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PÓS-COLONIALIDADE E

DECOLONIALIDADE:

NOVAS PERSPECTIVAS
PARA A RELAÇÃO ENTRE
TEMPO E HISTÓRIA.

Professora Géssica Guimarães


Universidade do Estado do Rio de Janeiro
PÓS-COLONIALIDADE:
ENTENDENDO O CONCEITO

 O conceito de pós-colonialidade surgiu com o


trabalho de historiadores asiáticos e africanos,
após os movimentos de independência dos países
destes continentes na segunda metade do século
XX, sobretudo em torno do grupo Subaltern
Studies.

 É o objetivo desses estudos contestar a narrativa


histórica hegemônica e a própria epistemologia
ocidental, construindo alternativas para pensar a
condição do “subalterno” na construção de
sentidos e representações para a realidade e a
história.
PÓS-COLONIALIDADE:
ENTENDENDO O CONCEITO

 Alguns representantes da perspectiva


historiográfica pós-colonial são Ranajit Guha,
Partha Chatterjee, Dipesh Chakrabarty e
Gayatri Spivak.
PÓS-COLONIALIDADE:
ENTENDENDO O CONCEITO

Pode o subalterno falar? Orientalismo


DECOLONIALIDADE:
ENTENDO O CONCEITO.
 No final dos anos 1990 intelectuais latino-americanos
formaram o Grupo Modernidade/Colonialidade, sob a
influência direta dos estudos pós-coloniais, mas com o
objetivo de destacar a especificidade da realidade e
história latino-americana.

 O conceito de “decolonialidade” foi criado por


intelectuais latino-americanos, ligados ao Grupo
Modernidade/Colonialidade, com o objetivo de
destacar a especificidade da história latino-
americana, em sua relação com a Europa, através da
colonização e independência. Um dos objetivos destes
intelectuais é sublinhar as especificidades dos
processos históricos de colonização e descolonização
experimentados nos diferentes continentes.
DECOLONIALIDADE:
ENTENDO O CONCEITO.

 Entre os intelectuais que contribuíram para o


grupo podemos citar Aníbal Quijano, Eduardo
Mendieta, Santiago Castro-Gómez, Linda Alcoff,
Elina Vuola e Walter Mignolo.
DECOLONIALIDADE:
ENTENDO O CONCEITO.
Desobediência
A colonialidade do saber
epistêmica
MIGNOLO. “LA COLONIALIDAD A LO LARGO Y A
LO ANCHO: EL HEMISFERIO OCCIDENTAL EN EL
HORIZONTE COLONIAL DE LA MODERNIDAD”. IN:
A COLONIALIDADE DO SABER.

 “El imaginario del mundo moderno/colonial


surgió de la compleja articulación de fuerzas, de
voces oídas o apagadas, de memorias compactas o
fracturadas, de historias contadas desde un solo
lado que suprimieron otras memorias y de
historias que se contaron y cuentan desde la
doble conciencia que genera la diferencia
colonial”. (pg. 66)
OTÁVIO PAZ
OTÁVIO PAZ
 Octavio Paz Lozano nasceu na Cidade do México,
em 31 de março de 1914 e faleceu na mesma
cidade, em 19 de abril de 1998. Foi um poeta,
ensaísta, tradutor e dipomata mexicano. Recebeu
o prêmio Nobel de Literatura de 1990.

 “A busca do presente” foi o discurso proferido por


Paz na cerimônia de premiação.
OTÁVIO PAZ

 “A busca do presente não é a busca do éden


terrestre, nem da eternidade sem datas: é a
busca da realidade real. Para nós, hispano-
americanos, esse presente real não estava em
nossos países: era o tempo que os outros viviam,
os ingleses, os franceses, os alemães. O tempo de
Nova York, Paris, Londres. Era preciso sair em
busca e trazê-lo para nossas terras”. (p. 78)
OTÁVIO PAZ
 “Que é a modernidade? Antes de tudo, é um
termo equívoco: há tantas modernidades quanto
sociedades. Cada uma tem a sua. Seu significado
é incerto e arbitrário, como o do período que a
precede, a Idade Média. Se somos modernos
diante do medievo, seremos por acaso a Idade
Média de uma futura modernidade? Um nome
que muda com o tempo é um verdadeiro nome? A
modernidade é uma palavra em busca de seu
significado: é uma ideia, uma miragem ou um
momento da história? Somos filhos da
modernidade ou ela é nossa criação?”. (p. 79-80)
OTÁVIO PAZ
 Sobre a Revolução Mexicana:

“O México buscava o presente fora e o encontrou


dentro, enterrado mas vivo. A busca da
modernidade nos levou a descobrir nossa
antiguidade, o rosto oculto da nação. Inesperada
lição de história que não sei se todos aprenderam:
entre tradição e modernidade há uma ponte”. (p.
81-82)
OTÁVIO PAZ

 “(...) a busca da modernidade era uma descida às


origens. A modernidade me conduziu ao meu
começo, à minha antiguidade. A ruptura se
tornou reconciliação”. (p. 83)
OTÁVIO PAZ
 “A ideia de modernidade é um subproduto da
concepção da história como um processo
sucessivo, linear e irrepetível. (...) O tempo novo,
o nosso, é linear como o cristão, porém aberto
para o infinito e sem referência à Eternidade.
Nosso tempo é da história profana. Tempo
irreversível e perpetuamente inacabado, em
marcha não para seu fim, mas para seu futuro. O
sol da história se chama futuro e o nome do
movimento para o futuro é Progresso”. (p. 83-84)

 “Para a nova concepção o sujeito histórico não é a


alma individual e sim o gênero humano (...)”. (p.
84)
OTÁVIO PAZ
 “O homem moderno se definiu como um ser
histórico”. (p. 85)

 “Uma após outra essas ideias foram


abandonadas. Parece-me que começa a ocorrer o
mesmo com a ideia de Progresso e, por
consequência, com nossa visão do tempo, da
história e de nós mesmos. Assistimos ao
crepúsculo do futuro. o declínio da ideia de
modernidade e a voga de uma noção tão duvidosa
como “pós-modernidade” não são fenômenos que
afetem unicamente as artes e a literatura:
vivemos a crise das ideias e crenças básicas que
moveram os homens há mais de dois séculos”. (p.
85)

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