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TABELA PERIÓDICA

Prof. Raphael Coutinho


Facebook: @prof.raphaelcoutinho
INTRODUÇÃO: BASES DA ORGANIZAÇÃO DOS ELEMENTOS

• Em Química, os critérios utilizados para a organização dos elementos foram


estabelecidos ao longo do tempo.
• A tabela periódica ou classificação periódica dos elementos é um arranjo que permite
não só verificar as características dos elementos e suas repetições, mas também fazer
previsões.
• Em 1869, um professor de Química da Universidade de São Petersburgo (Rússia),
Dimitri Ivanovich Mendeleev (1834-1907), estava escrevendo um livro sobre os
elementos conhecidos na época — cerca de 63 —, cujas propriedades ele havia anotado
em fichas separadas.
• Ao trabalhar com suas fichas, ele percebeu que, organizando os elementos em função
da massa de seus átomos (massa atômica), determinadas propriedades se repetiam
diversas vezes, isto é, eram propriedades periódicas.
• Mendeleev organizou os elementos com propriedades semelhantes em colunas
verticais, chamadas grupos ou famílias, e em linhas horizontais, chamadas períodos, em
ordem crescente de MA (massa atômica), em que as propriedades variam. Em nosso
exemplo, teríamos:

• Naquela época, os químicos ainda não sabiam da existência de prótons e elétrons,


portanto também não conheciam a distribuição dos elétrons na eletrosfera.
• Em 1913, o inglês Moseley (1887-1915) verificou que as propriedades de cada
elemento eram determinadas pelo número de prótons, ou seja, pelo número atômico
(Z).
• Sabendo-se que em um átomo o número de prótons é igual ao número de elétrons, ao
fazermos suas distribuições eletrônicas, verificamos que a semelhança de suas
propriedades químicas está relacionada com o número de elétrons de sua camada de
valência, ou seja, pertencem à mesma família.
Com base nessa constatação, foi proposta a tabela periódica atual, na qual os elementos
químicos:
• estão dispostos em ordem crescente de número atômico (Z);
• originam os períodos na horizontal (em linhas);
• originam as famílias ou os grupos na vertical (em colunas).
ORGANIZAÇÃO DA TABELA PERIÓDICA
FAMÍLIAS OU GRUPOS

• A tabela periódica atual é constituída por 18 famílias ou grupos.

• Existem, atualmente, duas maneiras de identificar as famílias ou grupos. A mais comum


é indicar cada família por um algarismo romano, seguido das letras A e B, por exemplo,
IA, IIA, VB. Essas letras A e B indicam a posição do elétron mais energético nos
subníveis.

• No final da década de 80, a IUPAC propôs outra maneira: as famílias seriam indicadas
por algarismos arábicos de 1 a 18, eliminando-se as letras A e B.
Grupos 1 e 2; 13 a 18: Os elementos que constituem esses grupos são denominados
elementos representativos, e seus elétrons mais energéticos estão situados em subníveis
s ou p. Elas recebem ainda nomes característicos.

Nº de elétrons na Distribuição eletrônica


Grupo Nome
camada de valência da camada de valência
1 1 ns1 metais alcalinos
2 2 ns2 metais alcalino-terrosos
13 3 ns2 np1 grupo do boro
14 4 ns2 np2 grupo do carbono
15 5 ns2 np3 grupo do nitrogênio
16 6 ns2 np4 calcogênios
17 7 ns2 np5 halogênios
18 8 ns2 np6 gases nobres
Observação: Nessa configuração, n é igual ao número do nível de valência.
Observações:
1. O grupo 18 (0) recebeu esse número para indicar que sua reatividade nas condições ambientes é nula.
2. O elemento hidrogênio (H), embora não faça parte da família dos metais alcalinos, está representado na
coluna 1 por apresentar 1 elétron no subnível s na camada de valência.
3. O único gás nobre que não apresenta 8 elétrons na camada de valência é o He: 1s 2.

Grupos de 3 a 12: Os elementos desses grupos são denominados genericamente


elementos de transição. Uma parte deles ocupa o bloco central da tabela periódica, e
apresenta seu elétron mais energético em subníveis d.

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
d1 d2 d3 d4 d5 d6 d7 d8 d9 d10

A outra parte deles está deslocada do corpo central, constituindo as séries dos lantanídeos
e dos actinídeos. Essas séries apresentam 14 colunas. O elétron mais energético está
contido em subnível f (f1 a f14).
O esquema a seguir mostra o subnível ocupado pelo elétron mais energético dos
elementos da tabela periódica.
Períodos: Na tabela atual existem sete períodos, e o número do período corresponde à
quantidade de níveis (camadas) eletrônicos que os elementos químicos apresentam.
Veja alguns exemplos:

Localização na tabela periódica: A distribuição eletrônica do átomo de um dado


elemento químico permite que determinemos sua localização na tabela. Vejamos um
exemplo de como se pode localizar o elemento químico a partir da distribuição
eletrônica:
Características da distribuição eletrônica Localização e classificação
4 camadas (K, L, M, N) 4º período
7 elétrons na camada de valência (4s2 4p5) grupo 17 (halogênios)
elétron de maior energia situado no bloco p (elemento representativo)
subnível p (4p5)
CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS
Outra maneira de classificar os elementos é agrupá-los, segundo suas propriedades físicas
e químicas, em: metais, ametais, semimetais, gases nobres e hidrogênio.

Observação:
A linha vermelha, de acordo com sugestão da Sociedade Brasileira de Química, separa os
metais dos ametais. Os elementos próximos à linha são conhecidos por semimetais.
O hidrogênio
É um elemento atípico, pois possui a propriedade de se combinar com
metais, ametais e semimetais. Nas condições ambientes, é um gás
extremamente inflamável.

Gases nobres
Como o próprio nome sugere, nas
condições ambientes apresentam-se
no estado gasoso e sua principal
característica química é a grande
estabilidade, ou seja, possuem
pequena capacidade de se combinar
com outros elementos.
Ocorrência dos elementos

Oficialmente, são conhecidos hoje 118 elementos químicos, dos quais 91 são naturais
(encontrados na natureza) e 27 artificiais (produzidos em laboratório); estes últimos
podem ser classificados em:

• cisurânicos — apresentam número atômico inferior a 92, do elemento urânio, e são os


seguintes: tecnécio (Tc), astato (At), frâncio (Fr), promécio (Pm);

• transurânicos — apresentam número atômico superior a 92 e são atualmente em


número de 26.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDICAS
As propriedades periódicas são aquelas que, à medida que o número atômico aumenta,
assumem valores crescentes ou decrescentes em cada período, ou seja, repetem-se
periodicamente. Exemplo: o número de elétrons na camada de valência.
Raio atômico: o tamanho do átomo é uma característica difícil de ser determinada, pois a
eletrosfera de um átomo não tem fronteira definida. De maneira geral, para comparar o
tamanho dos átomos, devemos levar em conta dois fatores:
Generalizando:
• numa mesma família: o raio
atômico (tamanho do átomo)
aumenta de cima para baixo na
tabela, devido ao aumento do
número de níveis;
• num mesmo período: o
tamanho do átomo aumenta da
direita para a esquerda na
tabela, devido à diminuição do
número de prótons nesse
sentido, o que diminui a força
de atração sobre os elétrons.
Quanto maior o raio atômico, menor será a atração exercida pelo núcleo sobre o elétron
mais afastado; portanto, menor será a energia necessária para remover esse elétron.
Generalizando:

• numa mesma família: a energia de


ionização aumenta de baixo para
cima;
• num mesmo período: a E.I. aumenta
da esquerda para a direita.
Ao retirarmos o primeiro elétron de um átomo, ocorre uma diminuição do raio. Por esse
motivo, a energia necessária para retirar o segundo elétron é maior. Assim, para um
mesmo átomo, temos:
1ª E.I. < 2ª E.I. < 3ª E.I.
Esse fato fica evidenciado pela analogia a seguir, referente ao átomo de magnésio (Z =
12): 1s2 2s2 2p6 3s2
Grupo 1 Grupo 17
A medida experimental da afinidade eletrônica é muito Li F
difícil e, por isso, seus valores foram determinados para 60 kJ 328 kJ
poucos elementos. Veja no quadro ao lado alguns
K Br
valores conhecidos de eletroafinidade. Generalizando: 48 kJ 325 kJ
A eletronegatividade dos elementos não é uma grandeza absoluta, mas, sim, relativa. Ao
estudá-la, na verdade estamos comparando a força de atração exercida pelos átomos
sobre os elétrons de uma ligação. Essa força de atração tem relação com o raio atômico:
quanto menor o tamanho do átomo, maior será a força de atração, pois a distância núcleo-
elétron da ligação é menor. A eletronegatividade não é definida para os gases nobres.
Densidade: Experimentalmente, verifica-
se que:
a) Entre os elementos dos grupos 17, a
densidade aumenta, de maneira geral, de
acordo com o aumento das massas
atômicas, ou seja, de cima para baixo.
b) Num mesmo período, de maneira
geral, a densidade aumenta das
extremidades para o centro da tabela.
Assim, os elementos de maior densidade estão situados na parte central e inferior da tabela
periódica, sendo o ósmio (Os) o elemento mais denso (22,5 g/cm3).
Temperatura de fusão (TF) e temperatura de ebulição (TE):
Experimentalmente, verifica-se que:
a) Nos grupo 1 e 2, os elementos de maiores TF e TE estão situados na parte superior da
tabela. Na maioria das famílias, os elementos com maiores TF e TE estão situados
geralmente na parte inferior.
b) Num mesmo período, de maneira geral a TF e a TE crescem das extremidades para o
centro da tabela.

Assim, a variação das TF e TE na tabela


periódica pode ser representada como no
esquema ao lado.
Entre os metais, o tungstênio (W) é o que
apresenta maior TF: 3 410 ºC.
O carbono, por formar estruturas com
grande número de átomos, apresenta TF
(3550 ºC) e TE (4287 ºC) elevados.
Volume atômico: quando usamos a expressão volume atômico, não estamos nos
referindo ao “volume de um átomo”. Na verdade, usamos essa expressão para designar
— para qualquer elemento — o volume ocupado por uma quantidade fixa de número de
átomos.
O volume atômico sempre se refere ao volume ocupado por 6,02 · 1023 átomos, e pode
ser calculado relacionando-se a massa desse número de átomos com a sua densidade.
Assim, temos:

Por meio de medidas experimentais, verifica-se que:


• numa mesma família, o volume atômico aumenta com o aumento do raio atômico;
• num mesmo período, o volume atômico cresce do centro para as extremidades.
De maneira geral, a variação do volume atômico pode ser representada pelo seguinte
esquema:
As propriedades aperiódicas são aquelas cujos valores
variam (crescem ou decrescem) à medida que o número
atômico aumenta e que não se repetem em períodos
determinados ou regulares. Exemplos: a massa atômica
de um elemento sempre aumenta de acordo com o número
atômico desse elemento, o calor específico, a dureza, o
índice de refração etc.

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