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Lavra Subterrânea:

Métodos, Equipamentos, Desmonte

Alexandre José Buril de Macêdo


Lavra Subterrânea:
 MÉTODOS SUBTERRÂNEOS
 Considerações
 Métodos
 Realces auto-portantes
 Suportados
 Com Abatimento
Método de Realce Auto-portante
 Métodos mais comuns e difundidos
 Câmaras e Pilares
 Subníveis
 VCR
 Alta produtividade (simplicidade)
 Baixa recuperação (pilares)
 Baixa diluição
Método de Câmaras e Pilares
 Mecanizável de acordo com espessura da
camada de minério (> 1,8 m)
 Perfuração: carretas jumbo; marteletes;
diâmetro de furos (mm) 40<D<51
 Carregamento: Carregadeiras rebaixadas
LHD (0,75 a 11 m3), ou rastelos.
 Transporte: shutle cars – caminhões
rebaixados ou trens (15 a 50 t)
Câmaras e Pilares: Esquema
Câmaras e Pilares: Exemplos de
aplicações no Brasil
 Urucum (manganês) – CVRD –
Corumbá/MS
 Morro Agudo (zinco/chumbo) – Cia
Mineira de Metais – Paracatu/MG
 Parte da Mina Crixás (ouro) –
Anglogold/TVX-Normandy – Crixás/GO.
Método por Subníveis
 Permite variabilidade de aplicação: como
furos longos (115<D<150) descendentes;
recuo de extremidades; backfilling
 Perfuração: (qualquer direção) topo ou
fundo de furo; diâmetro de furos (mm)
51<D<150
 Carregamento/Transporte: LHD’s e
Caminhões de maior porte, sempre que
possível.
Método por Subníveis
Método por Subníveis: Exemplos
de aplicações no Brasil
 Fazenda Brasileiro (ouro) – CVRD –
Teofilândia/BA – Sublevel Retreat.
 Fortaleza de Minas (níquel) – Grupo Rio Tinto
– Passos/MG – Sublevel Retreat.
 São Bento (ouro) – Eldorado – Barão de
Cocais – Enchimento dos realces.
 Vale do Jacurici (cromita) – Andorinhas/BA –
Sublevel Retreat.
 Foi aplicado na Caraíbas, Plumbum, Boquira e
nas minas de scheelita do RN e PB.
Método VCR –
Recuo por Crateras Verticais
 Permite recuperação de pilares; exige
realces suportados com enchimento de
rocha ou pasta de cimento.
 Perfuração: descendente, furos bem
direcionados; diâmetro D>115 mm, com
martelos de fundo de furos
 Carregamento/Transporte: LHD’s e
Caminhões de maior porte, sempre que
possível.
Método VCR
Método VCR:
Exemplo de aplicação no Brasil
 Mina Caraíba (cobre) - Mineração
Caraíba – Jaguarari/Ba.
 Realces pequenos, alta velocidade de lavra
 Rejeito cimentado (<5%), tipo pasta
 Boas condições de estabilidade
 Recuperações acima de 83%
Método com Suporte das
Encaixantes
 Recalque (Shrinkage)
 Corte e Enchimento
 Suporte pelo minério ou de material externo
 Uso de sistema emadeirado em extinção
 Menor produtividade relativa
 Desmontes menores e maior número de
operações conjugadas em ambientes mais
confinados
 Minério de alto valor; custos altos e baixa
produtividade; alta recuperação.
Método de Recalque
 Baixa mecanização. Diluição de acordo com
equipamento de perfuração e camada.
Pode ser aplicado em realces pequenos.
 Perfuração: jumbo ou mini-jumbo, wagon
drill ou marteletes; diâmetro 40<D>51
mm, com martelos de fundo de furos
 Carregamento: LHD’s (pontos de carga)
 Transporte: Caminhões (15 a 25t) ou trens
com vagões até 8t (8 a 12 vagões).
Método de Recalque
Método de Recalque:
Exemplo de aplicação no Brasil
 Foi empregado em minas metálicas:
 Morro Velho (várias minas) – Nova Lima/
MG. Em fase de revisão de projetos
 São Bento (ouro) – Eldorado. Santa
Bárbara/MG
 Itapicuru – Anglo American. Jacobina/BA
 (Todas minas semi-mecanizadas).
Corte e Enchimento
(Corte/Aterro)
 Permite variações da qualidade do minério.
Diluição e recuperação aceitáveis.
 Enchimento: mecânico (estéril); hidráulico (rejeito
do beneficiamento. Necessário drenar/bombear.
 Perfuração: jumbo ou mini-jumbo, wagon drill ou
marteletes; diâmetro 40<D>64 mm, com martelos
de fundo de furos
 Carregamento: LHD’s (de 0,4 até 3,0 m3).
 Transporte: Caminhões (15 a 25t) ou trens com
vagões até 8t (8 a 12 vagões).
Corte e Enchimento
Método de Corte e Enchimento:
Exemplos de aplicações no Brasil
 Algumas minas mecanizadas de
metálicos
 Cuiabá (ouro) – Anglogold. Sabará/MG.
Utiliza enchimento mecânico.
 São Bento (ouro) – Eldorado. Santa
Bárbara/MG. Backfill.
 Maior parte da Crixás/GO. Areia.
 Sistemas semi-mecanizados caíram em desuso
em meados de 1980.
Método com Abatimento
 Por Subníveis
 Por Blocos
 Longwall
 Exigem continuidade/homogeneidade do minério
com capa suficiente instável para desmoronar.
 Alta produtividade
 Minérios de menor valor unitário (alta diluição)
 Recuperação comprometida pelo abandono de
minério com maior diluição.
 Possível em região onde permita subsidência
generalizada.
Abatimento por Subníveis
 Perfuração: ascendente; diâmetro largo
76<D>102 mm, com martelos de fundo de
furos
 Carregamento: LHD’s (de 0,4 até 3,0 m3).
 Transporte: Caminhões (15 a 25t) ou trens
com vagões até 8t (8 a 12 vagões).
 Preferencialmente os de maior porte possível.
Abatimento por Subníveis
Método de Abatimento por Subníveis:
Exemplos de aplicações no Brasil

 Vale do Jacurici (cromita).


Andorinhas/BA.
 Fazenda Brasileiro (ouro) – CVRD.
Teofilândia/BA;
 Mina Caraíba – em algumas situações
específicas.
Abatimento por Blocos
 Carregamento e Transporte (semelhantes
ao anterior): LHD’s (de 0,4 até 3,0 m3); e
Caminhões (15 a 25t) ou trens com vagões
até 8t (8 a 12 vagões).
 Preferencialmente os de maior porte possível.
 Método pouco popular. Utilizado por
excelência nos pórfiros de cobre do Chile e
África do Sul (teores de 07 a 1,0% de Cu).
Abatimento por Blocos
Longwall
 Método comum na lavra de carvão e potássio
(profundidade > 300m). Foi utilizado em
mineralizações de Au em rocha dura.
 Desmonte através de mineradores contínuos ou a
fogo (equipamentos de pequeno porte)
 Carregamento: transportador de correntes junto à
face, alimentando transportadoras contínuas.
 Há grandes restrições ambientais devido à
subsidência generalizada.
 Método testado experimentalmente na Mina Leão
I/RS.
Longwall
Lavra Subterrânea:
 ALGUNS EQUIPAMENTOS
Lavra Subterrânea:
Perfuratriz Roto-percussiva
Lavra Subterrânea:
Perfuratriz Jumbo
Lavra Subterrânea:
Minerador Contínuo
Lavra Subterrânea:
Suporte de Teto para Longwall
Desmonte Subterrâneo:
PROGRAMA

 Sistema de avanço
 Esquema de desmontes
 Pilões
 Seqüência de iniciação
Sistema de avanço
Generalidades
A forma de ataque depende de:

 Características do material
 Equipamento empregado
 Tempo disponível
 Tipo de sustentação
 Sistema de ventilação
Sistema de Avanço
influência do terreno (Barton/Bieniaviski)

Rochas competentes com seções de até 100m2

 Seção plena; seções parciais quando esta é


grande para ser coberta pelo equipamento
disponível.

Rochas incompetentes:

 Seção parcial
Sistemas de avanço
- Modelos -
 Seção plena

 Sub seção

 Galeria piloto

 Duplo túnel
Sistema de avanço
Seção plena

Seção plena
Sistema de avanço
por Subseção

Seção superior

2
Seção inferior
Sistema de avanço
Galeria piloto

1 1 2
2

Galeria piloto Galeria piloto


desenvolvimento
Sistema de avanço
duplo túnel

Túnel 3

1 1

Túnel 1 Túnel 2
Esquema de desmonte

CONTORNO 6
DESTROÇOS 3

PILÃO 1 ALIVIO 2

CANTOS 5 CANTOS 5

PISO 4
Pilões Tipos

 Pilão de furos paralelos (mais aplicado)

 Pilão de furos desviados (aplicação restrita)


Pilão de furos paralelos:
Características

 Pilões mais usados, consiste de um ou


mais furos vazios ou de expansão, para
os quais rompem escalonadamente os
furos carregados sendo todos paralelos
e portanto normais a face do túnel.
Pilão de furos paralelos:
Elementos do desmonte
 Comprimento do furo
 Avanço previsto por pega

 Pilão e alívio ou contra-pilão

 Concentração linear de carga

 Furos de destroços

 Furos de contorno

 Furos do piso e cantos


Pilão de furos paralelos:
Relação Comprimento dos furos

L = 0,15 + 34,1 (D2) + 39,4 (D2)2


X = 0,95 L (avanço por pega)
Onde D2 = diâmetro equivalente = D √Nb
 D diâmetro do furo (m)

 Nb = número de furos vazios


Pilão de furos paralelos:
Relação do Afastamento no pilão

 Afastamento (B1) distância do furo


carregado ao furo vazio

 1,0 D2< B1 < 1,7 D2

 Valor recomendado 1,5 D2 (Boa pega)


Esquema do pilão de furos
paralelos Afastamento B

B1= 1,5 D2
D2
Pilão de furos paralelos
Relação de Espaçamento (W)

 Espaçamento (W1) distância entre furos


de uma mesma linha.

 W1 = B1 √2
Esquema do pilão de furos
paralelos Espaçamento W

B1
D2

OBS: B1 é a distância do centro do pilão até o ponto calculado


Concentração linear de carga
Nos furos de pilão
 Concentração linear de carga em
relação ao ANFO ou seja:
 Q = 55 D1(B/D2)1,5(2B-D2) (C/RWSanfo)
 Q concentração linear de carga (kg/m)
 D1 diâmetro do furo carregado (m)
 B Afastamento (m)
 D2 diâmetro do furo de expansão (m)
 C constante da rocha (em torno de 0,4)
 RWS potência relativa em peso de Anfo
Pilão de furos paralelos:
Afastamento nos auxiliares
 O afastamento neste caso é a normal a
linha entre dois furos do desmonte
anterior

 B2 =1,5 B1 √2 =1,5 W1 e assim por


diante até a completa seção.
Pilão de furos paralelos:
Espaçamento nos auxiliares

 Espaçamento W2 (distância entre furos


de uma mesma linha):

 W2 = 1,5 W1 √2
Esquema dos furos auxiliares
Espaçamento e Afastamento

B2= 1,5 B1√2 = 1,5 W1

W2 = 1,5 W1√2

B1

Ah = 2B1
Concentração linear de carga
- Furos auxiliares -
 A concentração linear de carga é obtida
com relação ao ANFO ou seja:

 Q = 540 D1(C Ah)/RWSanfo

 Onde 0,5 Ah < B2 < 2 Ah


 E Ah = 2 B1
Tampão (em todas as seções)
e Seqüência de detonações
 T = 10 D1
7 1 5

4 3

6 2 8
Pilão de furos paralelos:
- Modelo 1 -
 Pilão cilíndrico modificado

1 3
Pilão de furos paralelos:
- Modelo 2 -
 Pilão cilíndrico em espiral
2 3

5
Pilão de furos paralelos:
- Modelo 3 -
 Pilão em dupla
12
espiral
10
5
3
7
8 1 2

4
6
9

11
Pilão de furos paralelos
- Modelo 4 -
 Pilão Coroman5
3

1 2

1,30
1,15

0,90
4
6 0,70
Pilão de furos paralelos
- Modelos 5 -
 Pilão Fagersta 1,50 9

7
1 5

2,00
3 4

6 2
8
10
Piso: Afastamento

 B = 0,9 √((q RWS anfo )/(C1 F (W/B))


 Onde:
 F fator de fixação = 1,45
 W/B relação espaçamento/afastamento
geralmente =1
 C1 constante de rocha corrigida = c +0,05/B ou
0,07B
Cantos

 Nos furos dos cantos considerar um ângulo


de divergência em torno de 5 cm/m, para
permitir um bom arranque para a próxima
furação.
 O número de furos no piso será dado por:
 Nf = (AT +2 sen Y)/B +2
 AT = largura do túnel
 Y = inclinação
Piso e cantos:
Comprimentos das cargas
 Comprimento da carga de fundo
 Lf = 1,25 B

 Comprimento da carga de coluna


 Lc = L – Lf – 10D

 Qf = carga de fundo. A concentração da


carga de coluna será em torno de 0,7 Qf
Destroços

 O procedimento para esta fase é semelhante o


calculado para o piso tendo-se apenas o fator de
fixação e a relação afastamento/espaçamento
alterados conforme tabela abaixo
 A concentração de cargas fundo/coluna = 2

Direção de saída Fator de fixação Relação W/B


Horizontal 1,45 1,25
Para baixo 1,20 1,25
Contorno
 Podem-se levar as mesmas considerações
para furos de piso ou seja:
 F = 1,2 e W/B = 1,25 e Qf/Qc = 2
 Podem-se ainda considerar W = K D1 onde k
varia de 15 a 16. Neste caso W/B = 0,8
 Qfc = 90 D12 sendo D1 dado em metros
Esquema dos furos do piso,
cantos e contorno

Observar
inclinação
5cm/m

Seção piso
Calculo prático: Pilão
Seção do pilão afastamento espaçamento
primeira B1 = 1,5 D W = √2 B1
segunda B2 = √2 B1 W = 1,5 B2√2
terceira B3 = 1,5 B2√2 W = 1,5 B3 √2
quarta B4 = 1,5 B3 √2 W = 1,5 B4 √2
Calculo prático:
Furos restantes
 Concentração de carga de fundo
 Qf = 7,85 10- 8 D2 ρe
 Onde : D (mm) e ρe (g/cm3)

 B = 0,88 Qf 0,35

 DESTES VALORES GERAM-SE OS VALORES


DA TABELA A SEGUIR
Calculo prático

Zona do B W Carga Qf Qc Tampão


desmonte m m fundo (kg/m) (kg/m) m
Piso B 1,1B 1/3 L Qf Qf 0,2B
Paredes 0,9B 1,1B 1/6 L Qf 0,4 Qf 0,5B

Teto 0,9B 1,1B 1/6 L Qf 0,36 Qf 0,5B

Demais furos 0,5B

Para cima B 1,1B 1/3 L Qf 0,5 Qf 0,5B

Horizontal B 1,1B 1/3 L Qf 0,5 Qf 0,5B

Para baixo B 1,2B 1/3 L Qf 0,5 Qf 0,5B


Avaliação do plano de fogo

 A = seção do túnel (m2)

TIPO DE FURO
Pequeno θ Grande θ
Numero de furos 13 A 0,5 10 A0,47
Razão de carga anfo 7,85 A 05 8 A0,45
Pilão de furos desviados
Generalidades e tipos
 Pilões de uso restrito haja vista grandes
trabalhos de confecção sem grandes
retornos.
 TIPOS DE PILÃO (FUROS DESVIADOS)
 Pilão em V
 Pilão em leque
 Pilão Piramidal
Pilão de furos desviados
Pilão em V
Pilão de furos desviados
Pilão em V
 Ângulo do vértice da cunha = 60o
 Profundidade máxima do pilão HC = 46D
 B = 34 D
 Qf = 990 D2 (D em m)
 Lf = 0,3 L (largura da galeria)
 Qc = 0,5 Qf
 T = 12 D
 Número de cunhas 3
Pilão de furos desviados
Auxiliares do Pilão em V
 B = 24 D
 Qf = Qf do pilão
 Lf = Lf do pilão
 Qc = 0,4 Qf
 T = 12 D
 OBS: B ≤ 0,5 L – 0,2m
 Onde: L é a largura da galeria
Pilão de furos desviados
Pilão em leque

Este leque também pode ser feito na vertical como em vermelho


Pilão de furos desviados
Pilão em leque
 B = 23 D
 B ≤ L – 0,4
 Profundidade máxima do pilão HC = 42D
 Qf = 990 D2
 Lf = 0,3 L (largura da galeria)
 Qc = 0,4 Qf
 T = 12 D
Pilão de furos desviados
Pilão pirâmidal

A A

Corte A-A
Pilão de furos desviados
Pilão pirâmidal

A diferença básica deste Pilão para o


Pilão em V é que neste os furos de
mesmo afastamento são iniciados todos
ao mesmo tempo, até o intervalo das
duas primeiras seções em V.

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