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CAPÍTULO III

Presença Salesiana na América do Sul


Origem e primeiro desenvolvimento
Jean de Castro e Jhonantan Ferreira
A EMIGRAÇÃO ITALIANA NO SÉCULO XIX
• O que foi a emigração italiana?
• América do Norte, América do Sul, Oceania
e algumas partes da África;
• 60 milhões de europeus (1830 – 1930);
• 1876 (início dos registro oficiais) / 1914: 14
Milhões, principalmente para o continente
americano;
• Vinham de regiões montanhosas e das
zonas agrícolas mais sofridas: Vêneto
(13%), Piemonte (11%).
EMIGRAÇÃO ITALIANA NA
ARGENTINA
• Mais de 210 mil emigrantes italianos
entre os anos de 1857 e 1875.
“Na tarde de 11 de novembro de 1875, na
Igreja de Maria Auxiliadora, de Turim-
Valdocco, houve uma grande festa e uma
emocionante despedida: a ocasião era o
envio dos primeiros dez missionários
salesianos para a Argentina, que mais de
um mês depois, em 14 de dezembro de
1875, chegaram ao seu destino. A igreja
"Máter Misericórdiae", de Buenos Aires,
foi o lugar que acolheu os missionários
salesianos e todos os imigrantes italianos
que imigravam para aquele distante país”.
• De 1876 a 1914: Ligúria e o Piemonte foram as regiões que
mais enviaram emigrantes para Argentina: cerca de
321.800;
• Apresentação de estatísticas oficiais pelo governo;
• Situação econômica e religiosa dos Italianos na Argentina;
• Visita com frequência no Piemonte e Ligúria alguns
ambientes que sofreram intensa emigração para Argentina;
• Contato com antigos oratorianos;
• Cônsul argentino João Gazzolo: que morava em Savona e
conhecia a obra salesiana colocara-o em contato com a
importante confraria de Nossa Senhora das Mercês, de
Buenos Aires.
O COMPROMISSO DE DOM BOSCO E DOS SALESIANOS COM OS IMIGRANTES
• Opção de Dom Bosco pela Argentina: ideais apostólicos e missionários, sonhos (missão
entre os selvagens 1871/1872), opção pelos pobres e abandonados...
• “As dificuldades surgidas da situação religiosa e moral imperante nas comunidades de
imigrantes italianos na região do rio da Prata eram, de fato, de enormes dimensões”;
• Dom Bosco, cerimônia de envio em 11 de novembro de 1875:
“Apresentavam-se diante de nós várias missões na China, Índia, Austrália e na mesma
América, mas, por vários motivos, especialmente por estar nossa Congregação em seus
inícios, preferiu-se uma missão na América do Sul, na República Argentina... Recomendo-vos
[...] com especial insistência [...] a dolorosa situação de muitas famílias italianas, que vivem
disseminadas por aquelas cidades e povoados e até nos campos. Vivem distantes das escolas
e das igrejas...”
• De fato, padre Cagliero, com percepção estratégica, escreveu:
“A missão parece mais necessária entre os italianos (imigrantes) do que entre os nativos”.
SITUAÇÃO DA COMUNIDADE ITALIANA DE BUENOS AIRES

- Unidas por laços culturais;

- Pequena Itália (Buenos Aires): 30 mil pessoas no bairro de La Boca;

- Líderes instruídos: republicanos ou anarquistas que imigrar depois da queda da republica Italiana
(1849);
- Uniam-se pela: oposição a religião tradicional, à Igreja e por um profundo anticlericalismo;

- Dominavam a população formada por maioria de analfabetos;

- Tinham certa sintonia com os políticos argentinos;

- Imigração em grande escala: ausência de adequada assistência religiosa.


OBRA SALESIANA NA BACIA DE PRATA
• 1974: Cartas para que os salesianos fossem a Argentina;
• Cônsul João Gazzolo;
• Decisão de Dom Bosco condicionada ao convite expresso do
arcebispo de Buenos Aires: dom Leão Frederico Aneyros;
• Relatório sobre a sociedade salesiana/ Exemplar do Boletim
salesiano;
• Carta de 30 de agosto de 1874 (expunha a concepção de Dom
Bosco, além de ser sua primeira declaração sobre o que seria o
projeto missionário salesiano”). Trecho de um resumo da carta:
“O cônsul escreve que, desejando contribuir para o bem do povo
argentino, manteve conversações com um santo sacerdote, o padre
João Bosco, fundador da recente aprovada Sociedade Salesiana”.
“O que fariam os salesianos na Argentina? O cônsul sugere ao
arcebispo Aneyros que convide os salesianos para Buenos Ayres e lhes
ofereça um lugar onde residir ou uma igreja para atender. A igreja
italiana de Nossa Senhora das Mercês seria ideal”.
• Resposta do arcebispo em 10 de outubro de 1874 por meio de seu
secretário, monsenhor Antônio Espinosa.
SAN NICOLAS DE LOS ARROYOS
• Internato para meninos (José Francisco Benítez),
colocação da primeira pedra (1873) e conclusão da
obra (1874);

• Busca de uma congregação religiosa para dirigir a


escola;

• Pedido de Benítez ao arcebispo Aneyros;

• Comunicado ao padre Ceccarelli (conhecia Dom


Bosco e era amigo próximo do Cônsul);

• Ida do Padre Ceccareli a Buenos Aires (encarregado


pelo arcebispo da vinda dos salesianos);

• Articulação de Ceccarelli para para San Nicolas de los


Arroyos (cedendo colégio, oratório...);

• Ceccarelli envia ao cônsul documentos prometidos e


cartas a Dom Bosco (uma escrita por ele e outra por
Benítez);

• Recebimento do pedido por Dom Bosco das mãos do


cônsul entre 15 e 19 de dezembro e leitura da carta e
os documentos por Dom Bosco aos membros do
Capítulo Superior de 22 de dezembro de 1864. E na
mesma noite [...]
ACEITAÇÃO FORMAL DA OFERTA DA PARTE DE DOM BOSCO

• Dom Bosco redigiu carta apresentando sua conformidade à proposta


argentina, especificando os termos da mesma (envio de sacerdotes a
Buenos Aires para fundar uma casa para servir de base e de clérigos e leigos
a San Nicolás no atendimento de alguns serviços”).

ANÚNCIO DE DOM BOSCO AOS DIRETORES SALESIANOS

• Resposta positiva da Argentina as condições de Dom Bosco em 27 de


janeiro de 1875 (um mês depois);

• Cartas destinadas ao cônsul;

• Dom Bosco comunicou aos diretores no encontro anual de diretores que


aconteceu entre de 26 a 28 de janeiro de 1875, falando da evangelização e
missões a população nativa.

ANÚNCIO AOS SALESIANOS E AOS MENINOS DO ORATÓRIO

• Anúncio realizado de forma solene durante a festa de São Francisco de Sales


em 29 de janeiro de 1875;

• Leitura das cartas do monsenhor Espinosa e do padre Ceccarelli pelo cônsul;

• Fala de Dom Bosco: resposta definitiva condicionada ao consentimento do


Santo Padre;

• Apresentação da missão e apelo feito por Dom Bosco: os salesianos os


meninos salesianos cheios de espírito missionário.
VIAGEM DE DOM BOSCO A ROMA
COM O PADRE BERTO
OS SALESIANOS COADJUTORES
ASSOCIAM-SE AO PROJETO
3. Projeto Missionário de Dom Bosco
• Em 6 de julho de 1875, Dom Bosco falou aos seminaristas
e noviços salesianos sobre como passar as férias de modo
proveitoso;
• Começaram os preparativos da partida para a Argentina
em outubro e novembro;
• Estratégia Missionária:
“Há um colégio construído que é posto à nossa disposição.
Há também uma igreja pública na qual atender ao culto, e as
escolas da cidade estarão em nossas mãos [...]. Os
habitantes são bons por natureza e muito religiosos, mas
carecem de instrução e de sacerdotes que os instruam.”
• Os Salesianos, inicialmente, fundariam escolas e
internatos na zona fronteiriça com as tribos indígenas:
• Educação aberta aos filhos dos selvagens;
• Aprendizagem do idioma, hábitos e costumes;
• Após isso seria possível chegar às tribos
propriamente ditas:
• Transformação social e religiosa.
• Buenos Aires seria o quartel-general e San Nicolás, o
trampolim que facilitaria o contato religioso e social com
os Selvagens;
• Dom Bosco estava preocupado com o bem estar dos
imigrantes Italianos que foram para a Argentina.
O primeiro grupo de missionários
• Julho de 1875 - carta de Dom Bosco ao padre
Ceccarelli em 1875:
“Ele será composto por 5 sacerdotes, todos eles
professores com títulos e providos de diploma
conferido por nossa nação. Irá com eles um mestre
de música [...]. Dos dois salesianos coadjutores,
um se encarregará de atender à igreja e o outro ao
colégio. Eu desejaria que o pessoal de serviço
fosse todo da Congregação Salesiana [...]”
• Em 12 de agosto Dom Bosco novamente escreve
apresentando alguns detalhes sobre o que será
necessário para a Igreja e o colégio de San
Nicolás:
• Se poderão dispor de um piano e de
partituras;
• Manda cópias dos regulamentos vigentes
nas escolas salesianas - “Entretanto o
verdadeiro regulamento está na atitude de
quem ensina”;
• “... é minha intenção não economizar
pessoal ou gastos que possam contribuir
para o sucesso do nosso
empreendimento”.
1. João Cagliero, sacerdote, doutor em Sagrada Escritura, professor de Moral, autor de várias composições
musicais. (Ao arcebispo Aneyros acrescenta: é dotado para todos os assuntos de ordem civil e eclesiástica.)
2. José Fagnano, sacerdote, doutor em Belas Letras. (Acrescenta para o arcebispo Aneyros: aprovado
regularmente para ensinar grego, latim, italiano, história, geografia e o que se refere ao ciclo humanístico.)
3. Domingos Tomatis, sacerdote, doutor em Belas Letras, como o anterior.
4. Valentim Cassini, sacerdote, professor de bacharelado. (Traduz para o arcebispo Aneyros: professor de
métodos didáticos.)
5. João Batista Baccino, sacerdote, professor de bacharelado superior.
6. Tiago Allavena, sacerdote, professor elementar. (Para o arcebispo Aneyros, Dom Bosco corrige o nome: João
Batista, seu verdadeiro nome.)
7. Bartolomeu Scavini, mestre carpinteiro
8. Bartolomeu Molinari, professor de música instrumental e vocal. (Dom Bosco acrescenta para dom Aneyros:
professor elementar.)
9. Vicente Gioia, mestre sapateiro.
10.Estêvão Belmonte, administrador da casa. (Dom Bosco acrescentou: professor elementar, músico e cantor
reconhecido.)
• Cônsul Gazzolo:
• Dom Bosco pediu ao cônsul Gazzolo que acompanhasse os salesianos em
sua viagem e constatasse que estavam bem instalados na Argentina;
• Muito grato por tudo quanto por tudo quanto o cônsul fizera para
concretizar o grande projeto;
• Considerava o cônsul Gazzolo como o décimo primeiro missionário;
• Dom Bosco - Roma – 4 de outubro a 4 de novembro de 1875:
• Receberam as cartas de apresentação para o Arcebispo Aneryos das
mãos do cardeal Antonelli;
• Bençãos do Santo Padre;
• Um decreto do cardeal Franchi, prefeito da Congregação para a
Propagação da Fé, em que se declarava o grupo como missionários
apostólicos.
• Pediu a bênção do arcebispo Gastaldi mas não conseguiu;
• A emotiva cerimônia de despedida, precedida pelo exercício da boa morte,
aconteceu na basílica de Maria Auxiliadora em 11 de novembro de 1875;
• Dom Bosco entregou um memorando contendo 20 pontos para servir de guia
no apostolado.
Viagem de Gênova a Buenos Aires
• 11 de novembro de 1875, o grupo de oito, acompanhados por Dom Bosco e o cônsul Gazzolo, foi de trem a
Gênova, enquanto Allavena e Gioia partiam para Marselha;
• Embarcaram no navio Savoie em 14 de novembro;
• Entre os passageiros:
• 15 irmãs de Nossa Senhora das Mercês de Savona - “Agradáveis companheiras de viagem e de missão”.
• O Savoie era um navio a vapor francês, um dos 4 pequenos navios a carvão da Societé Génerale de Transports
Maritimes à Vapeur, que cobria a rota do Atlântico Sul, de Gênova a Buenos Aires:
• Alojamentos de primeira e segunda classe com cabines individuais;
• Sala de estar grande e suntuosa com poltronas forradas de veludo e candelabros de cristal.
• Saíram de Gênova pontualmente às duas da tarde do domingo, 14 de novembro de 1875, em direção a Marselha,
a primeira parada:
• Allavena e Gioia, os dois salesianos dispersos, subiram a bordo, completando o grupo dos missionários.
• Fizeram uma breve parada no porto de Barcelona e outra mais longa em Gibraltar, onde o navio se reabasteceu
de carvão;
• Rodeando as ilhas Canárias, o navio dirigiu-se a Cabo Verde, ao porto de São Vicente, onde novamente se
abasteceu de carvão para enfrentar a travessia do sudoeste do Atlântico;
• A travessia de Cabo Verde ao Rio de Janeiro durou onze dias, de 27 de novembro a 6 de dezembro, a maior parte
marcada pelo calor sufocante, o mar raivoso e o desalento;
• Passaram pelo Rio de Janeiro;
• Em 12 de dezembro, em meio a uma terrível tormenta, o navio entrou no estuário do rio da Prata e lançou
âncoras em Montevidéu (Uruguai);
• Ao amanhecer de 14 de dezembro, entraram no porto de Buenos Aires.
Fundação da obra salesiana em Buenos Aires
• Padre Ceccarelli escoltou-os até a mole, onde um
grupo de imigrantes italianos, alguns deles antigos
alunos do Oratório, deu-lhes as boas-vindas;
• Dom Aneyros os recebeu na residência temporária;
• Padre Cagliero e os salesianos começaram um
intercâmbio de cartas com Dom Bosco:
• Padre Ceccarelli;
• Monsenhor Espinosa;
• O arcebispo Aneyros;
• Senhor Benítez (em latim!).
• O arcebispo decidiu que alguns deles deviam ficar
na capital para atenderem à igreja e aos muitos
imigrantes italianos que não tinham assistência “[Seus filhos] certamente farão muito bem não
pastoral; só em San Nicolás, como também nesta capital,
onde é muitíssimo conveniente que tenham uma
• Dois grupos:
casa, não só para facilitar a comunicação com V.
• Cagliero, Baccino e o coadjutor Belmonte R., mas também porque poderiam fazer aqui um
ficaram em Buenos Aires; bem imensamente maior do que farão em San
• O restante do grupo partiu para San Nicolás. Nicolás...”
• Carta de 18 de dezembro de 1875.
A confraria e a igreja de Nossa Senhora das Mercês
• O arcebispo concedeu aos três salesianos a igreja de
Nossa Senhora das Mercês, onde tinha sua sede a
confraria do mesmo nome;
• O arcebispo designou padre Cagliero como capelão e
nomeou padre Baccino diretor espiritual da confraria;
• Dois dias depois de desembarcar, padre Cagliero
iniciou seu ministério pregando a novena do Natal na
igreja de Nossa Senhora das Mercês;
• Alguns meses depois, em 1876, inaugurou-se um
oratório para meninos e, com a ajuda das conferências
de São Vicente de Paulo, fundou-se não muito distante
de Nossa Senhora das Mercês uma escola vocacional
capaz de acolher uns 50 órfãos e meninos pobres;
• O grupo anticlerical, francos-maçons e velhos
republicanos mazzinianos, que lutava pelo controle da
comunidade italiana, infiltrara-se também na confraria
de Nossa Senhora das Mercês:
• Padre Cagliero precisou intervir de forma rápida
e drástica;
• Padre Baccino conseguindo que a confraria
voltasse à sua finalidade religiosa original.
San Nicolás de los Arroyos: escola e capela
• Os 7 Salesianos destinados a San Nicolás de los Arroyos despediram-se em 21 de dezembro de 1875;
• Foram acolhidos por famílias italianas dedicadas a agricultura e pecuária;
• Questões importantes:
• O colégio que lhes fora prometido consistia em apenas 3 ou 4 cômodos vazios num prédio de um
só andar;
• A pequena igreja estava em bom estado;
• A escola não dispunha de instalações para organizar um internato;
• Os pais se dispuseram para ajudar economicamente;
• Padre Fagnano pediu ajuda aos colonos e ao padre Ceccarelli para cobrir as necessidades básicas
dos salesianos enquanto preparavam a escola para sua abertura;
• Padre Fagnana construiu com a ajuda de algumas pessoas um dormitório comum, porém as frágeis
fundações e as intensas chuvas fizeram que o novo acréscimo desabasse;
• A ajuda do senhor Benítez, do padre Cecarelli e do grupo de cooperadores foi de suma importância
para a continuidade do projeto.
• Os 30 mil metros quadrados de terreno pertenciam ao governo, que só permitiu o seu uso;
• Quando posteriormente a comissão se desfez, os supostos direitos sobre a escola passaram a
autoridades municipais hostis.
La Boca e a paróquia de São João Evangelista
• Padre Cagliero, porém, foi a La Boca, na primeira vez,
distribuindo medalhas aqui e ali, e detendo-se nas visitas
seguintes para conversar com os jovens, prometendo-
lhes criar um pátio para seus jogos;
• O arcebispo confiou aos salesianos a paróquia de São
João Evangelista que padre Cagliero, em nome de Dom
Bosco, aceitou em 1877;
• Puderam então penetrar e deixar sua marca;
• Dom Bosco via como teste para a Congregação afim de
enfraquecer o seu centro;
• Havia um grupo de jovens padres e coadjutores e, pouco
depois, de irmãs, todos eles zelosos, dinâmicos e,
sobretudo, audaciosos e preparados para qualquer coisa;
• Conquistaram quase de imediato a simpatia da
comunidade pela sua atividade em benefício dos jovens;
• Marcou o início do fim do radicalismo e
anticlericalismo na comunidade italiana;
• A aliança entre a elite secular e os salesianos deu-se em
muitas frentes:
• As associações, especialmente de mútuo socorro;
• A imprensa;
• Particularmente, a educação.
Em 7 de novembro de 1876, foram com Dom
Em resposta aos pedidos Bosco a Roma para receberem a bênção do
A expedição era formada Santo Padre.
Segunda expedição do padre Cagliero começou • Os destinados a Buenos Aires embarcaram
por 23 salesianos: 6
missionária: novembro de a reunir gente para a em Gênova sob a direção do padre
padres, 7 seminaristas e 10 Francisco Bodrato;
1876 segunda expedição em • Os que se destinavam ao Uruguai,
coadjutores. encabeçados pelo padre Luís Lasagna,
novembro de 1876. partiram de Bordeaux, França.

Padre Cagliero preparava uma Padre Lasagna, nomeado Um mês depois de sua chegada, O contingente de Buenos
nova fundação em Villa Colón, diretor, dirigiu a restauração a igreja e a escola estavam em Aires da segunda
funcionamento, incluindo ensino expedição dividiu-se em
próxima a Montevidéu da igreja, que estava há
primário e secundário e um
(Uruguai) depois de receber tempos abandonada, do programa preparatório para a dois grupos, destinados a
uma oferta do delegado edifício e da preparação das universidade, com internato San Nicolás e Buenos Aires,
apostólico. terras. para cerca de 100 meninos. respectivamente.

Perdas na sucessão da Escola de


Buenos Aires:
Em 1878, Dom Bosco
• Padre João Baccino que faleceu em Padre Bodrato assumiu a
junho de 1877; nomeou-o provincial da
direção da obra salesiana
• Padre Cagliero que foi eleito diretor recém-criada Inspetoria
espiritual da Congregação no na região do Prata.
outono de 1877 em Turim (I Capítulo
argentina.
Geral).
O grupo era formado por 18 salesianos:
• Quatro padres;
Terceira expedição missionária: • Oito clérigos;

novembro de 1877 •

Seis coadjutores;
Além de 6 irmãs;
• Padre Tiago Costamanga liderava a expedição (foi nomeado bispo em 1895 como vigário
apostólico de Méndez y Gualaquiza (Equador);
• Padre Cagliero e Madre Mazzarello acompanharam o grupo até Roma;
• Dom Bosco foi criticado por escolher salesianos e salesianas muito jovens para a missão:
• Dentre os padres:
• Domingos Milanésio, 34 anos;
• Tiago Costamagna, 31;
• José Vespignani, 27;
• Bartolomeu Panaro, 26.
• Os clérigos:
• José Gamba, 17, e Pedro Rota, 16.
• As 6 irmãs:
• Ângela Cassulo tinha 25;
• Teresa Gedda, 24;
• Ângela Valiese, 23;
• Teresa Mazzarello Baroni, 18;
• Ângela Negris, 18;
• Joana Borgna, 17.
• Cinco salesianos foram indicados para a obra de Buenos Aires e quatro para San
Nicolás;
• Os oito restantes, que desembarcaram em Montevidéu, foram destinados ao
colégio de Villa Colón;
• As seis irmãs também permaneceram em Villa Colón, onde fundaram sua primeira
casa no Novo Mundo.
Almagro (Buenos Aires): igreja de São Carlos e instituto Pio IX
• Os padres Cagliero e Baccino, com o coadjutor Belmonte, fundaram uma pequena escola em
locais arrendados próximo a Igreja de Nossa Senhora das Mercês;
• Em 1878, com a chegada de novos salesianos, os internos chegaram a uma centena:
• Havia aprendizes em quatro oficinas.
• Em 1878, com a ajuda das conferências de São Vicente de Paulo e de doadores anônimos,
começou-se a construir um edifício maior no subúrbio de Buenos Aires chamado Almagro;
• Em agosto de 1878, transferiram-se para Almagro a antiga escola e as oficina:
• Às oficinas de alfaiataria, sapataria, carpintaria e encadernação acrescentou-se uma tipografia;
• O instituto foi chamado de Escola de Artes e Ofícios dedicada a Pio IX.
• Em outubro teve início o curso escolar com a matrícula de 115 alunos:
• 60 estudantes e 55 aprendizes.
• Com a incorporação de novos salesianos e salesianas da quarta expedição o instituto estava a
caminho de se converter na “Valdocco da Argentina” sendo escolhido também como sede
Inspetorial e noviciado.
Quarta expedição: 8 de dezembro de 1878
• Era formada por 11 salesianos e 10 salesianas. Duas delas desembarcaram em Montevidéu com
destino a Villa Colón (Uruguai);
• As oito restantes seguiram para Buenos Aires e fundaram uma residência em Almagro, bairro de
Buenos Aires;
• As salesianas iniciaram aquela que se converteria numa espécie de “casa-mãe” para a América do
Sul;
• Muitos dos salesianos foram encaminhados para Almagro.
Expansão do trabalho entre os imigrantes italianos
• Padre Cagliero preparara uma evangelização sistemática dos italianos da região ao redor de Buenos
Aires;
• Com a ajuda da Confraria foi feito um recenciamento da população italiana:
• Em que estado se encontravam;
• Quais eram suas necessidades:
• Analfabetismo, ignorância, prática religiosa mínima por causa do isolamento.
• Foi organizada uma série de missões entre os povos do campo tendo bons resultados.
• Nas três igrejas salesianas de Buenos Aires assim como em 6 igrejas não salesianas funcionavam
paróquias missionárias, instrução religiosa e várias atividades da vida católica:
• Nossa Senhora das Mercês;
• São João Evangelista;
• São Carlos.
O apostolado em prol dos imigrantes italianos
logo deu fruto de muitas maneiras. Em
primeiro lugar, as conversões e renovações
religiosas obtidas pareciam quase milagrosas;
em pouco mais de dez anos, depois da morte
de Dom Bosco, as comunidades italianas em
Buenos Aires, incluindo La Boca, voltaram à
prática católica. Em segundo lugar, foi-se
criando um forte grupo local de cooperadores
e este grupo tornou possível a continuidade da
obra salesiana. Em terceiro lugar, as vocações
para a Congregação Salesiana e o Instituto das
Filhas de Maria Auxiliadora entre o povo do
lugar eram promessa de um futuro brilhante.

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