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BIOESTRATIGRAFIA DO LIMITE CRETÁCEO-PALEÓGENO DA BACIA DA

PARAÍBA COM BASE NA PALINOLOGIA

Marcella Andrade de Oliveira Alves1


Paulo Roberto Silva Santos 2
Mário de Lima Filho 3
10.51359/1980-8208/estudosgeologicos.v29n1p3-24
1
PETROBRAS, EXP-SEAL, marcella_bio2002@yahoo.com.br
2
PETROBRAS, CENPES-PDEP-BPA, proberto@petrobras.com.br
3
UFPE, LAGESE, mflf@ufpe.br

RESUMO

Esse trabalho apresenta os resultados dos estudos palinoestratigráficos, com ênfase nos miós-
poros e cistos de dinoflagelados. Foram avaliados oito afloramentos de uma seção carbonática
(pedreiras Nassau, Poty, Cipasa, Zebu, Cimepa, Cigra, Engenho Garapu e São Clemente),
localizados entre as cidades de Recife e João Pessoa, na bacia da Paraíba, nordeste do Brasil.
A pedreira Poty é considerada a seção de referência da passagem K-Pg, em baixas latitudes do
hemisfério sul, expondo um registro relativamente completo desse evento. Esses afloramentos
são representantes das formações Gramame (Maastrichtiano) e Maria Farinha (Paleoceno),
essa última caracterizada na pedreira Poty. Foram identificadas a superzonoza Crassitricolpo-
rites brasiliensis e Zona Gabonisporis vigourouxii, de miósporos, além das zonas Dinogym-
nium spp. e Yolkinigymnium lanceolatum, de cistos de dinoflagelados, datando a seção maas-
trichtiana, na área de estudo. Representando o Paleógeno, foram reconhecidas a superzona
Proxapertites operculatus, zona Echitricolpites communis, de miósporos, e zona Cerodinium
diebelii, de cistos de dinoflagelados. A passagem Cretáceo-Paleógeno foi delimitada, na pe-
dreira Poty, entre 16,2 e 17,1 m, no intervalo que corresponde às camadas C a F.
Palavras-chave: Limite Cretáceo-Paleógeno (K-Pg), Bacia da Paraíba, Bioestratigrafia, Pali-
nologia

ABSTRACT

This paper presents the results from palynostratigraphic studies, with emphasis in myospores
and dinoflagellate cysts. Eight outcrops of a carbonate section (Nassau, Poty, Cipasa, Zebu
Cimepar, Cimepar-CD, Cigra, Engenho Garapu and São Clemente quarries) were evaluated,
located between the cities of Recife and João Pessoa, in the Paraíba basin, northeastern Brazil.
The Poty outcrop is a reference section in the Southern Hemisphere low latitudes, exposing a
relatively complete record of this event. These outcrops are representative of the Gramame
(Maastrichtian) and Maria Farinha (Paleocene) formations, the last one characterized in the
Poty quarry. There were indentified the Crassitricolporites brasiliensis superzone and Ga-
bonisporis vigourouxii zone, of myospores, Dinogymnium spp. and Yolkinigymnium lanceola-
tum zones, of dinoflagellate cysts, dating the Maastrichtian section in the studied area. Repre-
senting the Paleogene, the Proxapertites operculatus superzone, Echitricolpites communis
zone, of myospores, and Cerodinium diebelii zone, of dinoflagellate cysts, were recognized.
The Cretaceous-Paleogene boundary was delimited, in the Poty quarry, between 16,2 and 17,1
m, in the range that corresponds to C to F beds.
Keywords: Cretaceous-Paleogene boundary (K-Pg), Paraíba Basin, Bioestratigraphy, Paly-
nology

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INTRODUÇÃO e correlação da seção avaliada. A palinoes-


tratigrafia constitui-se em uma ferramenta
Os palinomorfos possuem um grande relevante aplicada à exploração de petróleo
valor estratigráfico para a datação e corre- e gás, contribuindo para o conhecimento
lação de sedimentos continentais e mari- dos eventos geológicos que ocorreram na
nhos. Esses microfósseis podem fornecer história de evolução sedimentar da bacia
indícios importantes para a interpretação da Paraíba.
da origem dos sedimentos e do tempo de
sedimentação em ambientes sedimentares ÁREA DE ESTUDO
antigos.
Os palinomorfos apresentam com- A bacia da Paraíba ocupa uma estrei-
portamento hidrodinâmico semelhante às ta faixa ao longo do litoral de Pernambuco,
partículas sedimentares, e, da mesma for- Paraíba e Rio Grande do Norte, possuindo
ma, são transportados pelas descargas flu- uma abrangência de aproximadamente
viais e correntes oceânicas até a plataforma 9000 km2, na sua porção emersa, e 24000
continental, alcançando, episodicamente, a km2, na plataforma continental (Feijó,
bacia oceânica (Lana, 1997). Nesse contex- 1994).
to, diversos trabalhos vêm sendo publica- Geologicamente é limitada, ao sul,
dos demonstrando a importância, especi- pela Zona de Cisalhamento Pernambuco
almente dos miósporos e cistos de dinofla- (ZCPE) e, ao norte, pela Falha de Maman-
gelados, na correlação de sedimentos con- guape, que é uma ramificação da Zona de
tinentais e marinhos, do mesozoico e ceno- Cisalhamento de Patos (ZCPA) (Fig.1),
zoico, das bacias sedimentares brasileiras conforme Barbosa (2004, 2007). A Bacia
(e.g. Regali et al., 1974ab; Dino, 1992; da Paraíba é constituída por cinco unidades
Arai, 1992, 1994; Arai & Botelho-Neto, litológicas: formações Beberibe, Itamaracá,
1996; Lana, 1997; Carvalho, 2001; Lana & Gramame, Maria Farinha e Barreiras
Roesner, 2002; Sarkis et al., 2002; Ferrei- (Fig.2), consoante Barbosa et al. (2006),
ra, 2004; Premaor, 2011; Fauth et al., sendo que as unidades estratigráficas Gra-
2012;; Fischer et al., 2013). mame e Maria Farinha constituem a seção
Com ênfase nos palinomorfos mari- em análise no presente estudo, com seções
nhos, especificamente os cistos de dinofla- aflorantes representativas distribuídas de
gelados, que são os elementos mais repre- norte a sul ao longo da bacia (Fig.3).
sentativos na seção em análise, a rápida
evolução morfológica do grupo, aliada à MATERIAIS E MÉTODOS
vida planctônica de maioria de seus produ-
tores e a existência de espécies com ampla O material utilizado nesta pesquisa
distribuição geográfica, além de eventos de advém de amostras de afloramento coleta-
surgimento e extinção bem estabelecidos, das em uma expedição de caráter bioestra-
conferem a esses microfósseis considerável tigráfico, paleontológico e sedimentológi-
potencial bioestratigráfico. co, desenvolvida pela Petrobrás em con-
Na Bacia da Paraíba, a seção K-Pg é junto com o Museu Nacional do Rio de
bem representada por vários afloramentos Janeiro, em 1994.
de uma seção carbonática explorados eco- Foi feita coleta para preparação pa-
nomicamente pelas pedreiras Nassau, Poty, linológica, da base para o topo de cada
Cipasa, Zebu, Cimepar, Cigra, Engenho afloramento, em camadas que constituem
Garapu e São Clemente, na maior parte, ciclos bem individualizados, representados
ainda não avaliados pelo método da palino- pelas litofácies Mudstone/Wackestone e
logia. Assim, o presente estudo teve como Mudstone/Wackestone argiloso, detentoras
objetivo principal caracterizar palinologi- de um maior conteúdo orgânico, favorável
camente esses afloramentos para a datação à recuperação dos palinomorfos.

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Figura 1 - Localização da Bacia da Paraíba ao longo do litoral dos estados de Pernambuco,


Paraíba e Rio Grande do Norte, com as representações das sub-bacias Olinda, Alhandra e Mi-
riri, limitadas por grandes falhas do embasamento Pré-Cambriano. Modificado de Souza
(2006).

Dessa forma, o espaçamento vertical As lâminas foram preparadas no La-


de amostragem variou, normalmente, entre boratório de Geologia da Petrobras e fazem
0,2 e 6,0 m, conforme a litologia, grau de parte do acervo paleontológico da Funda-
intemperismo e condições de acesso aos ção Paleontológica Phoenix. Na preparação
afloramentos. Eventualmente, espaçamen- das lâminas foi adotado o procedimento
tos mais expressivos foram registrados em padrão utilizado pela Petrobrás, e descrito
seções pouco favoráveis à recuperação dos em Uesugui (1979) e Lima & Araujo
microfósseis. Já nas camadas limites do (1993). Foram analisadas 85 amostras.
evento K-Pg a coleta foi efetuada com es-
paços de 0,01 cm.

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Figura 2 – Carta estratigráfica da bacia da Paraíba. Destaque para o intervalo avaliado. Souza
(2006).

A análise, de caráter quantitativo e fotomicrografias utilizou-se objetivas de


qualitativo, foi feita em um microscópio 40 e 100x, um microscópio de mesma
petrográfico da marca ZEISS, objetivas de marca e câmara AxioCam MRc.
20, 40 e 100x e oculares de 10x. Para as

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Figura 3 – Localização dos afloramentos estudados, representantes das formações Gramame e


Maria Farinha (seção Maastrichtiano - Paleoceno). Estão distribuídos de norte a sul ao longo
da bacia da Paraíba: CMZ – Zebu, CM – Cimepar, SC – São Clemente, C – Cigra, EG – En-
genho Garapu, CP – Cipasa, NS – Nassau, PT– Poty. Passagem K-Pg observada, apenas, na
porção sul da bacia, na pedreira Poty e na área da Ponta do Funil. Modificado de Lima (2002).

Os arcabouços bioestratigráficos uti- de Santos (Fauth et al., 2012), além dos


lizados como referência foram os propos- biozoneamentos elaborados para o limite
tos para as bacias sedimentares brasileiras, K-Pg, na pedreira Poty, de Sarkis et al.
de Regali et al. (1974ab), além dos zonea- (2002) e Albertão et al. (1994c).
mentos locais realizados para o cretáceo São citados também como relevantes
marinho das bacias da margem sul-sudeste os arcabouços internacionais com base nos
brasileira, de Arai & Botelho Neto (1996), cistos de dinoflagelados (Hansen, 1977;
e bacia do Ceará, de Lana & Roesner Jan du Chêne, 1977; Williams & Bujak,
(2002), para a seção paleocênica-eocênica 1985; Powell, 1992; Williams et al., 1993;
da sub-bacia de Sergipe, de Ferreira Stover et al., 1996; Hardenbol et al., 1998;
(2004), e para o Cretáceo superior da bacia Williams et al., 2004).

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A MICROPALEONTOLOGIA NA SE- et al. (1974a), da zona Gabonisporis vi-


ÇÃO ESTUDADA gourouxii (Fauth et al., 2012), de mióspo-
ros, e das zonas Dinogymnium spp. e
A Pedreira Poty é o afloramento mais Yolkinigymnium lanceolatum (Prancha 3),
estudado quanto à paleontologia por apre- de cistos de dinoflagelados (Arai & Bote-
sentar uma seção aflorante onde está bem lho Neto, 1996; Lana & Roesner, 2002;
representada a passagem K-Pg. Mais re- Fauth et al., 2012), conforme a figura 10.
centemente, a micropaleontologia das pe- As zonas de miósporos foram deter-
dreiras Cipasa, Cimepar e Nassau foi abor- minadas a partir dos eventos de última
dada em estudos realizados por Lima ocorrência na associação composta pelos
(2002), nos quais o autor fez uma análise táxons Aquilapollenites magnus, Gabonis-
de cunho bioestratigráfico, petrográfico e poris vigourouxii, Ariadnaesporites spino-
geoquímico. sus., Crassitricolporites brasiliensis (Figs.
Outros autores também estudaram a 4 e 5), que ocorrem nas zonas Tricornites
seção, com enfoque em sedimentologia, elongatus/Proteacidites longispinosus, em
geoquímica e bioestratigrafia (e.g. Ashraf conformidade com Regali et al. (1974ab).
& Stinnesbeck, 1988; Albertão, 1993; Al- Ressalta-se a ausência, na seção avaliada,
bertão et al. 1994 a, b, c, Keller et al. 1997; das formas guias T. elongatus e
Koutsoukos, 1998; Grassi, 2002; Sarkis, P.longispinosus, evidenciada da mesma
2002; Sarkis et al., 2002; Fauth et al., forma por Ferreira (2004), para a área do
2005; Oliveira et al., 2010; Andrade et al., Baixo de Mosqueiro, na sub-bacia de Ser-
2013) com a geração de informações im- gipe. A autora atribuiu tal fenômeno a al-
portantes para o posicionamento do limite guns fatores, como a atuação de eventos
K-Pg e para a promoção de inferências erosivos, o provincialismo e/ou áreas fon-
paleoecológicas, paleogeográficas e paleo- tes com vegetação subdesenvolvida. Regali
ambientais. No que concerne à palinologia, et al. (op.cit.) citam a distribuição da espé-
destacam-se alguns trabalhos (Lima, 1985; cie P.longispinosus como restrita à plata-
Ashraf & Stinnesbeck, 1988; Stinnesbeck forma continetal do Maranhão, já a espécie
et al. 1991; Albertão, 1993; Albertão et al. T. elongatus distribui-se nas plataformas
1994c; Santos et al., 1994; Sarkis, 2002; continentais do Maranhão e de Sergipe e
Sarkis et al., 2002). nas bacias de Sergipe-Alagoas, Almada e
Espírito Santo.
BIOESTRATIGRAFIA Quanto aos cistos de dinoflagelados
foram apontadas as extinções do gênero
São apresentados os resultados quali- Dinogymnium (e.g. Williams & Bujak,
tativos das análises palinológicas realiza- 1985; Brinkhuis & Zachariasse, 1988; Wil-
das nos afloramentos objetos deste estudo. liams et al. 1993; Lana & Roesner, 2002;
Dentre os palinomorfos observados (Figs. Williams et al., 2004; Fensome et al.,
4 a 9), os dinoflagelados foram os mais 2008; Fauth et al., 2012) e da espécie
abundantes e diversificados, contando no Yolkinigymnium lanceolatum (e.g. Arai &
total com 48 espécies e 24 gêneros. Dentre Botelho Neto, 1996; Lana & Roesner,
os miósporos e dinoflagelados identifica- 2002; Fauth et al., 2012). Como táxons
dos, alguns são considerados de grande auxiliares citam-se a última ocorrência da
valor como ferramenta bioestratigráfica. espécie Alisogymnium euclaense (e.g. Wil-
A maior parte dos afloramentos ava- liams & Bujak, 1985; Williams et al.,
liados foi datada como Maastrichtiano su- 2004; Fensome et al., 2008) e a primeira
perior, inseridos no contexto das zonas ocorrência da espécie Disphaerogena car-
Crassitricolporites brasiliensis (P-450), posphaeropsis (e.g. Brinkhuis & Zachari-
Tricornites elongatus (P-470), Proteacidi- asse, 1988; Slimani et al., 2010; Tabara et
tes longispinosus (P-480), conforme Regali al., 2017). Como formas associadas desta-

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cam-se as espécies Hafniasphaera fluens, presente estudo. A espécie possui ocorrên-
Cordosphaeridium inodes, Cordosphaeri- cias documentadas nas plataformas conti-
dium exilimurum, Palaeocystodinium spp. nentais do Amapá e Sergipe e bacias de
e Cerodinium diebelii (Figs. 6,7,8 e 9). Sergipe-Alagoas (Regali et al., 1974b),
As unidades bioestratigráficas reco- Pará-Maranhão (Abreu et al., 1986) e San-
nhecidas na seção maastrichtiana correla- tos (Lana & Botelho-Neto, 1989). As zo-
cionam-se às zonas internacionais de nano- nas, acima destacadas, correlacionam-se às
fósseis calcários CC25/CC26 de Sissingh zonas locais Cytherella piaçabucuensis/
(1977), e às biozonas locais Cytherella cf. Soudanella laciniosa, Paracypris jonesi/
ovoidea, de ostracodes (Fauth, 2000), /Cytheropteron sp. 1, Paracosta recifensis,
P.hantkeninoides, de foraminíferos plan- de ostracodes (Fauth, 2000), Pa superior,
ctônicos (Koutsoukos, 1998) e Micula mu- P1a/P1b, P1c e P2, de foraminíferos plan-
rus/Micula prinsii (Grassi, 2000), de nano- ctônicos (Koutsoukos, 1998) e ND4, ND5,
fósseis calcários, propostas para o limite de nanofósseis calcários (Grassi, 2000), e,
K-Pg da Pedreira Poty (Fig. 10). em parte, às zonas internacionais de nano-
O Paleógeno somente foi reconheci- fósseis calcários, Np1/Cp1a (Sissingh,
do na porção superior da pedreira Poty, 1977), conforme a figura 10.
seção essa relacionada às zonas Proxaper- A ausência do Paleógeno nos aflo-
tites operculatus (P-500) e Apectodinium ramentos localizados mais a norte da bacia
homomorphum (P-510) (Regali et al., em estudo sugere, em consonância com os
1974a), Echitricolpites communis (Ferrei- estudos de Barbosa (2004), que os mesmos
ra, 2004), de miósporos, e Zona Cero- estavam localizados em um compartimento
dinium diebelii (Ferreira, 2004), de cistos estrutural mais alto, durante o Paleoceno.
de dinoflagelados (Fig.10), delimitadas, Assim, a não preservação de tais depósitos
respectivamente, pelas ocorrências de é resultado da exposição e erosão diferen-
grãos de pólen Proxapertites operculatus, ciada da plataforma carbonática em decor-
Echitricolpites communis (Figs. 4 e 5), e da rência das características estruturais ine-
espécie de dinoflagelado C.diebelii (Fig. rentes às porções norte e sul da bacia da
8). São citados também os eventos de pri- Paraíba. Na porção sul, a bacia demonstra
meira e última ocorrência, respectivamen- uma subsidência mais efetiva, o que favo-
te, dos táxons Damassadinium californi- receu a preservação de rochas do Paleóge-
cum e Disphaerogena carposphaeropsis no nos baixos estruturais da sub-bacia
(Fig. 6), que são considerados relevantes Olinda (Barbosa, 2004.), conforme foi
na determinação do Paleoceno (Powell, constatado na pedreira Poty, assim como
1992; Hardenbol et al., 1998; Williams et na área da Ponta do Funil, de acordo com
al., 2004; Fensome et al., 2008). O táxon Albertão & Martins Jr.(2006) (Fig.3).
A. homomorphum não foi registrado no

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Figura 4 – Grãos de pólen e esporos observados na seção em estudo. (A) Ariadnaesporites spinosus,
(B) Aquilapollenites magnus, (C) Gabonisporis aff. vigourouxii, (D) - Callialasporites sp. 2, (E) Cal-
lialasporites sp. cf. Perotrilites sp. sensu Herngreen (1975), (F) Cicatricosisporites sp., (G) Crassitri-
colporites brasiliensis, (H) Crassitriapertites uesugui, (I) Echitricolpites communis, (J) Cicatricosis-
porites spp., (K) Esporo trilete laevigado, (L) Esporo trilete reticulado. Escala 20 µm.

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Figura 5 - Grãos de pólen e esporos observados na seção em estudo. (A) Sincolporado sp. ,
(B) Esporo trilete foveolado-reticulado, (C) Esporo trilete verrugoso, (D) Gabonisporis vigou-
rouxii, (E) Gnetaceapollenites sp., (F) Grão de pólen triporado, (G) Longapertites proxaper-
titoides, (H) Esporo trilete com perispório, (I) Proxapertites operculatus, (J) Grão de pólen
tricolpado reticulado, (K) Grão de pólen tricolporado-reticulado, (L) Esporo trilete reticulado. Es-
cala 20 µm.

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Figura 6 – Cistos de dinoflagelados observados na seção em estudo. (A) Damassadinium cali-


fornicum, (B-C) Disphaerogena carposphaeropsis, (D) Disphaerogena lemniscata, (E) Dino-
gymnium sp. 1, (F) Dinogymnium sp. 2, (G) Dinogymnium sp. 3, (H) Dinogymnium sp. 4, (I)
Dinogymnium sp.5, (J) Dinogymnium acuminatum, (K) Dinogymnium digitus, (L) Dinogym-
nium undulosum. Escala 20 µm.

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Figura 7 – Cistos de dinoflagelados observados na seção em estudo. (A) Fibrocysta sp. 1, (B) Fi-
brocysta sp. 2, (C) Glaphyrocysta retiintexta, (D) Hafniasphaera fluens, (E) Hystrichosphaeridium
spp., (F) Impletosphaeridium spp., (G-H) Glaphyrocysta semitecta, (I) Achomosphaera spp., (J) Oli-
gosphaeridium complex subsp. complex, (K) Operculodinium centrocarpum, (L) Operculodinium
centrocarpum. Escala 20 µm.

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Figura 8 – Cistos de dinoflagelados observados na seção em estudo. (A) Adnatosphaeridium


buccinum, (B) Alisogymnium euclaense,( C- D) Cisto de dinoflagelado próximo-corado, (E)
Batiacasphaera sp., (F) Cerodinium sp., (G) Cerodinium diebelii, (H) Cordosphaeridium exi-
limurum sp1, (I) Cordosphaeridium inodes, (J) Cordosphaeridium sp. 2, (K) Cordosphaeri-
dium exilimurum, (L) Impletosphaeridium spp. Escala 20 µm.

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Figura 9 - Cistos de dinoflagelados observados na seção em estudo. (A) Operculodinium isra-


elianum, (B) Operculodinium centrocarpum, (C) Paleocystodinium spp., (D) Polysphaeri-
dium spp., (E) Spiniferites spp., (F) Hafniasphaera fluens, (G) Spiniferites sp., (H) Spiniferites
spp., (I) Cleistosphaeridium placacanthum, (J) Membranophoridium spp., (K) Tanyosphaeri-
dium spp., (L) Yolkinigymnium lanceolatum. Escala 20 µm.

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Botelho Neto (1996) / Arai


& Botelho Neto (1996,
Ferreira (2004), sub-

Cronoestratigrafia
margem sul-sudeste /Lana & Albertão et al .
bacia de Sarkis (2002)
Roesner (2002), margem Regali et al . (1974a), bacias sedimentares (1994c)/ Regali et Fauth (2000), bacia da Koutsoukos (1998), Grassi (2000), bacia
Sergipe/Fauth et al . Sarkis et al . (2002),
equatorial/ Ferreira (2004), brasileiras al . (1974a), bacia Paraíba bacia da Paraíba da Paraíba
(2012), bacia de bacia da Paraíba
sub-bacia de Sergipe/Fauth da Paraíba
Santos
et al . (2012), bacia de
Santos
ZONAS DE
ZONAS DE ZONAS DE
ZONAS DE CISTOS DE ZONAS DE ZONAS DE MIÓSPOROS E CISTOS DE MIÓSPOROS E CISTOS ZONAS DE CISTOS DE
ZONAS DE OSTRACODES FORAMINÍFEROS NANOFÓSSEIS
DINOFLAGELADOS MIÓSPOROS DINOFLAGELADOS DE DINOFLAGELADOS
PLANCTÔNICOS CALCÁRIOS
DINOFLAGELADOS

ND5
P2
Paracosta recifensis
ND4
Paleoceno

P1c ?
Echitricolpites Proxapertites Apectodinium Apectodinium
Cerodinium diebelii operculatus
communis homomorphum homomorphum Paracypris jonesi
Cytheropteron sp. 1 P1a/P1b
Intervalo II

Estéril
C. piacabucuensis
Pa superior
S. laciniosa

Indeterminado
P. hantkeninoides
Proteacidites
Dinogymnium spp. Intervalo I
longispinosus
Maastrichtiano superior

Gabonisporis Crassitricolporites Tricornites Micula murus/ Micula


brasiliensis
Cytherella cf. ovoidea prinsii
vigourouxii elongatus

Yolkinigymnium
Tricornites elongatus
lanceolatum

Figura 10 – Zonas de palinomorfos, em destaque, reconhecidas para a seção Maastrichtiano superior-Paleoceno da bacia da Paraíba e a in-
tegração destas com o zoneamento de Regali et al. (1974a), proposto para as bacias sedimentares brasileiras, e zoneamentos locais pro-
postos para a Pedreira Poty.

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O LIMITE CRETÁCEO-PALEÓGENO Koutsoukos, 1998). Subsequentemente,


(K-Pg) análises bioestratigráficas com base em
ostracodes e dinoflagelados (Fauth, 2000;
A localização do limite K-Pg, na pe- Sarkis, 2002) sugeriram, da mesma forma,
dreira Poty, ainda é um tema bastante dis- no topo da camada B, a localização da pas-
cutido e controverso, e foi foco de estudo sagem Cretáceo-Paleógeno (Fig.11).
de diversos trabalhos (Albertão 1993; Al- Novas contribuições de análises ge-
bertão et al., 1994c; Koutsoukos, 1996ab; oquímicas e bioestratigráficas com base em
Koutsoukos, 1998; Fauth 2000; Grassi, palinomorfos, foraminíferos e nanofósseis
2000; Sarkis 2002; Sarkis et al., 2002; Li- calcários, assim como o aprofundamento
ma et al., 2002; Andrade et al., 2010). A dos debates, apresentam a posição da pas-
primeira localização do limite K-Pg foi sagem K-Pg no topo da camada C, no con-
apontada por Albertão (1993), em uma fina tato entre as formações Gramame e Maria
e contínua camada de marga, a camada I, a Farinha (Lima et al., 2002; Albertão &
partir de evidências micropaleontológicas e Martins Jr., 2006; Andrade et al., 2010).
geoquímicas. Em consideração à relevân- Neste trabalho, o limite K-Pg foi ob-
cia do contato entre as formações Grama- servado entre 16,2 e 17,1 m, no intervalo
me e Maria Farinha, o autor detalhou uma equivalente às camadas C a F, estéril, re-
sequência de 14 camadas, identificadas sultado, possivelmente, dos eventos catas-
com as letras de A a N, nas proximidades tróficos que marcaram essa passagem. Em
do mesmo (Fig.11). Dentre as evidências 16,2 m foram registradas as últimas ocor-
paleontológicas são mencionadas as extin- rências dos táxons típicos do Cretáceo,
ções de táxons representantes dos grupos com destaque para os dinoflagelados do
dos foraminíferos e palinomorfos (Alber- gênero Dinogymnium (Fig.6). A partir de
tão, 1993; Albertão et al, 1994c). São sig- 17,1m foram identificadas as primeiras
nificativas, também nessa definição as ocorrências de palinomorfos característicos
ocorrências de anomalias geoquímicas, do Paleoceno, com destaque para a espécie
particularmente, de Irídio (Albertão, 1993; de cisto de dinoflagelado Damassadinium
Albertão & Martins Jr., 1996a), além de californicum (Fig. 6). Outros táxons são
COT (Albertão, 1993; Albertão & Martins citados nessa seção, como os grãos de pó-
Jr., 1996a) e Flúor (Marini et al., 2000). len Echitricolpites communis e Proxaperti-
Menciona-se, ainda, a presença de esféru- tes operculatus (Figs. 4 e 5). As últimas
las, algumas englobando fluorita (Albertão ocorrências dos cistos de dinoflagelados do
et al., 1994b; Albertão & Martins Jr., gênero Yolkinigymnium e da espécie Aliso-
1996a; Marini et al., 2000), e fragmentos gymnium euclaense (Figs. 8 e 9), assim
de quartzo com lamelas retilíneas (Alber- como dos grãos de pólen Crassitricolpori-
tão et al., 1994b; Albertão & Martins Jr., tes brasiliensis, Aquilapollenites magnus,
1996a), interpretadas como feições de im- Gabonisporis spp., Ariadnaesporites spi-
pacto (Alvarez et al., 1995; Schulte et al., nosus, Crassitriapertites uesugui (Figs. 4 e
2010). 5), palinomorfos representativos do Maas-
Outro ponto para a passagem K-Pg trichtiano, também são bioventos conside-
foi determinado no topo da camada B, com rados interessantes na determinação da
o registro das primeiras ocorrências de passagem K-Pg, na pedreira Poty.
foraminíferos planctônicos danianos (Al-
bertão et al., 1994c; Koutsoukos, 1996ab;

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Figura 11 – Perfil das camadas limites da passagem K-Pg, mostrando as propostas de locali-
zação desse limite conforme os trabalhos de Albertão (1993) e Albertão et al. (1994c). No
presente trabalho, a transição K-Pg está entre as camadas D e F. Modificado de Albertão
(1993); Albertão et al. (1994).

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Yolkinigymnium lanceolatum, de cistos disciplinar e epistemológica sobre
de dinoflagelados, datando, como Maas- as evidências do limite Cretáceo-
trichtiano superior, a maior parte dos Terciário, com base em leituras
afloramentos avaliados. Na porção su- efetuadas no registro sedimentar
perior da pedreira Poty, apenas, foi re- das bacias da costa leste brasilei-
conhecido o Paleógeno, com base na ra. Dissertação de Mestrado, Uni-
identificação das zonas Proxapertites verisdade Federal de Ouro Preto,
operculatus e Echitricolpites communis, 2 Volumes, 251p.
de miósporos, e Cerodinium diebelii, de Albertão, G.A.; Koutsoukos, E.A.M. &
cistos de dinoflagelados. Regali, M.P.S.; Attrep Jr., M.;
Na pedreira Poty, o limite Cretá- Martins Jr., P.P. 1994a. The Cre-
ceo-Paleógeno foi observado entre 16,2 taceous-Tertiary boundary in
e 17,1 m, intervalo estéril e equivalente Southern low-latitude regions:
às camadas C a F. preliminary study in Pernambuco,
northeastern Brazil. Terra Rese-
Agradecimentos arch, 6: 366-375.
Albertão, G.A.; Martins Jr.; P.P.
Ao PRH ANP/FINEP/UFPE pela Koutsoukos, E.A.M. 1994b. O li-
bolsa de estudo e apoio logístico conce- mite Cretáceo-Terciário na bacia
dido através do PRH-26. Ao Programa de Pernambuco/Paraíba: caracte-
de Pós-Graduação da UFPE e LAGESE rística que define um marco estra-
pela disponibilização dos laboratórios e tigráfico relacionado com um
materiais utilizados no decorrer das aná- evento catastrófico de proporções
lises. À PETROBRAS/UO-SEAL/ globais. Acta Geológica Leopol-
EXP/SE, por ter proporcionado as con- densia, 17 (39/1): 203-219.
dições necessárias para o desenvolvi- Albertão, G.A.; Regali, M.P.S.;
mento deste trabalho. Ao Museu Nacio- Koutsoukos, E.A.M.; Martins Jr.,
nal do Rio de Janeiro, em nome do Dr. P.P. 1994c. O registro micropale-
Marcelo Carvalho, pelas discussões ontológico, com base em forami-
acerca dos cistos de dinoflagelados. À níferos e palinomorfos, no limite
Fundação Paleontológica Phoenix, em Cretáceo-Terciário (K-T), bacia
particular ao Dr. Wagner Souza Lima, de Penambuco/Paraíba (PE/PB),
pela cessão das amostras para a realiza- nordeste do Brasil – Inferências
ção do presente estudo. Os agradeci- Paeoambientais. Acta Geológica
mentos estendem-se aos orientadores Leopoldensia, 17 (39/1): 131-145.
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