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Geração de Energia

Introdução a Geração de Energia Elétrica

Prof. José Albuquerque Junior

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GERAÇÃO DE ENERGIA
HIDRELÉTRICA

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MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
• A matriz energética brasileira (energia ofertada à sociedade para produção de
bens de consumo e serviços) é uma das mais limpas do mundo, com forte
presença de fontes renováveis.
• O Brasil conta com mais de 81% de fontes renováveis para geração de energia
elétrica).

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MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
• Avanço da participação de renováveis na matriz elétrica, devido à queda da
geração térmica a base de combustíveis fósseis e ao incremento das
gerações eólica e hidráulica.

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Fonte: EPE; Agência Internacional de Energia.
MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

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MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

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MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

Fonte : EPE, BEN 2017


MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

Fonte : EPE, BEN 2017


MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA

Fonte : EPE, BEN 2017


CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO
• Geração de Energia Elétrica no Brasil: A geração e a distribuição de energia
elétrica no Brasil pode ser classificado como hidrotérmico de grande porte, com
predominância hidrelétrica e com múltiplos proprietários.

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SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)
• SEP: Conjunto de equipamentos que operam de maneira coordenada com a
finalidade de gerar, transmitir e distribuir energia elétrica dentro de
determinados padrões de confiabilidade, disponibilidade, qualidade, segurança
e custos, com o mínimo impacto ambiental.

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OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO

• ONS é o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das


instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema
Interligado Nacional (SIN). A ONS esta sob fiscalização e regulação da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO
• ONS desenvolve estudos e ações sobre o sistema visando manejar o
estoque de energia para garantir o suprimento contínuo no País. O ONS é
formado por membros constituídos por empresas de geração, transmissão,
distribuição e consumidores de grande porte. Também participam
importadores e exportadores de energia além do Ministério de Minas e
Energia (MME).

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SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL -SIN

• O sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é


um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância
de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários.
• O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro subsistemas:
Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte

• A interconexão dos sistemas elétricos, por meio da malha de


transmissão, propicia a transferência de energia entre subsistemas,
permite a obtenção de ganhos sinérgicos e explora a diversidade
entre os regimes hidrológicos das bacias. A integração dos recursos
de geração e transmissão permite o atendimento ao mercado com
segurança e economicidade.

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Fonte : ONS, 2018


SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL -SIN

• A capacidade instalada de geração do SIN é composta,


principalmente, por usinas hidrelétricas distribuídas em dezesseis
bacias hidrográficas nas diferentes regiões do país. Nos últimos anos,
a instalação de usinas eólicas, principalmente nas regiões Nordeste e
Sul, apresentou um forte crescimento, aumentando a importância
dessa geração para o atendimento do mercado. As usinas térmicas,
em geral localizadas nas proximidades dos principais centros de carga,
desempenham papel estratégico relevante, pois contribuem para a
segurança do SIN.

• Essas usinas são despachadas em função das condições hidrológicas


vigentes, permitindo a gestão dos estoques de água armazenada nos
reservatórios das usinas hidrelétricas, para assegurar o atendimento
futuro. Os sistemas de transmissão integram as diferentes fontes de
produção de energia e possibilitam o suprimento do mercado
consumidor.
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Fonte : ONS, 2018


SISTEMAS ISOLADOS

• O Operador Nacional do Sistema Elétrico assumiu, a partir de 1º de


maio de 2017, as atribuições de previsão de carga e de planejamento
da operação dos Sistemas Isolados. Para receber as novas funções, o
estatuto do ONS foi modificado, visto que suas atribuições eram
direcionadas ao Sistema Interligado Nacional.

• Atualmente, existem 246 localidades isoladas no Brasil, onde vivem


cerca de 760 mil consumidores. A maior parte está na região Norte, nos
estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e Pará. A ilha
de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e algumas localidades de
Mato Grosso completam a lista. Entre as capitais, Boa Vista (RR) é a
única que ainda é atendida por um sistema isolado.
O consumo nessas localidades é baixo e representa menos de 1% da
carga total do país. A demanda por energia dessas regiões é suprida,
principalmente, por térmicas a óleo diesel.

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Fonte : ONS, 2018


• SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL SIN: Até 1999 o Brasil possuía vários
sistemas elétricos desconectados, o que impossibilitava uma operação eficiente
das bacias hidrográficas e da transmissão de energia elétrica entre as principais
usinas. Com o objetivo de aumentar a confiabilidade e otimizar recursos, foi criado
o SIN.

2015
124,2 mil Km

2003
73,7 mil Km

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CAPACIDADE INSTALADA NO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL -SIN
HORIZONTE 2016 / 2021

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Fonte : PEN 2017
CAPACIDADE INSTALADA NO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL -SIN
HORIZONTE 2016 / 2021

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Fonte : PEN 2017
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO
• O “SIN” permite que diferentes regiões, permutem energia entre si quando uma
delas apresenta queda no nível dos reservatórios. Como o regime de chuvas é
diferente nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste, os grandes troncos (LTs
de 500 kV ou 750 kV) possibilitam que os pontos com produção insuficiente de
energia sejam abastecidos por centros de geração em situação mais favorável.

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INTEGRAÇÃO ELETROENERGÉTICA 21
SIST. TRANSM. HORIZONTE 2015 22
SISTEMA DE TRANSMISSÃO BRASILEIRO
• Redes de Transmissão: Interligam as grandes usinas às áreas de consumo.
Qualquer falta neste nível pode levar a descontinuidade de suprimento para
um grande número de consumidores. O nível de tensão depende de cada
país. Normalmente o nível de tensão estabelecido está entre 220 kV a 765
kV.

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EXTENSÃO DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO BRASILEIRO

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Fonte: 2016 - Dados Relevantes da Operação / 2019 - PAR


SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONECTADA AO SIN
• A LT Macapa-Manaus passando por Tucuriu cruza região da Amazônia sem danos
ambientais, é a maior LT do Brasil. São 1.191 quilômetros de extensão, numa obra que
iniciou em novembro de 2011, em 2013 entregou os primeiros trechos. O
empreendimento financiado pela SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia) e pelo BASA (Banco da Amazônia) custou aproximadamente R$ 3 bilhões.

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SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONECTADA AO SIN
A linha de transmissão distribuirá (quando concluido) energia da UH de Tucuruí
no Rio Tocantins-PA e também leva cabos de fibra óptica à região amazônica.
Possibilitará assim acesso à telefonia e à internet às localidades mais longínquas
do país. Dados e energia trafegarão por 3.351 torres (uma a cada ± 355 metros).

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SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONECTADA AO SIN
As torres da LT medem de 45 metros a 290 metros de altura (exigências ambientais),
pois a travessia do rio Amazonas é o ponto crítico. Para cruzar o rio, foram erguidas
duas torres de 290 metros (peso unitário de 2.200 toneladas), que são sustentadas
sobre 390 pilastras de concreto, com 30 metros de profundidade cada uma.

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SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONECTADA AO SIN
Além de interligar sistemas isolados do extremo norte, o empreendimento irá
desonerar custos com Geração termelétrica. A conclusão da obra gerará economia
aproximada de R$ 2 bilhões por ano. Com o fim do uso de combustível fóssil, cerca
de 3 milhões de toneladas de carbono deixarão de ser lançados na atmosfera.

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SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONECTADA AO SIN
A linha de transmissão Tucuruí-Macapá-Manaus é uma obra fascinante, suas 3.351
torres, que chegam a ter 290 metros de altura - o equivalente a um prédio com 100
andares, atravessam quase 1,8 mil quilômetros de selva. O objetivo mais grandioso
da obra é de interligar a maior parte da Região Norte ao sistema elétrico nacional.

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CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO
• VANTAGENS DOS SISTEMAS INTERLIGADOS:
• Aumento da estabilidade – sistema mais robusto podendo absorver, sem perda
de sincronismo, maiores impactos elétricos.
• Aumento da confiabilidade – permite continuidade do serviço em caso de falha
ou manutenção de equipamentos, ou, alternativas de rotas para fluxo da energia.
• Aumento da disponibilidade – acresce a disponibilidade do parque gerador se
comparado com parque de cada empresa operando usinas isoladamente.
• Mais econômico – permite a troca de reservas, pois, o intercâmbio de energia
está baseado no pressuposto de que a demanda máxima acontece em horários
diferentes.

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CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO
• DESVANTAGENS DOS SISTEMAS INTERLIGADOS:
• Distúrbio em um sistema afeta os demais sistemas interligados.
• A operação e proteção tornam-se mais complexas.

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ESTRUTURA DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA
• Após gerada e transmitida em AT, a energia é distribuída p/ sistemas de média e
baixa tensão. A energia é despachada e controlada por centros de despacho de
carga. Os sistemas de distribuição são gerenciados por monopólios empresariais.

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GERAÇÃO HIDRELÉTRICA
Processo de Transformação Hidrelétrico
Utiliza o movimento e queda d’água de rios para geração de energia elétrica

A energia elétrica em uma usina hidroelétrica é gerada pela passagem da água


através de uma turbina, acoplada a um gerador síncrono de pólos salientes,
formando o conjunto turbina gerador. Esse conjunto gira a velocidades
relativamente baixas, de 50 a 300 rpm, quando comparadas às turbinas a vapor. O
eixo da turbina está diretamente ligado ao eixo do rotor do gerador.

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GERAÇÃO HIDRELÉTRICA
Processo de Transformação Hidrelétrico

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GERAÇÃO HIDRELÉTRICA
Processo de Transformação Hidrelétrico

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PERDAS DE CARGA E RENDIMENTOS NA GERAÇÃO HIDRELETRICA.

As principais causas de perda de energia nas turbinas são:


• Perdas hidráulicas: a água tem que deixar a turbina com alguma velocidade, e
esta quantidade de energia cinética não pode ser aproveitada totalmente pela
turbina.
• Perdas mecânicas: são originadas por atrito nas partes móveis da turbina e
calor perdido pelo aquecimento dos mancais.
• Tipicamente turbinas modernas têm uma eficiência entre 85% e 95%, que varia
conforme a vazão de água e a queda líquida.

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GERAÇÃO HIDRELÉTRICA
• Tipos de Turbinas:
A energia elétrica é em geral produzida por geradores síncronos movidos por uma
máquina primária denominada de turbina hidráulica do tipo Pelton, Francis, Kaplan
ou Bulbo. Cada uma é adaptada para funcionar com uma determinada faixa de
altura de queda, as vazões podem ser igualmente grandes em qualquer uma delas,
mas, a potência será proporcional ao produto da queda (H) e da vazão volumétrica
(Q).

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COMPONENTES DE UMA TURBINA HIDRÁULICA:
Caixa espiral, pré-istribuidor, distribuidor, rotor, eixo, tubo de sucção.

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COMPONENTES DE UMA TURBINA HIDRÁULICA:
Caixa espiral: Tubulação com formato toroidal que envolve a região do rotor. Fica
integrada à estrutura civil não sendo possível ser removida ou modificada. Distribui
água igualmente na entrada da turbina. Fabricada com chapas de aço carbono
soldadas em segmentos. Conecta-se ao conduto forçado na secção de entrada, e
ao pré-distribuidor na secção de saída.

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COMPONENTES DE UMA TURBINA HIDRÁULICA:
Pré-distribuidor: Direciona a água para a entrada do distribuidor. É composto de
dois anéis superiores, entre os quais são montados um conjunto de 18 a 24
palhetas fixas, com perfil hidrodinâmico de baixo arrasto, para não gerar perda de
carga e não provocar turbulência no escoamento. É uma parte sem movimento,
soldada à caixa espiral e fabricada com chapas ou placas de aço carbono.

palhetas fixas

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COMPONENTES DE UMA TURBINA HIDRÁULICA:
Distribuidor: Formado por uma uma série de 18 a 24 palhetas acionadas por um
mecanismo hidráulico montado na tampa da turbina (este sem contato com a água).
O acionamento é feito por um ou dois pistões hidráulicos. O distribuidor controla a
potência da turbina, pois regula vazão da água.

palhetas moveis 41
COMPONENTES DE UMA TURBINA HIDRÁULICA:
• Rotor e eixo: O rotor da turbina é onde ocorre a conversão de energia hídrica em
potência de eixo.
• Tubo de sucção: Duto de saída da água, geralmente com diâmetro final maior
que o inicial, desacelera o fluxo da água após esta ter passado pela turbina,
devolvendo-a ao rio na parte jusante da casa de força.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
• Turbinas de Ação: A energia hidráulica é transformada em energia cinética para,
depois de incidir nas pás do rotor e transformar-se em energia mecânica, tudo isto
ocorre à pressão atmosférica. Ex. TURBINA PELTON
• Turbina de Reação: O rotor é completamente submergido na água, com o
escoamento da água ocorre uma diminuição de pressão e de velocidade entre a
entrada e a saída do rotor. Ex. TURBINA FRANCIS

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Turbinas de Ação: Turbina de Reação


CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
• TURBINAS PELTON: Idealizada em 1880 pelo americano “Pelton”, também é
chamada de turbina de jato livre. Sua principal característica é a velocidade do
jato na saída do bocal que pode chegar (dependendo da altura da queda) de 150
a 180 m/s.

Sistema injeção de 4 jatos


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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
• TURBINAS PELTON: São utilizadas em alturas superiores a 150 m, podendo
chegar a 2.000m. Para grandes vazões e pequenas quedas, a roda da turbina
poderá tornar-se demasiadamente grande e relação a potencia, neste caso pode-
se: Aumentar o numero de jatos, Utilizar rotores gêmeos, Bifurcar a tubulação e
instalar duas turbinas com geradores independentes.

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Rotores gêmeos no mesmo eixo


CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS PELTON: Utilizam o princípio da impulsão, onde, a pressão é primeiro
transformada em energia cinética em um bocal, neste bocal o fluxo de água é
acelerado a alta velocidade e choca-se com as pás da turbina imprimindo-lhe
rotação e torque. Nesse tipo de turbina não há um sistema de palhetas móveis, e
sim um bocal com uma agulha móvel. Após passar pelo rotor, um duto chamado
tubo de sucção, conduz a água até a parte de jusante da casa de força em nível
mais baixo.

válvulas de agulha dos injetores

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS FRANCIS: Tem o nome do seu inventor e foi idealizada em 1849. A
primeira turbina deste tipos foi construída pela empresa “J.M. Voith” em 1873.
Aplicadas largamente por cobrirem um grande campo de rotação. São construidas
para grandes aproveitamentos ultrapassando a potência de 750 MW. Seu
rendimento atual é superior a 92%.

Componentes turbinas Francis

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS FRANCIS: A água entra pela tomada de água a montante da usina
(localizada em nível mais elevado) e é levada através de um conduto forçado até a
entrada da turbina. Lá a água passa por um sistema de palhetas guias móveis, que
controlam a vazão volumétrica fornecida à turbina. Para se aumentar a potência as
palhetas se abrem, para diminuir a potência elas se fecham. Após passar por este
mecanismo a água chega ao rotor da turbina.

Controle de injeção (distribuidor) Turbina


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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
• TURBINAS FRANCIS: As pás do rotor são perfiladas em uma caixa espiral que
distribuí a água ao redor do rotor. Em operação, a água entra no rotor pela
periferia, após passar através das pás diretrizes as quais guiam o líquido em um
ângulo adequado para a entrada nas pás do rotor, deixando o mesmo axialmente
em relação ao eixo.

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Controle de injeção por palhetas moveis


CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS FRANCIS: As turbinas Francis em relação às Pelton apresentam
rendimento mais elevado. São utilizadas para quedas superiores a 20 metros e até
400 m. As usinas de Itaipu, Tucuruí e grande maioria de usinas do sistema Chesf
(exceto Sobradinho e Apolônio Sales que usam Kaplan) utilizam turbinas Francis de
cerca de 100 m de queda d' água.

Usina de Tucuruí 8,3 MW Itaipu com 14 GW,


12 unidades 350 MW cada, 20 unidades 700 MW cada,
Queda 72 m Queda de 118 m.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS KAPLAN: Turbinas de reação adaptadas às baixas quedas. São
constituídas por câmara de entrada que pode ser aberta ou fechada, por um
distribuidor e por uma roda com pás em forma de hélice. Quando estas pás são
fixas diz-se que a turbina é do tipo Hélice. Se as pás são móveis, o que permite
variar o ângulo de ataque por meio de um mecanismo de orientação que é
controlado pelo regulador da turbina, diz-se que a turbina é do tipo Kaplan.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS KAPLAN: São reguladas através da ação do distribuidor e com auxílio
da variação do ângulo de ataque das pás do rotor o que lhes confere uma grande
capacidade de regulação. Um sistema de embolo e manivelas montado dentro do
cubo do rotor, é responsável pela variação do ângulo de inclinação das pás. O
acionamento das pás é acoplado ao das palhetas do distribuidor, de modo que para
uma determinada abertura do distribuidor, corresponde um determinado valor de
inclinação das pás do rotor.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS KAPLAN: Apresentam uma curva de rendimento "plana“, garantindo
bom rendimento em uma ampla faixa de operação. As turbinas Kaplan e Hélice têm
normalmente o eixo vertical, mas podem existir turbinas deste tipo com eixo
horizontal, as quais se designam por turbinas Bulbo..

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS BULBO: Para quedas < 20 m, inventadas na década de 30 e
aplicadas na década de 60 na França (usina maremotriz de La Rance). Sua turbina
é similar a turbina Kaplan horizontal, porém, devido à baixa queda, o gerador
hidráulico encontra-se em um bulbo por onde a água flui ao seu redor antes de
chegar às pás da Turbina.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS BULBO: No Brasil as Usinas de Santo Antônio e Jirau, a fio d’água,
em construção no rio Madeira (Rondônia) prevêem a instalação de 44 turbinas do
tipo Bulbo com potência unitária igual a 73 MW e 75 MW, respectivamente. As
turbinas a serem instaladas nestas usinas serão as maiores turbinas bulbo do
mundo.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS BULBO: No Brasil as Usinas de Santo Antônio e Jirau, a fio d’água,
em construção no rio Madeira (Rondônia) prevêem a instalação de 44 turbinas do
tipo Bulbo com potência unitária igual a 73 MW e 75 MW, respectivamente. As
turbinas a serem instaladas nestas usinas serão as maiores turbinas bulbo do
mundo.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
BOMBA FUNCIONANDO COMO TURBINA: Nos projetos de mini e microcentrais
hidrelétricas pode ser interessante o estudo de utilização de uma bomba
funcionando como turbina. Esta opção consiste em utilizar uma bomba d’água de
forma inversa, ou seja, fazendo com que a água entre pelo lado de recalque e saia
pelo lado de sucção. Desta forma a bomba passa a se comportar como uma
turbina, convertendo a energia hidráulica em energia mecânica. Tem como
vantagem o baixo custo, a robustez, a facilidade com que é encontrada e o curto
prazo de entrega. A desvantagem é o fato de ela não possuir distribuidor, o que
dificulta a regulação de velocidade, que só poderá ser feita via válvula de entrada,
opção menos eficiente que a do distribuidor. Outra opção para regulagem de
velocidade é o uso de “reguladores d e carga”.

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS HIDROCINÉTICA: É uma turbina que funciona através da energia
cinética que se origina da passagem de água pelo rotor. Este tipo de turbina pode
ser ancorado no fundo do rio ou colocado balsa. À medida que a água passa pelo
rotor da máquina, produz-se uma força, fazendo-a girar. Dessa forma, através de
um sistema de polias e correias, o gerador é acionado, produzindo-se energia.
Neste tipo de turbina não há necessidade de que o empreendimento tenha quedas
d'água e de construção de casa de máquinas, dutos e barragem, pois não exige
queda d'água. Por isso, esse empreendimento reduz o impacto ambiental à níveis
aceitáveis.

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TURBINAS HIDROCINÉTICA AXIAL
CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS HIDROCINÉTICA: Além da turbina hidrocinética axial, encontra-se em
fase de desenvolvimento uma turbina hidrocinética helicoidal. Esta permite que haja
um eixo vertical, com um melhor arranjo físico, minimizando os esforços mecânicos
nos mancais. A turbina hidrocinética helicoidal também permite um maior
engolimento da água e, conseqüentemente, a geração de uma potência maior.

TURBINAS HIDROCINÉTICA
HELICOIDAL
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CALSSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
TURBINAS MICHELL-BANKI: É uma turbina de uso bastante difundido no mundo,
sendo altamente indicada para uso em áreas rurais, particularmente em centrais de
pequeno porte. De tecnologia bastante simples requer poucos equipamentos para a
sua fabricação e manutenção, permitindo sua construção em oficinas pouco
sofisticadas. O seu campo de aplicação atende quedas de 3 a 100 metros, vazões
de 0,02 a 2,0 m³/s e potências de 1 a 100KW. Devido à sua facilidade de
padronização pode apresentar rotações especificas entre 40 e 200 rpm.

60
CALSSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS
Capacidade das Turbinas

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Usina Hid. Governador Parigot de Souza GPS
• Represamento das águas do rio Capivari situado no 1º planalto
• Localização do reservatorio a 830 metros acima do nível do mar
• Desvio para o rio Cachoeira no litoral
• A queda d’ água, é de aproximadamente 750 metros
• Volume do reservatório 150.000.000 de m3.
• O canal de água com 14.100 metros
• 4 Turbinas Pelton
• Vazão de engolimento máximo das turbinas: 38 m3/s.
• Rotação 514 rpm
• Quatro alternadores totalizando 252.000 kW , 63.00 kW cada

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Usina Hidrelétrica Itaipu
• Barragem Altura: 196 m
• Comprimento total: 7.919 m
• Bacia Hidrográfica Área: 820.000 km²
• Vazão média afluente: 11.663 m³/s
• Unidades geradoras: 20, Potência: 700 MW
• Queda: 118,4 m
• Vazão Nominal: 690 m³/s
• Condutos forçados quantidade: 20
• Comprimento: 142 m
• Diâmetro interno: 10,5 m
• Descarga nominal: 690 m³/s
• Turbinas Vazão nominal: 690 m³ de água/s

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CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS HIDRAÚLICAS

GPS ITAIPU

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Seleção de turbinas para microcentrais hidráulica em
função da VAZÃO x QUEDA

66
Seleção de turbinas para microcentrais hidráulica em
função da VAZÃO x QUEDA

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA

PRINCIPAIS COMPONENTES DA USINA HIDRELÉTRICA:


• Barragens;
• Vertedouros;
• Comportas;
• Condutos;
• Chaminés de equilíbrio ou câmaras de descarga;
• Casas de força;
• Eclusas;
• Escadas e elevadores para peixes.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA

VERTEDOURO: Canal artificial que conduz seguramente a água através


de uma barragem e escoa o excesso de água que chega ao reservatório
durante o período de chuvas. Serve como sistema de escape que impede
a passagem da água por cima da barragem quando ocorre aumento da
vazão (característica de segurança em barragens).

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
BARRAGEM: Utiliza-se barragem quando a utilização do aproveitamento
hidraulico esta sujeito a variações constantes de nível. A barragem pode ser
construída de, terra, pedra ou concreto tendo cada tipo de construção
características que devem ser consideradas no projeto.

Baragem de enrocamento (rocha): Esse tipo de barragem é aquele em que são


utilizados blocos de rocha de tamanho variável e uma membrana impermeável na
face de montante
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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
BARRAGENS DE CONCRETO POR GRAVIDADE : Mais resistente e de
menor custo de manutenção, este tipo pode ser adaptado para todos os locais,
mas a sua altura é limitada pela resistência das fundações.

BARRAGENS DE CONCRETO DE ARCOS Mais raras, pois, seu comprimento


deve ser pequeno em relação à sua altura, o que exige a presença, nas encostas
do vale, de material rochoso adequado e de grande resistência, capaz de suportar
os esforços a elas transmitidos. Essas barragens são mais comuns na Europa,
onde os vales são profundos e fechados.
71
COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
COMPORTA: Nas tomadas de água de acesso é colocada uma comporta. A
comporta libera a agua para o vertedouro em caso de elevação do nível do
reservatorio atraves do vertedouro. As comportas funcionam através de
cilindros hidráulicos. Uma bomba envia óleo sob pressão e movimenta o
cilindro, movendo a porta.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
TOMADA D'ÁGUA: É a estrutura que forma o ponto de captação de água
para envio as turbinas, ou seja, é a extremidade da tubulação ligada ao
reservatório no nível superior.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
CANAL ADUTOR (ADUTORA):O nível da água no final do canal de adução
e no reservatório é praticamente o mesmo, havendo apenas uma pequena
diferença para fazer com que a água saia do reservatório e se dirija para o
final do canal de adução. No final do canal de adução está localizada a
estrutura que chamamos de câmara de carga, que é a interface entre o canal
de adução e o conduto forçado.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
CAMARA DE CARGA: Estrutura posicionada entre o canal adutor e a
tomada de água. Promove a transição entre o escoamento em superfície livre
no canal de adução e o escoamento sob pressão no conduto forçado. Alivia o
golpe de aríete que se processa no conduto forçado quando ocorre o
fechamento brusco do dispositivo de controle de vazão das turbinas. Fornece
ainda água ao conduto forçado quando ocorre uma abertura brusca desse
mesmo dispositivo ate que se estabeleça no canal de adução o regime
permanente do escoamento.

75
COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
CONDUTOS FORÇADOS (CONDUTOS SOB PRESSÃO): São as
canalizações por onde a agua escoa sob uma pressão diferente da pressão
atmosférica (P>Patm) interligando a tomada ou canal de adução de água às
turbinas. As seções desses condutos são sempre fechadas e o liquido escoa
preenchendo-as totalmente.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
CHAMANIÉ DE EQUILIBRIO: Tem a finalidade amortecer efeitos dos
aumentos de pressão e velocidade da água no interior da tubulação forçada
causados pelo golpe de aríete durante um acionamento rápido do dispositivo
de fechamento da turbina. Também armazena água que penetra em seu
interior durante o refluxo resultante do aumento de pressão, liberando-a para
a turbina quando o dispositivo de fechamento abrir novamente.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
CHMANIÉ DE EQUILIBRIO: Quando necessária a sua instalação, a chaminé
de equilíbrio deve ficar o mais próximo possível da casa de maquinas a fim
de reduzir o comprimento da tubulação forçada e com isso diminuir o golpe
de aríete.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
GOLPE DE ARÍETE: É o transitório hidráulico máximo (onda de pressão)
que ocorre sempre que a velocidade média de escoamento é modificada por
atuação do dispositivo de controle de vazão.

Golpe de aríete

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
CAVITAÇÃO: fenômeno de mudança de fase da água quando bolhas de
vapor e gases no interior da turbina ao alcançarem regiões de pressões
elevadas retornam à fase líquida cujos efeitos são destrutivos com queda da
potência fornecida e redução da vida útil da instalação.

Cavitação
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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
CASA DE FORÇA: Local onde estão localizadas sistemas de transmissão e
acoplamento e tambem os geradores e seus acessorios como excitatrizes.
Geralmente abriga uma área destinada aos serviços de manutenção e salas
de controle.

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ECLUSA: utilizada por embarcações de turismo ou carga para transpor a
barragem. É uma grande câmara de concreto com dois portões, quando a
embarcação passa do ponto mais baixo para o mais alto, a água entra e
eleva o navio. Quando o caminho é o inverso, a água escoa e a embarcação
desce. Esse elevador funciona sem necessidade de bombas (nenhuma
energia é gasta para elevar a embarcação) atraves da valvulas que enchem
ou esvaziam este canal.

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COMPONENTES DE UMA USINA HIDRELÉTRICA
ESCADA PARA PEIXES: Tem por objetivo permitimir o ciclo natural de vida e
procriação das especies de peixes nativas da região

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