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PATOLOGIA APLICADA Á

RADIOLOGICA
PROF.
CHRISTIAM LUIS
CONCEITO DE PATOLOGIA
 Patologia é a ciência responsável pelo estudo das alterações estruturais e funcionais
das células, tecidos ou órgãos que dão origem às doenças.
 Cabe à patologia explicar as causas dos sinais e sintomas manifestados pelo
paciente e, ao mesmo tempo , tentar fornecer informações sólidas para a assistência
clínica e o tratamento. Para isso no exame radiológico é essencial que cada osso
seja totalmente examinado o córtex, o canal medular as extremidades, a posição e
o alinhamento das articulações devem ser determinados, nas crianças avaliar as
epífises e linhas epifisária bem como os tecidos moles.
 São quatros os aspectos básicos de um processo mórbido que fornecem o cerne da
patologia:
 CAUSA OU ETIOLOGIA DA DOENÇA
MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO OU PATOGENÍA
ALTERAÇOES ESTRUTURAIS NAS CÉLULAS E ORGÃOS DO CORPO OU ALTERAÇOES MORFOLÓGICAS.
CONSEQUENCIAS FUNCIONAIS DAS ALTERAÇOES MORFOLÓGICAS OU IMPORTANCIA CLÍNICA.
 As alterações morfológicas são alterações ocorridas na estrutura das
células ou tecidos e que caracterizam uma determinada doença.
 A natureza das alterações morfológicas e sua distribuição em
diferentes órgãos ou tecidos influenciam na função normal do
organismo e determinam as manifestações clínicas (sinais e sintomas),
a evolução e o prognóstico das doenças.

 a sobrevivência das células e tecidos corporais dependem do oxigênio


que é fornecido pela irrigação sanguínea. As células também precisam
de um equilíbrio hídrico normal (considera-se que 60% do peso corporal
de um individuo correspondem à água; deste, 40% localiza-se dentro
das células – o líquido intercelular – e 20% localiza-se fora das células – o
líquido extracelular).

 O desequilíbrio promove algumas alterações como: edema, congestão,


hemorragias, choque, trombose, embolia e infarto
EDEMA:
 É o acumulo de líquido em quantidades anormais nos
espaços intercelulares ou nas cavidades corporais.
Consiste no aumento de volume de sangue em um
tecido ou órgão. Existem dois tipos:

 Ativa: ocorre dilatação das artérias e arteríolas,


provocando aumento no fluxo sanguíneo e participação
de capilares que estavam inativos, caracterizados por
ruborização ou vermelhidão do tecido afetado.

 Passiva: é caracterizada pela diminuição da drenagem


venosa, provocando uma coloração azul-avermelhada
nos tecidos (cianose) como consequência do sangue
represado nas veias.
HEMORRAGIA:

 É o extravasamento de sangue provocado pela ruptura de um


vaso sanguíneo. A hemorragia podem ser: externas( o sangue
extravasa para a superfície externa do corpo) ou internas (o
sangue fica represado em um órgão ou cavidade corporal). Estas
ultimas provocam o aparecimento de manchas especialmente
evidenciadas na superfície da pele, denominada hematoma.
TROMBOSE:

 É a formação de um coagulo (massa semissólida de sangue) no


interior do sistema vascular, podendo obstruir a passagem
sanguínea e comprometer a irrigação normal dos tecidos.
EMBOLIA:

 A embolia é a formação de uma massa sólida líquida ou gasosa no


interior dos vasos sanguíneos. O êmbolo pode ser transportado
juntamente com sague até pontos distantes de seu local de
origem. Geralmente os êmbolos alojam-se em vasos sanguíneos
pequenos que impendem sua passagem, provocando a obstrução
parcial ou total dos vasos, ocasionando o comprometimento da
irrigação de tecidos e órgãos
INFARTO:
 Consiste na necrose (morte celular) isquêmica (diminuição de
suprimento sanguíneo) em um tecido ou órgão, provocada pela
ausência de irrigação sanguínea adequada ás necessidades de tal
estrutura ou pelo impedimento de uma drenagem venosa
eficiente.
CHOQUE:

 Também caracterizado como colapso circulatório, é uma redução


da quantidade de sangue circulante (hipoperfusão). Pode
desenvolver-se após agressões graves, como hemorragias
externas, traumatismo graves, queimaduras extensas, infarto do
miocárdio e embolia pulmonar, dentre outras.
INFLAMAÇÕES:

 Uma agressão celular pode ser gerada por estímulos


exógenos(externo) ou endógenos (internos), estes, por sua vez,
podem desencadear uma reação tecidual denominada
inflamação.
 A principal característica de um processo inflamatório é a reação
dos vasos sanguíneos que favorece o acumulo de líquidos e de
leucócitos (glóbulos brancos). A reação ou processo inflamatório
está estreitamente relacionada com o processo de reparação. A
inflamação age neutralizando ou destruindo o agente agressor e
provoca eventos que favorecem a cicatrização e a reconstrução
do tecido lesado.
AS INFLAMAÇÕES PODEM SER
DIVIDIDAE EM:
 Inflamação aguda: possui curta duração(de minutos a alguns dias)
e suas principais características são o acúmulo de líquido(edema)
e a presença de leucócitos, especialmente linfócitos, no local.

 Inflamação crônica: tem período maior de duração, apresenta


linfócitos e macrófagos e proliferação de vasos sanguíneos e de
tecidos conjuntivos.

 O processo inflamatório estará sempre presente quando um tecido


ou órgão for lesado, combatendo o agente agressor e preparando
o local para o processo de regeneração.
Antes de falarmos em fraturas e seus estudos,
vamos observar como se desenvolve os ossos. FORMAÇÃO DOS
MATURAÇÃO E CRESCIMENTO DO ESQUELETO: OSSOS
O osso pode ser estudado com duas perspectivas distintas.
Como estruturas anatômicas, os ossos fornecem o
arcabouço protetor para os órgão vitais, servem como
alavanca para os músculos e possibilitam o movimento
funcional.

Como órgão fisiológico, além de armazenar reservas de


cálcio, fosforo, magnésio e sódio, possuem a medula
produtora de eritrócitos, leucócitos granulares e plaquetas.

Os 206 ossos constituintes do sistema esquelético possuem


formas variadas e são classificadas como longos, curtos,
planos, irregulares, sesamoides e acessórios ou
supranumerários.

As articulações do sistema esqueléticos são classificadas


como sinovial, sínfise, sinostose, sincondrose e sindesmose.
Características Gerais das Articulações
 1- Sindesmose – refere dois ossos unidos por tecido conjuntivo fibroso, por ex: a
articulação tibiofibular distal.
 2- Sincondrose – refere dois ossos unidos por cartilagem hialina, por ex: placa
motora ou lâmina epifisária de crescimento.
 3 – Sinostose – refere a articulação cujo tecido fibroso ou cartilaginoso foi
submetido por tecido ósseo; na fase final do crescimento ósseo todas as
sincondroses são transformadas em sinostoses, como ocorrem em algumas
sindesmoses.
 4 – Sínfise - refere dois ossos unidos por cartilagem hialina e tecido fibroso, por
exemplo, a sínfise púbica e os discos invertebrais.
 5 – Sinovial – refere dois ossos com as extremidades revestidas por cartilagem
articular hialina nutrida pelo líquido sinovial e envolvida pela cápsula articular. A
camada interna da cápsula se diferencia como membrana sinovial, enquanto a
camada externa se diferencia como tecido fibroso, que se funde com
ligamentos de estabilização ancorados no osso.
DESENVOLVIMENTO ÓSSEO
 Os ossos são derivados do mesoderma que origina o
mesênquima um tecido conjuntivo frouxo rico em células
mesenquimais pluripotenciais. Na quinta semana de
desenvolvimento embrionário forma-se o esboço
mesenquimal daquilo que será o esqueleto.
 Na sexta semana instala-se o processo de condrificação
hialina do modelo mesenquimal. Forma-se então o
esqueleto cartilaginoso, que entre a sétima e a décima
segunda semana começa a se ossificar um processo
denominado ossificação endocondral. A maior parte dos
ossos do crânio e a porção diafisária das clavículas sofre um
outro tipo de transformação, denominado ossificação
intramembranosa, no qual surge primeiramente o periósteo
em volta do esboço mesenquimal e dele forma-se
diretamente o tecido ósseo sem passar pela fase
cartilaginosa.
TRAUMAS ESQUELÉTICOS
 Dentre as condições traumáticas mais comuns
encontradas por radiologistas encontram-se as
FRATURAS fraturas e luxações.

Trata-se de uma ruptura completa ou


incompleta da continuidade de um osso, sempre
acompanhada por lesão de tecido moles. O
osso poder ser fraturado por uma lesão direta ou
indireta. O impacto de algumas estrutura rígida
contra um osso, ocasionando uma fratura,
como no caso de um atropelamento, é um
exemplo de lesão direta.
A torção de um membro preso a algumas
outras estruturas, que leve a uma fratura, como
no caso de um jogador de futebol que tem seu
tornozelo preso pelos pés do adversário e na
tentativa de tentar soltar-se roda o membro
preso com força e acaba por fratura-la, é um
exemplo de lesão indireta.
PRINCIPAIS TIPOS DE FRATURAS
 Fraturas simples (fechadas): fratura na qual o osso não atravessa a pela.
 Fratura composta (aberta ou exposta): fratura na qual o osso projeta-se através
da pele.
 Fratura incompleta (parcial): fratura que não alcança toda a extensão do osso,
isto é o osso não se divide em duas partes. È mais comum em crianças.
 Fratura completa: nesse tipo de fratura, a ruptura do osso é total. O osso é
dividido em duas partes. Os três tipos de fraturas completas são
- Fratura Transversal: a linha de fratura possui sentido transversal em relação ao
eixo longitudinal do osso.
- - Fratura oblíqua: a linha de fratura atravessa em sentido oblíquo o eixo
longitudinal do osso.
- - Fratura em especial: o osso é separado e a linha de fratura forma espirais em
relação ao eixo longitudinal do osso.
 Fratura cominutiva: tipo de fratura na qual o osso é estilhaçado ou esmagado no
local do impacto, resultando em mais de dois fragmentos
 Fratura impactada: fratura na qual um fragmento ósseo penetra em outros; a
diáfise do osso é impelida na cabeça ou no segmento terminal do mesmo osso.
OSSIFICAÇÃO ÓSSEA
OSSOS DO CRANIO/FACE
 Tal como acontece com outras partes do corpo, a radiografia do crânio requer
uma boa compreensão de toda a anatomia relacionada.
 Dividida em 8 ossos cranianos e 14 ossos faciais, requer do profissional da área uma
atenção especial.

OSSOS DO CRANIANOS
 Os oitos ossos cranianos são divididos entre calvário (calotas) e base. Cada uma
dessas duas áreas é constituída principalmente de quatro ossos.
 CALVÁRIO (calota) Base
1- Frontal 5 – Temporal direito
2 – Parietal direito 6 – Temporal esquerdo
3 – Parietal esquerdo 7 – Esfenoide
4 - Occipital 8 – Etmoide
 1 – FRONTAL

 2 – PARIETAL DIREITO

 3 – TEMPORAL

 4 – ETMOIDE

 5 – ESFENOIDE (ASA MAIOR


ESQUERDA)
 1 – FRONTAL

 2 – PARIETAL DIREITO

 3 – TEMPORAL

 4 – ETMOIDE

 5 – ESFENOIDE (ASA MAIOR


ESQUERDA)
 1 – FRONTAL

 2 – ETMOIDE

 3 – ESFENOIDE (asa maior


esquerda)

 4 – TEMPORAL

 5 – PARIETAL

 6 - OCCIPITAL
ARTICULAÇÃO DO CRANIO - SUTURAS
 As articulações ou juntas, do crânio são denominadas suturas e são classificadas
como articulações fibrosas. Em um adulto, estão imóveis, portanto são
articulações do tipo sinartrodial. (art. Óssea desprovida de movimento).
 A sutura Coronal separa o osso frontal dos dois ossos parietais. A separação
entre estes dois ossos na linha média é a sutura sagital. Na parte posterior, a
sutura lambdoide separa os ossos parietais do osso occipital. As suturas
escamosas são formadas pelos cruzamentos inferiores dos dois ossos parietais
com os respectivos ossos temporais.

 Cada extremidade do fio da sutura sagital é identificada como um ponto ou


área com o nome específico. A extremidade anterior dessa sutura é
denominada bregma, e a extremidade posterior chama-se lambda. Os ptérios
direito e esquerdo são pontos de junção dos parietais, temporais e asas maiores
do esfenoide.
CRÂNIO INFANTIL

 O calvário (calota), em uma criança, é muito grande em


relação ao restante do corpo, mas os ossos faciais são bastantes
pequenos, como . A calcificação dos ossos cranianos individuais
está incompleta no momento do nascimento, e as suturas são
espaços cobertos de membranas que as preenchem logo após
o nascimento. Mais em algumas regiões elas são mais lentas em
suas calcificação catiônica, e estas são chamadas de
fontonelas. As próprias suturas cranianas geralmente não se
calcificam completamente até que o indivíduo esteja entre a
metade e final de seus 20 anos e alguns não podem fechar
completamente até a quinta década de vida.
 Fontanelas. No início da vida, o bregma e o
lambda não são óssos, mas, aberturas
cobertas de membrana ou “pontos moles”
Esses pontos fracos são denominados Ossos suturais ou Wormianos.
fontanelas, anterior e posterior, em uma
criança. A fontanela anterior é maior e no Alguns pequenos osso irregulares,
nascimento, mede aproximadamente 2,5 cm chamados suturais ou wormianos, por
de largura e 4 cm de comprimento. Não se vezes, desenvolvem-se em suturas do
fecham completamente até de 18 meses de
idade. As duas fontanelas menores laterais, crânio do adulto. Esses ossos lambdoides,
que fecham logo após o nascimento são as mas ocasionalmente também são
fontanelas esfenoide (ptério em adulto) e encontrados na região das fontanelas,
mastoide (astério em um adulto), que se em especial na fontanela posterior. No
localizam nos ângulos esfenoide e mastoide crânio adulto, são completamente
dos ossos parietais de cada lado da cabeça. calcificados e são visíveis apenas pelas
Há seis fontanelas em um bebê
linhas suturais ao redor de suas fronteiras

Criança: Adulto:

1 – Fontanela anterior 1 – Bregma


2 – Fontanela posterior 2 – Lambda
3 – Fontanela esfenoide direita 3 – Ptério direito
4 - Fontanela esfenoide esquerda 4 - Ptério esquerdo
5 – Fontanela mastoide direita 5 – Astério direito
6 – Fontanela mastoide esquerda 6 – Astério esquerdo
 Fratura incompleta do
ângulo esquerdo

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