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EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
(Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, 1792)
Rio de Janeiro
2015
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Rio de Janeiro
2015
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Banca Examinadora:
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_______________________________________________________________
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Rio de Janeiro
2015
RESUMO
1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 7
1.1 EXPLOSIVOS7
1.1.1 Substâncias Explosivas ...................................................................................7
1.1.2 Classificação e propriedades dos explosivos ..................................................7
1.1.2.1 Classificação quanto à constituição 7
1.1.2.2 Classificação quanto à fase em que se encontram 8
1.1.2.3 Classificação quanto à velocidade de reação 8
1.1.2.4 Classificação pelo emprego ....................................................................9
1.2 ESTIMATIVA DAS PROPRIEDADES DE DETONAÇÃO BASEADA NA
ESTRUTURA MOLECULAR DOS ALTOS EXPLOSIVOS 11
1.2.1 Estimativa da densidade teórica máxima 11
1.2.2 Estimativa da velocidade de detonação à densidade teórica máxima 13
1.2.3 Velocidade de detonação de misturas explosivas 14
1.2.4 Velocidade de detonação em função da densidade 15
1.2.5 Estimativa da pressão de detonação ..............................................................17
1.3 ESTIMATIVA DAS PROPRIEDADES DE DETONAÇÃO BASEADA NAS
PROPRIEDADES TERMOQUÍMICAS DO EXPLOSIVO 18
1.3.1 Velocidade de detonação 18
1.3.2 Pressão de detonação......................................................................................19
2 ESTIMATIVA DAS PROPRIEDADES DE DETONAÇÃO DE ALGUNS ALTOS
EXPLOSIVOS 19
2.1 EXPLOSIVOS PRIMÁRIOS OU INICIADORES 19
2.1.1 Fulminato de Mercúrio 20
2.1.2 Azida de chumbo 22
2.1.3 Estifinato de chumbo 24
2.1.4 Diazodinitrofenol (DDNP) 28
2.2 EXPLOSIVOS SECUNDÁRIOS OU DE RUPTURA 30
2.2.1 TNT 30
2.2.2 PETN 32
2.2.3 RDX 35
2.2.4 HMX 37
2.2.5 HNS 40
3 ANÁLISE DOS RESULTADOS 43
5
3.1 RESULTADOS REFERENTES AOS ALTOS EXPLOSIVOS PRIMÁRIOS 43
3.2 RESULTADOS REFERENTES AOS ALTOS EXPLOSIVOS SECUNDÁRIOS
43
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45
6
1 INTRODUÇÃO TEÓRICA
1.1 Explosivos
1.1.1 Substâncias explosivas
Uma explosão ocorre quando uma grande quantidade de energia é liberada
repentinamente. Explosões podem ser atômicas, físicas ou químicas. A energia envolvida
numa explosão química é proveniente da reação de decomposição de substâncias explosivas,
que pode ser iniciada por estímulos mecânicos (impacto ou atrito), pela ação de calor, choque
detonante ou até mesmo eletricidade de forma indireta. Toda reação de decomposição de
explosivos tem uma energia de ativação associada, ou seja, a energia mínima necessária para
que seja iniciada. As explosões geram gases com grande rapidez, produzindo elevadas
quantidades de calor e pressão, além de considerável trabalho.
1.1.2 Conceitos iniciais
Primeiramente, há algumas definições sobre os explosivos que precisam ser
ressaltadas :
Combustão - É uma reação química de oxidação entre substâncias que agem como
combustíveis e oxidantes. O fenômeno ocorre em baixas velocidades e tem como exemplo a
queima de um pedaço de carvão no meio atmosférico.
Deflagração – Consiste em uma combustão que ocorre a uma velocidade muito elevada. Tal
aumento de velocidade ocorre ao se facilitar o contato entre o combustível e o comburente, ou
quando há presença de elementos combustíveis e oxigênio na mesma substância. A
velocidade de decomposição do explosivo pode chegar a centenas de metros por segundo,
gerando altas temperaturas e gradientes de pressão.
Detonação – Consiste em um tipo específico de reação exotérmica, a qual está associada a
ondas de choque, perturbações de propagação cujas propriedades (temperatura, pressão,
densidade) variam. A velocidade de propagação da onda de choque do explosivo em uma
detonação é da ordem de milhares de metros por segundo.
Velocidade de detonação : É a velocidade de propagação da reação de decomposição ao longo
de uma coluna explosiva.
Pressão de detonação : A energia produzida na detonação de um explosivo propaga-se
rapidamente através do meio (ar ou água) formando uma onda mecânica, com elevada pressão
dinâmica e velocidade supersônica, conhecida como onda de choque. À pressão dinâmica
causada pela propagação da onda de choque dá-se o nome de pressão de detonação
7
1.1.3 Classificação e propriedades dos explosivos
Explosivos químicos tradicionais contêm oxigênio, nitrogênio e elementos
combustíveis como carbono e hidrogênio. O oxigênio geralmente encontra-se ligado ao
nitrogênio nos grupos NO (fulminato de mercúrio- C2O2N2Hg) , NO2 (trinitrotolueno-
C7H5N3O6 ; estifinato de chumbo - C6 H3 N3 O9 Pb) e NO3 (nitropenta- C5H8N4O2), exceto por
alguns compostos explosivos que não contêm oxigênio, como por exemplo a azida de chumbo
(PbN3). A decomposição explosiva é caracterizada por uma grande quantidade de energia,
que gaseifica a maior parte dos produtos formados, tais como C O2 (g), H 2 O e N2.
Tais substâncias podem ser classificadas de várias formas, dentre as quais serão
abordadas : classificação de acordo com sua natureza química, velocidade de reação e
empregos.
1.1.3.1 Classificação quanto à natureza química
Os explosivos podem ser divididos em três grupos dependendo de sua natureza
química: explosivos químicos (como o trinitrotolueno) , mecânicos (como a pólvora negra) ou
mistos (como a dinamite). Explosivos químicos contêm grupos moleculares que conferem a
eles propriedades explosivas (grupos explosóforos). Esses grupos são nitrocompostos, ésteres
nítricos, azidas, nitroaminas, fulminatos, acetileno ou acetiletos metálicos, dentre outros. A
classificação quanto à constituição não fornece nenhuma informação sobre a velocidade do
explosivo.
1.1.3.2 Classificação quanto à fase em que se encontram
Substâncias explosivas podem estar nas fases sólida (TNT), líquida (nitrometano) ou
gasosa (acetileno e oxigênio).
1.1.3.3 Classificação pela velocidade de reação
a) Altos explosivos:
Altos explosivos são aqueles que detonam, gerando uma onda de choque, a qual é
responsável pela fragmentação da carga explosiva. Dividem-se em explosivos primários e
secundários. Decompõem-se na faixa de 1500 a 9000 m/s e produzem grandes volumes de
gases e considerável calor a pressões altas.
b) Baixos explosivos:
Baixos explosivos são aqueles que possuem baixas velocidades de propagação e,
mesmo quando confinados, queimam-se progressivamente em um intervalo de tempo muito
8
longo. Esses explosivos deflagram, com velocidade de reação que aumenta aproximadamente
em proporção direta à pressão. Correspondem às pólvoras, compostos pirotécnicos e
propulsores para artilharia e fogos de artifício. Podem ser divididos em propelentes e
pirotécnicos.
1.1.3.4 Classificação quanto ao emprego
Explosivos primários ou iniciadores:
São explosivos que detonam quaisquer que sejam as condições de iniciação e
emprego, sendo utilizados com o fim de iniciar a decomposição de outros explosivos menos
sensíveis, os secundários. A transição entre a queima e a detonação é muito rápida para esses
explosivos, e ocorre ao serem submetidos a calor ou choque, tendo suas moléculas dissociadas
e produzindo grande quantidade de calor, o que acarreta na iniciação de um outro explosivo
mais estável.
Os explosivos primários apresentam um elevado grau de sensibilidade à iniciação por
meio de choques, fricção, centelha elétrica ou altas temperaturas e explodem estando ou não
confinados.
No presente trabalho, serão considerados os seguintes explosivos primários:
a) Fulminato de mercúrio;
b) Azida de chumbo;
c) Estifinato de chumbo;
d) Diazodinitrofenol (DDNP).
Explosivos secundários ou de ruptura:
São explosivos menos sensíveis que os primários, uma vez que requerem uma
quantidade substancialmente mais elevada de energia para serem iniciados. Por esse motivo,
são mais seguros de manusear, além de possuírem uma ampla variedade de aplicações. Podem
detonar ou deflagrar, dependendo da natureza de iniciação e modo de emprego. Podem ser
iniciados a partir do choque gerado pela detonação de um explosivo primário. Durante a
iniciação, o explosivo secundário se decompõe em produtos mais estáveis. Para o RDX, por
exemplo, a detonação é tão rápida que uma onda de choque de alta brisância é gerada.
No presente trabalho, serão considerados os seguintes explosivos secundários:
a) Trinitrotolueno (TNT);
b) Tetranitrato de pentaeritritol (PETN);
c) Hexogeno (RDX);
d) Octogeno (HMX);
9
e) Hexanitroestilbeno (HNS).
Propelentes:
São substâncias químicas puras ou misturas de substâncias químicas que reagem
quando corretamente iniciadas por calor, gerando gases a alta temperatura. Os propelentes
produzem energia de forma controlada, capaz de impulsionar projéteis de armas e foguetes.
Pirotécnicos:
São misturas de substâncias químicas capazes de, quando corretamente
iniciadas, sofrer combustão para produzir um efeito especial (calor, luz, fumaça ou som). As
composições pirotécnicas são constituídas por combustíveis e oxidantes misturados
com aditivos para produzir o efeito especial desejado.
1.2 Estimativa das propriedades dos altos explosivos por meio da estrutura química
Propriedades dos altos explosivos tais como densidade teórica máxima, velocidade de
detonação à densidade teórica máxima e pressão de detonação podem ser estimadas
conhecendo-se sua fórmula estrutural. A pressão de detonação é obtida a partir do
conhecimento da densidade e da velocidade de detonação.
10
a) Grupo II: líquidos alifáticos com substituintes dispostos assimetricamente ao
redor da cadeia principal. Exemplo: 1,1- dinitropropano.
Figura 1.2.1 Grupos estruturais dos compostos cuja densidade é dada pela
equação (5): alquilamina e alquilamida, respectivamente.
11
f) Grupo VII: compostos sólidos, alifáticos e cíclicos que contém oxigênio como um
dos membros do anel.
ρ = 2,085 -0,143H (8)
ϕ =n ( O )+ n ( N )+ n ( F )− ( n ( H )−n(HF )
2 n(O) ) (16)
ψ=
A
−
n ( BF ) − n ( C ) − n( D ) − n(E) (17)
3 1,75 2,5 4 5
,onde:
- n(C) é o número de átomos de oxigênio que fazem ligação dupla diretamente com o
carbono;
- n(D) é o número de átomos de oxigênio que fazem ligação simples diretamente com o
carbono e com um grupo que não seja éster de nitrato ao mesmo tempo.
- n(E) é o número de grupos nitrato existente como ésteres nítricos ou sais de ácido nítrico.
13
a) Se o composto for aromático, A =1. Caso contrário, A =0.
b) G = 0,4 para explosivos líquidos, e G = 0 para explosivos sólidos.
c) Se n(O) = 0, ou se n(HF) > n(H), o termo do maior parênteses na equação (16) se
anula.
Tendo obtido o valor do fator F, a velocidade de detonação D’ à máxima densidade teórica é
encontrada por:
' F−0,26
D=
0,55
(18)
D=a+bρ (19)
Se D é conhecida para certa densidade, então pode ser estimada para outra densidade.
Basta, para isso, que se conheça o valor de b.
Sejam D 1=a+b ρ1 e D2=a+b ρ2. Então, tem-se que: (D 1−D2 )=b ( ρ1−ρ2 ).
Para a maioria dos casos, como a densidade varia pouco, podemos tomar b = 3. Tal
aproximação é baseada no valor médio para explosivos de referência, e é boa quando a
variação de densidade se situa entre 10% e 15%.
14
1.2.4 Estimativa da velocidade de detonação de misturas explosivas
Na década de 1940, Manny Urizer (COOPER, Paul W. Explosives Engineering, 6 ed,
2007,pag.77) descobriu que, adicionando as velocidades de detonação referentes aos volumes
parciais, pode-se chegar à velocidade de detonação para uma mistura de explosivos, de acordo
com a equação 22:
D mix =∑ Di V i (22)
A fórmula é aplicável não apenas para misturas de explosivos, mas também para misturas
explosivas com oxidantes adicionais, cargas inertes e até mesmo espaço vazio. Isso é feito
atribuindo-se uma velocidade característica aos ingredientes não explosivos. A tabela a seguir
fornece a velocidade característica de vários ingredientes não explosivos.
15
Tabela 1.2.1 Velocidades características (COOPER, Paul W. Explosives Engineering, 6
ed, 2007,pag.78).
16
17
Urizer (COOPER, Paul W. Explosives Engineering, 6 ed, 2007,pag.77)assume que o
ar ou espaço vazio são também ingredientes , logo D’ deve ser usado apenas para os
componentes explosivos.
Esse método também fornece uma forma mais apurada de estimar velocidades de
detonação de explosivos puros em densidades diferentes da densidade teórica máxima se a
velocidade D’ é conhecida. Para tal, devemos utilizar a velocidade característica do espaço
vazio, listada como 1,5 km/s na tabela 1.2.1, considerando uma mistura explosiva que
consiste apenas de explosivo e espaço vazio:
D=D '
( ρ ρ )+1,5(1− ρ ρ )
TDM TDM
(23)
( )
'
D −1,5
D=1,5+ ρ (24)
ρ TDM
A equação (24) se aplica a quase toda a gama de densidades possíveis, enquanto que a
equação (21) é adequada apenas para variações de 10 a 15% na densidade (COOPER, Paul W.
Explosives Engineering, 6 ed, 2007,pag.77).
ρ D2
PCJ = (25)
γ +1
Para a maioria dos explosivos, a composição dos produtos é bastante similar, contendo
moléculas como H 2 O(g ), CO(g ), C O2 (g) e N 2 (g) . Dessa forma, para valores de densidades entre
1 e 1,8; γ é aproximadamente igual a 3 (COOPER, Paul W. Explosives Engineering, 6 ed,
2007,pag.79).
18
A equação fica, então:
2
ρD
PCJ = (26)
4
C x H y N w Oz → ( w2 ) N +( 2y ) H O +[( 2z )−( 4y )] C O
2 (g) 2 (g ) 2 ( g)
+[x− ( 2z )+( 4y )] C
Para um explosivo com balanço de oxigênio nulo:
C x H y N w Oz → ( w2 ) N +( 2y ) H O
2 (g) 2 (g )
+ xC O2 ( g)
C x H y N w Oz → ( w2 ) N +( 2y ) H O
2 (g) 2 (g )
+ xC O2 ( g) +[ ( 2z )−x−( 4y )]O 2 (g)
[ ] (1+ B ρ )
1
1 1
D= A N M ( −Δ H
2
(27)
2
d)
0 2
0
,onde :
- A é a constante 1,01;
- B é a constante 1,3 e
1 1
PCJ =K ρ0 N M 2 ( −Δ H d )
2 0 2 (27)
ΔHd0 = Hf0 (N2) + Hf0 (HgO) + Hf0 (CO)+ Hf0 (C) - Hf0 (Hg(CNO)2)
[ ] (1+ B ρ )
1
1 1
2
D= A N M ( −Δ H
2 0 2
d ) 0
1 1
PCJ =K ρ0 N M ( −Δ H )
2 2 0 2
d
22
Figura 2.1.2 : estrutura química da azida de chumbo, Pb(N3)2
2. O número de mols de gás produzido por mol de explosivo é 3, pois há somente formação
do N2. Como a massa molecular da azida é de 291,3 g/mol, temos que:
N = 3/291,3 = 0,01029
3. A massa molar do gás resultante da reação é a massa molecular do N 2, pois há somente
formação deste gás. Logo:
M = 28 g/mol.
4. A densidade obtida do explosivo no Meyer[2] é de ρ0 = 4,8 g/cm3.
[ ] (1+ B ρ )
1
1 1
2
D= A N M ( −Δ H
2
d)
0 2
0
23
Substituindo-se os dados numéricos levantados, porém para uma densidade de 4,6
g/cm3, para poder comparar com o dado da literatura, tem-se:
1 1
PCJ =K ρ0 N M ( −Δ H )
2 2 0 2
d
24
ΔHd0 = 6Hf0 (N2) + 4Hf0 (PbO) + 6Hf0 (H2O) + 23Hf0 (CO) + Hf0 (CO2) – 4 Hf0 (C6 H3 N3 O9 Pb)
[ ] (1+ B ρ )
1
1 1
2
D= A N M ( −Δ H )
2 0 2
d 0
1 1
PCJ =K ρ0 N M ( −Δ H )
2 2 0 2
d
25
Figura 2.1.5 :estrutura química para o DDNP.
Hf0 (N2) = 0 kcal/mol; Hf0 (CO) = -26,42 kcal/mol; Hf0 (H2O ) = -57,8 kcal/mol; Hf0 (C)
= 0 kcal/mol; Hf0 (C6 H2N4 O5) = 46,39 kcal/mol
ΔHd0 = 2Hf0 (N2) + 4Hf0 (CO) + Hf0 (H2O) + 2Hf0 (C) – Hf0 (C6H2N4O5)
26
Determinação da velocidade teórica máxima:
[ ] (1+ B ρ )
1
1 1
2
D= A N M ( −Δ H )
2 0 2
d 0
1 1
PCJ =K ρ0 N M ( −Δ H )
2 2 0 2
d
27
ρ = 1,954 -0,130H
ρ = 1,6654 g/cm3
Para o TNT,
n(O) = 6
n(N) = 3
n(H) = 5
n(F) = 0
n(HF) = 0
n( H )
Supondo combustão completa para o TNT, teríamos n(O)= 2n(C) + , porém verifica-se
2
que n(O) = 6 e 2n(C) + n(H)/2= 14 + 2,5 = 16,5. Dessa forma, há um balanço negativo de
oxigênio.
n(D) = 0, pois não há oxigênio formando ligação simples com carbono e com um grupo que
não seja éster de nitrato ao mesmo tempo.
n(E)= 0, pois não há grupos de nitrato existentes como ésteres nítricos ou sais de ácido
nítrico.
28
ϕ =n ( O )+ n ( N )+ n ( F )− ( 2 n(O) )
n ( H )−n(HF )
→ ϕ =6+3+0− ( )
5−0
12
→ ϕ = 8,583
A
ψ= −
n ( BF ) − n ( C ) − n( D ) − n(E) 1
→ ψ= −
0
−
0 0 0
− −
3 1,75 2,5 4 5
→ψ = 0,3333
3 1,75 2,5 4 5
' F−0,26
D=
0,55
' 3,926−0,26
D= → D’ = 6,665 Km/s
0,55
2
ρD
PCJ =
4
ρ = 1,6654 g/cm3
D = 6,665 Km/s
2.2.2 PETN
PETN é muito estável, insolúvel em água, parcialmente solúvel em álcool, éter, e
benzeno e solúvel e acetona. Esse explosivo é um dos mais poderosos e brisantes explosivos,
sua estabilidade é satisfatória e sua sensitividade é moderada.
29
Figura 2.2.2: fórmula estrutural do PETN.
ρ = 2,114 -0,169H
ρ = 1,6828 g/cm3
Para o PETN,
n(O) = 12
n(N) = 4
n(H) = 8
n(F) = 0
n(HF) = 0
30
n(H )
Supondo combustão completa para o PETN, teríamos n(O)= 2n(C) + , porém verifica-
2
se que n(O) = 6 e 2n(C) + n(H)/2= 10 + 4 = 14 . Dessa forma, há um balanço negativo de
oxigênio.
n(B/F) = 0, pois faltam átomos de oxigênio.
n(C) = 0, pois não há oxigênio formando ligação dupla com carbono.
n(D) = 0, pois não há oxigênio formando ligação simples com carbono e com um grupo que
não seja éster de nitrato ao mesmo tempo.
n(E) = 4, pois não há grupos de nitrato existentes como ésteres nítricos ou sais de ácido
nítrico.
ϕ =n ( O )+ n ( N )+ n ( F )− ( n ( H )−n(HF )
2 n(O) )→ ϕ =12+ 4+ 0−
8−0
24( )
→ ϕ = 15,66
A
ψ= −
n ( BF ) − n ( C ) − n( D ) − n(E) →
0
ψ= −
0
−
0 0 4
− −
3 1,75 2,5 4 5
→ ψ = -0.8
3 1,75 2,5 4 5
' F−0,26
D=
0,55
' 4,7−0,26
D= → D’ = 8,0727 Km/s
0,55
ρ D2
PCJ =
4
ρ = 1,6828 g/cm3
31
D = 8,0727 Km/s
2.2.3 RDX
O Hexogeno (RDX) é atualmente provavelmente o explosivo mais importante de alta
brisância, a qual se deve principalmente sua alta densidade e alta velocidade de detonação.
Sua sensibilidade é comparável ao do PETN e é muito estável. Sua performance só é um
pouco inferior ao do Octogeno (HMX). O RDX é um explosivo secundário de fórmula
molecular C3H6O6N6, pertence ao grupo VII e tem densidade dada por:
ρ = 2,086 -0,093H
Como o RDX é um composto com cadeia cíclica alifática que contém nitrogênio como
membro do anel, ele pertence ao Grupo VIII, logo sua densidade é dada por:
ρ = 2,086 -0,093H
ρ = 1,8327 g/cm3
32
Para o RDX:
n(O) = 6
n(N) = 6
n(H) = 6
n(F) = 0
n(HF) = 0
Supondo combustão completa para o RDX, teríamos n(O)= 2n(C) + n(H)/2 , porém verifica-
se que n(O) = 6 e 2n(C) + n(H)/2= 2.6 + 6/2 = 9. Dessa forma , há um balanço negativo de
oxigênio.
n(D) = 0, pois não há oxigênio formando ligação simples com carbono e com um grupo que
não seja éster de nitrato ao mesmo tempo.
n(E)= 3, pois há 3 grupos de nitrato existentes como ésteres nítricos ou sais de ácido nítrico.
ϕ =n ( O )+ n ( N )+ n ( F )− ( 2 n(O) )
n ( H )−n(HF )
→ ϕ =6+6+ 0−
6−0
2.6( ) → ϕ = 11,5
ψ=
A
−
n ( BF ) − n ( C ) − n( D ) − n ( E ) → ψ= 0 − 0
−
0 0 3
− −
→ψ = - 0,6
3 1,75 2,5 4 5 3 1,75 2,5 4 5
F−0,26
D' =
0,55
33
' 4,799−0,26
D= → D’ = 8,2527 Km/s
0,55
2
ρD
PCJ =
4
ρ = 1,8327 g/cm3.
D = 8,2527 Km/s
2.2.4 HMX
O Octogeno (HMX) é um explosivo secundário de fórmula molecular C4H8O8N8, é
praticamente insolúvel em água e é ligeiramente sensível a impacto e fricção.
34
Determinação da velocidade de detonação à densidade teórica máxima:
Para o HMX,
n(O) = 8
n(N) = 8
n(H) = 8
n(F) = 0
n(HF) = 0
Supondo combustão completa para o HMX, teríamos n(O)= 2n(C) + n(H)/2 , porém verifica-
se que n(O) = 8 e 2n(C) + n(H)/2= 2.4 + 8/2 = 12. Dessa forma, há um balanço negativo de
oxigênio.
n(B/F) = 0, pois faltam átomos de oxigênio.
n(D) = 0, pois não há oxigênio formando ligação simples com carbono e com um grupo que
não seja éster de nitrato ao mesmo tempo.
n(E)= 4, pois há 3 grupos de nitrato existentes como ésteres nítricos ou sais de ácido nítrico.
ϕ =n ( O )+ n ( N )+ n ( F )− ( 2 n(O) )
n ( H )−n( HF )
→ ϕ=8+ 8+0−
8−0
2.8 ( ) → ϕ = 15,5
ψ=
A
−
n ( BF ) − n ( C ) − n( D ) − n ( E ) → ψ= 0 − 0
−
0 0 4
− −
→ψ = - 0,8
3 1,75 2,5 4 5 3 1,75 2,5 4 5
' F−0,26
D=
0,55
35
' 4,9628−0,26
D= → D’ = 8,55 Km/s
0,55
2
ρD
PCJ =
4
ρ = 1,8328 g/cm3
D = 8,55 Km/s
2.2.5 HNS
O HNS é um explosivo secundário de fórmula molecular C14H6O12N6.
ρ = 1,948 -0,141H
ρ = 1,948 -0,141H
ρ = 1,7585 g/cm3
Para o HNS,
n(O) = 12
n(N) = 6
n(H) = 6
n(F) = 0
n(HF) = 0
Supondo combustão completa para o HNS, teríamos n(O)= 2n(C) + n(H)/2 , porém verifica-se
que n(O) = 12 e 2n(C) + n(H)/2= 2.14 + 6/2 = 31 . Dessa forma, há um balanço negativo de
oxigênio.
n(B/F) = 0, pois faltam átomos de oxigênio.
n(D) = 0, pois não há oxigênio formando ligação simples com carbono e com um grupo que
não seja éster de nitrato ao mesmo tempo.
n(E) = 0, pois não há grupos de nitrato existentes como ésteres nítricos ou sais de ácido
nítrico.
ϕ =n ( O )+ n ( N )+ n ( F )− ( n ( H )−n(HF )
2 n(O) )→ ϕ=12+6+0−
6−0
2.12 ( ) → ϕ = 17,75
ψ=
A
−
n ( BF ) − n ( C ) − n( D ) − n ( E ) → ψ= 1 − 0 0
− − −
0 0 →ψ = 0,3333
3 1,75 2,5 4 5 3 1,75 2,5 4 5
37
F=100 ( ψMW+ϕ )−G→ F=100 ( 17,75+0,3333
450,1 )−0 → F = 4,018
F−0,26
D' =
0,55
' 4,018−0,26
D= D’ = 6,833 Km/s
0,55
ρ D2
PCJ =
4
ρ = 1,7585 g/cm3
D = 6,833 Km/s
Tabela 3.1: Comparação das velocidades de detonação dos altos explosivos primários
Explosivo Velocidade Velocidade de Erro percentual Pressão de
de detonação detonação detonação estimada
estimada Handbook
Meyer / Military
Explosives
Fulminato de 5,857 km/s 5,4km/s 8,467% 229,61 kbar
Mercúrio
Azida de 7,316 km/s 5,3 km/s 38,05% 361,26 kbar
Chumbo
Estifinato de 6,164 km/s 5,2 km/s 18,53% 221,337 kbar
Chumbo
Diazodinitrofenol 7,336 km/s 6,6 km/s 11,16% 228,461 kbar
DDNP
38
Para os altos explosivos primários, o método de Kamlet-Jacobs utilizado para a
estimativa de propriedades foi satisfatório, fornecendo valores de velocidades de detonação
com erros percentuais razoáveis. No entanto, a aplicação do método à azida de chumbo
conduziu a um erro discrepante. Para esse explosivo, sugere-se utilizar um outro método ou
outra reação de decomposição. As densidades teóricas máximas não foram calculadas, uma
vez que os explosivos primários não se adequaram aos grupos de Eremenko, propostos na
seção 1.2 deste trabalho, assim foram utilizadas as densidades fornecidas no Handbook
Meyer. Os valores de pressão de detonação encontrados estão dentro do esperado para
explosivos primários.
4 CONCLUSÃO
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] TM9-1300-214 Military Explosives. Washington, D.C.: Headquarters Department of the
Army, 1990.
[2] MEYER, Rudolf; KÖHLER,Joseph; HOMBURG, Axel. Explosives 6. ed. Weinheim :
Wiley-VCH, 2007.
[3] COOPER, Paul W. Explosives Engineering . 1.ed. Albuquerque : Wiley-VHC , 1996.
[4] AKHAVAN, Jacqueline. The Chemistry of Explosives.1 ed. The Royal Society of
Chemistry.
[5] Blast – Efeitos da Onda de Choque no Ser Humano e nas Estruturas. 2007. 107f. Tese de
Mestrado – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos.
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