando mensagens
sem destruir a autenticidade do pensamento do espírito comunicante.

Não é aconselhável que se procure eliminar deliberadamente o fenômeno anímico nas comunicações
mediúnicas, pois isso ainda dificultaria mais o desenvolvimento mediúnico e as comunicações doutrinárias
aos próprios médiuns, uma vez que os guias não objetivam a criação de autômatos mediúnicos, espécie de
robôs acionáveis à distância.

O que os bons guias preferem em seus médiuns ainda é o serviço cristão incondicional, aliado ao estudo
sincero da espiritualidade ; satisfazem-nos a revelação da ternura, a prática da benevolência e da tolerância,
a cultura da honestidade e a manifestação da humildade, pois, malgrado possam ser anímicos para as
mensagens dos desencarnados, ser-lhe-ão os mais louváveis intérpretes, em incessante comunicação
benfeitora à luz do dia.

Não se deve exaltar o médium sonambúlico e absolutamente inconsciente do que transmite, que é incapaz
até mesmo de interferir animicamente, se ele é profundamente desperto para a prática dos vícios
degradantes e para o trato das paixões perigosas, pois, se quando dorme em transe sonambúlico é servidor
inconsciente, uma vez acordado pode ser a manifestação anímica do mal.

Os espíritos não se preocupam em eliminar radicalmente o animismo nas comunicações mediúnicas,


porque o seu escopo principal é o de orientar os médiuns aos poucos, para as maiores aquisições
espirituais, morais e intelectivas, a ponto de poderem endossar-lhes depois as comunicações anímicas
como se fossem de autoria dos desencarnados.

Fontes bibliográficas:

1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
16. Sono, sonhos e recordações do passado 2

Geralmente o homem só guarda uma vaga idéia dos acontecimentos astrais vividos durante a noite e, como
não consegue compreendê-los em sua verdadeira significação astralina, então os explica como sendo
produtos de impressões trazidas pela saudade das velhas amizades ou dos parentes já desencarnados.

A saída em corpo astral não é condução absolutamente exigível para que só então o espírito possa penetrar
no “outro lado” da vida; em verdade, o espírito do homem nunca se afasta de qualquer plano da vida
cósmica, na qual está permanentemente integrado. O corpo físico, sob a conceituação de que a matéria é
energia condensada, também vive interpenetrado pelas forças vivas de todos os planos do Cosmo.

A consciência espiritual do homem, na verdade, mantém-se em contato com todos os demais


planos da vida cósmica além do plano físico, embora ainda desconheça a natureza dos
demais corpos ou energias que se responsabilizam por tal acontecimento, o que só se
verificará em futuro remoto.

O corpo físico reduz a visão astral e obscurece a memória etérica, mas nem por isso exige o afastamento
da alma de seu correspondente plano interior. O organismo carnal é realmente um cárcere, que reduz a
consciência astral e a ação mais ampla do espírito no meio eletivo de sua própria origem, mas de modo
algum o afasta do seu mundo familiar.

A “saída em astral” é apenas aumento de visão e de mobilidade que o espírito encarnado


consegue usufruir no campo da energia mais sutil do plano astral, que nunca abandona, nem
mesmo quando “desce” vibratoriamente para mergulhar na carne.

Quando o homem limpa as lentes dos seus óculos, ofuscadas pelas gorduras ou obscurecidas pelo pó, é
obvio que, depois disso, ele não penetra num outro mundo de que fora isolado, mas apenas clareia a sua
visão e aumenta o seu campo de percepção comum.

Operam-se modificações no estado do espírito, sem que por isso ele precise separar-se do
seu meio eletivo para algum lugar especial, permanecendo sempre “presente” em qualquer
plano da criação.

1. A NATUREZA DOS SONHOS

Durante o sono natural do corpo físico, este repousa em todas as suas funções orgânicas, enquanto o
coração continua a pulsar normalmente. Mas no sono natural nem sempre o espírito se afasta do seu
corpo carnal; este pode ali ficar juntamente com o duplo-etérico e o perispírito, emergindo-lhe da mente
sensibilizada os fatos do dia.

Algumas vezes, durante essa liberdade parcial do espírito, a associação de idéias cotidianas auxilia a
evocar cenários, acontecimentos e pessoas que lhe produziram maior impressão nas vidas passadas. O
homem então acorda tendo sonhado que fora um fidalgo, um sacerdote ou príncipe; doutra feita vê-se como
um mendigo, um malfeitor ou líder dos povos. No entanto, como ele sempre colhe os efeitos das causas
pregressas, ignora que, em vez de sonho, pode ser a realidade do que já viveu em condições melhores
ou piores, em existências pretéritas.

Nem todos os sonhos são produto exclusivo da saída noturna da criatura em corpo astral,
quando entra em contato mais direto com os espíritos desencarnados e o mundo invisível do
Além-túmulo.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 3

Existem certos fatores que distinguem bastante os estados psíquicos manifestados durante o repouso
noturno, sem que por isso o espírito se afaste do corpo físico:


PESADELOS DECORRENTES DE INDISPOSIÇÕES DO CORPO FÍSICO: Algumas vezes o indivíduo
tem pesadelos provocados pela má digestão, ou devidos à posição espasmódica do corpo físico, mal
acomodado no leito.


EMERSÕES DA MEMÓRIA ETÉRICA: Podem ocorrer emersões da memória etérica e o espírito rever
cenas de suas encarnações anteriores , confundindo-as com a fenomenologia comum dos sonhos.


RECORDAÇÕES CONFUSAS DOS ACONTECIMENTOS DO DIA: Podem ocorrer associações dos
principais acontecimentos verificados durante o dia e que, à noite, surgem então na mente, na forma de
quadros mórbidos ou exóticos, compondo cenas extravagantes com objetos, animais ou outras coisas
terrenas, que são levadas à conta de sonhos confusos. É o caso, por exemplo, de alguns estudantes
ou intelectuais que, após exercícios mentais muito vigorosos, passam a noite inteira a remoer
impressões fatigantes, como se vivessem os mesmos acontecimentos cotidianos.


DESDOBRAMENTO NOTURNO DO PERISPÍRITO: Finalmente, é muito comum o fato de o espírito
abandonar o seu corpo físico durante o repouso noturno, a fim de participar de atividades espirituais de
conformidade com seu grau evolutivo; alguns se põem facilmente em contato com seus parentes,
amigos ou preceptores, de cujas conversas, apelos ou admoestações se recordam pela manhã na
forma de sonhos mais nítidos.

2. OS “PESADELOS” REAIS

Há casos em que os espíritos, à noite, deixam o seu corpo físico no leito de repouso, e durante o sono
penetram imprudentemente nas regiões inóspitas do astral inferior, terminando por sofrer agressões de
espíritos malfeitores ou vingativos, que se aproveitam de todas as circunstâncias e ocasiões propícias para
se desforrarem dos encarnados.

Esses prejuízos são ainda mais graves nas criaturas que vivem de modo censurável e são indiferentes aos
ensinamentos de Jesus, sintetizados no seu Evangelho, ou de outros instrutores espirituais que sempre
ensinam aos homens um padrão de vida superior.

A má conduta do dia deixa o espírito desamparado para as suas saídas em astral, à noite,
pois quando ele se desprende do corpo carnal, fica isolado dos seus protetores pela massa
de fluidos adversos, que se lhe aderem nos momentos de invigilância espiritual.

Deste modo, os seus guias nada podem fazer-lhes nos momentos de perigo, nem livrá-los de certos
traumas psíquicos que no dia seguinte são levados à conta de pesadelos!

Certos sonhos tenebrosos não passam de cenas reais, vividas à noite fora do corpo e sob a perseguição
ou agressividade de certos malfeitores do mundo invisível. Em tal condição, o espírito do “vivo” retorna
veloz e aflito do local onde se encontra em perigo, para mergulhar celeremente no seu escafrando de carne
e proteger-se contra os perigos do Além! Isso ocorre porque muitas criaturas devotam-se durante o dia às
paixões ignóbeis, aos vícios deprimentes, à maledicência e à estatística dos pecados do próximo; depois se
atiram no leito de repouso, sem ao menos recorrerem aos benefícios salutares da oração, que traça
fronteiras fluídicas protetoras em torno do espírito encarnado.

3. A DIFICULDADE NA RECORDAÇÃO DOS SONHOS

O corpo astral, que compõe o conhecido perispírito, é um veículo de manifestação exclusiva no mundo
astral onde, depois da morte do corpo físico, passa a se mover tão livre e conscientemente quanto seja o
grau de evolução sideral do espírito.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 4

Enquanto ele se conserva encarnado, todos os acontecimentos de que participa no mundo invisível
são fixados exclusivamente em seu cérebro perispiritual, pois se sucedem noutras dimensões
impróprias à recepção grosseira do cérebro físico.

Embora a memória do perispírito se amplie incessantemente pelos acontecimentos em que


continua a tomar parte no plano extramaterial, o cérebro físico permanece alheio a tudo, pois
só é responsável pela fenomenologia e pelos fatos próprios da matéria e entrevistos
unicamente pelos cinco sentidos da carne.

O perispírito, por sempre sobreviver à morte do corpo carnal, conserva consigo tanto as imagens dos
acontecimentos de que participa fora do corpo, no seu mundo astral, como aquelas que lhe tenham sido
fixadas pelo cérebro físico.

Mas aquilo que o espírito só percebe quando livre no plano astral e fora do seu corpo físico, só é gravado
no cérebro do perispírito, sem o conhecimento do cérebro de carne, porque este permanece ignorando o
acontecimento.

Pela manhã, quando o espírito retorna ao seu organismo carnal, que abandonou durante o sono, não lhe é
possível transmitir ao cérebro físico, com a desejada limpidez, a ordem e a natureza dos acontecimentos
que foram observados e vividos no plano astral unicamente através de cérebro do perispírito.

Isso ocorre porque o cérebro físico não pode identificar com fidelidade as cenas e os acontecimentos
de que não participou diretamente, e que só foram vividos pelo cérebro astral quando fora do corpo físico.

Às vezes, e com muita dificuldade, o cérebro perispiritual consegue fazer repercutir suas lembranças no
cérebro físico, mas elas só se forjam na forma de evocações fantásticas, que mais tarde deixam dúvidas
quanto a sua veracidade.

Após sua saída durante o sono, o espírito volta para o corpo físico, mas sua memória astral
não se conjuga automaticamente à memória do cérebro carnal.

Quando o perispírito se ausenta do corpo material, o cérebro físico, depois no seu retorno, se antepõe à
clareza das imagens que não presenciou, dificultando a sua devida filtração para a mente desperta no
mundo terreno.

Posteriormente, através de alguns ecos vibratórios, como se fossem os últimos movimentos de uma rede
após o seu balanço inicial, o homem ao despertar, então guarda algumas vagas recordações da sua livre
atuação no mundo astral, que em seguida vem a considerar como sonhos indistintos, emersões do
subconsciente, ou então produto das influências cotidianas.

Eis o motivo pelo qual não se recorda com clareza aquilo que se vê durante a saída do perispírito, no sono,
apesar de se estar de posse da memória perispiritual integral.

4. SONHOS “COLORIDOS” x SONHOS “EM PRETO E BRANCO”

À noite, quando o espírito abandona o seu corpo adormecido e contempla diretamente as paisagens ou os
acontecimentos que se sucedem no mundo astral, a sua percepção psíquica o capacita a fixá-los nas suas
cores correspondentes, mas isso não ocorre quando se trata de sonhos produzidos pela emersão da
memória astral das vidas passadas, ou mesmo lembranças cotidianas, cujas imagens, então, se
apresentam em preto e branco.

Uma grande parte dos sonhos é apenas conseqüente dos desejos e impulsos instintivos da criatura, que
emergem à noite, impulsionados pela própria luta interior que a alma sustenta entre o senso crítico do
inconsciente e do consciente.

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16. Sono, sonhos e recordações do passado 5

Neste caso, o sonho é quase que só a revivescência dos próprios conflitos da vida física, que se
transformam em imagens atropeladas pelas emersões e recalques mentais, e não qualquer visão ou
participação direta do espírito no mundo astral.

Quando o espírito se ausenta do corpo físico adormecido, são mais comuns as evocações
pretéritas e as influências da vida carnal cotidiana.

Já quando os sonhos são coloridos e acompanhados de impressões vigorosas, nitidamente recordadas


ao despertar, em verdade não se trata de sonhos fantasiados, mas de acontecimentos reais que foram
vividos pela alma durante a sua saída astral. Embora sejam fatos ocorridos durante uma vivência íntima fora
do corpo físico, deixam a sensação perfeita de coisas objetivas que são gravadas definitivamente pela
alma encarnada. Em sua maior parte, os sonhos coloridos são frutos dessa observação direta da própria
alma nos seus fugazes momentos de liberdade astral, pois quando se trata apenas de flutuações do
subconsciente ou de reminiscências da vida cotidiana, à noite, se transformam em imagens branco-pretas.

Os sonhos descoloridos não passam, pois, de emersões dos conflitos emotivos ou dos desejos represados
pela alma encarnada no estado de vigília, pois quando a consciência comum da matéria adormece,
dominam então os traumas, as aventuras e os recalques ou acontecimentos interiores, que se projetam
como ecos de angústias e aflições mentais. No entanto, quando se trata de fatos percebidos diretamente no
turbilhão incessante das cores do mundo astral, eles ficam gravados na consciência física como lembranças
agradáveis, que o espírito conserva com clareza até o despertar, como seqüências reais vividas fora do
corpo carnal.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 6

5. A RECORDAÇÃO SELETIVA DOS SONHOS

As recordações matinais dos acontecimentos vividos fora do corpo físico, serão tão nítidas
quanto tenha sido a clareza da visão astral, de acordo com a menor ou maior capacidade da
memória no estado de vigília física.

No entanto, como a tendência natural do espírito humano é a de olvidar as coisas que lhe causam angústia
ou lhe são desagradáveis, o cérebro do perispírito se desinteressa da conservação das lembranças de
acontecimentos hostis, tais como as recordações dos cenários coloridos dos planos purgatoriais que
poderiam vir a ser recordadas pela manhã, na forma de fatos ou emoções desagradáveis, guardando
apenas aquelas que causam alegria e satisfação.

É uma tendência que se comprova até nas criaturas que se deixam vencer por arroubos de saudosismo e
que se põem a evocar a sua infância ou mocidade; nota-se que elas só suspiram pelos momentos
agradáveis que passaram, e raramente recordam as vicissitudes e as decepções dolorosas já vividas.

O espírito também lança ao esquecimento os cenários mórbidos e repugnantes que entrevê à noite, em sua
saída astral, e retoma o corpo tão logo este pressinta a estranha sensação de algum sonho detestável ou
perturbador.

No entanto, se ele visitou cenários empolgantes, onde predominam paisagens encantadoras, as flores
formosas, os perfumes embriagadores e as cores resplandecentes, a sua tendência comum é a de evocar,
o mais vivamente possível, o panorama paradisíaco e as belezas entrevistas fora do corpo físico, pois as
imagens enternecedoras e emolduradas pela fulgência, cor e perfumes das coisas e paisagens celestiais,
que lembram venturosos mundos de fadas, tornam o despertar da alma impregnado das mais suaves
recordações e poesias.

No retorno ao seu organismo de carne, o espírito insiste em evocar os sonhos maravilhosos,


mas retrai a memória astral das impressões desagradáveis porque, em defesa instintiva,
compreende que as recordações angustiosas lhe desarmonizam o psiquismo.

6. FATORES QUE INFLUENCIAM A RECORDAÇÃO CONSCIENTE DOS SONHOS

A maior ou menor clareza na recordação dos sonhos, ou seja, o motivo porque certas pessoas conseguem
recordar com bastante clareza certos acontecimentos vividos durante os sonhos, enquanto outras não têm
qualquer noção do que lhes sucede à noite, depende muito:
• da maturidade espiritual do indivíduo;

• da tessitura do seu perispírito;

• das experimentações esotéricas ou iniciáticas que ele porventura já tenha cultivado, com êxito, nesta ou

noutras vidas pregressas.

Aqueles que conseguem lembrar com precisão dos acontecimentos vividos à noite, à
distância de seu corpo físico, não usufruem qualquer direito espiritual imerecido ou
prematuro, mas servem-se de sua própria faculdade psíquica desenvolvida alhures.

Quando durante os sonhos o perispírito fica em liberdade, a sua visão depende muitíssimo da intensidade
e da natureza da carga energética que ele já conseguiu movimentar e assimilar em sua própria contextura,
e que o coloca mais vivamente em contato com os acontecimentos no mundo astral.

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16. Sono, sonhos e recordações do passado 7

O perispírito não é apenas um organismo estruturado com a substância do mundo astral invisível, mas é
ainda interpenetrado pela essência mais sutil do plano mental, que também impregna profundamente toda
a intimidade do orbe terráqueo e o põe em contato direto com a Mente Constelatória (“o Logos Solar”), que
é a responsável pelo progresso e sustentação cósmica do Sistema Solar.

As imagens astrais que, através do fenômeno da repercussão vibratória, depois se transferem do cérebro
perispiritual para o cérebro físico, serão evocadas com tanta clareza ou obscuridade quanto também tenha
sido o êxito de sua focalização pelo próprio perispírito fora do corpo carnal.

Como o perispírito sofre, em sua contextura, até a influência da própria alimentação no plano material, os
carnívoros, por exemplo, são mais letárgicos em sua sensibilidade psíquica, porque as fortes emanações de
uréia e de albumina que exsudam das vísceras animais, durante a digestão, costumam obscurecer o
delicado tecido etéreo-astral. Nesse sentido, em particular, o vegetarianismo contribui para higienizar a
estrutura do perispírito, livrando-o dos fluidos viscosos provenientes da aura do animal sacrificado,
facilitando-lhe a focalização astralina durante o sono e, conseqüentemente, a correspondente recordação,
em sonho, dos acontecimentos vividos durante o desdobramento noturno.

Outros fatores que avivam a memória e potencializam a vontade, contribuindo muitíssimo para que a
consciência da criatura se mantenha desperta, ao sair em corpo astral durante o sono, são:

• os exercícios “prânicos” respiratórios;

• a catarse mental;

• as reflexões elevadas;

• a disciplina esotérica.

7. RECORDAÇÕES DAS VIDAS PASSADAS

Aquilo que é visto e vivido pelo cérebro físico se transforma em conhecimentos definitivos para o espírito,
que se encontra em ambos os planos, o material e o astral; mas aquilo que o espírito só percebe ou de que
só participa quando em liberdade no astral, não pode ser registrado no cérebro físico, pela simples razão de
que este se mantém ausente nessa oportunidade. Deste modo, é muito difícil ao espírito, quando
encarnado, recordar com clareza as suas saídas astrais, ou então evocar acontecimentos que só foram
vividos noutras existências anteriores, pois, embora tudo isso esteja realmente gravado no cérebro do
perispírito, continua a ser da mais completa ignorância do cérebro físico de cada nova encarnação.

Uma vez que o cérebro carnal não pode perceber acontecimentos que, durante a noite são
presenciados unicamente pelo perispírito, ou que se registraram em outras encarnações e só
foram observados por outros cérebros físicos seus já “falecidos”, é evidente que também não
poderá recordá-los através de nova consciência gerada no mundo físico completamente
alheia ao pretérito.

Se o espírito não pode transportar para o cérebro físico, em cada nova encarnação, a lembrança dos
acontecimentos gravados exclusivamente no cérebro do perispírito imortal, é natural que durante a nova
existência carnal, também não possa recordar o passado, salvo por efeito de aguçada sensibilidade
psíquica ou através de alguma experiência psíquica incomum, como no caso da hipnose.

As evocações do passado se tornam possíveis àqueles que se ausentam com facilidade do


corpo físico, pois a libertação astral, quando assídua, muito ajuda a projetar a memória
perispiritual para o cérebro de carne.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 8

Um exemplo disso é a maior familiaridade dos orientais para com os fenômenos do plano oculto, e os seus
labores iniciáticos lhes permitem maior revivescência da memória etéreo-astral, fazendo-os recordar-se dos
fatos mais importantes das suas vidas anteriores.

Os acontecimentos da atual encarnação do homem não poderão ser lembrados com nitidez em suas
encarnações futuras, porque o cérebro físico que lhe serve de arquivo para todas as lembranças e fatos
vividos atualmente, irá desintegrar-se na sepultura, depois da morte carnal. Entretanto, todos os
acontecimentos de agora, ou os ocorridos em existências anteriores, permanecem fielmente gravados no
cérebro perispiritual que, é o órgão que preexiste e sobrevive à destruição de cada corpo físico, compondo
a memória verdadeira e definitiva do espírito.

O cérebro do perispírito pode ser comparado a um negativo fotográfico com a propriedade de


gravar a lembrança de todos os fatos ocorridos com a criatura em cada existência física, para
revelá-los à alma desencarnada a qualquer momento desejado.

Já isso não pode suceder com o cérebro físico, porquanto este só pode registrar os fatos ocorridos em uma
só existência física, constituindo apenas uma memória provisória, que depois desaparece no seio do
túmulo terreno.

No entanto, graças aos neurônios magnéticos do cérebro do perispírito, todas as impressões vividas pelo
homem encarnado para ali se transferem, nítidas e inapagáveis, para se incorporarem aos registros
sobreviventes e definitivos da memória etéreo-astral, que reúne as lembranças de todas as encarnações
anteriores do espírito.

As ocorrências de que o espírito participa em cada nova encarnação ficam definitivamente


gravadas em seu próprio perispírito, na sua memória etéreo-astral, como acervo de sua
consciência espiritual definitiva, que é continuamente fortalecida e ampliada pela síntese das
memórias das existências físicas pregressas.

As lembranças do passado, dessa forma ficam definitivamente arquivadas na memória perispiritual, e,


portanto, se manifestam com mais facilidade à luz da consciência do espírito desencarnado; entretanto,
durante a existência física, o cérebro carnal se assemelha a um anteparo ou biombo que obscurece as
recordações do passado

8. RECORDAÇÕES DE VIDAS PASSADAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Levando em consideração a grande dificuldade com que a memória astral luta para transferir os
acontecimentos do mundo imponderável para o cérebro físico, é possível compreender melhor os fatores
que facultam ao homem a lembrança de alguns acontecimentos das suas encarnações anteriores.

Uma das provas evidentes de que a lembrança das vidas passadas depende essencialmente da memória
etéreo-astral, está no fato de que as recordações pretéritas são muito mais claras e identificáveis até que a
criança complete a idade de sete anos. Depois dessa idade, as evocações quase sempre se confundem ou
se enfraquecem na consciência física desperta, porque o perispírito, então, se incorpora ou se ajusta mais
profundamente ao escafandro da carne.

Até os sete anos de idade, ele se encontra algo deslocado para dentro do mundo invisível, mais para o
interior da vida astral, o que facilita ao espírito encarnado ligar-se com mais êxito ao acervo de sua memória
etérica pregressa. Entre muitos encarnados, costuma-se dizer que as crianças são “inocentes” até os sete
anos de idade, mas, em geral, ignora-se que isso é decorrente do próprio cientificismo espiritual, pois
durante essa idade o perispírito ainda não se incorporou completamente ao seu novo corpo de carne.
Então, predominam nela, fortemente, a natureza emotiva e a bagagem instintiva do psiquismo milenário,
que produz desejos e emoções descontroladas, que são levados à conta da irresponsabilidade dos atos
infantis. Ao contrário disso, os adultos devem ser responsáveis por seus atos porque, devido à incorporação
completa do seu corpo mental, na maioridade física já gozam do senso de autocrítica entre o Bem e o Mal.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 9

E, como o perispírito também se encontra obrigatoriamente ajustado à consciência física, na fase adulta se
tornam mais raras as recordações do passado, que mais dificultadas ficam devido à proverbial redução de
sensibilidade psíquica do homem, escravo das paixões animais e dos vícios degradantes.

Quase sempre os espíritos terrícolas encarnam-se à semelhança do pássaro que tomba


desamparado no lodo; encarceram-se completamente na carapaça carnal e depositam toda
sua fé e confiança no culto exagerado dos fenômenos físicos. Elegem a matéria como seu
verdadeiro e exclusivo mundículo, deixando-se dirigir com docilidade pela frieza intelectiva
dos raciocínios, escravos da fenomenologia dos cinco sentidos.

Durante a vida física, a memória integral do espírito, acumulada na jornada milenária do passado, fica
amortecida pelas vibrações mais grosseiras do cérebro carnal. Como a tendência da alma encarnada é
quase sempre a de se escravizar ao jugo das paixões, vícios, desregramentos mentais e emotivos, próprios
do mundo terreno, o homem se torna um pobre autômato a serviço humilhante do instinto animal,
abdicando imprudentemente do livre exercício do seu glorioso mandato espiritual.

A dor acerba e o sofrimento demorado é que, então, servem de recursos de última hora para salvá-lo do
guante das paixões, que o amordaçam vida por vida, na matéria!

9. RECORDAÇÕES DAS VIDAS PRETÉRITAS APÓS A DESENCARNAÇÃO

Mesmo depois da morte corporal, nem todos os desencarnados conseguem, de início, recordar-se de suas
vidas pregressas, pois é evidente que cada espírito transpõe a sepultura com a bagagem íntima de sua
própria concepção do que seja a vida cósmica.

Ainda existem muitas almas que, embora já tenham completado mais de um milênio de encarnações
terrenas, ainda não têm a consciência exata de sua vida no Astral, pois, em face de seu acanhamento
mental, permanecem exclusivamente condicionados às impressões reduzidas da vida física.

São entidades retardadas no seu despertamento espiritual e incapazes de qualquer auscultação psíquica,
bastante impossibilitadas das reflexões íntimas, que lhes permitiriam ampliar a noção de “ser” e de “existir”,
e se livrarem dos estímulos condicionados do mundo exterior.
Na verdade, o escafandro de carne é um grande abafador da memória transcendental do espírito, e esse
mal ainda mais se avoluma diante da proverbial negligência de quase todos os homens para consigo
mesmos quando, além do desinteresse pela sua própria estrutura espiritual e pelo despertamento de suas
forças mentais, ainda atrofiam os seus delicados centros psíquicos sob o guante dos vícios e das paixões
animais!

Os terrícolas, em geral, vivem isolados no seio da carapaça física, não sabendo que a surpresa e o temor
serão bem contristadores quando, após a desencarnação, comprovarem que a sua verdadeira
individualidade não se resumia ao corpo de carne entregue à cova terrena, mas residia justamente no
espírito, tão subestimado e esquecido na existência física.

Tal situação, que é muito comum depois do “falecimento”, e a do espírito se desvencilhar das ilusões
terrenas, acabrunha dolorosamente aqueles que confiam demasiadamente na personalidade transitória da
matéria.

Só lentamente retornam à memória real das vidas pretéritas, quando então se apresentam despertos para
avaliar a justiça dos seus sofrimentos e a importância das vicissitudes humanas, como fatores que elevam a
alma para as regiões superiores!

Apagam-se-lhes as últimas ilusões ante a comprovação da verdadeira vida do espírito, a qual se sobrepõe à
insignificância dos nomes, privilégios e preconceitos terrenos, que tanto hipnotizam as criaturas no culto e
no apego fanático às formas perecíveis da matéria. Entretanto, a morte, por mais tétrica e impiedosa que
pareça, não passa de um processo técnico, justo e inteligente, com que o Criador transforma o “menor” em
“maior”, e o “inferior” em “superior”!

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 10

Chegará o dia em que a criatura deixará de sofrer o ceticismo e a desilusão de ignorar o passado, pois
então sua consciência será uma só manifestação, liberta do tempo e do espaço; todas as existências
físicas do homem serão apenas como as contas de simbólico e infinito colar, ligadas intimamente pela
natureza imortal do espírito!

10. DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL E RECORDAÇÃO DE VIDAS PASSADAS

Certas criaturas, que se recordam com certa clareza de suas vidas anteriores, assim como de suas saídas
conscientes para o mundo astral, no passado puderam desenvolver suas forças mentais através de severa
disciplina iniciática que, na atual existência física, as ajuda a sensibilizarem o perispírito e a tornar mais
lúcida, por conseqüência, a memória astral.

Essas pessoas conseguem atuar, nesta existência, com algum êxito na consciência
pregressa, pois a sensibilização de sua memória integral atua com mais vigor sobre as
fronteiras de ambas as vidas, a física e a astral.

É como se pudessem dar uma espiadela no seu mundo interior, sem precisar abandonar a janela carnal,
ainda aberta para o mundo físico. Como o cérebro físico não pode registrar simultaneamente os
acontecimentos da vida física e da astral, a memória de cada uma dessas vidas só pode ser cultivada
isoladamente.

11. CONDIÇÕES PARA A RECORDAÇÃO DE EXISTÊNCIAS PASSADAS

Em relação às condições de vida que poderiam auxiliar para o melhor êxito na evocação de existências
passadas, é evidente que mesmo o mais treinado espiritualista terá pouco êxito na evocação do seu
passado encarnatório se a sua memória ainda for tão falha que mal consiga recordar-se do almoço ingerido
no dia anterior.

Estabelecida a premissa de que a criatura é sempre fruto de suas próprias obras, só podem oferecer as
melhores probabilidades para a recordação do perispírito:

• o desenvolvimento das forças mentais;

• a emancipação da vontade;

• o serviço evangélico sem condições.

O despertamento da memória etéreo-astral pregressa, quando o espírito ainda se encontra submerso na


carne, requer muitos sacrifícios íntimos e exige muitas renovações espirituais, coisa para com a qual
a maioria dos homens atuais não sente simpatia, nem têm qualquer disposição heróica. A própria nutrição
carnívora, que os terrícolas efetuam com os detestáveis repastos de carne do animal sacrificado,
sobrecarrega o perispírito com a carga danosa das gorduras astrais. Isso não só obscurece a nitidez da
memória etérica, como ainda a impede de repercutir favoravelmente sobre a massa cinzenta do cérebro
carnal.

Ademais, também não devem esperar muito sucesso na evocação do seu passado reencarnatório aqueles
que, além de viverem saturados de substâncias albuminóides e uréicas das vísceras animais, ainda se
enfartam de bebidas alcoólicas ou se intoxicam com a nicotina do cigarro ou com alcalóides perigosos, ou
os que embotam a sua sensibilidade psíquica pelo uso excessivo de barbitúricos e anestésicos, usados
fartamente a fim de fugirem da mais diminuta advertência de sofrimento.

Em geral, o homem pratica incessante agressão à delicadeza das suas fibras nervosas, pois
se habitua a cultivar justamente o que é pernicioso à sutileza vibratória do seu perispírito.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 11

Mesmo o valioso sistema de “chacras etéricos”, que é o intermediário entre as relações mais importantes do
perispírito e do corpo físico, mal consegue manter o seu movimento vibratório e a sua luz mortiça, em face
do fustigamento contínuo que recebe das paixões animais. Conseqüentemente, avolumam-se as
dificuldades para o espírito recordar o seu passado, assim como não seria possível a clareza do dia se
revelar num espelho coberto de pó, ou então a luz do luar refletir-se num lago de lama revolvida.

Há criaturas que não gozam de boa reputação espiritual e que, no entanto, manifestam faculdades
extraordinárias, podendo até mesmo identificar vidas passadas de outras criaturas, enquanto, em sentido
oposto, outras criaturas boníssimas mal conseguem recordar dos seus próprios sonhos.

Enquanto Francisco de Assis, por exemplo, revelava poderosas faculdades em sua vida sacrificial, como
emissário da angelitude, e sua alma límpida refletia até a consciência de Jesus, já o diabólico Rasputin,
embora fosse um ser tenebroso, a serviço das trevas, que materializava na Terra a vontade e o poder
satânico para objetivos perniciosos, também gozava de poderes ocultos, que abalaram uma nação e
contribuíram para o extermínio cármico da aristocracia russa.

Uma vez que na Terra ainda predominam o tipo de espíritos inferiores encarnados, é óbvio que se trata de
um planeta onde o mal predomina sobre o bem; em conseqüência, sempre logram maior sucesso as
realizações que se afinam à natureza agressiva e grosseira, própria do plano material, assim como os
arbustos inúteis ou venenosos vingam melhor no clima deletério das zonas pantanosas, enquanto as ervas
balsâmicas e as flores odorantes enfrentam maiores dificuldades para sobreviver, mesmo no solo adubado.

Mas, de acordo com essas mesmas disposições provindas das leis superiores da natureza, também o
arbusto tóxico, que prolifera fartamente no lodo, morre com mais facilidade no clima elevado dos Alpes.

Inúmeros magos do passado, que desenvolveram suas forças e faculdades ocultas sob
tenazes exercícios de penetração no mundo astral inferior, têm o direito de usufruir o fruto de
suas realizações penosas, mesmo quando sejam malignos os seus objetivos.

Embora, no futuro, devam ser responsáveis por todos os desatinos e prejuízos que praticaram pela
subversão das energias perigosas, é evidente que sempre se trata de uma conquista pessoal, malgrado a
cultivem sob o comando diabólico.

Trata-se de almas tenazes e egocêntricas, que atuam com vigor no subterrâneo das paixões perigosas e
visam obter a glória e o poder, que idolatram no mundo material; mas, de acordo com a lei de que “a
semeadura é livre, mas a colheita e obrigatória”, elas terão que pagar até o último ceitil o resultado de todos
os sofrimentos e torpezas que semearam na crosta terráquea.

Não os favorecerão os poderes efêmeros que movimentaram na transitoriedade da carne, pois no Além-
Túmulo não poderão fugir dos efeitos torturantes, que são próprios das forças satânicas, que operam como
perigosa espada de dois gumes.

Conforme ensinam as obras ocultistas, através do desenvolvimento disciplinado dos chacras etéricos, em
sincronia com o despertamento do fogo kundalíneo, que serpenteia pela medula perispiritual, podem se
manifestar poderes extraterrenos nas almas persistentes, perseverantes e tenazes.

No entanto, qualquer descontrole mental ou emotivo, pernicioso, pode levá-las a produzirem danos e
calamidades alheias quando, por lei sideral, as mesmas forças desencadeadas pela dinâmica do desejo ou
do pensamento imprudente se voltam, depois, terrivelmente, contra os seus próprios agentes desarvorados.

A hipersensibilização do perispírito, através da técnica ocultista, pode muito bem favorecer a focalização
de alguns quadros das vidas pregressas, sem que por isso se comprove a existência de atributos angélicos
na criatura interessada.

É bem possível que, de posse de tais poderes extemporâneos, em vez de júbilo próprio do reino do Cristo, o
homem ainda venha a provocar maior exaltação de sua personalidade humana, glorificando-se apenas pelo
uso dessas energias agressivas do psiquismo inferior.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 12

Qualquer homem pode exercitar-se no uso desses poderes excepcionais, pois que para isso existem
técnicas e roteiros esotéricos eficientes, que dependem mais da tenacidade e da vontade disciplinada
dos interessados, que é muito mais dificultosa porque, de início, exige a renúncia completa como condição
primordial do êxito.

Quanto, porém, aos objetivos com que forem aplicados tais poderes, isso já é problema de foro íntimo e de
responsabilidade pessoal no curso da colheita cármica.

12. DESPERTAMENTO ESPONTÂNEO DA MEMÓRIA ASTRAL

Às vezes a criatura tem uma vaga idéia de que está recordando fragmentos de outras vidas passadas e,
depois, quando envida ingentes esforços de memorização pregressa, não consegue alcançar o mesmo
êxito.

As lembranças das encarnações passadas podem afluir espontaneamente nas criaturas, variando conforme
o grau de seu temperamento e da sua bagagem psíquica já adquirida:

• Em certos casos, a elevada sensibilidade espiritual de alguns seres faculta-lhes a possibilidade de


“sentirem” os principais acontecimentos que se hão sucedido em vidas anteriores.

• Em outros casos, em virtude de possuírem um cérebro carnal de natureza muito perceptível e constituído

por ascendentes biológicos rigorosamente sadios, as vibrações da memória astral repercutem-lhes com
mais profundidade, permitindo-lhes que, ainda encarnados, possam auscultar algo dos acontecimentos
definitivos arquivados no seu cérebro perispiritual.

• Há casos, também, em que o exercício esotérico, a leitura espiritualista ou a convivência sistemática em

ambientes iniciáticos fazem emergir algumas lembranças pregressas, que mais se revigoram durante o
despertamento parcial do perispírito.

Em geral, as reminiscências das vidas anteriores se manifestam gradativamente e através de


espontâneas associações de idéias, quando então certos acontecimentos da atual existência
se afinam com alguns fatos semelhantes, já vividos no pretérito.

Em tais momentos, as criaturas são dominadas por estranhas emoções e por efeitos misteriosos, que
elas desconhecem em sua origem, mas “sentem” como exatos e vividos alhures. Essas súbitas associações
de idéias, que clareiam e sensibilizam bastante as ligações complexas entre o cérebro astral e o físico,
podem suceder através da visão, da audição ou do olfato comuns, pois enquanto os sentidos físicos são
fortemente atuados por quaisquer circunstâncias associativas do passado, o espírito fica num estado de
profunda auscultação íntima, ansioso por identificar o fenômeno que reconhece verídico no seu
subconsciente.

Assim é que, para certas criaturas, os sons vigorosos e sonoros do bater dos sinos, nos templos religiosos,
podem associá-las inesperadamente a quaisquer acontecimentos importantes que já viveram noutras
existências físicas e que se ligam a igrejas, catedrais, templos ou festividades religiosas que podem ter
ocorrido em qualquer lugar geográfico no passado.

Doutra feita, os gritos, o vozerio e as imagens das multidões desordenadas acordam, então, na memória
astral cenas idênticas, que se associam às lembranças subjetivas de movimentos belicosos, rebeldias,
chacinas ou revoluções em que também tomaram parte em outras encarnações. Da mesma forma, o
perfume de determinadas flores, ou de algumas ervas odorantes e originais de países onde o espírito já
viveu alguma existência mais impressionante, no pretérito, podem associar-lhe outros quadros importantes,
embora não consiga defini-los com perfeita nitidez.

Assim, o sândalo da Índia, as margaridas do Egito, as flores de cerejeira do Japão, os cravos da Espanha
ou o amílscar da Ásia podem transformar-se em súbitos élans, associando a mente encarnada às
paisagens ou às lembranças de acontecimentos vividos outrora.

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16. Sono, sonhos e recordações do passado 13

Em alguns casos, as cúpulas de edifícios exóticos, as paisagens estranhas, os filmes históricos, as músicas,
canções, os vestuários ou os costumes pitorescos de outros povos atiçam reminiscências misteriosas na
alma desprevenida, despertando-lhe a memória astral e superativando-lhe a imaginação sensível.

Quantas vezes encontra-se com criaturas que concorrem por acordar lembranças ou reflexões estranhas,
sem que se possa descobrir os verdadeiros motivos que induzem o indivíduo a reconhecer, detrás daqueles
corpos diferentes, alguém que amou ou que então odiou alhures!

Há casos em que o homem maltrapilho, feio e rude, com quem se encontra pela primeira vez, consegue
despertar a simpatia que outro mais comunicativo e afidalgado não logra obter; sem dúvida, no primeiro
caso é possível que se esteja defrontando com o espírito amigo do querido progenitor ou filho do passado,
enquanto que no segundo caso, pode-se reconhecer no subjetivismo da alma o adversário ou algoz que
causou dolorosas atribulações e desesperos em vidas sucedidas anteriormente.

A sensibilidade psíquica para as evocações encarnatórias fica favorecida quando, através de


associações de imagens, sons, perfumes ou fatos semelhantes, ativa-se a imaginação pela
inesperada repercussão vibratória da memória astral do passado sobre a letargia do cérebro
carnal.

13. A PREOCUPAÇÃO DE SE CONHECER AS VIDAS PASSADAS

Alguns líderes espiritualistas desaconselham a preocupação de se pretender conhecer o passado


reencarnatório, por afirmarem ser de pouca valia para o espírito encarnado, sugerindo que se deva importar
unicamente com a vida presente e com o porvir, em lugar de se entregar a essas cogitações pregressas,
que roubam da criatura precioso tempo. Evidentemente, nenhuma utilidade prática traria para um atual
zelador de sanitários o fato de saber já ter sido requintado fidalgo no reinado de Luis XV!

De fato, não há muita necessidade de que a criatura evoque o passado para saber o que já tem sido
alhures, porquanto o fato de ela ser atualmente um zelador escravizado às tarefas anti-higiênicas bem
poderia demonstrar, com suficiência, que no pretérito houve de sua parte abuso de poder ou demasiada
exaltação pessoal.

Desde que a Lei determina que a colheita deva ser de conformidade com as próprias obras,
compreende-se que os efeitos da vida presente devem servir de base para se poder avaliar a
plantação feita na existência pretérita!

Em geral, na evocação do passado reencarnatório, as criaturas só se empolgam pela possibilidade de saber


que foram marqueses, condessas, faraós, reis ou imperadores, mas se esquecem de que tais títulos, que
representam tanto valor no mundo material, são de nenhum valor nas esferas da espiritualidade superior,
onde a lei sideral determina que “os humildes serão exaltados e os que se exaltam serão humilhados”.

Uma vez que no mundo dos espíritos só prevalecem os bens que a alma consolida em sua intimidade
espiritual, é de somenos importância o tipo de vestuário de carne que ela enverga em cada existência
humana porquanto, fora dessa sua realização interior, o resto é apenas “pó que retorna ao pó”.

Quando, após a desencarnação, a alma é obrigada a reconhecer que só as virtudes diplomam para as
regiões paradisíacas, arrepende-se de não haver preferido mil vezes o vestuário de estame, a pobreza e a
glória espiritual de um Francisco de Assis, às jóias, sedas e veludos que cobrem os corpos dos que passam
pelo mundo escravizados à animalidade inferior.

Entretanto, como a vaidade e o amor-próprio são os sentimentos mais resistentes para serem dominados
pelas almas, no aprendizado do mundo terreno, algumas criaturas sentem-se mais felizes no Astral por
terem sido desabusados aristocratas ou famosos aventureiros sem escrúpulos, no passado, em vez de
pobre criatura, mas dotada de qualidades cristãs.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
16. Sono, sonhos e recordações do passado 14

Quanto a ser aconselhável ou desaconselhável o propósito de se conhecer as vidas anteriores, não se deve
esquecer de que isso é questão de foro íntimo e não de regra sideral.

Futuramente todos terão de conhecer o seu passado, a fim de poderem programar com êxito
as suas retificações cármicas, em conformidade com as exigências da mais breve ventura
sideral.

Embora o conhecimento extemporâneo das encarnações pregressas não contribua praticamente para
modificar a existência atual da criatura, é evidente que a realidade espiritual de sua alma abrange desde o
primeiro fulgor racional, que deu início à sua consciência, até o momento em que vive.

Quando o espírito lograr alcançar o conhecimento completo de si mesmo, para a integração consciente
no seio do Criador, é fora de dúvida que, então, terá de vislumbrar todo o seu passado espiritual, vivido
tanto no mundo físico como no astral, a fim de focalizar com êxito toda a memória de “ser” e “existir” no
tempo e no espaço.

Embora se diga ser inutilidade o conhecimento das encarnações anteriores, assim como para alguém
poderia parecer inutilidade a empreitada de escrever a história de sua vida atual desde o berço físico, o
certo é que, quanto melhor o homem conhecer o seu passado, tanto melhor poderá identificar a
natureza exata do seu próprio caráter espiritual.

Obviamente, com isso ser-lhe-á mais fácil programar as futuras existências retificadoras, pois a visão
panorâmica espiritual de seus sentimentos e objetivos vividos anteriormente é que justamente o ajudarão a
extinguir os interstícios vulneráveis às paixões e aos vícios. Conhecendo então a razão e a intensidade
dos “desejos”, que são os responsáveis pela necessidade das encarnações físicas, também ser-lhe-á mais
fácil empreender a libertação dos ciclos reencarnatórios.

A recordação espiritual das vidas passadas desperta lentamente na intimidade da criatura e


se torna tão nítida e extensa quanto seja a capacidade psicológica de sua própria suportação
interior.

Nem todas as almas se encontram em condições favoráveis para conhecer toda a trama diabólica de suas
vidas pregressas, principalmente se ainda fazem lisonjeiro julgamento de si mesmas e se consideram
portadoras das mais excelsas virtudes.

Seria muitíssimo doloroso e decepcionante para um homem que se julgasse um caráter ilibado e impoluto,
vir a comprovar que na existência anterior fora um refinado larápio ou um cidadão desonesto; assim como a
mulher que atualmente se envaidece da sua condição afidalgada ou de sua respeitosa situação matrimonial,
vir a descobrir que no passado dirigia infecto prostíbulo!

É por essa razão que muito se justificam a severidade e a lógica da advertência evangélica do Sublime
Jesus quando, em razão dos próprios pecados da humanidade, Ele aconselhou sabiamente: “Não julgueis,
para não serdes julgados”.

Fontes bibliográficas:

1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

3. A Sobrevivência do Espírito – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio
de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989.

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1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís
17. Fenômenos de efeitos físicos 2

Quando os espíritos desencarnados podem dispor dele em bastante quantidade, então o utilizam para a
produção de fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, após combinarem-no com outras substâncias
extraídas do reservatório oculto da natureza.

O ectoplasma apresenta-se à visão dos desencarnados como uma massa de gelatina pegajosa, ou
substância albuminóide, branquíssima e semilíquida, que se exsuda através de todos os poros do médium,
mas em maior proporção pelas narinas, pela boca ou pelos ouvidos, pelas pontas dos dedos e ainda pelo
tórax. Os longos cordões ectoplásmicos que se formam por esses orifícios serpenteiam em movimentos
ondulatórios.

O ectoplasma não é substância que os desencarnados podem seccionar ou manusear sob


absoluta independência dos médiuns, os quais, mesmo em transe completo, mantém-se
ligados mentalmente a esse prolongamento vivo, inquieto e influenciável até mesmo pelos
assistentes encarnados.

Trata-se de substância delicadíssima que, na realidade, situa-se entre o perispírito e o corpo físico; embora
seja algo disforme, é dotada de forte vitalidade, por cujo motivo serve de alavanca para interligar os
planos físico e astral. É matéria viva do próprio médium que, pela sua vontade, admite a intromissão dos
espíritos amigos e benfeitores, quando a utilizam para fins proveitosos.

O magnetismo difere em seu teor conforme se manifeste no reino mineral, vegetal, animal ou hominal, e
embora seja sempre um efeito da “vida”, ele se revela de qualidade superior no homem, que é o ser mais
evoluído dessa cadeia. Da mesma maneira, o ectoplasma, à feição do magnetismo, também é energia
disseminada e presente em toda a natureza que, por lei evolutiva, é mais apurada no homem do que no
mineral ou no vegetal.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 3

O ectoplasma mediúnico, utilizado nos trabalhos de fenômenos físicos, guarda certa semelhança com a
região do chacra etérico onde é produzido.

Quando é exsudado dos médiuns através do umbigo ou da região epigástrica, serve unicamente para a
produção de fenômenos de ordem mais rudimentar, como “raps”, batidas, levitações e tiptologia, porque se
forja nas zonas dos chacras esplênico, kundalíneo e umbilical.

No entanto, o ectoplasma obtido pelas regiões cardíaca, laríngea e frontal, que flui pelos olhos, narinas e
ouvidos dos médiuns através dos chacras correspondentes, é de dosagem emotiva e mental, permitindo o
fenômeno mais raro da voz direta.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 4

Quando esse tipo de ectoplasma, algo intelectivo, ainda recebe o influxo vigoroso do chacra coronário, a flor
de mil pétalas dos hindus, situado no topo da cabeça e centro de forças de ligação entre o mundo humano e
o divino, então ocorrem fenômenos sublimes de alta transcendência, como aconteceu a Jesus durante o
batismo, na transfiguração do Tabor, ou tem ocorrido às crianças santificadas que se vêm diante de cenas e
criaturas celestiais!

2. O PAPEL DO DUPLO ETÉRICO NA MEDIUNIDADE DE EFEITOS FÍSICOS

Em geral, nos trabalhos de efeitos físicos, o duplo etérico, ao se afastar do médium à sua esquerda, à altura
do baço, torna-se um ponto de apoio para os espíritos desencarnados operarem com mais eficiência no
limiar entre os mundos físico e o espiritual.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 5

O duplo etérico é o responsável pela elaboração de ectoplasma e pela coordenação e


transferência de fluidos nervosos do médium, utilizados nos fenômenos de efeitos físicos.

É o mediador plástico e também o catalisador de energias mediúnicas, aglutinando-as de modo a servirem,


ao mesmo tempo, entre o mundo físico e o plano oculto. Conhecendo bem o duplo etérico, os médiuns
poderão melhorar a sua tarefa mediúnica e dinamizar suas forças magnéticas, e os espíritas doutrinadores
elucidarão as inúmeras incógnitas e percalços dos trabalhos de efeitos físicos e aparições fluídicas, onde a
ectoplasmia é o principal componente atuante.

3. SONO NATURAL x TRANSE MEDIÚNICO E O DUPLO ETÉRICO

Durante o sono natural do corpo físico, este repousa em todas as suas funções orgânicas, enquanto o
coração continua a pulsar normalmente. Mas no sono natural nem sempre o espírito se afasta do seu corpo
carnal; este pode ali ficar juntamente com o duplo etérico e o perispírito, emergindo-lhe da mente
sensibilizada os fatos do dia. Algumas vezes, durante essa liberdade parcial do espírito, a associação de
idéias cotidianas auxilia a evocar cenários, acontecimentos e pessoas que lhe produziram maior impressão
nas vidas passadas. O homem então acorda tendo sonhado que fora um fidalgo, um sacerdote ou príncipe;
doutra feita vê-se como um mendigo, um malfeitor ou líder dos povos. No entanto, como ele sempre colhe
os efeitos das causas pregressas, ignora que, em vez de sonho, pode ser a realidade do que já viveu em
condições melhores ou piores, em existências pretéritas.

Já no transe mediúnico o duplo etérico se afasta bastante do organismo físico e do perispírito, para facilitar
maior extração possível de ectoplasma do médium. Em tal momento, diminuem as relações entre o
perispírito e o corpo físico, do que resulta a inconsciência parcial ou completa do espírito encarnado na
matéria. Nessas condições, o duplo etérico deixa de atender com proficiência as relações do “espírito” com
a carne, e assim não corresponde às solicitações comuns da consciência perispiritual e física.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 6

Deste modo, o médium ingressa num sono profundo e inconsciente, que muito se assemelha ao transe
hipnótico, mas necessário para as entidades desencarnadas terem bom êxito nos trabalhos de voz direta,
materializações e transportes, que exigem o maior afastamento do seu espírito e menos interferência
anímica nos fenômenos.

No estado de sono natural, o conjunto “psicofísico” do homem mantém-se uníssono,


enquanto o Espírito pensa e vive em si mesmo as coisas que lhe emergem do subconsciente
e as confunde com sonhos, ao passo que no transe mediúnico, o seu Espírito é afastado do
conjunto pelo maior desligamento do duplo etérico, ficando mergulhado no reino espiritual e
num estado de completa inconsciência, sem participar dos fenômenos da matéria.

4. TRABALHOS DE FENÔMENOS DE EFEITOS FÍSICOS

Os trabalhos de fenômenos físicos, onde se processam as materializações, a voz direta, as levitações e os


transportes, obedecem a um elevado programa elaborado pelos mentores da Terra. Aliás, esse gênero de
trabalho mediúnico com o Além irá se multiplicar cada vez mais no planeta, como um imperativo
determinado pela própria evolução do planeta. Deus, Pai Magnânimo e Justo, atende a todos os seus filhos
de conformidade com a capacidade, o entendimento intelectivo e a graduação espiritual de cada ser.

Todos os homens, no seu devido tempo, terão a oportunidade feliz de conhecer a mensagem comprobativa
da sobrevivência da alma; assim, aqueles que, por falta de acuidade espiritual, sentir-se-ão despertados
pelo espetáculo ostensivo da fenomenologia mediúnica dos trabalhos de efeitos físicos, onde a voz direta,
as levitações e os acontecimentos incomuns serão capazes de abalar o mais intransigente ceticismo
humano.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 7

Nem todos os assistentes de fenomenologia mediúnica hão de converter-se repentinamente aos princípios
salutares da vida espiritual superior, e adotar, de início, os padrões morais firmados na sobrevivência da
alma. Só o tempo, o bom ânimo e uma decisão corajosa hão de remover os hábitos envelhecidos, as
convicções e as prevenções estratificadas nos séculos passados. Mas aqueles que já se mostram cansados
das ilusões da vida física, é fora de dúvida que, depois de comprovarem a sobrevivência do espírito através
dos trabalhos de fenômenos físicos, também se devotarão sinceramente ao culto dos valores espirituais
elevados, na ansiedade de sua mais breve cidadania sideral.

Os trabalhos de efeitos físicos produzidos pelos desencarnados, através dos médiuns especializados,
quase sempre requerem em seu início o concurso de espíritos mais primitivos, de forte vitalidade
astralina, tais como os silvícolas do Brasil, os peles-vermelhas da América do Norte ou os nativos de outros
países, cujo perispírito é estuante de energias telúricas, e serve com êxito para a conexão mais íntima
com os “elementais”, as forças vivas que impregnam a vida oculta dos reinos mineral, vegetal e animal.
Com essa providência, resulta a combinação vigorosa de energias magnéticas oriundas do mundo oculto,
que auxiliam a redução da freqüência vibratória dos fenômenos, para sua melhor comprovação aos
sentidos físicos dos encarnados.

As energias do magnetismo seivoso do orbe recebem o toque sábio de forças descidas dos
planos mais elevados, que as transformam no “revelador” da vontade e da ação dos espíritos
desencarnados sobre a matéria.

Embora os trabalhos de fenômenos físicos requeiram a ajuda de energias mais primitivas para obter o seu
êxito inicial, em seguida ao ajuste técnico e espiritual entre as equipes de trabalhadores encarnados e
desencarnados, aperfeiçoa-se a realização do fenômeno; a partir de então, podem ser dispensadas as
energias elementais, e a própria música profana das primeiras reuniões pode ser substituída por música
sacra, que melhor induzirá os presentes às emoções de alta espiritualidade.

4.1. AS EQUIPES ESPIRITUAIS DOS TRABALHOS DE EFEITOS FÍSICOS

O sucesso da fenomenologia mediúnica não depende exclusivamente do médium que fornece o


ectoplasma, ou dos assistentes que auxiliam pela doação de fluidos aproveitáveis ao trabalho, mas também
fica dependente da eficiência e do conhecimento da equipe de espíritos que operam do Alto. São
técnicos especializados e espíritos auxiliares no despenho de certas tarefas e obrigações no Além, com o
fito de processarem os trabalhos de efeitos físicos para a Terra:

FUNÇÃO ATRIBUIÇÃO

DIRETOR Responsável pela supervisão de todas as operações medianímicas.

Examina o teor do ectoplasma disponível do médium em afinidade com certas


QUÍMICO-CHEFE
substâncias próprias do plano astral.

Estudam e higienizam os fluidos dos assistentes, destinados a serem


AUXILIARES
misturados com outros ingredientes que apressam a fenomenologia física.

Ensina os espíritos comunicantes a manipular o ectoplasma (materialização,


COORDENADOR
escrita direta, etc...) ou os aparelhos ectoplasmáticos (voz direta).

Orientam os espíritos comunicantes para se ajustarem, em tempo certo, ao


círculo de operações atingível pelo ectoplasma do médium, ou movem as
COOPERADORES
“trombetas” (voz direta) ou fabricam as “varetas” ectoplásmicas (levitações,
ruídos e pancadas ou “raps”).

Dirigida por hábil espírito experimentado no comando, se encarregam de


EQUIPE DE DEFESA proteger a área onde se processam os fenômenos que, por serem de redução
OU DE SEGURANÇA vibratória, são mais vulneráveis à ação de espíritos malfeitores ou
irresponsáveis.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 8

Hábeis no manuseio da química transcendental, eles operam sobre as substâncias etéreo-astrais que,
depois, devem ser combinadas com o ectoplasma do médium. Disciplinados, sensatos e conscientes de sua
responsabilidade, desempenham suas tarefas com mais segura eficiência do que os encarnados.
Subdividem-se nas suas funções delicadas de acordo com a aptidão individual, participando ativamente da
fenomenologia mediúnica condicionada ao plano físico.

Além do conjunto que opera praticamente na “produção” de fenômenos físicos, ainda há o elemento que
serve de ligação entre os desencarnados e os encarnados, espécie de sentinela, encarregado de avisar os
técnicos siderais de quando uma reunião vai se realizar, a fim de efetuarem as providências previstas no
ambiente, que são principalmente:

• Higienização fluídica do ambiente;

• Proteção fluídica (“tropa de choque”);

• Ionização do ambiente;

• Emprego de recursos preventivos contra as emanações tóxicas dos assistentes viciosos.

4.2. AS DIFICULDADES NOS TRABALHOS DE FENÔMENOS FÍSICOS

Somente os desencarnados podem realmente avaliar as dificuldades que se opõem ao bom êxito desse
gênero de fenômenos mediúnicos. O seu pleno sucesso e a identificação indiscutível das entidades
comunicantes exigem a harmonização de energias e fatores mais heterogêneos, que nem sempre
obedecem ao comando e ao controle dos desencarnados.

O médium, que é principalmente uma das peças mais importantes dos trabalhos de efeitos físicos,
raramente é criatura capaz de cumprir com inteligência a sua obrigação espiritual; sendo independente,
vivendo no mundo físico a seu modo e, muitas vezes, de conduta e sentimentos até opostos à exigência do
intercâmbio com o Além, constitui uma barreira com que as entidades técnicas têm de se defrontar num
labor heróico:

ALGUNS FATORES NEGATIVOS LIGADOS AOS MÉDIUNS

MÉDIUNS CARACTERÍSTICAS

Demasiadamente afeitos às gorduras e vísceras, momentos antes do trabalho


GLUTÕES
fenomênico, empanturram o estômago com a carne de animais sacrificados.

Ingerem álcool em quantidade, que deprime o sistema nervoso e afeta a


ALCOÓLICOS
sensibilidade do ectoplasma.

Esquecidos do compromisso assumido no Espaço, freqüentam lugares viciados,


VICIOSOS unem-se às más companhias e se cercam de entidades malévolas que tentam isolá-
los de sua atuação útil.

Os espíritos amigos e benfeitores tudo fazem para sanar esses inconvenientes e protegê-los da infiltração
subversiva do astral inferior durante a manifestação mediúnica:

• higienizam-lhes a aura,

• ionizam o ambiente de trabalho,

• projetam raios terapêuticos de extinção bacteriana para evitar contágio nocivo,

• cercam-nos de extremos cuidados,


intuem-nos para agirem de modo a se encontrarem em condições favoráveis para o trabalho
da noite.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 9

No entanto, há outros fatores que ainda desgovernam os médiuns:

• há o médium disciplinado, frugal e adverso ao álcool, mas presunçoso e prepotente;


há aquele de conduta louvável, porém desconfiado a ponto de retardar o seu progresso mediúnico pelo
pavor da mistificação;

• há ainda o sensitivo atencioso, hábil e laborioso, mas que negocia com sua faculdade espiritual.

Quando os espíritos “guias” dos trabalhos fenomênicos conseguem dispor de medianeiros razoáveis e bem
intencionados, ainda têm de se exaurir para ajustar os freqüentadores, ávidos de fenômenos, mas quase
sempre os principais causadores dos fracassos, que, nessas condições:

• Enfraquecem o nível fluídico do ambiente.

• Reduzem a qualidade do ectoplasma do médium.

FATORES NEGATIVOS LIGADOS AOS ASSISTENTES

ASSISTENTES CARACTERÍSTICAS

ALCÓOLATRAS Intoxicam os fluidos do ambiente.

GLUTÕES Seu estômago é um verdadeiro sarcófago de vísceras em decomposição.

SEXUAIS Sua mente ficou presa na aventura excitante ocorrida antes dos trabalhos.

SARCÁSTICOS Depois achincalham quem os serviu.

DESCONFIADOS Eternos procuradores de “provas”.

EGOÍSTAS Tentam monopolizar a sessão.

CURIOSOS Sempre à busca de novidades.

NEGADORES Mesmo ante o fenômeno palpável e indiscutível, trazem na ponta da língua a


SISTEMÁTICOS “explicação” científica acadêmica terrena.

CAPCIOSOS Invertem o sentido do que observam.

FISCAIS
Buscam mistificações em qualquer oscilação mediúnica.
GRATUITOS

INTELECTUAIS Exigentes das minúcias descritivas.

Apesar de toda sua fé, não “viram” nem “falaram” com o parente recém-
DECEPCIONADOS
desencarnado.

Esperam dos desencarnados todas as soluções diretas e os conselhos


INTERESSEIROS
seguros para os seus interesses pessoais.

Além disso, alguns outros participam das sessões de efeitos físicos depois de acaloradas discussões no lar,
de atitudes hostis no local de serviço, no transporte ou na rua, carreando para o ambiente os fluidos de
irascibilidade ou violência. Eles olvidam que o éter desempenha função de suma importância na
transmissão dos fenômenos para a tela física.

Tais atitudes e viciações exercem forte influência nociva na produção dos fenômenos
mediúnicos, e não só enfraquecem o nível fluídico do ambiente, como ainda reduzem a
qualidade do ectoplasma mediúnico.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 10

A esfera mental do médium em transe é o centro convergente de todas as operações no tocante aos
fenômenos físicos, razão pela qual os raios mentais nocivos e as explosões emotivas dos assistentes
ferem-no, de modo a imprimir direção contraria à desejada pelos espíritos comunicantes.

A nitidez, o êxito e a comprovação dos fenômenos mediúnicos sempre dependem do tipo de


médium em transe, e também, da maior ou menor afinidade, cooperação e intenções dos
participantes, de modo que muitos fracassos da fenomenologia mediúnica física se devem
mais à freqüência de indivíduos ignorantes das exigências do trabalho.

Entretanto, em muitos casos as decepções resultam de motivos justificáveis, onde, além dos que são de
ordem específica e técnica dos dois planos, o físico e o astral, há a considerar que, às vezes, o espírito
familiar ou amigo, que um ou outro dos assistentes desejaria ver materializado ou ouvir a sua voz, pode
estar impossibilitado de se apresentar, por se encontrar na barreira das regiões purgatoriais, de onde não
pode sair. Também, se sua desencarnação é recente, pode acontecer de ele ainda estar imerso no “sono
psíquico” de repouso, que sucede a morte física. Outras vezes, o espírito solicitado pode se encontrar
distante, cumprindo tarefas inadiáveis em regiões do astral inferior ou superior.

Há também os casos em que, devido aos traumatismos, desgostos ou amarguras profundas que o espírito
sofreu na sua existência terrena, ele não tem qualquer saudade do “vale de lágrimas” onde muito sofreu e
chorou, e, portanto, se desinteressa completamente de quaisquer trabalhos que o forçam voltar à Terra.

Há grupos de criaturas interessadas nos trabalhos de fenômenos físicos que logram sucesso quase
imediato, pois logo de início já estabelecem com os desencarnados um tal grau de simpatia, confiança e
propósito salutar, que conseguem acelerar a dinâmica psíquica necessária para o êxito da esperada
fenomenologia.

A confiança, o otimismo e a disposição espiritual eletiva de todos os participantes se


transformam em elemento catalisador dos fenômenos.

Com esses recursos, tais grupos rapidamente ultrapassam a fase das incertezas e dos fracassos dos
primeiros dias, obtendo o clima etérico sensível para a ação positiva dos desencarnados.

Ao contrário, certos trabalhos se arrastam por alguns anos, conseguindo apenas a graça da produção de
alguns “raps” ou de fugazes cintilações de luzes, porque a tela etérica de projeção dos fenômenos encontra-
se verdadeiramente enrugada pela demasiada ansiedade, pessimismo ou afoiteza dos seus companheiros,
muitíssimo preocupados com o fenômeno imediato que deslumbra os olhos, mas esquecidos da
renovação íntima que atende aos sentidos da alma!

4.3. ASPECTOS LIGADOS AO FORNECIMENTO DE ECTOPLASMA DOS PRESENTES

As leis que governam o magnetismo humano são bem mais sensíveis e avançadas do que as que regem a
manifestação da eletricidade. Em conseqüência, se o corpo humano é um organismo governado pelas leis
magnéticas que comandam as polaridades positivas e negativas, responsáveis pelo equilíbrio “psicofísico”
do ser, não há dúvida de que é necessário ao homem submeter-se a determinadas exigências, que a
princípio lhe parecem superstição, quando se relacionam aos fenômenos extraterrestres. Por isso,
recomenda-se aos freqüentadores das sessões de trabalhos mediúnicos de efeitos físicos que “não cruzem
as pernas”, pois se exige o máximo de expansão magnética e fluídica dos presentes, a fim de se
processar com êxito a “ligação” do mundo etérico-astral ao mundo material. Em conseqüência, aqueles que
cruzam as pernas ou as mãos no transcurso do trabalho isolam-se em “circuito magnético fechado” e
constituem-se em pontos neutros que perturbam a fluência e o êxito dos fenômenos.

O ectoplasma flui através de todos os poros do ser, mas, em obediência à lei da fuga eletromagnética, ele
converge para um ponto de atração mais positivo, que na fenomenologia mediúnica é o “círculo imantado”
onde operam os espíritos técnicos responsáveis pela execução do trabalho.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 11

Os cabelos, os pés e as mãos dos circunstantes então funcionam à maneira de “pontes” por onde se escoa
o fluido ectoplásmico, desde que não se cruzem as pernas ou os braços.

Os fenômenos de efeitos físicos como as materializações e a voz direta, onde a laringe e as cordas vocais
materializadas com o ectoplasma do médium podem ser tocadas e reconhecidas em suas peças
anatômicas, são revestidos com essa matéria concreta do plano físico, que foi extraída do médium. O
médium e os assistentes, portanto, “doam” algo de si: fornecem os fluidos para que as providências
empreendidas no mundo astral se concretizem em direção ao mundo físico. Em conseqüência, tanto o
médium quanto os assistentes, enquanto fornecem o ectoplasma durante os trabalhos de fenomenologia
física, perdem peso corporal, porque pequena parte de sua matéria sólida se transforma em fluidos que
flutuam no ambiente e se tornam imunes à ação da gravidade. No entanto, assim que se encerram os
trabalhos, o ectoplasma e demais fluidos dispersos retornam imediatamente para sua fonte de
origem e se transformam, novamente, nos elementos orgânicos corporais, resultando para todos na
recuperação do seu peso perdido.

Alguns médiuns de efeitos físicos ingerem muita água depois dos trabalhos, pois “desidratam-se” mais do
que os outros durante o tempo em que fornecem o ectoplasma para os espíritos operarem na matéria; isso
também pode acontecer em trabalhos muito demorados, em noites de atmosferas sobrecarregadas de
eletricidade, ou demasiadamente úmidas. Quando da produção de ectoplasma, também se processa nos
médiuns acentuada volatilização dos fluidos orgânicos que, em seguida, constituem-se nos fluidos de
auxílio à fenomenologia mediúnica.

Às vezes, alguma porção do ectoplasma se perde no próprio ambiente; certa percentagem é


deliberadamente recusada pelo organismo no seu retorno, caso lhe tenham aderido os germens psíquicos
ou bacilos astrais indesejáveis, o que pode acontecer devido à insuficiência na proteção do médium por
parte da equipe de desencarnados, ou por interferência imprevista.

Acontece, às vezes, que os próprios técnicos e protetores do médium resolvem dissolver no meio do
ambiente a porção fluídica que poderia enfermá-lo na sua reabsorção orgânica. Reduz-se assim a cota de
líquidos orgânicos volatilizados e que se tornam nocivos a qualquer reaproveitamento, fazendo com que o
médium, ao despertar sinta intensa sede e ingira certa quantidade de água para compensar a que é
desperdiçada, e que se faz necessária ao equilíbrio do seu corpo físico.

4.4. A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NOS TRABALHOS MEDIÚNICOS DE EFEITOS FÍSICOS

A música nos trabalhos de efeitos físicos contribui para apurar e sintonizar as vibrações mentais dos
assistentes e do ambiente onde se realizam tais fenômenos, favorecendo assim o seu êxito.

Embora os sons da música repercutam na atmosfera, e não no éter, eles influenciam os


assistentes integrando-os em uma só freqüência vibratória, e também favorecem os espíritos
no sentido de eles conjugarem o ectoplasma do médium às energias psíquicas que são
mobilizadas no Astral.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 12

As ondas sonoras estimulam e combinam-se com as vibrações perispirituais dos desencarnados e dos
encarnados, resultando assim maior exsudação de ectoplasma do médium e das energias vitais dos
presentes.

A música auxilia vibratoriamente esse gênero de trabalho mediúnico, seja na forma de canções regionais,
hinos, trechos de operetas, aberturas sinfônicas, peças clássicas ou populares, ou composições de fundo
religioso. Como a música exerce profunda influência na alma dos seres, é sempre conveniente preferir-se
canções, peças ou trechos musicais isentos de melodramas, tragédias, situações lúgubres, burlescas ou de
profunda tristeza, para se evitar a degradação emotiva dos assistentes durante o fenômeno mediúnico.

O papel da música é o de nutrir o otimismo dos assistentes, evitando-se que seja perturbada
a coesão da harmonia mental e psíquica, essencial ao sucesso dos trabalhos de efeitos
físicos, por natureza bastante complexos e de responsabilidade.

Quanto ao gênero de música a adotar nos trabalhos de efeitos físicos, pode-se empregar desde música
popular ou folclórica até a música clássica ou erudita, sendo desaconselhável, em qualquer caso, a música
de baixo padrão, de estridências desconexas e a de caráter burlesco e sensual. Deve-se também evitar
composições clássicas exóticas, enfadonhas ou tempestuosas, assim como os trechos melodramáticos de
certas operetas, e as composições lúgubres, que excitam os nervos, despertam o temor ou mortificam a
alma dos presentes, pois não se afinizam com tal gênero de atividade. Em geral, o nível de sensibilidade e
de compreensão da maioria dos freqüentadores de tais sessões ainda é muito pobre, razão por que as
peças musicais complexas, de temas bizarros e enigmáticos não os emocionam a contento do nível
psíquico vibratório indispensável ao ambiente.

Quando se preferir a música clássica, convém, então, optar pelas melodias ou peças musicais mais leves,
agradáveis, alegres e otimistas, que pela sua sonoridade podem animar e elevar o tom vibratório do
ambiente, evitando-se, entretanto, as composições de tom selvagem, aterrador e lendário, ou as músicas
que traduzem desespero e tristeza, impróprias para tal natureza de trabalho mediúnico. Mesmo certas
composições extensas, apesar de oriundas de compositores geniais, causam a fadiga auditiva e cansam a
mente dos que estão habituados à singeleza das melodias populares ou dos trechos alegres, inspirativos,
de expressões otimistas. São desejáveis as composições que se afinizam à exigência jovial psíquica desses
trabalhos. Muito embora possam ser escolhidas peças musicais de bons compositores, considerando o
ambiente “diferenciado” onde serão ouvidas, devem ser preferidos apenas os trechos alegres, inspirativos e
de expressões otimistas.

Malgrado a fama de cada compositor clássico, já consagrado no cenário do mundo material, ele também
diverge bastante em sua modulação sonora, porque nem sempre é o mesmo o seu estado de alma
quando compõe cada uma de suas peças musicais, divergindo fortemente em temperamento e emotividade
quando da confecção de cada um de seus produtos sonoros, os quais são reveladores das várias facetas
de sua alma. Em consequência dessas variações emotivas dos compositores, que marcam suas peças com
a força do estado de alma que os domina no momento de comporem, nem todas as suas obras se prestam
ou se ajustam ao ambiente dos trabalhos mediúnicos de efeitos físicos.

Entre as centenas de composições de música clássica de merecido valor, diversas podem contribuir para o
êxito da fenomenologia mediúnica, porque, para serem sentidas ou assimiladas, não exigem demasiada
introspecção crítica e também não predispõem à tristeza. A propósito dos trabalhos mediúnicos de efeitos
físicos ainda serem raros, mesmo no Brasil, onde o Espiritismo e todos os seus fenômenos estão mais
divulgados do que em outros países, o emprego da música conjugada à fenomenologia espírita ainda é
circunscrita a um campo bastante limitado.

Entretanto, em breve a música de amplitude e sentimento espiritual será elemento integrante


e até obrigatório em todos os ambientes onde se processem os fenômenos de psiquismo
mediúnico, e não somente nessas sessões complexas, mas igualmente em todas as reuniões
doutrinárias.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 13

Num mundo de vibrações grosseiras como a Terra, a música é a única arte que participa e reflete
expressões sublimes daquela espiritualidade em que a alma, embora prisioneira de um corpo carnal, já
consegue mergulhar no êxtase que a faz aspirar o perfume suavíssimo das alegrias celestiais!

5. TRABALHOS DE MATERIALIZAÇÕES DE ESPÍRITOS

Os espíritos desencarnados não podem se materializar servindo-se unicamente do seu perispírito; para
fazê-lo, revestem-no e o interpenetram com a substância plástica ectoplásmica que se exsuda do
duplo etérico projetado pelo médium ou das pessoas presentes.

Durante as sessões de fenômenos físicos de materialização, o ectoplasma fornecido pelo médium em


transe cataléptico ou mesmo em vigília, atua com êxito no limiar do mundo etérico e físico, incorporando-
se à fisiologia do desencarnado, através de avançados processos de técnica e de química
transcendental. Quando, pela vontade do espírito comunicante, ele circula por toda a vestimenta
perispiritual, esta se materializa à visão e ao toque dos encarnados.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 14

Entretanto, se o desencarnado preferir efetuar o acúmulo de fluidos ectoplásmicos apenas em um de seus


órgãos, sejam as mãos, o fígado, o pulmão ou o seu coração, então tal órgão tornar-se-á palpável ao
exame dos sentidos físicos e apresentará todas as reações e o ritmo idênticos aos do corpo carnal. O
espírito pode, por exemplo, materializar preferencialmente o seu coração etéreo-astral (perispiritual),
destacando-o dos demais órgãos do seu perispírito, o qual revelará corretamente os seus movimentos de
diástole e sístole cardíaca, graças à cota de ectoplasma do médium e da parte extraída dos assistentes.

Os trabalhos de efeitos físicos exigem um cuidadoso tratamento por parte dos espíritos operadores, pois o
ectoplasma do médium é elemento fácil de ser contaminado pelos miasmas e certos tóxicos que
invadem o ambiente devido à imprudência ou descaso de alguns frequentadores dos trabalhos mediúnicos.
Essa matéria viva, do próprio médium, pode ser empregada para fins proveitosos quando, pela sua vontade,
este admite a intromissão dos espíritos amigos e benfeitores.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 15

No entanto, caso se trate de criatura desregrada, os espíritos inferiores e malévolos podem assenhorar-se
dessa energia acionável pela vontade desencarnada, causando perturbações nos trabalhos de efeitos
físicos, ou mesmo fora do ambiente mediúnico.

Nos trabalhos mediúnicos de fenômenos físicos, principalmente durante as materializações de espíritos,


alguma ofensa ou agressão sofrida pelo duplo etérico do médium, depois passa a afetar-lhe o corpo físico.

Se alguém toca o espírito materializado, o médium, à distância, estremece e sofre esse contato porque,
realmente, é o seu duplo etérico que reveste o fenômeno da materialização.

Por essa razão, em trabalhos mediúnicos de boa assistência espiritual, as entidades materializadas
advertem para os presentes não lhes apertarem as mãos com demasiada violência e vigor, pois o médium,
quando em transe cataléptico, é um hipersensível vulnerável a qualquer pressão que lhe for feita no duplo
etérico projetado à distância.

Os espíritos desencarnados só possuem o perispírito que, fora do seu plano próprio, fica incapacitado de
adensar-se até fazer-se visível aos “vivos”.

Assim, é o médium quem fornece o “material” ou a substância ectoplásmica necessária para os


desencarnados se tornarem perceptíveis ao tato e à vista carnal. Isso só é possível porque ele consente
que lhe usem o duplo etérico durante a produção de fenômenos de materializações.

Mas se alguém atinge o espírito materializado, o médium também acusa a ofensa, porque é ferido no seu
duplo etérico exteriorizado, impregnado dos seus fluidos nervosos.

Em certos casos, ao retornar ao estado de vigília no plano físico, o médium chega a exibir na sua epiderme
nódoas ou manchas algo parecidas ao sangue pisado, correspondendo no corpo físico à zona ou região
exata ofendida etericamente.

Beliscando-se ou ferindo-se o médium durante o transe cataléptico, em que cede o seu duplo
etérico ao espírito materializado, ele também acusa a ofensa com forte choque vibratório que
lhe atinge a própria consciência, como se fosse um acontecimento em vigília.

Há, entretanto, casos do médium de efeitos físicos não entrar em transe cataléptico e mesmo assim
fornecer ectoplasma para materializações ou voz direta. Trata-se, sem dúvida, de um tipo de médium
tarimbado por longa experiência mediúnica em vidas anteriores, ou porque antes efetuou cursos especiais
no Espaço a fim de dominar o fenômeno ativamente, depois de encarnado.

Nesse caso, em vez dos espíritos deslocarem o duplo etérico do médium para elaborarem a quantidade e o
tipo de ectoplasma que necessitam para determinado gênero de trabalho mediúnico, esse médium já o
fornece na dosagem exigida e pronto para o uso imediato.

Deste modo, ele pode palestrar com as entidades que operam ao seu redor e atender às solicitações dos
presentes, sem revelar qualquer anomalia ou sem que cesse o fenômeno de materialização ou voz direta.

Aliás, certas vezes, quando os espíritos dispõem de ectoplasma suficiente e já dosado na fórmula química
prevista, eles costumam despertar o médium do transe cataléptico e também conversam com ele, dando-lhe
instruções ou fazendo advertências sobre sua conduta moral.

5.1. MATERIALIZAÇÕES PARCIAIS DE ESPÍRITOS

Em virtude da indocilidade do éter físico, que é difícil de ser submetido completamente ao domínio dos
desencarnados, estes se vêem por vezes obrigados a aparecer aos encarnados de modo grotesco; ora
recortando nitidamente a sua cabeça, mas deformando o restante de sua figura perispiritual; ora
incorporando as mãos, mas sacrificando a delicadeza da fisionomia.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 16

No entanto, apesar de sua deformação ectoplásmica à visão física dos encarnados, os espíritos, quando
evoluídos, se apresentam como focos radiações de luzes e cores deslumbrantes; já os seres primitivos ou
diabólicos surgem sob denso nevoeiro opaco ou com aura sombria.

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Malgrado o empobrecimento da massa ectoplásmica e a incompreensão de freqüentadores irresponsáveis,


alguns espíritos de boa vontade ainda conseguem a materialização parcial do seu perispírito, a
movimentação de alguns objetos ou tentam a “voz direta”. Na tentativa heroica de satisfazerem os
presentes, mobilizam todos os recursos disponíveis para lhes dar toque físico das mãos ou dos pés, a fim
de não os decepcionarem por completo.

Quando, ao tocar as mãos de algum espírito materializado, se verifica com surpresa que ele
não tem braços, ou, ao se lhes apalpar os pés ou a cabeça constata-se a ausência das mãos,
isso não representa a presença de excêntrico fantasma que aberra as leis do mundo físico.
Na realidade ele procura condensar somente numa das partes do corpo, seja uma mão, os
pés ou a cabeça, todo o fluido que desvia da materialização das demais partes do seu corpo,
tornando-a palpável aos presentes.

É apenas questão de economia fluídica, tal como os técnicos siderais também o fazem na voz direta, em
que utilizam todo o ectoplasma disponível para a confecção da laringe provisória, enquanto cessam os
demais fenômenos, como levitação, ruídos ou materializações.

Nos trabalhos de efeitos físicos, os fenômenos só ocorrem simultaneamente quando os espíritos


manifestantes também dispõem de bastante ectoplasma. Isso às vezes sucede nas operações mediúnicas
diretas, quando os presentes identificam as vozes e os movimentos do médium operador, dos enfermeiros e
auxiliares desencarnados em face de existir bastante ectoplasma.

No entanto, quando a massa ectoplásmica é deficiente, o espírito operador enrijece e materializa apenas
suas mãos, a fim de poder manejar instrumentos cirúrgicos sobre o corpo do paciente, embora ele ali
continue presente atuando pela ação integral do seu perispírito. Isso ocorre porque, na operação mediúnica
sem a intervenção física do médium, são as mãos as peças mais importantes para tal função.

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Por vezes ocorrem materializações algo deformadas, espécies de nuvens esbranquiçadas e vaporosas,
lembrando a figura humana recortada entre uma cerração leitosa e pastosa. Isso acontece porque os
espíritos só podem impressionar os sentidos dos encarnados pelo emprego dessa massa leitosa etéreo-
física movediça e inconstante, constituída pelo ectoplasma do médium e fornecida através do seu duplo-
etérico.

Assim, os encarnados muitas vezes estranham as figuras de formadas que, por vezes, se manifestam nos
trabalhos de fenômenos físicos, ou então se decepcionam, crentes de que os espíritos são realmente
criaturas lúgubres, disformes e fantasmagóricas.

Quando se trata de espíritos bons, os mortos têm muito melhor aparência do que os vivos mais belos da
Terra, pois o seu perispírito é um organismo de contextura anátomo-fisiológica muitíssimo superior à
configuração letárgica do corpo físico, sujeito às transmutações celulares e ao envelhecimento precoce.

Acontece, no entanto, que nas materializações os espíritos, ao servirem-se do duplo etérico dos médiuns,
tem de adaptá-los á sua plástica perispiritual, tal qual se enche um balão de gás, em que a menor
deficiência de ar ou toque externo o deforma.

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5.2. OS FENÔMENOS DE ASSOMBRAÇÕES

Conforme visto anteriormente, a produção dos fenômenos de efeitos físicos só é possível se existir no
ambiente o elemento energético denominado ectoplasma, geralmente oriundo de um médium que possua a
faculdade de exsudá-lo. Em tais condições, é possível a uma equipe de desencarnados tecnicamente
habilitados, coordenarem uma sessão de efeitos físicos, para se obter bom êxito nas suas manifestações.
Porém, há casos em que o fenômeno se manifesta de modo imprevisto, em qualquer local ou ambiente,
fazendo-se ouvir risos, vozes, gemidos, deslocamentos de objetos, portas ou janelas que se abrem ou
fecham, entre outros fenômenos estranhos. Esses casos são os apontados genericamente como
“assombrações”. Quando acontece à revelia de qualquer disciplina ou controle, é porque, no lugar onde
ocorrem, estão presentes pessoas que, mesmo sem saberem, são médiuns que exsudam ectoplasma. É,
então, comum alguns indivíduos mais ansiosos irem ao local de sua ocorrência e esses fenômenos não se
repetirem, justamente porque os “curiosos” que foram certificar o caso não possuem essa faculdade.

Os trabalhos mediúnicos de efeitos físicos, sob o comando de equipes de espíritos que


operam no Além, muito mais que satisfazerem a curiosidade dos que os organizam,
obedecem sempre a um objetivo sensato e a desígnios úteis de esclarecimento espiritual.

Porém, quando esses acontecimentos se produzem de modo imprevisto, são manifestações acidentais,
resultantes da presença de pessoas que possuem a faculdade de exsudar ectoplasma. A espontaneidade
do fenômeno, nesses casos, chega algumas vezes a assustar os próprios espíritos desencarnados, ao
perceberem que ocorrem essas manifestações físicas à sua simples chegada.

O tônus vital que os espíritos obsessores a e malfazejos vampirizam dos encarnados à altura do cerebelo,
também é dosado com ectoplasma, que lhes serve de ponto de apoio para atuar com êxito sobre o corpo
humano. Tônus vital é o “prâna” ou fluido vital que se exsuda pelo duplo etérico no processo de absorção e
exalação, nutrindo as formas físicas e embebendo o perispírito durante a encarnação. Esse tônus vital é tão
sutil ou grosseiro, tênue ou espesso, radioativo ou obscuro, nutritivo ou débil, conforme seja o
temperamento e a graduação espiritual do ser humano. É o prâna, o sopro vital, a respiração da própria
vida, a energia que dá a tonalidade de resistência, atividade e reações dos seres vivos, o potencial
vivificante nos encarnados, mas que deixa residual, assim como sobejam as cinzas após a ignição.

Durante a desencarnação, o tônus vital acumula-se à altura dos chacras ou centros de forças do duplo
etérico, como substância densa, mas ainda tocada de vida. Quando o espírito desencarna, primeiramente
rompe-se o cordão que liga o perispírito ao duplo etérico, resultando na bipartição da corrente vital que flui
normalmente para o organismo físico. Então, o tônus vital reflui em parte para o perispírito, enquanto a outra
converge para o cadáver e depois se desintegra no túmulo, ou então é absorvida, no processo de
vampirização, pelos espíritos subvertidos. Certa porção do tônus vital também é absorvida pela própria
terra, pois ele é fortemente constituído de éter físico. As pessoas que durante o dia desequilibram-se na
sua vivência emotiva e mental, quando repousam à noite, acumulam um residual de éter-físico de baixa
categoria, à altura do chacra que corresponde exatamente ao tipo de energia usada na consecução dos
vícios e paixões desordenadas:

ATIVIDADE GERADORA DOS LOCAL DE ACÚMULO DE RESÍDUO


VÍCIOS E PAIXÕES DESORDENADAS VITAL INFERIOR NO DUPLO ETÉRICO

• aventura menos digna no campo da sexualidade • altura do chacra genésico ou kundalíneo

• glutonice, pândega e carnivorismo (tornam o sangue


• chacra esplênico, na região do baço
impuro)

• sentimentos odiosos, ciumentos e invejosos (afetam o


• chacra cardíaco
funcionamento normal do coração)

• má palavra, praga, o mau uso do verbo (atacam a


• chacra laríngeo
região tireoidiana e o órgão vocálico)

• energia mental degradada pelos maus pensamentos • chacra frontal

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 20

Mas é este último tônus vital, que se forja à altura do chacra frontal e que depois reflui para o cérebro
durante o sono, a substância mais preferida pelos vampiros do Além porque, afora de sua natureza
vitalizante e quaisquer propósitos inferiores, ela ainda sustenta proveitosamente o processo da obsessão.

Nos lugares ermos, onde ocorreram homicídios tenebrosos e tragédias brutais, em que a vida foi cortada
subitamente, os “cordões vitais”, que através do duplo etérico ligam o perispírito ao corpo físico, se rompem
violentamente. Pelos seus fragmentos, ainda palpitantes, é expelido o tônus vital das vítimas, ficando
impregnado no solo adjacente, assim como também se adere à “seiva” etérica da vegetação ao derredor.

Os espasmos das vítimas, na sua luta para não morrerem, projetam igualmente forte saturação no éter
circunvizinho, cuja toxidez mórbida só após certo tempo é desintegrada pelo seu duplo etérico, ao desligar-
se do perispírito e do corpo físico. A isso se acresce ainda o fato de que, nos lugares mais inóspitos e de
pouco trânsito humano, o fluido telúrico, substancioso e virgem, é imune às vibrações estranhas e por isso o
éter se torna mais acessível à captação vibratória dos fluidos emitidos pelos sentidos.

Como o tônus-vital, que flui das “pontas” do cordão vital quando este é secionado, fica bastante impregnado
de ectoplasma, isso torna os lugares onde ocorrem crimes e tragédias horripilantes num ambiente bastante
“ectoplasmizado”.

Nos lugares “assombrados” existe uma espécie de cortina etéreo-astral de fluido


ectoplásmico muito densa, e esse fato possibilita aos espíritos sofredores, vingativos,
zombeteiros ou traumatizados, do astral inferior, fazerem ouvir suas vozes e ameaças, seus
gritos ou gemidos, causando pavor nos encarnados que acorrerem a esses ambientes.

Tais fenômenos assustadores se manifestam de forma ainda mais perceptível aos sentidos dos encarnados
se o indivíduo que permanecer na região “assombrada” for portador de mediunidade. Essas assombrações
de vozes, gritos, ruídos, gemidos lúgubres ou aparições tenebrosas ocorrem em zonas ermas, lugares
isolados, escuros, e somente à noite, porque o ectoplasma é muito sensível à luz solar, e mesmo à luz
branca artificial, embora com o tempo, através de graduações lentas da luz vermelha para a amarela, ele
chegue a resistir à ação da própria luz do dia. É por isso que somente à noite esses lugares
ectoplasmizados apresentam condições de repercutir para a matéria os movimentos, os brados, os gemidos
e demais fenômenos produzidos pelos espíritos sofredores que vagueiam pelo local.

Muitas vezes, essas aparições ferem a retina dos animais, obrigando os cavaleiros a empregar tremendos
esforços para dominar sua cavalgadura empinada, ou fazer calar o cão aterrorizado. Devido à
condensação do éter pela superabundância de ectoplasma exsudado daqueles que foram sacrificados
brutalmente no local, o ambiente astral de tais lugares sensibiliza os sentidos dos encarnados,
especialmente os que possuem mediunidade. Porém, à medida que os núcleos civilizados penetram essas
zonas assombradas, a presença das criaturas e os seus pensamentos renovadores e sadios desempenham
uma espécie de função profilática: pouco a pouco, vai se dissolvendo a “cortina ectoplásmica” saturada de
paixões ou emoções deprimentes, até que o ambiente astralino fique purificado. Isso explica a razão por
que os crimes cometidos no ambiente urbano, na cidade iluminada, não fazem com que o local fique
“assombrado” ou ectoplasmizado, justamente devido às centenas ou milhares de criaturas que por ali
transitam, as quais, pelos seus pensamentos mais equilibrados, dissolvem rapidamente os fluidos tóxicos
que foram deflagrados no lugar.

5.3 OS FENÔMENOS DE APARIÇÕES

Os santos, que costumam aparecer aos campônios simples ou às crianças (como nos casos de Fátima,
Aparecida do Norte ou Lourdes), não passam de espíritos de intensa luminosidade e beleza angélica,
confundidos com “Nossa Senhora” ou “Senhor Bom Jesus”. Nesses casos, o ectoplasma exsudado pelas
crianças e pelas pessoas humildes, simples e boas, combina-se com a mesma substância existente no
duplo etérico da própria Terra, que é rudimentar, mas sobrecarregado de magnetismo virgem, e que
assim se presta magnificamente para emoldurar a projeção de espíritos formosos, dando margem à crença
nas aparições de santos e santas, tradicionalmente cultuados pela Igreja Católica. Esses fenômenos de
aparições sublimes são ainda mais freqüentes nas proximidades de regatos, de bosques encantadores e de
zonas desimpedidas dos maus fluidos, como as grutas deliciosas ou as pradarias verdejantes.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 21

5.4 TRANSPORTE

O médium de transporte, ou médium motor e de translação conforme citado na terminologia de Kardec, é


um auxiliar dos espíritos desencarnados para o transporte de objetos, flores, jóias, moedas, tecidos, etc., e
que fornece um tanto de ectoplasma para os espíritos operarem a desintegração desses objetos, que
depois transportam apenas em seu molde etérico, sendo posteriormente de novo preenchidos com a
energia que irá se constituir em matéria.

6. O FENÔMENO DA VOZ DIRETA

A mente funciona em planos cujas oscilações estão muito acima do campo vibratório comum do ambiente
físico; enquanto a mente vibra no éter, a voz humana vibra no ar.

Quando os espíritos desencarnados querem falar diretamente com os encarnados, eles necessitam de um
elemento intermediário que tanto lhes baixe o tom vibratório da “voz etérica”, como também a faça
repercutir de modo audível no ambiente do mundo material.

O elemento medianeiro que possibilita o fenômeno da voz direta é o ectoplasma, substância


fluídica de origem psíquica, exsudada pelos médiuns através dos centros de forças do seu
perispírito, em conjugação com o sistema nervoso do corpo físico.

Devidamente combinado com as forças vitais dos assistentes, o ectoplasma transforma-se em ponto de
apoio para a repercussão da voz dos espíritos e de demais fenômenos comprováveis pelos sentidos físicos
dos encarnados.

Na própria Bíblia encontram-se relatos de vários casos em que o fenômeno da audição da voz direta, à luz
do dia, foi testemunhada sem megafone ou quaisquer outros recursos do gênero. Tais casos ocorrem
quando o Alto precisa comunicar-se com as criaturas encarnadas a fim de condicionar quaisquer
providências ou fatos de ordem social ou espiritual; e quando isso acontece, é porque aqueles que se
acham presentes exsudam o ectoplasma que os espíritos desencarnados utilizam, e cuja intervenção
através dessas “vozes” atende a planos estabelecidos pelo Alto.

A voz direta geralmente se processa da seguinte forma: os espíritos agregam em torno dos órgãos
vocais do seu perispírito o ectoplasma mediúnico, e, por um vigoroso esforço de emissão mental,
conseguem fazê-los vibrar para o mundo físico.

Em outro caso, os químicos desencarnados misturam substâncias específicas do plano astral à energia
ectoplásmica obtida do médium e dos fluidos dos assistentes; depois, modelam uma máscara anatômica
artificial possuindo boca, língua e garganta, que possibilitam a mesma função de voz dos encarnados.

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17. Fenômenos de efeitos físicos 22

Então, os espíritos que desejam falar para o mundo material passam a exercitar-se com essa máscara, e o
seu mais breve ou demorado êxito fica dependendo do treino e da habilidade com que a utilizam para
vibrar, e assim transmitirem suas palavras aos terrícolas. Devido à presença do ectoplasma humano, que
reduz bastante a freqüência vibratória desse apetrecho de fonação, o seu bom resultado entre os planos
físico e etéreo-astral exige muito esforço dos desencarnados.

Por isso, do grupo de trabalho espiritual também faz parte um coordenador, cuja tarefa principal é a de
ensinar os espíritos comunicantes a “falarem” para a assistência, ensinando-os a manejarem as cordas
vocais dos médiuns pela condensação de ectoplasma, ou então a moverem a máscara com o aparelho de
fonação estruturado na substância etéreo-astral.

Outros cooperadores orientam os comunicantes para se ajustarem, em tempo certo, ao círculo de


operações atingível pelo ectoplasma do médium; ou então movem as “trombetas”, ligam o tubo astral de
ampliação das vozes e fabricam as “varetas” para levitação de objetos, produção de ruídos ou pancadas
nos móveis.

Nem todos os espíritos se submetem aos treinos exaustivos com a máscara ectoplásmica, alegando alguns
que nem sempre são compensados pelos esforços heróicos que efetuam para conversar com seus
parentes e amigos encarnados.

Em alguns casos, o espírito comunicante pode se utilizar diretamente da laringe do médium em transe,
fazendo-a vibrar sob a sua vontade, e dando lhe a entonação desejada, cujos sons articulados nas suas
cordas vocais são ampliados pela trombeta ou megafone que flutua no ar, através de um tubo de substância
astral ligado diretamente aos órgãos vocais do médium.

Os espíritos comunicantes operantes controlam o médium, condicionam-lhe a voz para a trombeta,


ajustando-a no diapasão ou tom de voz que o comunicante possuía quando estava encarnado.

O som, produzido pela laringe do médium e sob o controle do espírito comunicante, não resulta de
repercussão do ar sobre as suas cordas vocais , pois essa operação é executada no plano oculto
exclusivamente no éter, após o que é ampliada pelo megafone e ouvida pelos encarnados.

O fenômeno processa-se primeiramente na laringe etéreo-astral do perispírito do médium, repercutindo logo


em seguida no mundo físico, através do ectoplasma catalisado pelas ondas sonoras da palavra falada,
da música ou do cântico dos presentes.

Os espíritos conseguem dar a entonação da voz que possuíam quando encarnados, embora isso pareça
impossível, pois apesar de falarem diretamente pela laringe do médium, eles fazem exatamente aquilo que
os exímios ventríloquos conseguem realizar no mundo material, quando imitam a voz humana dos outros e
até o canto das aves.

Quando há ensejo de bom ectoplasma, eles optam pela confecção da laringe ectoplásmica, da máscara
etéreo-astral, ou mesmo agem diretamente no interior dos megafones sem luminosidade, passando a
produzir as palavras em conexão com as ondas sonoras emitidas, tal como se operassem pela garganta do
médium.

Nos trabalhos de voz direta, os técnicos desencarnados podem moldar a máscara com o
aparelho completo de fonação, estruturando-a na substância etéreo-astral conjugada ao
ectoplasma do médium, ou então plasmar a laringe no centro do megafone, fazendo vibrar as
cordas vocais artificiais e controlando o tom da voz até conseguir as características tonais
que possuíam quando encarnados.

Os desencarnados que desejam comunicar-se, então acionam no Astral essa máscara etéreo-astral,
encaixando sua língua perispiritual no interior do molde ectoplásmico ou língua artificial, que é oca e
flexível. Quando já dominam completamente o fenômeno de movê-la com facilidade no seio da máscara
ajustada ao rosto, e conseguem o êxito de vibrar no éter as palavras fortemente mentalizadas, então os
técnicos intervêm, e os sons etéricos repercutem no ambiente, fazendo-os serem ouvidos entre os
encarnados.

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17. Fenômenos de efeitos físicos 23

Por isso, pode-se deduzir o quanto é dificultoso aos desencarnados emitirem a sua voz para a Terra. Ante
essas dificuldades, cuja superação exige muita disciplina e perseverança, nem todos os espíritos
desencarnados se submetem aos cursos e exercícios fatigantes que a técnica sideral exige, a fim de
produzirem a voz direta, pois o treino pode levar dias, meses e até anos, mobilizando intensos esforços e
recursos, por parte dos desencarnados, para lograrem êxito integral nesse tipo de comunicação mediúnica.
Daí os motivos por que nem sempre os freqüentadores que comparecem assiduamente aos trabalhos de
fenômenos físicos conseguem satisfazer o desejo ardente de “ouvir” a voz, ou mesmo de “ver” o parente ou
amigo desencarnado materializado, o que poderia lhes fortificar a convicção na sobrevivência do espírito,
por cujo motivo passam a alimentar dúvidas capciosas sobre a procedência das demais vozes ou
materializações que observam, uma vez que não se manifesta aquele que lhes mobiliza toda a ansiedade
espiritual.

As sessões de fenômenos físicos são convincentes e maravilhosas para os freqüentadores


que logram a sorte de ver e trocar idéias com o familiar desencarnado, que se preste
docilmente a todas as provas e sutilezas indagativas.

Mas, infelizmente, há assistentes que por impaciência desistem de freqüentar determinados trabalhos de
efeitos físicos, justamente às vésperas de confabularem com o seu familiar querido, o qual há muito tempo
treinava com a máscara ectoplásmica, afinando a laringe etérica, a fim de conseguir comunicar-se.

7. TRABALHOS DE TIPTOLOGIA

As comunicações mediúnicas pelo processo de tiptologia, ou seja, através das mesas girantes, também
ditas falantes ou dançantes, são caracterizadas por uma mesa que pode se mover em várias direções ou
levantar-se, obedecendo ao comando mental e à vontade dos desencarnados. Os seus movimentos
serão tão certos e positivos quanto o sejam também a qualidade e a natureza da massa ectoplasmática
que for arregimentada pela afinidade entre os presentes.

O grau de sensibilidade da mesa girante é proporcional ao potencial de força nervosa e de


magnetismo conjugados, retirados dos presentes, o que lhe facilita libertar-se da força
gravitacional do mundo físico, de conformidade com o volume e a natureza do ectoplasma
que for extraído do ambiente.

As comunicações pela tiptologia são mais favoráveis quando entre seus componentes se encontre um
médium de fenômenos de efeitos físicos . Ele então auxilia o trabalho fornecendo os fluidos necessários
para interpenetrarem os interstícios dos átomos etéricos do duplo etérico da mesinha, que se
ajustam em perfeita conexão com os átomos e sistemas eletrônicos da sua estrutura material.

Na falta de um médium adequado a esse gênero de trabalho, o seu maior sucesso e exatidão ficará
dependendo da melhor harmonia de fluídos de todas as pessoas participantes do trabalho. Só depois de
decorrido o tempo necessário para a adaptação preliminar entre todos os componentes do trabalho, é que
se efetua o intercâmbio satisfatório e compreensível com os desencarnados, por meio das batidas
convencionadas em alfabeto, através dos toques da mesinha em movimento.

É a sintonia fluídica na mesma faixa vibratória que neutraliza a força gravitacional para os
desencarnados operarem livremente a mesa, nos trabalhos de tiptologia.

7.1. INFLUÊNCIA "ANÍMICA" NA FASE INICIAL DE TRABALHOS DE TIPTOLOGIA.

O sucesso técnico da tiptologia depende mais propriamente da quantidade ou qualidade do amálgama de


fluídos que se puder combinar entre os presentes.

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17. Fenômenos de efeitos físicos 24

No entanto, o nível intelectual do trabalho, principalmente em seu início, fica adstrito à média da
mentalidade de todos os seus componentes, pois suas idéias influem consciente ou inconscientemente
na manifestação tiptológica. Essa fusão mental impede a ação absolutamente independente dos espíritos
desencarnados que operam do Além, pois a coerência e fidelidade no trabalho só é possível depois de certo
tempo de intercâmbio mediúnico e da maior afinidade entre todos os assistentes.

O trabalho de tiptologia evolui à medida que se reduz o desvio fluídico do elemento vital-
etéreo em liberdade, que sofre a interferência mental dos encarnados, quando precisa
combinar-se à sua força nervosa.

O fracasso, a confusão e a incoerência de muitos trabalhos tiptológicos são resultantes da precipitação dos
seus próprios componentes que, já de início, exigem provas indiscutíveis da imortalidade e a identificação
minuciosa dos espíritos comunicantes. Eles ignoram que, na fase preliminar dessas experiências
mediúnicas ainda predomina fortemente a interferência anímica dos que participam e assistem aos
trabalhos.

Às vezes, a mesa se move mais propriamente pela ação "psicomagnética" dos próprios assistentes,
desobedecendo ao comando dos espíritos desencarnados que, por atuarem em faixa vibratória mais sutil,
ficam tolhidos de interferir no comando mais positivo, alimentado pelo magnetismo físico dos "vivos".

Todas as vezes que o trabalho de tiptologia ficar adstrito unicamente a área mental dos encarnados, ele
deixará de oferecer qualquer ensejo para serem obtidas conclusões certas às perguntas formuladas, e
dificilmente poderá auxiliar quanto à identificação dos seus comunicantes.

Efetivamente, alguns dos participantes, cuja mente e vontade são muito desenvolvidas, podem no início do
intercâmbio tiptológico, interferir ou truncar a resposta dos espíritos operantes, impondo as suas próprias
conclusões e mesmo certas emersões do subconsciente, configurando uma espécie de interferência
anímica nas respostas advindas da mesa.

Isso pode acontecer porque os movimentos da mesinha dançante são mais propriamente comandados, no
início dos trabalhos, pela ação vigorosa da energia fluídica dos seus componentes, ainda sob fraco domínio
dos espíritos comunicantes.

Desse modo, os assuntos tratados através de convenções tiptológicas cingem-se à média do nível de
entendimento comum daqueles que se reúnem, e que se transforma numa espécie de "cortina psíquica",
que os espíritos desencarnados não conseguem atravessar, no propósito de manifestar suas próprias
ideias. Em consequência, os resultados e as conclusões espirituais das primeiras manifestações do Além só
correspondem ao índice mental dos presentes, surpreendendo-os ou decepcionando-os, porque a
comunicação dos espíritos, nesse caso, é vacilante, confusa e não se sobressai da craveira comum.

O trabalho de tiptologia, entretanto, poderá ultrapassar o nível mental escravo da influência anímica dos
próprios participantes quando eles também puderem usufruir a presença ou as relações com os
desencarnados de alta estirpe espiritual.

De início, as respostas dos desencarnados, através da tiptologia, podem ser incongruentes, evasivas,
zombeteiras ou confusas, refletindo em grande parte o automatismo mental e emotivo dos seus
participantes, e às vezes contradizem os assuntos em foco, ou a compreensão mais comum. Só depois de
assíduo e perseverante intercâmbio com o Além, experimentação cuidadosa e observação percuciente, é
que se estabiliza a tiptologia, em face da presença dos desencarnados sensatos e benfeitores que, a partir
de então, principiam a controlar o fenômeno mediúnico e a dominar a interferência anímica.

É preciso muito treino, contato mediúnico e paciência, para que o trabalho de tiptologia
compense integralmente.

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7.2. A EXPRESSÃO DO TEMPERAMENTO DO ESPÍRITO COMUNICANTE ATRAVÉS DOS


MOVIMENTOS DAS MESAS GIRANTES, PELA SEMATOLOGIA

Desde que os participantes dos trabalhos de tiptologia se interessem realmente pelo progresso moral e pela
sua ascensão espiritual, o intercâmbio mediúnico então se disciplina e alcança um ritmo produtivo e sério,
com a singularidade da mesinha poder revelar até mesmo o temperamento dos próprios espíritos
comunicantes. Isso só é possível por que a mesa tiptológica passa a ser, no plano físico, o prolongamento
móvel e material do espírito comunicante, pois é, o instrumento que ele dispõe para manifestar sua
inteligência, e exprimir o teor do seu psiquismo. Em consequência, ele pode demonstrar em sua mímica,
através dos próprios movimentos que ela efetua, a natureza dos sentimentos, do temperamento e da
psicologia que a animam. É o meio com que ele conta, naquele momento, para se exprimir em linguagem
inteligível para o mundo material.

A mesinha, como intérprete material, sensibilizada pelo magnetismo humano, na sua


movimentação para dar o recado do Além, também se impregna com algo da contextura
psicológica dos seus próprios comunicantes desencarnados.

Ao mesmo tempo em que o espírito comunicante transmite os seus pensamentos pela tiptologia, que é a
"linguagem das pancadas" ele também exprime a natureza de seus sentimentos pela sematologia, que é a
“linguagem dos sinais”:

TEMPERAMENTO CARACTERÍSTICO
ESTILO TIPTOLÓGICO
DO COMUNICANTE

fazem com que a mesinha se curve ou bata


entidades benfazejas e serenas
docemente, efetuando movimentos tranqüilos e suaves

espíritos severos e enérgicos, mas bem promovem batidas firmes, movimentos exatos, rápidos e
intencionados decisivos

espíritos destros e de bastante vitalidade astral manejam a mesa com firmeza e segurança

espíritos recém-desencarnados, sofredores ou movem a mesa de modo penoso e incerto, porque ainda
acabrunhados pelo remorso se manifestam psiquicamente debilitados e confusos

efetuam movimentos bruscos e rudes, apresentando


entidades agressivas e mal intencionadas
um estilo tiptológico carregado de hostilidade

espíritos coléricos produzem movimentos impacientes e nervosos

espíritos levianos e zombeteiros ou através da mesinha, traem seus impulsos duvidosos e


mistificadores falsos na burla contra os encarnados

acionam a mesa tiptológica desassisadamente de modo


espíritos néscios e estúpidos do Além
confuso

7.3. “QUALIDADE” DAS COMUNICAÇÕES E DOS ESPÍRITOS QUE SE COMUNICAM


ATRAVÉS DA TIPTOLOGIA

Muitos pensam, erroneamente, que a tiptologia é um trabalho mediúnico de baixa qualidade espiritual, em
que só operam espíritos inferiores, mas, na verdade o que determina a qualidade superior ou inferior de
qualquer trabalho mediúnico não é o seu gênero de expressão, mas, sobretudo as condições morais e a
natureza dos objetivos dos seus componentes.

Não há dúvida de que a sintonia com os espíritos desencarnados também dependerá das intenções boas
ou más dos encarnados.

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Assim como o vício do jogo não está nas cartas, mas naqueles que jogam com intenções
subvertidas, a qualidade do trabalho tiptológico não reside particularmente no fato de se
utilizar a mesinha, mas sim no conteúdo espiritual daqueles que a utilizam.

A mesa tiptológica é apenas um meio, um instrumento convencional para ajustar os interesses e facultar as
relações, como ponto de apoio, entre os vivos e os mortos. Em conseqüência, a tiptologia é um gênero de
trabalho mediúnico que também permite cuidar-se de assuntos elevados, desde que seja praticada por
criaturas mais interessadas na sua ascensão espiritual do que mesmo na solução de seus problemas da
vida material transitória.

O que atrai os espíritos inferiores nos trabalhos mediúnicos são os objetivos ou as intenções
condenáveis, e não o tipo de comunicação mediúnica adotada.

Os seus componentes sempre se candidatarão às mais desanimadoras decepções, desde que pretendam
servir-se da mesinha dançante como oráculo infalível, que deve resolver-lhes todas as perguntas fúteis e os
assuntos tolos. Fora da experimentação séria, com a finalidade construtiva de sadia espiritualidade, o
trabalho de tiptologia dominado pelos interesses materiais trunca-se e desilude os seus participantes, em
face das respostas vulgares dos espíritos irresponsáveis, e o maquiavelismo das sugestões capciosas.

As entidades benfeitoras são unânimes em recomendar que todo intercâmbio e transações do "vivos" com
os "mortos" devem ser exercidas somente em função do progresso espiritual, à distância de quaisquer
objetivos que visem unicamente a solução dos interesses ardilosos do mundo físico.

Qualquer trabalho mediúnico, sem finalidade superior de libertação espiritual, e que se


cristaliza no intercâmbio mercenário com as entidades do astral inferior, termina sempre por
agravar a escravidão da criatura às formas terrenas.

Em qualquer trabalho de intercâmbio com o Além, o que eleva ou rebaixa tanto o nível espiritual como o
intelectivo, são os propósitos adotados pelos seus componentes.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
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Os espíritos superiores, sem dúvida, são mais desenvolvidos mental e espiritualmente, por cujo motivo eles
se transformam em sublimes catalisadores angélicos junto daqueles que lhes merecem a presença ou
conseguem atraí-los devido ao cultivo de seus objetivos espirituais.

A base fundamental do progresso e do êxito de qualquer trabalho mediúnico ainda é a natureza elevada
dos seus objetivos, pois só desse modo se afastam as entidades galhofeiras e levianas, que costumam
interferir em qualquer empreitada medianímica de propósitos triviais ou interesses materiais. Esses espíritos
irresponsáveis tudo fazem para quebrar a fé e semear a desconfiança, a intriga ou decepções mais
amargas entre aqueles que totalmente se colocam sob sua direção subversiva. E com mais facilidade eles
podem interferir na tiptologia, porque se trata de um intercâmbio operado principalmente pelo magnetismo
animal que é, portanto, mais fácil de sofrer a influência das mentes desenvolvidas, embora sejam almas
imperfeitas na graduação espiritual.

Os guias dos participantes, embora os protejam constantemente na vida física, só depois que se firmarem
os objetivos espirituais e as intenções elevadas dos componentes do trabalho tiptológico, é que então
conseguirão intervir a contento e despender o seu precioso tempo em favor de seu progresso espiritual. Os
galhofeiros e malfeitores então se afastam, ante a inutilidade de seus esforços despendidos para subverter
ou mistificar os encarnados.

As criaturas desavisadas da realidade espiritual ou da responsabilidade mediúnica, assim que obtêm algum
êxito no intercâmbio espiritual pela tiptologia, não tardam em se servir deste gênero de trabalho para
resolver todos os seus interesses de ordem material, sacrificando o esclarecimento espiritual em favor das
soluções prosaicas do mundo terreno transitório. Manhosamente truncam o sentido elevado e o ensino
moral que os espíritos benfeitores ministram do Além, e encaminham o intercâmbio tiptológico em favor de
seus interesses vulgares do mundo físico. Impacientes ante as instruções e esclarecimentos sobre a vida do
espírito imortal, desviam o assunto espiritual para as indagações fúteis ou interesseiras, como por exemplo:

• o chefe de família que, habilmente, tenta extrair dos desencarnados a solução proveitosa para seus

negócios mais comuns;

• o jovem negligente e comodista que indaga da possibilidade de ser transferido o gerente que lhe dificulta

a ascensão no emprego onde trabalha;

• a dona de casa que consome precioso tempo do espírito comunicante pedindo-lhe que lhe explique a

razão da urticária do cotovelo, manifestada depois de uma feijoada completa;

• a moça casadoira, mas volúvel, que indaga qual de seus namorados seria o melhor partido para o

desejado casamento;

• o caçula displicente, mas vivo, apoiado ainda pelo estímulo materno, que requer do desencarnado uma
solução fácil para resolver seus problemas escolares, pois que se aborrece em estudá-los;

• a senhora céptica, curiosa e zombeteira que, em visita acidental, gentilmente participa da tiptologia e

resolve comprovar a realidade do Além, desafiando o espírito comunicante a lhe revelar a cor do novo
vestido que ela adquiriu para uma festa de gala.

Indubitavelmente, os espíritos sensatos e criteriosos se afastam de imediato dos grupos de trabalhos


mediúnicos cujas indagações não ultrapassam o círculo vicioso de seus interesses materiais. Na seqüência,
os seus lugares não tardam a ser preenchidos pelas entidades irresponsáveis, zombeteiras e levianas, que
espreitam as oportunidades favoráveis para travar relações com os encarnados na base do negócio
doméstico, o que então lhes permite imiscuírem-se cinicamente na vida alheia.

Aliás, como algumas dessas entidades não possuem cultura espiritual suficiente para orientar com proveito
os seus simpatizantes encarnados, o intercâmbio mediúnico e o trabalho de tiptologia decaem muitíssimo
no seu tom intelectivo, situando-se unicamente na esfera das soluções banais e dos conceitos comuns, à
guisa de entretenimento para os ociosos do Além.

7.4. COMUNICAÇÕES PERVERSIVAS PELA TIPTOLOGIA.

Os espíritos perversos, levianos e escarnecedores enleiam os encarnados com respostas incompletas e


ditam frases tolas à conta de assuntos elevados e importantes; além disso:

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• obrigam algumas vezes, os componentes do trabalho tiptológico a longas esperas e imobilizam a mesa
girante, enquanto se riem a fartar da perplexidade e da indecisão incomodativa que causa;

• fazem escrever as mesmas palavras inúmeras vezes;

• produzem ditados paradoxais;

• compõem farsas históricas, revelações exóticas e predizem acontecimentos contraditórios;

• sentem prazer habitual em atiçar a curiosidade dos assistentes, para depois deixá-los no meio do

caminho;

Os mais pervertidos se aproveitam da insipiência, da leviandade ou do interesse vulgar dos presentes e


através da mesa girante;

• compõem palavras e frases obscenas;

• transmitem falsos avisos de morte e semeiam aflição entre os que o recepcionam;

• preveem enfermidades atrozes;

• receitam para os doentes remédios extravagantes e beberagens nocivas, à conta de sábias prescrições

médicas;

• induzem os seus admiradores às adorações idólatras e os incentivam na crença de idiotices religiosas;

• recomendam o uso de talismãs ridículos, de insígnias tolas ou de orações misteriosas;

• fazem profecias levianas, despreocupadas de qualquer conseqüência futura, asseguram promoções na

carreira de funcionários, predizem extraordinários sucessos políticos ou excelentes transações no


comércio.

Nenhum escrúpulo os detém, pois, quando aparece o ensejo oportuno, indicam tesouros enterrados e
traçam roteiros confusos, para mortificarem aqueles que, totalmente, se lançam à aventura infrutífera.

Há sempre que vigiar a intromissão de espíritos irresponsáveis, galhofeiros ou imprudentes


que, completamente equivocados naquilo que ensinam, se dispõem a orientar os seus
consulentes levianos.

Afora casos acidentais, em que existe o merecimento cármico do participante de trabalhos tiptológicos para
ser diretamente atendido nas suas solicitações triviais de interesse material, não há dúvida de que a
continuidade do intercâmbio mediúnico, para fins de proveito material há de atrair para o ambiente os
espíritos ociosos, petulantes e interesseiros que ainda se apegam fanaticamente às tradições personalistas
e às formas do mundo físico.

8. BILOCAÇÃO

Identicamente ao médium de desdobramento, o de bilocação pode exteriorizar o seu duplo etérico a


consideráveis distâncias, e, em certos casos oportunos, podem ser vistos e ouvidos como se estivessem no
seu próprio corpo físico.

Antônio de Pádua, estimado frade português, é um exemplo típico dessa faculdade, pois, conforme conta a
tradição religiosa, ao mesmo tempo em que ele fazia sua prédica na Itália, também fez o seu aparecimento
no templo de Lisboa, comprovando a capacidade de projetar o seu duplo etérico a tão longa distância.

Felipe, o apóstolo, conforme relata a Bíblia em Atos dos Apóstolos, transladou-se para Azot; Dom Bosco
sentia-se deslocado para regiões distantes e depois relatava suas visões anímico-mediúnicas; Afonso de
Liguori mostrava-se simultaneamente em dois lugares diferentes.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
17. Fenômenos de efeitos físicos 29

Fontes bibliográficas:

1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 2

Como o corpo físico e o sistema nervoso são o prolongamento vivo, enfim, o revelador de suas idéias e
concepções para o mundo material, o êxito técnico da vidência indireta mental (vidência intuitiva), ou da
astralina direta (vidência pela dupla vista), depende principalmente da maior ou menor sensibilidade
psíquica da criatura; no entanto, a sua segurança, exatidão e proveito naquilo que “vê”, apesar disso,
subordinam-se muitíssimo à graduação moral e espiritual do ser.

Em qualquer manifestação mediúnica, é mais importante verificar-se a índole e a moral do


médium, pois, se ele é criatura viciada ou inescrupulosa, também vive ligado aos espíritos
descarnados da mesma estirpe inferior, por cujo motivo as suas revelações não possuem o
mérito das revelações proveitosas.

Os espíritos das sombras vivem à espreita daqueles que podem oferecer-lhes a oportunidade da “ponte
viva” mediúnica, ligando-os novamente com o mundo físico para desfrutarem as sensações torpes de que
foram tolhidos pela perda do corpo carnal.

Muitos videntes famosos do passado, dotados da dupla vista focalizável diretamente no mundo astral, não
foram espíritos benfeitores e o seu invulgar desenvolvimento mental não se harmonizava com os seus
sentimentos inferiores, a serviço do Mal. Um dos exemplos mais convincentes de um médium de vidência
astral incomum, mas subvertido quanto aos seus objetivos pessoais, é o caso de Rasputin que, além de
possuir outros poderes ocultos extraordinários, visualizava diretamente o mundo astral e se entendia com
os gênios das sombras; no entanto, ele aplicava para fins criminosos e inconfessáveis toda a fenomenologia
mediúnica de que dispunha, sob o concurso da inspiração do Mal.

Assim, é bem mais seguro o médium de vidência intuitiva que, por sua moral superior e propósitos
benfeitores que assumiu, permanece incessantemente ligado às entidades sublimes, pois, embora o faça
indiretamente, ele vê somente aquilo que é sensato e proveitoso. É de pouca valia o médium de visão
astralina avançada que, por viver na companhia dos espíritos diabólicos, faz relatos funestos, prediz
perturbações e deforma a realidade espiritual, transformando sua faculdade em banca de negócio ou motivo
de sensações inferiores.

Os espíritos delinqüentes e malfeitores procuram ligar-se aos videntes excepcionais, mas de moral
duvidosa, a fim de interferirem em suas faculdade e levá-los ao ridículo, às sandices ou atiçar a intriga e a
desconfiança entre os seus companheiros. O seu intuito é o de afastá-los o mais cedo possível dos
ambientes moralizados, e assim neutralizar-lhes a vidência esclarecedora, de ajuda, na seara espírita. É por
isso que certos videntes, que vivem sob a ação desses espíritos mistificadores, revelam quadros tolos,
fatigantes e exóticos, que lançam a dúvida, despertam o riso ou semeiam a confusão entre os circunstantes.
Assim, o médium vidente, intuitivo ou de dupla vista direta, antes de se preocupar com o êxito técnico e o
poder descritivo de sua faculdade, deve primeiramente evangelizar-se, a fim de assegurar o teor verídico
e o sentido benfeitor daquilo que “vê” ou “sente” no limiar do mundo invisível dos espíritos desencarnados.

1.1 VIDÊNCIA INTUITIVA E IDEOPLASTIA

As diferenças comumente existentes entre a verdadeira configuração perispiritual dos desencarnados e as


suas descrições mediúnicas resultam, mais propriamente, dos efeitos imprecisos e muito comuns dos
fenômenos de ideoplastia.

As idéias e os pensamentos produzem ondas e radiações que, por sua vez, devem formar imagens daquilo
em que se pensa; no entanto, como as dos desencarnados são configuradas no plano da quarta dimensão
(o plano astral), nem sempre se ajustam com exatidão às formas tridimensionais da visão carnal. Assim, é
muito difícil para os encarnados fazer uma imagem perfeita e exata das idéias ou das imagens que os
desencarnados projetam do Além sobre a mente dos médiuns intuitivos, videntes ou até dos médiuns
desenhistas de psicopictografia (aqueles que pintam retratos recebidos mediunicamente).

Em comparação com a frequência retardada dos acontecimentos do mundo material, ainda é muito grande
o aceleramento ou a fuga vibratória dos fenômenos que se sucedem no mundo astral, do que resulta
considerável desajuste no mesmo instante da ocorrência.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 3

No caso da vidência intuitiva, as imagens descritas pelo médium, que não reproduzem fielmente a
configuração perispiritual ou a fisionomia do desencarnado, atestando a contradição por vezes existente
entre o original-espírito e a cópia “vista” mediunicamente, ressentem-se geralmente de três dificuldades
características:


às vezes, o médium vidente intuitivo, quando descreve o espírito desencarnado, apenas sente-lhe
a vibração à distância e a confunde com a imagem que ele “vê” mentalmente no momento em que
atua;


noutros casos, as pessoas presentes ao trabalho mediúnico pensam fortemente em determinado
espírito de sua simpatia, e o médium então descreve a imagem conforme a figura que ele sente
projetada em sua cortina astral, ignorando que se trata unicamente de imagem que foi pensada
por um encarnado naquele instante; sem dúvida, a imagem então será tão perfeita ou imperfeita
conforme a capacidade e a fidelidade de quem a pensar;


finalmente, a maioria dos casos de imperfeição da vidência intuitiva provém mesmo da inabilidade
e deficiência técnica do médium, que, por vezes, ainda se junta a uma faculdade incipiente e
incapaz de pressentir com proficiência o espírito descarnado.

2. PSICOGRAFIA

É a forma de mediunidade de efeitos intelectuais em que o médium escreve sob influência, mais direta ou
mais intuitiva, de espíritos descarnados. A mediunidade psicográfica, segundo seu modo de execução,
apresenta três variedades bem distintas: a psicografia mecânica (ou escrita automática), a semi-mecânica
(ou escrita semi-automática) e a intuitiva.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 4

2.1 PSICOGRAFIA MECÂNICA

O espírito comunicante só pode transmitir com fidelidade as suas próprias expressões, empregando o estilo
que lhe é próprio, se tiver à sua disposição um médium mecânico ou sonambúlico. Em geral, o espírito
comunicante senta-se junto ao médium, enlaça-o com o braço esquerdo, e irradia-lhe a luz mental oriunda
de sua epífise perispiritual, visando o plexo braquial do médium, pois quanto mais ele puder agir
livremente por esse centro nervoso, mais lúcida e nítida também será a sua mensagem espiritual
psicografada.

Na psicografia mecânica, os espíritos comunicantes acionam o braço do médium, à altura do


seu plexo braquial, e trabalham movendo-o como se ele fosse uma espécie de “caneta viva”,
podendo então, escrever sem utilizar como veículo o cérebro do médium.

Na psicografia mecânica, portanto, o espírito desencarnado atua diretamente nos centros de forças
etéricas (chacras), à altura do plexo braquial do médium mecânico; forma nessa região uma espécie de
“cérebro provisório” e passa a comandar esse grupo de gânglios, que se tornam um centro coordenador do
braço do médium. Com esse improvisado centro de comando ganglionar, através do qual passa a dirigir os
nervos motores do braço do médium, o espírito comunicante pode então transmitir suas palavras tão
exatamente como se estivesse em corpo físico, fluindo os seus pensamentos diretamente para o papel,
como se fossem transmitidos com o emprego de uma caneta viva e dócil ao seu manejo.

A psicografia mecânica, antigamente conhecida como “escrita automática”, é, portanto, caracterizada pela
inconsciência absoluta, por parte do médium, do que sua mão escreve. Como o espírito do sensitivo
também fica afastado do corpo físico, juntamente com o seu perispírito, ele então fica impedido de tomar
conhecimento simultâneo da comunicação, em vista desta não passar pelo seu cérebro espiritual. Desse
modo, o desencarnado pode escrever com toda naturalidade, usando o seu arquivo pessoal de vocábulos
familiares neste caso, apondo à escrita a sua própria assinatura, como a traçava no mundo material.

O espírito desencarnado comunicante atua diretamente sobre os plexos nervosos que controlam os
movimentos da mão e braço do médium; assim, os movimentos destes independem da vontade do
escrevente. Um médium completamente sonambúlico pode até mesmo receber mensagens psicografadas
ainda que seja inteiramente analfabeto, o que é muito raro de acontecer.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 5

2.2 PSICOGRAFIA SEMIMECÂNICA

Durante a psicografia semimecânica, também conhecida por escrita semi-automática, psicografia semi-
intuitiva, ou ainda semi-mecânica intuitiva, o médium vai tendo consciência do que escreve à medida
que as palavras vão sendo por ele grafadas. Quando se trata de sensitivo “semi-mecânico”, portanto, é
bem reduzida a porcentagem daquilo que os espíritos comunicantes podem transmitir no seu modo peculiar
de se expressar, predominando então nas mensagens o estilo do próprio medianeiro.

O médium semi-mecânico, entretanto, além de conseguir transferir para o papel a intensa qualidade do
cabedal espiritual do desencarnado comunicante, ainda interpreta com clareza o seu pensamento e, a
seu modo, escreve o que o espírito desejaria que ele escrevesse, velozmente, sem vacilações, embora
muitíssimo preocupado com a fixação das idéias que lhe são transcritas e que lhe fluem em abundância.

Em virtude dos desencarnados poderem acelerar as suas vibrações, pois estão fora de um corpo físico,
suas idéias ultrapassam rapidamente a possibilidade de serem totalmente abrangidas pelo médium e
fixadas no papel em tempo satisfatório. Então, para poder captar-lhes as idéias imediatamente, e que são
produzidas em escala vivíssima para os seus sentidos físicos, a despeito da baixíssima vibração que os
desencarnados conseguem graduar no astral, o médium passa a escrever de modo aflitivo e absorto
completamente naquilo que faz, utilizando-se de todos os recursos de sua técnica e capacidade redacional,
de modo a não desperdiçar o fluxo inspirativo que lhe é transmitido.

Nesse ponto, os médiuns de psicografia semiconsciente intuitiva que dominarem a taquigrafia ou a


estenografia obterão mais sucesso, pois empregarão um processo mais rápido para apanhar os
pensamentos dos desencarnados, logrando mais êxito e maior apreensão do assunto.

Na psicografia intuitiva semi-mecânica, o espírito desencarnado sintoniza-se de tal modo com


o médium, numa perfeita seqüência telepática, que os seus escritos resultam como produtos
de uma só vontade disciplinada, através de idéias e vocábulos afins.

O médium semi-mecânico executa apenas parte do trabalho mediúnico por sua conta, por ocasião de
configurar as idéias do espírito comunicante através da vestimenta dos vocábulos e expressões que lhe são
conhecidos na vida terrena. No entanto, assim que ele fica absorto nessa operação e entretido no trabalho,
mesmo consciente, o espírito pode situar outra grande parte da comunicação diretamente no seu campo
dinâmico mental, e com isso fazê-lo trabalhar sob certo automatismo, dirigido pelo desencarnado.

Posteriormente, o médium descobre essa ação dupla, dele e do espírito, ao verificar que certas frases,
orações e soluções filosóficas ou descritivas, que registrou nos seus escritos, não as registraria se isso
dependesse de sua exclusiva competência em condições normais.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 6

Um bom médium semimecânico é aquele bastante dócil e capacitado para o trabalho conjunto com os
desencarnados, e que demonstre acentuada plasticidade psíquica para apreender o assunto de que se
deseja tratar, compreendendo-os com rapidez e facilidade, e sabendo colocar-se muito bem na faixa
vibratória deles, à medida que vão conseguindo fazê-la baixar até as fronteiras da vida física.

Essa virtude da plasticidade psíquica do médium pode ser entendida como uma maleabilidade psíquica na
sintonia com o espírito comunicante, deixando fluir-lhe livremente o curso de seus pensamentos, sem
indagações prematuras, que perturbariam bastante o desencarnado na coerência doutrinária e no ajuste
lógico das respostas.

Muitos médiuns intuitivos ou semi-mecânicos têm o péssimo hábito de opor as suas desconfianças sobre o
trabalho no instante exato da recepção mediúnica do Além, o que sempre ofusca a limpidez das
comunicações com os desencarnados. O ideal é que o médium transfira as suas dúvidas ou análises dos
trabalhos para depois da recepção psicográfica, sem se deixar tomar de desconfiança frente à inspiração
direta do espírito comunicante.

Quanto à necessária sintonia entre o médium e o espírito, a entidade que pretende servir-se
satisfatoriamente de um instrumento mediúnico capaz de receber mensagens de utilidade comum,
necessita de muito tempo de trabalho junto àquele que escolheu como seu medianeiro espiritual. As tarefas
delineadas só se realizam com facilidade e sensatez depois que desaparecem quaisquer dúvidas entre o
comunicante e o médium, após ambos se ajustarem como duas vontades estreitamente combinadas
para um mesmo serviço em comum, principalmente no caso da mediunidade intuitiva, onde dificilmente se
consegue distinguir um espírito comunicante de outro, conforme explicado a seguir.

2.3 PSICOGRAFIA INTUITIVA

De forma diversa da psicografia mecânica, em que o espírito comunicante atua sobre a mão do médium,
intervindo no correspondente plexo nervoso através do chacra umeral, na psicografia intuitiva o
desencarnado atua sobre a alma do médium, que lhe recepciona o pensamento e a seguir o transcreve
para o papel, pelos seus próprios meios, recursos vocabulares e estilo redacional. Nesta situação, o
médium de psicografia intuitiva escreve voluntariamente e tem plena consciência daquilo que
escreve, originado da mente do espírito comunicante, sabedor de que não grafa seus próprios
pensamentos.

É possível ao médium intuitivo reconhecer o pensamento sugerido por outra mente estranha à sua própria,
pois, neste caso, nunca é por ele preconcebido, e nasce ou brota em sua mente à medida que a escrita
vai sendo traçada; por vezes o pensamento recepcionado é até mesmo contrário à idéia que o médium
tem antecipadamente sobre o assunto considerado. Outras vezes, o pensamento que lhe é intuído para ser
grafado no papel pode mesmo estar fora dos limites de seus conhecimentos e capacidades, demonstrando
que tem origem alheia. Assim, o médium intuitivo age como o faria um intérprete que, de fato, para transmitir
o pensamento alheio, precisa antes compreendê-lo, e dele apropriar-se para, de certo modo, traduzi-lo
fielmente com suas próprias palavras e recursos.

O médium intuitivo sabe e sente que o pensamento que está sendo transmitido dessa forma
para o papel, não é seu; apenas lhe atravessa a mente. Isso, porque na comunicação
mediúnica através de médium intuitivo, o desencarnado só pode atuar-lhe no perispírito, sem
intervir diretamente no seu cérebro material.

Isso só poderia ser feito se ele fosse um médium completamente sonambúlico porque, então, sua faculdade
permitiria ao desencarnado comunicante agir diretamente sobre o seu sistema cérebro-espinhal, em
combinação com o conjunto de gânglios nervosos. O sensitivo de intuição consciente, portanto, não pode
exprimir-se ou escrever com a mesma grafia que os “mortos” adotavam quando viviam na matéria; no
entanto, a sua mediunidade permite-lhe captar toda a substância das idéias que lha são projetadas na tela
de sua mente. A fim de tornar coerentes os relatos dos desencarnados no Além, o médium de psicografia
intuitiva mobiliza, geralmente, todos os seus esforços de memorização espiritual, na tentativa de evocar as
lembranças dos seus estágios já vividos no mundo astral, durante os períodos em que se manteve
desencarnado nos intervalos de suas encarnações anteriores.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 7

Muitas vezes o êxito das comunicações mediúnicas pela via intuitiva depende de prévio preparo do
médium durante o sono, quando, à distância do seu corpo físico, pode ser submetido a certo tratamento
técnico pelos magnetizadores no Astral, que assim acentuam-lhe a sua receptividade mediúnica e a
dinâmica psicográfica. Em noites tranqüilas, o médium desdobrado é levado para junto das principais cenas,
e é doutrinado sobre os assuntos que, no dia seguinte, ele deverá psicografar por intermédio dos
desencarnados; essas providências muito ajudam a avivar-lhe o conteúdo das comunicações posteriores, e
que ele recebe durante a sua saída em corpo astral. Aliás, essas dificuldades estão previstas por todos os
espíritos conscientes de suas tarefas junto aos encarnados no serviço de esclarecimento fraterno, e que
precisam servir-se de médiuns intuitivos ou semi-mecânicos, cuja vontade eles não pretendem violentar.

Embora existam múltiplas faculdades mediúnicas, que se agrupam sob a denominação de intuitivas,
mecânicas, sonambúlicas, incorporativas, videntes, de fenômenos físicos ou terapêuticos, em que umas são
mais nítidas e favoráveis, outras mais intelectivas e objetivas, o certo é que mesmo assim os
desencarnados não “falam” nem “escrevem” por intermédio de simples autômatos de carne!

Os médiuns são organizações vivas e senhores de sua memória, estruturada nos milênios
findos, cujas concepções particulares variam tanto sobre o plano físico quanto a respeito do
mundo invisível.

Em suas almas sempre se impõe um certo atavismo intelectual, habilito filosófico ou cristalização
psicológica do passado que, embora os distinga particularmente entre os demais seres, é bagagem que os
obriga a encarar os assuntos “novos” sob os “velhos” modelos que lhes têm sido tão familiares. Esse
condicionamento pregresso dos médiuns transforma-se então em forte barreira, difícil de ser removida
pelos espíritos comunicantes. Só os espíritos persistentes e estóicos, após cuidadoso trabalho de
adaptação, por longo tempo junto aos seus medianeiros, é que realmente logram o sucesso desejado.

No caso da psicografia intuitiva, o médium materializa os pensamentos do espírito


comunicante por meios dos sinais gráficos da escrita à medida que é inspirado, e procura
relacioná-los com as imagens e conhecimentos já armazenados em seu subconsciente
durante as vezes em que se manteve fora do corpo físico.

Aquilo que lhe é ditado mentalmente, ele escreve como se viesse buscar o assunto no limiar dos dois
mundos, para depois lhes dar o retoque e o ajuste necessários à compreensão na linguagem humana. Eis o
motivo por que a maioria dos médiuns não consegue fazer uma descrição exata do plano espiritual, de
conformidade com o que lhes é ditado pelos espíritos desencarnados.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 8

Como os espíritos no astral não contam com cérebro físico, só podem atuar no perispírito do médium,
porém sem intervir diretamente no seu cérebro material. Em conseqüência, o médium se vê obrigado a
recepcionar apenas parte da realidade espiritual do Além, pois, por viver num mundo da terceira dimensão,
lhe é muito difícil compreender com absoluta clareza os fenômenos e as manifestações que se processam
do “lado de lá”, cujo plano é regido por dimensões sem apoio entendível na física humana; acresce, ainda,
que os estados vibratórios vividos pelos desencarnados superam qualquer concepção dinâmica de
velocidade concebida pelos terrícolas. Cabe ao médium, portanto, compensar depois a outra parte com as
sugestões e as imagens terrenas que lhe são conhecidas, ajustando-as de modo comparativo ao que
pressupõe ser a fenomenologia astral.

O médium de psicografia intuitiva “sente” em sua própria intimidade perispiritual os assuntos


que lhe estão sendo comunicados; depois os reúne, à força de sua inspiração intelectual, e
coordena a exposição escrita, para o mundo exterior.

Certas vezes, o médium intuitivo não consegue ajustar em tempo os vocábulos exatos para exprimir
corretamente o pensamento do espírito comunicante e identificar com precisão algumas das idéias que lhe
são projetadas no cérebro perispiritual; então, ele se socorre celeremente do vocabulário que tiver mais
visível à tona de sua mente, embora essa interpretação provisória ainda não esclareça fielmente o que
escreve. Se, no momento da recepção da comunicação, ele demorar em rebuscar palavras ou termos que
definam com absoluta exatidão aquilo que recepciona dos desencarnados, poderá interromper o fluxo da
inspiração sobre si e perder o tema essencial da mensagem em foco. Mais tarde, revendo o trabalho
psicografado, novamente sob a inspiração do Alto, o médium é então intuído para substituir palavras ou
mesmo frases que possa ter grafado sem guardar a fidelidade da idéia que lhe foi transmitida do Espaço.
Quanto mais ele revir e corrigir o fruto da colaboração mútua com o autor espiritual, também há de se
aproximar mais fielmente do conteúdo exato daquilo que se desejou transmitir por seu intermédio.

O médium intuitivo, portanto, sabe o que está escrevendo e percebe o assunto daquilo que lhe é ditado
pelos desencarnados, pois ele é consciente do que está fazendo; apenas para não se equivocar, fica
geralmente com imensa preocupação em escrever tudo aquilo que lhe é comunicado. Desse modo, fica
algo abstraído, tornando-se, por vezes, um verdadeiro e eficiente prolongamento vivo do espírito
comunicante.

O sensitivo de psicografia intuitiva sabe perfeitamente o que está escrevendo, e tudo aquilo
que já escreveu fica-lhe retido mais ou menos no seu subconsciente, mas não tem noção
exata do que está por vir, porque isso ainda está a palpitar na mente do espírito comunicante.

Devido a isso, ele geralmente escreve sob a ação de duas fortes preocupações: não deseja perder a lógica
do pensamento que lhe está sendo exposto, ao mesmo tempo em que receia lhe faltar a coerência no
ditado. Por isso, tão logo pode ler tudo o que foi recepcionado pela escrita, desconfia geralmente de que se
trata de uma composição de sua exclusiva autoria; porém logo se toma de surpresa ao verificar que não
cogitava de tal assunto ou tese, não pretendia tal resposta, nem poderia empregar certas palavras tão bem
ajustadas em algumas passagens ou fraseados, que não saberia compor com tanta fluência quando em
completo estado de vigília.

Nesse caso, embora o conteúdo da escrita pareça ser produto do pensamento do próprio médium de
psicografia intuitiva e, muitas vezes, estar associado ao de obras das quais já tomou conhecimento
anteriormente, vê-se obrigado a reconhecer que há uma qualidade e uma doutrinação inerente ao seu
trabalho, subjetivas, disciplinadas e que ignorava, formando o elo de todos os escritos inspirados pelo
espírito.

O médium exclusivamente intuitivo geralmente escreve com lentidão, demorando-se em compor as frases e
vacilando na exposição das idéias, embora possa seguir um raciocínio disciplinado pela sua própria mente.
Quando o espírito desencarnado comunicante se aproxima do sensitivo, este não sente a sua presença de
um modo material, nem a registra pelos seus sentidos físicos do tato, do olfato ou da visão; na verdade,
realiza-se um contato espiritual interior, nada mecânico, e diferente de choques vibratórios exteriores.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 9

No momento em que está transmitindo ao médium os seus pensamentos, dirigindo-se ao seu espírito, a
escrita psicográfica é comandada pelo próprio espírito deste , através de uma aguçada percepção
psíquica, após perceber-lhe os pensamentos.

Não é o desencarnado que movimenta as mãos e braços do médium na ação da escrita ou da datilografia;
quem realmente escreve é o próprio médium, que lhe recebe o pensamento através do seu próprio
perispírito e, em seguida, transfere para o seu cérebro físico, vestindo então as idéias que lhe foram
transmitidas com os vocábulos que lhe forem mais familiares.

O médium de psicografia intuitiva compõe com os seus próprios recursos vocabulares o


texto que lhe foi passado mentalmente, expressão do conjunto de pensamentos do espírito
comunicante.

Portanto, o médium intuitivo, ao receber os pensamentos do Além, precisa transmiti-los aos encarnados
com seu próprio vocabulário familiar, pois os recebe através de seu espírito, e é este que deve dar-lhes
redação, cuja clareza, lógica e sensatez dependerão da sua capacidade receptiva e a da sua facilidade de
escrever.

Quanto maior for o cabedal de conhecimentos do médium intuitivo, e o seu desembaraço no


falar ou no escrever, tanto maior será a fidelidade das comunicações que vier a receber dos
espíritos.

À medida que o sensitivo amplia o seu arquivo de conhecimentos e também o seu vocabulário, os
desencarnados podem transmitir por seu intermédio as mensagens de modo mais claro e minucioso,
tratando de coisas mais importantes e fazendo-se melhor compreendidos. Assim, pela via intuitiva, os
espíritos não lograrão êxito na transmissão de suas mensagens utilizando-se de um médium inculto. O êxito
das comunicações intuitivas relevantes depende, pois, de procederem de um espírito com conhecimentos
seguros e que possa se ajustar a um médium de intelecto desenvolvido e de sentimentos elevados.

O médium intuitivo, embora escreva ou fale sob a ação dos espíritos desencarnados,
dificilmente identifica-lhes a natureza espiritual, porque é atuado de modo essencialmente
inspirativo.

Embora seja dificílimo distinguir os espíritos comunicantes através do seu estilo propriamente dito, o
médium intuitivo estudioso e sensato pode distinguir algo do seu caráter, temperamento ou
condicionamento psicológico; há sempre um tom espiritual que particulariza a individualidade dos
desencarnados. Para que o médium possa passar a distinguir, embora de leve, a identidade de cada
espírito que por ele se comunica pela via intuitiva, deve buscar manter-se em estreita ligação psíquica
com o comunicante e absorver-lhe, pouco a pouco, o estilo e a índole psicológica.

O médium intuitivo requer treinamento por longo tempo, sob assídua assistência do espírito comunicante,
até que possa assenhorar-se de alguns traços de sua personalidade humana, sua contextura psicológica, o
seu modo de pensar e de chegar a conclusões, de modo que o desencarnado possa transpor a sua própria
personalidade ao sensitivo, e estereotipar nele, com nitidez, o seu tipo espiritual exato. Esse é um dos
motivos pelos quais a maioria dos médiuns intuitivos não oferece distinções de identidade nos seus ensinos
mediúnicos, que se tornam, então, muito semelhantes entre si, embora se multiplique a variedade de
assinaturas dos comunicantes.

Na verdade não há muito proveito no médium intuitivo que escreve, de modo ininterrupto, sobre um mesmo
assunto e num estilo único, incontável número de mensagens, com centenas de assinaturas diferentes,
atribuídas a vários espíritos desencarnados, que certamente variam grandemente em psiquismo e
inteligência quando, deixados de lado esses nomes tão diferentes, o conteúdo e o estilo são idênticos entre
si e só refletem a personalidade do próprio médium.

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No entanto, se justifica individualizar qualquer comunicante, por meio de algum indício de sua maneira
peculiar de pensar e sentir, quando nessa ocasião se realizar profícua aproximação de nobre entidade
espiritual, que se sentiu atraída pela afinidade moral, sentimento e inteligência do médium. Mas acontece
que pode se tratar apenas de um mesmo espírito comunicante, por cujo motivo convém que o sensitivo
mantenha uma só identidade em suas recepções, até que possa distinguir perfeitamente a individualidade
do comunicante.

A mediunidade intuitiva não permite ao sensitivo copiar perfeitamente os estilos pessoais dos
comunicantes, mas ele tem a facilidade de vestir-lhes as idéias com os trajes do seu próprio
conhecimento vocabular e recursos intelectuais.

Com o tempo, o médium intuitivo termina “sentindo” a natureza familiar da cada comunicante e,
automaticamente, passa a lhe fixar o estilo, o temperamento e diversas nuances psicológicas.

Um médium intuitivo que se ponha a receber dezenas de comunicações de espíritos, sem o devido treino
para notar as suas diferenças de cunho moral ou intelectual, poderá gerar grande confusão, não
conseguindo distinguir jamais uns dos outros, devido à delicadeza e a característica de sua faculdade
mediúnica, onde reproduz o que sente ou aquilo que o inspira, mas o faz por meio de seus próprios
recursos.

Na faculdade mediúnica intuitiva, o sensitivo tem plena consciência das idéias que o desencarnado lhe
transmite, e em virtude de uma perfeita e recíproca sintonia ou afinidade entre ambos, ele redige as
mensagens com presteza e fidelidade, podendo mesmo interromper a comunicação durante alguns
momentos e atender a outros serviços ou obrigações mundanas, e depois retornar a psicografia, sem que
isto afete os resultados da sua tarefa mediúnica. Porém o vocabulário de que se vale é quase sempre de
seu conhecimento, pois sendo médium intuitivo, mas consciente, ele não pode empregar termos que
desconhece.

Por vezes o médium intuitivo incorre em deficiências e se julga autor das idéias e dos pensamentos que
registra no papel, descrendo, assim, de terem sido inspirados por espíritos desencarnados; noutros casos,
ele se crê um plagiário, por associar assuntos de obras alheias que já leu; e quando tal acontece, muitas
vezes ele se sente amargurado ao recordar-se onde “ouviu” ou “leu” aquilo que lhe foi ditado
mediunicamente pela via intuitiva. Porém, geralmente o médium, ao examinar mais tarde o que escreveu
sob intuição do Alto, verifica haver tratado de assuntos que lhe eram desconhecidos e ter aduzido
conclusões até mesmo opostas à sua opinião pessoal!

Em certos casos, o médium intuitivo consciente, reconhecidamente incapaz de discernir e redigir


dissertações a respeito de certos problemas bastante complexos, acaba por transmitir com sucesso
mensagens de cunho elevado, que retratam um estilo, conhecimento e concepções muito além de sua
capacidade e cultura; tal resultado é fruto de disciplina, estudo, devotamento e trabalho incessantes por
parte do próprio médium.

Durante o contato perispiritual, a boa receptividade mental do médium intuitivo consciente, sintonizando-
se à freqüência vibratória do espírito comunicante, faz com que o seu trabalho psicográfico deslize com
firmeza, sem opor-lhe qualquer resistência. Sua absoluta confiança nas respostas que lhe são transmitidas
também contribui para a perfeição da comunicação. O bom psicógrafo intuitivo escreve de acordo com a
sua grafia comum e veste os pensamentos do descarnado comunicante com o vocabulário de seu
conhecimento, sem, entretanto, trair-lhe a idéia.

O médium intuitivo é algo semelhante a um vidro colorido, que dá a sua própria cor à luz que
transmite! Tal qual o pintor experiente e devotado, o médium intuitivo usa das “tintas” do
mundo material para produzir os quadros que lhe são projetados em sua mente perispiritual.

Muitos médiuns de bom quilate espiritual estiolam suas faculdades pelo temor de serem mistificados, ou
recuam diante do serviço, muito antes de alcançarem o domínio completo da sua capacidade mediúnica.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 11

Entretanto, o caminho seguro para o médium intuitivo desenvolver essa faculdade é a perseverança, o
estudo e o anseio de querer ser útil na evangelização da humanidade! Aguardar o “milagre” da
perfeição mediúnica, obtendo-a “a jato”, não é possível, pois a subida dos degraus da evolução exige
esforços próprios.

2.3.1 A INTERFERÊNCIA ANÍMICA NAS COMUNICAÇÕES POR PSICOGRAFIA INTUITIVA

Uma vez que o médium intuitivo deve vestir com os seus próprios vocábulos e recursos intelectuais o
pensamento do espírito comunicante, pode acontecer que ele componha certas respostas valendo-se da
lembrança de frases ou conceitos de outros autores, dando-os como sendo de autoria do espírito,
principalmente de for dotado de excelente memória e puder associar ao que o espírito comunica, aquilo que
já leu anteriormente.

A literatura espírita comprova a existência desse tipo de acontecimento, levada à conta de animismo, por
ser fruto de associação de idéias ou da chamada “memória fotográfica”, muito desenvolvida em alguns
sensitivos.

Muitas vezes, na ansiedade de registrar com exatidão e fidelidade aquilo que o espírito comunica, o médium
intuitivo se aflige entre a necessidade de auscultar o plano astralino e a de efetuar o registro das idéias no
papel, mantendo-se em transe no limiar dos dois planos; nesse momento, pode intervir o automatismo de
sua bagagem mental, fazendo-o compor trechos com matéria de outra lavra, a fim de melhor materializar o
pensamento do espírito comunicante.

Os desencarnados de certa estirpe sideral fazem o possível para evitar no sensitivo esse fenômeno, algo
desabonador para os medianeiros intuitivos. No entanto, sua existência no astral não os permite estar a par
de toda a literatura do orbe material, a ponto de poderem identificar de pronto frases, conceitos ou textos
assemelhados a outros já conhecidos, trabalho esse que poderia ser mais bem executado pelo próprio
médium, ao rever o que escreveu.

Quando se trata da transmissão intuitiva de comunicação ou obra de assuntos muito variados e


heterogêneos, por vezes complicadas, que lançam o medianeiro intuitivo num estado de preocupação
aflitiva, então esse fenômeno de emersão da memória fotográfica, muito sensível, se reproduz de forma
mais freqüente, podendo atrair para si a pecha de plagiador ou copista de outros trabalhos.

2.3.2 BLOQUEIOS IMPOSTOS PELO MÉDIUM NAS COMUNICAÇÕES POR PSICOGRAFIA INTUITIVA

Como o médium intuitivo não consegue identificar com absoluta certeza o fenômeno insólito de que
participa com os espíritos desencarnados, em quase estado de vigília, é razoável que algumas vezes
restrinja a influência comunicativa do Alto, supondo que se trata de sua própria intervenção anímica. Por
vezes, ele nutre desconfiança sobre o relato dos desencarnados, supondo-o fruto de sua própria
elucubração mental.

Já os espíritos comunicantes, ao ditarem suas mensagens, também precisam transpor cuidadosamente a


barreira firmada pela prevenção psicológica do médium, e os demais condicionamentos naturais de sua
existência humana. Assim que o assunto em foco transcende os seus conhecimentos, ele opõe ao espírito
comunicante uma maior resistência mediúnica, porque ainda desconhece o que lhe está sendo intuído.

3. PSICOFONIA OU INCORPORAÇÃO

É a variedade de mediunidade de efeitos intelectuais em que o médium fala sob influência, mais direta ou
mais intuitiva, dos espíritos desencarnados. O médium de psicofonia é aquele que proporciona o ensejo a
que os desencarnados entrem em comunicação com os denominados “vivos” através da palavra falada,
travando conversações; é forma bastante proveitosa de mediunidade, pois possibilita se estabelecer
diálogo direto com o espírito comunicante. Nessas condições, o médium sob atuação do desencarnado
comunicante pela psicofonia pode dizer coisas inteiramente fora do ambiente de suas idéias habituais, de
seus conhecimentos e, até mesmo, fora do alcance de sua inteligência.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 12

Não é raro verem-se médiuns iletrados e de inteligência vulgar expressarem-se, em tais momentos, com
verdadeira eloqüência, e tratar com incontestável superioridade questões sobre as quais seriam incapazes
de emitir sequer uma opinião, em estado ordinário.

Conforme a mecânica do processo mediúnico, os médiuns falantes, de psicofonia, ou ainda de


incorporação, apresentam uma das seguintes variedades: psicofonia ou incorporação inconsciente ou
sonambúlica, psicofonia ou incorporação semiconsciente e psicofonia ou incorporação intuitiva ou
consciente.

3.1 PSICOFONIA OU INCORPORAÇÃO SONAMBÚLICA OU INCONSCIENTE

Logo que o perispírito do médium sonambúlico se afasta do seu corpo físico, durante o transe mediúnico ou
cataléptico, permanecendo ligado ao corpo apenas pelos cordões fluídicos mais importantes, o espírito
desencarnado comunicante pode agir como se estivesse em seu corpo terreno, ou atua como num caso de
hipnose, servindo-se do cérebro do médium para compor os seus ditados.

Como o espírito do sensitivo também fica afastado do corpo físico juntamente com o seu
perispírito, ele então fica impedido de tomar conhecimento simultâneo da comunicação, em
vista de não passar pelo seu cérebro espiritual.

Desse modo, o desencarnado pode falar (psicofonia inconsciente sonambúlica) e/ou escrever (psicografia
mecânica) com toda naturalidade, usando o seu arquivo pessoal de vocábulos familiares como os
empregava quando no mundo material.

Na mediunidade sonambúlica, mecânica ou inconsciente, a própria entidade comumente se distingue de


outras, técnica e psicologicamente, nos seus relatos, devido ao fato de operar por um medianeiro em
completo estado de passividade que, portanto, não lhe opõe obstáculos quanto à sua real identificação.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 13

Na mediunidade sonambúlica, o espírito desencarnado que deseja se comunicar tem a


possibilidade de agir diretamente sobre o sistema cérebro-espinhal do corpo físico do
médium, em combinação com o conjunto de gânglios nervosos.

A mediunidade inconsciente é raríssima, tanto nos terreiros como nas mesas espíritas. É certo que os
espíritos primitivos ou sofredores são mais “possessivos”, porque seus fluidos demasiadamente
vitalizados pelo éter físico da Terra, atuam de modo coercitivo, e assim reduzem algo da consciência dos
seus instrumentos. Isso acontece geralmente com as criaturas obsediadas, que perdem o domínio de seu
corpo e, ao voltarem de suas crises obsessivas, pouco se lembram do que aconteceu.

O espírito desencarnado, quanto mais sublime, tanto menor é sua ação física sobre o
médium, e mais predominantemente inspirativa é sua comunicação.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 14

Aquele que encarna com o compromisso de ser porta-voz dos desencarnados para seres encarnados, tem
sua constituição física, astral e mental diferente das demais criaturas. Seus corpos mental, astral e etérico
receberam acréscimos em seus chacras, ou centros vitais, que o fazem sentir as “coisas” de forma
diferenciada em relação a outros seres espirituais encarnados não médiuns ostensivos. É possuidor de tela
etérica, tela búdica ou tela atômica “afrouxada” (ou, por vezes, rompida) para que haja o processo de
ligação fluídica entre o médium e o desencarnado.

Esse ajuste é feito em 3 núcleos vibratórios, ou seja, em 3 regiões onde as malhas da sua tela etérica estão
afrouxadas em seu complexo etéreo-físico (o duplo etérico), obviamente dirigidas pelo comando central do
corpo mental, que envia impulsos em forma de mensagens, veiculadas pelas linhas de força (condutores
vibracionais) ao corpo astral. Este, por sua vez, através dos seus centros vibratórios principais (centros de
forças astrais ou chacras astralinos), vibra em consonância com os chacras do duplo etérico, que no corpo
físico denso se equivalem aos plexos nervosos (conjuntos estruturais de nervos) e glândulas endócrinas
(que produzem e armazenam hormônios).

NÚCLEOS VIBRATÓRIOS (PONTOS VULNERÁVEIS) NA TELA ETÉRICA DO MÉDIUM

REGIÃO CORRESPONDÊNCIA

CERVICAL (pescoço) relacionado com o verbo, a expressão, o elo da comunicação

TORÁXICA-ABDOMINAL correspondente aos processos básicos do sentimento e da ação

SACRAL vozes da experiência e da criatividade

3.2 PSICOFONIA OU INCORPORAÇÃO SEMICONSCIENTE

No momento de transmitir os seus pensamentos, o espírito comunicante nunca interpenetra a organização


física do médium, mas apenas lhe movimenta os centros nervosos, no sentido de cumprir a sua missão
espiritual junto aos encarnados. Em geral, o espírito comunicante senta-se junto ao médium, enlaça-o com
o braço esquerdo e, com o direito, cobre-lhe o cérebro, acionando-lhe o campo da memória perispiritual, a
fim de lograr maior acervo e recursos na tradução dos seus pensamentos. Ele tudo faz para evitar as
imersões do subconsciente do médium, pois deste modo, a mensagem ficaria algo truncada ou perturbada
nos momentos de maior ressalte espiritual.

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18. Fenômenos de efeitos intelectuais 15

O espírito comunicante procura sintonizar a sua luz mental, irradiada de sua epífise (glândula
pineal) perispiritual, com a luz mental que também aflora da epífise física do médium.

Ele procura efetuar uma combinação a mais lúcida possível ou homogênea, a fim de facilitar ao médium
transmitir com suas próprias palavras as idéias que ventila no contato perispiritual.

A mecânica de incorporação, em sua fase semiconsciente, se processa quando a entidade astral influencia
parte do corpo mental (ou campo mediúnico) do médium, atuando relativamente em três pontos básicos,
sempre a partir do campo mental:

REGIÕES FUNDAMENTAIS DE ENVOLVIMENTO FLUÍDICO NA INCORPORAÇÃO

AÇÃO SOBRE O COMPLEXO


ATUAÇÃO MEDIÚNICA FUNÇÃO
MENTAL-ASTRAL-ETÉRICO

CHACRAS SUPERIORES
PARTE PSÍQUICA (centros encefálicos superiores) psíquica
(coronário, frontal e laríngeo)

CHACRAS INTERMEDIÁRIOS sensorial


PARTE SENSITIVA (centros encefálicos sensitivos)
(cardíaco e gástrico) e emotiva

CHACRAS INFERIORES PARTE MOTORA ou de movimentação e produção


motora
(esplênico, genésico e básico) energética (córtex motor)

Na mecânica de incorporação inconsciente e semiconsciente, sob dependência vibracional da entidade


astral, vários chacras do médium podem ser ativados simultaneamente, mas sempre o são três chacras, um
de cada ponto básico de atuação acima.

3.3 PSICOFONIA OU INCORPORAÇÃO INTUITIVA OU CONSCIENTE

As comunicações dos desencarnados para o mundo físico, pela via intuitiva, são transmitidas através do
cérebro perispiritual do médium, e não diretamente sobre o seu cérebro físico. Às vezes é algo de sua
inspiração emotiva, em sintonia com a inspiração intelectiva, que o faz sentir melhor pressentir o fenômeno
da comunicação, do que mesmo “ouvir” a voz imaterial dos espíritos.

A incorporação intuitiva é uma forma de mediunidade que só evolui em concomitância com a


evolução moral e intelectual do próprio médium, proporcionando-lhe, pouco a pouco, a visão
panorâmica cada vez mais profunda das coisas imateriais.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 16

Sendo o homem encarnado um espírito imortal, quanto mais se expande a centelha espiritual que há na
intimidade do seu ser, maior porção também ele abrangerá da realidade do próprio Criador. Nesse sentido,
o apuro moral do espírito lhe faculta uma participação mais intensa na vida oculta, enquanto o seu
aprimoramento mental lhe permite julgar com eficiência e exatidão aquilo que proveitosamente lhe facilita
o poder do sentimento cristificado.

Embora o médium intuitivo não possa ver ou ouvir os assuntos que o espírito desencarnado esteja lhe
comunicando, ele os sente profundamente em sua própria intimidade perispiritual; depois os reúne, à
força de sua inspiração intelectiva, e coordena a exposição para o mundo exterior. Em conseqüência, o
médium intuitivo se vê obrigado a recepcionar apenas “parte” da realidade espiritual do mundo extrafísico,
cabendo-lhe compensar a deficiência com as sugestões e as imagens terrenas que lhe são conhecidas,
ajustando-as de modo comparativo ao que pressupõe ser a fenomenologia astral. Ele também pode
mobilizar todos os seus esforços de memorização espiritual, na tentativa de evocar as lembranças dos seus
estágios já vividos no mundo astral, durante os períodos em que manteve desencarnado, nos intervalos de
suas anteriores encarnações, a fim de tornar coerentes os relatos recebidos do Além.

O médium intuitivo por vezes sente-se sozinho durante a sua comunicação mediúnica, notando que lhe foge
o pensamento do espírito comunicante, que parece abandoná-lo, pois subitamente interrompe-se-lhe o
curso das idéias que lhe fluíam espontaneamente pelo cérebro, sem que ele possa cogitar do seu desfecho.
Isso ocorre sempre que entre o médium e o espírito se processam desajustes em matéria de
conhecimentos, formando-se hiatos na mensagem mediúnica, pois quando, durante a transmissão
mediúnica, as idéias, os pensamentos, a índole e os conhecimentos do médium intuitivo coincidem com o
assunto que o espírito inspira, ele o transmite com segurança, enche-se de entusiasmo e se torna
eloqüente, porque expõe aquilo que já lhe é familiar. Por isso, ele deve manter-se em condições de poder
atender ao apelo do Alto, transformando-se num instrumento mediúnico flexível, culto e desembaraçado,
pronto a transmitir aos encarnados a mensagem com o melhor proveito espiritual.

O médium intuitivo sensato, estudioso e serviçal, compreende que não é bastante se submeter ao transe
mediúnico junto à mesa espírita, nas noites programadas, para cumprir satisfatoriamente o seu mandato,
pois, mesmo em estado de vigília e sob o inteligente treinamento do seu guia, ele pode recepcionar as
mensagens de favorecimento ao próximo, transmitindo o conselho, a sugestão e a orientação espiritual
mais certa. Daí, também, a intermitência que por vezes ocorre na comunicação do médium, visto que em
certo momento os seus guias ou protetores o deixam “falar sozinho”, por assim dizer, obrigando-o dessa
forma a mobilizar urgentemente os seus próprios recursos intelectuais e apurar o mecanismo da mente, a
fim de não decepcionar os presentes.

Sob a direção e o controle do guia do médium, os espíritos comunicantes suspendem então o fluxo das
idéias que lhe transmitiam pelo cérebro perispiritual, o qual é obrigado assim a unir os elos vazios da
comunicação, demonstrando até que ponto é capaz de expor a mensagem espiritual sem distorcê-la ou
fragmenta-la na sua essência doutrinária.

Essa ação imprevista, que obriga o médium a convocar a todos os seus valores intelectivos e morais, para
fazer a cobertura da “fuga” do pensamento do espírito comunicante, é algo parecida àquilo que acontece ao
orador desprevenido e repentinamente obrigado a falar em público, o qual se vê obrigado a rapidíssima
aceleração mental, para não cometer fiasco.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 17

Embora esse inopinado recurso do guia constranja e atemorize o médium, pouco a pouco ele adquire o
treino preciso para prelecionar “de improviso” e compensar o vazio das idéias que compõem a sua
comunicação mediúnica, não demorando a ser elemento útil e capaz de atender, a qualquer momento, à
necessidade de orientar e servir ao próximo. Nesse caso, não se processa propriamente a interferência
anímica do médium intuitivo durante esses hiatos provocados pelos espíritos comunicantes, obrigando-o
então a agir pelo seu “puro animismo” num sentido prejudicial, mas, na realidade, o que se evidencia ao
público é a bagagem intelectual, o temperamento psíquico e moral do próprio médium, que então “fala
sozinho”. Ele fica entregue provisoriamente a si mesmo, sem poder fugir ao impulso da comunicação, tanto
quanto o escolar que é argüido em época de exames.

O médium intuitivo precisa socorrer-se de suas próprias concepções filosóficas, morais e espirituais, para
preencher sozinho os intervalos propositais criados pelo espírito comunicante. É verdadeiramente um
“teste” a que ele se submete sob orientações espirituais proveitosas, em que deverá comprovar o que já
assimilou, até aquele momento, das leituras doutrinárias, qual o seu índice filosófico de julgamento e
apreciação da vida humana, e a sua capacidade de orientar o próximo entre as paixões animais.

Certas vezes, as comunicações mediúnicas intuitivas podem ser truncadas propositadamente pelos
orientadores do médium, a fim de comprovar o seu grau de segurança e saber como se portaria em caso de
interferência, intromissão ou mistifórios de entidades mal intencionadas que, por vezes, se infiltram entre os
sensitivos invigilantes à guisa de mentores espirituais. Sob tal processo de pedagogia espiritual, o médium
encoraja-se e não tarda a esposar pessoalmente, nas suas relações cotidianas, o conteúdo espiritista e a
sugestão evangélica que assimilou obrigatoriamente sob o treino hábil do seu guia. Isso ainda mais o anima
para o estudo, ajuda-o a desenvolver o senso de crítica superior e de argumentação junto aos amigos, e o
fortalece definitivamente para a defesa dos postulados do Espiritismo.

4. INTUIÇÃO

A espécie mais elevada de mediunidade é, sem dúvida, a Intuição Pura; embora não seja um fenômeno
atestável espetacularmente no mundo exterior da matéria, é a mais sublime faculdade oriunda de elevada
sensibilidade espiritual.

A Intuição Pura é, por excelência, a mediunidade natural e definitiva, espécie de percepção panorâmica,
que se afina tanto quanto o espírito mais se ajusta nas suas relações e inspirações das esferas mais altas
para a matéria.

A Intuição Pura é o recurso ou meio que une a alma encarnada diretamente à Mente Divina
que a criou, facultando-lhe transferir para a matéria o verdadeiro sentido e entendimento da
vida espiritual superior.

Uma vez que a mediunidade não é, propriamente, uma faculdade característica do organismo carnal, mas o
recurso sublime para fluir e difundir-se o esclarecimento espiritual entre os homens, ela tanto mais se refina
e se exalta quanto mais o seu portador também se devote ao intercâmbio superior do espírito imortal.

A intuição, como ato de perceber as verdades de forma clara, reta e imediata, sem necessidade do
raciocínio, é, pois, o estágio mais elevado do espírito; é o corolário de sua escalonada desde o curso
primitivo do instinto até a razão angélica.

Enquanto o homem for mais dominado pela razão, também será mais governado pelas forças rígidas do
intelecto, escravo do mundo de formas e submetido às leis coercivas da vida física; só a Intuição Pura dá-
lhe a percepção interior da realidade cósmica, ou lhe permite a concepção panorâmica do Universo.

A intuição pura é divina lente, ampliando a visão humana para descortinar a sublimidade da
vida imortal; na verdade, é a faculdade inconfundível que “religa” a criatura ao seu Criador!

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 18

A pureza cristalina da Intuição Pura foi o apanágio dos seres de alta estirpe espiritual e que delinearam
roteiros de luzes para a humanidade, como o fizeram Krishna, Confúcio, Pitágoras, Buda, Jesus, Francisco
de Assis e outros que, em peregrinação pela vida física, conservaram-se permanentemente ligados às
esferas sublimes do espírito superior, qual ponte viva a unir o mundo exterior da matéria à intimidade do
Espírito Cósmico.

A Intuição Pura é a “voz sem som”, a “voz interior”, a “voz do som espiritual”, que fala na intimidade da alma;
é a linguagem misteriosa, mas verdadeira e exata, do próprio Eu Superior guiando o ego lançado na
corrente evolutiva das massas planetárias.

FACULDADE FINALIDADE / ATUAÇÃO

auxilia o homem a compreender e avaliar a expressão fenomênica das formas do


RAZÃO
mundo material

permite ao homem “sentir” todas as leis ocultas e “saber” qual a natureza original do
INTUIÇÃO
Espírito Criador do Cosmo

A mediunidade evolui tanto quanto evolui o psiquismo do homem, pois ela é correlata com o seu progresso
e a sua evolução espiritual. Mas é necessário distinguir que o padrão evolutivo da mediunidade não deve
ser aferido pela produção mais ostensiva dos fenômenos incomuns do mundo material. Assim, o médium
de fenômenos físicos, embora possa produzir uma fenomenologia espetacular e surpreendente aos
sentidos carnais, nem por isso se sobrepõe ao médium altamente intuitivo, fruto de elevado grau espiritual
do homem. A Intuição é o ensejo divino de elevação à Consciência Cósmica do seu Autor Eterno!

Enquanto os fenômenos físicos dependem fundamentalmente da maior ou menor cota de ectoplasma


produzido pelo médium, a fim de permitir a materialização dos desencarnados no cenário físico, o médium
intuitivo e de alto nível espiritual também é capaz de transmitir mensagens que ultrapassam a craveira
comum da vida humana. Embora não surpreenda nem satisfaça os sentidos físicos com suas comunicações
de caráter puramente espiritual, ele pode traçar roteiros definitivos para o progresso sideral dos homens.

No primeiro caso, a mediunidade de fenômenos físicos se manifesta espetacularmente ao operar no mundo


das formas, mas é acontecimento transitório que, embora a muitos convença acerca da realidade espiritual,
nem sempre os converte ao reino amoroso do Cristo. No caso da intuição pura e elevada, o ser descortina a
realidade crística dos planos superiores, despreocupado de provar se a alma é imortal, pois “sente” em si
mesmo que a sua ventura lhe acena além das formas perecíveis do mundo fenomênico da matéria.

A mediunidade de Francisco de Assis era para si mesmo a faculdade divina que o fazia vislumbrar a
paisagem do mundo angélico de Jesus, sem necessidade de qualquer demonstração espetacular e
fenomênica de materializações, levitações ou voz direta dos desencarnados.

Em conseqüência, a mediunidade intuitiva, ou mais propriamente a “mediunidade espiritual”, é


faculdade superior a qualquer outra forma de mediunidade que ainda dependa da fenomenologia do
mundo terreno e transitório, para então se provar a realidade do espírito imortal.

Embora seja louvável a preocupação dos estudiosos da mediunidade com a maior produção de fenômenos
mediúnicos destinados a convencer as criaturas sistematicamente incrédulas, a mais evoluída mediunidade
ainda é a Intuição Pura, porque auxilia o homem a relacionar-se diretamente com a fonte real de sua origem
divina.

4.1 MÉDIUM NATURAL INTUITIVO

Um médium culto, sensato e de conduta moral irrepreensível, que exponha os seus pensamentos em alto
teor intelectivo e espiritual, embora só transmitindo o que é de si, à conta de manifestação de espíritos, não
pode ser classificado como anímico, pois, nesse caso, é criatura que supera a maioria dos médiuns. Se ele
é inteligente, de moral superior e sensível à vida espiritual angélica, não deixa de ser um médium intuitivo
natural, um feliz inspirado que pode absorver diretamente na Fonte Divina os mais altos conceitos filosóficos
da vida imortal e as bases exatas da ascese espiritual.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 19

Ao contrário da criatura exclusivamente anímica, que só oferece um conteúdo pobre e superficial na sua
passividade psíquica, o médium intuitivo natural chega a pressentir a própria transformação do futuro, e
reconhece com absoluta segurança quais os valores evolutivos da mais alta espiritualidade. Ele domina o
fenômeno de sua auscultação espiritual e dirige-o desperto e consciente, em apreciável coerência garantida
pela sensatez do seu intelecto superior.

4.2 COMUNICAÇÕES DE ESPÍRITOS ELEVADOS PELA VIA INTUITIVA

Durante a comunicação mediúnica de espíritos superiores, ocorre forte redução vibratória das entidades
comunicantes, devido ao seu grande esforço em direção à matéria, a fim de exporem com o melhor êxito
possível os fenômenos do mundo oculto.

Em face da diversidade vibratória existente entre os planos material e astral, esses espíritos mais elevados
atuam no médium, bastante deslocados do elemento fluídico que lhes é natural e familiar, obrigando-se a
operar sob as leis mais opressivas do mundo físico.

Aos espíritos há muito desencarnados e afastados da crosta terráquea, tudo lhes parece rude e estranho
quando têm de penetrar novamente no seu campo magnético, a fim de poder atuar entre as coisas e os
seres do mundo físico. Esse magnetismo denso age de modo nocivo em sua organização perispiritual, que
já se encontra mais condicionada às energias livres do astral superior. É como se alguém do mundo físico
se afastasse da superfície para viver longo tempo exclusivamente na estratosfera, habituando-se
definitivamente ao oxigênio rarefeito, e depois tivesse que retornar ao solo terráqueo, encontrando imensas
dificuldades para se adaptar à sua antiga respiração comum.

Dessa forma, ao ter de baixar até o nível da compreensão e percepção do médium que o recepciona, que
ainda é um espírito encarnado e de temperamento mais sensível às formas do mundo físico, o
desencarnado de certa elevação espiritual, durante o tempo em que opera sobre o medianeiro, distancia-se
bastante do comando das leis que regem o campo vibratório sutilíssimo do mundo astral onde normalmente
vive, e submete-se docilmente à ação das leis comuns que regem os fenômenos fisioquímicos da Terra.

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4.3 TRANSMENTAÇÃO

A transmentação é uma forma especial de mediunidade intuitiva em que se opera uma sobreposição da
mente individual do médium pela do espírito comunicante, que fica assim com inteiro domínio físico do
médium, pelos comandos dos centros cerebrais e anímicos.

Na transmentação o médium não perde sua capacidade ambulatória, nem há inibição de qualquer natureza
para o seu corpo físico, e nem é submetido ao sono sonambúlico (transe mediúnico); portanto, não pode se
dar nenhuma interferência anímica. Não há transmissão telepática, que ocorre nas formas de psicofonia
consciente e semi-consciente, não há incorporação física com a correspondente exteriorização
(desprendimento ou desdobramento) do espírito do médium, como ocorre na forma inconsciente; também
não é indispensável a presença do espírito comunicante que, às vezes, atua à distância.

Trata-se de uma espécie de incorporação mental, forma de incorporação parcial, também conhecida como
“telementação”, durante a qual o espírito comunicante se assenhora da mente do médium, colocando-o em
estado de inconsciência ou semiconsciência, e assim exerce domínio, mais ou menos completo, sobre os
campos físico e psíquico do médium. É evidente que essa forma especial de mediunidade exige médiuns
dotados de sensibilidade apurada e de perfeito equilíbrio psíquico.

O médium transmentativo, estudioso e avesso ao sectarismo, é de espírito idêntico ao dos artistas, músicos
ou pintores, cuja função é produzir obras destacadas, de caráter universalista, cuja faculdade se entreabre
para todas as expressões da vida, e que por isso, pode dispensar os recursos das concentrações especiais
ou das “correntes psíquicas”, como garantia de sucesso em seu intercâmbio com o Alto.

Na psicografia, o médium de transmentação procura sintonizar-se o melhor possível à faixa vibratória dos
espíritos comunicantes e obtém do desencarnado as melhores elucidações possíveis às perguntas que
redige.

No processo de comunicação mediúnica pela transmentação, o desencarnado não fala propriamente ao


ouvido físico do médium, mas sim por conjunção mental, escolhendo no arquivo mental deste a
terminologia disponível julgada a mais apropriada para a mensagem a transmitir. É um tipo de mediunidade
cujo maior êxito e amplitude depende, essencialmente, de:

• estudo incessante,

• libertação das algemas da ortodoxia religiosa,

• ausência de idéias preconcebidas,

• ausência de prevenção contra esta ou aquela doutrina espiritualista.

Através do contato perispiritual, entretanto, às vezes o espírito comunicante supera a receptividade mental
do médium, facilitando-lhe vocábulos e conceitos desconhecidos deste, fazendo com que ele funcione como
um receptor e o desencarnado como um transmissor telepático. Embora o fenômeno ocorra entre um
espírito desencarnado e outro encarnado, a sua eficiência é igual à obtida por dois exímios telepatas do
plano físico.

5. DESDOBRAMENTO

O médium de desdobramento, durante o transe ou sono hipnótico, enquanto dorme, pode ausentar-se
facilmente do seu organismo físico, afastando seu perispírito, que fica preso unicamente pelo cordão fluídico
ou ectoplásmico, conhecido como “cordão de prata”. Em liberdade astral, ele pode manifestar o seu
perispírito a longas distâncias, e passar a relatar as cenas e fatos vividos no mundo espiritual (geralmente o
plano astral).

Fontes bibliográficas:

1. Mediunismo – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 5ª ed. Rio de Janeiro, RJ.
Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
18. Fenômenos de efeitos intelectuais 21

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

3. Umbanda – O elo perdido – Neto, F. Rivas. Obra mediúnica ditada pelo espírito Caboclo 7 Espadas. 1ª
ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Círculo Cruzado, 1990.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
19. Psicometria e radiestesia 2

O cientista do futuro conseguirá captar as ondas sonoras registradas no éter e torná-las audíveis,
proporcionando fascinante estudo investigativo do passado, quando então o homem terreno usufruirá a
grata alegria de ouvir cânticos, ruídos, melodias e a multiplicidade de sons que vibram na aura do orbe.

Quando a ciência humana dispuser da faculdade dessa visão etérica, então, em face dos inúmeros
elementos materiais das épocas remotas do passado e que ainda existem, espalhadas por todos os
recantos do planeta, será possível trazer à superfície e constatar a verdade autêntica e imaculada dos
muitos fatos e acontecimentos ocorridos no orbe, que a tradição secular registrou na História, porém
completamente adulterados. Como decorrência de tais revelações, a Humanidade conhecerá, então, sem
qualquer equívoco, certos fatos que se acham sepultados na noite dos tempos.

A frase evangélica que diz: “Não cai um fio de cabelo da cabeça do homem, que Deus não
saiba”, resguarda uma grande verdade psicométrica.

1.2 MECANISMO DA PERCEPÇÃO PSICOMÉTRICA

O médium psicômetra, concentrando-se profundamente na “aura” do objeto ou coisa material que pretende
auscultar, pouco a pouco vai captando os eflúvios psíquicos da freqüência vibratória que os envolve, e
então começa a sentir, pela projeção no perispírito, uma série de imagens que, em ordem decrescente, vão-
lhe assinalando os fatos na ordem inversa, de forma regressiva.

Supondo, por exemplo, que um competente psicômetra, tomando um anel ou jóia que pertenceu a um
fidalgo da corte de Luiz XV, submeta o espectro áurico dessa jóia a uma análise de investigação vibratória,
logo então ele começa e se aperceber de todos os acontecimentos que se desenrolaram em torno do
referido objeto ou, para melhor definição, de todos os fatos a que o anel “presenciou”, desde o momento em
que o dito fidalgo começou a usá-lo; porém, esses acontecimentos surgirão em ordem inversa, isto é, do
presente para o passado.

Às vezes, para o psicômetra bem desenvolvido, é suficiente um fragmento de papel, tecido, metal ou
mesmo de pedra, que permaneceu, por exemplo, nas adjacências de importante cerimônia pública, de uma
batalha ou mesmo de fatos sem grande importância, para que ele passe a relatar os acontecimentos
“assistidos” pelo objeto.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
19. Psicometria e radiestesia 3

Comumente, antes de o psicômetra “ver imagens” na tela imponderável, a sua mente é invadida por idéias
que lhe criam o estado mental de sintonia necessária à perfeita receptividade dos acontecimentos, que
então se manifestam mais clara e perfeitamente. Em certos casos, é uma espécie de “voz interior”, que
parece enunciar com antecedência os detalhes mais relevantes dos fatos que serão projetados ou
revelados pelo objeto em análise.

O fenômeno psicométrico se processa num plano de dimensões completamente diversas das do ambiente
material; no entanto, se trata de uma faculdade algo semelhante a um “detector”, porque transforma as
impressões etéricas em sinais compreensíveis para o entendimento do psicômetra , revelando a
presença de acontecimentos ocultos e situando-se, por analogia, mais perto do conceito eletrônico do
“radar”.

Aliás, esse é o caminho mais certo para os futuros cientistas construírem aparelhos que terminarão
transformando as impressões e ondas sonoras gravadas no Éter Cósmico, o conhecido “Ákasa”, em
fenômenos perceptíveis aos sentidos físicos do homem. Supondo-se, entretanto, que um mesmo objeto
tenha sido de propriedade de vários donos e que, por coincidência, tenha sido influenciado por vários
acontecimentos importantes, ocorridos com todos os seus possuidores, durante o exame psicométrico
surgirão ao mesmo tempo todas as impressões gravadas na sua aura etérica. Nesse caso, o psicômetra
só irá sintonizar-se espontaneamente com os fatos e com o dono do objeto que ali houver deixado o
fluido mais enérgico, mais vivo, da mesma forma como as ondas de rádio podem ser recepcionadas de
tão longe quanto seja a capacidade da emissora.

Durante o processo de psicometria, domina o grau de simpatia ou a relação afetiva do


psicômetra para com o tipo de acontecimento mais importante gravado na aura etérica dos
objetos e seres, o que, em linguagem técnica, é chamado “recurso seletivo”.

Os espíritos desencarnados, desde que haja utilidade ou interesse no caso, podem intervir no fenômeno da
psicometria e colaborar com o médium psicômetra, ajudando-o a “ver” ou “sentir” os fatos registrados na
aura etérica das criaturas, a fim de adverti-las ou orientá-las com sugestões benfeitoras.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
19. Psicometria e radiestesia 4

1.3 DISTINÇÃO DA PSICOMETRIA EM RELAÇÃO A OUTRAS FACULDADES MEDÚNICAS

A classificação dos diversos tipos de mediunidade, estabelecida pelo homem, não lhe invalidam a origem de
uma só fonte, que é Deus, pois a essência de todas as faculdades psíquicas é uma só: a Alma do Cosmo.
Daí a semelhança que diferentes faculdades mediúnicas guardam entre si, uma vez que a psicometria
poderia ser confundida com a vidência, a audição ou a premonição intuitiva, embora se distinguindo
perfeitamente quanto à sua aplicação, em que se pode traçar a fronteira onde termina uma e começa outra:

MÉDIUM CARACTERÍSTICA

vê mentalmente ou astralmente os espíritos desencarnados, quando de sua


VIDENTE
focalização mediúnica

AUDIENTE “ouve” nas mesmas condições que o médium vidente

PREMONITIVO “pressente” os avisos ou advertências sobre acontecimentos futuros

“lê” os fatos e as impressões existentes na própria aura dos objetos, coisas e seres
PSICÔMETRA que examina, assim como pode mergulhar no passado e rever os acontecimentos e
os contatos que os produziram

1.4. REQUISITOS PARA O MÉDIUM DE PSICOMETRIA

O psicômetra deve ser um homem de alma bastante cristianizada, pois, tanto quanto mais lograr o
afinamento psíquico do seu perispírito, também há de torná-lo cada vez mais transparente e sensível
para auscultar o Éter-Cósmico. Para tanto, a prática freqüente de alguns recursos, tais como a meditação, o
exercício do controle mental e o auto-isolamento dos estímulos sensoriais exteriores favorecem o
aguçamento da sensibilidade psíquica e da auscultação espiritual de objetos e seres.

RECOMENDAÇÕES QUE AUXILIAM O DESENVOLVIMENTO E O TRABALHO DO PSICÔMETRA:

• habituar-se à meditação;

• dominar bastante as sensações pessoais para ter bom controle mental;

• aprender a isolar-se do mundo físico externo, numa espécie de “autohipnose”, a fim de se tornar

um núcleo receptivo, captador de vibrações psíquicas;

• imergir numa suave passividade de auscultação espiritual, de modo a permitir que as imagens

chegadas através da sensibilidade psíquica despertem-lhe os ajustes do raciocínio identificador.

1.5 A FACULDADE PSICOMÉTRICA E A CAPACIDADE DO MÉDIUM NA PERCEPÇÃO DE


VIDAS PASSADAS E PREMONIÇÃO DE EVENTOS FUTUROS

Sendo capaz de relacionar-se telepaticamente com o psiquismo do dono do objeto que investiga, porque
todas as coisas se ligam etericamente no seio da Criação, o médium de psicometria não somente
recepciona as impressões, influências, sentimentos e as vibrações psíquicas contidas no duplo etérico do
objeto, como ainda pode alcançar a própria fonte que produziu tais acontecimentos.

O psicômetra revê, na aura daquilo que examina, os acontecimentos ali gravados, assim
como lê e sente as impressões deixadas pelos seus donos, podendo tomar conhecimento de
diversos fatos passados com eles.

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19. Psicometria e radiestesia 5

Supondo-se o exame psicométrico de um anel ou jóia que tenha pertencido durante muitos anos a
determinada pessoa, é possível ao psicômetra sensível identificar fatos da existência pregressa dessa
pessoa, antes mesmo de ela possuir esse objeto! O objeto ou coisa investigada, nesse caso, expõe o
passado ao psicômetra, e o relaciona com a subconsciência do seu antigo dono , quer ele esteja encarnado
ou desencarnado, porquanto não há ruptura nem descontinuidade na ligação dos fenômenos psíquicos
ocorridos, independentemente do tempo e do espaço.

A criatura que pessoalmente se recorda de suas existências passadas, apenas transforma em


conhecimento atual aquilo que vive na forma de sinais, impressões ou influências, na sua memória etérica.
Lembrar-se do passado é “sustar” ou “deter” os fatos etéricos gravados no próprio perispírito,
transformando-os em imagens reconhecidas pelo cérebro físico, e compreensíveis devido à comparação
com os fenômenos atuais.

A memória etérica se revela para a consciência física em vigília com tanto mais sucesso, quanto maiores
forem a sensibilidade psicométrica e a transparência perispiritual do ser. É por isso que o psicômetra
muito sensível também se recorda facilmente de suas próprias vidas anteriores, pois o fenômeno que ele
vive, através dos fatos e das impressões que recolhe dos objetos alheios, pode vivê-lo em si mesmo, pela
auscultação daquilo que se gravou na sua própria aura etérica. Quando a faculdade da psicometria, aliás,
rara ainda, é bastante avançada, fica aumentada a faixa de auscultação psíquica e, assim, o psicômetra
tanto mergulha no passado através do processo psicométrico como, libertando-se espiritualmente do
tempo e do espaço, pode prever o futuro com louvável certeza.

Os reencarnacionistas sabem que a alma traz impressa no seu perispírito o programa cármico do seu
futuro, pois terá de se submeter a experiências que lhe avivem certas qualidades embrionárias, e lhe
retifiquem determinadas arestas espirituais. Deste modo, o bom psicômetra consegue profetizar certas
seqüências futuras, referentes aos que deixaram refletidos na aura etérica dos objetos os seus sentimentos
ou temperamento particular. Assim como, ao ser lançado um foguete ou rojão, em noite escura, pode-se
prever ou “profetizar” que haverá um clarão fosforescente no céu dentro de certo tempo, também o
psicômetra percebe certos fatos que no futuro ocorrerão com aqueles que se imantaram aos objetos ou
coisas que serão psicometradas.

2. RADIESTESIA

Radiestesia é a faculdade de se sondar veios d’água, lençóis minerais, pontos auríferos, locais benéficos
para plantações, influências magnéticas sobre objetos ou efetuar diagnósticos sobre enfermidades e obter-
se indicações sobre os medicamentos apropriados, através da captação de ondas eletromagnéticas por
eles emitidas, com o auxílio de pêndulos de metal ou de madeira, baquetas, ou de varinhas de
pessegueiros ou aveleiras.

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19. Psicometria e radiestesia 6

O radiestesista é um indivíduo com a sensibilidade psíquica de poder captar e interpretar as


ondas eletromagnéticas que emanam dos seres vivos e dos vários reinos da natureza.

Toda capacidade humana que permite ao homem sentir ou ver os fenômenos ocultos aos sentidos físicos
pode ser considerada, num conceito mais geral, também uma faculdade mediúnica; nesse sentido a
radiestesia também é uma forma de mediunidade. A faculdade radiestésica, um sentido valioso de
percepção oculta, é inerente ao indivíduo e não aos instrumentos de prospecção por ele utilizados, e pode
ser corretamente desenvolvida e altamente sensibilizada através de experimentações e por estudos
intensivos.

2.1 MOISÉS E A RADIESTESIA

O primeiro êxito de radiestesia que se conhece historicamente no mundo se deu quando Moisés, que
possuía faculdades mediúnicas incomuns e era hábil radiestesista, durante o êxodo dos hebreus do
Egito, buscou água no deserto para o seu povo sedento. Conforme narra a Bíblia, Moisés saiu com alguns
anciãos de Israel à procura de água, munido de sua vara, e quando, por ação de sua intuição avançada,
pressentiu água nas proximidades de uma rocha, tratou de sondar-lhe os eflúvios eletromagnéticos
(emanações radiestésicas) que irradiavam do local, logrando sucesso de ali encontrar um veio d'água que
jorrou, depois de partida a rocha e cavado o solo.

Moisés transformou esse feito, explicável pelas leis terrenas, em acontecimento miraculoso, dizendo que o
Senhor o avisara do local onde existia a água, aumentando assim, mais uma vez, a sua fama e o seu
poderio sobre o povo hebreu, mediante aplicação de suas faculdades mediúnicas.

2.2 O MECANISMO DA PERCEPÇÃO RADIESTÉSICA

Todos os corpos existentes na natureza, materiais ou de seres vivos, desprendem emanações fluídicas
infinitesimais, na forma de corpúsculos imponderáveis, que passam despercebidas às criaturas, como
ondas eletromagnéticas. Os minerais, os vegetais e os seres vivos são constituídos simultaneamente de
átomos etéricos e físicos que se interpenetram, numa contínua sucessão de forças, atritando-se e
influenciando a manifestação de vida em ambos os planos etérico e material.
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Os átomos etéricos formam o duplo etérico dos objetos e seres vivos, um fiel e imutável registrador de tudo
o que se sucede em seu redor ou na sua intimidade, cujo campo vibratório pode ser justamente detectado
pelo operador através dos instrumentos radiestésicos.

As pessoas dotadas de faculdades radiestésicas interceptam as radiações eletromagnéticas emanadas das


pessoas ou dos objetos que examinam, e que, na forma de eflúvios negativos ou positivos, atuam sobre
varinhas de aveleira, forquilhas de pessegueiro ou provocam oscilações em pêndulos de madeira, metal ou
ebonite, movidos pelo magnetismo.

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Conforme sejam essas oscilações, de giro negativo ou positivo, ou sua imobilidade, o radiestesista
comprova e assinala as condições favoráveis ou desfavoráveis dos objetos ou seres que examina.

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Esses instrumentos de radiestesia, em seus movimentos, servem apenas para transmitir aos sentidos
psicofísicos do médium o fenômeno que se processa no mundo oculto das energias primárias, e os
assinala tão fortemente quanto seja a sensibilidade eletromagnética do radiestesista.

Quanto mais vivas e intensas forem as oscilações dos pêndulos ou o curvamento das
varinhas, tanto melhor o radiestesista avaliará a intensidade, o volume ou a radioatividade
daquilo que examina.

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19. Psicometria e radiestesia 11

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19. Psicometria e radiestesia 12

Como a radiestesia é inerente ao homem, seu êxito independe do tipo de material com que são
fabricados os pêndulos, não se subordina à sua qualidade e nem mesmo interfere na sensibilidade da
recepção do fenômeno.

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19. Psicometria e radiestesia 13

O radiestesista atua, portanto, como um aparelho receptor, seu braço funciona como antena e o pêndulo,
varinha ou forquilha representam o detector que amplia os movimentos espontâneos produzidos pelas
vibrações imponderáveis exsudadas dos corpos e, dessa forma, os transmite para os seus sentidos físicos.

Os instrumentos de prospecção radiestésica não podem criar a faculdade no homem, a qual,


quando existe, lhe é congênita, como toda e qualquer faculdade mediúnica.

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2.3. REQUISITOS DOS INSTRUMENTOS RADIESTÉSICOS

Os melhores resultados na pesquisa radiestésica são obtidos quando se empregam pêndulos de material
mais neutro quanto possível, por exercerem menor influência no magnetismo que se escoa em circuito
fechado pelo perispírito do radiestesista, e permitirem maior fluência e receptividade às ondas
eletromagnéticas.

O pêndulo de quartzo é um dos elementos mais apropriados e favoráveis para a sondagem radiestésica,
pois se trata de material neutro e de reduzida interferência no campo eletrônico dos corpos em exame, com
reduzido percentual de desvios eletromagnéticos.

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19. Psicometria e radiestesia 15

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19. Psicometria e radiestesia 16

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19. Psicometria e radiestesia 17

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19. Psicometria e radiestesia 18

Ao se operar com forquilhas e varas de árvores ou vegetais seivosos, os melhores resultados se dão
quando cortados na lua crescente , isto é, na fase de melhor seiva, em que estão mais sensíveis,
sobrecarregadas do magnetismo e da eletricidade vegetal.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
19. Psicometria e radiestesia 19

2.4. A SENSIBILIDADE PSÍQUICA DO MÉDIUM E OS INSTRUMENTOS RADIESTÉSICOS

Com o decorrer do tempo e maior treino experimental nas pesquisas e estudos, o radiestesista de boa
acuidade poderá até mesmo dispensar os instrumentos radiestésicos que servem para acusar as ondas
eletromagnéticas emitidas pelos objetos e seres, graças à afinação de sua sensibilidade psíquica, quando
então termina sentindo em seu próprio perispírito o fenômeno vibrar psiquicamente.

Dessa forma, pode passar a sondar o fenômeno radiestésico na intimidade do seu ser, muito antes de ser
acusado pelo movimento pendular ou pela distorção de varas ou forquilhas, bastando aproximar a mão dos
objetos ou locais escolhidos para a prospecção, para sentir na ponta dos dedos a direção positiva ou
negativa das ondas eletromagnéticas, os sinais de dependência de outros fatores ou a estática, que lhe
permite identificar as vibrações neutras.

Outros, de apurada auscultação magnética e muito sensíveis, chegam mesmo a sentir no seu todo psíquico
as perturbações orgânicas das pessoas que apenas lhes tocam com as mãos!

2.5. RADIESTESIA x PSICOMETRIA

Todos os acontecimentos já sucedidos no planeta se fixaram em definitivo no seu campo etérico (ou
"ákasa" na terminologia hindu), e podem ser sondados pelos radiestesistas ou lidos em sua aura pelos
psicômetras invulgares, ainda que de modo imperfeito, muito embora esse fenômeno se suceda em outro
plano vibratório.

Tanto o psicômetra quanto o radiestesista sondam no éter dos objetos ou dos seres as
imagens ou as vibrações dos acontecimentos ali gravados.

Ambos exercem seu método de investigação na intimidade da matéria, diretamente através do plano etéreo-
astral e no campo magnético dos seres e das coisas, ou seja, no campo energético do seu éter
planetário, completamente interpenetrado pelo fluido astralino, que a mente humana influencia com
muita facilidade.

Tanto o psicômetra quanto o radiestesista sondam no éter dos objetos ou dos seres as
imagens ou as vibrações dos acontecimentos ali gravados.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
19. Psicometria e radiestesia 20

DIFERENÇA ENTRE AS PERCEPÇÕES RADIESTÉSICA E PSICOMÉTRICA

RADIESTESISTA PSICÔMETRA

Capta as “ondas eletromagnéticas“ irradiadas Examina o corpo áurico e “vê” ou “sente”


pelo magnetismo que flui por todos os psiquicamente, pelas radiações etéricas dos objetos e
interstícios dos objetos e dos seres, que dos seres, os acontecimentos que lhe ficaram
vibram pelo pêndulo ou outro instrumento de gravados, de forma regressiva, através de seu éter
prospecção. refletor.

Fonte bibliográfica:

Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 2

Os fluidos radiantes curativos interpenetram o corpo físico do doente, atingem o campo da


vida celular, elevam as vibrações íntimas de seus átomos e injetam-lhes vitalidade que, em
conseqüência, acelera as trocas fisiológicas das células (assimilação e eliminação),
resultando por fim, numa alteração benéfica, que repara ou equilibra funções.

As curas de perturbações espirituais são obtidas a partir da ação das forças curadoras sobre os centros
anímicos e energéticos do duplo etérico do doente, veículo de ligação com o perispírito, que também se
beneficia, purificando-se pela aceleração vibratória e, dessa forma, tornando-se inacessível às vibrações de
mais baixo padrão.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 3

Entretanto, a maior parte das moléstias de fundo grave e permanente não podem ser curadas, porque
representam resgates cármicos em desenvolvimento, salvo quando há permissão do Alto para tanto;
mas, em todos os casos, sempre há benefícios para o doente, que, no mínimo, obterá uma atenuação em
seu sofrimento.

No caso da mediunidade de cura através de receituário mediúnico, o sensitivo só pode atender dentro dos
limites que não ultrapassam a sua capacidade mediúnica consciente, conjugada à bagagem terapêutica que
é de seu conhecimento, pois não sendo médium mecânico, sonambúlico ou de incorporação, ele não
poderá receitar medicações que lhe sejam desconhecidas, nem fazer diagnósticos de profundidade. Assim,
os sucessos terapêuticos do médium serão devidos mais propriamente ao treino e a confiança que já
adquiriu no intercâmbio com os desencarnados.

2. TERAPÊUTICA DOS PASSES

O passe é uma transfusão de energias psíquicas e espirituais , ou seja, a passagem de um para outro
indivíduo de uma certa quantidade de energia vital (prâna) e espiritual. Há pessoas que têm uma
capacidade de maior absorção e armazenamento dessas energias, o que as coloca em condições de
transmitirem esse potencial de energias a outras criaturas que estejam eventualmente delas necessitando.

O fluido vital depende do estado de saúde do médium, ao passo que as energias espirituais dependem do
seu grau de desenvolvimento moral, e por isso o médium passista deve estar, o mais possível, em
perfeito estado de equilíbrio orgânico e moral.

2.1 FUNDAMENTO DA ATUAÇÃO DOS PASSES

A matéria não passa de “energia condensada”, o que ficou comprovado pela própria desintegração atômica
conseguida pela ciência moderna, transformando novamente a matéria em energia. Deste modo, o que
parece substância sólida, absoluta, é um campo dinâmico em contínua evolução, cuja forma é apenas uma
aparência resultante desse fenômeno admirável do movimento vibratório.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 4

Não há estaticidade absoluta no Cosmo, uma vez que no seio da própria matéria sólida há
vida dinâmica, incessante, condicionada a atingir freqüências cada vez mais altas e perfeitas.

É assim que, na intimidade do corpo físico, o perfeito equilíbrio gravitacional das órbitas micro eletrônicas,
governadas pelas forças de atração e repulsão, é que lhe dá a aparência ilusória de matéria compacta.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 5

O corpo humano é apenas um aspecto ilusório de “matéria”, na qual predomina um número inconcebível de
espaços vazios denominados “interatômicos”, prevalecendo sobre uma quantidade microscópica de massa
realmente absoluta que, se fosse totalmente comprimida, resultaria num punhado de pó compacto que
caberia numa caixa de fósforos! Em conseqüência, o organismo humano, na realidade, constitui um
portentoso acumulador ou rede de energia, que a precariedade dos sentidos humanos distingue sob forma
aparente de um corpo de carne, ou de “matéria”. Porém, a sua individualidade intrínseca e preexistente é o
espírito eterno, cujo “habitat” adequado é o plano espiritual, onde ele utiliza os seus atributos de pensar e
agir sem precisar de um corpo físico.

Quando o homem se alimenta, ele apenas ingere massa ilusória, repleta de espaços vazios ou
interatômicos, nos quais a energia cósmica prevalece sustentando a figura do ser. Embora a alimentação
comum do homem se componha de substância material, ela se destina essencialmente a nutrir os espaços
vazios do “campo magnético” do homem.

O corpo físico funciona como um desintegrador atômico, que extrai todo o energismo
existente nas substâncias que ele absorve em sua nutrição.

Na verdade tudo se resume em “revitalização magnética”, isto é, aquisição de energia e não propriamente
de substância. Os alimentos, o ar, a energia solar, ou demais fluidos ocultos do orbe terráqueo, estão
saturados de princípios similares aos da eletricidade, os quais, na realidade, é que asseguram a
estabilidade da forma humana em sua aparência física.

O médium é um ser humano e, portanto, um receptáculo dessa eletricidade biológica, transformando-se


num acumulador vivo que absorve as energias de todos os tipos e freqüências vibratórias, a fim de prover
às necessidades do seu próprio metabolismo carnal. Desde que ele possa potencializar essas energias e
conjugá-las numa só direção, comandando-as pela sua vontade desperta e ativa, poderá fluí-las de forma
vitalizante em benefício do próximo.

O éter físico que nutre o duplo etérico se irradia dele para todas as direções. Quando o médium ou
magneticista estende as mãos para administrar passe aos enfermos, o éter físico converge febrilmente para
as extremidades das mesmas e flui de modo tão intenso e pródigo para o enfermo, conforme seja a
capacidade prânica vital do passista.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 6

É evidente que o corpo humano dos debilitados, quais outros acumuladores de carga mais enfraquecidos,
absorve tanto quanto possível o “quantum” de energia que lhes carreia a terapêutica do passe. Assim que
esse energismo, provindo do socorro mediúnico, penetra na organização perispiritual do enfermo, distribui-
se por todos os espaços interatômicos e eleva-lhe o “tônus vital”, pela dinamização de sua estrutura
eletrobiológica.

Tanto o médium passista quanto o assistido não passam de acumuladores vivos, com
diferenças de carga energética em comum, cujos corpos, reduzidos em sua estrutura e
espaços interatômicos, cabem perfeitamente numa caixa de fósforos!

Ao receber o passe, isto é, um conteúdo potencializado de modo incomum no seu energismo, o homem
absorve diretamente, e em estado de pureza, essa carga de forças vitalizadoras, extraindo delas o
“quantum” de energia de que necessita. O passe mediúnico ou magnético, quando aplicado por médiuns ou
pessoas de fé viva e sadios, transforma-se em veículo de energias benéficas para a contextura atômica do
corpo físico.

2.2 IMPORTÂNCIA DO PASSE PARA O MÉDIUM

O médium de prova é um espírito que, antes de descer à carne, recebe um “impulso” de aceleração
perispiritual mais violento do que o metabolismo do homem comum, a fim de se tornar o intermediário
entre os “vivos” e os “mortos”.

Assim como certos indivíduos, cuja glândula tireóide funciona em ritmo mais apressado, e por isso vivem
todos os fenômenos psíquicos emotivos de sua existência de modo antecipado, o médium é criatura cuja
hipersensibilidade, oriunda da dinâmica acelerada do seu perispírito, o faz sentir com antecedência os
acontecimentos que os demais homens recepcionam de modo natural.

Eis o motivo porque o desenvolvimento mediúnico disciplinado e o serviço caritativo ao próximo, pela
doação constante de fluidos do perispírito, proporcionam certo alívio psíquico ao médium e o harmonizam
com o meio em que habita. Algo semelhante a um acumulador vivo, ele se sobrecarrega de energias do
mundo oculto, e depois necessita descarregá-las num labor metódico e ativo, que o ajude a manter sua
estabilidade psicofísica.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 7

A descarga da energia excessiva e acumulada pela estagnação do trabalho mediúnico, fluindo


para outro pólo, não só melhora a receptividade psíquica, como ainda eleva a graduação
vibratória do ser; já o fluido magnético acumulado pela inatividade no serviço mediúnico se
transforma em tóxico pesado na vestimenta perispiritual, causando a desarmonia no
metabolismo neuro-orgânico.

O sistema nervoso, como principal agente ou elo de conexão de fenomenologia mediúnica para o mundo
físico, superexcita-se pela contínua interferência do perispírito hipersensibilizado pelos técnicos no Espaço,
e deixa o médium tenso e aguçado na recepção dos mínimos fenômenos da vida oculta. Deste modo, o
trabalho ou intercâmbio mediúnico significa para o médium o recurso que o ajuda a manter sua harmonia
psicofísica, pela renovação constante do magnetismo do perispírito, à semelhança do que acontece com a
água estagnada da cisterna, que se torna mais potável quanto mais é renovada pelo uso.

Na doação benfeitora de fluidos ao próximo, o médium se afina e sensibiliza para se tornar a


estação receptora de energias de melhor qualidade em descenso do plano Superior Espiritual.

2.3 REQUISITOS PARA A ATUAÇÃO EFICAZ DOS PASSES

Como o êxito da ação terapêutica das energias que o passista movimenta depende grandemente do seu
estado de saúde, é natural que ele então precisa:

• devotar-se a uma vida sã;

• escolher uma alimentação mais energética e menos tóxica;

• poupar-se vitalmente;

• fugir das paixões e dos vícios deprimentes

Em face da capacidade de penetração dos seus fluidos depender muitíssimo da sua freqüência psíquica e
equilíbrio mental, é preciso que não se deixe desarmonizar pelas expressões de cólera, ciúme,
maledicência, vingança ou luxúria. O enfermo, por sua vez, também deve elevar o seu padrão psíquico
moral, auxiliando a própria cura por um estado mental positivo, capaz de recepcionar sem desperdício as
energias que recebe do passista.

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20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 8

Em vez de exigir que o passista, por estrita obrigação, deva mobilizar suas forças magnéticas em excesso,
para dissolver os miasmas psíquicos ou as toxinas astrais circulantes no perispírito do enfermo, este deve
ajudar a limpá-lo sob a íntima concentração energética e a confiança na terapêutica fluídica.

O enfermo deve cooperar mentalmente, trabalhando por sua incessante elevação espiritual,
para que o tratamento magnético se torne bem mais eficiente.

Quando coincide uma inteligente sintonia de relações entre o passista e o enfermo, após certo tempo
chega-se a um aproveitamento e efeitos admiráveis, que os mais desavisados chegam a considerar como
resultados miraculosos.

A cooperação consciente e dinâmica do paciente, aliada ao seu otimismo, ajuda-o a formar


clareiras na aura do seu próprio perispírito, favorecendo a penetração do magnetismo mais
pródigo do passista.

Lembra o caso de um copo com água suja, que sempre será mais fácil ser substituído por água limpa desde
que, antes, seja entornada a primeira, pois seria tolice achar mais certo derramar-se a água limpa, aos
poucos, sobre a água suja, até esta ficar limpa. Da mesma forma ocorre com o passe magnético sobre os
cancerosos e outros enfermos; eles precisam, de início, ajudar a volatilizar do seu perispírito a maior
quantidade de massa fluídica perniciosa que se acumula pelos descuidos morais, pela melancolia, pela
descrença, pelos pensamentos depressivos ou torpes. É necessário que também expulsem “de dentro para
fora” o fluido mais sujo da aura, a fim de que se aproveite o fluido limpo da transfusão.

Apesar de ser generalizada a idéia de que o passista se refaz rapidamente da perda dos fluidos que
transmitiu aos enfermos, assim como a sua força magnética é um dom, faculdade ou aquisição que nada
teria que ver com as exigências receptivas do paciente, o certo é que, por maior abnegação e amor
existentes num médium ou passista magnético, o seu trabalho resultará quase inútil desde que o paciente
não empreenda a sua renovação mental, e não se integre ao Evangelho de Jesus, ou mesmo aos
princípios nobres e elevados de qualquer outra doutrina louvável de pedagogia espiritual.

Não seria muito difícil avaliar quão delicada é a tarefa do passista altamente espiritualizado e vibrando em
alta freqüência, quando precisa insuflar suas emanações magnéticas na aura do magnetismo denso dos
enfermos psiquicamente abatidos pelo desânimo ou animalizados pelas paixões grosseiras.

Conforme relata a tradição evangélica, Jesus curava os enfermos pelos simples toque de suas mãos
abençoadas, graças à força extraordinária do magnetismo sublimado e da freqüência elevada do seu
perispírito.

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20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 9

No entanto, sabe-se que muitas criaturas não puderam ser curadas por Ele, pois não apresentavam as
condições morais receptivas para captar o magnetismo sublime do Mestre; em suas auras ainda fervilhavam
as larvas, os miasmas, os bacilos e os germes psíquicos do mundo astral torturado, que opunham
resistência a qualquer insuflação de energia angélica.

Atualmente, existem no mundo os mais variados compêndios de ensinamentos esotéricos e roteiros


educativos de outros movimentos espiritualistas, além do Espiritismo, que ajudam aos próprios médiuns a
disciplinar a sua vontade, melhorar sua higiene mental e física , bem como o controle emotivo, tão
necessário ao êxito da própria terapêutica. Aqueles que souberem aproveitar alguns minutos disponíveis
entre suas obrigações terrenas nesse estudo, hão de auferir conhecimentos que tanto lhes aperfeiçoarão as
condições psíquicas como também os seus recursos físicos.

Os médiuns do futuro serão criaturas disciplinadas por cursos técnicos e conhecimentos científicos,
efetuando o melhor aproveitamento da energia psíquica no serviço mediúnico de transfusão de fluidos
terapêuticos; mas isso será graças ao seu domínio mental sobre os movimentos instintivos do corpo e à
prática da respiração yoga, que melhor purifique a circulação sanguínea e aumente a vitalidade magnética
do corpo.

2.4 NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DO PREPARO PRÉVIO DO PASSISTA

Nem todas as aplicações de passes pelos médiuns produzem resultados terapêuticos benéficos aos
doentes. Não é bastante que os médiuns ministrem passes mediúnicos para alcançarem resultados
positivos; eles precisam melhorar a sua saúde física e sanar os seus desequilíbrios morais.

A simples operação de estender as mãos sobre o enfermo, como um veículo de magnetismo curador, exige,
também do médium o fiel cumprimento das leis de higiene física e espiritual, a fim de elevar o padrão
qualitativo das suas irradiações vitais.

Embora as forças do espírito sejam autônomas e se manifestem independentemente das condições físicas
ou da saúde corporal, o êxito mediúnico de passes e fluidificação da água é afetado quando os médiuns
passistas negligenciam a sua higiene física e mental. Quanto às particularidades profiláticas da higiene
física a ser observada pelos médiuns passistas, em muitos centros espíritas ainda faltam a torneira de água
e o sabão, para que eliminem a sujeira das unhas e das mãos, à última hora, para atender aos trabalhos
mediúnicos.

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20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 10

Malgrado a boa vontade desses médiuns no seu serviço caritativo por “via espiritual”, as suas mãos entram
em contato cotidiano com centenas de objetos, criaturas enfermas, animais, líquidos, substâncias químicas
agressivas, medicamentos, poeira, tóxicos, cigarros, alcoólicos, dinheiro, lenços contaminados, etc.
Na falta de limpeza prévia, elas se transformam, à hora dos passes, em desagradável chuveiro de fluidos
contaminados pelos germes e partículas nocivas a se transmitirem aos pacientes. O uso do sabão e da
água para a limpeza do corpo físico é necessidade essencial com o fito de eliminar do passista a sujidade, o
mau odor e os germes contagiosos que podem afetar os pacientes.

Apesar de muitos espíritas afirmarem ser o mandato mediúnico tarefa puramente espiritual, julgando-se, em
conseqüência, dispensados de quaisquer rituais, preocupações preventivas ou recursos do mundo material
para lograrem bom êxito, hão de concordar que a higiene corporal e o asseio das vestes dos médiuns,
durante suas tarefas mediúnicas terapêuticas, nada têm a haver com rituais, práticas ortodoxas ou
quaisquer cerimônias de exaltação da fé humana.

Espíritos do escol de um Francisco de Assis ou de Jesus poderiam mesmo dispensar quaisquer recursos
profiláticos do mundo material para o perfeito êxito de sua missão junto à humanidade terrena. A luz que se
irradiava continuamente de suas auras, impregnadas de fótons profiláticos, era suficiente para nutri-los de
forças terapêuticas ou preservá-los das germinações virulentas. É óbvio que os médiuns não podem
alimentar essa presunção, pois ainda são espíritos em prova sacrificial no mundo terreno, empreendendo
sua redenção espiritual mediante intensa luta contra as suas mazelas e culpas de existências pregressas.
Ante a falta de credenciais de alta espiritualidade, eles não devem olvidar os recursos profiláticos do
mundo físico, a fim de obterem o máximo sucesso na terapia mediúnica, em benefício do próximo, não
bastando apenas suas boa intenção e a conduta ilibada.

Considerando-se a necessidade de o médium dispensar sério cuidado à higiene do corpo, para o serviço de
passes, a despeito da importância fundamental da sua faculdade magnética, pode-se afirmar, sem dúvida,
que o médium que já possui mais treino e experiência na sua tarefa, tal como ferramenta que se aguça pelo
próprio uso, também há de conseguir melhores resultados do que os obtidos pelos neófitos com todos os
seus resultados profiláticos do mundo material.

Embora existam pessoas que não sofrem quaisquer alterações em sua sensibilidade psíquica, quando
submetidas aos passes de médiuns desleixados e mal asseados, também vale lembrar que os pacientes se
tornam mais receptíveis aos fluidos terapêuticos mediúnicos quando os recebem de passistas que se
impõem pelo melhor aspecto moral, asseio e delicadeza. Se o médium se desinteressar dos preceitos mais
comuns de sua higiene e apresentação pessoal, certamente dará motivo a uma certa antipatia entre os seus
consulentes.

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Entre os pacientes submetidos aos passes mediúnicos, poucos são os que se sentem atraídos e confiantes
no médium que, arfando qual fole vivo, sopra-lhes no rosto o seu mau hálito e respinga-os de saliva,
enquanto ainda os impregna com a exalação fétida do corpo ou dos pés mal asseados. Outros médiuns
ainda acrescentam a tais negligências o odor morno e sufocante do corpo suado, da brilhantina inferior no
cabelo e da roupa empoeirada.

Malgrado essas considerações parecerem algo exageradas, deve-se ter sempre em conta que o êxito da
terapia mediúnica depende fundamentalmente do estado de receptividade psíquica dos enfermos; em
conseqüência, todos os motivos ou aspectos desagradáveis no serviço mediúnico, mesmo os de ordem
material, como é o caso dos passes terapêuticos, reduzem consideravelmente o sucesso desejado.

Nas tradicionais instituições e fraternidades iniciáticas, antes de quaisquer cerimônias ritualísticas e antes
de os seus adeptos exercerem o culto esotérico ou a tarefa terapêutica, devem submeter-se ao banho do
corpo inteiro em água odorante, ou, pelo menos, efetuar a ablução das mãos em líquido profilático.
Comumente eles trocam as vestes de uso cotidiano por outras, limpas e suavemente incensadas,
substituindo os calçados empoeirados pelas sandálias de pano alvo e asseadas.

Em face dos elementos eletromagnéticos que constituem a essência da água, tomar um banho após um dia
estafante proporciona um bem estar saudável e reconfortante.

Certos movimentos espiritualistas como o esoterismo, a teosofia, a rosacruz, a yoga, os essênios e os


fraternistas, costumam queimar incenso em suas reuniões de estudos, meditações ou irradiações, mas o
fazem independentemente de qualquer ritual ridículo ou intenção de neutralizar a ação de espíritos
malfeitores, como ainda supõem certos críticos desavisados da realidade.

Essa prática obedece mais propriamente a um senso de estesia espiritual e sensibilidade olfativa, em
que os seus componentes procuram eliminar odores e exalações desagradáveis do ambiente, substituindo-
os pelo aroma agradável e de inspiração psíquica, que provém do incenso em sua emanação delicada. É
recurso natural usado no mundo físico e condizente com a natureza de um trabalho espiritual elevado, mas
sem qualquer superstição mística ou providência mágica.

Não se confunda, pois, a limpeza das mãos, a substituição das vestes empoeiradas e suarentas pelos trajes
limpos, o banho preventivo ou o próprio aroma agradável no ambiente de trabalho psíquico, com os
preceitos pagãos de ritualismo supersticioso ou cerimônias tolas. Assim como é censurável o fanatismo do
ritual, também são censuráveis a falta de higiene corporal e a ortodoxia cega contra os recursos naturais do
mundo, e que ajudam a melhor sensibilização psíquica.

Não se recomenda uma profilaxia fanática e exagerada, capaz de transformar a mais simples limpeza do
corpo ou do ambiente em implacável formalismo a objetos e rituais; mas também não é aceitável que alguns
médiuns espíritas se apresentem aos centros espíritas com as mãos gordurosas ou sujas de vitualhas
temperadas, enquanto guardam a ingênua presunção de doar fluidos agradáveis e sadios aos enfermos.

O auxílio dos guias de alta vibração espiritual junto aos médiuns não é suficiente para neutralizar o efeito
dessas emanações ou odores, próprios do corpo de carne e não do espírito imortal, pela simples razão de
que se bastasse unicamente a presença de bons guias para que se eliminassem quaisquer surtos
enfermiços ou odores desagradáveis dos médiuns ou do ambiente, é óbvio que estes então seriam
dispensáveis, por não passarem de simples estorvo a dificultar a livre fluência das energias doadas pelos
desencarnados.

As criaturas já santificadas podem prescindir de qualquer rito ou recursos profiláticos do mundo físico na
tarefa de curar o próximo, e, portanto, são verdadeiros condensadores de vibrações do Cristo. Entretanto,
em geral, os médiuns de prova são pessoas defeituosas, enfermas, e algumas até viciadas e de pouca
higiene, ou mesmo preguiçosas, que ainda deixam a cargo de seus guias os problemas e os obstáculos
naturais do mundo físico.

Muitos deles, presunçosos do seu poder mediúnico, e convencidos de que vivem sempre assistidos pelos
espíritos de hierarquia espiritual superior, deixam de mobilizar os recursos próprios do plano em que atuam,
guardando a esperança de que o milagre há de se realizar à última hora.

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2.5 IMPORTÂNCIA DE CONHECIMENTOS TÉCNICOS PARA O PASSE

Ainda são poucos os médiuns que possuem uma noção satisfatória das leis ocultas que disciplinam os
pólos positivos e negativos das correntes eletromagnéticas ou eletrobiológicas, que circulam através dos
seres vivos.

Os médiuns mais ignorantes confundem a técnica dos passes terapêuticos com as vassouradas que
praticam de cima para baixo e de baixo para cima sobre os enfermos, quando então misturam os fluidos
perniciosos com os fluidos vitais benéficos. Não sabem praticar a “descarga fluídica” antes dos passes; não
conhecem as leis de dispersão, de fuga ou polarização dos fluidos perispirituais, e assim toda sorte de
equívocos e tolices quanto à técnica sadia na sua função de passistas, cujos resultados ainda são algo
proveitosos devido à interferência contínua das entidades experimentadas do Astral.

Comumente tais médiuns:

• condensam fluidos revitalizantes sobre órgãos já congestionados;

• dispersam as forças vitalizantes das regiões anêmicas dos pacientes;

• efetuam passes longitudinais nas zonas orgânicas que pedem apenas uma polarização fluídica.

No seu fanatismo cego, muitos médiuns repudiam os ensinamentos mais valiosos de um tratado esoterista
ou de qualquer compêndio teosófico ou yoga que lhes facultariam um conhecimento sensato e sábio ao
manusearem as forças ocultas.

Através das oscilações dos pêndulos radiestésicos, pode-se comprovar facilmente que no corpo humano
circulam as correntes eletromagnéticas de natureza positiva ou negativa, quer movendo-se em sentido
longitudinal, transversal ou horizontal, assim como se polarizam em torno dos sistemas e dos órgãos físicos;
embora essas forças ocultas escapem à afeição dos sentidos humanos comuns, elas podem ser
identificadas pelos médiuns treinados ou criaturas de psiquismo muito sensível e aguçado. Elas
interpenetram e vitalizam órgãos e sistemas de sustentação anátomo-fisiológica do homem, enquanto
carreiam-lhe as impurezas fluídicas e processam as transfusões “etéreo-astrais”, tão necessárias ao
metabolismo espiritual.

Em conseqüência, desde que se cruzem as mãos ou os pés durante os passes mediúnicos ou magnéticos,
obviamente fecha-se o circuito etéreo-magnético dos próprios fluidos em circulação, e que precisam
retemperar-se na fonte terapêutica do mundo espiritual, retornando depois às mesmas zonas do corpo
humano desvitalizado. Por isso, durante os passes mediúnicos ou magnéticos, muitas vezes os pacientes
são advertidos para não cruzarem as mãos ou os pés.

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Se tal prática fosse resultante de superstição ou reminiscência de algum rito de prática de magia, então ter-
se-ia também de subestimar todos os movimentos que os médiuns executam com suas mãos durante os
passes, feitos dentro da técnica magnetoterápica, para distribuir eqüitativamente as forças vitalizantes do
mundo oculto sobre os plexos nervosos dos enfermos.

Quando o circuito magnético é fechado, termina em polarização, isto é, reflui a energia e cessa o seu
contato direto entre o paciente e o passista, assim como baixa o tom do magnetismo do perispírito.
Reduzindo-se a absorvência perispiritual do enfermo, devido à polarização dos fluidos em efusão, ele deixa
de recepcionar as forças doadas pelos passistas, que não penetram no metabolismo psicofísico, e terminam
por dissolver-se no meio ambiente.

2.6 PASSES RECEBIDOS DE MÉDIUM ENFERMO

É tão absurdo alguém pretender dar aquilo que ainda não possui em si mesmo, seja a saúde física ou
espiritual, quanto ensinar aquilo que desconhece. E isso ainda se torna mais grave no caso do passe
mediúnico ou magnético, transmitido por médium que se encontra enfermo, quando então sua tarefa
mediúnica se torna contraproducente, uma vez que ele projetará algo de suas próprias condições
enfermiças sobre os pacientes que se sintonizarem passivamente à sua faixa vibratória “psicofísica”.

Não se recomenda a ninguém que receba passes mediúnicos ou magnéticos de criaturas com
moléstias contagiosas, de moral duvidosa ou de costumes viciosos e censuráveis.

Se o indivíduo que transfundir os fluidos de magnetismo áurico de seu perispírito for de físico enfermiço,
depauperado, ou que traga em sua mente, em efervescência, emoções nocivas, neste caso seus passes
transformar-se-ão em elemento deletério. Não se deduza, entretanto, que o doador de fluidos tenha que
ser um santo; mas sim que seu espírito esteja com “boa saúde”, pois se, por exemplo, em sua mente
ainda estiverem em ebulição as toxinas de uma explosão de ciúme que o tomou de véspera, torna-se
evidente que os seus fluidos não podem ser benéficos!

Conforme há milênios ensina a velha filosofia oriental, “aquilo que está em cima também está em baixo”,
equivalente a “assim é o macrocosmo, assim é o microcosmo”, ou seja, a mesma coisa ou a mesma
verdade está no infinitamente grande e da mesma forma no infinitamente pequeno. Assim, as leis que
regem as atividades do mundo físico são equivalentes das leis semelhantes do mundo oculto, tal
como no caso do equilíbrio dos líquidos nos vasos comunicantes, em que o vasilhame mais cheio flui o seu
conteúdo para o mais vazio. Entre o médium enfermo e o paciente mais vitalizado, a lei dos vasos
comunicantes no mundo “etéreo-astral” transforma o primeiro num vampirizador das forças magnetizadas
que porventura sobram no segundo, ou seja, inverte-se o fenômeno.

Em vez de o médium enfermo transmitir fluidos terapêuticos ou revitalizantes, ele termina


haurindo as energias alheias, em benefício do seu próprio equilíbrio vital.

Assim acontece quando certas pessoas sentem-se mais enfraquecidas depois de se submeterem aos
passes mediúnicos ou magnéticos, ignorando que, em vez de absorverem os fluidos vitalizantes para
recuperar a sua saúde, terminaram alimentando a própria fonte doadora de passes, pois esta se encontrava
mais debilitada do que elas próprias. Deste modo, seria absolutamente contraproducente o fato de uma
criatura submeter-se aos passes magnéticos ou fluídicos do médium tuberculoso, epilético, variolado ou
com febre tifóide, malgrado justificar-se a mística de que “a fé remove montanhas”, pois não basta uma
atitude emotiva de fé ou confiança incomuns para que essas leis sejam alteradas.

É fora de dúvida que todos podem haurir na Fonte Divina e Criadora os fluidos curadores de que
necessitam para o restabelecimento da saúde, mas os médiuns, justamente por serem criaturas
hipersensíveis, ainda são os mais credenciados para absorver o “quantum” de fluidos terapêuticos de que
precisam para transmitir aos seus pacientes.

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Entretanto, eles não devem esquecer que, embora sejam intermediários entre o mundo espiritual e o físico,
a sua função é parecida ao que acontece com a água na mistura da homeopatia, em que, quanto mais água
é adicionada à medicação infinitesimal, tanto mais se enfraquece o energismo da dosagem terapêutica.
Da mesma forma, os médiuns também poluem ou enfraquecem, pela sua estrutura “psicofísica” humana, o
energismo ou a pureza dos fluidos que lhes são transmitidos do mundo superior, e que depois doam aos
pacientes encarnados.

Os médiuns não devem fiar-se exclusivamente nos fluidos puros que lhes podem transmitir
os guias invisíveis, pois a sua própria natureza perispiritual pode poluí-los.

Assim, seria um precedente muito censurável o caso de os guias submeterem os seus médiuns a urgente
profilaxia médica e purificação fluídica à última hora, só porque se encontram enfermos e pretendem dar
passes. Na certeza de serem saneados pelos espíritos superiores, que lhes anulariam as doenças físicas,
as mazelas espirituais e as desarmonias emotivas prejudiciais ao serviço mediúnico terapêutico, então
raríssimos médiuns teriam cuidados ou preocupações com a própria higiene física ou moral para o melhor
desempenho de suas obrigações socorristas!

O médium enfermo não deve dar passes, a fim de não contagiar os seus pacientes.

Os médiuns prudentes e sensatos, embora evitem dar passes, praticar o sopro magnético ou fluidificar a
água, porque estão enfermos, podem, no entanto, transmitir o conselho espiritual benfeitor, o estímulo que
levanta o ânimo daqueles que se encontram moralmente abatidos. Embora convictos de que os seus guias
hão de ministrar-lhes fluidos balsâmicos ou curativos para eliminarem sua doença, mesmo quando só
endefluxados, os médiuns ainda deveriam moderar a transmissão de seus passes ou fluidificar a água, uma
vez que o contágio é mais fácil porque os seus pacientes também se apresentam debilitados em suas
defesas orgânicas.

2.7 O MAGNETISMO CURADOR E A TERAPÊUTICA DO PASSE MEDIÚNICO

Considerando-se que as enfermidades físicas, em geral, são provenientes da desarmonia psíquica,


intoxicação ou debilidade magnética vital do perispírito, os passes magnéticos ou fluídicos são recursos que
proporcionam verdadeiras transfusões de energia através do duplo etérico, insuflando-as pelos plexos
nervosos, ativados também o sistema glandular para proceder às devidas correções orgânicas. Em geral, já
existe uma contínua vampirização do magnetismo humano entre os próprios encarnados quando, sob a
regência da lei dos vasos comunicantes, os mais débeis sorvem as energias magnéticas dos que são mais
vigorosos, ou gozam de mais saúde.

O passe é uma transfusão de fluidos espontâneos e benéficos, sem dúvida tão eficientes e poderosos
quanto o seja o potencial emitido pela vontade do seu agente; pode mesmo ser considerado um elemento
catalisador que, agindo no paciente, acelera-lhe as forças estagnadas e desperta o campo eletrônico do
psiquismo diretor do organismo carnal.

O passista inteligente, regrado em sua vida, senhor de uma vontade forte e afeiçoado à
alimentação vegetariana, consegue insuflar vigorosas cotas magnéticas nos órgãos doentes,
elevando-lhes não só a freqüência vibratória defensiva das células, como também auxiliando
a substituição das células velhas e doentes por outras células novas e saudáveis.

Mesmo no caso da leucemia, do câncer no sangue, o passista pode insuflar o seu potencial magnético em
todo o trajeto do nervo vago-simpático, sobre as ramificações dos plexos nervosos, e comandá-lo
mentalmente para o interior da medula óssea do doente, ativando assim o processo da produção de
glóbulos vermelhos e a troca mais acelerada de novas células.

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Sem dúvida, não se queira obter êxito completo nos primeiros dias de tratamento magnético, pois é o
próprio organismo do doente que, tornando-se receptivo, deve assimilar as energias doadas pelo passista e
distribuí-las a contento de suas necessidades vitais. Só após algumas semanas de transmissão ininterrupta
e disciplinada dos fluidos magnéticos energéticos, é que será possível verificar-se o maior ou menor
aproveitamento do magnetismo que é ofertado pelo passista.

O pouco êxito que se tem observado na maioria desses tratamentos se deve à falta de estoicismo e
abnegação do passista, necessários para devotar-se mesmo por algumas horas ao enfermo canceroso;
outras vezes, é este último que logo se impermeabiliza ante as projeções benfeitoras, uma vez que não
observa o “milagre” da cura nas primeiras insuflações, e perde a confiança na continuidade do trabalho.

Não basta ao passista apenas o seu conhecimento e a sua capacidade vital-magnética para
doar as energias aos mais débeis, mas deve também observar severa exigência do modo de
vida e da sua alimentação.

Na Índia, em alguns casos, os yogues aliviam a carga enfermiça cármica dos seus discípulos aplicando-lhes
intenso tratamento magnético ou absorvendo-lhes algo do elemental irritado, volatilizando-o do meio astral.
Alguns médiuns ou passistas curadores, depois de aplicarem os seus passes, revelam-se assediados pelos
mesmos sintomas que aliviaram dos enfermos, sob o fenômeno da “absorvência magnética”.

O passe magnético, e mesmo o proverbial passe espírita, quando provindo de criaturas de boa saúde e
elevada moral, constituem-se em excelentes potenciais, transferindo ótimas energias magnéticas aos
enfermos e minorando-lhes as dores, no caso de câncer. Há casos em que alguns cancerosos chegam a
dispensar a morfina e desencarnam tranqüilos, apenas porque foram submetidos a um tratamento longo e
intensivo de passes curativos, aplicados por médiuns ou passistas magnéticos de alto critério espiritual.

2.8 AÇÃO E NATUREZA TERAPÊUTICA DOS PASSES MAGNÉTICOS SOBRE O CANCÊR

O homem não é um ser dividido por compartimentos estanques e com a possibilidade de serem eles
avaliados isoladamente do todo psicofísico. Na verdade, ele é centelha imortal, é consciência e memória já
acumuladas no tempo e no espaço, que age através de vários veículos ocultos no mundo invisível, a vibrar
nos seus planos correspondentes, para só depois situar-se na cápsula de carne, que é o corpo físico.
Em conseqüência, como o homem é composto da essência da vida cósmica e também se liga a todas as
manifestações de vida no universo, deve-se considerar que qualquer de suas perturbações íntimas
também há de se refletir no seu todo-indivíduo.

A matéria, como energia condensada, é força disciplinada pela coesão cósmica e submetida às leis que
regulam as polarizações e o intercâmbio recíproco de nutrição energética. O homem, como um organismo
eletrobiológico, também obedece a uma polaridade, que se equilibra pelas cargas negativas e positivas,
para atuar em perfeita sincronia como os movimentos cardíacos e da respiração.Deste modo, as lesões que
se processam no seu corpo físico, quer sejam tumorações cancerosas ou distúrbio leucêmico ocorrido na
intimidade da medula óssea, na verdade devem a sua origem ao elemental criador alterado pela
desarmonia dinâmica dessas correntes eletromagnéticas, que descompensam o potencial de sua
sustentação celular.

Assim, no tratamento do câncer, o passista magnético deve, em primeiro lugar, cuidar de restabelecer o
equilíbrio compensador do fluxo dinâmico das correntes negativas e positivas no todo indivíduo,
operando ao longo do sistema nervoso; só depois que conseguir uma ação eficiente do magnetismo
circulando em todo o organismo do doente, é que deverá concentrar as cotas de energia magnéticas
necessárias às zonas ou órgãos enfermos. Essa transfusão de energias magnéticas, de um pólo positivo
para outro negativo, termina por auxiliar extraordinariamente o corpo físico a empreender as correções
orgânicas para o seu restabelecimento.

Não resta dúvida de que o corpo humano é um absorvente espontâneo de energias boas ou más ; ele tanto
pode se tornar uma esponja ávida por embeber-se de forças superiores que o renovam e o ativam, como
também se transforma no mata-borrão absorvente dos venenos deletérios, desde que o espírito se sintonize
com as correntes baixas do mundo astral inferior.

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O espírito, como um poderoso eletroímã, tanto atrai como repele energias que palpitam livres no seio da
vida cósmica. Ele é sempre um centro de atração magnética; onde quer que esteja e atue, condensa,
liberta, expande ou agrupa as correntes magnéticas ou energéticas, que o ajudam ao mais breve
nivelamento às regiões paradisíacas, ou então a baixar vibratoriamente, sob a lei dos pesos específicos,
estagnando em sintonia com a vida degradada dos mundos deletérios do astral inferior. Deste modo, o
principal papel do passista é o de interferir no campo dessas energias poderosas e canalizá-las para os
enfermos na quantidade e qualidade capazes de lhes renovarem as células doentes ou cansadas, operando
as transformações benéficas nas coletividades microbianas que recompõem os tecidos e órgãos físicos.

Atingindo o ponto de equilíbrio magnético do corpo humano, é este mesmo que passa a operar,
defendendo-se da invasão dos germes e elementos mórbidos, extinguindo quaisquer mazelas ou
excrescências que perturbem a sua harmonia.

O passe magnético terapêutico é de grande proveito no tratamento do câncer, porque este


também é moléstia produzida pelo desequilíbrio eletromagnético na intimidade do ser, com
conseqüente perturbação no trabalho edificativo das coletividades microbianas, que são
responsáveis pela harmonia física e conseqüente organização celular.

A brilhante classificação e a etiologia médico-acadêmica, discorrendo sobre os quadros cancerígenos, na


observação do comportamento dos tumores e na experimentação de novos métodos de tratamento, não
são suficientes para augurar bom êxito terapêutico no tratamento dos tumores do câncer.

Nem mesmo o fato de se isolar algum vírus em experimentação de laboratório seria a desejada solução,
pois, ainda nesse caso, ter-se-ia apenas identificado o “materializador” do morbo psíquico baixado à luz da
observação física, ou seja, o agente que se alimentaria pela condição psíquica morbosa.

Comprovar-se-ia apenas um efeito visível ou sensível ao microscópio, sem que por isso fosse atingida a
origem verdadeira do desequilíbrio enfermiço, situado entre as energias etéreo-astrais do mundo oculto e
responsáveis pela coesão atômica. Mas, ainda nesse caso, a terapêutica mais bem aconselhada sempre
seria a de se restabelecerem as causas espirituais desarmonizadas “de dentro para fora”, ou seja, do
espírito para a matéria. Eis porque o Espiritismo, que, embora se devote fundamentalmente às relações do
espírito imortal para com a matéria, é também doutrina fundamentada na própria ciência humana. Pode
considerar-se também pioneiro da verdadeira terapia humana, pois há cerca de um século e meio já
considerava que a cura das enfermidades físicas, e, portanto, do câncer também, deve começar em
primeiro lugar pela renovação psíquica do doente.

Embora o academicismo, ainda muito preso ao sistematismo científico, considere que os passes
magnéticos não passam de terapia infrutífera, ingênua ou empírica, a realidade é que todo passista
criterioso e de boa envergadura espiritual se torna um indiscutível dinamizador das energias vitais
latentes, armazenadas no próprio enfermo canceroso. O seu trabalho será o de restabelecer a ordem
violada no campo biomagnético do ser humano, cuja desorganização tanto pode provir do conteúdo
subvertido de elementos tóxicos psíquicos acumulados nas vidas anteriores, como do bombardeio
incessante da mente descontrolada pelo ciúme, raiva, cólera, ódio ou crueldade.

O câncer, embora se trate de doença classificada minuciosamente nas tabelas patológicas do mundo,
convinha ser sondado quanto à responsabilidade do espírito doente, que o produz através do desequilíbrio
psíquico! Algumas vezes se verifica, na intimidade de certas criaturas, que o desenvolvimento canceroso
sub-reptício, e ainda ignorado fisicamente, cessou o seu avanço mórbido ou estacionou na forma de tumor
benigno, porque coincidiu com o fato de elas se entregarem a uma doutrina ou treinamento espiritual
elevado, que lhes modificou radicalmente o temperamento irascível.

A energia angélica, quando dinamizada pelo espírito devotado a uma freqüência superior, flui
vigorosamente pelo perispírito, aniquilando miasmas, bacilos, resíduos e excrescências
próprias da astralidade inferior.

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Introdução ao estudo das obras de Ramatís: Estudo da mediunidade
20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 17

Tanto quanto for evoluindo o conhecimento e a aplicação sensata do magnetismo entre os homens,
paralelamente com o desenvolvimento mental e a renovação moral humana, é certo que o caso do câncer
também será solucionado com mais brevidade. Então a medicina cuidará mais de tratar o conjunto humano
doente, desde o espírito até a periferia orgânica de suas células, considerando em situação mais
secundária a entidade mórbida chamada “câncer”. A ciência médica, na sua marcha evolutiva, terminará
reconhecendo o poder curativo dos fluidos magnéticos e consagrará a terapêutica magnética como uma
fonte de novos recursos em benefício da saúde.

2.9 ATUAÇÃO DE PASSES MEDIÚNICOS EM ENFERMOS AGONIZANTES

Para a criatura doente e já em estado pré-agônico, o socorro de passes de um médium que disponha de
vibrações magnéticas balsamizantes consegue acalmar os sofrimentos do enfermo; porém, em
nenhuma hipótese eles evitarão que se processe o determinismo divino quanto à sua vida ou morte. Se, na
ficha cármica do espírito que comanda o corpo doente constar que este, apesar de moribundo, recuperará a
saúde e se salvará, tal fato realizar-se-á infalivelmente, mesmo que a ciência humana preveja e assevere o
contrário.

São comuns no mundo da matéria os caso em que os médicos assistentes de um doente em estado grave
asseguram que ele não escapará; e afinal, de modo imprevisto, o enfermo se recupera e não morre.
Noutras vezes, dá-se o inverso: a ciência médica afirma que o doente está salvo; e logo depois, a moléstia
se agrava e ele falece.

Em certos casos, o socorro calmante produzido pelos passes pode sustentar-lhes a vida vegetativa por
mais algum tempo; pode, enfim, contribuir para prolongar-lhe o estado comatoso ou agônico, pois o passe
magnético é uma transfusão de fluido vital; em tais condições, o que na realidade se consegue com esses
passes é prolongar-lhes o sofrimento! Portanto, não é, propriamente um “benefício” nesse caso.

É mais acertado dizer que os passes vitalizantes nos moribundos prolongam o tempo do
sacrifício da desencarnação.

Considerando-se, no entanto, por um lado o fatalismo da morte, e por outro o caso de salvar-se somente
aquele que ainda deve permanecer na matéria, ou que ainda revela a cota vital suficiente para viver, então
não se deve desprezar também o socorro dos espíritos desencarnados juntos aos moribundos.

Desde que se estabeleça um clima de confiança, de bons sentimentos, preces afetuosas e compreensão
espiritual, em vez dos costumeiros brados aflitos ou das ladainhas movidas apenas pelos lábios, é óbvio
que os espíritos desencarnados terão melhor ensejo de produzir a cura inesperada, se assim for da vontade
do Alto. Sem dúvida, ser-lhe-á mais difícil tentar socorrer o moribundo mergulhado num oceano de fluidos
mortificantes e ainda preso aos grilhões do magnetismo humano, alimentado pelo desespero e pela
turbulência dos familiares inconformados. Se, apesar de todos os esforços médicos, o doente ainda agoniza
em processo liberatório, é porque a Lei do Carma assim determina, nada cabendo de culpa ao médico ou
ao médium, que tudo fazem para salvar o paciente.

Não será a medicação violenta e tóxica que poderá ajudá-lo no transe final; mas, se algo for determinado
pelo Alto, pode-se crer: a água fluidificada, o passe mediúnico ou a prece sincera mobilizarão as forças de
urgência para a recuperação miraculosa!

A interferência espiritual superior, nesse caso, necessita de um ambiente tranqüilo para exercer sua ação
benfeitora, tal qual a luz do luar só é refletida com nitidez na superfície do lago sereno, e não sobre a crista
das ondas revoltas!

2.10 “PAPA PASSES”

Alguns adeptos espíritas viciam-se aos passes mediúnicos, assim como os fumantes inveterados
escravizam-se ao fumo, ou então como certos católicos que se habituam à missa todas as manhãs.

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20. Mediunidade de cura e terapêutica dos passes 18

Outros, embora gozem de excelente saúde, entram na “fila” de passes e vampirizam os fluidos terapêuticos
que poderiam nutrir a outros mais necessitados e realmente enfermos. Mas essa viciação cômoda é
justificada graciosamente com a desculpa de que o passe não é desvantajoso mesmo para os sadios, pois,
em qualquer circunstância, sempre “faz bem”.

Fontes bibliográficas:

1. Mediunidade de Cura – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 7ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989, 240p.

2. Elucidações do Além – Maes, Hercílio. Obra mediúnica ditada pelo espírito Ramatís. 6ª ed. Rio de
Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

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