Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMILO PESSANHA
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos.
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro.
Que ruínas, (ouçam)
Se se debruçam,
Que sorvedouro!
Trêmulos astros,
Soidões lacustres...
Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas.
Blocos de gelo!
Chorai arcadas
Do violoncelo,
Despedaçadas...
Camilo Pessanha
O Poema
Adjetivos:
Podemos salientar os adjetivos "convulsionadas" e "aladas" vem
a dar "pontes" a sugestão do arco que voa e provoca o vibrar das
cordas. "De pesadelo" vem acentuar o movimento de "pesadelo"
fabril e ansioso das cordas do instrumento.
Verbos:
O verbo "chorai" em "chorai arcadas" demonstra a impressão de
tristeza, tornando-se mais forte em "fundos soluçam". O sentido
do verbo fica mais forte e os timbres mais escuros perante a
realidade cruel.
Estrutura Externa
O poeta utiliza na sua composição versos isométricos de quatro silabas
métricas.
Utiliza rimas perfeitas, regulares e graves.
O metro curto em estrofes de cinco versos com esquema rimático ABAAB
(rima cruzada, interpolada e emparelhada) exalta o ritmo impressionante
e soluçante do poema.
Espaço e Tempo