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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA CIÊNCIAS HUMANAS

LICENCIATURA EM FILOSOFIA

FILOSOFIA GERAL I - FILO1001

PAULO HENRIQUE DA COSTA MONTEIRO

(202108040055)

RESENHA DA OBRA: A REPÚBLICA DE PLATÃO, LIVRO VII

BELÉM/PA

2022
INTRODUÇÃO

Neste livro, da obra a república de Platão encontra-se o texto explicando a alegoria da


caverna, detalhando o processo envolvendo o exemplo de personagens em que estavam presos
por um período, e as experiências que os mesmos vivenciaram estando acorrentados e um dos
personagens quando se liberta desta prisão consegue observar que aquelas sombras eram de
objetos que reproduziam imagens e que na verdade não eram O que as sombras realmente
reproduziam.

Os sentidos que estão inertes por um longo período, se acostumam com este estado, e
quando são estimulados a movimentar-se provocando as experiências não vividas até o
momento, provoca um novo conhecimento através desses eventos vividos sentidos que são
estimulados a conhecer através da análise aquela reflexão provocada através de dúvidas
questionamentos e respostas a dúvidas que ficam após o primeiro contato com as informações
recentes

A alegoria da caverna detalha exatamente esse processo através da explicação da


libertação de um dos prisioneiros o choque entre o conhecer e a ignorância representada pelas
correntes da caverna ao enxergar os objetos que através da luz da fogueira reproduz uma
sombra na parede da caverna uma imagem diferente do objeto real que o personagem verá.

A explicação do mundo percebido através desta alegoria explica a relação de mundo


segundo as teorias de Platão, exemplos que provocam reflexão sobre a essência das coisas a
existência do objeto advindo do mundo inteligível como original, perfeito e Belo no mundo
sensível como cópia imperfeita do primeiro mundo e esse conceito sendo uma reminiscência
de algo existente no mundo inteligível.
DESENVOLVIMENTO

No início do livro VII, escreve a narrativa abordando a alegoria da caverna,


imaginando como seria a situação dos personagens presos em uma caverna escura por um
longo período, acorrentados desde crianças entre pernas e pescoço e permaneceram dessa
forma até adultos, impossibilitados de olhar para os lados.

E toda essa narrativa Na tentativa de explicar o processo que acontece na possibilidade


de conhecimento, e continua a narrativa detalhando que enquanto estavam nesta situação,
havia um foco de luz da fogueira, atrás dos homens e que focava sobre os objetos e projetava
na parede da caverna sombras e que produzia imagens que lembravam outra realidade.

Outro questionamento durante a conversa, foi sobre a libertação desses homens, O que
poderia acontecer ou quais seriam as consequências depois de curados do estado em que
estavam a vida toda, nesta ocasião olhariam em direção à luz, virar o pescoço causaria dor
com essas mudanças e o embasamento da vista que os impediria de ver os objetos, em que as
sombras até então enxergavam se perguntam, o que responderia os homens se disséssemos a
eles que tudo o que viam até aquele exato momento era apenas brinquedo, e que somente
agora estão diante da realidade, com o rosto voltado para o real e se alguém mostrasse os
objetos a custa de perguntas chamar pelos nomes e poderia parecer que se atrapalhariam, e o
que já conheciam pareceria ser mais verdadeiro do que aquela realidade apresentada naquele
instante.

O fato de forçar os homens ao olharem para a luz, se não sentiriam dor nos olhos ao
entrarem em contato com aquela intensidade de luz correriam o que era possível contemplar e
que era mais clara que as representações recentes naquele momento, ou seja, questionamentos
sobre a nova realidade em que os personagens se encontrariam Saindo da Caverna.

No começo dessa nova realidade seria dificultoso o contato direto teria que habitua-se
para se enquadrar nessa nova realidade, você nem fez amor de primeira o reflexo da luz
poderia causar um estranhamento a visão , a sombra de objetos seriam as primeiras imagens a
contemplar, À noite seria melhor para contemplar a luz das estrelas do que de dia com a luz
do sol.
Nesta análise com a representação do Sol se pode concluir a sua importância na
formação das estações e no ciclo da vida, e que de maneira adequada podemos admirá-lo com
sua beleza e quando lembrasse do seu primeiro estado, se felicitaria pela mudança e
lamentaria aqueles que ainda estavam na antiga vida.

E mais adiante a conversa com Glauco continua, no trecho em que diz sobre a
aplicação da alegoria a tudo o que já havia exposto durante o diálogo, simbolicamente a
comparação do mundo percebido através da visão com o domicílio carcerário, e a luz da
fogueira com a luz do sol.

A subida ao mundo superior, a contemplação das coisas existentes nela como ascenção
da alma, a região inteligível como a fonte da verdadeira essência, a verdade e quanto mais
próximo dela, nos tornaremos sábios e próximos ao conceito de Belo. O mundo inteligível é
dominadora, a fonte da verdade e a verdadeira inteligência que precisa ser buscada por quem
quer ser sábio, e com sabedoria agir, na vida pública e particular.

Na parte IV do livro, ele utiliza outra conclusão que, a educação e a sua definição do
que ela pode proporcionar e como adquirí-la, não pode ser vista como ele diz em um trecho
do livro, “não é a arte de conferir vista à alma, pois vista ela já possui”, ou seja, um meio de
abrir os olhos ao conhecimento que trará a felicidade quando aplicada de maneira que todos
os envolvidos serão influenciados neste contexto. As virtudes da alma, assim chamadas,
podem ser adquiridas por meio do hábito, já que não sendo uma atividade inata, podem
apresentar uma afinidade com as do exterior.Sendo a do conhecimento, mais do que as outras,
por conter algo divino, ela não perde a sua força, e fazendo a sua conversão, poderá se tornar
útil ou não.

A lei quando não bem dirigida em uma cidade pode trazer sérios problemas para os
cidadão, que caminham sobre uma política em que não se estabeleça a essência da lei dentro
da polis, e os serviços dela mal distribuídos tornam-se hábitos nas administrações e
influenciam outros a seguir. Uma cidade onde a lei é aplicada de forma adequada, onde os
cidadãos vivem essa respeitosa lei e são sábios por serem bem aventurados, conseguem
administrar a cidade de maneira adequada e são conhecidos por melhor conhecer a vida.

Para se tornar um grande guerreiro, em um dos questionamentos foi tratado sobre a


importância de aritmética e cálculo como matéria obrigatória, e a resposta sendo para melhor
entender a tática militar, ou melhor homem. Mas a pergunta era, se esse era o conhecimento
procurado que promove a reflexão. Fenômenos que promovem reflexões e discussões,
convidam as que lhe são opostos, promovem que a eles sejam examinados e analisados para
que possamos entrar em uma conclusão. Os sentidos tem esse papel de despertar o pensar,
trazer a conclusão e refletir sobre o objeto, sem esse estímulo pelo oposto, não podemos
chegar na essência, não seremos conduzidos a ela.

Através de estudos poucos práticos e tidos até o certo tempo como pouco
aconselhável, estimula a alma e desperta de alguma forma o lado curioso do ser e purifica o
órgão da alma corrompido pelas ocupações que causam cegueira. Através desses
conhecimentos que a verdade é percebida, uma busca pelo conhecimento que liberta a alma
para a essência do verdadeiro saber, que aproxima o homem ao entendimento de si mesmo.

Estudar astronomia ou qualquer outra área de conhecimento, com métodos diferentes


se torna interessante para provocar reflexões sobre a natureza desta ciência, e ainda trazer
novas análises sobre o comportamento dos objetos a ser estudados e procurar entender os
fenômenos que ocorrem nesse espaço e procurar trazer soluções , e cada método de reflexão
estimula o pensar e a formular ideias que vão além do limite da visão humana

Os movimentos não se apresentam de uma única forma, por isso é necessário que os
sentidos humanos estejam em harmonia para acompanhar os movimentos da astronomia e
tantos outros estudos. Os estudos das ciências particulares contribuem para alcançar as metas
propostas, para não ficar perdido em seu próprio esforço, sem o auxílio dos sentidos externos
pode-se chegar à essência das coisas e não parar enquanto não assimilar o bem em si mesmo
com o pensamento puro.

Livrar-se da cadeia para o sol, essa impossibilidade de diretamente visualizar os


animais e plantas, a claridade solar, mas a contemplação mediante a água ou pelas sombras
projetadas por nova luminosidade, e leva a parte da alma mais nobre para a contemplação dos
mais excelentes dos seres, como foi a referência ao órgão mais aparente do corpo. O método
que estamos estudando nos aproxima da verdade, da alma e a verdadeira essência da
sabedoria. A opinião remete o devir, já a inteligência o próprio ser, as hipóteses são rejeitadas
pela dialética para atingir diretamente seus princípios consolidar as conclusões, em aso de
alcançar um conceito específico, isso acontecerá mediante a opinião não do próprio
conhecimento.

O conhecimento segundo o diálogo, deve ser direcionado aos mais bravos, e de maior
confiança e mais belos se possível e ainda indivíduos que seja de temperamento generoso e
nobre com qualidades que são favoráveis à educação que irão receber. Que seja favorável em
aprender as disciplinas, vivacidade de engenho, pois as almas se acovardam mais com as
demandas do ensino do que as dos exercícios físicos.

A escolha principal também pelos de boa memória, que resista a fadiga e empenho ao
trabalho, e caso como seria o perfil totalmente de tudo o que foi citado? Jamais o conseguirá
quem não for por natureza excelente, respondeu.

O maior erro do nosso tempo que proporcionou ao descrédito a filosofia, é justamente


aos escolhidos que não correspondem ao requisito que correspondente a ela. Somente quem é
o verdadeiro filho deveria exercer mas não os bastardos, os que se dedicam a filosofia não
devem se entregar a preguiça no meio do caminho das ocupações, assim como os que amam
a ginástica mas que só alcança por meio dos exercícios físicos as suas atribuições.

Outros atributos importantes são a temperança e a coragem, virtudes essas que


precisam de muito cuidado para diferenciar entre o bastardo e o legítimo. Não basta apenas ter
físicos perfeitos, ter boas memórias, ser bom em exercícios, é necessário saber educar
através da justiça e ela neste sentido não irá censurar o indivíduo que se enquadre neste perfil.

Estudar filosofia e entender a essência da alma através da subjetividade do indivíduo,


compreender o valor das virtudes que podem se tornar um dos pontos mais altos através desta
renúncia aos prazeres , tornar-se virtuoso e praticar a maior das virtudes que é a justiça e
trazer ada filosofia o melhor meio de mostrar como se aplica a política de forma que
verdadeiramente ela é, sem os desvios de conduta e proporcionar a felicidade aos outros
indivíduos que compõe aquela polis, uma das maiores reflexões dentro desta obra quando
houve a libertação de um dos prisioneiros, a realidade como é que o prisioneiro ficou de
frente.
CONCLUSÃO

O livro VII desta obra nos trouxe uma reflexão importante sobre a libertação do
homem de suas ignorâncias, a descoberta do saber da verdadeira realidade das coisas, a
verdadeira essência dos objetos e a compreensão da importância do mundo inteligível como
fonte de sabedoria para que o sujeito consiga levar uma vida política pública ou particular
virtuosa e saiba aplicar em suas ações para a felicidade dos demais.

E os exemplos utilizados na obra faz pensar em, como aqueles homens acorrentados
desde a infância poderiam reagir diante da descoberta da verdade sobre o que já sabiam, as
consequências que essa descoberta poderia influenciar sobre a vida deles, a libertação de um
dos prisioneiros ao deixar o seu estado inerte e foi através da curiosidade e percebeu que
aquelas imagens das sombras não eram de fato objeto real. E se fossem todos ali obrigados a
olhar para a luz ou sair daquela situação, estariam todos mais perto da verdade e ficariam
aflitos com a luz forte, que é o sol.

A realidade que estavam vivendo até o momento era o que lhes era apresentado, ou
seja, eles não podiam sair daquela situação já que estavam acorrentados e todo aquele
contexto simbolizava a prisão ou a limitação do que podiam fazer. Os sentidos dentro deste
contexto de aprisionamento eram limitados, acostumados desde o princípio e aquela realidade
era absoluta para os prisioneiros e a libertação simbolizava enxergar além da verdade, o que
realmente era aquelas sombras, o que aquele homem poderia descobrir além do que já sabia.

A verdadeira essência do objeto não está neste mundo dos sentidos, esse mundo
material que é cópia imperfeita do belo, é sim está no mundo inteligível onde no decorrer da
obra de Platão ele descreve esse mundo como verdadeiro, e que se o homem quer ser sábio,
ele precisa buscar as virtudes neste primeiro mundo, agir na vida pública ou particular
baseado nesta verdade.

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