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PDA/PDCJ

• CURSO: Licenciatura em Educação Básica


CTSP em Acompanhamento de Crianças e
Jovens

• SEMESTRE: 1º

• DOCENTE: Prof. Doutora Cristina Machado


PDA/PDCJ

• SUMÁRIO

A. Componente Teórica:
4. Desenvolvimento Moral: Teoria de Desenvolvimento Moral de L.
Kohlberg:
4.1. O nível da moralidade pré convencional;
4.2. O nível da moralidade convencional;
4.3. O nível da moralidade pós convencional.

B. Componente Prática:
Leitura e reflexão sobre um Dilema descrito por L. Kohlberg.
O Juízo Moral em J. Piaget
• Piaget: estudo da evolução do Juízo Moral na
infância // relação com o desenvolvimento
cognitivo

• O que é a moralidade?
- questão de resposta complexa, embora
tenhamos esse conceito
- importância das relações moral / ética, com
tendência, cada vez mais, a serem distinguidas
O Juízo Moral em J. Piaget
• Essência da Moralidade (Piaget):

- respeito do indivíduo pelas regras


sociais;

- respeito do indivíduo pelo


desenvolvimento da justiça, no sentido da
reciprocidade e da igualdade.
O Juízo Moral em J. Piaget

• De acordo com Piaget, a evolução do


Juízo Moral acontece na infância, de uma
moral heterónoma para uma moral
autónoma
O Juízo Moral em J. Piaget
• Caraterísticas da Moral Heterónoma:

a) submissão a regras exteriores, consideradas


sagradas e intangíveis;

b) a moralidade de um ato é determinada pela


consideração das suas consequências
materiais: um comportamento é tido como bom
se se conforma a regras estabelecidas e não
implica punição ou desaprovação.
O Juízo Moral em J. Piaget
• Caraterísticas da Moral Autónoma:

a) a sua essência consiste na cooperação e na


reciprocidade;

b) os julgamentos e os juízos de valor


estabelecem-se de uma forma autónoma;

c) o indivíduo faz e interioriza as suas regras


morais, que considera modificáveis.
O Juízo Moral em J. Piaget
• Na infância, o desrespeito pelas regras implica
geralmente sanções, que podem ser expiatórias ou por
reciprocidade

• Sanções Expiatórias:
- Representadas por um castigo, a reconduzir à
obediência.

• Sanções por Reciprocidade:


- Têm como objetivo a compreensão da necessidade de
uma cooperação entre diferentes pessoas.
O Juízo Moral em J. Piaget

• Até aos 6 / 7 anos, as crianças consideram as


sanções expiatórias as mais justas e eficazes

• Por volta dos 11 / 12 anos, passam a julgar


mais justas e eficazes as sanções por
reciprocidade
O Juízo Moral em J. Piaget
• Questão: “ O que é a moralidade?”

• Uma criança que quebra acidentalmente quinze


chávenas deve ser mais punida do que uma outra
criança que quebra uma chávena ao pegar num frasco
de compota para satisfazer a sua gulodice?

• A mentira de um rapaz que teve medo de um cão que


descreve como “tão grande como uma vaca” é mais
grave do que a de uma menina que mente ao contar que
teve boas notas na escola para se fazer recompensar
pela mãe?
O Juízo Moral em J. Piaget

• Um rapaz deveria fazer, além do trabalho


que lhe pediu a mãe, o de um irmão
preguiçoso que se subtraiu ao seu?

• Um irmão mais velho deveria contar ao


pai, que regressava de viagem, a
desobediência do seu irmão mais novo
que lhe ficara entregue?
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
• L. Kohlberg:

- a partir de numerosas investigações, longitudinais e


transversais, desenvolveu e completou os trabalhos
de Piaget sobre o Juízo Moral na criança,
prolongando este estudo a adolescentes e adultos

- criou uma importante teoria explicativa do


desenvolvimento moral, a partir da utilização de uma
metodologia constituída pelo diálogo com o sujeito,
relativo a situações hipotéticas representativas de
atitudes e julgamentos morais – os Dilemas
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
• L. Kohlberg distinguiu três tipos diferentes de relações
entre o sujeito e as regras e expectativas da sociedade:

- nível de moralidade pré convencional (crianças até


aos 9 anos, aproximadamente, alguns adolescentes e
adultos, criminosos);

- nível de moralidade convencional (maioria dos


adultos e adolescentes);

- nível de moralidade pós convencional (minoria de


adultos, não se atinge antes dos 20 anos).
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
 Nível da Moralidade Pré Convencional:
- Este nível divide-se em 2 Estádios:

Estádio I: Orientação punitiva e obediência à


autoridade

 Neste estádio, o sujeito obedece a pessoas investidas


de prestígio ou de poder, habitualmente os pais, no
sentido de evitar as punições.

 Não é capaz de ter em consideração as intenções,


somente a responsabilidade objetiva.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
Estádio II: Orientação ingenuamente hedónica e
instrumental

 Neste estádio, o sujeito define as ações como justas se


essa definição o satisfaz a ele próprio e, acessoriamente, as
outras pessoas.

 Se existem sentimentos de reciprocidade e partilha, trata-


se de uma reciprocidade egoísta e calculadora, segundo o
principio “É preciso dar a quem dá”, e não baseada em
lealdade, gratidão, justiça, generosidade ou simpatia.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
• Enquanto no estádio I o sujeito vê unicamente a
sua própria perspetiva, neste estádio já há a
consideração da perspetiva do outro, e o sujeito
antecipa as reações e consequências, positivas
ou negativas, das ações.

• Nos estádios I e II do nível da moralidade pré-


convencional, a moralidade e a perspetiva do
sujeito é a de um sujeito individual, isolado.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
 Nível da Moralidade Convencional:

 É o nível em que se situa a maioria dos adolescentes e dos adultos


da nossa sociedade.

 Neste nível, as regras e as expetativas da sociedade são


consideradas um valor, independentemente das suas
consequências, e o sujeito sente-se identificado com quem as
mantém e garante.

 O sujeito categoriza as ações em boas e más conforme mantêm ou


não a ordem social convencional e correspondem às expetativas da
sociedade.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
- Este nível divide-se em 2 estádios:
Estádio III: Orientação em função das relações
interpessoais, ou moralidade do “tipo
simpático” ou “bom rapaz”

 O sujeito considera que os seus atos são bons


se merecem a aprovação dos outros,
fundamentando sempre os seus juízos de valor
sobre as reações dos outros e conformando-se à
maioria.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
Estádio IV: Moralidade da autoridade e da
manutenção da ordem social

 É a moralidade “da lei e da ordem”, em que o


sujeito já não se conforma somente aos padrões
dos outros mas submete-se à ordem social
como tal, e ao respeito da autoridade.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
 Nível da Moralidade Pós Convencional:

 É o nível da autonomia e dos princípios morais


pessoais, em que o sujeito se esforça por definir
valores morais e princípios independentemente
da autoridade dos outros ou da sua identificação
a estes, baseado numa melhor compreensão da
universalidade dos princípios morais. É uma
perspetiva individual, “anterior à sociedade”, mas
universal.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
- Este nível divide-se em 2 estádios:

Estádio V: Moralidade do contrato social, dos


direitos individuais e da lei
democraticamente aceite

 Neste estádio surge uma nova flexibilidade das


crenças morais, em que a ação justa é definida
em termos de direitos individuais e em termos
de critérios examinados de maneira crítica.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
 O sujeito tem uma clara consciência da relatividade dos
valores e das opiniões pessoais, dando uma grande
importância ao processo pelo qual se chega a um
acordo.

 A lei é reconhecida como critério último do que é justo,


embora seja percebida como sendo por vezes injusta ou
somente como uma entre várias possibilidades,
considerando-se que, em caso de conflito, a lei deve
prevalecer, porque tem uma maior racionalidade
funcional para a sociedade.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
Estádio VI: Orientação dos Princípios Éticos
Universais

 Neste estádio, a conduta é independente das reações


do outro e orientada e solicitada por um ideal interiorizado,
que representa a crença do sujeito no valor da vida e no
respeito pelo indivíduo.

 Este ideal compreende princípios universais de justiça,


reciprocidade, igualdade, respeito pela dignidade dos seres
humanos, considerados como pessoas individuais.
O Desenvolvimento Moral em L.
Kohlberg
 O conflito moral é geralmente resolvido a partir
de princípios morais muito latos, tal como o
maior bem para o maior número, embora o
indivíduo tenha consciência da importância da
lei e do contrato social.
Componente Prática

• Questão: Leitura e reflexão sobre um


Dilema descrito por L. Kohlberg.

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