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Aula 09 - em Tempos de Pandemia, Os Efeitos Da Gripe Espanhola No Brasil
Aula 09 - em Tempos de Pandemia, Os Efeitos Da Gripe Espanhola No Brasil
“A idéia de ‘esconder’ a doença fora sustentada no início da pandemia por instituições de prestígio,
como a Royal Academy of Medicine de Londres, mas em meados de setembro poucos ainda
acreditavam na suposta origem. Portanto, a explicação para a imputação do nome espanhola tem
raiz políticas, devendo-se também à posição de neutralidade da Espanhola durante a Primeira
Guerra Mundial, assim como às demonstrações de simpatia por parte de uma facção do governo
espanhol pelos alemães. Os ingleses foram os padrinhos, dando o nome com o qual a epidemia de
1918 ficou conhecida, e reafirmando uma tendência antiga de batizar com o nome do país vizinho,
como fizera no século XVII, as doenças que da Espanha atravessavam a fronteira e entravam em
seu país” (GOULART, 2003, p. 14).
Outra explicação é que esse nome teria sido dado pelos
franceses em uma atitude de xenofobia em função de
trabalhadores que vinham da Espanha para França e teriam
levado a doença.
“Tal fato certamente fez com que grande número de óbitos não viesse ao
conhecimento público. Além disso, a gripe era tomada por outras doenças
como tifo, febre amarela, varíola, cólera e peste bubônica, o que
atrapalhava o estabelecimento de medidas que visavam o socorro público
das vítimas e a adoção de uma profilaxia” (GOULART, 2003, p. 24.
Juntamente a isso ainda houve uma tentativa por parte das
autoridades públicas e sanitárias de inferir um caráter benigno da
gripe buscando reduzir a situação de pânico que poderia se
generalizar.
Criou-se uma ideia de que se fazia muito alarde acerca de uma doença
que já era corriqueira e isso teria fomentado uma incredulidade no
tocante ao perigo que esta representava.
“Para os jornalistas da revista, assim como para uma grande parcela
da população e dos grupos políticas de oposição ao governo
Wenceslau Brás, o combate à moléstia era tomado como pretexto para
intervenção na vida da população. Era um expediente para a
revitalização de medidas sanitárias vistas como coercitivas, e que
muitas críticas renderam à figura do sanitarista Oswaldo Cruz, durante
sua gestão frente à Diretoria Geral de Saúde Pública no início do
século” (GOULART, 2003, p. 30).
Em função do pânico generalizado que cada vez mais fez-se presente tentou-
se, em vão, censurar os jornais e reduzir a disseminação de informações.
Apesar disso faltavam alimentos, bem como remédios – A demanda tinha se tornado
alta demais em função da pandemia.