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CURSO: DIREITO

DISCIPLINA: FILOSOFIA GERAL


PROF. JOÃO RONALDO
“NÃO SE APRENDE
FILOSOFIA, MAS A
FILOSOFAR”.
KANT
IGNORÂNCIA E VERDADE
 A Filosofia é uma decisão ou deliberação orientada
por um valor: a verdade.

 A Filosofia é o desejo do verdadeiro que move a


Filosofia e suscita (instiga) os filósofos.

 Afirmar que a verdade é um valor significa que ela


dá um sentido as coisas pois, se não tivessem sentido
seria algo falso.
IGNORÂNCIA, INCERTEZA E
INSEGURANÇA
 A ignorância pode ser tão profunda que nem
sequer a percebemos ou a sentimos.

 A ignorância se manifesta quando pensamos


ou achamos que sabemos tudo, é neste
momento que nossas crenças e opiniões
mostram que, tudo do que preciso para viver
já está pronto, sem necessidade de alteração
alguma.
 A incerteza é diferente da ignorância, pois é nela que
descobrimos que somos ignorantes.

 A dúvida nos leva a questionamentos e indagações.


Será que sempre tenho as respostas?

 O espanto e a admiração nos fazem querer saber o


que não sabíamos, e criam o desejo de superar a
incerteza.
DESEJO DA VERDADE
 O desejo da verdade aparece muito cedo nos
seres humanos. Por isso, desde cedo, vemos as
crianças perguntarem aos pais "é de verdade
ou é de mentira?".

 Quando crianças, estamos sujeitos a duas


decepções: a de que os seres, as coisas não
existem "de verdade" e a de que os adultos
podem dizer-nos falsidades e nos enganar.
 Essa dupla decepção pode acarretar dois
resultados opostos: ou a criança se recusa a sair
do mundo imaginário e sofre com a realidade
como alguma coisa ruim e hostil a ela.

 Nesse segundo caso, a criança também se


coloca na disposição da busca da verdade.
 Assim, nas vária fases de nossa vida, a
busca da verdade está sempre ligada a uma
decepção, a uma desilusão, a uma dúvida, a
uma perplexidade, a uma insegurança ou,
então, a um espanto e uma admiração diante
de algo novo e insólito.
DIFICULDADES PARA A BUSCA
DA VERDADE
 Em nossa sociedade, é muito difícil despertar nas
pessoas o desejo de buscar a verdade?

 Infelizmente sim, pois são tantas informações que se


torna tão difícil analisar e buscar a verdade.

 Outra dificuldade para fazer surgir o desejo da busca


da verdade, em nossa sociedade, vem da propaganda,
pois ela trata todas as pessoas – crianças, jovens,
adultos, idosos – como crianças extremamente
ingênuas.
 A propaganda nunca vende um produto dizendo o que
ele é e para que serve. Ela vende o produto rodeando-
o de magias, belezas, dando-lhe qualidades que são
de outras coisas, as vezes até mesmo como sendo
idéia de felicidade.

 Uma outra dificuldade, é a atitude dos políticos nos


quais as pessoas confiam, dando-lhes o voto e vendo-
se, depois, enganadas.
 Em vista disso, a tendência das pessoas é
julgar que é impossível a verdade na política.

 Essas dificuldades enfrentadas podem


desencadear em muitas pessoas dúvidas, que
as façam desejar conhecer a realidade.

 Para essas pessoas, surgem o desejo e a


necessidade da busca da verdade.
SÃO DOIS OS TIPOS DE BUSCA
DA VERDADE:
 O que nasce da decepção, da incerteza e da
insegurança e, por si mesmo, exige que saiamos
de tal situação readquirindo certezas.
 O que nasce da deliberação ou decisão de não
aceitar as certezas e crenças estabelecidas , de ir
além delas e de encontrar explicações,
interpretações e significados para a realidade. Esse
segundo tipo é a busca da verdade na atitude
filosófica.
BUSCANDO A VERDADE
 O que é dogmatismo?

 É uma atitude natural e espontânea que temos


desde crianças. É nossa crença de realmente o
mundo existe e que é exatamente da forma
como o percebemos.

 A atitude dogmática é conservadora, isto é


sente receio das novidades, do desconhecido.
 O conservadorismo pode ainda aumentar o
dogmatismo, pois se torna preconceito.

 A filosofia é herdeira de três grandes


concepções de verdade: a do ver-perceber, a
do falar-dizer e a do crer-confiar.
AS CONCEPÇÕES DA VERDADE
 Em grego, verdade se diz aletheia, significando não-
oculto, não-escondido, não-dissimulado. O verdadeiro
é o que se manifesta aos olhos do corpo e do espírito;
a verdade é a manifestação daquilo que é ou existe tal
como é.

 O verdadeiro se opõe ao falso, pseudos, que é o


encoberto, o escondido, o dissimulado, o que parece
ser e não é como parece. O verdadeiro é o evidente ou
o plenamente visível para a razão.
 Em latim, verdade se diz veritas e se refere à
precisão, ao rigor e à exatidão de um relato, no
qual se diz com detalhes, pormenores e
fidelidade o que aconteceu.

 Verdadeiro se refere, portanto, à linguagem


enquanto narrativa de fatos acontecidos,
refere-se a enunciados que dizem fielmente as
coisas tais como foram ou aconteceram.
 Em hebraico, verdade se diz emunah e
significa confiança. Agora são as pessoas e é
Deus quem são verdadeiros. Um Deus
verdadeiro ou um amigo verdadeiro são
aqueles que cumprem o que prometem, são
fiéis à palavra dada ou a um pacto feito; enfim,
não traem a confiança.
 Aletheia se refere ao que as coisas são; veritas
se refere aos fatos que foram; emunah se refere
às ações e coisas que serão.

 A nossa concepção da verdade é uma síntese


dessas três fontes e se refere à própria realidade,
à linguagem e à confiança-esperança.
DIFERENTES TEORIAS SOBRE A
VERDADE
 Existem diferentes concepções filosóficas sobre a
natureza do conhecimento verdadeiro.

 Quando predomina a aletheia a marca do


conhecimento verdadeiro é a evidência. Uma idéia é
verdadeira quando corresponde à coisa que é seu
conteúdo.

 Quando predomina a veritas, a verdade depende do


rigor e da precisão na criação e no uso de regras de
linguagem.
 O critério da verdade é dado pela coerência interna ou
pela coerência lógica. A marca do verdadeiro é a
validade lógica de seus argumentos.

 Quando predomina a emunah, considera-se que a


verdade depende de um acordo ou de um pacto de
confiança entre os pesquisadores, que definem um
conjunto de convenções. A verdade se funda,
portanto, no consenso e na confiança recíproca.
 que somos seres dotados de linguagem e que
ela funciona segundo regras lógicas
convencionadas e aceitas por uma
comunidade;
 que os resultados de uma investigação devem
ser submetidos à discussão e avaliação pelos
membros da comunidade de investigadores
que lhe atribuirão ou não o valor de verdade.
 Existe ainda uma quarta teoria da verdade.
Trata-se da teoria pragmática, para a qual um
conhecimento é verdadeiro por seus resultados
e suas aplicações práticas, sendo verificado
pela experimentação e pela experiência.
 Na primeira e na quarta teoria, a verdade é o
acordo entre o pensamento e a realidade.

 Na segunda e na terceira teoria, a verdade é o


acordo do pensamento e da linguagem consigo
mesmos, a partir de regras e princípios que o
pensamento e a linguagem deram a si mesmos,
em conformidade com sua natureza própria,
que é a mesma para todos os seres humanos.
Verdade Pragmática
 Um conhecimento é verdadeiro não só quando
explica alguma coisa ou algum fato, mas
sobretudo quando permite obter consequências
práticas e aplicáveis.
A verdade é, ao mesmo tempo, frágil e
poderosa. Frágil porque os poderes
estabelecidos podem destruí-la.
Poderosa, porque a exigência do
verdadeiro é o que dá sentido à
existência humana.

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