Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diversos
Dedicatória e Agradecimento
Dedicatória
Agradecimento
[1] Nota da Editora: vide, às páginas 163-167 [do livro impresso], reprodução de
alguns originais psicografados por Chico Xavier, nos quais ele anotou, de próprio punho,
os nomes das entidades espirituais presentes ao culto.
Prefácio Espiritual
A grande humanidade cristã do porvir
Anna Nery n
11 de outubro de 1944
***
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
[2] Nota da Organizadora: Anna Justina Ferreira Nery foi a primeira enfermeira do
Brasil. Nasceu em 13 de dezembro de 1814, em Cachoeira de Paraguaçu | BA, vindo a
desencarnar no Rio de Janeiro | RJ, em 20 de maio de 1880. Vide dados biográficos
completos à página 150.
[3] Nota do Compilador: Todos os prefácios nos livros de Francisco Cândido Xavier
foram recebidos na conclusão do livro, indicação segura de sua data de edição, embora,
muitas vezes, houvessem sido publicados posteriormente, como é o caso do presente
volume. A data colocada entre colchetes é a mesma da mensagem mais tardia deste
livro impresso em 2008, que é a lição nº 37 intitulada “Nunca nos interessou a vida
estagnada da retaguarda”. Lembramos ainda que a mensagem acima de Anna Nery
recebida em 11/10/1944 foi colocada aqui “À guisa de prefácio”.
*****
CAPÍTULO 01
Minhas palavras serão poucas
02/01/1936
Pêgo Junior n
1899 com o Dr. Aurélio de Amorim, oficial do Exército, e foram residir no Alto da Boa Vista.
Notando a ausência de escolas naquela localidade, D. Júlia empenhou-se junto à
Prefeitura Municipal para que ali se fundasse uma, cedendo uma de suas salas para que
funcionasse a primeira escola do Alto da Boa Vista, mais tarde substituída pela Escola
Menezes Vieira, ainda hoje existente no populoso bairro, da qual foi a primeira diretora.
De família espírita, D. Júlia Pêgo de Amorim fez-se abnegada trabalhadora da Doutrina.
(…) Ao longo da obra, o leitor verificará que o Marechal a chama também,
carinhosamente, de Julinha.
[3] Ambrósio era irmão de vovô Aurélio e foi casado com a norte-americana Marie
Benson.
[4] Pêgo Junior: outro modo como o Marechal Antonio José Maria Pêgo Junior
assinava seu nome. Algumas mensagens também são assinadas por ele como Antoninho
ou tão somente Pêgo.
*****
CAPÍTULO 02
Trabalho levado a efeito nas organizações da Cruz
15/02/1939
Antoninho
[1] Notas da Organizadora: Vide dados históricos à página 155. No livro Deus conosco,
editado pelo Vinha de Luz em 2007, Emmanuel, em mensagens ao vovô Aurélio, datadas
de 16 de abril de 1941, à página 157, e de 10 de março de 1943, à página 192, faz
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
referência ao seu trabalho junto à “cruz” dos militares, ou seja, à Irmandade da Santa Cruz
dos Militares.
[2] Engrácia Ferreira era tia de Júlia, ou Julinha, filha do comunicante e esposa do
General Aurélio de Amorim. “(…) Engrácia Ferreira, pioneira do alfabeto Braille para cegos,
desencarnou a 21 de abril de 1937. Menos de um mês depois, a 6 de maio, comunicava-
se através de Chico Xavier dando uma mensagem dirigida a D. Júlia, solicitando a
continuação de sua obra. Onze dias depois, Chico recebe a segunda mensagem, na
própria grafia do Braille, que foi publicada em “Reformador” de junho de 1938. Diz uma
nota de rodapé da revista que o médium, por não conhecer o alfabeto Braille, levou duas
horas para receber tal comunicação psicográfica, que foi assim transcrita: “Minha boa
Julinha, a paz de Deus, nosso Pai, seja em teu generoso coração, sempre tão cheio de fé.
Trabalhemos pelos cegos, minha filha, pensando que a cegueira do espírito é bem mais
triste que a dos olhos. Hei de ajudar-te com o favor de Deus. A tia, Engrácia.” No dia 76 de
novembro de 1938, transmite a 3ª mensagem, sugerindo que ela transpusesse para o Braille
determinado dicionário de Português, obra que havia deixado inacabada. D. Júlia,
atendendo à solicitação da querida amiga espiritual, aprendeu sozinha o alfabeto Braille,
copiando letra por letra. Para certificar-se, pediu a um cego que lesse o que havia escrito,
cujo resultado encheu-lhe de alegrias. A partir daí, transformou-se numa verdadeira
missionária do Braille. Reuniu em sua casa várias senhoras interessadas nessa obra de
altruísmo — na prática do ensino do Braille. Em 7939, iniciou a transcrição do Dicionário da
Língua Portuguesa, de autoria de Hildebrando Lima e Gustavo Barroso, cujo trabalho
durou cerca de quatro anos, dando, ao todo, 64 volumes. Em 1945, Chico Xavier recebeu
a 5ª mensagem do Espírito Engrácia Ferreira, agradecendo à sobrinha o atendimento e o
valioso trabalho em prol dos cegos. D. Júlia iniciou um curso gratuito do Braille no centro
da cidade, visando maior número de colaboradores. Transcreveu para esse alfabeto
inúmeras obras espíritas e não espíritas, entre as quais O Evangelho Segundo o Espiritismo,
Agenda Cristã, Cartas do Evangelho, Voltei, Pequenas Mensagens e muitas outras, todas
doadas à Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB). A sua desencarnação ocorreu no
Rio de Janeiro, em 29 de novembro de 7974, aos 95 anos de idade, dos quais 37 dedicados
à Doutrina Espírita e ao Braille. Deixou exemplos dignificantes de quanto vale entender o
Evangelho de Jesus e sua Doutrina, que enseja a fé raciocinada, capaz de separar a letra
que mata do espírito que vivifica.”
*****
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
CAPÍTULO 03
A recordação amorosa é um bálsamo
08/04/1942
Pêgo
*****
CAPÍTULO 04
O conforto que esta visita me trouxe
12/08/1942
Não sei como lhes dizer do conforto que esta visita me trouxe. Estou muito
confortado. Longa foi a luta e tenho a impressão de que meu
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Feliciano
[1] Notas da Organizadora: Marechal Feliciano Mendes de Moraes era pai de Clóvis,
marido de Aurélia, filha de Aurélio e Júlia. Mensagem recebida com utilização da
prancheta por Chico Xavier e minha mãe, Maria Joviano. Meu pai, Rômulo Joviano, fez as
anotações. Vale ressaltar que a prancheta, segundo o Dicionário de Parapsicologia,
Metapsíquica e Espiritismo, de João Teixeira de Paula, é conceituada como “(…) peça
móvel em que há um indicador (ou ponteiro), que percorre mediunicamente o alfabeto
(em forma de quadrante), os algarismos de 0 a 9 e as palavras SIM e NÃO ali colocados e
por meio dos quais se obtém comunicações espíritas. (…)” PRANCHETA. IN: PAULA. João
Teixeira de. Dicionário de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo. São Paulo: Empresa
Gráfica da Revista dos Tribunais, 7970. p. 71-73.
*****
CAPÍTULO 05
O serviço educa, a preocupação aperfeiçoa
24/03/1943
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Antoninho
[1] Nota da Organizadora: Em referindo-se ao trabalho de transposição para o Braille
do Dicionário da Língua Portuguesa, de autoria de Hildebrando Lima e Gustavo Barroso,
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
*****
CAPÍTULO 06
Aqui guardamos também o patrimônio das ideias
14/04/1943
Antoninho
[2] Trata-se de Amélia Brandão Amorim, minha bisavó materna, mãe do vovô Aurélio.
*****
CAPÍTULO 07
Firmeza e dedicação são a nossa senha
17/01/1945
Meus caros filhos, que a paz divina felicite a todos, imprimindo-lhes novas
energias espirituais no desempenho das tarefas a que foram chamados.
Sempre que a oportunidade me oferece recursos favoráveis, venho visitá-los,
prazerosamente. Todavia, o ensejo da permanência de Julinha e Aurélio no
santuário da família constitui uma obrigação para que eu lhes fale mais
diretamente, vazando o meu coração no espírito amigo de vocês todos.
Sejam para você, meu caro Aurélio, as minhas palavras iniciais, no
sentido de felicitar-lhe a ação decidida em nossos círculos de trabalho.
Quero dizer de sua colaboração efetiva na Cruz, através da qual tantos
servidores devotados passaram trabalhando. São muitos os companheiros
que cooperam consigo na obra de supervisão dos nossos interesses coletivos.
Creia que a nossa tarefa — a sua na instituição propriamente considerada, e
a nossa de cooperadores indiretos —, é bem grande e que a colheita de
semelhante semeadura não pode ligar-se às questões de imediatismo do
mundo.
Em sua experiência de provedoria terá notado como é difícil esclarecer
assuntos e harmonizar temperamentos heterogêneos para os mesmos fins. Por
vezes, Aurélio, e digo com conhecimento pessoal, é mais penoso administrar
no campo da paz que movimentar energias em campo de luta. Aliás, é
forçoso reconhecer que isso é natural! A batalha silenciosa dos princípios
educativos na vida comum é de todos os tempos e condiz com a nossa
própria evolução para a vida mais alta! Urge, porém, não desanimar!
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
cérebro dos que não possuem luz para os olhos está renovando e
aumentando a sua própria luz espiritual!
Todo o bem que praticamos, Julinha, se reverte em nosso benefício. É da
lei que todo aquele que dá com amor seja recompensado,
centuplicadamente, pela própria vida que, no fundo, é amor de Deus,
Criador e Pai nosso! Há tantos amigos deste lado ajudando a vocês que,
francamente, é mais razoável que não lhe conheça você o seu número, a
fim de que não se estabeleçam perturbações na obra em curso.
Tenho a dizer-lhe que a nossa irmã Áurea Celeste vem trabalhando
ativamente em nossa esfera, no sentido de manter intacta a obra de amor
cristão que a sua nobre alma conseguiu instituir na Terra e vem apelando
para todas as cooperadoras sinceras e dedicadas da casa de João
Evangelista. n Já a visitei, junto de amigos espirituais, e ela falou-me em seu
concurso com muito carinho!
Desdobremo-nos, minha filha, a serviço de todos. O que se fizer no bem
efetuar-se-á para o nosso próprio bem. Sua mãe vem auxiliando Esther
quanto possível e todos nós, embora interessados na aquisição de luz eterna,
continuamos operando e cooperando pela tranquilidade familiar. n
Antoninho
[1] Notas da Organizadora: Refere-se a Diógenes de Abdera (423-327 a.C). “Ele era
uma figura atípica que, incompreendido pelos contemporâneos de sua época, apontava
os defeitos de seu tempo. Para isto, fazia uso de uma lanterna acesa em pleno dia,
dizendo: “Procuro um homem honesto.”
[2] Refere-se a Áurea Celeste, fundadora do Asilo Espírita João Evangelista, localizado
na Rua Visconde Silva, 96, em Botafogo, Rio de Janeiro | RJ. O asilo recebe meninas órfãs
e vovó Júlia, por muitos anos, deu, gratuitamente, aulas para as meninas.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
*****
CAPÍTULO 08
A esperança não é perfeita sem a paciência e a conformação
24/01/1945
Meus amigos, boa noite com os meus votos a Deus pela paz de todos.
Venho cumprir meu dever convosco, apresentando-vos a minha
gratidão pelos serviços prestados ao meu nobre Clóvis, nestes tempos difíceis
de luta, tempos de trabalhos purgatoriais, em que somente as almas
verdadeiramente amigas sabem oferecer os tesouros da cooperação fiel.n
Muito me constrange o coração de um pai a análise das situações
melindrosas de família, mormente quando esse pai, pelas imposições da
morte, não mais integra o quadro doméstico. Entretanto, apesar do meu
sofrimento moral ante as dificuldades em curso, valho-me de todos os ensejos
ao alcance de minhas possibilidades restritas para retribuir ao filho doente
pelo menos uma pequenina parte do quanto lhe fiquei a dever.
Infelizmente, as lutas agravaram-se para o seu organismo combalido. As
forças de reação foram reduzidas ao mínimo e o nosso pobre enfermo foi
obrigado a capitular. É a prova útil, meus amigos, prova que compreendeis
muito mais que eu mesmo, embora as nossas diferenças de Plano. É que o
meu velho coração apenas atualmente começa o serviço de alfabetização
espiritual.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Feliciano
*****
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
CAPÍTULO 09
O homem só é verdadeiramente admirável quando…
04/04/1945
Antoninho
*****
CAPÍTULO 10
Nosso padrão militar nunca foi a vantagem fácil
27/03/1946
Aurélio, meu bom amigo, antes de tudo peço a Deus por sua saúde, junto
de Julinha e de meus netos, desejando-lhes muito bem-estar!
Não preciso tecer longos comentários em torno do ano que findou —
período difícil, em que a sua serenidade e prudência foram frequentemente
colocadas à prova.
Muitas vezes, acompanhei-o, passo a passo, as lutas, nos entendimentos,
nas conferências. Sabia que todos os patrimônios materiais e morais da Cruz
vinham sendo ameaçados de perto.
A Cúria, em diversas ocasiões, estabeleceu compromissos e organizou
conciliábulos secretos, no sentido de impor modificações que perturbariam a
estrutura de nosso esforço de tantos anos de serviço, perseverança e
realização.
Outros dedicados cooperadores do plano espiritual e eu nos orgulhamos
da sua calma e resistência na hora precisa.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Antoninho
[1] Nota da Organizadora: Em referindo-se à missão de vovó Júlia junto à Sociedade
Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB).
*****
CAPÍTULO 11
Vamos para a frente sem desânimo e sem vacilações
17/04/1946
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Pêgo Junior
[1] Nota da Organizadora: Em referindo-se à Engracinha, tia de vovó Júlia, que a inspirou
para os trabalhos em benefício dos cegos e que resultaram, como já mencionado em
nota anterior, na transcrição, para o Braille, do primeiro dicionário em língua portuguesa.
*****
CAPÍTULO 12
Imprescindível combater a astúcia e a má-fé
22/01/1947
Antoninho
[1] Nota da Organizadora: Sobre a entidade espiritual, João Propício Menna Barreto, não
nos foram dadas maiores informações.
*****
CAPÍTULO 13
Entrelaçar corações e pensamentos em torno de Jesus Cristo
05/05/1948
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Meu caro Aurélio, minha prezada Julinha, Deus lhes conceda muita
saúde e paz, bem-estar e bom-ânimo, abençoando-os junto de quantos nos
são queridos ao espírito nos caminhos da vida.
Venho visitá-lo, especialmente, meu estimado Aurélio, trazendo-lhe ao
coração a certeza de nossa aprovação às suas realizações na Cruz. Com
razão, o título de benemérito lhe cabe ao nome de amigo devotado da
instituição confiada ao nosso carinho e vigilância.
Não pode calcular o contentamento de seus amigos deste plano, pela
receptividade que demonstrou nos últimos tempos, quando nos foi
necessário, tantas vezes, terçar armas silenciosas de vigilância contra as
surpresas desagradáveis que nos ameaçaram a organização. Felizmente, seu
espírito prevenido e generoso não dormiu nas ocasiões difíceis. Nosso
patrimônio foi preservado, nossos programas cumpridos. As lutas da
atualidade exigiram a presença de uma observação acurada quanto a sua,
habilitada a penetrar na intimidade dos problemas.
Tão grandes, Aurélio, foram os serviços que o seu devotamento nos
prestou à causa que, sinceramente, lastimamos sua compulsória retirada da
Provedoria. As exigências orgânicas, contudo, assim reclamavam. Aceite,
meu amigo, este período de repouso, com a resignação do soldado que se
vê compelido a respeitar superiores injunções. Sei quanto lhe pesa a
obrigatoriedade do descanso. Sua formação não se compadece com a
poltrona permanente. Precisa de movimentação, de atividade, serviço e
luta.
Entretanto, momentos surgem nos quais devemos ceder aos imperativos
da vida e da experiência humana. A hora recomendava certa inatividade
para o seu campo físico e esperamos esteja tranquilo. Aqui estamos, pois, a
fim de felicitá-lo pelas duras batalhas sem sangue que sustentou, garantindo-
nos a integridade da Cruz que ampara os militares do Brasil.
Seus testemunhos de inteligência não foram menores que os seus
sacrifícios pessoais e orgulhamo-nos, com lealdade, de sua cooperação
digna e eficiente. Seus antecessores sentem-se honrados e felizes pelo
concurso que nos trouxe a continuidade da obra de benemerência,
espiritualidade e educação através do tempo. Agora aguardamos que se
refaça para retomar o leme. Quem, como nós, não sabe viver com a
vocação da disponibilidade encontra razões de serviço em toda hora e em
toda a parte!
Temos muito a fazer e não podemos prescindir da colaboração de sua
companhia e de sua elevada compreensão. Achamo-nos diante de um
mundo em indescritível perigo! Todas as nossas forças espirituais, nos planos
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Pêgo Junior
[1] Nota da Organizadora: Em referindo-se a Amélia, minha bisavó materna, mãe do vovô
Aurélio.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
*****
CAPÍTULO 14
O Exército é também uma instituição de Fundamentos Divinos
12/05/1948
Meu amigo General Aurélio, Deus nos abençoe e fortaleça a todos. Todo
o serviço nobre é uma associação entre amigos encarnados e
desencarnados. A morte é uma compulsória de interpretação difícil,
mormente quando nos falece o preparo espiritual. Contudo, não nos exonera
das obrigações de evoluir, purificar e aprender.
Bem-aventuradas são as suas cogitações no terreno espiritual!
Constituem para seu espírito operoso e empreendedor uma riqueza de
características eternas! Pudéssemos todos receber na Terra a necessária
iluminação, em nos referindo às claridades do Evangelho redentor, e outra
situação seria a nossa na esfera nova a que fomos chamados.
O Exército é também uma instituição de fundamentos divinos. Por vezes,
o soldado ensarilha as armas no chão do mundo para aprender a rezar fora
do corpo físico. Entretanto, os valores da disciplina construtiva não se perdem
nunca! Graças rendamos ao Supremo Poder pelas bênçãos que nos
permitem reunir aqui os nossos sentimentos e pensamentos.
Siga seu brilhante caminho, meu amigo! Não é preciso que estejamos na
carne para trocar vibrações de simpatia e reconhecimento. Somos aqui tão
somente viajores que se afastaram da retaguarda. Da frente de combate em
que nos unimos, saudamos seu coração de soldado e de homem de bem.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Roberto Ferreira
*****
CAPÍTULO 15
A realização que nos cabe é infinita
12/05/1948
*****
CAPÍTULO 16
Os sentimentos são os mesmos
12/05/1948
*****
CAPÍTULO 17
Construir com a eternidade
12/05/1948
*****
CAPÍTULO 18
Dar significa mais que receber
12/05/1948
*****
CAPÍTULO 19
Seduzido pelo trabalho espiritual
04/06/1948
*****
CAPÍTULO 20
O processo de transição da Terra
02/07/1948
Meu caro Aurélio, minha prezada Julinha, Deus nos fortaleça e abençoe
a todos.
Coube-me a satisfação de trazer-lhes o abraço da noite em nome de
muitos dos nossos companheiros e amigos presentes. Que o nosso divino
Médico lhes conserve a alegria, a saúde e a paz!
Você, meu estimado Aurélio, prossiga cuidadoso no que se refere às
escadas, porque, com a graça do Senhor, sua posição física está
plenamente restaurada, compelindo-nos à cautela precisa na manutenção
dos bens recebidos.
Continue operoso e firme, ao lado da Cruz. O conselho médico é bem
inspirado. Entretanto, não considere por definitivo o seu afastamento da
Provedoria. Reclamamos, realmente, mais tempo para a concretização
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Pêgo Junior
*****
CAPÍTULO 21
A maré passa e o mar fica
17/09/1948
Pêgo Junior
[1] Nota da Organizadora: Vovó Júlia aniversariou no dia 15 de setembro,
completando, naquela data, 69 anos.
*****
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
CAPÍTULO 22
A hora é de “força por dentro”
Oficial Severiano
20/10/1948
Severiano
*****
CAPÍTULO 23
Saber cumprir ordens, como poucos
26/01/1949
tratamento de uns tantos dias. Logo após você retomará a sua posição de
chefia e seguiremos adiante.
Muitos amigos de nossa venerável instituição se desvelam por sua
recuperação, de ordem geral. Não nos cansamos de colaborar, de algum
modo, para que o benemérito companheiro de lides edificantes nos sinta a
presença espiritual, através da calma e da resistência com que a luta vai
sendo liquidada por seu esforço. A vida humana em si, meu prezado Aurélio,
é uma contenda importante e quando a experiência se mistura com os
imperativos da saúde, o conflito é sempre mais vasto, mais duro, maior!
Não se abata, porém. Mobilize, na fortaleza do cérebro e do coração,
as sentinelas da fé renovadora da confiança em nosso Senhor Jesus e em
seus amigos daqui e do plano terrestre, e verá que o triunfo natural não será
tão demorado quanto à primeira vista parece. Guarde o espírito claro, as
ideias serenas, o sentimento firme e continuaremos a viagem. O porto do
reajustamento surgirá dentro em breve.
Quero agradecer as suas lembranças carinhosas ao meu nome e as
humildes intercessões de minha boa vontade. Estamos juntos como não
podia deixar de ser e “não nos perca de vista” em seu pensamento.
Permanecemos muito mais unidos agora que você tem sido obrigado a
excursionar, com mais assiduidade, nos campos da meditação e da procura
espiritual.
Muito satisfeito com a nossa Julinha, peço a Deus a abençoe pelo
reconforto que a sua ternura nos oferece. Lembro-me de antigo autor, que
nos afirma, com muita propriedade, que “a mulher sempre é mãe” e sinto
justificada alegria em reconhecendo na filha querida, que o Senhor a você
confiou por esposa, um gênio maternal para todos nós!
Espero que a alegria e a paz reinem em nosso círculo hoje e sempre!
Deixando-lhes as minhas visitas afetuosas, pede ao divino Médico por seu
restabelecimento e pela sua paz e bom-ânimo, junto de lulinha e de todos os
nossos, o velho amigo de sempre,
Pêgo Junior
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
*****
CAPÍTULO 24
Médico espiritual
02/02/1949
Meu caro General Aurélio, boa noite, com os meus votos de muita paz a
todos.
Amigo de seu trabalho em favor dos militares, nossos irmãos, não podia
furtar-me ao prazer de cooperar na solução ao problema de assistência à
sua saúde.
Claro que o companheiro de muitos não poderá viver sem a gratidão de
muitos outros e, na verdade, somos um pequeno exército afetivo, laborando
por alimentar-lhe as forças, restaurando-as como se faz preciso.
Temos aqui vários amigos de sua estimada família. Entretanto, por ser
médico espiritual, em tarefa de colaboração no seu tratamento,
constrangeram-me todos a falar consigo, sendo esta a razão pela qual sou
eu o visitante direto desta noite, esperando me desculpem o
comparecimento improviso.
Felizmente, suas energias nos correspondem à expectativa, em virtude
de sua elevada capacidade de resistência moral. Conheço, por experiência
própria, o que lhe ocorre. As campanhas mais difíceis se ser vencidas são
aquelas que as circunstâncias estabelecem dentro de nós mesmos. Mas
ainda falecem as reservas de coragem, serenidade e paciência…
Não creia que os muitos remédios nos ofereçam grandes vantagens. Há
ocasiões em que a medicação é favorável numa porta e intrusa em outra,
na intimidade da casa orgânica. Os modos e os processos espirituais de luta,
acima de tudo, são os nossos recursos curativos mais importantes!
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
descansam, por alguns dias, regressarão à lide para a vitória real! Deus lhe
refaça as forças, permitindo-nos o contentamento de seu acesso à batalha
de novo. Um soldado não tem, nem pode ter, para com outro soldado outra
linguagem que não seja esta de confiança, estímulo, calma e valor silencioso
e ativo.
Com os meus votos ardentes pelo seu integral reerguimento físico, e
cumprimentando-lhe os familiares que aqui se reúnem, sou o seu amigo,
companheiro e admirador,
Ismael da Rocha
*****
CAPÍTULO 25
O leme expresso na mente
23/03/1949
Rio, somos de opinião que a sua permanência não seja, nesta altitude,
superior a três meses. Em abril próximo, poderá atender às suas necessidades
de regresso nesse quadro de tempo.
Creia, contudo, que o seu revigoramento fisio-neuro-psíquico é
indispensável! Suas energias, seus recursos orgânicos, seu humor e a sua
capacidade de auto-refazimento lucraram sensivelmente nesta visita aos
filhos! De nosso lado, continuaremos ao seu inteiro dispor, colaborando com
sua maternal enfermeira, na obra agradável de reerguimento de suas forças
gerais.
De novo, na capital da República, entretenha o pensamento em
passeios úteis e recreativos, e não se sobrecarregue de excessivos cuidados.
O repouso por lá é uma tecla em que o seu próprio coração deve insistir com
calor. Por agora não lhe convirá muita atividade na instituição que lhe é e
nos será sempre venerável e querida a todos — a Cruz dos Militares.
A administração humana da Casa, com os seus percalços e dissabores
espontâneos, não deve interferir, de pronto, nas melhoras obtidas e
consolidadas. Consagremo-nos à dilatação e conservação delas!
Eu sei que o soldado que se levanta na guerra dificilmente se afasta da
posição combativa. Entretanto, o interesse geral reclama esse descanso
compulsório de suas forças para que a sua cooperação regresse mais
preciosa e fundamental na hora em que puder retomar o seu posto na
orientação amplamente.
Não veja qualquer impertinência de nossa parte nestes lembretes.
Guarde-os por avisos médicos e de médico que andou igualmente fardado,
conhecendo de perto o valor e o fascínio de uma paixão digna e brilhante
como a que lhe ferve no peito de lutador, que sempre desconheceu a
disponibilidade e a reforma no interesse dos seus companheiros. Lembre-se,
no entanto, que o grande acidente é de ontem. Setembro é um passado
excessivamente próximo e ante o volume das melhoras que já conseguiu
aguardemos mais tempo na posição de reajustamento benéfico.
Nossa visita respeitosa aos seus familiares. Receba um grande abraço do
amigo e servidor muito grato,
Ismael
[1] Notas da Organizadora: Em referindo-se a Rômulo Joviano, meu pai.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
*****
CAPÍTULO 26
Articular em ordem as nossas emoções
18/01/1950
Meu caro General Aurélio, Deus nos abençoe. Venho trazer-lhe a minha
visita fraterna, significando-lhe a nossa estima e assistência de todos os dias.
O nosso companheiro Ismael da Rocha continua vigilante em seu
tratamento. Pede-lhe, porém, que se mantenha no mesmo padrão de
segurança íntima porque o fenômeno do reerguimento orgânico não se
opera de improviso.
Em suas meditações, não olvide que a nossa cordialidade prossegue
inalterável. Não se passa um dia em que o pessoal de nossa instituição deixe
de comparecer ao plantão da fraternidade, ministrando-lhe forças
renovadoras ao campo físico.
É problemático o nosso triunfo nas armas na Terra, meu caro amigo,
porque chegará sempre um dia em que seremos constrangidos a comandar
o reino de nós mesmos! Dirigir as células do corpo ou articular em ordem as
nossas emoções para que a mente seja honrada em seu posto de chefia é
mais difícil que presidir um exército humano, constituído de soldados
indisciplinados ou intransigentes. Sei esta lição de cor e quando voltar aos
círculos da carne terei suficiente cuidado no curso preparatório dessa
natureza.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Belarmino Mendonça
[1] Nota da Organizadora: Sobre a entidade espiritual, Lydio Porto, não nos foram
dadas maiores informações.
*****
CAPÍTULO 27
O exemplo de Paulo de Tarso
25/01/1950
Meu caro Aurélio, minha querida Julinha, Deus nos abençoe ao lado de
todos, renovando-nos as energias no serviço do bem. Muito especialmente,
meu prezado Aurélio, dirijo-me a você na noite de hoje para lembrar ao seu
coração, que conservo por filho do meu próprio coração, a nossa assistência
constante.
A reunião espiritual da Cruz na noite de hoje, e da qual estou
regressando, versou em derredor do exemplo de Paulo de Tarso. n A
Cristandade comemora-lhe hoje a conversão no caminho de Damasco e nas
comunidades espirituais, vizinhas da Terra que vocês ainda pisam, estas
recordações são mais vivas e, sinceramente, mais belas pelas dádivas de
reconforto que recebemos de mais altos círculos, em nossas manifestações
de fé.
Claro está, meu amigo, que o seu nome esteve intimamente ligado às
nossas preces. Notamos o seu abatimento e desânimo, menos registráveis
pelos netos nos últimos dias, e pedimos renovação de forças para o seu
coração. Não nos esqueçamos do grande convertido de Damasco, homem
áspero, de ação inesgotável, antes da visita do Senhor, e companheiro
valoroso e fraterno, com a mesma atividade indefinível depois dela!
Todos nós, os que temos passado pelos setores da administração no
mundo, com raras exceções, à maneira de Paulo temos conhecido a
autoridade, o poder e a determinação, nem sempre usados em suas mais
altas expressões de subida ao plano divino e quando a verdade nos fortalece
através da visita sublime da revelação de infinito e eternidade, precisamos
guardar o mesmo tom de fortaleza e desassombro para não desmerecer os
dons recebidos.
É indispensável não nos acomodarmos com a ideia de inutilidade ou de
impossibilidade nas linhas em que nos movimentamos. No fundo somos, cada
um de nós, um centro de inteligência viva e atuante, corrigindo, melhorando,
elevando e aperfeiçoando sempre, quando já aprendemos a gravitar para
o Mais Alto.
O apóstolo dos gentios foi um dos mais bem acabados padrões de
varonilidade cristã, agindo e criando sempre para o lado melhor da vida, até
mesmo quando a espada romana lhe decepou a cabeça de herói, jamais
anulado ou envelhecido no espírito imperecível. Do primeiro momento de
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Damasco até o fim do corpo, outro pensamento não lhe animou a candeia
do cérebro que não fosse o de renovação e entusiasmo na luz e no bem!
Não precisarei narrar aqui quanto lhe ocorreu no desdobramento do
serviço apostólico, porque o amor de todos vocês ao Evangelho torna
desnecessária qualquer consideração histórica ou propriamente verbalística.
Basta, meu caro Aurélio, que lhe lembremos a figura excelsa de lutador
intimorato, valoroso na fé e na esperança, firme nos propósitos superiores e
incansável no infinito bem.
Com ele aprendemos que os patrimônios materiais podem desaparecer,
que as dificuldades podem sobrevir, que a sombra pode cercar-nos, mas que
os galardões do espírito são imperecíveis, que a nossa alma, em toda parte
e em todas as circunstâncias, consegue sobrepairar acima de todos os
impedimentos, desde que se mantenha na visão clara do trabalho que nos
cabe realizar por um mundo mais nobre, mais aperfeiçoado, mais seguro e
feliz.
Paulo ensina-nos que não é a Terra a entidade suscetível de condecorar-
nos com a felicidade e sim a escola que espera por nossa atitude de
aprendizes mais velhos, no campo do sacrifício próprio, para melhorá-la e
engrandecê-la. Não é o mundo nosso devedor e sim credor generoso a
quem precisamos pagar pelo menos algumas parcelas de nossa dívida
infinita. n
Antoninho
[1] Notas da Organizadora: Em 25 de janeiro de 1556 deu-se a fundação de São Paulo
de Piratininga, a São Paulo de hoje, pelos jesuítas Manuel de Paiva, Manoel da Nóbrega,
José de Anchieta, entre outros, fato relembrado por Arthur Joviano, em referência a Paulo
e a Emmanuel, em mensagem de 3 de agosto de 1949. A referida mensagem é o prefácio
espiritual do livro Deus conosco (VINHA DE LUZ, 2006), cujo trecho transcrevemos a seguir:
“(…) é agradável comentar o esforço de Emmanuel na vanguarda do serviço de
evangelização, pelo Espiritismo, nos domínios da língua portuguesa. (…) Nesse sentido, é
importante meditar nos pontos de contato entre a vida de Manoel da Nóbrega e a de
Públio Lentulus. Pelo amor profundo, devotado por ele à inesquecível figura de Paulo,
poderá você concluir das razões que levaram o esforçado jesuíta a dar o nome do grande
apóstolo à cidade que lhe mereceu especiais cuidados no lançamento, a ponto de
esperar o aniversário da conversão do doutor de Tarso, em janeiro, para iniciar os
primórdios da grande metrópole brasileira, colocando-a sob a proteção do amigo da
gentilidade. É que também Paulo, na vida espiritual, jamais descansou. Quando o senador
romano desencarnou, extremamente desiludido em Pompeia, foi contemplado com os
favores do sublime convertido. Paulo sempre se consagrou às grandes inteligências
afastadas do Cristo, compreendendo-lhes as íntimas aflições e o menosprezo injusto de
que se sentem objeto no mundo, ante os religiosos de todos os matizes, quase sempre
especializados em regras de intolerância. Amparado pelo apóstolo dos gentios, conseguiu
Públio Lentulus transitar nas avenidas obscuras da carne, em existências várias, até
encontrar uma posição em que pudesse servir ao divino Mestre com o valor e com o
heroísmo daquela que lhe fora companheira no início da Era Cristã. (…)”
[2] Para saber mais sobre a vida e a conversão de Paulo, sugerimos a leitura do
romance histórico Paulo e Estêvão, da lavra de Chico Xavier | Emmanuel. Vide dados
bibliográficos à página 141, [Bibliografia indicada].
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
*****
CAPÍTULO 28
Somos um plenário de servidores
22/03/1950
Meu caro Aurélio, minha querida Julinha, meus filhos, muita paz desejo-
lhes com o reinado do Cristo nos corações.
Aurélio, venho especialmente apresentar a você o nosso abraço,
reafirmando-lhe o devotamento de todos os dias. Agora que se preparam ao
retorno, desejo reiterar-lhe os nossos votos sinceros de muito bem-estar e bom-
ânimo.
Não permita, meu caro, que as ideias de enfermidade se congreguem
nos círculos de sua mente para o culto sistemático à tristeza ou ao desânimo.
Todos os estados orgânicos, melhores ou piores, sob o ponto de vista terrestre,
se desfazem com o tempo. A nossa atitude dentro da vida é a nota
fundamental. O dia é uma festa de claridade para o trabalho, mas a sombra
é um caminho para a meditação, a fim de retomarmos o dia com o êxito
desejável.
A moléstia, qualquer que seja, é sempre uma sombra. Entretanto, Aurélio,
mesmo aí possuímos recursos mil de aproveitamento! Um trabalhador de sua
classe não pode confiar-se ao esmorecimento. No imo de nossa mente há
um comando vital que não devemos desobedecer. Nossos papéis na Terra
exteriorizam-lhe a força. Em todos os setores, somos projeções de nós
mesmos, de nossa imortalidade e eternidade, no espaço e no tempo.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Temos muito a fazer, sob todos os aspectos, pelo povo de que nos fizemos
elementos representativos. Conduzir e administrar, comandar e orientar,
sobretudo, constituem forças de auxílio e educação, amparo e
aprimoramento.
A existência num só corpo é excessivamente curta para satisfazermos à
plataforma assim tão vasta. Prosseguiremos, pois, agindo sempre para
alcançar nossos altos objetivos. Guarde a convicção de que a enfermidade
ou a readaptação da experiência corpórea é serviço comum a todos, mas
a atitude firme e nobre dentro dele é obra de poucos! Não abrigue receio
em seu coração. Tudo é bom na jornada para Deus. Cada setor da luta
apresenta proveito diverso e, atento a esse critério, a tranquilidade lhe
povoará o íntimo com admirável segurança.
Formulo votos para que o regresso ao lar represente para você e Julinha
motivo de muito reconforto e estímulo novo para cada um. Sempre que
puder, ligue seus pensamentos aos nossos. Estaremos juntos para o trabalho
que nos compete realizar. Para todos vocês, deixo meu amplexo de
reconhecimento e carinho, e reunindo os dois num abraço muito afetuoso
do coração, sou o velho amigo de todos os dias,
Pêgo Junior
*****
CAPÍTULO 29
A morte não deve entrar em cogitações do nosso serviço
22/03/1950
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Meu caro amigo General Aurélio, paz! Estamos, José Leôncio e eu, em
tarefa de inspeção junto de sua saúde. n Não há motivo para
descontentamento. Tudo segue ritmo normal e ainda aqui permito-me repetir
as indicações espirituais do ano passado, acentuando as necessidades de
calma, prudência e bom-ânimo para melhor Fortificarmos a defesa.
No momento, as dificuldades em curso procedem de influências naturais
da altitude, na presente Fase do ano. Contudo, somos de parecer que a sua
permanência aqui até a segunda quinzena de março lhe fará muito bem.
Depois disso estamos certos de que a sua posição reclamará a praia amiga
e salutar. Creia que estamos ao seu lado e não descansamos!
Não deve acolher a ideia da morte! A morte não deve entrar em
cogitações do nosso serviço. Precisamos agora de saúde, equilíbrio e bem-
estar. Este é o programa que deve ser mantido.
Muita paz a todos é o que deseja o amigo e servidor muito grato,
Ismael
[1] Nota da Organizadora: Em referindo-se ao General-médico José Leôncio de
Medeiros. No original, consta a seguinte anotação, feita por Chico Xavier: “Presente o
Espírito do Professor Hemetério dos Santos.”
*****
CAPÍTULO 30
O marasmo não foi feito para nós
17/01/1951
Meus filhos, Deus conceda a vocês todos muita paz, saúde e bom-ânimo
na concorrência benéfica aos grandes prêmios da luz que a Terra nos
oferece. Particularmente abraço com muito afeto ao Aurélio e à lulinha,
desejando-lhes, junto aos netos, muita alegria e reconforto.
Sou eu, meu caro Aurélio, quem lhe traz a visita direta de hoje. Presença
de amigo velho que não pode esquecer, lembrança de quem cultiva o
reconhecimento no coração.
Acompanho o serviço reconstrutivo de sua saúde, com a dedicação de
todos os dias. A luta carnal é uma frente de batalha, de cujas linhas o soldado
não deve ser retirado às pressas. Quanto mais capacidade de suportar as
dificuldades e tropeços maior mérito! É necessário permanecer, portanto, de
coração armado pelos recursos do bem para não sucumbirmos aí, dentro da
fortaleza de nossa própria alma.
Não ceda às sugestões do desânimo. Quem se confia ao desalento,
nessa guerra bendita pela evolução maior, entrega-se ao pior inimigo.
Cabeça erguida e tranquila sobre o peito robusto e aberto: eis o sinal de
nossa disposição sadia para a vitória.
Em nosso combate de agora, quem descansa os braços ergue as forças
da mente empobrecida para o triunfo real.
Há muito serviço esperando por nós e por que razão abandonar a Terra
aos cuidados e cogitações de si própria? Aqui compreendemos nela a nossa
“velha mãe”, necessitada de nosso amparo eficiente e de nosso carinho
vigilante.
Ainda agora você sabe que potenciais de energia defensiva precisamos
extravasar na preservação do patrimônio cultural e assistencial que nos foi
conferido. A Cúria examina planos para senhorear todos os recursos das
associações de fundo religioso com administração secular e assim como o
marinheiro experimentado contempla a tempestade a distância,
adivinhando-lhe a vinda a ligeiros toques de vento, precisamos trabalhar em
silêncio para desintegrar, nos primórdios, a tormenta de ambições
desmedidas que se desenha sobre a Cruz.
Os nossos amigos padres, naturalmente, se enamoram cada vez mais
intensivamente das graças do Senhor que se acumularam em nossas mãos,
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Que Jesus, meu amigo, nos auxilie a todos e nos permita a satisfação de
observá-lo complemente restabelecido para o bom combate. É o que todos
nós, os seus amigos de cá, desejamos com o fervor de nossa velha e
inalterável amizade.
Meu abraço à nossa querida Julinha, esperando eu que prossiga forte e
bem disposta, como sempre, até a vitória final! Continuamos a esperar muito
da minha querida filha a benefício dos nossos trabalhos espirituais. Há
compromissos, Julinha, que nos acompanham por muitos e muitos anos pela
redenção que nos propomos atingir. Assim, pois, contamos sempre com a sua
fortaleza na abençoada tarefa que o Alto lhe confiou.
Registro, com sincera satisfação, a continuidade do mesmo ambiente de
amor, serenidade e fé que os meus netos estão sustentando na casa nova.
Muito simpáticas as vibrações deste lar que se converteu realmente num
santuário de luz. Do que se pode fazer na Terra, como posto de refazimento
para a luta necessária e inadiável, o templo doméstico é a maior das
realizações!
Que Deus nos ilumine e fortaleça cada vez mais. E reunindo a você, meu
caro Aurélio, com a nossa Julinha e todas as flores dos nossos corações num
grande abraço, sou o velho companheiro muito reconhecido às suas
afetuosas lembranças,
Pêgo Junior
*****
CAPÍTULO 31
A pátria é realmente o nosso lar dilatado
31/01/1951
Pêgo Junior
[1] Nota da Organizadora: Sobre a entidade espiritual, General Pedro Augusto
Bittencourt, não nos foram dadas maiores informações.
*****
CAPÍTULO 32
Apenas algumas palavras
14/02/1951
Ismael
*****
CAPÍTULO 33
Minha saudação de paz e cordialidade
20/02/1951
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Meu amigo General Aurélio, boa noite com a minha saudação de paz e
cordialidade.
O problema no estômago vai merecendo a nossa atenção. Os
medicamentos indicados atendem à situação que recebe, igualmente, os
recursos de atuação acessíveis ao nosso concurso amigo.
Quanto à dieta, convém-lhe, durante os dias em que persista a pequena
inflamação do órgão citado, o uso das sopas de legumes, dos caldos, das
massas ou carnes integralmente cozidas, evitando-se os molhos e os
excitantes, de modo a facilitarmos o serviço da digestão tanto quanto
possível.
Para colaborar nas indicações do Facultativo, indico um elemento
alopata que poderá usar ao mesmo tempo por alguns dias. É o preparado
Gasterase. Experimentemos.
Desejando-lhe muito contentamento e tranquilidade junto dos seus, sou
o amigo ao seu dispor,
Ismael
*****
CAPÍTULO 34
Marchemos para a vanguarda
07/03/1951
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Ismael
*****
CAPÍTULO 35
Não se curvem diante da sombra
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
28/11/1951
Pêgo Junior
[1] Nota da Organizadora: Marechal Pêgo refere-se à fazenda, em Pedro Leopoldo
| MG, sede da Inspetoria Regional da Divisão de Fomento da Produção Animal do
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Ministério da Agricultura, mais conhecida como Fazenda Modelo, na qual residimos por
mais de 15 anos e onde Chico Xavier trabalhou como auxiliar administrativo. É bom
lembrar que todos os anos, vovô Aurélio e vovó Júlia, residentes na capital do Rio de
Janeiro, passavam as férias conosco, cabendo a ela, nesses períodos, a datilografia das
mensagens psicografadas por Chico Xavier durante o culto no lar, realizado sempre nas
noites de quarta-feira.
*****
CAPÍTULO 36
Deus em nós e nós em Deus
26/12/1951
Ismael
*****
CAPÍTULO 37
Nunca nos interessou a vida estagnada da retaguarda
02/01/1952
Meu caro Aurélio, minha querida Julinha, meus netos, que Deus nos
favoreça e abençoe.
Sinto o orgulhoso contentamento de abrir o serviço de intercâmbio
espiritual em nosso grupo no ano entrante, em nome de vários amigos
espirituais que me delegaram semelhante alegria, por espírito de gentileza. E
começo, por isso, o nosso labor, rogando a Jesus nos abençoe e nos
fortaleça, sustentando-nos a caminho de nosso aperfeiçoamento na bendita
luz do Evangelho de amor. Que vocês todos, no decurso de 1952, encontrem
neste círculo abençoado de oração a mesma felicidade dos anos anteriores,
são os meus votos sinceros e ardentes, na emissão dos quais empenho a alma
toda.
Vocês escolheram a “melhor parte” da existência terrestre, mantendo
por princípio habitual o trabalho da prece em casa e esta realização fala
muito alto ao espírito de nós todos. Peço, assim, a Jesus nos conceda no
tempo a graça de prosseguir trabalhando pela nossa elevação na obra
assistencial aos nossos amigos e irmãos encarnados e desencarnados, que
ainda sofrem. Sejam para eles, desditosos companheiros de nossa marcha,
os nossos primeiros pensamentos de fraternidade e socorro nesta primeira
noite de serviço evangélico, na paz e na elevação que buscamos.
Meu querido Aurélio, estamos a postos. Compreendemos a sua luta que,
por vezes, tende à natural impaciência de quem se guarda em longo roteiro
de tratamento. Sei como lhe incomodam as dificuldades orgânicas.
Entretanto, meu filho, é indispensável saber tolerá-las com destemor e
paciência, a fim de que possamos incorporar ao nosso patrimônio do futuro
todas as lides e experiências de agora. Tenhamos calma, bastante
serenidade.
Entendo-lhe os desajustes porque de todo o meu tempo de caserna, ou
de luta, o hospital ou o descanso compulsório eram para mim duas
impropriedades manifestas, mesmo porque, habituados ao fogo da frente,
nunca nos interessou a vida estagnada da retaguarda. Contudo, meu filho,
passaram os dias. A morte trouxe-me visão nova e hoje reconheço que o
tempo de concórdia e refazimento para o corpo físico é uma necessidade
em todos os climas e situações.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
Pêgo Junior
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
*****
BIBLIOGRAFIA INDICADA
FERREIRA, Guilherme Nunes. Irmandade da Santa Cruz dos Militares. Rio de Janeiro:
Revista da Cultura — Fundação Cultural Exército Brasileiro, n. 9, p. 38-40, | 20--|.
XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo Espírito de Emmanuel. Rio
de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1941.
*****
ANEXO A
Dados biográficos
Iacy. Aurélio, além de militar, formou-se em Direito e foi Deputado Federal por seu estado
natal. Foi, ainda, como se pôde deduzir pelas mensagens aqui colecionadas, provedor
da Irmandade da Santa Cruz dos Militares por vários anos.
Cinco homens de sua família foram convocados para a Guerra do Paraguai, de 1865
a 1870. Nesta ocasião, ela escreveu ao Presidente da Província da Bahia, de onde nunca
saíra, querendo ir para o cenário da guerra como enfermeira: “Satisfarei, ao mesmo
tempo, os impulsos de mãe e os deveres de humanidade para com aqueles que ora
sacrificam suas vidas para honra e brilho nacionais, e pela integridade do Império.”
Seus dois irmãos da família Ferreira e seus três filhos dois médicos e um cadete —
foram convocados para a guerra. As enfermeiras eram improvisadas. O número de
enfermos excessivo. A pobreza material era extrema e a falta de higiene imperava onde
reinavam o confinamento, a umidade e a promiscuidade. Os doentes comiam o que era
possível e recebiam como “cordial” uma porção diária de aguardente ou cerveja. Nestas
condições, poucos escapavam dos ferimentos graves. Morriam de cólera, tifo, disenteria,
malária e varíola.
Anna Nery esteve em Corrientes, onde havia por aquela época seis mil soldados
internados e poucas irmãs de caridade. Esteve ainda em Salto, Humaitá, Curupati e
Assunção. Com seus recursos financeiros, fez construir na casa em que morara durante a
guerra um enfermaria limpa e modelar, e aí trabalhou até o fim do conflito. Dizia-se que
ela era a “mãe dos brasileiros”.
Após o término da guerra, quando regressou à Bahia, foi muito homenageada pelas
mulheres baianas, além de ter sido condecorada e receber do imperador uma pensão
vitalícia. Com os recursos que passou a receber como pensão, criou e educou quatro
órfãos que trouxera do Paraguai.
*****
ANEXO B
Em 1605, naquele local, foi construído por Martim de Sá o Forte de Santa Cruz para
proteger a entrada da Baía de Guanabara contra os invasores estrangeiros que
ameaçavam constantemente o Rio de Janeiro. A área bem próxima ao Forte era
banhada pelo mar. Depois de aterrada, corresponde hoje ao entorno da Praça XV. Com
o passar do tempo e com a construção das fortalezas de São João e de Santa Cruz, o
Forte perdeu a sua importância no sistema de defesa da Baía de Guanabara, sendo
abandonado e destruído pelo mar, cujas ondas arremetiam-se contra as suas muralhas,
destruindo-as paulatinamente.
Em 1716, por meio de uma carta de sesmarias escrita por D. João V tio de D. João VI,
foi doado todo o terreno localizado atrás da Igreja, no espaço exato da sua largura, indo
até o mar, não importando quantos aterros fossem necessários para que se construísse o
casario que deu início ao patrimônio da Irmandade.
Irmandade por influência da política que era adotada, aderiu, juntamente com a esposa,
à causa abolicionista. Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea,
abolindo a escravidão no Brasil.
CONSTRUÇÃO
MUSEU
Atualmente, a Igreja da Santa Cruz dos Militares possui um museu para guardar e
preservar as relíquias acumuladas ao longo de sua história. É um variado acervo,
destacando-se os tocheiros do Mestre Valentin, oratório e cálice de ouro do século XVIII,
além da cadeira que Duque de Caxias usava em seu gabinete quando exerceu o cargo
de provedor, em 1873. Outra relíquia é o órgão pneumático, construído pelos irmãos
Bernes e inaugurado em 1934. O instrumento constitui-se de 1.200 tubos, cujos diafragmas
foram confeccionados com pele de camelo. Existem somente dois outros órgãos similares
a esse fabricados no Brasil.
A Irmandade da Santa Cruz dos Militares completou, recentemente, 382 anos. Ela é
a única igreja do Brasil agregada diretamente à Basílica Vaticana, ato este sacramentado
em Bula Papal de Pio XI, em 1923. O prédio da Igreja foi tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1936. O seu atual provedor é o
Coronel de Artilharia Carlos Alberto Barcellos.
MILITARES NO ALÉM – Esp. Diversos
O Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, provedor da Irmandade em 1871, assim definiu
sua finalidade: “Os laços da espada nos unem, as lides de guerra nos ligam e os braços
da cruz nos abrigam. Irmãos pela cruz e irmãos pela espada, a nossa missão é sagrada —
santificar o culto do Divino Lenho e aliviar da miséria as viúvas e filhos dos que seguem a
nobre profissão das armas. Eis a justa finalidade da sábia e religiosa instituição
denominada Irmandade da Santa Cruz dos Militares.”
[1] Nota do Autor: A expressão faz referência à cidade portuguesa de Braga, onde
todas as igrejas foram construídas dessa forma.
*****
ANEXO C
Foi anotada, por Chico Xavier, n a presença de vários Espíritos de pessoas que tinham
sido militares e que compareceram às reuniões do Grupo Doméstico Arthur Joviano, nas
datas indicadas, mesmo não se comunicando por escrito.
[1] [Obs. O título refere-se aos fac-símiles das laudas originais de F. C. Xavier anexadas
ao livro impresso.]
***** FIM*****