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CONSCIÊNCIA HISTÓRICA,

APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO DO
PENSAMENTO HISTÓRICO: QUESTÕES
E DESAFIOS EM TEMPOS DE
DESASSOSSEGO.
FORMAR PESSOAS AGUERRIDAS COM AS
ARMAS DA CRÍTICA E COM A CRÍTICA ÀS
ARMAS. (Michelle Perrot, 1984)

Maria Auxiliadora Schmidt (DOLINHA)


lapeduh.wordpress.com
dolinha08@uol.com.br
.
INTRODUÇÕES

1. A EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL E SOCIAL COM


O CONHECIMENTO E SEU SIGNIFICADO PARA A
ESCOLARIZAÇÃO. (EPISTÊMICO, ÉTICO,NORMATIVO,
DE RECONSTRUÇÃO JUSTA DO
PASSADO,EPISTEMOLÓGICO).

2. EDUCAÇÃO HISTÓRICA: CAMPO QUE TEM COMO


REFERÊNCIA A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO
HISTÓRICO E
A TEORIA DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA

3. A CONSCIÊCIA HISTÓRICA COMO LUGAR DA


APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA : O PROJETO
EMANCIPATÓRIO DO NOVO HUMANISMO.
O QUE SIGNIFICA FORMAR O
PENSAMENTO HISTÓRICO?
JÖRN RÜSEN (2012):

SE OS ACERVOS DO SABER HISTÓRICO NÃO


FOREM INTEGRADOS A MODELOS DE
INTERPRETAÇÃO E, QUANDO INTERPRETADOS,
PASSAREM A FAZER PARTE DA ORIENTAÇÃO DA
VIDA HUMANA PRÁTICA, ELES SERÃO SABERES
MORTOS E ACABARÃO POR FUNCIONAR COMO
SEQUESTRADORES DA SUBJETIVIDADE E DA
OBJETIVIDADE EM RELAÇÃO AO PASSADO NA
APROPRIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DO TEMPO,
DIFICULTANDO E/OU IMPOSSIBILITANDO A
CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES INDIVIDUAIS E
COLETIVAS.
DESAFIOS PARA APRENDIZAGEM E
FORMAÇÃO DO PENSAMENTO
HISTÓRICO
DESAFIO 1 – APRENDIZAGEM HISTÓRICA NA
RELAÇÃO COM A VIDA COTIDIANA OU COM A VIDA
HUMANA PRÁTICA?
- O CONTEXTO ATUAL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS MUNDIAIS
E NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO. CONSEQUÊCIAS PARA
O ENSINO DE HISTÓRIA:
- PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS: CONTEXTUALIZAÇÃO,
COMPETÊNCIAS E INTERDISCIPLINARIDADE.
- PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR:
PROFISSIONALIZAÇÃO PARA O MERCADO;
EPISTEMOLOGIA DA PRÁTICA X EPISTEMOLOGIA DA PRAXIS.
RELAÇÃO COM O COTIDIANO OU COM A VIDA
HUMANA PRÁTICA?

A PRAXIS QUE SUBVERTE E A PRAXIS QUE SE


SUBVERTE:
O COTIDIANO NÃO SE EXPLICA EM SI, MAS
ATRAVÉS DA HISTÓRIA QUE É FEITA POR HOMENS E
MULHERES REAIS, QUE ESTABELECEM RELAÇÕES
ENTRE SI E COM O MUNDO ATRAVÉS DO TRABALHO
EM SUA DIMENSÃO DE PRÁXIS HUMANA; RELAÇÕES
QUE SÃO DE EXPLORAÇÃO OU DE SOLIDARIEDADE,
DE SUBMISSÃO OU DE RESISTÊNCIA, EM FACE DA
DIFERENTE DISTRIBUIÇÃO DOS MEIOS
RESPONSÁVEIS PELA PRODUÇÃO DA RIQUEZA E, EM
CONSEQUÊNCIA, DO CONHECIMENTO.
DESAFIO 2

2.I - APRENDIZAGEM COMO POSSIBILIDADE DE


INTERNALIZAÇÃO DE UMA ORIENTAÇÃO TEMPORAL
E RECONSTRUÇÃO DO PASSADO A PARTIR DO
PRESENTE.
PROFESSOR 1:
Pensando nesta questão de pegar o dia-a-dia da vida
deles, eu estava falando das Cruzadas, daí eu falei dos turcos e na
mesma época aconteceu aquela invasão dos judeus no navio, daí eu
usei a bandeira dos turcos para dizer que o navio era turco, que tinha a
bandeira pendurada e eu puxei a questão para a guerra de Israel e dos
Palestinos e acho que eles estavam vendo aquilo na TV e foi uma
forma bacana, assim, e estou dando continuidade, engatei já nos
Hebreus e foi uma coisa que significou bastante para eles entenderem
o conteúdo.(Profa. Mariana, 2010, Apud SILVA, 2011, p.104).
2.2 - APRENDIZAGEM COMO POSSIBILIDADE DE
INTERPRETAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO NA
FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA PELOS
SUJEITOS:
Professor 2:
ENTÃO EU ACREDITO MESMO QUE A PARTIR DE
INFERÊNCIAS DE FONTES, A PARTIR DE
EVIDÊNCIAS, O ALUNO CONSTRÓI A SUA
ARGUMENTAÇÃO, QUANDO ELE COMEÇA A
COLOCAR EM QUESTÃO A OPINIÃO QUE ELE TINHA,
QUANDO ELE UTILIZA A HISTÓRIA PARA SE
COLOCAR A FAVOR OU CONTRA, E DE MODO
ARGUMENTATIVO, EU ACHO QUE ISSO É UM
EXEMPLO DE APRENDIZAGEM HISTÓRICA.
(PROF. MARCOS, 2011.APUD DIVARDIM, 2012,
P.135).
DESAFIO 3 – APRENDIZAGEM HISTÓRICA E
FORMAÇÃO DO PENSAMENTO HISTÓRICO
COMO APREENSÃO DA MUDANÇA
TEMPORAL.

- APRENDER HISTÓRIA É APRENDER A


TEMPORALIZAR A (S) HUMANIDADE (S),
PRODUZINDO O SENTIDO HISTÓRICO. (J.Rüsen).
- DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DO SENTIDO
HISTÓRICO: INTERPRETAÇÃO, ORIENTAÇÃO E
MOTIVAÇÃO.
- PERGUNTAS: como eu me coloco numa situação
de mudança temporal? Como eu articulo o meu
tempo ao tempo do outro, como o tempo do outro
me inclui? Onde é o meu lugar no tempo? O que eu
posso fazer no presente e planejar o futuro e como?
DESAFIO 4: A APRENDIZAGEM HISTÓRICA
COMO APREENSÃO DA AÇÃO HUMANA NA
VIDA PRÁTICA

4.1 - a aprendizagem do passado tem significado


quando o sujeito se entende como um agente ativo
no presente.
4.2 - a historiografia e a ideia de ação: grandes
homens, classes, processos, pessoas comuns.
4.3 – a apreensão da ação humana é sempre
multiperspectivada.
DESAFIO 5 - COMO REALIZAR UM DIÁLOGO
HISTÓRICO NA RECONSTRUÇÃO DO
PASSADO?
5.1 - aprender a ler, questionar e interpretar
a maneira pela qual o passado está no
presente por meio dos vestígios e da
memória indiciários de sua existência,
transformando-os em evidências
5.2 – reconstruir e narrar as nossas próprias
explicações sobre as relações entre o
passado e o presente, a história de outros
povos, outras pessoas, e a nossa própria
história. Para isso podemos usar a escrita, o
desenho e outras linguagens que existem.
CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS, PRÁTICAS E
POLÍTICAS.
- MUDANÇAS NO EIXO REFERENCIAL DA DÍDÁTICA
DA HISTÓRIA NUMA PERSPECTIVA DE APRENDER
E ENSINAR A RECONSTRUIR O PASSADO –
NECESSIDADE DE DESENVOLVER EXPERIÊNCIAS,
INVESTIGAÇÕES E RENOVAR CONCEPÇÕES DE
APRENDIZAGEM DAS PROPOSTAS CURRICULARES
E MANUAIS DIDÁTICOS.
- DIDÁTICA DA HISTÓRIA E UM NOVO HUMANISMO:
insegurança da identidade histórica, das pressões
relacionadas à diversidade cultural, das críticas ao
pensamento ocidental, de novas relações com a
natureza e de novas relações com o “outro”.
CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS, PRÁTICAS E
POLÍTICAS
Apreensão concreta do mundo e do passado da humanidade,
reconhecendo-os como algo que diz respeito a si e ao outro,
não como algo abstrato, mas como um “desafio histórico, em
sua relação contraditória com a desumanização que se verifica
na realidade objetiva em que estamos. Isso significa que
desumanização e humanização não podem ocorrer a não ser
na história mesma dos homens. A emancipação não se dá
dentro da consciência dos homens, isolada do mundo, mas na
práxis dos homens dentro da história que, implicando a relação
consciência-mundo, envolve a consciência critica desta relação.
Rüsen, (2013) indica que é necessário perceber e entender o
que significa tornar-se humano em outros tempos e lugares,
pois não há sombras que não possam ser consideradas
História. Mas a História não é cor de rosa, História é conflito.
História é também um processo de se sobrepor à
desumanização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Um país mudo, não muda”.
Como a história nos mostra, vivemos momentos de manifestações e
inquietações e precisamos reconstruir o presente,
perspectivando o futuro com cuidado, evitando o perigo de que
os elementos da utopia deixem de ser pervertidos em
instrumentos de poder e violência, para transformá-los em elixir
de nossa visão crítica das atuais condições de desenvolvimento
de nós mesmos, do nosso país e do mundo. Sendo assim,
poderíamos revisitar Marc Bloch, buscando responder às nossas
questões, como historiadores professores desassossegados, que
recorrem ao passado para interpretar o humano que existe em
nós mesmos e à humanidadePara suprir as carências do presente
e perspectivar o futuro, utopicamente.
 

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