livros, construções para além dos inspirado nos estudos em Discursos de Deficiências e Genialidade Foucault aprofundar o entendimento de conceitos de Tatiana Apolinário Camurça sujeito, subjetivação, compreender a narrativa como Os livros autobiográficos, uma tecnologia que ao ser escritos por autistas, constituem produzida pelo sujeito opera, ao objeto de interesse de inúmeros mesmo tempo, sobre ele leitores curiosos sobre o autismo mesmo, fazendo-o pensar a si e de pesquisadores que mesmo. Trata-se de uma consideram a escrita de si tecnologia do eu justamente potente enquanto narrativa. porque ela tem a função de Nesse 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma reflexão: não basta garantir a presença desses alunos em sala de aula. Inclusão envolve também adaptar conteúdos, formar professores e desenvolver atividades e avaliações que considerem as características de cada estudante.
Número de alunos com autismo em escolas comuns cresce
37% em um 2019; aprendizagem ainda é desafio. A decisão de usar livros escritos por pessoas com autismo como materialidade da pesquisa, em considerá-los como o fio que conduzirá o estudo pretender compreender também como esses produtores de narrativas vivas retratam suas condutas individuais, como estabelecem experiências e modos de subjetivação consigo mesmo e com o mundo. Pretende-se com livros aproximar e construir um panorama de subjetividades e processos de subjetivação, ao colocar –se de forma ativa em suas narrativas construindo uma dimensão de vida como autores para além de uma visão clínica, jurídica ou jurídica.. A produção científica no Brasil sobre TEA e educação escolar limita-se na maior parte por discutir e apresentar realidades pontuais e locais de salas de aula da educação infantil. Mesmo alguns filmes e meios de comunicação midiáticos dificultam, deturpam e negativam ou de maneira genérica ou de forma debochada os aspectos de comportamento estereotipado. Essa maneira de trazer notícias, informações e matérias televisivas sobre uma condição de vida sem a participação dos próprios sujeitos, e ainda não ser possível declarar sob nenhum aspecto nenhuma unanimidade sobre essa população, uma vez tais tentativas de categorizar, classificar humanos sob um único viés sempre trará malefícios de diferentes dimensões Penso no termo sujeito, no mesmo termo atribuído por Foucault, “há dois sentidos para a palavra ‘sujeito’: sujeito submisso a outro pelo controle e dependência, e sujeito ligado à sua própria identidade pela consciência ou pelo conhecimento de si”. (FOUCAULT, 2014, p. 123). Ambos os sentidos apontam para uma constituição histórica e para as possibilidades de ação que o sujeito tem no interior das relações de poder. Ainda que determinadas relações impliquem em submissão, há sempre possibilidade de revoltar-se, de exercer novos modos de resistência. A subjetivação permite compreender como nos constituímos sujeitos a partir da relação com nós mesmos e com os outros, e como nos conduzimos diante das formas de governamento contemporâneas. De acordo com Foucault (2014, p. 133), “a ‘conduta’ é, ao mesmo tempo, o ato de ‘conduzir’ os outros (segundo mecanismos de coerção mais ou menos estritos) e a maneira de se comportar em um campo mais ou menos aberto de possibilidades”. Passeggi (2011) concorda em dizer que as fontes autobiográficas, engendradas a partir de histórias de vida, relatos orais, escritos, fotos, diários, biografias, cartas, memoriais, entrevistas, escritas escolares e videográficas, são elencados como objeto de investigação transversal nas Ciências Sociais e Humanas. Em Educação, a pesquisa (auto) biográfica amplia e produz conhecimentos sobre a pessoa em formação, as suas relações com territórios e tempos de aprendizagem e seus modos de ser, de fazer e de biografar resistências e pertencimentos. Ao olhar para mim, muitos de vocês devem estar se perguntando se fui mesmo eu quem escreveu este discurso. Afinal de contas, vocês provavelmente ouviram dizer que a maioria das pessoas autistas não verbais apresentam baixa cognição, nenhum discernimento, nenhuma teoria da mente ou mundo interior e pouca linguagem receptiva. Sabem quem lhes disse isso? Certamente não foram pessoas com autismo. A minha condição é muito mal entendida. Meu problema é causado pela má conexão entre meu cérebro e sistema motor. Então, acreditem, eu penso e compreendo, mesmo que não pareça. Adicione a tudo isso um sistema sensorial que não funciona bem e você terá uma ideia de como as coisas podem ser difíceis para mim. (Ido Kedar. Discurso na celebração dos Serviços de Defesa da Saúde Mental) A verdade é que é mais fácil lidar com o autismo em si do que com as suposições incorretas feitas pelos ditos especialistas e experts por aí. Uma criança presa dentro de si, com comprometimento motor e desequilíbrio sensorial, não pode escapar sozinha desta condição. Em consequência disso, são poucos os autistas não verbais que aprendem a comunicar-se. Os especialistas consolam-se dizendo que não podemos nos comunicar porque não temos compreensão. Eu me cansei desta situação porque sei que, por toda parte, existem autistas inteligentes, morrendo de tédio e solidão, sem poder comunicar uma ideia mais sofisticada do que suas necessidades básicas. Minha decisão, aos doze anos, foi de manifestar-me e corrigir esta má informação. A mim, foi negada uma educação no ensino fundamental porque a opinião dos experts era de que o currículo acadêmico estava além das minhas habilidades intelectuais. Hoje, no terceiro ano do ensino médio, eu curso matérias de nível superior e estou pronto para ir para uma universidade no ano que vem. Se meus pais tivessem dado ouvidos aos meus especialistas, eu ainda estaria paralisado nas expectativas do 1+2=3. As coisas estão mudando gradualmente. Outros autistas que sabem digitar também estão se manifestando. Deparamo-nos com a resistência de pessoas que acreditam mais em teorias do que na Verdade. Mas eu sei que, com o tempo, o paradigma atual será descartado, assim como tantas outras teorias incorretas o foram, e os não verbais terão em seu futuro pelo menos uma voz. Passei a primeira metade da minha vida completamente preso em silêncio. O segundo – em me tornar uma alma livre. Eu tive que lutar para conseguir uma educação. Agora eu sou um estudante de ensino regular. Eu me comunico, digitando em um iPad ou um quadro de letras. Meu livro, “Ido em Autismland” É um diário de autismo, contando a história dos meus sintomas, educação e caminhada da minha comunicação. Espero poder ajudar outras pessoas autistas encontrar uma maneira de sair de seu silêncio também João Paulo Vasconcelos O autor cresceu com a Síndrome Aqui o autor do livro é Costa .Editora :Cent ro Universitário de Asperger numa época em que enfático no conhecimento de Estácio do Ceará . esse diagnóstico não existia. Ano 2019 pg. 268 si, de sua condição e Desde criança, tinha dificuldades apresenta dois horizontes em relacionar-se com outras dentro do TEA, pessoas com pessoas. Na adolescência, os e sem oportunidades ainda problemas se agravaram e apenas fala que a qualidade de aos 40 anos Robison foi todos dentro do espectro do diagnosticado. TEA depende de ações, construções sociais do tempo presente O cérebro autista: Pensando através do espectro 2015 .Edição Português Autora: Selma Sueli Silva. Temple Ano 2015.pág.: 97 Desde que comecei a tomar Grandin Editora: Manduruvá. Ano. O livro em quadrinhos antidepressivos, no início dos anos (Autor), 2017 187 páginas. Amazon mostra o lado engraçado, 1980, a ansiedade tem estado sob Richard Kindle. irreverente, criativo, controle, provavelmente pelo Panek artistico da vida dos Autismo leve já é muito difícil bloqueio da forte reação do Rodrigo Tramonte cria de ser diagnosticado por estar sistema nervoso simpático. Mas a aventuras do Zé Azul. na linha limite com a vigilância continua presente, Os “normais” neurotipia no feminino, então, filtrando-se e sob a superfície. certamente descobrirão é como procurar uma agulha Meu sistema do medo está sempre que são muito mais no palheiro. A mulher já vem alerta para o perigo . parecidos com os autistas mais estruturada para as do que pensavam relações sociais e consegue copiar comportamentos.
AQUINO, Julio Groppa . A escrita como modo de vida: conexões e desdobramentos educacionais . Educação e Pesquisa [online]. 2011, v. 37, n. 3 [Acessado 11 Abril 2022] , pp. 641-656. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1517-97022011000300013>. Epub 24 Out 2011. ISSN 1678-4634. https://doi. org/10.1590/S1517-97022011000300013.
BARTHES, Roland. Inéditos, I: teoria. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
BRITO, José Domingos de (Org.). Como escrevo? 2. ed. São Paulo: Novera, 2007.
FOUCAULT, Michel. Conversa com Michel Foucault. In: ______. Repensar a política . Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, (Ditos & escritos VI). p. 289-347.
______. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
______. Eu sou um pirotécnico. In: POL-DROIT, Roger. Michel Foucault, entrevistas. São Paulo: Graal, 2006, p. 67-100.
______. História da loucura na Idade clássica 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
–––––––––. História da Sexualidade 3: o cuidado de si. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo: Paz & Terra, 2014d