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Introdução à Análise do

Movimento Humano

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Tipos de
Análise de
Movimento

Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Análise
Qualitativa

Rodacki
Análise Qualitativa do movimento

B I O M E C Â N I C A
Qualitativa (subjetiva) - Observação sistemática e
julgameto introspectivo da qualidade do movimento
humano (ex. bom, mau, regular) com o propósito de
fornecer a intervenção mais apropriada para melhorar a
performance.
Ataque aos sintomas e depende da habilidade do
observador em diagnosticar as causas dos problemas e é
restrita apenas a certas variáveis do movimento (ex.
forças, ativação muscular, coordenação).
Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Maiores pontos de observação da
análise qualitativa da marcha

B I O M E C Â N I C A
1 Cadencia 6 Pelve
a. simétrica a. inclinação anterior or posterior

b. rítmica b. variável
c. em nível
2 Dor 7 Joelhos
a. onde a. flexão, extensão
b. quando b. estabilidade
3 Passo 8 Tornozelo
a. uniforme a. dorsiflexão
b. eversão / inversão
4 Ombros 9 Pés
a. caídos a. contato com o calcanhar
b. elevados, deprimidos,
protusos, retraídos
5 Tronco 10 Base
a. desvio fixo a. estável / variável
b. balanço b. larga / estreita

Rodacki
Análise Quantitativa
do Movimento

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Análise Quantitativa do Movimento

B I O M E C Â N I C A
Quantitativa (objetiva) - Baseada em alguma medida de
performance tal como x, v, a, , , , F, M, T, P, etc...

Rodacki
Biomecânica

Cinemática Cinética Controle Anatomia

Linear Angular Linear Angular


Ativação Parâmetros
x, v, a  Força Torque Muscular corporais

Cinemetria Dinamometria EMG Antropometria

Modelo Modelo

Forças de gravitação
Energia Mecânica Momentos Liquidos e
Inércia Forças internas
(Adaptado de Baumann, 1995)
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Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Fornecem importante informação
para que compreendamos uma série
de parâmetros que
caracterizam/determinam os
movimentos

Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Análise Cinemática

Rodacki
Cinemática

B I O M E C Â N I C A
É a área de estudos da mecânica
que analisa fatores de tempo e
espaço do movimento de uma
partícula ou de um sistema, sem
se preocupar com as forças que o
causaram.

Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Análise Cinemática

B I O M E C Â N I C A
• Basada na descrição quantitativa de alguns parâmetros
do movimento que definem:
– técnica
– performance
• Papel da biomecânica:
– Compreender a mecânica da tarefa (ex. variáveis
importantes, relação entre variáveis e requerimentos da tarefa).
– Identicar causa de problemas na técnica ou
performance
– Diferenciar fatores não relacionados

Rodacki
Planejando uma Análise
Cinemática

B I O M E C Â N I C A
Quais as questões a serem respondidas?
(o que eu quero da minha análise?)
Quais as variáveis de interesse?
(o que eu preciso medir?)

Modelo de análise
Como analisar?
(como eu vou medir?)
Rodacki
Modelos em Biomecânica

B I O M E C Â N I C A
O que são modelos...?
Uma tentativa de representar a realidade... de forma simplificada.

Porque modelos...?
 Para estimar variáveis de interesse.
 Simplificações e premissas acerca de como os
elementos são conectados e funcionam em conjunto
(estrutura funcional) para obter os resultados
desejados; mesmo com simplificações grosseiras:
 segmentos rígidos vs complexidade anatômica dos segmentos
 Aumentam o conhecimento e a visão sobre a realidade
Rodacki
Diagrama de representação
(“figura palito”)

B I O M E C Â N I C A
Um diagrama de representação consiste em uma partícula
ou um corpo rígido de interesse representado em um
sistema de coordenadas.

Para construir um diagrama de representação:


a) O sistema de interesse deve ser descrito e esquematizado
através de um sistema de segmentos articulados;
b) Um sistema de coordenadas deve ser definido.

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Quadril

B I O M E C Â N I C A
Coxa

Joelho

Perna

Tornozelo

Metatarso

Rodacki
Exemplos de modelos biomecânicos

B I O M E C Â N I C A
C7
T4
T7
T10
T12
L2
L4
S2

Rodacki
Sistema de ligações
segmentares articuladas

B I O M E C Â N I C A
Os segmentos corporais são dados
pelos centros articulares, os quais
são determinados pela intersecção
das linhas que cruzam os centros
articulares proximal e distal dos
segmentos.

Vamos dar uma olhada nisso!


Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Fundamentos
básicos para a
análise cinemática
Rodacki
y
Estática

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Estática
y

B I O M E C Â N I C A
yt

ym

xt xm x

Rodacki
Estática sen 
cateto _ oposto
hipotenusa
yt  ym

B I O M E C Â N I C A
yt sen 
( yt  ym) 2  ( xm  xt) 2

cateto_ adjacente
cos 
ym hipotenusa

xt xm cos   xm  xt
( yt  ym) 2  ( xm  xt) 2
cateto _ oposto
sen hipotenusa cateto _ oposto yt  ym
tan   =  
cos cateto_ adjacente cateto _ adjacente xm  xt
hipotenusa
Rodacki
y
Estática

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Estática
sen
y tan  

B I O M E C Â N I C A
cos
yj
cateto _ oposto

cateto _ adjacente

yj  yt
yt 
xj  xt

xt xj x

Rodacki
y
Estática

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
A fotografia
A fotografia possibilita a análise de uma série de
informações a respeito de um determinado instante

B I O M E C Â N I C A
do movimento (estático). A fotografia é um recurso
bastante limitado para análises dinâmicas. Desta
forma, a fotografia tem sido empregada para a
análise de posições estática, quase estáticas (ex.
postura) ou em atividades com início bem definido e
marcado.

Rodacki
A fotografia: exemplo aplicado a
análise da postura

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Da fotografia para o filme

B I O M E C Â N I C A
De uma maneira geral, um filme é constituído por
uma seqüência de fotografias exibidas com uma
certa freqüência... Desta forma, se a posição de um
ponto ou segmento for determinada em um quadro
(frame 1), a diferença de posição em relação a um
segundo quadro (frame 2) representa o deslocamento
do ponto/segmento no espaço.

1 2 3 4
Rodacki
Da fotografia … para o filme!

B I O M E C Â N I C A
(x3, y3)

(x1, y1)
y3
y1

x1 x3

x  x3  x1 y  y3  y1
Rodacki
Da fotografia para o filme

B I O M E C Â N I C A
xinicial x final

x  x final  xinicial
Na marcha, a diferença de posição horizontal do
calcâneo (no instante do contato com o solo)
representa a amplitude do passo... e é uma importante
variável da marcha Rodacki
Da fotografia para o filme
Um outro fator importante é a velocidade com que

B I O M E C Â N I C A
certos fenômenos ocorrem... A velocidade pode ser
obtida pela primeira derivada da posição do ponto ou
segmento....

distância  x ( x final  xincial )


v  
tempo  t (t final  tinicial )
Na fotografia é muito difícil determinar o intervalo de
tempo entre as tomadas de imagem.... porém o filme é
formado por quadros (fotos!) obtidas em um intervalo
de tempo constante - determinados pela frequência da
câmera (50 a 60 Hz).
Rodacki
Velocidade

B I O M E C Â N I C A
xinicial x final

0m 1m
0s 1s
distância  x ( x final  xincial )
v  
tempo  t (t final  tinicial )
A velocidade das passadas determinam a velocidade
de propulsão média do centro de massa.
Rodacki
Cálculo de velocidade

B I O M E C Â N I C A
A velocidade calculada através de pontos extremos do
movimento (ex. contatos sucessivos do calcâneo) revelam a
velocidade média do movimento. A velocidade instantânea
pode ser calculada da mesma forma, porém os pontos
adjacentes devem ser utilizados.
Velocidade média

1 2 3 4 5 6 7 8 9
v2
v3
v4
v5
v6
Velocidades instantâneas
v7 Rodacki
Medidas lineares e angulares

B I O M E C Â N I C A
A maior parte dos movimentos
do corpo humano não são
lineares, mas angulares... onde
as mesmas relações se
aplicam...

distância angular  ( final   incial )


vangular   
tempo t (t final  tinicial )

Rodacki
Análise Cinemática

B I O M E C Â N I C A
A análise pode ser feita através de diversos métodos:

Impressas - “hard copy”


Fotografia ou conjunto de fotografias
Determinação direta (transferidor)
Determinação matemática trigonométrica (coord x;y)

Vantagens:
Baixo custo
Medidas de fácil obtenção
Desvantagens:
Necessidade de material fotográfico e/ou impresso
Pouca precisão (dependendo do tamanho da foto)
Processamento muito trabalhoso
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Análise Cinemática

B I O M E C Â N I C A
Digital -
Via software “genérico” (ex. CorelDraw, etc...)
Determinação matemática trigonométrica (coord x;y)
Determinação digital direta (ferramentas lineares e
angulares).
Vantagens:
Baixo custo
Desvantagens:
Necessidade da montagem de planilhas de cálculo
Processamento relativamente trabalhoso

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Análise Cinemática

B I O M E C Â N I C A
Digital -
Via software “específico” (ex. Peak; Simi, Elite, APAS, etc...)
Determinação manual
Determinação semi-automática
Determinação automática

Vantagens:
Processamento fácil
Recursos visuais (gráficos) disponíveis
Desvantagens:
Alto custo

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Determinação matemática trigonométrica (coordenadas x;y)

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Determinação digital direta (ferramentas lineares eangulares)

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Análise Cinemática
Quantitativa da Marcha

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Análise Cinemática da Marcha

B I O M E C Â N I C A
A análise cinemática pode ser efetuada em duas (2D) ou três
dimensões (3D).

A cinemática 2D é constituída por análises nos planos


cartesianos (x, y; x, z; ou y, z) e apresentam uma série de
requisitos, apesar de serem relativamente mais simples esistem
limitações em relação a movimentos rotacionais (em outros
planos) que não podem ser detectados.

A cinemática 3D é constituída por análises efetuadas nos três


planos de movimento (x, y e z) e possuem uma demanda (ex.
equipamentos) maior do que a análise em 2D; possibilita a
análise de movimentos rotacionais dos segmentos.

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Eixos de referência para os
planos de análise

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Y

X Z

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Data analysis
Representação
esquemática de uma

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análise cinemática
tridimensional por
computador

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Recursos técnicos fundamentais para
coleta de dados

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2 câmeras analógicas

cabo de vídeo

conversor
analógico/digital

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Marcadores planos ou esféricos
(extrusão dos pontos)

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sinal de sincronização

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câmeras

câmera de
sincronia de
ciclos
holofotes 1000W

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câmera 1

B I O M E C Â N I C A
câmera 2

sinal de sincronização

câmeras
sincronizadas

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Análise Cinemática da Marcha - 3D

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Análise Cinemática da Marcha - 3D
(mínimo 2 câmeras)

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Análise Cinemática da Marcha - 2D
(calibragem)

B I O M E C Â N I C A
Para que o movimento possa ser analisado de forma correta, se
faz necessário fornecer parâmetros que corrijam a relação
câmera-objeto, ou seja, é necessário calibragem.

Rodacki
Análise Cinemática da Marcha –
2D (1 câmera)

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Análise cinemática da Marcha:
Um exemplo aplicado

Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Calibragem do espaço
tridimensional do movimento

B I O M E C Â N I C A
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B I O M E C Â N I C A
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B I O M E C Â N I C A
acrômios
C7
T4

T7
T10
T12
L2
L4
S2

espinhas ilíacas póstero-


superiores

Rodacki
y

B I O M E C Â N I C A
cateto oposto
atan α = cateto adjacente
Cateto
oposto

α
x

Cateto
adjacente

Rodacki
ângulo relativo à
cifose torácica

B I O M E C Â N I C A
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ângulo relativo à
lordose lombar

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
B I O M E C Â N I C A
antes do rastreamento

Rodacki
B I O M E C Â N I C A
depois do rastreamento

Rodacki
B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Representação tridimensional
estática dos segmentos

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Representação tridimensional
dinâmica dos segmentos

B I O M E C Â N I C A
plano sagital plano frontal
Rodacki
Comportamento do segmento C7-S2
durante a marcha sem mochila

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Exemplo de uma análise cinemática dos picos de
velocidades angulares do ombro e cotovelo

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Exemplo de planilha de dados exportados no Excel

B I O M E C Â N I C A
Rodacki
Outros métodos de análise
cinemática

B I O M E C Â N I C A
• Goniômetros: amplitude de movimento
• Eletrogoniômetros: ângulo articular em instantes
sucessivos
• Passarelas condutivas: amplitude da passada, cadência,
velocidade, etc.
• Cameras de vídeo: comprimento da passada, cadência,
velocidade, etc.
• Acelerômetros: acelerações.
• Sistemas de marcas 3D: todas as medidas cinemáticas
• Campos eletromagnéticos: todas as medidas cinemáticas
• GPS: algumas medidas cinemáticas

Rodacki

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