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INTRODUÇÃO

Tanto em tempos actuais como em tempos passados, o termo explosivos teve


sempre associado ao factor destruição, tudo por causa das enormes guerras e acidentes
que até hoje ainda acontecem. Embora tenham contribuído bastante para a destruição de
vidas humanas, os explosivos possibilitaram também a execução de grandes obras de
engenharia, que seriam física, ou economicamente, impossíveis sem a utilização destes
agentes.

Projetos de engenharia como a Barragem de Laúca e actividades mineiras como


as realizadas na mina de diamantes Catoca levariam muitos anos para serem concluídos
se o trabalho tivesse usado apenas a força braçal dos trabalhadores.Os explosivos
incluem-se entre os mais poderosos serventes da humanidade. Suas aplicações são as
mais diversas indo desde obras de engenharia e todos os tipos de minerações até
aplicações industriais como no uso de rebites explosivos na restauração de freios de
caminhões ou construção de aeronaves e o uso de explosivos submersos para moldar
metais. Sem falar, é claro, na aplicação dos explosivos para fins militares.

Considera-se como explosivo um material que, sob a influência de um choque


térmico ou mecânico, se decompõe rápida e espontaneamente, com expansão súbita de
gases e grande liberação de energia. No aspecto químico, é intrigante notar que a
maioria dos explosivos são substancias orgânicas que contem nitrogênio.Os explosivos
diferem muito quanto à sensibilidade e à potencia. Existem três tipos fundamentais de
explosivos, os mecânicos, os atômicos e os químico.
REFERÊNCIAL TEORICO

História dos explosivos

Os explosivos foram descobertos no século IX pelos chineses, que misturaram cerca de


65 % de salitre (NaNO3), 20% de carvão e 15% de enxofre em massa. Os italianos e
alemães, na Idade Média, aprenderam a adicionar compostos metálicos na pólvora,
obtendo chamas com variada gama de cores e efeitos. Por isso, inicialmente a pólvora
era usada apenas em fogos de artifícios.O alemão Berthold Scwars (1310-1384)
inventou o canhão e, com isso, a pólvora passou a ser utilizada também nas guerras.

Em 1425, a pólvora pulverulenta foi substituída pela pólvora granulada, sendo usada em
diversos tipos de armamentos bélicos. Por muitos séculos, a pólvora foi considerada o
único explosivo eficiente da humanidade.
Com o avanço da Química Orgânica, no século XIX, novos explosivos foram
descobertos. O primeiro deles foi no ano de 1846, quando o químico alemão Christian
Schönbein descobriu que a nitrocelulose (polímero natural, cuja estrutura de repetição é
C6H10O5) pode reagir com o ácido nítrico, originando vários tipos de celuloses
trinitradas, que quanto mais nitrogênios possuem, mais explosivas são.

A nitroglicerina foi inventada um ano depois pelo químico italiano Ascanio


Sobrera. Ele a preparou por meio da reação entre a glicerina e uma mistura concentrada
de ácido sulfúrico e ácido nítrico. No entanto, como ela era líquida e muito reativa, o
seu simples manuseio causava acidentes gravíssimos. Assim, por muito tempo, ela não
foi utilizada.

Um grande avanço no campo dos explosivos aconteceu por meio dos estudos
de Alfred Bernhard Nobel (1833-1896), o criador do prêmio Nobel. Um acidente
trágico que matou 5 pessoas em uma de suas fábricas, incluindo seu irmão caçula, fez
com que Nobel se tornasse obcecado em descobrir uma forma segura de produzir a
nitroglicerina em escala industrial e utilizá-la com menos riscos de explosões acidentais.

Depois de muitas tentativas, em 1867, ele conseguiu esse feito, quando inventou
a dinamite, que na época era uma mistura de 75% de nitroglicerina e 25% de terra
diatomácea (farinha fóssil chamada de kieselguhr; é um pó vindo de algas unicelulares
providas de paredes silicosas). Essa mistura tornou a nitroglicerina menos sensível a
choques e passou a ser usado um detonador para explodi-la no momento desejado.
Atualmente, a composição da dinamite é uma mistura de nitroglicerina e nitrato
de sódio finamente pulverizado, um absorvente combustível, como o pó de madeira, e
0,5% de carbonato de cálcio anidro, para neutralizar os ácidos formados na
armazenagem.

Visto que o sistema ferroviário estava se expandindo na época, a nitroglicerina,


que era superior à pólvora negra, passou a ser usada para abrir túneis nas montanhas e
se espalhou por todo o mundo. Ela trouxe uma imensa economia de tempo e dinheiro.

Nobel inventou também outro explosivo ainda mais potente, chamado


de gelatina explosiva, uma mistura de nitroglicerina com colódio (solução de
nitrocelulose dissolvida numa mistura de álcool e éter).Em 1888, Nobel patenteou
a balistite, uma mistura de nitroglicerina, nitrocelulose e cânfora, que era adaptado para
a propulsão de projéteis em armas de fogo. Em 1889, ele inventou a pólvora sem
fumaça, uma combinação entre a nitroglicerina, a nitrocelulose, solventes e geleia de
petróleo.

No início do século XX, principalmente devido à Primeira Guerra Mundial,


foram inventados outros explosivos mais poderosos, como o TNT (2-metil-1,3,5-
trinitrobenzeno ou 2,4,6-trinitrotolueno), que foi usado como estopim para desencadear
a reação de explosão da bomba atômica de plutônio. Hoje em dia, ele é mais utilizado
para demolir construções ou por empresas de mineração.
Combustão, Deflagração e Detonação

A reação química de decomposição do explosivo pode dar-se sob a forma de


combustão, deflagração e detonação em função das características químicas da
substancia explosiva, bem como das condições de iniciação e confinamento desta.

Combustão- E uma reação química de oxidação e geralmente ocorre por conta


do oxigênio do ar. O fenômeno ocorre em baixas velocidades e tem como exemplo a
queima de um pedaço de carvão.

Deflagração- Quando a velocidade da reação de decomposição da substancia


explosiva é maior que o caso anterior, chegando em alguns casos a 1.000 m/s, ocorre a
deflagração. Nesta reação há a participação não só do oxigênio do ar mas também
daquele intrínseco a substancia. E o caso da decomposição das pólvoras, ou ainda de
explosivos mais potentes (se submetidos a condições desfavoráveis de iniciação e
confinamento).

Detonação- É uma reação de decomposição com a participação exclusiva do


oxigênio intrínseco da substancia explosiva, ocorrem com velocidades que variam de
1.500 m/s a 9.000 m/s. Em função da quantidade de energia envolvida no processo, far-
se-á sempre acompanhada de uma onda de choque, também chamada onda de
detonação. E esta onda de choque que com sua frente de elevada pressão dinâmica,
confere a detonação um enorme poder de ruptura.

CLASSIFICAÇÃO DOS EXPLOSIVOS:

Quanto à potência:

Explosivos Primários ou Iniciadores: São materiais utilizados nos processos


de iniciação dos explosivos propriamente ditos: Espoletas, Cordel Detonante, Boosters,
etc. .. Os mais usados industrialmente são: Azida de Chumbo, Estifinato de Chumbo,
Fulminato de Mercúrio, Nitropenta, etc. Não tem força para detonar a rocha, apenas
iniciar a explosão. Muito sensíveis.

Explosivos secundários ou Altos explosivos: São os explosivos propriamente


ditos ou explosivos de ruptura. São tão potentes quanto os explosivos primários, porem
por serem mais estáveis necessitam de uma maior quantidade de energia para iniciar o
processo de detonação, energia esta geralmente fornecida pela ação direta da detonação
de um explosivo primário. E o caso das Dinamites, Gelatinas, ANFOS, Lamas, Etc. ..

Alguns materiais podem atuar tanto como primários como secundários em um


processo de detonação. E o caso da Nitropenta que no Cordel Detonante atua como
explosivo primário ou iniciador e em cargas especiais atua como secundários em cargas
de demolição. Detonam com velocidades* de 2500 a 7500 m/s, com pressões de até 100
000 atmosferas.

Quanto ao desempenho:

Explosivos Deflagrantes: São aqueles que se decompõe através de uma reação


de deflagração. São também denominados baixos explosivos. produzem queima rápida,
sem grande onda de choque. Usados na produção de mármores, paralelepípedos de
calçamento, etc. O único ainda usado é a pólvora negra.

Explosivos Detonantes: Decompõe-se pela reação de detonação e apresentam


grande capacidade de trabalho pelo que são também conhecidos como explosivos de
ruptura. São os explosivos industriais propriamente ditos.

Do ponto de vista químico, podem ser classificados em:

Simples (uma só substância química) – nitroglicerina, nitroglicol, nitrocelulose,


trotil e ciclonite.
Mistos: formados por substâncias que isoladamente não são explosivas –
nitratos inorgânicos, cloratos e percloratos. O principal é o nitrato de amônio, que se
torna explosivo quando misturado com óleo diesel

Compostos: mistura de explosivos simples com substâncias também capazes de


consumir e produzir oxigênio. São a maioria, por permitirem dosagens que os tornam
mais – ou menos – destruidores.

Quanto à consistência, são chamados:

Plásticos e semiplásticos: moldam-se ao furo, podendo preencher maior


volume.

Sólidos: cartuchos contendo o explosivo em pó (dinamite);

Líquidos: os mais fáceis de fazer o carregamento (ex. nitroglicerina)

Propriedades dos explosivos

Força: traduz a quantidade de energia liberada. Medido pela prova de Trauzi,


que compara com a de uma gelatina composta de 92% de nitroglicerina com 8% de
nitrocelulose, e expressa como percentagem em relação a este padrão. Outro padrão
utilizado é o nitrato de amônio.

Velocidade: a explosão é uma reação química rápida que inicia em um ponto da


massa do explosivo, e se propaga por essa massa produzindo luz, calor e gases.
Supondo cilíndrica a forma do explosivo, é medida ao longo da altura do cilindro, e
pode variar de 1500 a 7500 m/s. Os mais velozes tem nitroglicerina como base (4000 a
7500 m/s), e os de amônia 1500 a 3000 m/s. Denomina-se velocidade estabilizada à
atingida após a fase de aceleração. Varia com o diâmetro da carga explosiva.

Podemos considerar como explosivo de baixa velocidade todo aquele que


detonar com até 3.000 m/s e de alta velocidade todo aquele que superar isto.
Densidade (d) : quanto maior, maior a concentração em um furo, e maior a
fragmentação. Na prática, a densidade de dinamites e gelatinas é medida pela
quantidade de cartuchos em uma caixa de 25 kg , mas como os diâmetros variam, isto é
discutível. A unidade de medida teórica é expressa em kg/dm3 .

Segurança no Manuseio: Capacidade de resistir à explosão ou projétil (tiro),


onda de choque, descarga elétrica, etc. Define forma e tipo de transporte, armazenagem,
etc.

Resistência à água: Alguns explosivos, como os de nitrato de amônio, não


detonam quando molhados. Por isso é necessário saber se há água nos furos, para a
escolha do explosivo. A dinamite tem grande resistência à água. É medida pelo número
de horas que pode ficar submerso e ainda assim iniciar com eficiência e detonar
completamente com a espoleta n.º 6.

Quanto a resistência a água os explosivos industriais podem ser classificados:

Nenhuma resistência à água.

Boa- Não perdem sua sensibilidade mesmo quando submersos por um período
de ate 24 horas em condições de pressão hidrostática de ate 3 atmosferas.
Ótima- Desenvolvem seu trabalho normal dentro de um intervalo de 72 horas de
submersão em condições de pressão hidrostática de ate 3 atmosferas.

Sensibilidade: quanto a sensibilidade à iniciação, diz-se que um explosivo é


sensível ao cordel detonante, à espoleta simples n.º 6, n.º 8 , etc.

Quanto à indução pela explosão de um cartucho próximo (air-gap), pela


distância máxima entre cartuchos, que a provoca. É chamada sensibilidade à propagação
e expressa em centímetros.

Volume de Gases: (na temperatura e pressão da explosão):

De baixa expansão gasosa (até 800 l/kg) e

De alta expansão gasosa (acima de 800 l/kg)

Emissão de Gases Tóxicos: sem grandes problemas nas explosões a céu aberto,
alguns explosivos podem causar intoxicações nas explosões subterrâneas, provocando
náuseas , dores de cabeça. Os gases são chamados classe 1, 2 e 3, e os explosivos pelas
categorias A, B, C, respectivamente, conforme produzam –

. Categoria A : até 22,6 l/kg de gases classe 1;

. Categoria B: de 22,5 a 46,7 l/kg de gases classe 2; (qtde. elevada)

. Categoria C: de 46,7 a 94,8 l/kg de gases classe 3 (qtde. elevada)

Pressão de Detonação (gerada pela onda de frente) :

Aproximadamente calculada por

 PD = 4,499 . 106 . d .  / (1 + 0,8 d ) ,

onde

 = velocidade de detonação

d = densidade do explosivo

Pressão De Explosão : parâmetro para comparação entre explosivos de mesma


categoria ( categoria quanto à superfície específica e características físicas – sólido,
pasta, emulsão, lama, etc.)

PE = PD / 2

Energia Absoluta: quantidade de energia liberada por kg de explosivo.

p. exemplo, a do explosivo ANFO, onde

NH3NO2 + CH2  N2+CO2+H2O + 912 kcal/kg

(912 kcal/kg é a energia absoluta do ANFO, no padrão AWS).

Pode ser expressa no padrão AWS – absolute weight strength(kcal/kg)

ou no padrão ABS – absolute bottle strength (kcal/litro).

Sendo d a densidade,           ABS= d X AWS

No caso do ANFO, de densidade 0,81, a energia AWS = 912 x 0,81 = 739


kcal/litro

Energia Relativa: Expressa em percentagem a energia absoluta de um


explosivo, dividida pela energia do padrão (ANFO).
Energia relativa RWS = 0,10965 x energia absoluta AWS do explosivo ( % )

Energia relativa RBS = 0,1353 x energia absoluta AWS do explosivo ( % )

Exemplo de cálculo da energia relativa: (e exercício: completar a tabela)

Energia absoluta
Energia relativa
WG
Explosi Densida
vo de
AW ABS RW RB
S S S

Dinamo 634 925, 1,46 69, 125


n D40 6 5 ,3

Dinamo 706 1030 1,46 77, 139


n D60 ,8 4 ,5

Dinamo 750   1,46    


n D75

Dinamo   806 1,3    


n DC

Razão Linear De Energia: Expressa a energia absoluta por metro linear de furo
:

RLE = 0,5067.D2.d.AWS (kcal/m)

onde: D = diâmetro da carga explosiva em polegadas

d = densidade do explosivo (derramado, não adensado) em g/cm3 ;

Potência Disponível (W) : razão de energia liberada por metro linear de carga
explosiva no furo, à uma determinada velocidade. Sendo  a velocidade estabilizada do
explosivo, e T = 1/

W = RLE/T = RLE .  = 0,5067 . d . D2 . AWX . 

TIPOS DE EXPLOSIVOS:
Pólvora Negra: Baixa velocidade, baixo explosivo, higroscópica.

Tipo A : nitrato de potássio, enxofre, carvão vegetal. Uso à céu aberto, em


corte de rocha. Não utilizada no desmonte intensivo.

Tipo B: nitrato de sódio, enxofre, carvão vegetal. Mais lenta que a do tipo A ,
detonação de argilas e folhelhos.

Ambas: cartuchos cilíndricos,  1 ¼ a 2" . Também chamada pólvora tubular.


Não usadas no desmonte de rocha.

Semigelatinosos : consistência plástica, densidade 1 a 1,3 g/cm3 .

Gelatinosos : consistência plástica , caixas com 25 kg com 96 a 220 cartuchos,


 7/8" a 1 ½ " .

Anfos (Ammonium Nitrate + Fuel Oil) : basicamente nitrato de amônio .


Precisam de escorva para detonar, geralmente semigelatinoso ou gelatinoso, explosão
inicial. Sem resistência à água, baixa densidade, baixo custo. Devido à baixa densidade,
usados em carga de coluna.

Granulados : geralmente carbonitratos em forma de grãos, precisam explosão


iniciante(booster). Baixa densidade, sem resistência à água. Facilmente manuseáveis á
granel, e no carregamento pneumático ou por derrame nos furos. Principal uso em carga
de coluna.

Lamas explosivas: pasta fluida, com nitroglicerina e água. Alta densidade e –


pela plasticidade – alta razão linear de carregamento. Uso: carga de fundo ou –
alternando com Anfo – em carga de coluna. Qualquer tipo de rocha. Cartuchos de
polietileno,  2 a 5 ".

Pastas: (Aquagel) : semelhantes à lamas explosivas, mas sem nitroglicerina.


Tem partículas metálicas finas que aumentam a quantidade de energia liberada. 32 a 96
cartuchos  7/8 a 1 ½" por caixa de 25 kg . Fogachos, túneis, aplicação geral.

Emulsões: Líquidos, fácil carregamento por bombeamento. Densidade maior


que a da água, conseguem expulsá-la. Excelentes resistência à água e densidade de
carregamento. Exigem "booster" reforçador com diâmetro próximo do furo. Muito
estável ao atrito e choque. Iniciação com cordel detonante ou espoleta n.º 8 . alta
velocidade, cartuchos de polietileno em caixas de 25 kg .
Bombeados : pastas explosivas, emulsões ou granulados, bombeados
diretamente de caminhões para os furos. Seguros no transporte, porque só se tornam
explosivos após mistura (nos furos). Exigem reforçador (booster) na explosão iniciante.
Inconveniente: vazam, quando a rocha é fraturada.

ESCOLHA DO EXPLOSIVO: Levar em conta:

Condições de entorno: Dureza da rocha(dura, média ou branda), tipo de rocha


(ígnea, metamórfica, sedimentar), natureza da rocha (homogênea, fraturada), presença
de água, região de aplicação (coluna, fundo), diâmetro dos furos, custo .

Características do explosivo: Pressão de explosão, velocidade de detonação


(para cada diâmetro), volume de gases, energia absoluta e relativa, razão linear de
energia (para cada diâmetro), potência disponível (p/ cada diâmetro) .

Não fazer grande demolição sem testar antes a eficiência. É impossível escolha
definitiva sem testes locais . Consultar assistência técnica do fabricante, folhetos não
informam tudo. Canja de galinha e prudência não fazem mal a ninguém.

ACESSÓRIOS DE DETONAÇÃO:

Acendedores: para iniciar a detonação de espoletas ou dos reforçadores


(boosters) Podem ser: estopim de segurança, estopim ultra-rápido, conectores para
estopim, cordão ignitor, reforçadores.

Estopim de segurança: aspecto de cordão. Núcleo de pólvora negra de nitrato


de potássio, revestido com tecido impermeabilizante. Queima com velocidade uniforme,
conhecida(145 m/s,  10%) . Para detonar pólvora negra, precisa espoleta, o mesmo
ocorrendo para gelatinas e dinamites. Usado para iniciar cargas a distancias curtas e
cordéis detonantes.

Estopim ultra-rápido: para iniciar dinamites e nitrocarbonitratos. Alta


segurança contra impacto, correntes parasitas, eletricidade estática. Velocidade na
ordem de 2000 m/s. Conector numa ponta, e na outra espoleta instantânea ou retardo.

Conectores para estopim: mesmo princípio do estopim, providenciam a ligação


destes com o cordão ignitor. Núcleo é um misto pirotécnico.

Cordão ignitor: cordão fino e flexível , revestido com polietileno, que queima
com chama firme. Usado para acender linhas de estopins em qualquer quantidade.
Reforçadores (boosters): cargas explosivas de alta potência usadas para iniciar
a explosão de explosivos de baixa sensibilidade, como anfos, pastas detonantes, e para
assegurar a continuidade da onda explosiva ao longo da coluna. Combinam alta
velocidade de detonação (VOD) com alta energia (AWS). Geralmente são iniciados
com cordel detonante, espoleta simples ou elétrica. Aumentam a segurança contra
detonações falhas.

Espoletas simples : cápsulas de alumínio com tetranitrato de penta-eritritrol (ou


nitropenta) e carga iniciadora de azida de chumbo. Ligam o explosivo ao estopim
comum por pressão de alicate especial. Usadas quando se quer ou pode haver seqüência
de explosão, não quando o fogo é simultâneo. Acoplamento perigoso, porque a carga
explosiva está aberta ao ligar.

Espoleta elétrica: Permitem detonações simultâneas. Podem ser instantâneas ou


"de tempo" :

Instantâneas                                               "de tempo".

As espoletas de tempo podem ser "regulares", com espera de 500 milisegundos,


ou "rápidas", com intervalos de tempo de 25, 50 ou 100 milisegundos, produzidas em
19 tempos de seqüência de detonação (são numeradas). Caixas de 100 unidades.

Recomendações gerais dos fabricantes:

Usar fonte de energia adequada, quanto a capacidade e intensidade da corrente.

Conferir visualmente o circuito e medir as resistências elétricas.

Precauções contra choques. Somente retirar o shunt de proteção na hora da


detonação. Evitar rádios transmissores ou outras fontes de correntes parasitas.

Em carregamento pneumático, usar mangueiras anti-eletrostáticas e/ou aterradas.


Manter as emendas isoladas. No mesmo fogo, usar espoletas de mesmo
fabricante e modelo, para evitar variações na resistência.

Nas detonações em série, usar corrente maior que as detonações isoladas. Nas
detonações em série e paralelo, usar tabelas para determinar a intensidade da corrente.

Sempre verificar as resistências do circuito, com o Ohmímetro. Utilizar


"boosters" e cordéis detonantes na iniciação à distância.

Armazenamento: Consultar normas do Ministério do Exército (SFPC)

Detonação: A intensidade da corrente deve ser a indicada para a espoleta, pois


se MENOR, pode atrasar o aquecimento e a detonação, se MAIOR, avariar a espoleta
sem detoná-la, ou abreviar a detonação.

Circuitos de detonação:

Em série:

Paralelos

Em série, máximo de 50 espoletas, exceto em fogachos. Se usar corrente


alternada, a intensidade da corrente deve ser maior que na contínua, devido às variações.
No cálculo, levar em consideração a resistência de cada espoleta.

Em circuitos paralelos, a resistência é igual à resistência de cada espoleta,


dividida pelo número de espoletas – em geral desprezível. Considerar apenas a
resistência dos fios. Quando usadas espoletas comuns, devem ficar nas extremidades,
para evitar que sua detonação antecipada corte a corrente, impedindo a detonação das
espoletas com espera. Não há limitação teórica quanto à quantidade de espoletas. Os
limites são práticos. No insucesso de detonação muito extensa, torna-se muito difícil e
perigoso o desarmamento. Também aumenta o tempo, e em conseqüência o risco de
detonação antecipada (causada por relâmpagos, eletricidade estática da atmosfera,
proximidade de linhas de alta-tensão, eletricidade estática produzida por carregamento
pneumático ou equipamentos de rádio, televisão ou radar).

Em série-paralelo :

Cordéis detonantes:

Forma mais segura para a detonação de fogo a céu aberto. São explosivos, e
dispensam espoletas, funcionando como escorvas. Tem núcleo de alto explosivo (PETN
– tetranitrato de pentaeritritol) e revestimento (fibras de PVC ou náilon) conforme a
finalidade. Velocidade de detonação de 7000 m/s, superior à dinamite e gelatinas.
Fornecido em rolos, aspecto de cabo elétrico. Circuitos como os elétricos. Ligações por
nós padronizados ou fita isolante. Inicialização por espoleta elétrica ou simples(n.º 8) ou
por cordel de diâmetro igual ou maior.

Cuidados: Fazer ligações perpendiculares. Evitar cruzamento de pontas. Não


permitir cruzamento de linhas nem mesmo aproximações. Proteger entrada de água nos
furos com tampa plástica, ou que se umedeçam com óleo do explosivo. Em presença de
umidade, isolar extremidades. Evitar atrito e esmagamento do cordel. Antes da
iniciação, conferir todas as ligações, tensionamento dos circuitos.

Retardos para cordel detonante: 5, 10, 20, 30 , 50 e 100 milisegundos,


diferenciados por cores azul, verde, amarela, laranja, vermelha e branca,
respectivamente. Caixas com 50 unidades.

Aspecto dos retardos:


Aspecto das ligações: Mnemônico: (baixo, cima, baixo, cima. . .)

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