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CATETERISMO Advi Moraes

VESICAL
OBJETIVOS DA AULA
Compreender as necessidades de eliminação urinária do indivíduo
Identificar paciente com eliminação urinária prejudicada.
Conhecer as finalidades do cateterismo vesical feminina e masculina.
Refletir sobre cuidados gerais e específicos para prevenir infecção urinária em
pacientes com sonda vesical nos diferentes níveis de atenção à saúde.
Conhecer as finalidades do cateter vesical de demora 3 vias
Analisar os cuidados e riscos inerentes à irrigação vesical
Aplicar cuidados de enfermagem a pacientes com necessidades urinárias, valendo-se
do processo de enfermagem.
ELIMINAÇÃO URINÁRIA
É uma das funções humanas básicas que pode ser comprometida por uma variedade de
doenças e situações.
O papel do enfermeiro é auxiliar o paciente de acordo com a sua necessidade:
 em atividades como promover o esvaziamento da bexiga, na deambulação até o banheiro ou, se não for
possível, sentar-se no assento;
 intervir quando a bexiga não apresentar esvaziamento por meio da inserção de uma sonda urinária (cateter
urinário);
 implementar medidas para minimizar o risco de infecção na presença de sondas de drenagem vesical vesica
 nos casos de comprometimento renal, realizar a diálise peritoneal.
Pacientes com eliminação urinária alterada necessitam de apoio
fisiológico e psicológico.

FISIOLÓGICO PSCIOLÓGICO
• Procedimentos • Vergonha
Invasivos • Insegurança
• Auxilio • Ansiedade
comadre, etc...
Pacientes com sondas vesicais de demora desenvolvem bacteriúria a
uma taxa de 3% a 10% para cada dia de permanência do dispositivo.

Missão do Enfermeiro = Minimizar infecções:


Uso de técnica asséptica ao realizar a cateterização;
manter um sistema de drenagem vesical fechado;
realizar cuidados com a sonda empregando princípios de assepsia
remover as sondas vesicais precocemente, assim que clinicamente indicado.
CATETERISMO VESICAL
Um procedimento invasivo que requer solicitação médica e técnica asséptica em
ambiente hospitalar (Lo et al., 2008; Nazarko, 2008). A cateterização vesical pode
permanecer por curto prazo (duas semanas ou menos) ou prolongada (mais de um mês)
(Parker et al, 2009a).
As condições que demandam o uso de sondas vesicais incluem a necessidade de
monitorar o débito urinário, alívio de obstrução urinária, cuidados pós-operatórios ou
uma bexiga com esvaziamento inadequado em consequência de uma lesão
neurológica.
O acúmulo excessivo de urina na bexiga aumenta o risco de ITU e pode causar refluxo
de urina para os ureteres e os rins e a evolução para disfunção renal.
A incontinência urinária e a perda involuntária de urina podem demandar cateterização
vesical de demora quando a perda de urina prejudicar a cicatrização de feridas.
TIPOS DE SONDAS
TIPOS DE SONDA -
ESCOLHA DA
SONDA
A sonda é escolhida por um profissional da saúde
com base em fatores como alergia ao látex, história
de obstrução da sonda e suscetibilidade a infecção.
Sondas vesicais de demora (sondas Foley) são
compostas de látex ou silicone. Algumas são
fabricadas com revestimentos especiais que reduzem
irritação uretral e a obstrução (Gray, 2006). Sondas
antimicrobianas são revestidas com prata ou
antibióticos.
TAMANHO DAS SONDAS
O tamanho de uma sonda urinária baseia-se na escala French (Fr), que reflete o
diâmetro interno da sonda. A maioria dos adultos com sonda vesical de demora
utiliza os tamanhos Fr 14 a 16 para minimizar o traumatismo e o risco de infecção.
Sondas de diâmetros maiores aumentam o risco de traumatismo uretral (Parker et al.,
2009b). Entretanto, sondas de diâmetros maiores são necessárias em circunstâncias
especiais, após uma cirurgia urológica. Tamanhos menores como Fr 5 a 6 para
lactentes e Fr 8 a 10 para crianças são necessários
SAE: HISTÓRICO DE
ENFERMAGEM: COLETA DE DADOS
1. Verifique os padrões de eliminação urinária, a capacidade de esvaziar a bexiga
efetivamente e o grau de incontinência: Justificativa: Pacientes incontinentes
apresentam risco para lesão cutânea e, portanto, são candidatos a sondas do tipo
preservativo.
2. Monitore o status mental do paciente e o seu conhecimento em relação à
finalidade de uma sonda externa. Justificativa: Ressalta a necessidade de
educação do paciente. A orientação pode incluir autoaplicação.
SAE: PLANEJAMENTO DE
ENFERMAGEM
Os Resultados Esperados concentram-se em promover o controle da
incontinência e prevenir a exposição contínua da pele à urina.

1. O paciente apresenta o controle da incontinência com a aplicação da


sonda preservativo.
2. As genitálias estão livres de hiperemia cutânea, lesão ou edema.
3. O paciente consegue explicar a finalidade do procedimento e os
resultados esperados.
SAE: AVALIAÇÃO
Observe a drenagem urinária.
Inspecione a genitália com a sonda de coleta externa após 30 minutos da aplicação.
Observe a presença de edema e descoloração.
Pergunte se o paciente sente algum desconforto.
Inspecione a pele quanto à presença de sinais de lesão ou irritação, diariamente ao
remover a sonda com preservativo, ao realizar a higiene perineal e antes de reaplicar
a sonda com preservativo.
Determine a compreensão do paciente sobre o procedimento.
Sexo feminino: Prenda a sonda na parte Sexo masculino: Prenda a sonda na parte
interna da coxa, deixando uma folga superior da coxa ou inferior do abdome.
suficiente para evitar a tração (ilustração) Reposicione o prepúcio sobre a glande do
pênis em caso de retração.
PROCEDIMENTO DE
IRRIGAÇÃO DA SONDA
Existem dois tipos de irrigação: aberta e fechada. A
irrigação fechada da sonda proporciona a irrigação
intermitente ou contínua da sonda urinária sem o
rompimento da conexão estéril entre a sonda e o sistema
de drenagem A irrigação contínua da bexiga (ICB) é um
exemplo de infusão contínua de uma solução estéril na
bexiga, geralmente empregada em um sistema de
irrigação fechada de três vias ou em uma sonda de duplo
lúmen. A ICB é usada com frequência após uma cirurgia
genitourinária para manter a bexiga limpa e livre de
coágulos sanguíneos ou sedimentos. A irrigação aberta
da sonda é utilizada para a irrigação intermitente da
sonda e da bexiga. A habilidade envolve rompimento ou
abertura do sistema de drenagem fechado na conexão
entre a sonda e o sistema de drenagem. É preciso manter
uma assepsia rigorosa durante todo o procedimento para
minimizar a contaminação e o desenvolvimento
subsequente de uma ITU. Tanto a irrigação aberta
quanto a fechada podem ser utilizadas para infusões de
medicação na bexiga.
SAE: HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
– COLETA DE DADOS
1. Verifique no prontuário médico:
a. A solicitação médica do método (contínua ou intermitente), a solução (soro fisiológico estéril ou solução medicada) e o volume de
irrigação. Justificativa: É preciso uma solicitação médica para iniciar a terapia. A frequência e o volume de solução utilizados para irrigação
devem ser prescritos ou padronizados como normas e rotinas da instituição. Cada método de irrigação requer um equipamento diferente.
b. Tipos de sondas de inserção. Justificativa: Sondas de lúmen único ou duplo são utilizadas para irrigação aberta. Sondas de triplo
lúmen são utilizadas para irrigação fechada intermitente e contínua.
2. Realize a palpação da bexiga, observe a distensão e a sensibilidade. Justificativa: A distensão da bexiga sem a drenagem indica a
obstrução do fluxo de urina.
3. Avalie o paciente quanto à presença de dor ou espasmo abdominal, sensação de plenitude da bexiga ou perdas pela sonda (vazamento).
Justificativa: Pode indicar hiperdistensão da bexiga devido à obstrução da sonda. Oferece dados basais para determinar o sucesso da terapia.
4. Observe a urina quanto a cor, volume, limpidez e presença de muco, coágulos ou sedimento. Justificativa: Indica se o paciente está
sangrando ou eliminando tecidos, que demandam uma maior vazão de irrigação ou maior frequência na irrigação da sonda.
5. Monitore o controle de I&D. Justificativa: O volume de líquido drenado da bexiga deve ser maior em relação ao volume de infusão na
bexiga durante uma ICB. Deve-se suspeitar de obstrução da sonda quando a drenagem não exceder a solução de infusão (p. ex., coágulos
sanguíneos, sonda retorcida).
6. Avalie o conhecimento do paciente em relação à finalidade da irrigação da sonda. Justificativa: Revela a necessidade de orientação/apoio
ao paciente
SAE: PLANEJAMENTO
Os Resultados Esperados concentram-se no fluxo contínuo de urina e no
conforto do paciente.
1. O débito urinário é maior em relação ao volume de infusão da solução de
irrigação.
2. O débito urinário do paciente apresenta redução de coágulos sanguíneos e
sedimentos. (Obs.: A urina sanguinolenta após uma cirurgia da
bexiga/uretral torna-se gradualmente mais clara e rosada em dois a três
dias.)
3. O paciente relata alívio da dor ou espasmos na bexiga.
4. O paciente permanece afebril, sem dor na região inferior do abdome e
ausência de urina turva ou de odor fétido.
SAE: AVALIAÇÃO
1. Mensure o débito urinário verdadeiro subtraindo o volume total de
infusão do líquido de irrigação e o volume total drenado.
2. Mantenha o controle de I&D para verificar a proporção do débito por
hora na bolsa de drenagem em relação à solução de irrigação que
entrou na bexiga. Espere –maior débito em relação ao líquido
infundido em virtude da produção de urina.
3. Observe a permeabilidade da sonda; avalie a presença de coágulos
sanguíneos e sedimentos na urina e dobras ou torções na extensão.
4. Avalie o conforto do paciente.
5. Avalie sinais e sintomas de infecção.
ESTUDO DE CASO
Um homem idoso realizou uma cirurgia urológica recentemente e uma
prescrição para ICB, com o objetivo de manter a urina rosada. Ao avaliar
a sonda vesical de demora de lúmen triplo e a ICB, o enfermeiro observa
pouca urina na bolsa de drenagem, e o paciente está se queixando de dor
no abdome inferior e uma sensação de plenitude da bexiga.
6. Qual será a ação inicial de enfermagem?
A. Aumentar o fluxo da ICB. 7. Qual seria a causa mais provável do
B. Verificar a presença de torções na débito urinário diminuído?
extensão de drenagem da sonda. A.Coágulos sanguíneos da cirurgia
C. Estimular a ingestão de líquidos. B.Obstrução por biofilme bacteriano
D. Remover a sonda. C.Baixa ingestão hídrica
D.Defeito na sonda urinária
1 MINUTE PAPER
O minute paper é uma metodologia que tem o papel de dar ao professor um
retorno, um feedback, sobre os tópicos abordados em aula, sobre suas
maiores dificuldades em relação aos conceitos apresentados e os ponto mais
relevantes da aula. A metodologia da minute paper funciona da seguinte
maneira: nos últimos minutos de aula é solicitado que os alunos façam
algumas notas sobre a aula. O professor monta uma espécie de roteiro com
alguns questionamentos que servirão como guia para o aluno. Por exemplo,
os estudantes escreverão tópicos significantes relacionados com o que
aprenderam na aula recém encerrada e qual(is) conceito(s) ainda não foram
assimilados plenamente. Após responder estes questionamentos, os alunos
entregam as anotações para o professor.
1 MINUTE PAPER
Quais são as alterações relacionadas às eliminações
urinárias que o paciente pode apresentar ?
Quais são as finalidades do cateterismo vesical?
Quais são as finalidades da irrigação vesical?
BALANÇO HÍDRICO
OBJETIVOS DA AULA
Compreender a importância do balanço hídrico do
paciente
Conhecer os dados que devem ser registrados de ingestão
e eliminação
Analisar o formulário de registro de monitoramento de
ingestão e eliminação
REGISTRO DO BALANÇO
HIDRÍCO
A equipe de enfermagem é responsável por registrar toda
a ingestão (líquidos por via oral, provenientes da
alimentação enteral e parenteral) e toda a eliminação (de
urina, diarreia, vômito, suco gástrico e drenagem por
drenos cirúrgicos)
O balanço e a avaliação de líquidos devem ser realizados
no final de cada turno ou em períodos determinados (cada
12 hrs), como a cada 24 horas.
ETAPAS DO PROCEDIMENTO
1. Identificar os pacientes com condições que aumentam a perda de líquidos (p. ex., febre, vômitos,
diarreia, drenagem da ferida cirúrgica, drenagem torácica, aspiração gástrica, grandes queimaduras ou
trauma grave).
2. Identificar os pacientes com a deglutição, mobilidade prejudicada e os pacientes inconscientes.
3. Identificar os pacientes em uso de medicamentos que influenciam o equilíbrio de líquidos (p. ex.,
diuréticos e esteroides).
4. Avaliar os sinais e sintomas de desidratação e excesso de líquido (p. ex., bradicardia/taquicardia,
hipotensão/hipertensão e turgor da pele reduzido/edema).
5. Pesar os pacientes diariamente utilizando a mesma balança na mesma hora do dia e com roupas
semelhantes.
6. Monitorar os exames laboratoriais:
a. Densidade específica da urina (normal 1,010 a 1,030)
b. b. Hematócrito (normal varia de 38% a 47% para as mulheres e 40% a 54% para os homens).

7. Avaliar o conhecimento do paciente e da família em relação à finalidade e ao processo de


monitoramento da I&E de líquidos.
8. Explicar ao paciente e sua família a importância do monitoramento da I&E de líquidos.
ETAPAS DO PROCEDIMENTO
9. Medir e registrar toda a ingestão de líquidos:
a. Líquidos com as refeições, gelatina, cremes, sorvetes, picolés, energéticos, lascas de gelo (registrado como
50% do volume medido [p. ex., 100 mL de pedaços de gelo são iguais a 50 mL de água]).
b. Contar medicamentos líquidos, tais como os antiácidos, como líquidos ingeridos.
c. Calcular a ingestão de líquidos por sondas.
d. Calcular a ingestão de líquidos parenterais, hemocomponentes e nutrição parenteral total .
10. Instruir o paciente e a família para chamar a equipe de enfermagem para esvaziar os recipientes com
eliminações em cada período que o paciente utiliza. O paciente e sua família também precisam monitorar os
vômitos, a incontinência e a transpiração excessiva e relatá-los para o enfermeiro.
11. Informar o paciente e a família que a bolsa de drenagem da sonda vesical, da ferida, da sonda e a drenagem
torácica são monitorados, medidos e registrados e quem é o responsável por isto. Cada paciente deve ter um
recipiente graduado identificado com o nome, o leito e que deve ser utilizado apenas para o paciente identificado.
12. Medir a drenagem nos horários determinados usando recipientes apropriados e observando a cor e as
características. Se houver o risco de respingos, deve-se utilizar máscara, proteção para os olhos e avental.
a. Medir a drenagem de urina com uma comadre ou um recipiente graduado.
b. Observar a cor e as características da urina na bolsa de drenagem da sonda vesical. Às vezes a bolsa de
drenagem é graduada. Caso contrário, meça utilizando um recipiente graduado .
O débito urinário está dentro dos limites aceitáveis: 30
mL/hora
O débito urinário abaixo de 30mL/h é um sinal de diminuição
da perfusão renal ou alteração na função renal.
CASOS CLÍNICOS
1º Caso: Registro do período 7-13 horas: • 2º Caso: Registro do período 7-13 hrs: KLS, 55
J.R.S., 1º Pós-operatório de laparotomia anos , 3ºPO de Revascularização do Miocárdio,
exploradora por carcinoma de cabeça de cateter de O² à 2l/min, cateter de veia central
pâncreas. Orientado, mantendo cateter de O² à em subclávia direita recebendo soroterapia
2 l/min. Em jejum, com SNG aberta com ( soro fisiológico 500 ml+ cloreto de potássio
débito de 300 ml em 6 horas. Cateter central 20ml) 86.6ml/h. F.O em região esternal com
em veia jugular D, recebendo soroterapia 85 curativo oclusivo limpo e seco externamente,
ml/h. Ferida Operatória (FO) abdominal dreno de mediastino com débito hemático
horizontal com pontos com curativo oclusivo 200ml em 6h, dreno pleural à direita com débito
limpo e seco externamente. Dreno tubular com sero-hemático 100ml em 6h, SVD com débito
bolsa coletora em flanco D com 100 ml de concentrado ++ 150ml em 6h, F.O em face
débito hemático e dreno JP em região interna da perna direita com curativo oclusivo
hipogástrica com 150ml/6h de débito limpo e seco externamente. MMII apresentando
serohemático. Bolsa de colostomia à E não edema +1/.2+. Aceitou bem o desjejum de
funcionante no momento. SVD com débito 300ml de líquidos e 200ml no almoço, realizou
concentrado 200ml/6 hrs. Mantém meias ingesta de 500ml de água filtrada.
elásticas e compressor pneumático.
REFERÊNCIAS
PERRY, A. G.; POTTER, P.A.; ELKIN, M. K. Eliminação urinária. In:____
Procedimentos e intervenções de enfermagem. 5.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
P.125-7

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