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ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO

ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO

• Nem todas as respostas são reforçadas quando ocorrem:

- Nem todas as vezes que vamos a um bar é divertido;


- Nem sempre que jogamos somos vencedores;
- Nem sempre tiramos um boa nota quando estudamos;
- Nem todos os nossos pedidos são atendidos.

• Ou seja, muitos dos nossos comportamentos são


intermitentemente reforçados.

• Portanto, um comportamento não precisa ser reforçado todas as


vezes para continuar ocorrendo.
ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO

• O conceito de ESQUEMA DE REFORÇAMENTO diz respeito,


justamente, a quais critérios uma resposta ou conjunto de
respostas deve atingir para que ocorra o reforçamento.

• Ou seja, quais condições uma resposta deve obedecer para que o


estímulo reforçador seja liberado.

• Dois tipos: contínuo e intermitente.


ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO
CONTÍNUO

• ESQUEMA DE REFORÇAMENTO CONTÍNUO: toda


resposta é seguida da apresentação de um estímulo reforçador.

• Exemplo: Aceitar todos os convites do parceiro ou da parceira.

• No caso, a resposta de convidar para sair sempre é seguida de um


reforçador.
ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO
INTERMITENTE

• ESQUEMA DE REFORÇAMENTO INTERMITENTE:


algumas respostas são reforçadas e outras não.

• Exemplo: Checar notificações em redes sociais. (Likes em fotos


que você postou – nem sempre ocorrem).

• Nesse caso, o comportamento de checar notificações é mantido


por um esquema de reforçamento intermitente.

• Existem 4 tipos de reforçamento intermitente: razão fixa, razão


variável, intervalo fixo e intervalo variável.
ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO
INTERMITENTE

• RAZÃO FIXA E VARIÁVEL: requisito para liberação da


consequência reforçadora é o número de respostas emitidas.

- Razão fixa: sempre o mesmo número de respostas para obter


reforço (ex: fábricas que pagam por nº de peças produzidas; para o
aluno ser aprovado ele precisa fazer 2 provas por semestre.).

- Razão variável: número de respostas para apresentação do reforço


se modifica a cada nova apresentação (ex: máquina de caça
níqueis – puxar a alavanca 117 vezes até ganhar e na próxima 62
vezes).
ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO
INTERMITENTE

• INTERVALO FIXO E VARIÁVEL: requisito é passagem de


certo período de tempo desde o reforçamento da última resposta.

- Intervalo fixo: o intervalo entre a apresentação do último


reforçador e a disponibilidade do próximo é sempre o mesmo para
todo reforçamento (ex: adolescente ganhar dinheiro dos pais
somente após cinco dias desde a última solicitação atendida).

- Intervalo variável: o intervalo entre a apresentação do último


estímulo reforçador e a do seguinte não são os mesmos (ex: trocar
estação de rádio até encontrar uma música que goste – pode ser
em cinco minutos ou treze; buscar vagas de estágio em
psicologia).
ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO

1) Modelagem e manutenção de novos comportamentos: os


esquemas de reforçamento contínuo são mais eficazes do que os
intermitentes.

2) Resistência a extinção: os esquemas de reforçamento


intermitente, principalmente os variáveis aumentam resistência
à extinção.

Ex: se uma mãe que reforçava as birras do seu filho


intermitentemente (às vezes sim, às vezes não) decidir não mais
atender à criança, seu filho demorará mais tempo para parar de
fazer birras em comparação a uma criança cuja mãe reforçava esse
comportamento continuamente (todas as vezes).
BEHAVIORISMO METODOLÓGICO X
BEHAVIORISMO RADICAL
BEHAVIORISMO

• Watson – Behaviorismo Metodológico: Comportamento


reflexo.

• Skinner – Behaviorismo Radical: Comportamento operante.


BEHAVIORISMO METODOLÓGICO

• Watson objetivava transformar a Psicologia em ciência do comportamento,


deixando de ser uma ciência da consciência.

• A observação se tornou fundamental para o Behaviorismo proposto por Watson.


O comportamento era definido como aquilo que é observável pelo outro, ou seja,
para ser considerado objeto de estudo do behaviorista, o comportamento deveria
afetar os sentidos do outro.

• Assim, o behaviorismo metodológico diz que a mente existe, mas nega seu
status científico quando afirma que não podemos estudá-la por ser inacessível.
Fazendo uso do mesmo argumento, nega também o status científico dos
pensamentos, emoções, sensações e outros eventos privados.
BEHAVIORISMO METODOLÓGICO

• A ciência do comportamento proposta por Watson estudaria, assim, apenas o


comportamento objetivamente observável.

• “Behavioristas metodológicos, assim como positivistas lógicos, argumentam


que a ciência deve restringir-se a eventos passíveis de serem observados por
duas ou mais pessoas; a veracidade de um fato depende da concordância. O
que se pode ver através da introspecção não se qualifica como tal. Existe um
mundo interno de sentimentos e estados da mente, mas ele está fora do
alcance de uma segunda pessoa e, portanto, da ciência. Certamente, essa não é
uma posição satisfatória. Como as pessoas se sentem é frequentemente tão
importante quanto o que elas fazem. O behaviorismo radical nunca assumiu
essa direção”(p. 13).
BEHAVIORISMO RADICAL

• O behaviorismo metodológico não nega a existência da mente.

• Já o behaviorismo radical nega a existência da mente enquanto


INICIADORA das ações (ou seja, você se comportou de
determinada maneira porque quis, ou porque sentiu vontade) e
passa a discutir a questão dos eventos privados enquanto
comportamentos cuja diferenciação se dá pela questão da
acessibilidade.
BEHAVIORISMO RADICAL

• “O behaviorismo radical restabelece um certo tipo de equilíbrio.


Não insiste na verdade por consenso e pode, por isso, considerar
os acontecimentos ocorridos no mundo privado dentro da pele.
Não considera tais acontecimentos inobserváveis e não os descarta
como subjetivos. Simplesmente questiona a natureza do objeto
observado e a fidedignidade das observações” (Skinner, 2003, p.
19)
BEHAVIORISMO RADICAL – CRÍTICAS
INFUNDADAS

• 1) O behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados


mentais;

• O Behaviorismo Radical rejeita a existência de consciência, sentimentos e


estados mentais de forma separada dos comportamentos para os quais são
utilizados como explicações.

• O Behaviorismo Radical não rejeita a consciência, os sentimentos e os


estados mentais, mas simplesmente os trata como termos psicológicos pouco
úteis que descrevem comportamentos, sendo estes, os comportamentos, os
objetos de estudo realmente relevantes para uma ciência do comportamento.
BEHAVIORISMO RADICAL – CRÍTICAS
INFUNDADAS

• 2) Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é


adquirido durante a vida do indivíduo;

• Um dos níveis de seleção é o filogenético, o qual se refere justamente aos


determinantes genéticos do comportamento. Para o Behaviorismo Radical,
uma descrição abrangente do comportamento deve compreender
determinantes inatos e aprendidos.

• Como a manipulação genética não é uma das ocupações da psicologia, nosso


foco recai sobre a aprendizagem. No entanto, é incorreto dizer que aspectos
genéticos não atuem na determinação do comportamento.
BEHAVIORISMO RADICAL – CRÍTICAS
INFUNDADAS

• 3) Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de


respostas a estímulos, descrevendo a pessoa como autômato, um robô, um
fantoche ou uma máquina;

• Uma das frases mais citadas de Skinner é: “Os homens agem sobre o mundo,
modificam-no e, por sua vez são modificados pelas consequências de sua
ação”. Podemos concluir que o ser humano age sobre o ambiente em vez de
meramente reagir a ele como uma espécie de fantoche.

• Entretanto, Skinner parte do pressuposto de que o comportamento é afetado


pelo ambiente e que, com base nas descrições das relações entre o
comportamento e o ambiente, é possível prevê-lo e controlá-lo. A
pressuposição da existência do livre-arbítrio é pouco útil para uma ciência do
comportamento que tem como objetivos a predição e o controle.
BEHAVIORISMO RADICAL – CRÍTICAS
INFUNDADAS

• 4) Não tenta explicar os processos cognitivos;

• Na realidade, ele tenta explicar qualquer comportamento, inclusive aqueles


resumidos pelo conceito de processos cognitivos. A oposição do
Behaviorismo Radical é à utilização dos processos cognitivos como
explicações para o comportamento (ficções explanatórias).

• Não faz sentido compartimentalizar o indivíduo em categorias de natureza


distinta (dualismo), uma relativa aos processos mentais ou cognitivos e outra
relativa ao corpo e ao comportamento observável. Menos justificável ainda é
pressupor que eventos de diferentes naturezas possam interagir e interferir na
ocorrência um do outro, como, por exemplo, os processos cognitivos terem
status de causa do comportamento.
BEHAVIORISMO RADICAL – CRÍTICAS
INFUNDADAS

• 5) Não considera as intenções ou os propósitos;

• As intenções e os propósitos são apenas outros modos de descrever o controle


das consequências sobre o comportamento. Nosso comportamento é
determinado pelos eventos ambientais, e as descrições que fazemos para nós
mesmos acerca das razões para emitirmos determinadas respostas não
necessariamente controlarão nosso comportamento.

• Uma coisa é admitir que os indivíduos têm intenções ou propósitos, o que o


Behaviorismo Radical faz, outra é admitir seu status de causa, o que essa
filosofia rejeita. Dito de maneira direta e simples: intenção e propósito não são
causas do comportamento, são termos relativos aos comportamentos que
precisam, eles mesmos, ser explicados em termos de interações entre o
indivíduo e seu ambiente.

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