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A lenda do guaraná

A lenda do guaraná

A lenda do guaraná
Reza a lenda que as tribos de Munducurucânia eram as mais prósperas dos índios.
Venciam todas as guerras, as pescas eram ótimas e quando saíam para pescar traziam os
melhores peixes. As doenças eram raras pois, nunca tinham resfriados, dores de cabeça e
febres. Dentro da tribo de Munducurucânia viviam os índios Maués e entre eles um casal
jovem, muito feliz e amado pela tribo. Porém, a felicidade do casal era abalada pela tristeza
de não terem filhos. Eles viviam sempre tristes lamentando e se culpando por tudo que
acontecia em suas vidas.

Certa vez, o pajé da tribo, que era um homem muito bom, preocupado, aconselhou o
jovem casal a buscar ajuda de Tupã. Tupã é um nome de origem mitológica indígena, que
significa na língua tupi "o trovão”. Com muita fé, pediram a graça de poder terem um
filho. Logo, ao se passar menos de dois meses, a índia engravidou. Foi só alegria, o casal
saltitava alegremente pela aldeia e contavam a todos sobre a grande benção.
Tempos mais tarde a moça deu à luz a um lindo menino que tinha cabelos lisos,
olhos negros e pesava 4 quilogramas. O pequeno índio crescia saudável e feliz. Era muito
querido por todos, pois era muito bondoso, criativo, prestativo e cheio de alegria. O
curumim chamava-se Aguiry, um alegre e esperto indiozinho, que para se alimentar
comia somente frutas. Por isso, todos os dias saía pela floresta à procura de seu prato
preferido; as frutas. Ele as colhia e trazia-as num cesto para distribuí-las entre seus
amigos. Por isso ele também era a verdadeira sensação da tribo e sua família muito
admirada. Ele era o mais protegido de todos. Nas pescas, era acompanhado por muitos –
os pescadores desviavam dos rios as piranhas, jacarés ou qualquer outro perigo.

Um certo dia, Aguiry perdeu-se na mata por afastar-se demais da aldeia. Jurupari
aproveitou-se da ocasião e transformou-se numa serpente venenosa que picou o menino. O
pequeno índio morreu quase que instantaneamente. O veneno da serpente era muito
poderoso para o seu frágil corpinho de criança.

Preocupados com a demora do curumim, vários índios da aldeia partiram pela floresta
para procurá-lo. Os índios da tribo encontram-no morto ao lado do cesto vazio. Neste
momento, raios e trovões caiam do céu. Os índios diziam ser o lamento de Tupã.
A mãe do curumim morto recebeu uma mensagem de Tupã dizendo:

– Tirem os olhos do curumim e plantem-no na terra firme, reguem-no com lágrimas


durante 4 luas e ali nascerá a “planta da vida”, ela dará força aos jovens e revigorará os
velhos. Os pajés não duvidaram, arrancaram e plantaram os olhos do curumim e regaram
com lágrimas durante quatro luas.

Nasceu ali uma nova planta, travessa como as crianças, com hastes escuras e
sulcadas como os músculos dos guerreiros da tribo. E quando ela cresceu, brotava uma
linda plantinha, o Guaraná, com fruto vermelho e que por dentro pareciam os olhos do
menino. Diziam os índios:

– É a multiplicação dos olhos do príncipe!

E o fruto trouxe progresso da tribo. Ajudou os velhos e deu mais força aos
guerreiros.

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