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Diferentes critérios valorativos

Critérios valorativos
O princípio ou condição que serve de base à valoração e que
permite distinguir as coisas Vvaliosas das não-valiosas e
discernir, de entre as valiosas, as que são mais importantes das
que são menos.
Permitem reconhecer a razão ou o motivo pelo qual atribuímos
um dado valor a determinado objecto, situação ou pessoa e
justificar a maneira como nos comportamos perante os mesmos.
•A partir de critérios valorativos podemos compreender o sentido
das nossas ações e perceber melhor o comportamento e atitudes dos
outros.
•Podem exercer-se ao nível:

a)- Pessoal – reportando-se á esfera íntima de cada sujeito com as


suas caraterísticas pessoais: os seus gostos e interesses;
b)- Colectivo – se considerarmos o sujeito do ponto de vista da sua
dimensão social e cultural: os seus costumes, ideias ou
formas de estar em grupo;
c)- Universal – se reconhecermos o sujeito como
um ser-no-mundo: sensível aos outros, que coabitam
o planeta, bem como ao próprio espaço habitado.
Atualmente alguns filósofos afirmam a necessidade de se
encontrar critérios transubjectivos, isto é, critérios que
ultrapassem as barreiras do individual e do colectivo
culturalmente identificado, que permitam garantir e
enriquecer a própria realidade humana na sua relação
com os outros e com o planeta. Neste sentido, podemos
indicar os seguintes critérios transubjectivos: A
humanidade; o Diálogo; a vida no Planeta
.
A Humanidade: O respeito pela dignidade humana como um
critério que nos permite distinguir aquilo que é fundamental para o
ser humano daquilo que é reprovável e indigno.

Ex: A declaração dos direitos humanos. “O ser humano é um fim


em si mesmo”, dotado de liberdade, autonomia e merecedor de
respeito e solidariedade.
O diálogo: O diálogo entre as culturas, ou entre indivíduos e
comunidades, é hoje considerado como um meio de humanização por
excelência. Quando dispostos a discutir as suas ideias, é possível aos
homens discernir aquilo que é melhor para todos e o que é desejável
para qualquer um.
O diálogo ideal segundo J. Habermas:
1. Todo o sujeito dotado de linguagem e ação pode
participar no diálogo;
2. Qualquer participante pode problematizar qualquer
afirmação proferida;
3. Todo o participante pode produzir qualquer afirmação
desde que seja sustentada por uma argumentação
racional;
4. Qualquer um pode expressar as suas posições, desejos
e necessidades;
5. Não se pode impedir ninguém de fazer valer os seus
A Democracia direitos, fundamentados nas regras anteriores,
assume o mediante qualquer tipo de coação ( interna ou
diálogo. externa).
A vida no planeta:
As questões ambientais, o respeito pela vida de todos os seres que
habitam o planeta, bem como a responsabilidade perante as gerações
vindouras impõem-se de modo claro nos dias de hoje. Será de valorizar
tudo o que fizermos para preservar a natureza e de reprovar aquilo que
provoca a sua destruição.

É importante considerar o conceito de


responsabilidade proposto por Hans Jonas.
Segundo este filósofo, devemos zelar pela
natureza, reconhecendo nessa tarefa um
dever da humanidade. A natureza está hoje
mais débil devido à intervenção do ser humano,
portanto, o ser humano deve assumir a sua
responsabilidade e tratar de preservar e respeitar a natureza na sua
integridade.
Proposta de Hans Jonas:
“Age de tal forma que as consequências da tua ação seja
compatível com a permanência de uma vida
autenticamente humana na terra; se fosse dito na negativa
teríamos: Age de tal maneira que as consequências da tua
ação não sejam destruidoras para a possibilidade futura de
uma tal vida; ou ainda simplesmente: Não ponhas em
perigo as condições de uma permutação indefinida da
humanidade na Terra.”
- Hans Jonas, O paradigma Bioético
O que significa dimensão transubjectiva dos valores?

Dimensão transubjectiva de valores significa que nenhum ser


humano se pode encerrar em si mesmo, nem acantonar-se no
espaço privado do seu país ou da sua cultura, mas abrir-se, às
pessoas dos outros países e culturas, compartilhando e vivendo os
valores que promovam a igualdade de facto entre as comunidades e
instaurem a paz mundial.
2ª Situação problema - O dilema de Heinz – Parte 1

Numa cidade da Europa, uma mulher estava a morrer de cancro. Um


medicamento descoberto recentemente por um farmacêutico dessa cidade podia
salvar-lhe a vida. A descoberta desse medicamento tinha custado muito dinheiro
ao farmacêutico, que agora pedia dez vezes mais por uma pequena porção desse
remédio. Henrique (Heinz), o marido da mulher que estava a morrer, foi ter com
as pessoas suas conhecidas para lhe emprestarem o dinheiro pedido pelo
farmacêutico. Foi ter, então com ele, contou-lhe que a sua mulher estava a morrer
e pediu-lhe para o deixar levar o medicamento mais barato. Em alternativa,
pediu-lhe para o deixar levar o medicamento, pagando mais tarde a metade do
dinheiro que ainda lhe faltava. O farmacêutico respondeu que não, que tinha
descoberto o medicamento e que queria ganhar dinheiro com a sua descoberta. O
Henrique, que tinha feito tudo ao seu alcance para comprar o medicamento, ficou
desesperado e estava a pensar assaltar a farmácia e roubar o medicamento para a
sua mulher. Deve Heinz assaltar a farmácia para roubar o medicamento para
salvar a sua mulher? E deveria Heinz assaltar a farmácia para roubar o
medicamento para salvar a vida de um desconhecido?
O dilema de Heinz – Parte 2

Supondo que Heinz assaltava a Farmácia. A notícia do roubo


aparecia no jornal. Brown, um polícia que conhecia Heinz, leu a
noticia e lembrou-se de o ter visto a sair correndo da tal
Farmácia. Como era amigo de Heinz, e conhecendo o seu caso,
perguntou a si mesmo se deveria denunciá-lo. Deve o polícia
acusar o Heinz de roubo? E se o fizer, deve ser ele a prendê-lo?
O dilema de Heinz -Parte 3

Supondo que Brown prendia Heinz, este é levado a tribunal e


compete agora ao Juiz determinar qual a sua sentença. Deve o
Juiz condenar Heinz ou suspender a pena e libertá-lo?

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