CEPI- DONAGERCINA BORGES TEIXEIRA TURMA: 6º ANO_______________

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O QUE SÃO LENDAS?

Lendas são narrativas fantasiosas sobre fatos reais ou não. Ou de um modo mais
completo, pode-se afirmar que as lendas têm um caráter fantástico e misturam fatos reais
e históricos com fatos irreais que são meramente produtos da imaginação aventuresca
humana.
A origem da palavra lenda procede da palavra “legenda”, do latim, que significa “o que deve ser lido”.

Tipos de lendas
Existem vários tipos de lendas. Todavia, não há uma classificação consensual. Elas podem ser classificadas, por
exemplo, em quatro grupos: religiosas, sobrenaturais, históricas e naturalistas .

Características das lendas

São narrativas produzidas, primeiramente, na oralidade. De geração em geração, as lendas vão sendo
transformadas, mas sem perder uma de suas principais características: a fantasia.
Narram histórias repletas de personagens diferentes, os quais possuem características que se misturam com as
feições físicas de alguns animais. São histórias que falam de situações sobrenaturais, irreais e até mesmo irracionais.
No folclore brasileiro, as lendas mais conhecidas são: Curupira, Saci-pererê, A sereia Iara, Mula-sem-cabeça, Boto
cor-de-rosa, Boitatá, entre outros.

Elementos da narrativa
O texto narrativo é um texto que narra, que conta uma história, obedecendo a sequência dos fatos. Ele é um texto
que relata as ações de personagens num determinado tempo e espaço. 
Devemos observar que uma narrativa é desencadeada pelos elementos que a compõe. Esses elementos são: o
enredo, os personagens, o espaço, o tempo e o narrador.
O narrador é quem conta a história, podendo ou não participar dela.
O enredo diz respeito ao encadeamento dos fatos, é o esqueleto da narrativa, o desenrolar dos acontecimentos, o
conjunto das ações que formam a trama.
As personagens são os participantes da história, são eles que vivem as ações, que executam.
O espaço é onde os fatos acontecem.
O tempo é o período em que os fatos acontecem.
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Tempos Verbais
 Presente: representam fatos que se passam no momento atual, ou seja, no momento em que estamos falando.
Ex.: Estou cansado de você. (Estou, significa algo que está ocorrendo).
 Pretérito: passado, ou mais conhecido como Pretérito, que significa um ato que ocorreu um tempo antes do
presente, ou seja, que passou. Existem para o pretérito (passado) alguns tipos de classificações: Pretérito Perfeito,
Pretérito Simples, composto; mais-que-perfeito e Pretérito Imperfeito.
 Pretérito Perfeito: Eu fiz de tudo para você gostar de mim, (é uma ação que já passou e que foi concluída).
 Pretérito Imperfeito: Antigamente eu falava muito, hoje estou mais tranquilo (exprime uma ação anterior ao
presente, mas ainda não concluída).
 Pretérito mais-que-perfeito: Quando saí para trabalhar, já lera o jornal de hoje (exprime uma ação anterior a
outra já concluída).
Esse tempo está em desuso, porém embora não seja empregado, é importante conhecê-lo. É mais comum
combinar dois ou mais verbos que transmitam o mesmo sentido.
Ex.: Quando saí para trabalhar, já tinha lido o jornal de hoje.
 Futuro do presente: Eu cuidarei disto mais tarde, (representa um futuro, com uma referência para o presente).
 Futuro do pretérito: Eu pensei (pretérito perfeito) que faria (futuro do pretérito) melhor .
 Vamos ler, agora, uma lenda indígena que tem origem na Região Norte do Brasil. Trata-
se de:
A lenda do Açaí
Diz a lenda que, nessa região, havia uma tribo cujo número de habitantes era bastante
elevado. Por esse motivo, cada dia estava se tornando mais difícil conseguir uma quantidade
de mantimentos suficiente para alimentar a todos. Essa tribo indígena vivia no local onde
hoje é a cidade de Belém, no estado do Pará.
Itaki, então cacique da tribo, se viu obrigado a tomar uma decisão um tanto radical e
que deixou todos preocupados e chocados. Como forma de controlar o número de habitantes,
o cacique decidiu que todas as crianças que nascessem a partir de determinada data deveriam
ser sacrificadas. Para ele, essa seria uma maneira de conter o aumento populacional de sua
tribo.
Um dia, a medida drástica acometeu a própria família de Itaki. Sua filha Iaçã deu à luz a
uma criança que logo teve de ser sacrificada para fazer valer as decisões do próprio avô. Iaçã
sofreu demais com a morte da filhinha. Diz-se que ela passou dias e dias sem sair de sua oca,
sofrendo e chorando sem parar por vários dias e noites.
Assim, Iaçã elevou os seus pensamentos a Tupã, divindade indígena, e pediu a ele que
fizesse com que seu pai encontrasse outra maneira de resolver a questão da provisão de
alimentos, sem que fosse necessário o sacrifício das crianças.
Tupã ficou muito sensibilizado com a dor da índia e decidiu que ajudaria Itaki a
encontrar outra solução para o problema da tribo. Foi então que, certo dia, Iaçã ouviu um
choro de criança vindo de fora de sua oca. Ao sair, para sua surpresa e felicidade, avistou sua
filhinha ao lado de uma palmeira.
Iaçã correu em sua direção e abraçou a menina que, misteriosamente, desapareceu nos
braços da mãe.
Mais uma vez inconsolável, Iaçã chorou tanto durante a noite a ponto de perder as
forças e acabar por falecer.
O corpo da filha de Itaki foi encontrado na manhã seguinte, abraçado à palmeira. Iaçã
estava com um semblante sereno e parecia sorrir levemente. Seus olhos estavam abertos e
direcionados ao topo da árvore.
Ao observar a palmeira, Itaki percebeu que no local para onde os olhos de Iaçã estavam
direcionados abundava um pequeno fruto escuro. Tratava-se do açaí. O cacique mandou
então que todos os frutos fossem colhidos. Com esses frutos, foi feito um suco de aspecto
avermelhado e bastante espesso, que alimentou a população da tribo e findou a escassez de
alimentos.
Conta-se que o nome do fruto foi uma homenagem que o cacique fez à sua filha. A
frondosa árvore e o seu fruto foram batizados de açaí, que é Iaçã ao contrário.
Desde então, o açaí passou a servir de alimento para toda a tribo do cacique Itaki e isso
fez com que ele suspendesse a sua ordem de sacrificar as crianças nascidas para controlar o
crescimento populacional e a consequente escassez de alimentos.
Disponível em https://www.todamateria.com.br/lenda-acai/ Acesso em 23 de ago. de 2022.
ATIVIDADES
A partir da leitura da lenda acima, responda às questões 1 a 10.

1. O narrador da história participa ou não dos fatos narrados? Explique e dê exemplo.

O narrador da história é em 3ª pessoa, indicando que ele não participa das ações “ Itaki, então cacique da
tribo, se viu obrigado a tomar uma decisão um tanto radical e que deixou todos preocupados e chocados.”
2. Releia o trecho “Essa tribo indígena vivia no local onde hoje é a cidade de Belém, no
estado do Pará” há, nele, elementos textuais que indicam o espaço de desenvolvimento da
narrativa. Identifique-os.
Os elementos que indicam ideia de lugar e marcam o espaço onde ocorrem os fatos é “Belém” e no
“estado do Pará”.
3. Qual fato dá origem à Lenda do Açaí?
A lenda do Açaí surgiu do fato de haver um significativo aumento populacional da tribo onde Itaki era o
cacique e de não haver alimentos para todos.
4. Qual foi a medida tomada por Itaki para solucionar o problema encontrado?
O cacique decidiu sacrificar as crianças que nascessem a partir de determinada data.
5. Segundo o texto lido, como os habitantes da tribo receberam a decisão de Itaki?
Segundo o texto, os habitantes da tribo receberam a notícia “preocupados e chocados”.

6. A expressão “um dia” é utilizada para marcar a progressão dos fatos indicando ideia de
A) modo. C) espaço.
B) tempo. D) lugar.

7. A filha do cacique Iaçã teve uma criança. Qual foi o comportamento da índia ao ver a filha
sacrificada?
Iaçã não sai da oca por muitos dias e sofre e chora pela ausência da filha sacrificada.

8. Iaçã, desolada pelo sacrifício da filha, elevou os pensamentos a Tupã, divindade indígena,
e fez a ele um pedido. O que ela pediu?
Iaçã pede a Tupã ajuda para que seu pai, Itaki, encontre outra solução e que não sacrifique mais as
crianças que nascerem.
9. Iaçã ao ouvir o choro de criança, avistou sua filhinha e correu em sua direção. O que
aconteceu após isso?
Iaçã abraçou a criança que avistou e que logo desapareceu. A índia morreu, pois sentiu-se inconsolável
com tamanha perda.
10. O que significou a palmeira que Iaçã, já morta, estava abraçada?
A palmeira simbolizou a solução que Itaki procurava para alimentar seu povo. A árvore abundava o
fruto açaí e, a partir disso, a produção oral da lenda.

11. Releia o trecho “Iaçã sofreu demais com a morte da filhinha. Diz-se que ela passou dias
e dias sem sair de sua oca, sofrendo e chorando sem parar por vários dias e noites.” Os
verbos destacados no texto estruturam-se em qual tempo?
Os verbos “sofrer” e “passar” estão estruturados, no texto, no tempo pretérito perfeito, pois indicam uma
ação já concluída.