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• Pensar a sociedade por meio da ideia de estratificação

social é decompô‑la, segmentá‑la.


• Mas o conceito de classe social não é a única
ferramenta útil nessa tarefa.
• Outras formas de seccionar a sociedade existem.
• As mais recorrentes são por raça e por gênero.
• Sem essas duas categorias sociais, não é possível
entender a sociedade contemporânea.
• O conceito de raça é relacional e histórico.
• A ideia de raça foi formulada para descrever a
multiplicidade da existência humana no contexto do
mercantilismo.
• No século XIX e início do XX, acreditava ‑se que a
espécie humana era subdividida por raças.
• E o termo era usado para diferenciar populações pela cor
da pele, textura do cabelo e forma do crânio.
• A essas particularidades eram relacionados atributos
morais e psicológicos, muitas vezes desvalorizando e
inferiorizando povos que não fossem brancos e/ou
descendentes de europeus.
• Nessa época, intelectuais brasileiros chegaram a
defender o que ficou conhecido como teoria do
branqueamento, que propunha a miscigenação como
solução de problemas sociais.
• Após a Segunda Guerra Mundial, época em que o
conceito foi utilizado como justificativa para práticas
genocidas, raça deixou de ser um conceito científico.
• Atualmente, a ciência nega a existência de raças.
• Ao descrever a espécie humana, as diferenças
passaram a ser de cor de pele: branca, preta, parda, etc.
• A estratificação social também é marcada por gênero.
• É inegável que homens e mulheres têm diferenças
herdadas biologicamente e, em geral, também de
comportamento.
• Do ponto de vista biológico, algumas características
definem a diferença entre os sexos masculino e feminino.
• No que diz respeito, por exemplo, à organização
reprodutora impressa nos corpos, aos aspectos da
constituição hormonal, entre outros.
• Entretanto, esses elementos, que pertencem ao
âmbito da natureza humana, não definem.
• Nem determinam as características culturais que
delimitam as diferenças e as desigualdades entre os
gêneros masculino e feminino.
• A noção de gênero capta a dimensão social das diferenças sexuais.
• É por meio das estruturas de gênero que a diferença anatômica
ganha um sentido social.
• O gênero não deve ser confundido com a ideia de sexo, seja
masculino, seja feminino.
• O sexo se refere às características biológicas do corpo, como sua
anatomia.
• Já o gênero é a construção social do sexo e das diferenças sexuais.
• Do ponto de vista sociológico, constatar as diferenças
biológicas entre os sexos e as diferenças de
comportamento entre os gêneros não é suficiente.
• É preciso questionar três pontos principais:
• Qual é a origem dessas diferenças?
• Que significados elas assumem socialmente?
• Quais consequências sociais são produzidas por elas?
• Percebemos, com isso, que se devem explicar os
fenômenos de ordem social.
• Por exemplo, por que as atividades masculinas, em
geral, parecem ser mais valorizadas?
• A história dos movimentos sociais ajuda a entender as
transformações mais amplas nas representações e nas
práticas sobre as diferenças de gênero, e também de
sexualidade, na sociedade brasileira contemporânea.
• Na política, por exemplo, foram criados instrumentos
legais, as ações afirmativas, para incentivar a participação
feminina nos partidos e nas eleições.
• No mercado de trabalho, vários mecanismos
protegem as mulheres da discriminação.
• E, na vida conjugal, desde a Constituição de 1988, a
mulher não é mais considerada subordinada ao
homem ou dependente dele.
• Uma recente e importante conquista foi a Lei Maria
da Penha, de 2006, que pune com maior rigor a
violência doméstica.
MOBILIDADE
SOCIAL
• Qual é a probabilidade de um jovem, cuja família está
na linha da extrema pobreza, pegar o “elevador” social
e ascender aos “andares” superiores?
• A mobilidade social se refere ao movimento de
indivíduos ou grupos entre os diferentes níveis da
hierarquia social.
• As características da mobilidade social, ou seja, as
taxas e os padrões de mobilidade, podem ser
consideradas indicadores do grau de permeabilidade,
ou de fluidez, de determinada sociedade.
• Observar a mobilidade social é também perceber
quem ocupa cada posição e os determinantes disso.
• A baixa mobilidade reduz a satisfação de vida, o
bem‑estar e a coesão social.
• Prejudicando até mesmo o desenvolvimento
econômico potencial de um país ou uma região.
• No geral, o contexto de vida dos pais tem papel
fundamental na mobilidade dos filhos.
• Nesse sentido, diversos fenômenos são analisados pela
Sociologia.
• A mobilidade intergeracional compara a posição atual dos
indivíduos com a de seus pais e demais antepassados;
• Já quando observamos as mudanças no ciclo de vida dos
indivíduos, falamos de mobilidade intrageracional;
• Por fim, a mobilidade também pode ser examinada
pelos fatores que levaram a tal transição.
• A mobilidade que ocorre como resultado de
mudanças na estrutura ocupacional de uma sociedade
é chamada estrutural.
• Uma economia forte pode criar novas opções de
mobilidade ascendente.
• As circunstâncias do “ponto de partida” dos indivíduos são
importantes para entender a dificuldade em melhorar os
índices de desigualdade social.
• Na ilustração abaixo, por exemplo, note que o ponto de
partida é o mesmo para todos.
• Mas, no caso das mulheres, os diversos obstáculos
encontrados à frente as colocam em situação de
desvantagem em relação aos homens.
• Agora, imagine se, além disso, o ponto de partida já fosse
muito desigual, desalinhado, e elas começassem bem atrás
dos homens.
• Será que conseguiriam alcançá‑los facilmente?

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