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Licenciatura em Química

PLANO DE AULA
QUÍMICA DO CONCRETO

Cíntia Máximo de Souza, Daiane Pacheco Borges, Danila Ferreira Niero Katia Da
Soler Zanatta.
Tema: Química do concreto
Curso: Ensino médio - 2º Ano

Criciúma, Setembro de 2018


Licenciatura em Química – IFSC Química do Concreto

PLANO DE AULA

1. CONTEÚDO/ASSUNTOS ABORDADOS: Química do concreto, cinética química,


velocidade de reação utilizando como exemplo chave o concreto e fatores que interferem a
velocidade das reações químicas, sínteses orgânicas, reações de obtenção de ácidos
carboxílicos, aditivos orgânicos para concreto, com ênfase em aditivos ácido carboxílicos.

2. PÚBLICO ALVO: Ensino Médio - 2°ano.

3. PERÍODO: 3 a 5 aulas de 50 minutos.

4. RECURSOS: Microcomputador conectado a projetor de slides (data show), quadro,


exemplos e analogias, objetos de aprendizagem.

5. JUSTIFICATIVA:
Um dos insumos mais utilizados na construção civil, sem dúvida, é o concreto, que
deixou de ser a simples mistura de cimento, água e areia. Hoje em dia ele recebe aditivos e
novos traços que lhe conferem características específicas para alcançar situações distintas.

O controle tecnológico se dá por meio de ensaios baseados nas NBR (Normas


Brasileiras) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

O concreto possui diversas reações químicas, o processo de cura, que necessita de um


tempo especifico, onde fica possível explicar sobre cinética das reações, a velocidade em que
as reações ocorrem.

Envolvendo também especificações químicas, de temperatura e pressão para garantir a


resistência do material.

Quando abordando as reações de deterioração do concreto é possível analisar a


espontaneidade e o equilíbrio químico das reações, todos os assuntos cabíveis para o
conhecimento de físico química.

Para evitar a degradação do concreto hoje existem vários aditivos orgânicos


plastificantes. Dentro deste segmento é possível explanar os assuntos pertinentes á química
orgânica.
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6. OBJETIVOS:

6.1 O que o aluno poderá aprender com esta aula:


Aprender a cinética das reações químicas com contextualização em cimento e
concreto, influência de aspectos como temperatura, na cinética das reações do concreto, o
equilíbrio químico e o processo de desgaste deste material. Assim como a influencia de
materiais orgânicos, como os aditivos no tempo de vida útil deste material, correlacionando
físico química e química orgânica em um material amplamente utilizado no cotidiano.

6.2 Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:


Os alunos deverão saber sobre funções inorgânicas, funções orgânicas, grupos
funcionais orgânicos, ligações químicas e reação química. Na aula anterior solicitar aos
alunos que pesquisem em casa os conteúdos acima e registrem no caderno, pois serão
questionados ao longo desta aula.

7. METODOLOGIA:

Primeiramente trabalhar a questão de atualidades, contextualizando com a queda da


ponte de Gênova, na Itália, devido ao desgaste do concreto, e falta de manutenção,
aproximar com a realidade, comentando sobre a ponte de Florianópolis e de Laguna,
conscientização sobre a importância da cinética de reações químicas, tempo de cura do
concreto, influencia de pressão e temperatura, a reação de equilíbrio com o meio externo,
processo de desgaste do concreto conforme o meio em que se encontra.
Uso de aditivos orgânicos, influencia destes materiais no tempo de vida útil do
concreto. Correlacionar as disciplinas de físico química e química orgânica com o cotidiano.

Introdução: 1ª Aula – Problematizando

Sugerir aos alunos, na aula anterior, que assistam ao vídeo química do concreto, do
canal de You tube, Universidade da Química. Iniciar a aula, mostrando os pontos principais
do vídeo, discutir sobre o papel do concreto no mundo e as características químicas do
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mesmo. Realizando um Brainstorming sobre os conhecimentos que cada aluno possui sobre
este material.
Atividade 1 - Discussão a partir do vídeo: Vídeo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=pe1FdUnc0ic Acessado em 26/08/2018.

Desenvolvimento Teórico Cinética das reações químicas:

Repassar algumas definições importantes aos alunos, que devem ser comentadas em
sala de aula.
Explanar as definições de cinética química, exemplificando o tempo de cura do
concreto, pois o tempo de cura do concreto (no caso da cura úmida) é de pelo menos 7 dias,
podendo ser estendido a até 28 dias, dependendo das condições locais. Existem alguns fatores
que afetam as taxas das reações Cinética química, estes fatores também devem ser explanados:

1) O estado físico do reagente


Os reagentes devem entrar em contato para reagir;
Quanto mais facilmente as moléculas se chocam, mais rapidamente elas reagem.

Por esta razão é necessário misturar todos os componentes do concreto, areia, pedra, cimento.
Em alguns casos pode ser manual, ou por betoneiras.

2) A temperatura na qual a reação ocorre

O inverno ou em dias com baixas temperaturas, as peças concretadas sofrem


mudanças em seu desempenho habitual de desforma, afetando diretamente a produção
industrial.
É nesse período que as cimenteiras e concreteiras recebem inúmeras solicitações
de informações sobre o que realmente acontece com as peças concretadas, nas
primeiras idades. Muitas vezes, essas peças não endurecem e não ganham resistência.
Afinal, quais fatores geram esse problema? O cimento está com problema? Houve
mudança em sua composição química ou física? Os agregados ou a água estão
contaminados? A produção mudou a dosagem? Os aditivos estão retardando a pega?
Ou realmente as baixas temperaturas são responsáveis pelo baixo desempenho?
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A ativação térmica da escória explora a grande influência da temperatura na cinética


das reações químicas. Vários autores verificaram que o aumento da temperatura resulta em
aumento da solubilidade da escória e da velocidade de reação de hidratação (TRAWERS,
1938; SATARIN; SYKRIN, 1969; GLUKHOVSKY et al., 1983;
Um fator importante no entendimento da influência da temperatura nas reações
químicas é energia cinética mínima para a reação dos reagentes e formação de produtos,
denominada energia de ativação (FINE; BEALL, 1990; DAINTITH, 1996; ATKINS; JONES,
1997). A primeira formulação quantitativa sobre a influência da temperatura na velocidade de
reação foi proposta por Arrhenius há cerca de um século atrás (Eq. 1) (FINE; BEALL, 1990).

A Eq. 1, denominada equação de Arrhenius, também pode ser utilizada para


quantificar a energia de ativação e a influência da temperatura na velocidade de hidratação do
cimento.
É importante ressaltar que quanto maior a energia de ativação EA, maior é a influência
da temperatura no desencadeamento da reação (FINE; BEALL, 1990; ATKINS; JONES,
1997). Assim, a velocidade de reações com pequenas energias de ativação (10kJ/mol, por
exemplo) é apenas levemente acelerada com o aumento de temperatura.

3) As concentrações dos reagentes

As reações tendem a ser mais rápidas se a concentração de um ou rápidas se a concentração de


um ou mais dos reagentes é aumentada;
A medida que a concentração aumenta, a frequência de choque entre as moléculas aumenta e a
velocidade da reação também aumenta

4) A presença de um catalisador

São reagentes que aceleram a reação, e no caso do concreto é o aluminato de cálcio (C 3A)
muito contribui para o calor de hidratação, especialmente no início do período de cura. O silicato
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tricálcico é o segundo componente em importância no processo de liberação de calor. O silicato


tricálcico (C3S) é o seguindo componente com responsabilidade pelo tempo de pega do cimento.

Após explanar os conhecimentos teóricos sobre cinética de reação, aplicar uma lista de
exercícios com questões de vestibular:

1) (UFRGS/03) - No filme O Náufrago, o personagem teve de iniciar uma fogueira a partir do


aquecimento de cascas secas de coco através do calor gerado pelo atrito de pedaços de madeira.
Quimicamente, o atrito desses pedaços de madeira serve como
a) entalpia inicial.
b) catalisador.
c) calor de combustão.
d) inibidor.
e) energia de ativação.
Resposta: e.
Resolução: No caso do filme, o atrito forneceu energia de ativação para que a fogueira pudesse ser
iniciada a partir das cascas secas de coco. A energia de ativação é conceituada como a energia mínima
que os reagentes necessitam para que inicie a reação química.

2) (Ufrs) - Observe o gráfico a seguir.

O perfil da reação genérica A → B, nele representado, indica que a energia de ativação do


processo, em kJ, é igual a
a) 100.
b) 150.
c) 250.
d) 300.
e) 400.
Resposta: d.
Resolução: A energia de ativação (Eat) é calculada pela diferença entre o ponto mais alto da
curva e a energia dos reagentes. Portanto:
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Eat = 400 - 100


Eat = 300 kJ

3) (UFSM/03) - Para que ocorra uma reação química, é necessário que os reagentes entrem em
contato, através de colisões, o que se chama Teoria das Colisões. Essa teoria baseia-se em que
I - todas as colisões entre os reagentes são efetivas (ou favoráveis).
II - a velocidade da reação é diretamente proporcional ao número de colisões efetivas (ou
favoráveis).
III - existem colisões que não são favoráveis à formação do produto.
IV - maior será a velocidade de reação, quanto maior for a energia de ativação.
Estão corretas
a) apenas I, II e III.
b) apenas II e III.
c) apenas I e IV.
d) apenas I, II e IV.
e) apenas III e IV.
Resposta: b.
Resolução:
Afirmativa I: está errada. Algumas não são efetivas, porque pra uma colisão ser efetiva as
moléculas precisam se chocar com determinada orientação espacial e isso não acontece todas vezes.
Afirmativa II: está correta.
Afirmativa III: está correta.
Afirmativa IV: está errada. Quanto maior for a energia de ativação de uma reação menor vai
ser a sua velocidade.

4) (Ufmg) - A elevação de temperatura aumenta a velocidade das reações químicas porque


aumenta os fatores apresentados nas alternativas, EXCETO
a) A energia cinética média das moléculas.
b) A energia de ativação.
c) A freqüência das colisões efetivas.
d) O número de colisões por segundo entre as moléculas.
e) A velocidade média das moléculas.
Resposta: b.
Resolução: O aumento da temperatura não vai aumentar a energia de ativação, mas sim ajudar
a diminuir a energia de ativação.

5) IME-02 - Considere a seguinte reação


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2A + B → C
A partir dos dados fornecidos na tabela abaixo, calcule a constante de velocidade da reação e o
valor da concentração X. Considere que as ordens de reação em relação aos reagentes são iguais aos
respectivos coeficientes estequiométricos.

Resposta: descritiva.
Resolução:
A lei da velocidade para uma reação é expressa da seguinte forma:
v = k . [A]^α . [B]^β
Então, de acordo com a reação fornecida, vai ficar:
v = k . [A]² . [B]¹
Teste 1:
v = k . 10² . X
v = k . 100 . X

Teste 2:
2v = k . X² . 20

Substituindo:
2v = k . X² . 20
2.(k . 100 . X) = k . X² . 20
2 = k . X² . 20/k . 100 . X
2 = X.0,2
X = 2/0,2
X = 10 mol/L

Teste 3:
13500 = k . 15² . 30
13500 = k . 6750
k = 13500/6750
k = 2 L².mol-².s-¹

6) (PUC MG) - Observe com atenção aos itens a seguir:


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I) Concentração dos reagentes.


II) Temperatura do sistema.
III) Presença de um catalisador.
São fatores que afetam a velocidade de uma reação química:
a) I e II apenas
b) I e III apenas
c) II e III apenas
d) I, II e III
Resposta: d.
Resolução: Os três itens mencionados afetam a velocidade de uma reação, podendo diminuí-la
ou aumentá-la.

7) (Unimontes MG/2013) - A velocidade da reação genérica 2A + B → C é dada por V1 = k


[A]2.[B]1. Em uma determinada situação, a concentração de A foi triplicada, e a de B duplicada. O
novo valor de velocidade (V2), em função de V1, será:
a) igual a V1
b) 18 vezes maior
c) 2 vezes maior
d) 18 vezes menor
Resposta: b.
Resolução:
Como a questão não nos forneceu os valores de concentração molar inicial dos reagentes, nós
vamos utilizar 1 mol/L para o cálculo ficar bem simples.
Antes:
V1 = k [A]².[B]¹
V1 = k [1]².[1]¹
V1 = k
Depois:
V1 = k [3]².[2]¹
V1 = k . 9 . 2
V1 = 18k
18 VEZES MAIOR!

8) ENEM 2008 - A China comprometeu-se a indenizar a Rússia pelo derramamento de


benzeno de uma indústria petroquímica chinesa no rio Songhua, um afluente do rio Amur, que faz
parte da fronteira entre os dois países. O presidente da Agência Federal de Recursos de Água da
Rússia garantiu que o benzeno não chegará aos dutos de água potável, mas pediu à população que
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fervesse a água corrente e evitasse a pesca no rio Amur e seus afluentes. As autoridades locais estão
armazenando centenas de toneladas de carvão, já que o mineral é considerado eficaz absorvente de
benzeno.
Internet: <jbonline.terra.com.br> (com adaptações).
Levando-se em conta as medidas adotadas para a minimização dos danos ao ambiente e à
população, é correto afirmar que
a) o carvão mineral, ao ser colocado na água, reage com o benzeno, eliminando-o.
b) o benzeno é mais volátil que a água e, por isso, é necessário que esta seja fervida.
c) a orientação para se evitar a pesca deve-se à necessidade de preservação dos peixes.
d) o benzeno não contaminaria os dutos de água potável, porque seria decantado naturalmente
no fundo do rio.
e) a poluição causada pelo derramamento de benzeno da indústria chinesa ficaria restrita ao rio
Songhua.
Resposta: b.
Resolução:
Alternativa a: está errada. Na própria questão fala que o carvão absorve o benzeno, ou seja, ele
não o elimina.
Alternativa b: está correta. O benzeno é mais volátil que a água e por isso possui menor ponto
de ebulição, portanto, ao ferver a água o benzeno será eliminado antes.
Alternativa c: está errada. Nada a ver, em nenhum momento se falou de preservação dos
peixes.
Alternativa d: está errada. O benzeno não se decanta, no entanto fica submerso e se espalha
facilmente.
Alternativa e: está errada. A contaminação pode chegar até outros rios.

9) (UFC 96) - O óxido nítrico (NO) e o monóxido de carbono (CO) são duas das mais nocivas
substâncias poluentes originadas de indústrias químicas e de sistemas de exaustão de veículos
automotores. Um método eficiente para reduzir suas concentrações consiste no uso do catalisador de
Monel (uma liga de níquel-cobre), o qual viabiliza cineticamente a reação de transformação desses
poluentes em N2 e CO2:
NO(g) + CO(g) = ½ N2(g) + CO2(g)
Marque a alternativa correta:
A) Os catalisadores não afetam as velocidades das reações químicas (direta e inversa)
B) O catalisador de Monel atua na reação, diminuindo sua energia de ativação
C) A reação ocorre mais lentamente com o uso do catalisador
D) A expressão que representa corretamente a constante de equilíbrio é dada por K = [NO].
[CO] / [N2]1/2.[CO]
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E) O uso de catalisadores afeta as energias relativas dos reagentes e produtos, alterando as


variações de entalpia das reações.
Resposta: b.
Resolução:
Alternativa a: está errada. Afetam sim.
Alternativa b: está correta. Os catalisadores agem reduzindo a energia de ativação.
Alternativa c: está errada. Com catalisador ocorre mais rapidamente.
Alternativa d: está errada. O certo é K = [N2]1/2.[CO2]/[NO].[CO]
Alternativa e: está errada. O catalisador não altera a variação de entalpia.
10) ACAFE - O conhecimento da velocidade das reações químicas é de extrema importância
para a produção industrial de uma série de produtos. Analise as afirmações a seguir.
I. A velocidade de uma reação química geralmente cresce com o aumento da temperatura.
II. A velocidade de uma reação química sempre independe da concentração dos reagentes.
III. A velocidade de uma reação química depende da orientação apropriada das moléculas na
hora do choque.
IV. Para os sólidos, quanto maior a superfície de contato, menor será a velocidade da reação
química.
Assinale a alternativa que indica somente as afirmações corretas.
A) II - III
B) I - IV
C) II - IV
D) I - III
Resposta: d.
Resolução:
Afirmativa I: está correta.
Afirmativa II: está errada. Depende sim, porque quanto maior a concentração dos reagentes
maior será a velocidade da reação (ou vice-versa).
Afirmativa III: está correta.
Afirmativa IV: está errada. Quanto maior a superfície de contato, maior será a velocidade da
reação química.

Desenvolvimento Teórico: 2ª Aula


Os aditivos de cimento são compostos orgânicos que, quando aplicados ao concreto ou
argamassas, revestem os grãos de cimento e melhoram a qualidade e o tempo de vida útil do
concreto. Nesta aula vamos estudar as reações de obtenção de ácidos carboxílicos, e conhecer
alguns aditivos orgânicos de concreto, que são ácidos carboxílicos.
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1- Reação de alcenos com perácidos

Pode-se tratar alcenos com perácido orgânico (epoxidação), produzindo ácidos


carboxílicos:

2- Oxidação enérgica de alcenos

Em meio ácido o permanganato é oxidante bastante enérgico e leva à ruptura da dupla


ligação, quebrando o alceno em moléculas menores. Os produtos formados na reação
dependem do tipo de carbono da dupla ligação. Carbonos primários originam CO2 e H2O;
carbonos secundários, ácidos carboxílicos, e carbonos terciários, cetonas. Vejamos o primeiro
exemplo - a oxidação do buteno-2:

Perceba que o carbono da dupla na molécula inicial era secundário; daí a formação de
ácidos carboxílicos.

3- Oxidação de álcoois e aldeídos


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O álcoois primários e os aldeídos podem ser oxidados com permanganato, produzindo


ácidos carboxílicos (os mecanismos de oxidação ainda não estão muito bem explicados):

RCH2OH + 2 [O] RCOOH + H2O

RCHO + [O] RCOOH

4- Hidrólise de ésteres

Os éteres podem ser hidrolisados em meio básico ou em meio ácido, resultando um


álcool e um ácido crboxílico. Em meio básico temos a seguinte proposta mecanística:

Em meio básico a reação é mais rápida, visto que os íons hidróxido adicionados à
solução são nucleófilos mais fortes do que a água. Em meio ácido teríamos o seguinte:

5- Hidrólise de nitrilas

As nitrilas podem ser hidrolisadas em meio ácido, originando ácidos carboxílicos:


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6- Hidrólise de cloretos de acila

Os cloretos de ácidos (cloretos de acila) podem ser hidrolisados, produzindo o


respectivo ácido carboxílico:

O ácido abiético, pertencente aos ácidos carboxílicos, também conhecido como ácido
abietínico ou ácido sílvico, é uma resina ácida e o principal agente irritante do pinheiro. É um
aditivo tensoativo, incorporador de ar nos concretos. Reduzem a tensão superficial da água e
incorporam ou adicionam ar ao concreto, prendendo-o em bolhas de 0,1 a 0,8mm. Grau
eficiência depende da presença de finos, quanto mais finos (também alto consumo de
cimento), menos ar é incorporado. Excesso de ar incorporado diminui a resistência mecânica
do concreto.

Fonte: http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/1/15/TC031_Aditivos_.pdf
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Existem também aditivos orgânicos conhecidos como plastificantes, que aumentam a


resistência e reduzem o custo do concreto, são utilizados os seguintes compostos orgânicos:

ÁCIDO CITRICO: Também conhecido como citrato de hidrogênio, o ácido cítrico é um


ácido orgânico fraco, de fórmula molecular C6H8O7.
ÁCIDO GLUCÓNICO: é um composto orgânico com fórmula molecular C6H12O7 e
fórmula estrutural condensada HOCH2(CHOH)4COOH. Em soluções aquosas a pH neutro, o
ácido glucónico forma o ião gluconato. Os sais de ácido glucónico são conhecidos como
"gluconatos". O ácido glucónico e os sais de gluconato ocorrem muito na natureza porque tais
espécies derivam da oxidação da glucose.
MONÔMERO DE LIGNOSULFONATO: são polímeros polieletrolíticos aniônicos
solúveis em água : eles são subprodutos da produção de polpa de madeira usando polpa de
sulfito.
MONÔMERO DE POLICARBOXILATO: Aditivos SP com base de policarboxilatos
além de agirem por repulsão eletrostática apresentam outro mecanismo de ação: a repulsão
estérica.

Fonte: http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/1/15/TC031_Aditivos_.pdf

Uma lista de exercícios deve ser entregue aos alunos, para que eles resolvam em duplas, e
entreguem ao professor valendo nota dez:
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1- Demonstre o mecanismo e a reação de formação do anidrido metanoico etanoico.

2- Mostre como cada um dos seguintes compostos seriam convertidos a ácido benzoico:
a) Etilbenzeno
b) Bromobenzeno
c) Acetofenona
d) Fenileteno
e) Ácool benzílico
f) Benzaldeido

3- Escreva a equação química correspondente do anidrido etanoico propanoico com os


seguintes reagentes:
a) Água
b) OH-/água
c) Metanol
d) Amônia
e) Metilamina

4- Demonstre o mecanismo e a reação de formação do etanoato de isopropila.

5- Demonstre o mecanismo e a reação de formação do ácido acético a partir do anidrido


acético.

6- Quais produtos você obteria na hidrólise ácida e básica da N,N-dimetilbenzamida?


Demonstre o mecanismo de cada uma.

7- Explique a diferença entre o ponto de fusão da N-feniletanamida (114°C) e da benzilamina


(10°C).

8- Escreva o mecanismo e a reação de fo rmação da N,2,2-trietilbutanamida a partir do


correspondente cloreto de acila.

9- Represente e analise o par de compostos entre a fenilamina e fenilmetanamina avaliando


qual
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composto mais ácido ou mais ácido, conform e a carcaterística apresentada pela substância.

10- Apresente uma rota sintética para o ácido carboxílico que tenha como substrato os
seguintes compostos de partida:
a) Metilbenzeno
b) Metilfenilcetona
c) 4-isopropilhexanal

Desenvolvimento Prático: 4ª Aula – Atividade prática – Velocidade de reações

Entregar aos alunos uma folha contendo o procedimento para a atividade prática
conforme material abaixo:

MATERIAIS:

2 copos transparentes ( cristalinos)


6 comprimidos efervescentes (tipo sorrisal)
Água em temperatura ambiente
Água em gelada
Água quente

PROCEDIMENTO

1. Pega-se dois copos contendo 100mL de água em temperatura ambiente, em


seguida, coloca-se em um dos copos o comprimido efervescente inteiro e no outro copo o
comprimido efervescente triturado (em pó) ao mesmo tempo.
Observe e faça as anotações do foi observado no seu caderno.

2. Pega-se um copo contendo 100mL de água gelada e outro copo contendo


100mL de água a temperatura ambiente e colocando-se ao mesmo tempo um comprimido
efervescente em cada copo.
Observe e faça as anotações do foi observado no seu caderno.

3. Pega-se um copo contendo 100mL de água em temperatura ambiente e outro


copo contendo 100mL de água quente e colocando-se ao mesmo tempo um comprimido
efervescente em cada copo.

Posteriormente um questionário deve ser entregue para que respondam e entreguem na


mesma aula da execução do experimento:

Na primeira etapa de experimentos, qual será o comprimido mais rapidamente


consumido na reação? Por quê?
( ) Comprimido inteiro ( ) Comprimido em pó
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Na segunda etapa de experimentos, qual será o comprimido mais rapidamente


consumido na reação? Por quê?
( ) Comprimido com água gelada ( ) Comprimido a temperatura ambiente

Na terceira etapa de experimentos, qual será o comprimido mais rapidamente


consumido na reação? Por quê
( ) Comprimido com água quente ( ) Comprimido com água a temperatura
ambiente

Este experimento pode ser realizado com cimento, para formar concreto, no entanto
será necessário mais tempo para que os alunos observem a reação.
Pode-se misturar o cimento em água, em proporções iguais, mantendo em
temperaturas diferentes o corpo de prova. Por exemplo: preparar dois corpos de prova com
quantidades iguais de água e cimento, armazenando um em freezer, com temperaturas
negativas, e outro em temperatura ambiente. Uma semana depois pode-se apresentar aos
alunos os corpos de prova para que eles analisem a influencia da temperatura, o concreto
armazenado em temperatura ambiente tende a apresentar estrutura rígida de concreto,
enquanto o armazenado em baixas temperaturas tente a apresentar características de um
concreto fresco.
Outra comparação que pode ser feita é em relação a concentração, mantendo dois
corpos de prova nas mesmas condições de temperatura, no entanto com um dos corpos de
prova utilizando o dobro de água indicado para a produção do concreto, e outro seguindo
quantidade indicada, pode apresentar aos alunos a característica de concentração das reações,
o concreto com maior concentração de cimento apresentará características de concreto antes
daquele que possuir maior quantidade de água.

8. AVALIAÇÃO:

A forma de avaliação será permeada pela realização de um trabalho na forma de


exercícios em sala de aula, a participação e interesse mostrado em assistir o vídeo da
universidade da química e produção do relatório. Todo o processo avaliativo deve ocorrer na
perspectiva de que seja diagnóstico e formativo.

9. REFERÊNCIAS

ANDERSSON, R.; GRAM, H.; MALOLEPSZY, L; DEJA, J. AIkali-activated slag. Swedish


Cement and Concrete Research Institute, Stockholm, 1988, 104p.

ATKINS, P. W.; JONES, L. L. Chemistry: molecules, matter, and change, 3rd ed. Freeman
and Company. New York. 1997. 886 p.
Licenciatura em Química – IFSC Química do Concreto

FINE, L. W.; BEALL, H. Chemistry for engineers and Scientists. Sauders College Publishing.
USA. 1990. 1006p.

TRAWERS, A. Mechanism of the setting of metallurgical cements. In: Symposium


Chemistry of Cements. Proceedings. Stockholm: Royal Swedish Inst. Eng. Res., 1938. p.389-
381 (discussão do artigo de FORSEN)

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