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HISTÓRIA

PROFESSOR FILIPE PÊGO CAMARGOS

8º ANO
Rebeliões na América Portuguesa:
Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas
e Guerra dos Mascates
OBJETIVOS DA AULA:
• Explicar e problematizar os movimentos e as
rebeliões da América portuguesa, articulando as
temáticas locais e suas interfaces com processos
ocorridos na Europa e nas Américas;

• Reconhecer os motivos e resultados dos


conflitos armados denominados Revolta
de Beckman, Guerra dos Emboabas e
Guerra dos Mascates.
RELEMBRANDO
• Economia escravista estabelecida na produção e
comercialização das drogas do sertão;
• No Maranhão, os indígenas eram escravizados e
serviam como força de trabalho predominante;
• A Coroa Portuguesa proibiu a escravização
indígena (1680);
• Para resolver os problemas produtivos e
comerciais foi criada pelo governo de
Portugal a COMPANHIA DE COMÉRCIO DO
MARANHÃO.
REVOLTAS COLONIAIS

CARTOGRAFIA: ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL


MOTA, M. ; RAMOS, P. História: das
cavernas ao terceiro milênio:
volume único. São Paulo: Moderna,
2012. 4ª ed.
Fonte: Isto É Brasil, 500 anos: atlas
histórico. São Paulo: Três, 1998.
350
km
COMPANHIA
DE COMÉRCIO DO MARANHÃO

• Tinha o monopólio comercial do


Maranhão por 20 anos, assumindo o
compromisso do envio de escravizados
africanos (força de trabalho) e
produtos europeus necessários ao
comércio local.
• Entretanto, a Companhia de Comércio
do Maranhão não cumpriu seu acordo
com o fornecimento de escravizados
africanos, bem como, de produtos e
pagamento satisfatório aos colonos.
Tais fatos somados a acusação de
corrupção da Companhia levou a uma
insatisfação dos colonos e a
organização de uma revolta.
Atividade nº 1
1 – Considerando o contexto social e religioso da
Província do Maranhão e de acordo com o que vimos até
agora na aula:

a) O fim da escravização indígena foi uma proposta de


qual grupo social?

b) O que a Metrópole portuguesa propôs para


substituir a força de trabalho indígena?
Correção da atividade nº 1

a) O fim da escravização indígena foi uma proposta de


qual grupo social?
Foi uma proposta dos padres jesuítas interessados na
conversão dos indígenas em cristãos.

b) O que a Metrópole portuguesa propôs para substituir a


força de trabalho indígena?
Propôs a criação da Companhia de Comércio do
Maranhão e a introdução de escravizados
africanos.
A eclosão da Revolta de Beckman (1684)
• Manuel Beckman e outros
proprietários de terra iniciaram a
revolta armada destituindo o
governador do Maranhão e
invadindo o Colégio dos Jesuítas.
Entre 1684 e parte de 1685 os
colonos governaram o Maranhão.
• O governo português reagiu
enviando um novo governador e

cap6/1_Gomes_Freire_de_Andrade_t.jpg
http://multirio.rio.rj.gov.br/images/
condenando os líderes do
movimento a forca, todavia,

historia_do_brasil/M1-
atendeu os reivindicações dos
colonos, extinguindo a
Companhia de Comércio e Gomes Freire de Andrade
governador do Maranhão.
autorizando os colonos a
escravizarem os indígenas.
Conforme o historiador Luciano Figueredo:
[...] O governo de Bequimão (Beckman)
prolongou-se até a chegada do novo governador
do Maranhão, tenente-geral Gomes Freire em
maio de 1685 – mais de um ano depois do inicio
da revolta! – nomeado pela metrópole. Mal
pisou a terra ele mostrou a que viera; [...]
enforcou os principais líderes [...]
FIGUEREDO, Luciano. Rebeliões no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. p. 60-51 (Descobrindo o Brasil).
Atividade nº 2
2 – Quanto a reação da Metrópole portuguesa diante da
Revolta de Beckman é correto afirmar:
a) Pacífica, pois atendeu as reivindicações dos comerciantes
locais;
b) Amigável, pois não concordou com tudo, mas preservou o
direito de manifestação dos colonos;
c) Violenta, reprimiu o movimento levando a forca
os líderes que questionaram a Coroa;
d) Indiferente, os portugueses não reagiram ao
ao movimento armado dos colonos.
Correção da atividade nº 2
2 - Quanto a reação da Metrópole portuguesa diante da
Revolta de Beckman é correto afirmar:
a) Pacífica, pois atendeu as reivindicações dos comerciantes
locais;
b) Amigável, pois não concordou com tudo, mas preservou
o direito de manifestação dos colonos;
c) Violenta, reprimiu o movimento levando a forca
os líderes que questionaram a Coroa;
d) Indiferente, os portugueses não reagiram ao
ao movimento armado dos colonos.
A GUERRA DOS EMBOABAS
(1707-1709)

• Em 1693 com a descoberta do ouro


pelos paulistas na atual cidade de
Sabará (MG) e em regiões próximas;
ocorreu um grande deslocamento de
pessoas para a região das Minas
Gerais;
A GUERRA DOS EMBOABAS
(1707-1709)

• Nos primeiros anos de mineração, ocorreram vários


conflitos na região das minas. O maior deles teve
origem na disputa pelo ouro entre os paulistas, que
o descobriram, e os forasteiros (portugueses e
pessoas de outras regiões do Brasil), que
queriam explorá-lo. Os portugueses foram
apelidados pelos paulistas de emboabas.
A GUERRA DOS EMBOABAS
(1707-1709)

• A exploração do ouro gerou conflitos,


principalmente quando os paulistas
decidiram proibir a entrada dos
“emboabas” na exploração aurífera;
• Os emboabas liderados por Manuel
Nunes Viana, iniciaram um conflito
armado que se estendeu por 2 anos.
Igreja de Nossa
Senhora do Ó
construída no
início do século
XVIII,  Sabará,
MG.

Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/42/Igreja_de_Nossa_Senhora_do_%C3%93_-


_Sabar%C3%A1_-_3.jpg>. Acesso 20 jun 2020.
Vista interna da
Igreja de Nossa
Senhora do Ó,
 Sabará, MG.

Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a4/Igreja_de_Nossa_Senhora_do_%C3%93_-


_Sabar%C3%A1_-_2.jpg>. Acesso 20 jun 2020.
A GUERRA DOS EMBOABAS
(1707-1709)

• Os emboabas venceram a guerra e


continuaram a explorar ouro;
• A Metrópole portuguesa enviou um novo
governador ao Rio de Janeiro e criou a
Capitânia de São Paulo e a de Minas
Gerais, até então pertencentes ao
Rio de Janeiro.
Vista aérea de Ouro
Preto, uma cidade
histórica mineira que
até 1823 se chamava
Vila Rica. Ela foi
fundada em 1711, após
o fim da Guerra dos
Emboabas.

Ouro Preto. 1 fot., color. In Britannica Escola. Web, 2020. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/artigo/Guerra-dos-
Emboabas/483227/recursos/172011>. Acesso em: 20 de junho de 2020.
Atividade nº 3
3 – Considerando o que aprendemos sobre a Guerra
dos Emboabas, responda:

a) Quem venceu o conflito?

b) Qual foi a medida que o governo português


adotou depois do conflito?
Correção da atividade nº 3
a) Quem venceu o conflito?
O conflito foi vencido pelos emboabas
(forasteiros).

b) Qual foi a medida que o governo português adotou


depois do conflito?
Os portugueses enviaram novo governador ao
Rio de Janeiro e criaram a capitânia de São
Paulo e a de Minas Gerais.
Guerra dos Mascates (1710-1711)

• Os senhores de engenho de Olinda (PE),


durante o século XVII ficaram endividados
com o baixo preço do açúcar brasileiro;

• Para manterem a produção emprestavam


dinheiro, sobretudo dos comerciantes de
Recife, chamados pejorativamente de
mascates (vendedores ambulantes).
Guerra dos Mascates (1710-1711)

• Os comerciantes de Recife, embora


enriquecidos não possuíam poder
político, pois somente Olinda era uma
vila, e portanto tinha a Câmara Municipal
(poder político autorizado).
Guerra dos Mascates (1710-1711)

• Em 1710 a Coroa portuguesa elevou o


povoado de Recife a vila, podendo desse
modo os recifenses estabelecer sua própria
Câmara Municipal;

• Os senhores de engenho de Olinda não


aceitaram e armados atacaram Recife
destruindo o pelourinho, um dos símbolos
de poder.
Guerra dos Mascates (1710-1711)

• A Coroa portuguesa interviu no conflito


a favor dos comerciantes (mascates),
reprimindo os olindenses, confirmando
Recife como vila independente e ainda
tornando-se capital de Pernambuco;
Atividade nº 4
4 – Leia o texto abaixo e em seguida responda o que se pede:
“Os senhores de engenho sentiram- -se ameaçados, pois consideravam-se mais
“donos” de Pernambuco do que os novos comerciantes. Afinal, haviam gasto seus
próprios recursos para expulsar os holandeses do Brasil. Por isso passaram a chamar
os homens de negócio do Recife de mascates, que era uma expressão pejorativa. [...]
A “nobreza da terra” usava essa palavra para demonstrar o desprezo que tinha pelos
novos comerciantes. Os recifenses, por seu lado, respondiam chamando os
arruinados de pés-rapados.”
SILVA, Luiz Geraldo. Guerra dos mascates. São Paulo: Ática, 1995. p. 44.

a) Quem eram os chamados “mascates” e os


“pés-rapados”?
b) Explique os motivos da Guerra dos Mascates.
Correção da atividade nº 4
a) Quem eram os chamados “mascates” e os
“pés-rapados”?

Os nomes pejorativos eram usados para se


referir, respectivamente, aos comerciantes
portugueses que viviam no Recife e aos
senhores de engenho de açúcar que estavam
arruinados por dívidas.
Correção da atividade nº 4

b) Explique os motivos da Guerra dos Mascates.


Os motivos do conflito são políticos e econômicos,
com a disputa dos comerciantes de Recife com a
nobreza açucareira de Olinda pela autonomia da
região de Recife, controlando assim a cobrança de
impostos, as tropas militares e a justiça.
Nesta aula estudamos:
✔ A Revolta de Beckman que ocorreu no Maranhão,
que se opôs a proibição da escravidão indígena;
✔ A Guerra dos Emboabas que ocorreu em Minas
Gerais, motivada pela exploração do ouro;
✔ A Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco,
que opôs na mesma região senhores de engenho
e comerciantes, reunindo motivos políticos e
econômicos;
✔ Aguardo vocês para mais história na
próxima aula!

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