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O

REFORÇAMENTO
PA RT E I

Prof. Felipe França


O COMPORTAMENTO OPERANTE PRODUZ
CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE
R → S (ou R → C)
Comportamento (resposta) → Consequência
Dizer “Oi!” → Outra pessoa responder “Olá!”
Apertar um botão → Chegada do elevador ao andar
Abrir uma torneira → Sair água da torneira
Fazer uma pergunta ao professor → O professor responder
Responder as atividades em sala → O professor elogiar

Entender o comportamento operante é fundamental para compreendermos


como aprendemos a falar, ler, escrever, raciocinar, abstrair, etc. (como
aprendemos a ser quem somos), ou seja, como se constrói o repertório
comportamental geralmente denominado de personalidade.
O C O M P O RTA ME N TO O P E R A N T E É
I N F LU E N C I A D O P O R S UA S C O N S E QU Ê N C I A S

As consequências que nossos


comportamentos produziram no
→ = passado influenciam sua ocorrência
futura (o comportamento é
controlado por suas consequências).

As consequências determinarão se os
comportamentos que as produziram
→ = ocorrerão com maior ou menor
frequência no futuro.

Tente lembrar de comportamentos cotidianos seus (o que você fez e o que aconteceu depois).
O que aconteceu depois influenciou de alguma forma o fato de você emiti-lo novamente em ocasiões
similares?
C O M P O RTA ME N TO S C O N S I D E R A D O S
I NA D E QUA D O S E S UA S P O S S Í V E I S
C O N S EQU Ê N C I A S
Comportamento (resposta) → Consequência
Fazer “bagunça” em sala de aula → Obter atenção do professor
Dizer que dirigiu em alta velocidade → Admiração dos amigos (de alguns)
“Matar” aula → Obter tempo livre para outras atividades
Fazer birra → Ganhar um brinquedo
“Furar” a fila → Chegar mais rápido ao caixa

Por que algumas crianças “são birrentas” e outras não?

• As que fazem birra frequentemente conseguem o que querem com isso; e


• As que, hoje, raramente fazem birra, muito provavelmente não
receberam, no passado, aquilo que queriam agindo assim.
UTILIDADE DESSE CONHECIMENTO
PARA PSICÓLOGOS
A. Podemos entender o que leva as pessoas a fazerem o que fazem, isto é, a
função de seus comportamentos, a partir da análise das consequências
de seus comportamentos; e
B. Se os comportamentos das pessoas e também de animais não humanos
são controlados por suas consequências, isso significa que podemos,
quando e se necessário, modificá-los por meio da alteração de suas
consequências.

Essa é a essência da AEC, cujo determinismo do comportamento se baseia


no modelo de seleção por consequências.
E X E M P LO S D E C O N T RO L E D O C O M P O RTA ME N TO P O R
S UA S C O N S E Q U Ê N C I A S

Rato em laboratório Criança birrenta


O rato encontra-se privado de água. A criança está no supermercado, vê um doce e pede
para seu pai. O pai diz “não”, e a criança começa a
Pressionar a barra (R) → água é disponibilizada (C) chorar.
Chorar no supermercado (R) → pai dar o doce (C)
Enquanto esse comportamento produzir água, o Cada vez que o pai der o doce quando a criança estiver
animal continuará pressionando a barra. chorando, ele, possivelmente, torna mais provável que
ela volte a chorar em situações semelhantes no futuro.
COMO MUDAR O COMPORTAMENTO DE
BEBÊ OU CRIANÇA “BIRRENTA”

• O que os pais podem fazer:


A. Não atender o filho quando ele pedir algo de forma socialmente inadequada, isto
é, fazendo birra; ou
B. Na medida do possível, atendê-lo quando pedir educadamente.

ATENÇÃO: As crianças agem assim porque fazer birra tem funcionado, ou seja, as
consequências reforçam esse comportamento.
CONSEQUÊNCIAS REFORÇADORAS
• É um tipo de consequência que aumenta a probabilidade de que volte a
ocorrer o comportamento que a produziu.
• Contingência de reforçamento: se... então... R→C
Se o comportamento X ocorrer, então a consequência Y ocorre.

Se então
ES TÍMULO REFORÇADOR
As alterações no ambiente – ou em partes dele – que constituem as consequências
reforçadoras.
No exemplo do rato na Caixa de Skinner, a consequência reforçadora é a
disponibilização da água, e o estímulo reforçador é a água propriamente dita.

ATENÇÃO: As características físicas de um estímulo, ou suas propriedades, não


podem, por si só, qualificá-lo como reforçador.

Se então
REFORÇAMENTO
O procedimento de apresentação desse estímulo e o seu efeito
sobre o comportamento.

Para determinarmos se um estímulo é reforçador, ou se uma consequência é reforçadora,


devemos considerar, necessariamente, o seu efeito sobre o comportamento.
Independentemente do estímulo, se o efeito de sua apresentação for o de aumentar a
probabilidade de ocorrência do comportamento que o produz, então ele será considerado
reforçador.

Se então
OUTROS EFEITOS DO REFORÇAMENTO
A) Diminuição da frequência de outros comportamentos diferentes do
comportamento reforçado.
Outro comportamento

Se então
OUTROS EFEITOS DO REFORÇAMENTO
Quando o comportamento de pressionar a barra emitido por um rato
começa a ser reforçado com água:
OUTROS EFEITOS DO REFORÇAMENTO
B) A diminuição da variabilidade na topografia da resposta reforçada.
A topografia da resposta é um conceito relativo à forma de uma resposta,
podendo envolver padrões sonoros de vocalizações ou de movimentos da
pessoa.

ATENÇÃO: Pode não parecer, mas essas três fotografias foram tiradas em
momentos diferentes (após esse comportamento ter sido reforçado mais de
100 vezes).
OUTROS EFEITOS DO REFORÇAMENTO
A forma como você abre portas, fala, escreve, dirige, entre outros exemplos,
é, provavelmente, quase sempre bem parecida, em função das repetidas
exposições às contingências de reforçamento de tais comportamentos.
PARA A PRÓXIMA AULA
• Leitura do texto “Aprendizagem pelas consequências: o reforçamento”, de
MOREIRA & MEDEIROS.
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1xoN-
lKq4NH2g2ncx3RnmM7yvELg9GFGL/view?usp=sharing
REFERÊNCIAS

BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo. Porto Alegre: Artmed, 2019.


MOREIRA, M. B. & MEDEIROS, C. A. Princípios básicos da análise do
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2019.

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