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INTERNET DAS

COISAS
O que é a Internet das coisas?

Internet das Coisas é a tradução literal da expressão em inglês Internet of Things (IoT).


■ Tenta lembrar-te de objetos que utilizas no teu dia-a-dia para te conectares à internet?

– Smartphone
– tablet
– Notebook
– desktop.

Utilizas pelo menos um desses dispositivos, certo?


O que é a Internet das coisas?

Mas há outros equipamentos que se conectam à internet para realizar atividades específicas.
■ Câmaras de segurança que, por estarem online, permitem que uma pessoa faça a
monitorização da sua casa remotamente ou vigie a sua loja quando o estabelecimento
estiver fechado.
■ Outro exemplo: smart TVs. Com elas, podes aceder a serviços como Netflix, YouTube e
Spotify de modo direto, sem ter que ligá-las ao computador ou telemóvel.
Internet das Coisas (Imagem por Jeferrb/Pixabay)
O que é a Internet das coisas?
■ Agora, imagina um cenário em que, além da TV, vários objetos da tua casa se conectam à
internet: frigorífico, máquina de lavar, micro-ondas, alarme de incêndio, sistema de som,
lâmpadas, etc.
■ A ideia não é, fazer com que tenhas mais um meio para te conectares à internet. Pensa, por
exemplo, no quão impraticável pode ser aceder a um portal de notícias num ecrã acoplado
à porta do teu frigorífico. Não é uma função que se espera desse eletrodoméstico, certo?
■ A proposta é outra: a conectividade serve para que os objetos possam ficar mais eficientes
ou receber atributos complementares.
■ Nesse sentido, o frigorífico com internet poder-te-ia avisar quando já não tens um
determinado alimento e, ao mesmo tempo, pesquisar na internet quais os supermercados
que oferecem os melhores preços para esse alimento. O frigorifico também poderia
pesquisar e exibir receitas.
■ A criatividade é capaz de proporcionar aplicações realmente interessantes, certo?
O que é a Internet das coisas?

■ Pensa agora em um termostato. O dispositivo pode verificar na internet quais são as


condições climáticas da tua cidade para deixar o ar-condicionado na temperatura ideal
para quando chegares a casa.
■ Também é importante que os objetos locais possam comunicar uns com os outros
sempre que possível. Continuando com o exemplo do termostato, o aparelho pode
enviar informações ao teu smartphone por meio de uma aplicação para que tenhas
relatórios que mostram como o ar-condicionado tem vindo a ser usado ou ativar nele
configurações personalizadas.
Internet das coisas (IoT)

■ É um erro pensar que o conceito serve apenas para o lar.


■ Há aplicações não ligadas ao ambiente doméstico em que o conceito pode trazer um aumento
de produtividade ou diminuir custos de produção.
- Hospitais e clínicas: os pacientes podem utilizar dispositivos conectados que medem batimentos
cardíacos ou pressão sanguínea, por exemplo, e os dados recolhidos podem ser enviados em tempo
real para o sistema que controla os exames.
- Agropecuária: sensores espalhados em plantações podem dar informações bastante precisas
sobre temperatura, humidade do solo, probabilidade de chuvas, velocidade do vento e outras
informações essenciais para o bom rendimento da plantação.
De igual forma, sensores conectados aos animais conseguem ajudar no controle do gado: um chip
colocado na orelha do boi pode fazer o rastreamento do animal, informar o seu histórico de vacinas
entre outros.
Sensor ambiental para agricultura e jardim da Edyn
Internet das coisas (IoT)

- Fábricas: a Internet das Coisas pode ajudar a medir, em tempo real, a produtividade das
máquinas ou indicar quais são os setores que precisam de mais equipamentos ou
manutenção;
- Lojas: prateleiras inteligentes podem informar, em tempo real, quando determinado item
está a começar a ficar em falta, qual o produto que tem menos saída (exigindo medidas
como reposicionamento físico ou criação de promoções) ou em que horários determinados
itens vendem mais (ajudando na elaboração de estratégias de vendas);
- Transporte público: os utilizadores podem saber, pelo smartphone ou em ecrãns
instaladas nos pontos de embarque, qual a localização de determinado transporte. Os
sensores também podem ajudar a empresa a descobrir se um veículo apresenta defeitos
mecânicos, bem como, saber se está a cumprir os horários.
Internet das coisas (IoT)

- Logística: dados de sensores instalados em camiões, contentores e até caixas individuais


combinados com informações do trânsito, por exemplo, podem ajudar uma empresa de
logística a definir as melhores rotas, escolher os veículos mais adequados para determinada
área, etc.
- Serviços públicos: sensores em lixeiras podem ajudar os serviços municipais a otimizar a
coleta do lixo; os carros podem-se conectar a uma central de monitorização de trânsito para
obter a melhor rota para aquele momento, assim como para ajudar o departamento de
controle de tráfego a saber quais são as vias da cidade que estão mais movimentadas
naquele instante.
Este aspeto leva-nos ao tópico das "cidades inteligentes".
Cidades Inteligentes e a IoT

Cidades inteligentes (smart cities) são aquelas que utilizam uma série de recursos
estratégicos, financeiros, materiais e tecnológicos para melhorar a qualidade de vida dos
cidadãos, estimular a economia local e elevar indicadores de desenvolvimento.
A Internet das Coisas pode contribuir enormemente com as cidades inteligentes por oferecer
recursos que possibilitam automatização de tarefas e intercomunicação entre vários sistemas
para fins de otimização de rotinas.
Eis alguns exemplos:
- Sensores posicionados em pontos estratégicos podem detetar tempestades ou
terremotos iminentes e disparar alertas para evacuação de áreas vulneráveis;
Cidades Inteligentes e a IoT

- Câmaras auxiliadas por inteligência artificial podem detetar aumento ou diminuição


na utilização de transportes públicos para ajustar a frota de autocarros ou os intervalos
do metro;
- Semáforos inteligentes podem ajustar os períodos de sinal verde ou vermelho
automaticamente para melhorar o fluxo de veículos em determinada zona;
- Sistemas de energia solar podem diminuir os gastos com iluminação das ruas ou
garantir o funcionamento de determinados equipamentos públicos em caso de falta de
energia elétrica.
Todas essas tecnologias podem ser enquadradas no conceito de IoT se utilizarem a internet
para partilha de dados, comunicação com servidores para processamento remoto, integração
com outros sistemas para tomadas de decisão e assim por diante.
Tecnologias da IoT

Não podemos olhar para a Internet das Coisas como uma tecnologia única, “maciça”. Na
verdade, há um conjunto de fatores que determina como o conceito é constituído. Há,
essencialmente, três componentes que precisam ser combinados para uma aplicação de IoT
existir:
 Dispositivos
 Redes de comunicação
 Sistemas de controle
Tecnologias da IoT
Dispositivos

Já se conhecem os dispositivos, podem ser de grandes


dimensões, como frigoríficos e carros, a objetos pequenos,
como lâmpadas e relógios. O importante é que esses
dispositivos sejam equipados com os componentes certos
para proporcionar a comunicação: chips, sensores,
rastreadores, antenas, entre outros.
Atualmente, já contamos com chips e sensores minúsculos
que, além de prover recursos de comunicação e
monitorização, consomem pouca energia elétrica, o que os
torna ideais para dispositivos mais pequenos.

Processador da Intel para IoT


Tecnologias da IoT
Redes e tecnologias de comunicação
As redes de comunicação não fogem daquilo que já se utiliza atualmente: tecnologias como 
Wi-Fi, Bluetooth e NFC podem ser — e são — usadas para a Internet das Coisas. Mas, como
essas redes oferecem alcance limitado, determinadas aplicações dependem de redes móveis,
como 3G, 4G e 5G.
Porém, as redes móveis 2G, 3G e 4G são direcionadas a dispositivos como telemóveis, tablets e
laptops. Neles, o foco está sobre aplicações de texto, voz, imagem e vídeo. Esse aspeto não
impede que essas redes possam ser acessíveis para a IoT, mas uma otimização para dispositivos
variados é necessária, principalmente para garantir baixo consumo de energia e de recursos de
processamento.
Isso deve ser proporcionado pelas redes móveis 5G e 6G.
Tecnologias da IoT
Sistemas de controle
Não é suficiente que o dispositivo se ligue à internet ou troque informações com outros
objetos. Os dados oriundos deles precisam ser processados, ou seja, devem ser enviados a
um sistema que os trate.
Qual? Depende da aplicação.
Imagina uma casa que tem monitorização de segurança, controle de temperatura do
ambiente e controlo de iluminação integrados. Os dados de câmaras, alarmes contra
incêndio, ar-condicionado, lâmpadas e outros itens são enviados para um sistema que
controla cada aspeto. Esse sistema pode ser um serviço na cloud, o que garante o acesso a
ele a partir de qualquer lugar, assim como liberta o dono da casa da tarefa de atualizá-lo.
Tecnologias da IoT
Sistemas de controle
Uma empresa, por outro lado, pode contar com um sistema M2M (Machine-to-Machine),
ou seja, um mecanismo de comunicação máquina a máquina.
Por exemplo, numa fábrica que possua um mecanismo que verifica a qualidade das peças
que acabaram de ser produzidas. Ao detetar um defeito, essa máquina informa à primeira
que aquele item deve ser substituído. Esta, por sua vez, solicita a um terceiro equipamento a
liberação de matéria-prima para a fabricação da peça substituta.
A fábrica pode então ter um sistema que recebe os dados de todas as máquinas para gerar
relatórios estatísticos da produção. Se a unidade fabril for muito grande, um sistema de 
Big Data pode ser usado para otimizar a produção indicando que tipo de peça tem mais
defeitos, quais as máquinas que produzem mais, se a matéria-prima de determinado
fornecedor possui um histórico de problemas mais expressivo e assim por diante.
Padronização da IoT

Os exemplos anteriores mostram que as tecnologias da Internet das Coisas variam conforme
a aplicação. Mas isso não quer dizer que padronizações não sejam necessárias. A indústria
tem-se vindo a organizar — ou tentando — para estabelecer padrões tecnológicos que
tragam viabilidade, inter-operabilidade, segurança, integridade, disponibilidade,
escalabilidade e desempenho para aplicações de IoT.
■ Faz sentido, se tivermos, por exemplo, cidades que monitorizam carros para otimizar o
fluxo nas vias, o sistema de controle poderá ter dificuldades para operar se cada
fabricante de automóvel adotar padrões de comunicação que, por serem próprios, não
garantem plena integração entre todas as partes.
■ As tentativas de estabelecimento de padrões têm levado à formação de consórcios para
lidar com este trabalho, assim como com outras questões relacionadas à Internet das
Coisas.
Padronização da IoT

Eis algumas dessas entidades:


■ Industrial Internet Consortium: formada por companhias como a Dell, a Microsoft e a
Huawei;
■ Open Connectivity Foundation: apoiada por companhias como a Intel, a Samsung, a
Qualcomm e, a Microsoft.
Segurança e Risco da IoT

Se a Internet das Coisas descreve um cenário em que quase tudo está conectado, é claro que
há riscos associados. É por essa razão que as convenções que tratam do conceito devem
levar em consideração vários parâmetros preventivos e corretivos, especialmente
sobre segurança e privacidade.
■ Imagine os transtornos que uma pessoa teria se o sistema de monitorização da sua casa
fosse desligado inesperadamente por conta de uma falha de software ou por uma
invasão conduzida por hackers.
■ Os riscos não são apenas individuais. Problemas de ordem coletiva também podem
ocorrer. Por exemplo, numa cidade que tenha todos os semáforos conectados. O sistema
de controlo de trânsito controla cada um deles de modo inteligente para diminuir
congestionamentos, oferecer desvios em vias bloqueadas e criar rotas alternativas
quando há grandes eventos. Se esse sistema for atacado ou falhar, o trânsito da cidade
tornar-se-á num caos em questão de minutos.
Segurança e Risco da IoT

A indústria precisa, definir e seguir critérios que garantam disponibilidade dos serviços
proteção de comunicações, definição de normas para privacidade, confidencialidade de
dados, integridade, entre outros.
Considerar todos esses aspetos está longe de ser uma tarefa trivial. Além dos desafios
tecnológicos em si, a indústria precisa tratar cada ponto levando em conta convenções
globais e a legislação de cada país.
Vários segmentos da indústria já lidam com tais questões, mas esse é um trabalho em
constante desenvolvimento. É por isso que é primordial que outro aspeto não seja
esquecido: a transparência. Empresas, governos e utilizadores domésticos devem estar
cientes dos riscos associados às soluções de IoT, assim como receber orientação para
minimizá-los.
IoT - Exemplos Reais

Associamos a Internet das Coisas a um cenário futurista, mas, como já foi referido
inicialmente, muito do que atualmente utilizamos, já temos se enquadra no conceito:
- Smart TVs,
- Smartwatches,
- Sistemas de vigilância,
- entre outros.

Vale destacar, porém, que há algum tempo também é possível encontrar empresas que
assimilam a Internet das Coisas com muito mais profundidade.
Vejamos alguns exemplos.
IoT - Exemplos Reais
Nest
A Nest criada em 2010, desenvolve dispositivos inteligentes para casas e escritórios. Os
produtos que trouxeram grande visibilidade à companhia são termostatos e detetores de fumo
que se integram a smartphones por meio de aplicações específicas.
■ O termostato ajusta a temperatura do local automaticamente e pode, por
exemplo, aprender os horários em que o utilizador costuma sair e chegar em casa para
fazer adequações com essa rotina.
https://youtu.be/Gcko5IrB1AY
■ Já os detetores de fumo utilizam luzes coloridas, mensagens de voz e
notificações no smartphone para avisar o utilizador sobre a deteção de
fumo, gases perigosos ou aumento repentino da temperatura
(sugerindo incêndio), pode inclusive acionar contato com as entidades
(por Ex. bombeiros) automaticamente.

Termostato inteligente da Nest


IoT - Exemplos Reais
Philips Hue
■ Outro exemplo bastante difundido é o da Philips. A companhia possui uma divisão que
desenvolve lâmpadas LED inteligentes. Chamadas de Hue, essas lâmpadas podem ser
configuradas pelo smartphone para mudar a intensidade e as cores da iluminação para
deixar o ambiente mais confortável em cada situação.

www.philips-hue.com/
IoT - Exemplos Reais
Tesla
■ A Tesla é uma companhia especializada em carros elétricos de alta performance. Os
veículos da marca são bastante "high tech", e isso não diz respeito apenas ao seu
conjunto de baterias ou ao mecanismo de recarga: os carros da empresa também se
podem conectar à internet para receber atualizações de software e contam com
diversos sensores, como o que fornece dados de geo-localização.
■ Os carros da marca também podem atuar de modo
autónomo (ainda que parcialmente). A comunicação
permanente com a internet ajuda o computador do veículo
nas tarefas de condução. Uma central pode, por exemplo,
informar quais as vias próximas estão congestionadas e,
assim, possibilitar que o sistema do carro escolha a rota
mais adequada naquele momento.

https://www.tesla.com/
IoT - Exemplos Reais
Fitbit
■ A Fitbit é uma companhia que produz dispositivos
direcionados para a saúde e monitorização de
atividades físicas, como balanças, pulseiras e relógios
inteligentes. Os dados obtidos por esses dispositivos
(batimentos cardíacos, distância percorrida,
quantidade de passos, entre outros) são sincronizados
com o smartphone e podem ser compartilhados nas
redes sociais. É uma forma do utilizador motivar
amigos ou criar desafios com eles.

https://www.fitbit.com

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