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(1772-1823)
Ricardo escreve:
“Quando o valor relativo dos bens se altera, seria
interessante dispor de meios que indicassem quais os
que descem e quais os que sobem em valor real.”
RICARDO SE PERGUNTA:
Se é possível comparação dos bens com um padrão de
valor invariável, o qual não estaria sujeito a nenhuma
das flutuações que afetam os outros bens.
Para ele, não existe bem que possa oferecer esse
padrão, mesmo a moeda.
Mesmo se a produção de moeda metálica consumisse
sempre a mesma quantidade de trabalho, a moeda
ainda assim estaria sujeita a variações derivadas de
mudanças salariais devido às diferentes proporções
de capital fixo e circulante...
“Necessárias não só para produzir como para se
obterem os outros bens cuja alteração de valor
desejamos calcular.”
POR UMA MEDIDA INVARIÁVEL DO
VALOR...
O ouro não é produzido com a mesma
composição de capital dos outros bens, nem
utiliza capital fixo de igual duração e nem
leva o mesmo tempo para ser colocado no
mercado.
Assim, a importante questão da necessidade
de uma régua inflexível para se mensurar
valores, independentemente da divisão do
produto social, fica em aberto. Ela só seria
resolvida de modo consistente muito tempo
depois por Piero Sraffa, em pleno século XX.
NOVAMENTE A RELAÇÃO ENTRE
SALÁRIO E
LUCRO
Produto/K
Variável/K .................................................
............................................................................
..............................................................................................
......................................................................................................
..................................................................................................
Lucros/K
.............................................................................
................
.......................................................................................
.............................................................................. (Salário + Renda)/K
......................................................................
........................................................
...........................................
Salário/K
Capital K
VISÃO PESSIMISTA:
O lucro por unidade de capital tenderia a zero com o
avanço na acumulação de capital. A taxa de lucro
agrícola determinaria a taxa geral de lucro, por
arbitragem, e sendo assim, também haveria a queda
na taxa de lucro na indústria. A queda do lucro leva
ao estado estacionário, no qual a economia deixaria
de crescer (K constante).
Tal situação poderia ser adiada pelas inovações
tecnológicas na agricultura ou pela abertura ao
comércio internacional que baratearia os preços dos
cereais, argumento teórico também usado por Ricardo
contra a Lei dos Cereais.
Em suma, há uma visão pessimista no modelo de
Ricardo, mas o resultado final pode-se postergar.
MODELO:
Passando ao largo das questões monetárias e
interpretando Ricardo como um modelo de um único
pro- duto, suas conclusões podem ser facilmente
formalizadas.
Começando pela teoria do valor. Sendo w o salário e
T a quantidade de trabalho incorporado, ambos em
unidade de tempo, e sendo r a taxa de lucros, o valor
v de um bem é a soma do custo da produção direta
mais o custo do capital