Discente: Joana silva O que são? • Os Julgados de Paz são tribunais “diferentes” porque possuem características próprias de funcionamento e organização. • Os primeiros Julgados de paz surgiram em janeiro de 2002, com um intuito experimental para que houvessem novas formas de resolver litígios. • Estes eram assentes em modelos práticos de jurisdição com auxílio do poder local e com vista na proximidade entre a jurisdição e os cidadãos. • Os Julgados de Paz assentam então, numa parceria público-privada, e como tal o financiamento é partilhado pelo Estado e as Autarquias. • Em 2013, com as alterações introduzidas á Lei dos Julgados de Paz, passou a ser notório que outras entidades públicas de reconhecido mérito pudessem também participar na criação de julgados de paz. Onde se encontram ? • Porto; • Vila Nova de Gaia; • Vila Real; • Coimbra; • Lisboa; • Sintra; • Funchal. Como funcionam ? • Como referido anteriormente os Julgados de paz são tribunais diferentes e por isso têm também uma tramitação processual própria. • Os litígios que dão entrada nestes Tribunais podem ser resolvidos com a mediação, conciliação, transação ou Julgamento seguido de uma sentença. • A mediação só tem lugar quando as partes estiverem de acordo para assim proporcionar a possibilidade dos mesmos deliberarem as suas divergências, de forma amigável que conta com a intervenção do mediador. • Se a mediação não resultar em acordo, o processo segue os seus trâmites e o juiz tenta a conciliação. Se este também não conseguir, decorre então o julgamento onde se ouvem ambas as partes e profere-se a sentença. Mediação • A mediação tem natureza voluntária e é um instrumento de decisão alternativa de litígios, que é feita através da ajuda de um mediador de conflitos. • O mediador é um terceiro imparcial, independente e confidencial que ao contrário de um juiz não tem poder de decisão. Este é o “mentor” das partes, ajudando-as assim a estabelecer comunicação necessária para que elas possam constatar, por si mesmas, a base do acordo que colocará fim ao conflito. A mediação confere segurança, visto que se trata de um serviço publico promovido pelo Ministério da Justiça, prestado por mediadores com formação específica. Verifica-se também um trabalho ativo das partes na resolução do litígio que por sua vez visa a aproximação da Justiça aos cidadãos. Como se processa? • Quando começa o processo tem lugar a pré-mediação em que as partes voluntariamente aceitam, ou não, resolver o conflito através da mediação. Uma vez aceite por todas as partes e escolhido o mediador, inicia-se o processo de mediação que decorre numa sala reservada para esse efeito. • Cada parte terá a oportunidade de apresentar o seu caso e manifestar os seus interesses. O acordo que possa vir a ser estabelecido será, posteriormente, sujeito a homologação do Juiz de Paz, por sentença. Litígios aceites : • Ações de natureza cível, cujo valor não exceda os €15.000; • Ações de entrega de coisas móveis; • Ações destinadas a efetivar o cumprimento de obrigações; • Ações de resolução de litígios entre proprietários de prédios relativos a passagem forçada momentânea, escoamento natural de águas, obras defensivas das águas, comunhão de valas… • Ações que digam respeito ao arrendamento urbano, exceto as ações de despejo; • Ações que respeitem à responsabilidade civil contratual e extracontratual; • Ações que respeitem ao incumprimento civil contratual, exceto contrato de trabalho e arrendamento rural; • Ações que respeitem à garantia geral das obrigações; • Ações relativas a pedidos de indemnização cível, quando não tenha sido apresentada participação criminal ou após desistência da mesma, emergente dos seguintes crimes: ofensas corporais simples, ofensa à integridade física por negligência; • Entre outros.. Custos • O usufruto dos Julgados de Paz está sujeito a uma taxa única no valor de 70€ a cargo da parte vencida, sendo que o juiz também pode decidir dividir esse valor entre as duas partes. • Se houver acordo durante a mediação, o valor a pagar é de 50€, dividido por ambas as partes. Caso o litígio esteja excluído da competência do Julgado de Paz e seja utilizado o serviço de mediação é devida uma taxa de 25€ por cada um dos intervenientes. • Rapidez-o processo termina normalmente em 3 meses; • Custo Reduzido; Vantagens • Resolve mais litígios por acordo entre as partes, através da mediação, da conciliação e da transação; • Resolve litígios de forma mais próxima do cidadão. Competências do Conselho • Apreciar e decidir as suspeições e os pedidos de escusa relativos aos Juízes de Paz; • Autorizar férias, admitir a justificação de faltas e atos de natureza analógica referentes a Juízes de Paz; • Propor à Assembleia da República e ao Governo as providências legislativas ou regulamentares relativas aos Julgados de Paz; • Emitir parecer sobre diplomas legislativos ou regulamentares relativos aos Julgados de Paz; • Aprovar os regulamentos indispensáveis ao cumprimento das suas funções; • Entre outros.. Presidência
Jaime Octávio Cardona
Ferreira
Juiz Conselheiro Jubilado
Ex-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Bibliografia
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