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Profª.Ms.

ANDRÉIA DIAS
QUESTÃO REFLEXIVA

Por que na atualidade o Fisioterapeuta deve direcionar o


seu olhar profissional à doença Diabetes, e em especial ao
pé diabético?
MOMENTO DE REFLEXÃO

Cerca de 5% da população total tem


diabetes, estimando-se alcançar cerca de
200 milhões de portadores no mundo
em 2025 (BRASIL,2008)

É estimado que,10% a 25% dos doentes de


diabetes apresentarão lesões nos MMII, tornando-
os susceptíveis à amputações, do chamado "pé
diabético“(MILMAN, et al. 2007).
Pé Diabético
Atuação Fisioterapêutica no Pé Diabético

 Educação em Diabetes / autocuidado

 Avaliação e tratamento fisioterapêutico

 Reabilitação
EDUCAÇÃO EM SAÚDE / AUTOCUIDADO

1- Inspeção diária:
a) Sinais de irritação na pele (lesões ou bolhas);
b) Temperatura e vermelhidão.

2- Cuidados com a pele


c) Limpar em água corrente;
d) Lixar as calosidades e jamais cortá-los com tesoura ou gilete;
e) Cuidado com as bolhas (não romper), proteger com meia e tênis confortável;
d) Enxugar a pele sem criar atrito (entre os dedos);
e) Nunca deixe o pé seco.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE / AUTOCUIDADO

3 – Cuidados com as unhas:

a) Cortar e lixar em formato quadrado.

4 – Uso de meias:

a) Optar por meias de algodão, sem elástico;


b) Trocar
EDUCAÇÃO EM SAÚDE / AUTOCUIDADO

5 – Calçados:
a) Nunca ande descalço;
b) Nunca use sapatos apertados e sem meia;

c) Inspecioná-los por dentro.


EDUCAÇÃO EM SAÚDE/AUTOCUIDADO

Atenção: Cuidados especiais com unhas e calos!


Avaliação Fisioterapêutica do Pé Diabético

1. Inspeção;

2. Palpação;

3. Avaliação da mobilidade articular;

4. Avaliação da força muscular;


5. Avaliação do calçado;

6. Avaliação da sensibilidade protetora;

7. Avaliação de pontos de pressão no pé

8. Avaliação da marcha.
INSPEÇÃO

 Pele: coloração,anidrose, lesão, bolhas, ulceras, cicatrizes,


calosidades, edema, rachaduras, fissuras;
 Osteomuscular: hipotrofia, atrofia, reabsorção óssea,
amputações, pés cavos ou planos, joanete, desvio de dedos
e desabamento de arco plantar;
 Unhas: rachaduras, deformidades ou danos.
INSPEÇÃO

pontos de pressão
INSPEÇÃO

pontos de pressão
PALPAÇÃO

 Hipertermia;
 Dilatação dos vasos do dorso do pé;
 Pontos dolorosos;
 Proeminência ôssea.
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE ARTICULAR

GONIOMETRIA DO TORNOZELO

DORSIFLEXÃO = 0 a 35º
FLEX. – PLANTAR = 0 a 60º

INVERSÃO = 0 a 35º
EVERSÃO = 0 a 25º
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE
ARTICULAR
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE
ARTICULAR

GONIOMETRIA DO PÉ

 FLEXÃO - 1º. DEDO = M.T.F. = 0 a 45º


I.F. = 0 a 40º

 FLEXÃO DO 2º ao 5º = M.T.F. = 0 a 40º


I.F.P. = 0 a 35º
I.F.D. = 0 a 60º
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

Grau de força Observação clínica Condição


muscular funcional
5 Amplitude de movimento
completo contra a gravidade e a Forte
resistência máxima

4 Amplitude de movimento
completa contra a gravidade e a Diminuída
resistência manual moderada

3 Amplitude de movimento
completa contra a gravidade Diminuída
2 Amplitude de movimento
incompleta Diminuída
1 Evidência de contração muscular,
sem movimento articular Paralisado
0 Sem evidência de contração
muscular Paralisado
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

tibial anterior

extensor longo do hálux


AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

extensor longo dos dedos

fibulares
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

GASTROCNÊMIO e SÓLEO
FLEXOR CURTO DOS DEDOS
FLEXOR LONGO DOS DEDOS
AVALIAÇÃO DO CALÇADO
AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE PROTETORA

 Sensibilidade tátil: algodão;


 Sensibilidade dolorosa: agulha, alfineto;
 Sensibilidade térmica: tubo de ensaio
 Sensibilidade profunda: estesiômetro.
Avaliação da Sensibilidade Protetora Profunda

Para pé Diabético: Monofilamento de 10 g.


Avaliação da Sensibilidade Protetora Profunda

Locais de teste
1º, 3º e 5º dedos e metatarsos
Avaliação da Sensibilidade Protetora Profunda

Técnica de aplicação
Avaliação de Pontos de Pressão

BAROPODOMETRIA
Avaliação de Pontos de Pressão

BAROPODÔMETRO
AVALIAÇÃO DA MARCHA

ritmo; velocidade, tamanho dos passos, normal ou claudicante.


TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO

MASSOTERAPIA E LUBRIFICAÇÃO DA PELE

 Objetivos: ativar a circulação, pele menos seca e mais


maleável;

 Técnica: substância lubrificante / deslizamento superficial;

 Contra-indicação: úlceras, reações inflamatórias e lesão.


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO’

 CINESIOTERAPIA

 Objetivos: ganho de F.M. e A.D.M. X diminuir o risco


de úlceras plantares

 Contra-indicação: processos inflamatórios; úlceras;


dor em repouso/movimento;

 Tipos de exercício: passivo, ativo-assistido,ativo livre e


resistidos.
RECOMENDAÇÕES PARA O USO DA
CINESIOTERAPIA

1- Verificar a glicemia:

 Se glicemia  250 mg/dl:


 suspender o exercício

 Se glicemia < 70 mg/dl


 Usar três melzinhos ou suco com açúcar + uma barra de
cereal;
 Repetir a glicemia após 20’, caso 70-140 mg/dl, comer
mais três melzinhos e iniciar exercício
 Se glicemia > 140 mg/dl, pode iniciar o exercício
RECOMENDAÇÕES PARA O USO DA
CINESIOTERAPIA

 Se glicemia 70-140 mg/dl (controla com


Insulina):
Comer uma barra de cereal ou uma fruta
 Se glicemia 140-180 mg/dl (controla com
insulina):
Comer uma barra de cereal ou uma fruta
 Se glicemia 200 mg/dl (não controla com
insulina)
Não é necessário repor carboidrato
RECOMENDAÇÕES PARA O USO DA
CINESIOTERAPIA

2- Aferir a Pressão Arterial


Valores: < 140/90 mmHg (é permitido);
= 140/90 mmHg (não - moderada à alta intensidade);
> 140/90 mmHg (não permitido)

3- Evitar exercícios no período de pico da insulina;


4- Dar preferência para horários frescos e após a refeição;
5- No caso de exercícios vigorosos (aplicar a insulina no
abdômen);
6- Em caso de exercício de maior intensidade, convém reduzir a
dose de insulina (sob orientação médica).
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

 Orientação / Prescrição de Calçados


– não devem apertar o pé;
– não devem ter costuras;
– devem ser comprados à tarde;
– Deve evitar o uso de sandálias;

Existem no mercado vários calçados específicos.


Calçados Específicos

Risco 0 (sensibilidade protetora preservada)


 Calçado confortável.

Risco 1 (perda da sensibilidade protetora)


-calçados ajustados nos pés;
-palmilhas de amortecimento não-moldada.

Risco 2 (insensibilidade = hiperpressão mecânica)


 Calçado de fundo extra;
 Palmilha moldada;
 Cabedal com material macio e sem costura.
Calçados Específicos

 Risco 3 (ulceração prévia)

 Solado com chanframento (rocker);


 O ponto de oscilação do rocker anterior deve ser

posterior às cabeças dos matatarsianos.


Calçados Específicos
Calçados Específicos
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTIC

 Orientação de Palmilhas
(Corretivas ou de posicionamento dos pés)
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

 Orientação / Indicação de Dispositivos


Auxiliares

andador

bengala
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

 REEDUCAÇÃO PROPRIOCEPTIVA E DA MOTRICIDADE

 Objetivos: melhorar a sensação de posicionamento das


articulações no espaço, o equilíbrio e a coordenação.

 Técnicas:
- subir e descer escadas e rampas;
- treino de equilíbrio em tábuas de Freeman e cama
elástica;
- treino de marcha com demarcações e/ou obstáculos;
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

 REEDUCAÇÃO DA SENSIBILIDADE

 Materiais:
- sensibilidade tátil: usar diferentes texturas, formas e
diâmetro;
- sensibilidade térmica: usar baixas e altas temperaturas;
- sensibilidade dolorosa: despertem reação de dor.

Técnica: olhos fechados, coloca os materiais em contato a


pele e identifica quanto às suas características.
TRATAMENTO
FISIOTERAPÊUTICO

 Eletroterapia

Objetivo: Cicatrização de feridas.


Aparelhos: Laser, Ultra-som.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

 REEDUCAÇÃO DA MARCHA
 Objetivo: diminuir a sobrecarga osteomuscular X evitar úlceras de
pressão
OBRIGADA PELA ATENÇÃO !

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