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ASPECTOS JURÍDICOS NO

BANHO E TOSA

LUCIANE MARIA BREDA


ATRATIVOS DO PET SHOP

 Venda de filhotes; diversas cidades possuem regulamentações próprias que proíbem a


comercialização de filhotes.

 Clinica veterinária; até pouco tempo atrás, era proibido que clínica veterinária pudesse estar no mesmo local,
tendo que ter, inclusive, portas separadas. Hoje é possível, porém, com registros diversos, sendo o do profissional feito pelo CPF e o pet
shop do CNPJ.

 Venda de rações;
 Venda de medicamentos; é importante frisar que não pode ser prescrito e nem indicar medicamentos,
apenas a venda e de preferência tirar xerox da receita.

 Acessórios para os pets;


 Serviços de higienização e embelezamento. É aqui que vamos fazer as
considerações necessárias, mas já adianto que estaremos longe de zerar o assunto. Principalmente porque podemos, e devemos, tentar
evitar diversas situações, mas jamais seremos capazes de prever tudo.
RELAÇÃO PET SHOP X TUTORES

 Inicialmente, cabe destacar que a relação entre o


estabelecimento comercial e tutores é uma relação
consumerista, com previsão no Código de Defesa do
Consumidor. Porém, há também a responsabilidade civil
e o dever de indenizar, em caso de ato ilícito causado por
ação ou omissão. O tutor é o consumidor, previsto no art. 2º do CDC. Já o Pet Shop é o fornecedor, previsto no
art. 3º do CDC. A atividade “banho e tosa” é o serviço prestado, com previsão no art. 3º, § 3º do CDC. O serviço ofertado, banho e tosa, é
de resultado, portanto, qualquer defeito neste serviço pode ocasionar pedido de indenização nos moldes do art. 14 do CDC. É dever do
pet shop, no caso, demonstrar que o serviço prestado estava de acordo, art. 6º, VIII do CDC, através de filmagens, fotos, se for o caso,
conversas por whatsApp. Existe uma exceção que vem no art. 14, §3º quando a culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiros. O
direito a garantia da reparação dos danos morais estão previstos, principalmente, nos arts. 5º, X e art. 186, do CC. Como evitar que isso
aconteça? Essa pergunta que vale 1 milhão e não tem resposta milagrosa...
COMO EVITAR PROBLEMAS

 O estabelecimento comercial, a fim de evitar problemas,


deve planejar, antever e evitar fatos e acontecimentos
que possam onerá-lo além do faturamento com o serviço
prestado, através de câmeras, assessoria jurídica,
treinamento dos funcionários, ter em mãos o prontuário
com o máximo de informações possível, todos os
contatos dos tutores, formulários de recebimento e
entrega do animal. É difícil trazer uma solução que não envolva mais e mais papeladas, ou perda de tempo
preenchendo lacunas em ficas virtuais, ainda mais se tratando de informações pessoais de pessoas diante da LGPD (Lei geral de proteção
de dados), mas acreditem, essas informações poderá evitar que o prejuízo seja muito maior, ou nenhum, em uma possível ação judicial.
Mas é preciso que o pet shop tenha o máximo de informações possível, ou seja, pedir, no mínimo, 3 telefones para contato, carteirinha de
vacinação do pet, informações sobre alergias, etc.
O QUE FAZER EM CASO DE LESÃO

 O estabelecimento deve, imediatamente, entrar em


contato com o (a) tutor (a) para comunicar;
 Caso haja o contato do veterinário na ficha do pet, entrar
em contato para saber o que pode ser feito de imediato;
 Passar as informações em tempo real para os tutores
posicionando-os em relação ao que está sendo feito e,
caso tenha a autorização deste (a), encaminhar o pet ao
veterinário. Nunca entre em contato com o clinete sem que alguma providência tenha sido tomada. Todo contato deverá
ser registrado, seja por whatsApp, seja por gravação telefônica (existem aplicativos que gravam telefonema). É de suma importância que
entre os funcionários exista alguém apto a realizar um atendimento prévio (primeiros socorros).
EM CASO DE FUGA

 Como dito anteriormente no caso de lesão, caso o pet


fuja do estabelecimento comercial, os tutores deverão ser
imediatamente comunicados;
 Neste caso, é preciso que a equipe esteja preparada para
tomar todas as providências de forma ágil e eficiente. É
preciso que haja um protocolo a ser seguido, tanto no caso de lesão, fuga ou óbito, mas principalmente no caso de fuga, é necessário que
todos os funcionários estejam preparados para sair em busca do pet. É interessante que sejam feitas simulações para, no caso concreto,
cada um da equipe saber qual a sua função, ou seja, uma pessoa deverá ser responsável para ligar para o tutor, outra em fazer o B.O. e os
demais sair em busca do pet.
EM CASO DE ÓBITO
 Os tutores deverão ser comunicados imediatamente;
 O estabelecimento deverá se colocar a disposição para
tomar todas as providências necessárias;
 Apurar as causas do óbito, tendo o dever de informar e
fornecer tudo o que foi apurado aos tutores;
 Não “arrumar” desculpas, tampouco tentar se esquivar
de culpa. A primeira coisa a ser dita é que é preciso entender a dor de se perder um pet. Hoje, o animal doméstico deixou de
ser visto como coisa e passou a ser visto como sujeito de direito nos nossos tribunais, muitas vezes sendo parte em processos de disputa
de guarda e, até mesmo, pedidos de pensão. Então, entendendo a importância deste “membro da família” que é filho, irmão e neto de
alguém, é preciso se colocar no lugar dos tutores e jamais dar desculpas e sim se colocar a disposição destes, fornecer todas as
informações sobre possíveis investigações sobre as causas do óbito e, caso tenha havido culpa dos profissionais que prestaram o serviço,
se oferecer para pagar quaisquer despesas que os tutores possam ter tido, oferecer para dar outro pet a família. Tudo registrado para
demonstrar que o pet shop não se eximiu e buscou auxiliar de todas as formas, isso é importante. Caso tenha sido um erro, negligência ou
imperícia do profissional que prestou o serviço e caso tenha um processo, em caso de ser condenado a pagar danos morais e materiais, o
pet shop terá que pagar pelo prejuízo, pois é responsável por qualquer ação/omissão realizada por seus funcionários, mas poderá entrar
com uma ação de regresso contra o profissional para ser ressarcido do prejuízo.
DECRETOS, LEIS E ARTIGOS
IMPORTANTES

 Código de Defesa do Consumidor (CDC): arts. 2º, 3º §3º,


6º, 14, caput e §3º;
 Código Civil (CC): art. 186;

 Constituição Federal (CF): arts. 5º, X e 225,VII;

 Lei 9.605/1998 modificada pela Lei 1.095/2019 que


modificou o art. 32 para aumentar a punição para quem
praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar
animais;
 Decreto 24.645/1934: art. 3º;

 Declaração Universal dos Direitos dos Animais - Unesco


1978.
DENUNCIE MAUS-TRATOS

 Polícia Militar -190


 Disque-Denúncia – 181

 Ibama (no caso de animais silvestres)

 Linha Verde – 0800 61 8080

 www.ibama.gov.br/denuncias

 Polícia Ambiental

 Site: http://denuncia.sigam.sp.gov.br/

 E-mail: ambientaldenuncias@policiamilitar.sp.gov.br

 M P F – http://www.mpf.mp.br/servicos/sac

 Safer Net (crimes de crueldade ou apologia aos maus-tratos


na internet) – www.safernet.org.br
CONTATOS

 E-mail: lucianebreda@terra.com.br
 Site: https://lucianebredadv.webnode.com/

 11 99726.7009

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