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Análise – Espelho
Jéssica Souza Haase
No conto de José J. Veiga há o foco no objeto espelho, esse que parece revelar
além das aparências físicas. No conto, o espelho possui o olhar simbolista do
imaginário humano, em que revela, não só o aspecto físico, como também o interior
da alma, no caso, o que gera o abandono do espelho é a descoberta da “verdadeira
face” dos amigos, o espelho serviria para mostrar os lados opostos do ser humano
que não seriam observáveis na “realidade”.
Nesse conto, o encontro revelador com a coisa mostra algo fantástico. Em tese, o
espelho refletiria a imagem virtual do real, daquilo que poderia ser visualizada pelos
olhos. O aspecto fantasioso se dá no momento revelador em que se imporia a
realidade da verdade da alma, além do que os olhos humanos poderiam observar.
Não é apenas o aspecto físico do espelho no ambiente que causa certa inquietação,
o choque se dá pela revelação da denuncia de uma mentira, uma hipocrisia. O conto
remete o ditado que afirma que os olhos são o espelho da alma, no caso da
narrativa de Veiga, a alma só é exposta a partir de um reflexo que assim, poderia ser
visualizado pelos olhos. O encontro com a coisa é inquietante, desalinha a rotina do
casal e transforma o olhar para o outro.
Referência