O documento discute os conceitos de pós-colonialidade e decolonialidade, abordando suas origens e principais ideias. A pós-colonialidade surgiu com historiadores asiáticos e africanos para contestar narrativas ocidentais. Já a decolonialidade foi criada por intelectuais latino-americanos para destacar a especificidade da história da região. O texto também apresenta pensamentos do escritor mexicano Octavio Paz sobre a busca da modernidade e do presente.
O documento discute os conceitos de pós-colonialidade e decolonialidade, abordando suas origens e principais ideias. A pós-colonialidade surgiu com historiadores asiáticos e africanos para contestar narrativas ocidentais. Já a decolonialidade foi criada por intelectuais latino-americanos para destacar a especificidade da história da região. O texto também apresenta pensamentos do escritor mexicano Octavio Paz sobre a busca da modernidade e do presente.
O documento discute os conceitos de pós-colonialidade e decolonialidade, abordando suas origens e principais ideias. A pós-colonialidade surgiu com historiadores asiáticos e africanos para contestar narrativas ocidentais. Já a decolonialidade foi criada por intelectuais latino-americanos para destacar a especificidade da história da região. O texto também apresenta pensamentos do escritor mexicano Octavio Paz sobre a busca da modernidade e do presente.
NOVAS PERSPECTIVAS PARA A RELAÇÃO ENTRE TEMPO E HISTÓRIA.
Professora Géssica Guimarães
Universidade do Estado do Rio de Janeiro PÓS-COLONIALIDADE: ENTENDENDO O CONCEITO
O conceito de pós-colonialidade surgiu com o
trabalho de historiadores asiáticos e africanos, após os movimentos de independência dos países destes continentes na segunda metade do século XX, sobretudo em torno do grupo Subaltern Studies.
É o objetivo desses estudos contestar a narrativa
histórica hegemônica e a própria epistemologia ocidental, construindo alternativas para pensar a condição do “subalterno” na construção de sentidos e representações para a realidade e a história. PÓS-COLONIALIDADE: ENTENDENDO O CONCEITO
Alguns representantes da perspectiva
historiográfica pós-colonial são Ranajit Guha, Partha Chatterjee, Dipesh Chakrabarty e Gayatri Spivak. PÓS-COLONIALIDADE: ENTENDENDO O CONCEITO
Pode o subalterno falar? Orientalismo
DECOLONIALIDADE: ENTENDO O CONCEITO. No final dos anos 1990 intelectuais latino-americanos formaram o Grupo Modernidade/Colonialidade, sob a influência direta dos estudos pós-coloniais, mas com o objetivo de destacar a especificidade da realidade e história latino-americana.
O conceito de “decolonialidade” foi criado por
intelectuais latino-americanos, ligados ao Grupo Modernidade/Colonialidade, com o objetivo de destacar a especificidade da história latino- americana, em sua relação com a Europa, através da colonização e independência. Um dos objetivos destes intelectuais é sublinhar as especificidades dos processos históricos de colonização e descolonização experimentados nos diferentes continentes. DECOLONIALIDADE: ENTENDO O CONCEITO.
Entre os intelectuais que contribuíram para o
grupo podemos citar Aníbal Quijano, Eduardo Mendieta, Santiago Castro-Gómez, Linda Alcoff, Elina Vuola e Walter Mignolo. DECOLONIALIDADE: ENTENDO O CONCEITO. Desobediência A colonialidade do saber epistêmica MIGNOLO. “LA COLONIALIDAD A LO LARGO Y A LO ANCHO: EL HEMISFERIO OCCIDENTAL EN EL HORIZONTE COLONIAL DE LA MODERNIDAD”. IN: A COLONIALIDADE DO SABER.
“El imaginario del mundo moderno/colonial
surgió de la compleja articulación de fuerzas, de voces oídas o apagadas, de memorias compactas o fracturadas, de historias contadas desde un solo lado que suprimieron otras memorias y de historias que se contaron y cuentan desde la doble conciencia que genera la diferencia colonial”. (pg. 66) OTÁVIO PAZ OTÁVIO PAZ Octavio Paz Lozano nasceu na Cidade do México, em 31 de março de 1914 e faleceu na mesma cidade, em 19 de abril de 1998. Foi um poeta, ensaísta, tradutor e dipomata mexicano. Recebeu o prêmio Nobel de Literatura de 1990.
“A busca do presente” foi o discurso proferido por
Paz na cerimônia de premiação. OTÁVIO PAZ
“A busca do presente não é a busca do éden
terrestre, nem da eternidade sem datas: é a busca da realidade real. Para nós, hispano- americanos, esse presente real não estava em nossos países: era o tempo que os outros viviam, os ingleses, os franceses, os alemães. O tempo de Nova York, Paris, Londres. Era preciso sair em busca e trazê-lo para nossas terras”. (p. 78) OTÁVIO PAZ “Que é a modernidade? Antes de tudo, é um termo equívoco: há tantas modernidades quanto sociedades. Cada uma tem a sua. Seu significado é incerto e arbitrário, como o do período que a precede, a Idade Média. Se somos modernos diante do medievo, seremos por acaso a Idade Média de uma futura modernidade? Um nome que muda com o tempo é um verdadeiro nome? A modernidade é uma palavra em busca de seu significado: é uma ideia, uma miragem ou um momento da história? Somos filhos da modernidade ou ela é nossa criação?”. (p. 79-80) OTÁVIO PAZ Sobre a Revolução Mexicana:
“O México buscava o presente fora e o encontrou
dentro, enterrado mas vivo. A busca da modernidade nos levou a descobrir nossa antiguidade, o rosto oculto da nação. Inesperada lição de história que não sei se todos aprenderam: entre tradição e modernidade há uma ponte”. (p. 81-82) OTÁVIO PAZ
“(...) a busca da modernidade era uma descida às
origens. A modernidade me conduziu ao meu começo, à minha antiguidade. A ruptura se tornou reconciliação”. (p. 83) OTÁVIO PAZ “A ideia de modernidade é um subproduto da concepção da história como um processo sucessivo, linear e irrepetível. (...) O tempo novo, o nosso, é linear como o cristão, porém aberto para o infinito e sem referência à Eternidade. Nosso tempo é da história profana. Tempo irreversível e perpetuamente inacabado, em marcha não para seu fim, mas para seu futuro. O sol da história se chama futuro e o nome do movimento para o futuro é Progresso”. (p. 83-84)
“Para a nova concepção o sujeito histórico não é a
alma individual e sim o gênero humano (...)”. (p. 84) OTÁVIO PAZ “O homem moderno se definiu como um ser histórico”. (p. 85)
“Uma após outra essas ideias foram
abandonadas. Parece-me que começa a ocorrer o mesmo com a ideia de Progresso e, por consequência, com nossa visão do tempo, da história e de nós mesmos. Assistimos ao crepúsculo do futuro. o declínio da ideia de modernidade e a voga de uma noção tão duvidosa como “pós-modernidade” não são fenômenos que afetem unicamente as artes e a literatura: vivemos a crise das ideias e crenças básicas que moveram os homens há mais de dois séculos”. (p. 85)