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XXII - SEMANA ACADÊMICA DE

QUÍMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL


FLUMINENSE

QUÍMICA DOS EXPLOSIVOS


UBIRAJARA DA SILVA VALENÇA
PROFESSOR DA CADEIRA DE EXPLOSIVOS DO IME
Apresentação
 Como homenagem ao XXII - Semana Acadêmica de
Química, que essa Universidade está patrocinando,
quero divulgar o pensamento e a recomendação do
Conselho Federal de Química, CFQ, e de seus Orgãos
subordinados, os Conselhos Regionais de Química,
CRQs, a todos que têm o privilégio de trabalhar com
essa ciência indispensável na vida moderna.
 MISSÃO – Zelar pelo correto exercício da profissão de
químico com a finalidade de proteger a sociedade e o
meio ambiente, mediante a fiscalização e o registro de
profissionais e empresas, bem como realizar ações
que estimulem o desenvolvimento tecnológico
nacional, de acordo com a legislação vigente.
RESUMO

 Generalidades sobre explosivos (120 min)


 Nitrocelulose e Nitroglicerina (60 min)
 Propelentes (90 min)
 Agentes de Iniciação e Iniciadores (45 min)
 Explosivos de Ruptura (90 min)
 Explosivos Industriais (60 min)
 Pirotécnicos (30 min)
 Legislação aplicada aos explosivos e
Bibliografia (45 min)
 Perguntas e Esclarecimentos (60 min)
I GENERALIDADES SOBRE EXPLOSIVOS
 a) Introdução
 A Pólvora Negra foi, indubitavelmente, o primeiro explosivo
mencionado em um manuscrito chinês, no Século XI. É de
interesse notar que esse manuscrito “Wu Ching Tsung Yao” era
um tratado sobre artes militares e que, naquela época, a ciência
e a tecnologia dos explosivos estavam voltadas para as
exigências militares.
 O seguinte maior evento na história dos explosivos veio com as
descobertas dos ácidos nítrico e sulfúrico. Isto permitiu aos
químicos nitrar e obter uma grande quantidade de novos
compostos produzidos a partir dessa tecnologia. Embora
inúmeros explosivos tenham sido preparados usando-se a
nitração, muitos químicos perderam suas vidas porque, logo foi
visto que, os novos materiais descobertos eram muito
energéticos e, muitas vezes, também muito instáveis.
 Por isso é que o trabalho com explosivos deve estar baseado
no que costumamos chamar de “Princípios fundamentais de
segurança” abaixo enumerados:
Princípios Fundamentais de Segurança

1 – É princípio geral de segurança no trabalho com


explosivos de quaisquer espécies, munições e artifícios
pirotécnicos a utilização oportuna e judiciosa de todos
os recursos, métodos e processos indicados nos
Cadernos de Encargos que orientam suas fabricações.
2- Qualquer operação que envolva o manuseio de
explosivos, munições e artifícios requer o emprego,
durante o menor tempo possível de pessoal habilitado e
estritamente necessário. As quantidades de material
perigoso a ser manuseado devem ser reduzidas ao
mínimo necessário, conciliando-se sempre a segurança
do pessoal com a eficiência das atividades
3 – A segurança do material repousa, sobretudo, na
rigorosa observação das normas e regras estabelecidas
para o seu manuseio, armazenamento, conservação,
transporte e destruição, quando for o caso;
4 – A segurança das instalações depende dos cuidados
dispensados aos materiais estocados ou manipulados e
das medidas que visem a reduzir a ação de fatores
intrínsecos e extrínsecos, a saber:
(A) – Fatores intrínsecos – os explosivos, especialmente as pólvoras
químicas, estão sujeitas a um processo de decomposição que se
inicia logo após a sua fabricação. Esta degradação química tem
caráter autocatalítico, chegando até a determinar a sua
inservibilidade e provocar a sua combustão espontânea.
(B) – Fatores extrínsecos – os explosivos são sensíveis à ação de agentes
exteriores, tais como o calor, a umidade, os fenômenos sísmicos, as
faiscas, o fogo ,o choque, o atrito, bem como a imperícia e a
negligência no manuseio do material.
Comentários de esclarecimento: Até aqui, fomos enfáticos em destacar
os riscos e a segurança que devem ser dados no trato desses
materiais energéticos. Queremos, no entanto, salientar que os
explosivos não são feitos só para constituirem artefatos bélicos
destinados à destruição. A construção de estradas e hidrelétricas, a
mineração, as demolições, aí incluindo as implosões, hoje em dia
tão em moda, a pesquisa petrolífera, a ida do homem ao espaço, a
colocação,em órbita, de satélites para diversos fins, os esportes de
caça e de tiro, a extinção do fogo de 700 poços de petróleo, no
Kuwait, depois da Guerra do Golfo Pérsico, são algumas das
atividades que se beneficiam com esse tipo de material.
b – Definição – Explosivos são substâncias ou misturas delas capazes de
se transformar, quimicamente, em gases, com extraordinária rapidez
e com desenvolvimento de calor, produzindo elevadas pressões e
considerável trabalho. Para ser considerado explosivo, o composto
deve ter uma instabilidade natural que pode ser acionada por
chama, calor, choque ou atrito.
c – Classificação dos explosivos e dos grupos explosóforos
C 1 – Os explosivos podem ser classificados:
- quanto a constituição íntima em
. químicos (inorgânicos e orgânicos)
. mecânicos
. mistos
- quanto ao emprego em
. explosivos de ruptura ou altos explosivos
. propelentes ou baixos explosivos
. iniciadores ou explosivos primários
- quanto ao estado físico em
. sólidos
. líquidos
. gasosos

Definição dos explosivos quanto ao emprego


- Explosivos de ruptura ou altos explosivos são os destinados à
produção de um trabalho de destruição, pela ação da força viva
dos gases oriundos de sua transformação. Para a sua completa
iniciação exigem a onda de detonação de um explosivo passível
de ser iniciado por chama ou choque. A sua transformação é a
DETONAÇÃO. Exemplos; Trotil; Nitroglicerina; Dinamites
Propelentes ou baixos explosivos: são os que têm por finalidade
a produção de um efeito balístico. A sua transformação normal
é a DEFLAGRAÇÃO e o impulso inicial que exigem é a chama.

Os propelentes apresentam como característica importante uma


velocidade de transformação que pode ser, de algum modo,
controlada. Exemplos: Pólvoras químicas (ou coloidais) e
Pólvoras mecânicas

Iniciadores ou explosivos primários são os que têm por


finalidade provocar a transformação de outros explosivos. Sua
transformação única é a DETONAÇÃO e o impulso inicial
exigido é a chama ou choque. Exemplos: Azida de chumbo;
Estifinato de chumbo; Tetrazeno; Diazodinitrofenol; (Fulminato
de mercúrio)

Em geral, a transformação de um explosivo em gases, sejam


eles de ruptura, propelentes ou iniciadores, se dá sempre por
sua decomposição em dióxido e/ou monóxido de carbono, água
e nitrogênio e alguns de seus derivados.
c – Classificação dos explosivos e dos grupos explosóforos

Esses gases são os mesmos que os obtidos nas combustões


normais; no entanto, a diferença, no caso das reações explosivas,
é a velocidade com que as reações se realizam.
Nas decomposições dos explosivos de ruptura e dos iniciadores,
as velocidades das reações são superiores a 1500 m/s, chegando
em muitos casos a mais de 9000 m/s.
Já nas decomposições dos propelentes, as velocidades são
menores, podendo atingir um pouco mais de 1000 m/s.
É, portanto, a velocidade de decomposição da reação explosiva
que define o limite entre uma DETONAÇÃO ou uma
DEFLAGRAÇÃO
Como já citamos, anteriormente, e agora certificamos, é que os
explosivos de ruptura e os iniciadores decompõem-se detonando,
enquanto que os propelentes decompõem-se deflagrando.
3 – CLASSIFICAÇÃO DOS EXPLOSIVOS
EXPLOSIVOS

BAIXOS EXPLOSIVOS ALTOS EXPLOSIVOS OU PIROTÉCNICOS


(PROPELENTES OU PÓLVORAS) EXPLOSIVOS DE RUPTURA

EXPLOSIVOS PRIMÀRIOS EXPLOSIVOS


OU INICIADORES SECUNDÁRIOS

AZIDA DE CHUMBO
ESTIFINATO DE CHUMBO
FULMINATO DE MERCÚRIO
EXPLOSIVOS EXPLOSIVOS
TETRAZENO
DDNP MILITARES INDUSTRIAIS

-TROTIL TNT
-NITROPENTA PETN
-HEXOGENIO RDX DINAMITES AGENTES
-OCTOGÊNIO HMX
-COMPOSIÇÕES
DETONANTES

NÃO
DINAMITE GHUR PERMISSÍVEIS PERMISSÍVEIS
-DINAMITES NITROGLICERINADAS
-DINAMITES SEMI-GELATINOSAS -ANFO
-DINAMITES AMONIACAIS -ANFO / AL
-GELATINAS EXPLOSIVAS -ANFO PESADO; LAMAS
-GELATINAS AMONIACAIS -EMULSÔES
C 2 – Grupos explosóforos

Já vimos que os explosivos podem ser classificados do ponto de


vista químico e de acordo com os seus empregos. Do ponto de
vista químico, distinguimos dois grupos – o das substâncias
puras e a das misturas.
Os primeiros são divididos em:
- nitrocompostos
- ésteres nítricos
- nitraminas
- derivados dos ácidos clórico e perclórico
- azidas
- vários compostos capazes de produzir uma explosão, tais
como, fulminatos; acetiletos; compostos ricos em nitrogênio
como o tetrazeno; peróxidos; ozonideos etc.
Substâncias puras são explosivas se suas moléculas contém
grupos os quais conferem a elas propriedades explosivas.

A primeira tentativa para uma sistematização de uma relação


entre as propriedades explosivas de uma molécula e a sua
estrutura foi feita por Van’t Hoff.
Uma tentativa posterior, usando a mesma sistematização de Van’t
Hoff, foi feita por Plets. De acordo com Plets, as propriedades
explosivas de quaisquer substâncias dependem, sobretudo, da
presença de um grupamento estrutural definido que ele chamou
de “explosóforo”.
Ele dividiu todos os explosivos em oito classes, contendo os
seguintes grupos explosóforos:
–NO2 e –ONO2 em substâncias orgânicas e inorgânicas
–N=N– e –N=N=N– em azidas orgânicas e inorgânicas
–NX3 , por exemplo, no NCℓ3 (X = halogênio)
–N=C em fulminatos
–OCℓO2 e –OCℓO3 em cloratos e percloratos orgânicos e
inorgânicos
–O–O– e –O–O–O– em peróxidos e ozonídeos orgânicos e
inorgânicos
–C≡C– no acetileno e acetiletos metálicos
M–C metal ligado ao carbono em alguns compostos organo
metálicos.

O que caracteriza um explosóforo é o baixo calor de formação de


suas ligações, estando propensos a se decompor,
explosivamente, com um pequeno impulso.
d – Balanço de Oxigênio

É a percentagem, em peso, positiva ou negativa, que permanece


após a explosão, supondo que todos os átomos de carbono e
de hidrogênio do explosivo são convertidos em CO2 e H2O.

O cálculo dessa característica é importante no emprego do


explosivo, indicando se ele é de combustão completa ou de
combustão incompleta.

Em geral, os explosivos contém apenas os elementos carbono,


hidrogênio, oxigênio e nitrogênio e podem ser identificados pela
sigla CHON, tendo a fórmula geral
CcHhOoNn
Partido-se da equação de decomposição do explosivo e
considerando-o como de combustão completa, pode-se
escrever
CcHhOoNn → x CO2 + y H2O + z N2
77 Então, para C: c=x
para H: h = 2y
para O: o = 2x + y
para N: n = 2z; substituindo x e y por seus valores
resulta que: o = 2c + h/2
Portanto, para um explosivo de combustão completa o ≥ 2c +
h/2
e, para um explosivo de combustão incompleta o ≤ 2c + h/2
Exemplo 1 – Calcular o balanço de oxigênio da nitroglicerina
C3H5(ONO2)3; o =9; c = 3; h = 5; 2c + h/2 = 6 + 2,5 = 8,5; então
9>8,5
ou o > 2c + h/2, isto é, a nitroglicerina é um explosivo de
combustão completa, havendo excesso de oxigênio.
A reação de decomposição aproximada é a seguinte:
C3H5(ONO2)3 → 3 CO2 + 2,5 H2O + 0,25 O2 + 1,5 N2
Logo, o excesso de oxigênio na nitroglicerina é de:
[(0,5 x 16) / 227] x 100% = +3,5 %
Exemplo 2 – Calcular o balanço de oxigênio do Trotil
C7H5O6N3 ; o = 6; c = 7; h = 5; 2c + h/2 = 14 + 2,5 = 16,5; então
6<16,5 ou o < 2c + h/2, isto é, o Trotil é um explosivo de
combustão incompleta.
Cálculo da deficiência de oxigênio no Trotil: 16,5 – 6 = 10,5
Logo: [(10,5 x 16) / 227] x 100 % = −74%
DECOMPOSIÇÃO DOS EXPLOSIVOS
EQUAÇÃO DE DECOMPOSIÇÃO

A eficiência de um explosivo depende de dois fatores:


O primeiro é a quantidade de energia disponível no explosivo;
A segunda é a velocidade de liberação dessa energia quando
ocorre a explosão.

Para medir a eficiência de diferentes explosivos, diversos


parâmetros característicos podem ser usados, tais como:
- calor de explosão
- temperatura de explosão
- pressão de explosão
- fator de potência
- velocidade de queima
- velocidade de detonação
- pressão de detonação
Esses parâmetros são medidos experimentalmente ou
calculados teoricamente.
Os cálculos teóricos são mais convenientes e são úteis para
comparação da característica relativa de um explosivo com um
outro.
DECOMPOSIÇÃO DOS EXPLOSIVOS – CONTINUAÇÃO
Em uma explosão, porém, as condições exatas não são
perfeitamente conhecidas.
Assim, é incerto se a característica absoluta, configurada para um
explosivo pode ser calculada precisamente.
Sempre que os valores absolutos forem exigidos, eles devem ser
determinados experimentalmente.

COMPOSIÇÃO DOS PRODUTOS GASOSOS DA EXPLOSÃO


Para calcular o calor de explosão e os outros parâmetros
característicos dos explosivos é essencial o conhecimento da
composição dos produtos gasosos da explosão, isto é, é preciso
que se conheça a equação de decomposição do explosivo;
isto pode ser obtido a partir da constante de equilíbrio do gas
d’água e de outras reações, porém é um processo tedioso.
Recentemente, bancos de dados e programas de computador tem
permitido que esses cálculos possam ser feitos mais rapidamente
e com mais precisão.
DECOMPOSIÇÃO DOS EXPLOSIVOS – CONTINUAÇÃO

Uma boa aproximação pode, contudo, ser obtida aplicando-se um


conjunto de regras desenvolvidas pelos pesquisadores G. B.
Kistrakowsky e E. B. Wilson, durante a II Guerra Mundial.
As regras podem ser aplicadas para qualquer explosivo CHON,
considerando as seguintes hipóteses:
1 – O Oxigênio queima todo o hidrogênio para formar H2O;
2 – Qualquer oxigênio que sobre queima carbono para formar CO;
3 – Qualquer oxigênio, ainda em excesso, oxida o CO,
estequiometricamente, até CO2;
4 – Qualquer átomo de nitrogênio é convertido em nitrogênio
gasoso (N2).
As regras podem ser aplicadas nos seguintes exemplos:
Exemplo 1
Quais são os produtos gasosos formados pela detonação do
Hexogênio (C3H6O6N6)
A partir das regras acima:
1 – 6H = 3 H2O (restam 3 átomos de oxigênio)
2 – 3C = 3 CO (todo oxigênio foi consumido)
3 – 6N = 3 N2
A reação global é, portanto
C3H6O6N6 → 3 CO + 3 H2O + 3 N2
Exemplo 2
Quais os produtos gasosos formados pela detonação do Trotil
(C7H5O6N3)
Usando as regras estabelecidas:
1 – 5H = 2,5 H2O (restam 3,5 átomos de oxigênio)
2 – 3,5C = 3,5 CO (todo oxigênio foi consumido)
3 – 3,5C = não sofrem oxidação
4 – 3N = 1,5 N2
A reação global é a seguinte:
C7H5O6N3 → 3,5 CO + 3,5 C + 2,5 H2O + 1,5 N2
f – Propriedades dos explosivos

- Efeito útil – é a determinação (experimental) do parâmetro de


Potencial do explosivo, ou seja, é a avaliação da sua
capacidade de trabalho comparada com a de um explosivo
padrão.
- Velocidade de detonação – é a velocidade na qual a onda de
choque de detonação caminha ao longo da carga explosiva.
- Brisância – é a capacidade que tem um explosivo de
fragmentar o recipiente que o encerra. A brisância é uma
característica que depende muito da velocidade de detonação.
- Sensibilidade – esta característica envolve diversos aspéctos
para a sua avaliação:
Sensibilidade à fricção – é a medida da capacidade que um
explosivo tem de ser detonado através do atrito friccional de um
péndulo, dispondo de uma sapata de aço ou de fibra que oscila
sobre uma bigorna onde se encontra a quantidade determinada
(7 g) do explosivo sob teste.
f- Propriedades dos explosivos - continuação

Sensibilidades à iniciação – consiste em determinar a quantidade


mínima de um explosivo primário capaz de provocar a iniciação
de uma determinada quantidade do explosivo (0,4 g) sob teste.
Alguns explosivos são sensíveis à iniciação apenas pela ação da
chama.

Sensibilidade ao choque – é a medida da altura de queda de um


determinado peso padrão que é capaz de provocar a detonação
de certa quantidade de explosivo (0,02 g).
O aparelho usado na realização desta prova chama-se Carneiro
mecânico ou Carneiro de choque.
EFEITO ÚTIL
• Dimensões do Bloco de Trauzl: + -
 altura do bloco = 200mm,
 diâmetro do bloco = 200mm,
 altura do furo central = 125mm e
 diâmetro do furo central = 25mm.
• Preparação do teste:
 10g de explosivo em teste,
 espoleta elétrica,
 explosivo e espoleta enrolados em uma folha de estanho
são colocados no interior do furo,
 furo central preenchido com areia classificada. TC ÉDIO
EFEITO ÚTIL

Bloco de Trauzl
(cilindro de chumbo)

orifício central 25mm

125mm
200mm
chumbo

200mm
TC ÉDIO
EFEITO ÚTIL

+ -

TC ÉDIO
EFEITO ÚTIL
cálculo do efeito útil (EU)
Volume inicial = 61,4cm3 Volume final

EU explosivo = V final - V inicial - EU espoleta


EU [cm3]
TC ÉDIO
VELOCIDADE DE DETONAÇÃO

Método de D’Autriche

TC ÉDIO
VELOCIDADE DE DETONAÇÃO

explosivo em teste Método de D’Autriche


espoleta
d

3d L

l/2
cordel detonante de espoletas
comprimento “l”

placa de chumbo
risco inicial sobre a placa de chumbo
TC ÉDIO
VELOCIDADE DE DETONAÇÃO

Método de D’Autriche

direção de
deslocamento de
onda de choque
“ “

TC ÉDIO
VELOCIDADE DE DETONAÇÃO

encontro das
frentes de
choque

Método de D’Autriche TC ÉDIO


VELOCIDADE DE DETONAÇÃO

Método de D’Autriche

a
corte na placa de
chumbo provocado
pelo encontro das
ondas de choque
TC ÉDIO
VELOCIDADE DE DETONAÇÃO

(l/2) (1/v) + a (1/v) = (L/V) + (l/2) (1/v) - a (1/v)

V = (Lv)/(2a)

L
“S = vt -> t = (S/v)”.
l/2
“v -> velocidade conhecida de
detonação do cordel detonante.
a
“l -> comprimento do cordel detonante.
“V -> velocidade a ser calculada.

Método de D’Autriche TC ÉDIO


BRISÂNCIA
É a capacidade de um explosivo fragmentar o invólucro
que o contém.
• Depende da violência com que os produtos gasosos da explosão
são liberados.

 a velocidade de reação é o fator mais importante na


determinação da brisância.
• medido pelos testes:
 da areia e
 de fragmentação de granadas.
• importância para explosivos militares:
 fragmentação de granadas.
TC ÉDIO
BRISÂNCIA
teste de fragmentação de granadas

1 2 3

TC ÉDIO
BRISÂNCIA
teste de fragmentação de granadas
classificação de estilhaços por peso

TC ÉDIO
SENSIBILIDADE À FRICÇÃO

É a medida da sensibilidade de um explosivo colocado


entre duas peças, de aço ou de fibra, ser iniciado por meio da
fricção destas duas peças.
• dispositivo - pêndulo de fricção.
 7g do explosivo é dispersa sobre a porção entalhada da
bigorna de fricção e sofre a fricção de uma sapata de
fricção.
 peças de aço são mais eficientes.
• 10 porções do explosivo são testadas.
• é anotado o número de vezes em que ocorrem estalos, ignição
ou explosão.
• mecanismo : formação de pontos quentes pela fricção. TC ÉDIO
SENSIBILIDADE À FRICÇÃO
pêndulo de fricção

sapata de fricção
peso de 20Kg

h = 1m 7g de explosivo

bigorna de fricção

TC ÉDIO
SENSIBILIDADE À FRICÇÃO

funcionamento do pêndulo de fricção

TC ÉDIO
SENSIBILIDADE À INICIAÇÃO
abertura do tubo metálico
a b c cápsula
de
reforço

tubo metálico
A tipo espoleta
A
B

C C C

A - explosivo iniciador: azida de chumbo (0,3g em b e 0,2g em c)


- (iniciável por chama).
B - reforçador (booster): tetril (0,1g).
C - alto explosivo sob teste (0,4g em pó prensada a 3000psi) TC ÉDIO
SENSIBILIDADE À INICIAÇÃO
lançamento da chama no
teste de iniciação

• a . explosivo em teste iniciável por


chama - explosivo iniciador não
requerido.

• b . explosivo em teste não iniciável por


chama - explosivo iniciador requerido
(iniciável por chama). A
A
B
• c . explosivo em teste (explosivo
insensível) não iniciável por chama e não
iniciável por explosivo iniciador - C C C
explosivo iniciador e reforçador (booster)
requeridos. a b c
TC ÉDIO
SENSIBILIDADE AO CHOQUE

É a medida da menor altura a partir da qual um “peso”


(massa) de 2,0Kg (ou 5,0 Kg) liberado em queda livre causa a
detonação de uma amostra de 0,02g de explosivo.
• dispositivo - carneiro mecânico (carneiro de choque).
• 10(dez) tentativas para cada altura para que haja, pelo
menos, 1(uma) detonação.
• medidas para peso de 2,0Kg:
 h < 10cm - muito sensíveis,
 h = [10cm - 25cm] - sensíveis,
 h = [25cm - 100cm] - pouco sensíveis e
 h > 100cm - insensíveis.
TC ÉDIO
SENSIBILIDADE AO CHOQUE
carneiro mecânico

peso (2 Kg)

explosivo
(0,02 g)

bigorna

A B C TC ÉDIO
g – Efeito Munroe ou Efeito de cargas ocas ou cargas moldadas

Em 1888, Charles Munroe descobriu que se um bloco de um explosivo (no


caso a Nitrocelulose), com letras embutidas em sua superfície, fosse
detonado contra uma placa de aço, as letras eram cravadas na placa. De
outro lado, se as letras fossem apenas distribuidas sobre a superfície do
explosivo, a detonação do bloco reproduzia as letras, em relevo, sobre a
placa de aço.
Munroe também descobriu que pelo aumento da profundidade da
depressão ou da cavidade no explosivo ele era capaz de aumentar o
efeito produzido sobre a placa de aço.
Dentre os diversos fatores que influenciam o efeito de penetração das
cargas moldadas um é a precisão no carregamento do explosivo, em
relação ao material revestido; o outro é o seu alinhamento com o alvo a
ser atingido.
A Tabela, abaixo vai mostrar efeitos do tipo de material revestido pelo
explosivo na constituição das cargas moldadas.
Efeito do tipo de material revestido pelo explosivo na constituição das
cargas moldadas

Profundidade da Diâmetro na
Material Densidade perfuração entrada do furo
alcançada (cm) * (mm)
Cobre 8,9 19 18

Aço inoxidável 7,8 12,7 16

Zinco 7,2
11,4 22

2,7 12,7 23
Alumínio
EFEITO MUNROE

• Fatores que afetam a ação de penetração das cargas:


 explosivo usado,
 velocidade de detonação do explosivo,
 tipo de material usado no cone,
 espessura do cone,
 ângulo do cone,
 distância entre o explosivo e o alvo e
 rotação do projetil.

TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

forro cônico (oco)


explosivo (normalmente metálico)
detonador ângulo do cone

perfuração cônica

TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

alvo

afastamento necessário

TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

formação do jato a partir do cone colapsado

ação das ondas de choque sobre


um ponto sobre o forro do cone
TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

formação do jato a partir do cone colapsado

TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

formação do jato a partir do cone colapsado

TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

jato de material sólido colapsado do forro cônico da carga oca


(alta energia)

TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

perfuração do alvo pelo jato sólido

TC ÉDIO
EFEITO MUNROE

blindagem de aço (alvo)

perfuração da blindagem
(até 25cm)
TC ÉDIO
II – NITROCELULOSE E NITROGLICERINA

II A – NITROCELULOSE
A nitrocelulose, nitrato de celulose ou NC é uma mistura de nitratos
obtidos pela nitração da celulose. A celulose é um polímero de
cadeia longa formado por unidades amidoglucose (C6H10O5)
geralmente representada pela seguinte fórmula estrutural
O número de unidades de amidoglucose (grau de polimerização)
varia apreciavelmente. Algodão linter e polpa de madeira usados
na preparação das nitroceluloses, para fins variados, militares ou
civís, têm, aproximadamente, 1000 a 1500 graus de
polimerização.
1 – Especificações e Propriedades
- Teor de nitrogênio
- Viscosidade
- Solubilidade
- Teor de umidade
- Teor de cinzas
- Teor de sulfatos
- Estabilidade Química
2 – Empregos
- Constituinte básico das pólvoras coloidais
- Constituinte das gelatinas explosivas e das dinamites
nitroglicerinadas
- Como explosivo
- Tintas e vernizes
- Fabricação de seda artificial
- Fabricação de celuloide para filmes fotográficos e
radiográficos
- Indústria farmacêutica
3 – Fabricação da Nitrocelulose
3.1 – Matérias-primas
- Celulose (algodão ou madeira)
- Mistura sulfonítrica
- Carbonato de sódio
- Hidróxido de sódio
- Clorito ou Hipoclorito de sódio
- Água
3.2 – Etapas da fabricação
- Purificação da celulose
- Nitração
- Estabilização (Fervimento ácido, Polpação, Fervimento
alcalino)
- Filtração
- Extração
3.3 – Medidas de segurança
- Manusear a nitrocelulose sempre úmida
- Cuidados com a centrifugação da nitrocelulose ácida
- Equipamentos de fabricação aterrados
- Rede de para-raios nas oficinas de fabricação
- Reaproveitamento dos ácidos residuais
- Sistema de irrigação das oficinas
NITROCELULOSE

(ONO2 )CH2
O O HO
ONO2 (OH)CH2
O O O
(ONO2 ) ONO2 O
(ONO2 )CH2 O
HO ONO2

nitrocelulose
nitrato de celulose
NC
(monômeros com graus de nitração diferentes e aleatórios)
(alto explosivo)
(matéria-prima para pólvoras coloidais e dinamites)
TC ÉDIO
3 – Fabricação da Nitrocelulose – observação final
É medida de segurança, de extrema importância, a limpeza das oficinas
onde as celuloses bruta e purificada são manuseadas devido o perigo do
acúmulo de eletricidade estática sobre o pó de celulose que é produzido.
II B – NITROGLICERINA
A Nitroglicerina, Trinitrato de glicerina ou NG é um líquido oleoso
incolor quando puro (o produto industrial tende a ser opaco).
Foi preparada, pela primeira vez, em 1846 por Ascanio Sobrero e
usada, como explosivo, em 1864 por Alfred Nobel.
É largamente usada na fabricação de pólvoras, propelentes e
dinamites (*)
(*) – Dinamite é o nome comercial dos explosivos nitroglicerinados
e patenteados por Nobel.
1 – Especificações e Propriedades
- Congela, na forma de cristais rômbicos, a 13,2 °C, na forma de
agulhas. A fusão é extremamente perigosa.
- Densidade igual a 1,6
- Muito pouco solúvel em água, mas muito solúvel nos solventes
convencionais.
- Elevada capacidade de gelatinização com a nitrocelulose. (A
Gelatina explosiva tem composição de 92% NG/8% NC).
- Muito sensível ao choque, fricção e a chama.
NITROGLICERINA

nitroglicerina
H
trinitrato de glicerol
H C ONO2 trinitrato de glicerina
NG
H C ONO2
(alto explosivo)

H C ONO2 (matéria-prima para pólvoras coloidais)


(matéria-prima para dinamites)
H

TC ÉDIO
II B – NITROGLICERINA - CONTINUAÇÃO
2 – Empregos
- não é empregada na forma pura (líquida)
- pólvoras e propelentes coloidais
- dinamites e gelatina explosiva
- indústria farmacêutica

3 – Fabricação
3.1 – Matérias-primas
- glicerina
- mistura sulfonítrica
- carbonato de sódio
- sulfito de sódio
- água
3.2 – Etapas da fabricação e Processos de fabricação
- Nitração
- Separação
- Purificação (Estabilização)
- Transporte da nitroglicerina após a fabricação
- Ácido residual e desnitração
- Águas de lavagem
II B – NITROGLICERINA - CONTINUAÇÃO
3.2 – Processos de fabricação
A fabricação da nitroglicerina pode ser realizada por dois
processos: contínuo e descontínuo.
Modernamente, só se usa o Processo contínuo a partir de oficinas
Meissner, Biazzi ou Kontinitro.
O processo descontínuo (Nathan era o mais conhecido) não é
mais usado.
Tanto um quanto o outro, envolvem extremo perigo no manuseio
das matérias-primas.
No Brasil, apenas a IMBEL (Empresa pública) e as Indústrias
Químicas Britanite (Empresa privada) fabricam Nitroglicerina

3.3 – Medidas de segurança


- Oficinas protegidas por taludes
- Paredes reforçadas nas oficinas de fabricação
- Pisos de chumbo nas oficinas de fabricação e estocagem
- Número llimitado de operários nas oficinas, indicado nas
portas de entrada
- Quantidade reduzida de nitroglicerina nas oficinas que a
manipula
3 3. 4 – NITROGLICOL
.

- O principal emprego do nitroglicol é como constituinte das


dinamites incongeláveis;
- Costuma-se usá-lo em mistura com a nitroglicerina, na proporção
de 50% de cada um dos componentes;
- Não é usado na fabricação de pólvoras devido as suas elevadas
toxidez e volatilidade;
- É mais estável que a nitroglicerina;
- Sua fabricação é idêntica a da nitroglicerina e utiliza os mesmos
equipamentos;
- O ácido residual de sua fabricação, também, deve ser desnitrado;
- Algumas de suas características explosivas são superiores as da
nitroglicerina, como por exemplo o Bloco de Trauzl de 650 cm3
contra 590 cm3 da nitroglicerina e a sensibilidade ao choque de
20 cm contra 4 cm da nitroglicerina.
Principais
Propelentes

Processos de
Fabricação
Definição de
Propelentes

São compostos químicos ou misturas deles


que, quando iniciados, queimam, mesmo em
ausência acentuada de oxigênio atmosférico, com
velocidade controlada, liberando uma quantidade
de gás que é capaz de produzir um trabalho
mecânico.
Classificação

 Monopropelentes

 Bipropelentes

 Composites
Monopropelentes

 Cristalinos
 Perclorato de Amônio, Nitroguanidina
 Plásticos (pólvoras coloidais ou sem
fumaça)
 Propelentes de Base Simples (BS)
 Propelentes de Base Dupla (BD)
 Propelentes de Base Tríplice (BT)
 Propelentes de Grãos Esféricos
 Propelentes Moldados
Bipropelentes
 Propelentes líquidos

Composites
 Pólvora negra (carvão, enxofre e salitre)

 Composite propriamente dita (combustíveis


aglutinantes e oxidantes)
Simulacros inertes de
propelentes
Característica Geral

Os propelentes, em geral, (exceto os


bipropelentes) são constituídos de combustíveis e
de comburentes reunidos em um único corpo.
Constituintes dos
propelentes
 Bases ativas
 Estabilizantes
 Plastificantes
 Auxiliares de gelatinização
 Auxiliares de oxidação
 Substâncias que facilitam o trabalhamento
 Aditivos mecânicos
 Modificadores balísticos
 Agentes de cobertura e inibidores
Emprego dos
propelentes
 BS - preferencialmente em canhões, obuseiros e
armas portáteis
 BD - canhões, obuseiros, morteiros, rojões e
foguetes
 BT - canhões de grande cadência de tiro
 Propelentes Moldados - foguetes
 Propelentes de grãos esféricos - armas
portáteis e alguns canhões
 Composites - foguetes
 Processos de fabricação
 Propelentes homogêneos (coloidais)

 Propelentes heterogêneos (composites)


Fabricação de Propelente
Base Simples
SOLVENTE FRIO
E ADITIVOS INDUSTRIAL

NITROCELULOSE PRENSAGEM PRENSAGEM


DESIDRATAÇÃO MISTURAÇÃO MACERAÇÃO
HIDRATADA PRELIMINAR FINAL

VAPOR VAPOR VAPOR

EXTRAÇÃO E
EXTRAÇÃO AQUOSA
PENEIRAÇÃO GRAFITAGEM SECAGEM RECUPERAÇÃO DO CORTE
DO SOLVENTE
SOLVENTE

NÃO DNT
HOMOGENEIZAÇÃO PENEIRAÇÃO TIRO ESPECIFICACÃO COBERTURA
VAPOR

SIM

EMBALAGEM
E PENEIRAÇÃO HOMOGENEIZAÇÃO PENEIRAÇÃO GRAFITAGEM
ARMAZENAGEM
Fabricação de Propelente
Base Dupla
MASSA HOMOGENEIZAÇÃO LAMINAÇÃO COZIMENTO LAMINAÇÃO CORTE EM
MISTURAÇÃO
PRIMÁRIA DA MP PRELIMINAR (SECAGEM) FINAL DISCOS

SECAGEM
DA MP

SELEÇÃO GRÃOS GRANDES PRENSAGEM


HOMOGENEIZAÇÃO CORTE CURA
VISUAL (EXTRUSÃO)

GRÃOS
PEQUENOS CARTUCHOS

EMBALAGEM HOMOGENEIZAÇÃO PENEIRAÇÃO GRAFITAGEM PENEIRAÇÃO CORTE SECAGEM

MORTEIRO

PESAGEM DA PESAGEM SELEÇÃO


CORTE COSTURA MONTAGEM RISCAGEM
CARGA INDIVIDUAL DAS FOLHAS

ENVELOPAMENTO EMBALAGEM
LINHA TUBULAR
LINHA LAMINAR
Fabricação de Propelente
Base Tríplice
Tipo de Propelentes Calor de Explosão Vida Útil
(cal/g) (n0 de tiros)
Base dupla com NG 950 1700
Base dupla com NG 820 3500
Base dupla com resfriador* 690 15.000

*o resfriador pode ser, também, o dinitrato de dietileno glicol cujo


inconveniente é ser muito volátil, se aquecido.
Fabricação de Propelente
Base Tríplice
NITROGLICERINA

PRENSA DE QUEBRA
NITROCELULOSE PRÉ-MISTURAÇÃO
DESIDRATAÇÃO BLOCO

ESTABILIZANTES
MISTURAÇÃO
NITROGUANIDINA ENVELHECIMENTO
FINAL
E ADITIVOS

RETIFICAÇÃO RETIFICAÇÃO
GÁS INERTE
DE ALCOOL DE ACETONA

PRENSA PRENSA
CORTE
PRELIMINAR FINAL

GÁS INERTE

EMBALAGEM E MISTURAÇÃO SECAGEM


PENEIRAS PRÉ-MISTURAÇÃO
ARMAZENAMENTO FINAL A AR
Fabricação de Propelente
Moldado
PREPARAÇÃO FABRICAÇÃO DA PREPARAÇÃO DO
DO MOLDE PÓLVORA BASE SOLVENTE DE MOLDAGEM

CARREGAMENTO
DO MOLDE

MOLDAGEM
DO BLOCO

CURA E EXTRAÇÃO DESMOLDAGEM CONTROLE METROLÓGICO INIBIÇÃO


DO SOLVENTE E USINAGEM

ARMAZENAMENTO EMBALAGEM INSPEÇÃO CONTROLE METROLÓGICO


RADIOGRÁFICA E ACABAMENTO
PÓLVORA NEGRA
composição:
15% - carvão vegetal
10% - enxofre
75% - nitrato de potássio

emprego
• iniciação de outros propelentes
• estopins
• cargas de salva
• pólvora de mina
• artifícios pirotécnicos etc TC ÉDIO
PÓLVORA NEGRA
TC ÉDIO

enxofre nitrato de potássio

Incorporação de enxofre e nitrato de potássio à estrutura


do carvão vegetal
PÓLVORA NEGRA
TC ÉDIO

carbono
enxofre
perfeitamente disperso
nitrato de potássio
(representação)

Enxofre e nitrato de potássio incorporados à estrutura do


carvão vegetal - PÓLVORA NEGRA
PÓLVORA NEGRA

Estrutura de uma partícula de pólvora negra TC ÉDIO


PÓLVORA NEGRA

10% 75%
pólvora
enxofre negra nitrato de
potássio

15%
carvão vegetal TC ÉDIO
Fabricação de Propelente
Composite
COMBUSTÍVEL MATÉRIAS-PRIMAS
OXIDANTE ADITIVOS
AGLUTINANTE INIBIDOR

Bloco Livre
PREPARAÇÃO
PRÉ-MISTURAÇÃO Bloco Colado
(moagem, peneiração)

PREPARAÇÃO
MISTURAÇÃO
DOS MOLDES

CARREGAMENTO CONTROLE METROLÓGICO


CURA DESMOLDAGEM INIBIÇÃO
DOS MOLDES E ACABAMENTO

CARREGAMENTO NA CONTROLE CONTROLE METROLÓGICO


CÂMARA DE COMBUSTÃO RADIOLÓGICO E ACABAMENTO
ESTABILIDADE QUÍMICA

Como todas as substâncias energéticas, os explosivos não são


completamente estáveis – suas características funcionais e de
segurança variam durante o envelhecimento.
A extensão da instabilidade química depende muito da estrutura
química do explosivo – nitrocompostos alifáticos e aromáticos,
nitraminas, cloratos e percloratos, peróxidos e ozonideos, azidas,
são relativamente estáveis, enquanto que os ésteres nítricos
alifáticos apresentam estabilidade química muito baixa.
A velocidade de envelhecimento de um explosivo pode ser
fortemente acelerada devido a reações de incompatibilidade entre
o explosivo e as substâncias em contato com ele.
Para acompanhar a vida das substâncias explosivas armazenadas
ou já carregadas em munições, foguetes ou artefatos, de
quaisquer naturezas, foram desenvolvidas provas e exames
físicos e químicos que orientarão o comportamento a ser seguido.
As provas e exames para verificar a estabilidade química dos
explosivos, artifícios e munições têm por finalidade determinar o
estado de conservação desses materiais, permitindo, em qualquer
época, retirá-los de uso antes que suas condições anormais
ofereçam graves perigos ao armazenamento ou ao emprego.
ESTABILIDADE QUÍMICA

METODOLOGIA DE REALIZAÇÃO DAS PROVAS E EXAMES DE


ESTABILIDADE QUÍMICA

Baseia-se no aquecimento de uma amostra da substância


explosiva, a uma temperatura determinada, durante um certo
tempo, o que permite observar ou medir a quantidade de gases
desprendidos.

Pelo aquecimento, simula-se o envelhecimento do material


explosivo de modo a representar sua armazenagem, por um
período prolongado, em um depósito ou paiol.

Analisa-se, assim, se o estabilizante adicionado à pólvora ou o


processo de estabilização a que foi submetido o explosivo,
cumpre a função de garantir a estabilidade do referido material,
quando estocado.
AGENTES DE INICIAÇÃO E INICIADORES
A – Agentes de iniciação são quaisquer artifícios usados para
comunicar fogo em munições, pólvoras, explosivos e artifícios
pirotécnicos, de naturezas civil ou militar e incluem os iniciadores
e as escorvas.
B – Iniciadores são altos explosívos sensiveis ao calor, impácto e
fricção que sofrem detonação quando sujeitos à chama ou a
percussão.
São usados para iniciar altos explosivos menos sensíveis,
compreendendo cargas de arrebentamento, explosivos de
demolição, dinamites e munições, quando na forma de espoletas
diversas.
Apresentam brisância e velocidade de detonação mais baixas que
os explosivos aos quais iniciam.
São, ainda, menos estáveis que os explosivos não iniciadores e,
também, conhecidos como explosivos primários, segundo a
classificação de Charles Munroe.
Os principais iniciadores utilizados, hoje em dia, são a Azida de
chumbo, o Estifinato de chumbo, o Tetrazeno, o Diazodinitrofenol,
o Mononitro resorcinato de chumbo e o Dinitro benzofuroxano de
potássio, sendo os quatro primeiros os mais frequentemente
usados.
AGENTES DE INICIAÇÃO E INICIADORES
Em um passado não muito remoto, o explosivo iniciador mais
conhecido era o Fulminato de mercúrio que, devido as perdas de
suas propriedades explosivas e da estabilidade química, quando
armazenado, deixou de ser empregado.

Principais empregos dos explosivos iniciadores:


AZIDA DE CHUMBO
Atua como iniciador do Hexogênio, da Nitropenta e do Tetril.
Não é usado para iniciar Trotil, Picrato de amônio e Ácido pícrico
ESTIFINATO DE CHUMBO
Não se presta para iniciar qualquer alto explosivo militar, exceto a
Nitropenta não comprimida. Sua principal característica é a
extraordinária facilidade de iniciação por ação direta de chama ou
faisca elétrica.
TETRAZENO
Não se presta para iniciar altos explosivos militares. Sua
importância prática reside na facilidade de iniciação e no elevado
volume dos produtos gasosos oriundos de sua detonação.
DIAZODINITROFENOL
Muito eficiente para iniciar explosivos pouco sensíveis, como será
mostrado na Tabela abaixo.
Eficiência do DDNP para iniciar explosivos menos sensíveis

Tetril Trotil Picrato de


amônio
Azida de
Chumbo 0,10 g 0,26 g não inicia

Fulminato de
Mercúrio 0,19 g 0,24 g não inicia

DDNP 0,12 g 0,15 g 0,28 g


AZIDA DE CHUMBO

Pb(N3)2

azida de chumbo
(explosivo iniciador)

TC ÉDIO
ESTIFINATO DE CHUMBO

O Pb
O2 N NO2

O
NO2

estifinato de chumbo
trinitroresorcinato de chumbo
(explosivo iniciador)

TC ÉDIO
DIAZODINITROFENOL

diazodinitrofenol
N
O DDNP
O2 N N 1-óxido de 2-diazo-4,6-dinitrobenzeno
diazol ou dinol

NO2
(explosivo iniciador)

TC ÉDIO
TETRAZENO

HN NH

C NH NH N N C

H2 N NH NH NO

tetrazeno
4-guanil-1-(nitrosoaminoguanil)-1-tetrazeno
(explosivo iniciador)

TC ÉDIO
FULMINATO DE MERCÚRIO

Hg(ONC)2

fulminato de mercúrio
cianato mercúrico
(explosivo iniciador)

TC ÉDIO
Escorvas
São materiais ou misturas físicas deles, muito sensíveis ao
impácto, chama ou percussão que, quando iniciados sofrem
rápida combustão ou deflagração.

Os produtos da transformação são gases quentes e partículas


sólidas incandescentes.

São usadas para iniciação de alguns tipos de detonadores, pólvora


negra e todos os tipos de propelentes.

A própria pólvora negra pode, também, ser usada como escorva.

A maioria das escorvas de uso militar consiste da mistura de um ou


mais agentes de iniciação, agentes oxidantes, combustíveis,
sensibilizantes e aglutinantes.

A escorva é, portanto, um dispositivo qualquer com o qual se


estimula o início da transformação de uma carga principal.
EXPLOSIVOS DE RUPTURA
São os destinados à produção de um trabalho de destruição pela
ação da força viva dos gases produzidos na sua transformação.
Para sua completa iniciação exigem a onda de detonação de um
outro explosivo passível de ser detonado por chama ou choque. A
sua transformação é, também, uma detonação.
Os explosivos de ruptura podem ser usados em aplicações de
naturezas civil ou militar.
As propriedades e os empregos serão detalhadas para cada um
dos explosivos tratados.

TROTIL
O Trotil é um explosivo sólido, amarelo claro e conhecido, também,
como 2,4,6 Trinitrotolueno, α-Trinitrotolueno ou TNT.
Foi descoberto no século XIX, quando o tolueno ainda era obtido
pela destilação da hulha.
Pode ser empregado puro, na forma de cristais, paletas ou
comprimido, como reforçador (booster), em granadas anti-pessoal
ou anti-carro, em minas anti-pessoal ou anti-carro, em bombas de
aviação ou em petardos.
O TNT pode ser empregado, também, em mistura com o
hexogênio (hexolite ou ciclotol), com a nitropenta (pentolite), com
o octogênio (octol), com o nitrato de amônio (amatol) e com
muitos outros explosivos.
TNT - CONTINUAÇÃO
Produtos intermediários na fabricação do TNT – mononitrotolueno e
dinitrotolueno.
O TNT é insolúvel em água, mas é solúvel na maioria dos
solventes orgânicos convencionais; sua densidade é igual a 1,65.
Pode ser fabricado por processos contínuo ou descontínuo. O
primeiro é o mais usual, hoje em dia.
É um explosivo extremamente seguro na fabricação e no
manuseio; sua sensibilidade ao choque é maior que 100 cm para
um peso de 2 quilos, no aparelho de teste do Arsenal de Picatinny
Sua velocidade de detonação é de 6900 m/s e a temperatura de
detonação igual a 2820 ºC. O efeito útil é de 268 cm3.
Fabricação:
Matérias-primas
- Tolueno, Mistura sulfonítrica, Sulfito de sódio, Água
Etapas da fabricação
- Nitração
- Purificação (Sulfitação)
- Lavagem
- Secagem
- Laminação ou Cristalização
- Reaproveitamento das matérias-primas
TNT

CH3
O2 N NO2

NO2

trinitrotolueno
2, 4, 6 trinitrotolueno
trotil
(alto explosivo)
TC ÉDIO
NITROPENTA
A Nitropenta é, também, o tetranitrato de pentaeritritol, pentrita ou
PETN.
Apresenta-se sob a forma de cristais brancos, com densidade igual
a 1,77, sendo insolúvel em água, mas é solúvel em solventes
orgânicos, em especial na acetona.
A Nitropenta foi preparada, pela primeira vez, em 1894, na
Alemanha, mas só foi largamente usada durante a 2ª Guerra
Mundial.
Seus principais empregos são em cordeis detonantes, pura ou com
5% de Trotil, como reforçador em substituição ao Tetril, como
constituinte dos mistos de detonação das espoletas, constituinte
de algumas gelatinas explosivas, na forma de Pentolite (50% de
PETN/50% de TNT) e na indústria farmacêutica.
Sua sensibilidade ao choque é de 15 cm, para um peso de 2 kg, a
velocidade de detonação é de 7125 m/s e o efeito útil de 500 cm3
com tamponamento de areia ou de 560 cm3 com tamponamento
de água.
É um explosivo de combustão incompleta, com balanço de
oxigênio igual a – 10,1%.
Fabricação:
Matérias-primas
- Ácido nítrico de concentração maior que 96%, Pentaeritritol,
Acetona, Carbonato ou Bicarbonato de sódio e Água.
NITROPENTA - CONTINUAÇÃO
Etapas da fabricação
- Nitração (ação direta do HNO3 sobre o álcool); 6 a 5 kg de
HNO3/ kg de álcool
- Precipitação
- Purificação (preliminar e propriamente dita); 4ℓ de acetona/kg
de PETN
- Secagem
- Absorção dos vapores nitrosos
- Recuperação das matérias-primas
- Flegmatização
NITROPENTA

tetranitrato de pentaeritritol
ONO2 tetranitrato de pentaeritrita
PETN
CH2
nitropenta

O2 NO CH2 C CH2 ONO2

CH2
(alto explosivo)
ONO2

TC ÉDIO
HEXOGÊNIO

O Hexogênio é, também, o ciclotrimetilenotrinitroamina, ciclonite ou


RDX.
Apresenta-se na forma de cristais brancos, com densidade igual a
1,82, sendo insolúvel em água, alcool, éter e tetracloreto de
carbono.
É solúvel em fenol, ácido nítrico concentrado, ciclohexano e em
acetona (1 kg de RDX/10 ℓ acetona).
Foi preparado pela primeira vez em 1899, na Alemanha, mas,
como a PETN, só foi usado mais abundantemente durante a 2ª
Guerra Mundial.
Seus principais empregos são em detonadores e reforçadores
(92% RDX/8% cera); em cargas de arrebentamento (60% RDX/
40% TNT); Composição A ou Ciclotol; em Explosivos plásticos
(Composição C4); no Torpex (42% RDX/40% TNT/18% Aℓ); em
Cordeis detonantes (puro ou com 5% TNT) e em Cargas ôcas.
Sua velocidade de detonação é igual a 8380 m/s; sua temperatura
de detonação de 3380 °C; o efeito útil é de 470 cm3 e a
sensibilidade ao choque é de 30-32 cm, para um peso de 2 kg.
O RDX é um explosivo de combustão incompleta com balanço de
oxigênio de –21,6%
RDX

RDX

NO2 ciclonite
ciclotrimetilenotrinitroamina
N (alto explosivo)
H2 C CH2

N N
O2 N CH2 NO2

TC ÉDIO
HEXOGÊNIO - CONTINUAÇÃO
Fabricação
Matérias-primas
- Hexamina (urotropina ou ciclohexametilenotetramina)
- Ácido nítrico concentrado (92% a 99%)
- Carbonato de sódio
- Acetona
- Água
Etapas da fabricação
- Nitração
- Precipitação
- Purificação (preliminar e propriamente dita)
- Secagem
- Absorção de vapores nitrosos
- Recuperação das matérias-primas
- Flegmatização
OCTOGÊNIO
O Octogênio foi fabricado, pela primeira vez, em 1930, mas suas
propriedades explosivas só foram conhecidas em 1940, por
Bachmann e seus colaboradores.
Quimicamente, é o ciclotetrametilenotetranitroamina, homociclonite
ou HMX.
Apresenta-se na forma de cristais brancos, com balanço de
oxigênio de –21,6%.
Tem velocidade de detonação de 9125 m/s, a maior de todos os
explosivos militares. Seu efeito útil é de 480 cm3, a sensibilidade
ao choque de 32 cm, para um peso de 2 kg e a densidade é 1,9.
É tão estável, quimicamente, quanto o Trotil.
Insolúvel em água e pouco solúvel em acetona, ciclohexanona,
clorofórmio e tetracloreto de carbono.
É empregado em cabeças de guerra de granadas, em propelentes
sólidos (reduz a fumaça produzida na queima) e em reforçadores.
É, também, muito usado como constituinte das cargas moldadas
e dos PBX (Plastic Bonded Explosives). Em mistura com o Trotil
formas os Octois.
HMX
HOMOCICLONITE
CICLOTETRAMETILENOTERANITROAMINA
OCTOGÊNIO - CONTINUAÇÃO
Fabricação
Matérias-primas
- Hexamina
- Ácido acético glacial
- Anidrido acético
- Paraformaldeido
- Ácido nítrico, 99%
- Nitrato de amônio
- Ciclohexanona ou Acetona
- Metanol
- Água
O HMX é fabricado pelo Processo de Bachmann, usando mistura
acetonítrica.
Etapas da fabricação
- Nitração (2 fases)
- Hidrólise (para decompor os subprodutos instáveis)
- Filtração e Lavagem
- Cristalização (Purificação com ciclohexanona ou acetona)
- Absorção dos vapores nitrosos
- Recuperação das matérias-primas
OUTROS ALTOS EXPLOSIVOS
COMPOSTOS SIMPLES
- Tetril (em desuso)
- Ácido pícrico (em desuso)
- Picrato de amônio
- Nitroguanidina
- Hexanitroestilbeno (HNS)
EXPLOSIVOS BINÁRIOS
- Amatol (Nitrato de amônio + Trotil)
- Tritonal (Trotil + Alumínio em pó)
- Pentolite (Trotil + Nitropenta)
- Composição “A” (RDX + Insensibilizante)
- Tetritol (Trotil + Tetril – em desuso)
EXPLOSIVOS TERNÁRIOS
- Composição “B” (Trotil + RDX + Insensibilizante)
- Torpex (Trotil + RDX + Alumínio em pó)
- Composição “C” (Explosivos plásticos – a mais conhecida é a
Composição C 4)
- Amonal (Trotil + Nitrato de amônio + Alumínio em pó)
- Amatex (Trotil + RDX + Nitrato de amônio)
OUTROS ALTOS EXPLOSIVOS - CONTINUAÇÃO
EXPLOSIVOS TERNÁRIOS
- HBX (High Blast Explosives – RDX + Trotil + Alumínio em pó)
- HTA (HMX + Trotil + Alumínio em pó)

EXPLOSIVOS QUATERNÁRIOS
- PBX (Plastic Bonded Explosives)
- DBX (Depth Bomb Explosives – RDX + TNT + Nitrato de amônio
+ Alumínio em pó)
2 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS
EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS

2.1. MÉTODO RUDIMENTAR (ATÉ INICIO SEC XVII)

TÉCNICA DE RUTURA DA ROCHA POR


CONTRAÇÃO

 AQUECIMENTO DA FACE DA ROCHA COM


FOGUEIRAS POR COMBUSTÃO DA MADEIRA
 RESFRIAMENTO POR DESPEJO DE ÁGUA FRIA
 FISSURAMENTO DA ROCHA DEVIDO MUDANÇA
BRUSCA DE TEMPERATURA
 CONCLUSÃO DO DESMONTE COM MARRETAS,
PONTEIROS E CUNHAS
2 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS
EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS

2.2. MÉTODO COM EMPREGO DE EXPLOSIVOS


MECÂNICOS (1627/ 1632)

 INTRODUÇÃO DA PÓLVORA NEGRA NA


MINERAÇÃO NA HUNGRIA E NA ALEMANHA.

 INVENÇÃO DO ESTOPIM DE SEGURANÇA


BICKFORD (1834) SOLUCIONA O PROBLEMA DA
INICIAÇÃO DA PÓLVORA NEGRA
2 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS
EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS

2.3. MÉTODOS MODERNOS COM EMPREGO DOS


EXPLOSIVOS QUÍMICOS

EVOLUÇÃO DA QUÍMICA ORGÂNICA (DESENVOLVI-


MENTO DA NITRAÇÃO) CRIANDO A INDÚSTRIA DE
EXPLOSIVOS:

 DESCOBERTA DO FULMINATO DE MERCURIO (EDWARD


HAWARD 1800)
 DESCOBERTA DA NITROCELULOSE (PELOUZE - 1833)
 DESCOBERTA DA NITROGLICERINA (SOBRERO - 1847)
2 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS
EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS

1ª GERAÇÃO : DINAMITES NITROGLICERINAS E


GELATINOSAS
1864 NOBEL PRODUZ O ÓLEO EXPLOSIVO DE
NITROGLICERINA UTILIZADO EM CARTUCHOS DE PAPEL
1867 NOBEL DESENSIBILIZA A NITROGLICERINA, CRIANDO A
DINAMITE GHUR 75 / 25%
NOBEL INVENTA A ESPOLETA DE FULMINATO DE
MERCURIO

1875 NOBEL INVENTA A DINAMITE GELATINOSA (BLASTING).


2 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS
EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS
 2ª GERAÇÃO: ANFOS

1867 OHLSSEN E NORRBIN DESENVOLVEM A MISTURA


NITRATO DE AMÔNIO, CARVÃO E NITROGLICERINA

1921 - PROPRIEDADES EXPLOSIVAS DO NITRATO DE


e AMÔNIO ACARRETAM DOIS GRAVES ACIDENTES
1947 (OPPAU NA ALEMANHA E TEXAS CITY-EUA).

1950 OBTENÇÃO DO NITRATO DE AMÔNIA COM


COBERTURA

1955 SURGIMENTO DOS ANFOS, (MISTURA DE NITRATO


DE AMÔNIO E ÓLEO COMBUSTÍVEL) QUE
SUBSTITUEM PARCIALMENTE OS EXPLOSIVOS
NITROGLICERINADOS.
APLICÁVEIS APENAS EM FUROS SECOS.
2 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS
EXPLOSIVOS INDUSTRIAIS
 3ª GERAÇÃO: LAMAS EXPLOSIVAS
1957 - SURGIMENTO DAS LAMAS EXPLOSIVAS CRIADAS POR MELVIN
COOK NO CANADÁ- EUA (NITRATO AMÔNIO DISPERSO EM UMA
SOLUÇÃO DE UM ESPESSANTE EM ÁGUA). APLICAVÉIS EM
FUROS SECOS E COM ÁGUA.

SAIS + ESPESSANTE + SENSIBILIZANTE + AGENTE CRUZADOR + ENERGIZANTE

4ª GERAÇÃO: EMULSÕES EXPLOSIVAS


1970 - SURGIMENTO NA SUECIA - EUA DAS EMULSÕES EXPLOSIVAS
(MISTURA DE NITRATO DE AMÔNIO, ÁGUA E ÓLEO
COMBUSTIVEL EM FORMA DE EMULSÃO DETONÁVEL COM "AR
ARMADILHADO").

SAIS + ÁGUA + COMBUSTÍVEL + SENSIBILIZANTE


PIROTÉCNICOS
Introdução
Pirotecnia, a Arte do Fogo, da palavra grega pyr (fogo) e techne
(uma arte), é uma de três tecnologias intimamente ligadas; mais
especificamente a dos explosivos, a dos propelentes e a dos
pirotécnicos. As três não têm apenas a raiz físico química comum;
também suas funções e finalidades se entrelaçam. Em suas
manifestações típicas os explosivos produzem altas velocidades
de reação, liberando produtos gasosos; os propelentes são,
também, produtores de gases e de rápida reatividade, porém
mais lentas que a dos explosivos; já as misturas pirotécnicas
reagem, principalmente, a velocidades visivelmente observáveis,
com a formação de resíduos sólidos

Em sua forma mais simples, os artifícios pirotécnicos consistem de


um agente oxidante e de um combustível que produzem uma
reação exotérmica, auto-sustentada, quando aquecida à
temperatura de iniciação.

Os primeiros artifícios pirotécnicos, feitos pelo homem, podem ter


sido o resultado de uma mistura acidental de Salitre (KNO3) com
Carvão ou Alcatrão.

Os efeitos especiais produzidos por pirotécnicos estão listados na


Tabela abaixo
EFEITOS PIROTÉCNICOS ESPECIAIS

Ação produzida Efeito esperado

Acendedores; Incendiários; Retardos


Calor Produtores de metais; Aquecedores
Iluminativos (períodos longos e curtos)
Luz Sinalizadores; Traçantes

Fumaça Sinalizadores; Cortinas

Som Sinalizadores; Distração


Todos os efeitos produzirão calor, embora para alguns usos a
produção de calor é o efeito a ser utilizado.

A produção de luz pode ser parcialmente considerada como um


efeito de calor, visto que temperaturas elevadas são exigidas para
criar uma energia radiante; cortinas de fumaça e fumaças
sinalizadoras também são dependentes de calor.

A categoria rotulada como “luz” deveria, na realidade, ser chamada


de “radiação eletromagnética”, visto que outros comprimentos de
onda além daqueles do espéctro visível são, também, relevantes.

A radiação infravermelho é de grande importância na produção de


dissimuladores.
COMPOSIÇÕES PIROTÉCNICAS – COMPONENTES BÁSICOS

Na maioria dos casos, as composições pirotécnicas consistem de


um combustível e de um comburente misturados com outros
aditivos para dar o efeito especial exigido.
Há materiais que não queimam e ainda assim são considerados
como pirotécnicos.
Muitas vezes é porque eles produzem um efeito criado pelo
verdadeiro pirotécnico. Por exemplo, o tetracloreto de titânio
reage com a umidade do ar para formar uma cortina de fumaça; é
uma hidrólise e não uma combustão
Os fósforos vermelho e branco queimam em contato com o ar para
produzir uma cortina de fumaça e isso é considerado um efeito
pirotécnico.
É um exemplo de uma composição de “apenas o combustível”.
De forma diferente dos altos explosivos ou dos propelentes, onde
apenas um pequeno número de materiais distintos é usado, para
os pirotécnicos a faixa é extremamente ampla, exigindo um
cuidadoso acompanhamento da composição.
Os combustíveis são, geralmente, elementos pulverizados, metais
ou não metais, que, quando oxidados, liberam elevadas energias.
Os oxidantes são, também, variados e podem ser considerados
como classes de sais especiais e com aplicações definidas.
Como parte da formulação, há outros componentes que podem ser
tão importantes quanto o sistema combustível-oxidante.
ARMAS NÃO-LETAIS
Mais recentemente, como uma alternativa para solucionar conflitos
“onde matar não é o mais importante”, foi introduzido o conceito de
Armas Não-Letais.

Para entender as armas não-letais, é imprescindível compreender


as situações que militares e civis irão enfrentar no futuro.

Se você acredita que a guerra e o crime organizado serão os


mesmos que foram no passado, então a necessidade de armas
não-letais é reduzida.

Mas a própria natureza do conflito está mudando; soldados e


policiais serão desafiados por circunstâncias quase inimagináveis
há duas décadas.

Para cumprir suas missões eles terão necessidade de uma ampla


variedade de opções para o uso da força e as armas não-letais
deverão fazer parte de seus arsenais.

Diferentemente dos sistemas de armas convencionais, com os


quais a maioria do pessoal militar tem experiência, armas não-
letais incorporam uma extensa variedade de tecnologias.
ESPECTRO DE UTILIZAÇÃO DAS ARMAS NÃO-LETAIS

CRIME E TERRORISMO
Impasses; Apreensão; Resgate de reféns

OPERAÇÕES QUE-NÃO-A-GUERRA
Manutenção da paz; Pacificação; Imposição da paz;
Assistência humanitária; Socorro a calamidades

SANÇÕES TECNOLÓGICAS
Impasses; Demonstração de capacidade, intenção e vontade
Neutralização da capacidade de constituir ameaça

GRANDES CONFLITOS REGIONAIS


Apoiar objetivos operacionais; Minimizar baixas colaterais

PARALISIA ESTRATÉGICA
Comprometer a capacidade de combate terrestre, aéreo e naval
Estimular a rendição
CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS NÃO-LETAIS

1 – De acordo com o tipo de alvo


Antipessoal e Antimaterial
2 – De acordo com a tecnologia
Física – Funciona por meio de impácto cinético, restrição física
ou perfuração.
Química – Opera pela reação química entre o agente e a pessoa
ou o objeto alvos
Energia Dirigida – Funciona por meio da aplicação de energia
eletromagnética ou acústica sobre o alvo.
Biológica – Opera por meio de uma reação biológica entre o
agente e o material objeto
Guerra de Informação – Opera baseada na tecnologia da
informação. Embora não letal nos efeitos, as consequências são
tão grandes que se transformou numa forma específica de guerra.
Operações Psicológicas – Opera influenciando o pensamento e
o processo de tomada de decisão do inimigo. Embora não-letal,
constitui um método específico bem consolidado de apoio às
operações militares.
ARMAS NÃO-LETAIS ANTIPESSOAL
Físicas
Balas de borracha/plástico; Munições Bean bag; Granadas (anel de
aerofólio); Cilindros de madeira; Cilindros de espuma; Pelotas de
borracha; Canhão d’água; Redes; Ar-comprimido.

Químicas
Irritantes (lacrimogêneas); Corantes; Agentes olfativos; Espumas
aderentes; Agentes nauseantes; Calmantes; Alucinógenos;
Obscurantes.

Energia Dirigida
Eletromagnéticas: Luzes estonteantes; Granadas de luz e som;
Laser não-cegante; Armas de atordoamento; Luzes pulsantes;
Microondas; Hologramas.
Acústicas: Ruidosas; Infra-sons.

Biológicas
Nenhum agente antipessoal legal; Terroristas ou outros podem
usar agentes patogênicos.
ARMAS NÃO-LETAIS ANTIMATERIAL
Físicas
Redes para veículos; Arames embaraçadores; Fibras
embaraçadoras; Estrepes; Tiras de espetos; Agentes
promotores de curto-circuitos.

Químicas
Alteração da combustão; Entupidores de filtros; Espumas
aderentes; Agentes de viscosidade; Obscurantes; Agentes
agressivos(Superácidos; Cáusticos; Solventes; Quebradiços;
Abrasivos; Catalisadores); Fibras/Partículas metálicas;
Redutores de fricção; Controle ambiental.

Energia Dirigida
Eletromagnéticas (Pulsos de energia; Microondas de alta-
energia; Injeção direta; Pulso eletromagnético não-nuclear;
Lasers contra-sensores; Interferidores; Feixes de partículas);
Acústicos (Infra-sons; Ultra-sons).

Biológicas
Agentes degradantes (Derivados de petróleo; Metais;
Plásticos; Concreto; Explosivos).
CATEGORIAS DE ALVOS PARA ARMAS NÃO-LETAIS

Pessoas
Combatentes; Criminosos; Reféns; Reféns (voluntários); Não-
combatentes; Agitadores; Refugiados; Vítimas de desastres.

Sistemas de armas
Óticos; Sensores; Obscurantes; Eletrônicos; Motores; Suprimento
de combustível; Pneus; Trafegabilidade; Munição; Fadiga
estrutural; Programas de computador.

Infra-estrutura
Telecomunicações (Estações de rádio e TV; Telefones;
Computadores; Enlace de satélites); Transportes (Combustível;
Pneus; Rodovias; Pontes; Pistas de pouso; Controle de tráfego
aéreo; Transporte marítimo).
Sistemas de energia (Estações de energia; Geradores e
transformadores).
Depósitos de combustíveis).
Sistema financeiro
Instalações industriais
Opinião pública
Legislação aplicada aos explosivos e Bibliografia
- Military Explosives – TM 9 – 1300 – 214 (Internet)
- R-105 – Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (Internet)
- Chemistry and Technology of Explosives – Tadeusz Urbanski – Vol I a IV
- Pirotécnicos e Piromecanismos – U S Valença – Notas de aula – IME – 1999
- Pirotécnicos – Cap V – Tomo I – Engenharia dos Explosivos; Um enfoque dual
(Em edição)
- Explosives – Verlag Chemie – Rudolf Meyer and Joseph Kohler
- Normas do Exército Brasileiro – NEB – Seção de Normas Técnicas – CTEx
- IG 20-12 – Modelo Administrativo do Ciclo de Vida dos Materiais de Emprego
Militar – EME
- T9-1903 – Armazenamento, Conservação, Transporte e Destruição de
Munições, Explosivos e Artifícios – D Log (Em processo de revisão)
- The Science of High Explosives – Melvin Cook
- Perfurações de rochas – Kurt Hermann
Legislação aplicada aos explosivos e Bibliografia

- High Explosives and Propellants – S Fordhan – (Internet)


- Explosives, Propellants and Pyrotechnics – A Bailey and S G
Murray – Royal Military College of Science – UK
- The Analysis of Explosives – Jehuda Ynon and Shmuel Zitrin –
Pergamon Press – USA
- Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos – Decreto no 96.044, de 18 Mai 1988
- Acordo para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos
no Mercosul: Transporte Terrestre – Decreto no 1.797, de 25 Jan
1996
Agradecimentos

Agradeço aos Engenheiros Químicos, Coronel Édio


Pereira de Oliveira e Tenente Coronel Alcio Augusto
Carpes Athayde, a gentileza de me terem permitido
utilizar parte de seus trabalhos, anteriormente
preparados, o que garantiu destaque na apresentação
que acabo de lhes fazer.

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