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Universidade Federal da Bahia

Instituto Multidisciplinar em Saúde


Campus Anísio Teixeira

METABOLISMO
MICROBIANO

Prof. Eng. AgroMSc.: Daniel M. Tapia T.


METABOLISMO DE
MICRORGANISMOS:
FUNGOS E BACTÉRIAS
Importância
METABOLISMO DE
FUNGOS
Introdução
 CONCEITOS
 Transformações químicas celulares

 Reparar danos e manutenção  Reparar danos e


celulares manutenção celulares
 Locomover-se  Locomover-se
 Armazenar nutrientes e  Armazenar nutrientes e
excreção excreção
 Inter-relacionadas através  Inter-relacionadas através
do acoplamento energético do acoplamento energético
e eletrônico (AEE) e eletrônico (AEE)
Fatores do ambiente que afetam o
crescimento microbiano

 Atmosfera

 Temperatura

 pH

 Disponibilidade de água

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Diversidade Metabólica Microbiana

Macronutrientes: C, O, N, S entre outros

Micronutrientes ou elementos traços: Fe, Zn, Ni, Mn, Co

Fatores Químicos e Físicos – para crescimento


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METABOLISMO

 É a soma de todos as reações químicas dentro de um


organismo vivo.

 Visto como ato de balanceamento de energia


 (liberação ou requerimento de E)

2 tipos Reações químicas:

Liberam / geração energia- Reações catabólicas ou degradativas


Consomem energia – Reações anabólicas ou biossintéticas
CATABOLISMO E ANABOLISMO
MACROMOLÉCULAS SUBSTRATO

Quebra de polímeros em
monômeros – energia
resultante armazenada em
forma de ATP ou GTP

Síntese de ATP - Liberação


de energia em reação de
Oxidação-redução

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MONÔMEROS PRODUTO
Proteínas, ácidos
nucléicos,
polissacarídeos,
componentes celulares.

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Macronutrientes Funções
Carbono (Compostos orgânicos, CO2)

Oxigênio (O2, H2O, comp. orgânicos)


Nitrogênio (NH4, NO3, N2, comp. org.) Constituintes de carboidratos, lipídeos,
proteínas e ácidos nucleicos.
Hidrogênio (H2, H2O, comp. Orgânicos)
Fósforo (PO4)
Enxofre (SO4, HS, S, comp. enxofre)
Potássio (K+) Atividade enzimática, cofator para
várias enzimas
Cálcio (Ca2+) Cofator de enzimas, componente do
endosporo
Magnésio (Mg2+) Cofator de enzimas, estabiliza
ribossomos e membranas
Ferro (Fe2+/Fe3+) Constituição de citocromos e proteínas
ferro enxofre (transportadores de
elétrons), cofator de enzimas
Micronutrientes Funções
Manganês Presente nas enzimas que quebram a água no fotossistema
II dos fototrópicos oxigênicos e nas superóxido dismutases.
Cobalto Presente vitamina B12 e transcarboxilases
Zinco Presente nas metalopeptidases, metaloenzimas, DNA e RNA
polimerases
Cobre Enzimas envolvidas na respiração
Molibdênio Presente nas enzimas molibdênio nitrogenases, nitrato
redutases
Cromo Metabolismo da glicose
Níquel Presente nas enzimas hidrogenases e ureases
Selênio Ocorre no tRNA, formato-desidrogenases e oxirredutases
Tungstênio Presente em formato-desidrogenases e oxitransferases

* requeridos em pequenas quantidades; íons metálicos; co-fatores para várias enzimas


Vitamina Função Microrganismos
Biotina Fixação de CO2 Leuconostoc mesenteroides
Metabolismo do carbono S. Cerevisae
Ochramonas malhamensis
Acanthamoeba castellani
Vitamina B12 Rearranjos moleculares Lactobacillus
Cianocobalamina Metabolismo do carbono Euglena garcilis
(Transporte de grupos metilo) A. castellanii
Acido Fólico Metabolismo do carbono Entrococcus faecalis
Tetrahymena pyriformis
Acido Pantatênico Percursor Coenzima A Proteus morganii
(Transporte de grupos acilo) Hanseniospora sp.
Paramecium sp.
Vitamina B6 Piridoxina Metabolismo de aminoácidos Lactobacillus sp.
(Ex. Transaminação) T. pyriformes
Aciso Nicotínico Percursor do NAD e NADP Brucella abortis
(Niacina) Transporte (elétrons e H+) Blastocladia pringsheimi
Crithidia fasciculata
Vitamina B2 Percursor do FAD e FMN Caulobacter vibroides
(riboflavina) Transporte (elétrons e H+) Dictyostelium
T. pyriforme
Vitamina B1 Transferência de grupos aldeído (Ex. Bacillus anthracis
Descarboxilação do piruvato) Phycomices blakesleamus
Ochramonas malhamensis
Colpidium campylum
Requerimento de energia

NECESSIDADES

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Fontes de energia
 Para a maioria dos microrganismos a energia é retirada de
moléculas químicas (nutrientes)
 Para outros a energia é proveniente da luz.
Fototróficos Quimiorganotróficos Quimiolitotróficos
(Fotossintetizantes) (Glicose) (H2, NO2, Fe+2)
Compostos Compostos Compostos Compostos
orgânicos orgânicos inorgânicos inorgânicos
reduzidos oxidados reduzidos oxidados

Energia
luminosa

Energia Biossíntese de
química Macromoléculas
Divisão celular
Montagem de
Uso pela célula estruturas
Crescimento de fungos e bactérias
Crescimento de fungos e bactérias

Enzimas extracelulares que degradam


moléculas orgânicas complexas em
EXOENZIMAS
moléculas simples assimiláveis pelo
microrganismo

Celulases
Celulose Glicose

Proteases Aminoácidos
Proteínas

Amilases Glicose
Amido

Lipases
Lipídeos Ácidos graxos
Crescimento de fungos e bactérias
DIGESTÃO POR FUNGOS*

*Também válido para bactérias


 Metabolismo do Carbono e Energético
• Glicólise
• Fermentação
• Respiração
• Ciclo do ácido cítrico (tricarboxílico)
• Cadeia de transporte de elétrons
• Gliconeogênese
 Metabolismo do Nitrogênio
• Catabolismo do nitrogênio
• Anabolismo do nitrogênio
Metabolismo
• Assimilação de amônia
Primário • Biossíntese de aminoácidos
• Biossíntese de nucleotídeos
 Síntese de macromoléculas
• DNA
• RNA
• Proteínas
• Polissacarídeos
• Quitina
• Glucana
• Glicogênio
Crescimento de fungos e bactérias

 Metabólitos primários
 Função conhecida
 Estrutura das hifas
 Metabolismo energético
 Regulação do metabolismo

 Intermediários na biossíntese de compostos

 Ampla ocorrência na natureza


Crescimento de fungos e bactérias
Crescimento de fungos e bactérias

Metabolismo Primário

 Metabolismo do Carbono e Energético


• Glicólise
• Fermentação
• Respiração
• Ciclo do ácido cítrico (tricarboxílico)
• Cadeia de transporte de elétrons
• Gliconeogênese
Metabolismo e
Crescimento
Bacteriano
Principais características da célula bacteriana
Característica Procariótica Eucariótica
Tamanho da célula 0,2 a 2 mm de dia. (Mycoplasma) e 2 1 a 200 mm dia.
a 8 mm de comp; Epulopiscium
fishelsoni - 500 mm comp.
Núcleo Sem membrana nuclear ou nucléolo Núcleo revestido por membrana nuclear e
nucléolos
Organelas ausentes Presentes (lisossomos, complexo de golgi,
revestidas por RE, mitocôndias e cloroplastos)
membrana
Flagelos Consistem de dois blocos de proteína Complexos, consistem de múltiplos
microtúbulos
Glicocálice Presente como cápsula ou camada Presentes em algumas células que não
viscosa apresentam parede celular
Parede celular Usualmente presente, complexa Quando presente, quimicamente simples
(peptiodeoglicano)
Membrana Sem carboidratos e geralmente não tem Esterois e carboidratos que servem como
citoplasmática esteróis receptores
Citoplasma Sem citoesqueleto Com citoesqueleto
Ribossomos Tamanho menor (70S) Maior (80S) e 70S nas organelas
Cromossomos Cromossomo circular único, não possui Múltiplos cromossomos lineares
histonas
Divisão celular Fissão binária Mitose

Reprodução Sem meiose, somente transferëncia de meiose


sexuada fragmentos de DNA

(S = Svedberg; 1 S = 1X10 –13 cm/seg.).


Bactéria X Archaea
Bactéria Archaea

 Maior grupo  Menor grupo

 Inclui todos os procariotos de  Até agora não se conhece nenhuma espécie de

importância clínica importância médica

 Pequeno número de espécies habitam  Alta proporção habita ambientes de condições

ambientes de condições extremas extremas (halófilos extremos e termo-


acidófilos)
 Algumas espécies são fotossintéticas
 Nenhuma espécie é fotossintética
 Nenhuma espécie produz metano
 Todas as espécies produtoras de metano estão
 Possuem parede com peptideoglicano
neste grupo
 Lipídeos: ac. graxos ligados ao glicerol
 Paredes celulares com estrutura química
por ligações ester
diferente do peptideoglicano

 Lipídeos: cadeias laterais hidrofóbicas ligadas


ao glicerol por ligações éter
Morfologia e arranjos bacterianos
Parede celular
Parede celular
Parede celular
Etapas da Coloração de Gram Christian Gram em 1884
Crescimento e Metabolismo bacteriano
Diagram of the Entner-Doudoroff pathway
(KDPG: 2-keto-3-deoxy-6-phosphogluconate)

Embden,Meyerhof
Parmas pathway
Crescimento e Metabolismo bacteriano
Fatores necessários para o crescimento microbiano

Água
Químicos Micronutrientes
Micronutrientes
Fatores de crescimento

Temperatura
Físicos e Químicos pH
(ambientais) Pressão osmótica
Oxigênio
Crescimento e Metabolismo bacteriano

Efeito da temperatura
Crescimento e Metabolismo bacteriano

Efeito do pH

 A maioria das bactérias


cresce melhor dentro de
variações pequenas de pH,
sempre perto da
neutralidade, entre pH 6,5 e
7,5.
Crescimento e Metabolismo bacteriano
 A capacidade dos microrganismos se adaptar a
pressões osmóticas chama-se OSMOADAPTAÇÃO
Crescimento e Metabolismo bacteriano

Oxigênio
Crescimento e Metabolismo bacteriano

Tratamento biológico de efluentes


Tratamento aeróbio

Lodos Ativados
Filtros biológicos
Lagoas de estabilização
Tanque de aeração Decantador secundário

Afluente
Efluente

Ar

Retorno do lodo Excesso de lodo


Crescimento e Metabolismo bacteriano

Tratamento biológico de efluentes


Composição do lodo ativado

• Bactérias formadoras de flocos


• Bactérias nitrificadoras
• Oxidação biológica da amônia a nitrato
• Bactérias filamentosas
• Protozoários
• Responsáveis pela clarificação do efluente
• Alimentam-se de bactérias que não floculam e de
sólidos suspensos que não sedimentam
Predominância relativa dos microorganismos
Pseudomonas Bactérias formadoras de flocos

Mycobacterium

Nocardia Zooglea
A Formação de Flocos

Bainha de consistência
gelatinosa
(polissacarídeos)

Formação de massa
gelatinosas contendo
Embebível, parcialmente bactérias em seu
solúvel em água
interior

Responsável pela
Anastomose Zoogleia floculação do material em
suspensão no efluente

• A característica de produzir flocos está relacionada, não com


propriedades especiais de um ou algunsZooglea ramigera
tipos de bactérias, mas sim
com determinadas condições de vida em que estas se encontram.
• As bactérias comportam-se como micelas de um colóide do tipo
hidrófobo ou liófobo, como colóides inorgânicos
Microfotografia de um
floco em lodo ativado
Lodos ativados
convencionais

t1
t2
t3
t4
Fase estacionária

Fase lag
CO2, H2O, N2, P
Produtos Finais

Energia a’
Matéria
Orgânica
Síntese a

Novas
células Respiração
endógena

CO2, H2O, NH3, P


Produtos
Não biodegradáveis
Estequiometria do processo aeróbio

Oxidação e síntese
COHNS + O2 + Nutrientes O2 + NH3 + C5H7NO2 + Outros produtos
Matéria Células novas finais
orgânica

Fase endógena
C5H7NO2 + 5O2 5CO2 + 2H2O + NH3 + energia
Células novas
Crescimento e Metabolismo bacteriano

Tratamento biológico de efluentes


Tratamento biológico anaeróbio
• Ocorre na ausência de oxigênio molecular livre.
• A matéria orgânica complexa é convertida em
metano e gás carbônico (biogás).
• Cultivo misto de bactérias com uma interdependência
complexa.
Disgestão Anaeróbia
Polímeros
(proteínas, polissacarídeos)

H
Monômeros
Ação conjunta de
(Açúcares, amino ácidos, peptídeos)
diversas populações
microbianas 1
Sinergismo ou Sintrofia 1 propionato 1
butirato
2 2
H2 + CO2 acetato
3
4 4
CH4 + CO2

H Enzimas Hidrolíticas 3 Bactérias Homoacéticas


1 Bactérias Fermentativas 4 Archeas Metanogênicas
2 Bactérias Acetogênicas Sintróficas
VIAS
METABOLICAS
MICRORGANISMOS E DIVERSIDADE
FISIOLÓGICA

 Pouca diversidade morfológica entre as Eubactérias e Archeas

 Diversidade bioquímica e metabólica entre elas,

 Mecanismos de geração de energia e à biossíntese de


produtos do metabolismo secundário.

Mesmo no âmbito de uma mesma espécie de bactéria, é


possível constatar uma grande diversidade no que se refere às
formas de produção de energia
MICRORGANISMOS E DIVERSIDADE
FISIOLÓGICA

• Fermentações:
– através da glicólise e seus desdobramentos anaeróbicos;
– através das vias de Entner -Doudoroff e fosfocetolase
(fermentação heterolática).
• Respiração anaeróbica:
– ocorre com o uso de aceptores de elétrons diferentes do O2.
• Litotrofia:
– uso de substâncias inorgânicas como fonte de energia.
• Fotoheterotrofia:
– uso de compostos orgânicos como fonte de carbono na fotossíntese
bacteriana.
MICRORGANISMOS E DIVERSIDADE
FISIOLÓGICA

• Fotossíntese anoxigênica:
– ocorre a fotofosforilação em ausência de O2.
• Metanogênese:
– usa H2 como fonte de elétrons e energia e gera metano.
• Fotofosforilação não fotossintética:
– converte luz em energia química por um processo diferente da
fotossíntese. .
FERMENTAÇÔES
Zymomonas

Via de Entner-Doudoroff

• A via de metabolização da
glicose, também conhecida
como via do fosfogluconato Pseudomonas
• Zymomonas, Pseudomonas
e em outras bactérias gram-
negativas.
FERMENTAÇÔES
Via de Entner-Doudoroff

 Uma molécula de glicose é oxidada a duas moléculas de


piruvato com a produção de uma ligação fosfato de alta
energia por molécula de glicose oxidada.

 Na via glicolítica, uma molécula de glicose é também oxida


da a duas molécula s de piruvato, porém com a formação
de duas ligações fosfato de alta energia por molécula de
glicose oxidada
FERMENTAÇÔES
Via de Entner-Doudoroff X Embden Meyerhof Parnas

• As diferenças entre as duas vias estão na fase preparatória, sendo


que a fase preservadora de energia é comum a ambas
FERMENTAÇÔES
Via de Entner-Doudoroff Embden Meyerhof Parnas
• A via de Entner-Doudoroff seria • A via glicolítica representa um
a forma mais primitiva de passo evolutivo importante em
aproveitamento da energia ralação ao metabolismo
contida nas ligações da glicose, energético, visto que 2 ATP são
apenas 1 AT P é gerado por gerado s por molécula de glicose
molécula de glicose oxidada a oxidada a piruvato na via
piruvato glicolítica
• Como a via de Entner - • Na glicólise anaeróbica o ATP é
Doudoroff produz ainda menos gerado mais rapidamente d o que
ATP que a via glicolítica, a na respiração e consequentemente
velocidade de geração de ATP é o etanol, o subproduto da glicólise
ainda maior e consequentemente anaeróbica é também rapidamente
a produção de etanol é mais produzi do
rápida
FERMENTAÇÔES
Fermentação Heterolática (via da fosfocetolase)
O que distingue a fermentação heterolática da via glicolítica
é a ausência das enzimas da fase preparatória da Glicólise,
glicose fosfato isomerase, fosfofrutoquinase e aldolase

Na fermentação heterolática a primeira fase da


metabolização da glicose (fase preparatória) seja
exatamente igual à fase preparatória da via das
pentoses fosfato
A pentose fosfato formada, clivada em gliceraldeído -3-
fosfa to (G-3-P) e acetilfosfato, pela enzima fosfocetolase,
também comum à via das pentoses. Pela enzima
fosfocetolase, também comum à via das pentoses.
C6H12O6 CH3CHOHCOOH + C2H5OH + CO2
Glucose lactic acid ethanol carbon dioxide
FERMENTAÇÔES
Fermentação Heterolática (via da fosfocetolase)

Importante: assim como na via do fosfogluconato, na


fermentação heterolática temos também a geração de
apenas uma ligação fosfato de alta energia por mol écula
de glicose oxidada a piruvato .
A eficiência energética é portanto a metade daquela da via de
Embdem-Meirhof.
Bactérias capazes de fazer a fermentação heterolática
costumam ser usadas em alguns tipos de fermentações
industriais como n a produção de Kefir e de chukrut.
Vias de oxidação da Glicose usadas por diferentes bactérias
Bactéria Via de Via da Fosfocetolase Via de Entner-
Embden- Meyerhof (heterolática) Doudoroff

Acetobacter aceti - + -
Agrobacterium - - +
tumefaciens
Azotobacter - - +
vinelandii
Bacillus subtilis majoritariamente minoritariamente -

Escherichia coli + - -
Lactobacillus + - -
acidophilus
Leuconostoc - + -
mesenteroides
Pseudomonas - - +
aeruginosa
Vibrio cholerae minoritariamente - majoritariamente
Zymomonas mobilis - - +
Produtos finais das fermentações microbianas

Via / microrganismo Enzima chave Etanol Lactato CO2 ATP


Embden- Meyerhof/ Fructose-1- 6 2 0 2 2
Saccharomyces difosfato aldolase

Embden- Meyerhof/ Fructose-1- 6 0 2 0 2


Lactobaccilus difosfato aldolase

Heterolática/ fosfocetolase 1 1 1 1
Streptococcus

Entner- Doudoroff/ KDPG aldolase 2 0 2 1


Zymomonas
Metabolismo do Nitrogênio
Matéria Orgânica

NITROGÊNIO Organismos
Insolúvel decompositores
(fungos e bactérias)

NH+4
AMONIFICAÇÃO
Metabolismo do Nitrogênio

 Lembrar que o NH4+ presente nos solos é,


freqüentemente, convertido a NO3-

Nitrificação

NH4+ NO2-
Nitrosomon
as
NO2- NO3-
Nitrobacter
Ciclo do Nitrogênio
Desnitrificação Fixação Biológica ou
Fixação Não Simbiótica
Simbiótica
N2, NO2,N2O
N2 N2

Ureídeos
SOLO
Bactérias Rhizobium

Amonificação Absorção

Oxidação Oxidação
NH3/NH4+ NO2- NO3- Lixiviação
Nitrosomonas Nitrobacter

Nitrificação Lençol Freático


Metabolismo do Nitrogênio
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO

A fixação biológica do nitrogênio


Realizada por determinados procariontes

Fixadores de nitrogênio
Possuem a enzima nitrogenase.
Metabolismo do Nitrogênio
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO
Bactérias Autotróficas

- Thiobacillus ferrooxidans
- Rhodospirillum rubrum
Fixadores de - Gloeothece, Oscillatoria, Plectonema,
nitrogênio Anabaena, Nostoc

Vida Livre Bactérias Heterotróficas

- Clostridium pasteurianum
- Klebsiella pneumoniae
- Azotobacter vinelandii
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO
Viver em associações
Procarionte Fixador Eucarionte Associado
Rhizobiaceae
Leguminosas
Azorhizobium,
Papilionoideae, Caesalpinioideae, Mimosoideae
Bradyrhizobium,
e Parasponia (Ulmaceae)
Rhizobium
mais conhecida e a mais
importante das associações
Actinomycetales Plantas Actinorrizas
Frankia Elaeagnus, Myrica, Alnus, Casuarina

Angiospermas (Gunnera), Gimnospermas


Cianobactérias
(Macrozamia), Pteridófitas (Azolla), Briófitas
Anabaena, Nostoc
(Sphagnum), Diatomáceas (Rhizosolenia),
Fungos (liquens) e Esponjas (Siphonochalina)

Azospirillum Beijirinckia
Gramíneas
Bacillus Azotobacter
Metabolismo do Nitrogênio
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO

CIANOBACTÉRIAS E SUAS ASSOCIAÇÕES


 Muitos gêneros de cianobactérias são
organismos fixadores de vida livre
Gêneros Anabaena e Nostoc

Anabaena NOSTOC
NOSTOC
Metabolismo do Nitrogênio
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO

CIANOBACTÉRIAS E SUAS ASSOCIAÇÕES

Fixação de nitrogênio por


Cianobactérias
Associadas
Vida Livre

Apenas quando o ambiente é pobre em


nutrientes nitrogenados
Metabolismo do Nitrogênio
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO
CIANOBACTÉRIAS
Fotossíntese
 Período luminoso (acumulando reservas de
carbono)
Fixação de nitrogênio
 Período escuro

Gênero Gloeothece
Realiza a fixação de nitrogênio mesmo na
presença de luz, juntamente com a
fotossíntese
Metabolismo do Nitrogênio
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO
CIANOBACTÉRIAS
Formas filamentosas

Anabaena Separação espacial da


fotossíntese e da fixação
Nostoc de nitrogênio
Metabolismo do Nitrogênio
ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO
CIANOBACTÉRIAS
Formas filamentosas

Vegetativas
Normais

Fotossíntese suprir necessidades


Células de energia dos heterocistos
Especializadas na
fixação de nitrogênio

Heterocistos
Células Vegetativas
Normais

Heterocistos
SIMBIOSE COM AS GRAMÍNEAS

 Arroz
 Milho Azospirillum
 Trigo
 Cana de açúcar Beijirinckia

 Grama batatais Azotobacter


paspali

 Cultivares de Bacillus
trigo
Simbiose com as gramíneas

Não ocorre

 Invasão dos tecidos vegetais pela bactéria


 Formação de estrutura especializada para
a fixação de nitrogênio
Produtos da fotossíntese
Liberados pela planta e absorvidos
pelas bactérias que habitam a rizosfera

As bactérias fixam o nitrogênio e transferem


NH4+ para a planta
FIXAÇÃO SIMBIÓTICA DE
NITROGÊNIO EM LEGUMINOSAS

Os efeitos benéficos promovidos pelo


crescimento de plantas leguminosas no
solo têm sido observados por séculos
Escreveu que os gregos
usavam a fava (Vicia faba)
para enriquecer os solos

TEOFRASTO

Escreveu no "Agricultural Chemistry"


que ervilhas e feijões pareciam preparar
a terra para o plantio do trigo e, que o
nitrogênio (chamado azoto) existente na
matéria das duas leguminosas parecia
derivar da atmosfera. Sir Humphrey
Davy (1818)
Hellriegel e Wilfarth (1888)

O papel dos microrganismos na


fixação biológica do nitrogênio
atmosférico.

Os microorganismos que viviam nas raízes de plantas


que pertenciam à família das leguminosas eram capazes
de transformar o nitrogênio inerte da atmosfera em uma
forma orgânica, prontamente disponível para as plantas.
Exemplos de associações entre bactérias
Rhizobiaceae e plantas leguminosas

Gênero Azorhizobium com o gênero Sesbania,


Bradyrhizobium japonicum com Glycine max (soja),
Rhizobium meliloti com Medicago sativa (alfafa)
Rhizobium leguminosarum biovar viciae com Vicia
faba e com Pisum sativum (ervilha)
Rhizobium leguminosarum biovar phaseoli com
Phaseolus vulgaris (feijão).
Mecanismos de formação dos nódulos

Saprofiticamente
Bactérias
no solo

Presença de uma Sinais


planta hospedeira Químicos

Flavonóides
liberados
pelas raízes
Quimiotactismo
positivo

Bactérias

Produção do
Fator NOD
RAÍZES
FATOR NOD

RESPONSÁVEL

 Pelo reconhecimento entre bactéria e


planta hospedeira
 Pela indução de uma intensa divisão
celular no córtex da raiz.
Cortex Tricomas

Tricomas

Rhizobium
Cordão de
Infecção
Células do
cortex
Bacteróides

Nódulo
Nódulo
Jens Stougaard
Características dos Nódulos

Meristema

Responsável pela formação das células


da região de invasão
 Região central e conexões vasculares
com o xilema do cilindro central da raiz
Estratégias desenvolvidas para evitar o
excesso de O2 nos nódulos radiculares
conseqüentemente inibição da nitrogenase

Estratégia Biológica

Parênquima do nódulo funciona como uma


barreira de difusão do O2.
Espaços intercelulares são pequenos e pouco
numerosos, podem ser preenchidos com água.
A entrada de O2 no interior do nódulo é muito
dificultada.
Estratégia bioquímica
As células vegetais da região central
do nódulo produzem a leghemoglobina
(hemoglobina das leguminosas)

Leghemoglobina

Carregador de O2, que garante que os


bacterióides recebam o O2 necessário
para sua respiração, evitando que o gás
circule livremente no nódulo.
NITROGENASE E A REAÇÃO DE
FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO

Fixação de
nitrogênio Redução do N2 à NH3

Transporte de elétrons
NITROGENASE (EC 1.18.6.1)

 Duas unidades protéicas

 Ferro-proteína
(Fe-proteína) Capazes de
 Molibdênio-Ferro-proteína transportar
elétrons
(MoFe-proteína)
NH3
N2
MoFe
proteína Fe proteína
Fe proteína
Modelo da reação de fixação do nitrogênio, mediada pela enzima nitrogenase
GENES ENVOLVIDOS NA FIXAÇÃO
BIOLÓGICA DO NITROGÊNIO

Organismos fixadores de vida livre

Klebsiella
pneumoniae

Primeiros genes envolvidos na fixação do


nitrogênio foram identificados e estudados
Genes nif

Gene responsável pela produção de nitrogenase


e pela produção de moléculas que regulam o
processo, como a própria ferridoxina
Organismos fixadores que formam associações

Gênero Rhizobium.

Estudos da genética da fixação de nitrogênio


nas associações têm sido utilizadas as bactérias
da família Rhizobiaceae.
Bactérias fixadoras simbiontes possuem
dois grupos distintos de genes

nif Envolvidos com a síntese


da nitrogenase

fix Produzem as moléculas que


regulam o processo de fixação

Por exemplo, sabe-se que o gene fix X


codifica a ferridoxina nessas bactérias.
No processo da formação de nódulos em plantas
leguminosas, induzidos por bactérias
Rhizobiaceae

nod Nodulação encontrados na bactéria

Produção da proteína que recebe o sinal químico


da planta hospedeira (os flavonóides)
Produção das enzimas que sintetizam o fator de
nodulação
NOD Encontrados na planta leguminosa

 Responsáveis pela síntese de proteínas


denominadas nodulinas (formação e
manutenção do nódulo)
ASSIMILAÇÃO DO NITROGÊNIO

Assimilação do NH4+ produzido nos nódulos

N 2 + 3 H2 2 NH3

Contato com o substrato aquoso


do citoplasma dos bacterióides

Inibe a fixação NH4+


do nitrogênio
NH4+ Retirado dos bacteróides

Citoplasma da célula
vegetal hospedeira
Prejudicial

Dissociação entre a formação Precisa ser assimilado


de ATP e o transporte de em moléculas que não
elétrons na respiração e na possuem efeito tóxico
fotossíntese.
Glutamina sintetase (GS)
Glutamato sintase (GOGAT)

Responsáveis pela conversão


do NH4+ em aminoácidos

Aminoácidos gerados pela ação dessas


enzimas são a glutamina e o glutamato
Ervilha
 Sintetiza um terceiro tipo aminoácido

Asparagina

Exportação de nitrogênio para o restante


da planta (através das conexões vasculares
que unem o nódulo ao xilema do cilindro
central da raiz).
Assimilação do NH4+ absorvido
do solo pelas raízes

Plantas que não encontram-se associadas


às bactérias fixadoras de nitrogênio
precisam absorvê-lo a partir do solo
+ Absorvido
NH4
pelas raízes

Assimilação

GS e GOGAT

Glutamina e glutamato

Plantas não leguminosas, sob a forma de glutamina que


o nitrogênio é exportado para os órgãos vegetais, a fim
de ser incorporado nas moléculas nitrogenadas.
Assimilação do NO3- absorvido
do solo pelas raízes

A maioria das plantas que não realizam


associação com organismos fixadores,
absorvem o nitrogênio do solo sob a forma
de nitrato (NO3-)
A assimilação do NO3-
GS e GOGAT
No citosol

- Nitrato redutase NO - + H O.
NO3 + 2 H+ +2 e- 2 2

No cloroplasto ou plastídeo


-
NO2 + 8 H+ +6 e- NH4+ + 2 H2O
Nitrito redutase

Nitrato redutase (enzima citoplasmática)


Nitrito redutase (enzima existente nos plastídeos ou
cloroplastos ).
OBRIGADO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
HOPKINS, W. G. Introduction to plant physiology. New York, John Wiley &
Sons, 1995. 464 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F. & EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. Rio de
Janeiro, Guanabara Koogan, 1996. 728 p.
SALISBURY, F. B. & ROSS, C. W. Plant physiology. Belmont, Wadsworth
Publ. Co, 1991. 682 p.

- BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA
BARON, C. & ZAMBRYSKI, P. C. Notes from the underground: highlights
from plant-microbe interactions. Trends Biotechnol., 13: 356-361, 1995.
FOSKET, D. E. Plant growth and development: a molecular approach.
Academic Press, 1994, 580 p.
GLICK, B. R. & PASTERNAK, J.J. Molecular biotechnology : Principles and
applications of recombinant DNA. Washington, D.C., ASM Press, 1994.
MYLONA, P.; PAWLOWSKI, K. & BISSELING, T. Symbiotic nitrogen
fixation. The Plant Cell, 7:869-885, 1995.
LEA, P. J. & LEEGOOD, R. C. (Ed.). Plant biochemistry and molecular
biology. John Wiley & Sons, 1993.

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